Animais Silvestres
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Animais Silvestres Manejo, Comportamento e Noções de Clínica e Terapêutica Prof. Carlos Iberê Alves Freitas UFERSA 2011v1 INDICE 1. INTRODUÇÃO A ANIMAIS SILVESTRES Áreas de atuação Terminologia e conceituação animal. Perguntas freqüentes Modelo do termo de transferência 2. MEDICINA DA CONSERVAÇÃO Definições e considerações sobre saúde e medicina da conservação Aspectos da emergência de doenças Interdisciplinaridade 3. LEIS DE INTERESSE A CONHECER Instrução Normativa 001/9 Portaria 139/93 - Criadouros Conservacionistas (modalidade 1) Portaria 118/97 - Criadouros Comerciais (modalidade 2) Portaria 102/98 - Criadouros Comerciais da Fauna Exótica (modalidade 3) Portaria 016/94 - Criadouros Científicos (modalidade 4) Portaria 117/97 – Comercialização Portaria n.º 016/94 - Legislação Ambiental Brasileira (04 de março de 1994) Lei de Proteção a Fauna-Lei nº 5197/67 Lei de Crimes Ambientais - Lei nº 9605/98 Decreto nº 3179/99 Instrução Normativa 001/99 Normas de transporte de animais silvestres - CITES IATA - International Air Trade Animals LAR - Live Animals Regulations 4. TRIAGEM 5. CONTENÇÃO Definição Considerações quanto à contenção Métodos de contenção física (manual e com instrumentos) Química Condicionamento 6. ZOOLÓGICOS E SETORES Histórico dos zoológicos Lei no 7.173 de 14 de dezembro de 1983 Portaria no 283/P de 18 de maio de 1989 Instrução Normativa nº 04, de 04 de março de 2002 – MMA Instrução Normativa nº 169, de 20 de fevereiro de 2008 – MMA Classificação e Nomeclatura de componentes de um recinto Enriquecimento ambiental 7. RÉPTEIS 7.1. Geral 7.2. Quelonios 7.3. Ofídios 7.4. Lacertídios 7.5. Crocodiliano 8. MAMÍFEROS 8.1. Suídeos Classificação e considerações Suidae Tayassuidae 8.2. PRIMATAS Classificação e considerações Gênero Calliquitrix Gênero Cebus 8.3. ROEDORES Capivara Cutia Paca 8.4. FERRETS E FURÕES 9. AVES 9.1 Geral 9.2. Nutrição Estrutura anatômica e alimentação 9.3. Passeriformes Canoros Exibição 9.5 Estrutiformes Classificação e considerações Ema Avestruz (doméstico) 9.6. Psitacídeos Classificação e considerações Papagaios Araras Periquitos Calopsitas Agapornis Loris Cuidados básicos 10. Peixes 11. Anexos CRIAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES EM CATIVEIRO Porque estudar ou criar um animal silvestre? Para esta pergunta temos uma série de possibilidades descritas a seguir apesar de que segundo algumas pessoas é desnecessário se ter um animal silvestre como estimação já que existem os domésticos. A criação de animais silvestres em cativeiro possibilita: • Geração de empregos. • Pagamento de tributos. • Fixação do homem ao campo. • Exploração sustentável dos recursos naturais. • Compreender a biologia das espécies. • Diminuição da pressão sobre os recursos naturais. • Combate o comércio ilegal de animais silvestres. • Gerar nova tecnologia no manejo das espécies. • Preservação das espécies. Terminologia e conceituação animal: O que venha a ser um animal silvestre, selvagem ou exótico até hoje gera alguns pontos de atrito. Animais Silvestres são todos aqueles animais pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham a sua vida ou parte dela ocorrendo naturalmente dentro dos limites do Território Brasileiro e suas águas jurisdicionais. Também se refere aquele que não sofreram processo de domesticação e mesmo em cativeiro retém ainda mesmo que em potencial seu instinto indômito. Animal selvagem seria aquele que tem vida livre sem sofrer a influência do homem e está incondicionado ao mesmo ou aos seus sistemas quer sejam produtivos ou aspectos antropomórficos. Como exemplos têm uma ema que está sendo manejada num criatório científico ou zoológico e uma correndo livre pela ilha de Bananal, silvestre e selvagem esta última, ou ainda, um asinino utilizado num transporte de carga e outro que fugiu e se encontra livre após três gerações, o primeiro é doméstico e o segundo, a descendência, sofreu um processo de descondicionamento e age como um selvagem. Animais exóticos são aqueles cuja distribuição geográfica não inclui o Território Brasileiro. As espécies ou subespécies introduzidas pelo homem, inclusive domésticas, em estado selvagem, também são consideradas exóticas. Outras espécies consideradas exóticas são aquelas que tenham sido introduzidas fora das fronteiras brasileiras e suas águas jurisdicionais e que tenham entrado espontaneamente em Território Brasileiro. Em outras palavras seria aquele que não ocorre no território nacional em nenhuma ocasião. Exemplos: leão, canguru, elefante, girafa, ferret. Animais domésticos são aqueles animais que através de processos tradicionais e sistematizados de manejo e melhoramento zootécnico tornaram-se domésticas, possuindo características biológicas e comportamentais em estreita dependência do homem, podendo inclusive apresentar aparência diferente da espécie silvestre que os originou. Exemplos: cão, gato, cavalo, vaca, búfalo, avestruz. Poderão ser controlados pelo IBAMA, caso seja verificado que podem causar danos à fauna silvestre e ecossistemas, quando em vida livre. O controle se dará através das Secretarias e Delegacias vinculadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Gerências de Zoonoses, vinculadas ao Ministério da Saúde ou as Secretarias Estaduais da Saúde. Perguntas freqüentes: Existem perguntas que vem a cabeça dos alunos ou clientes que devem ser esclarecidas: 1) Manter um animal silvestre em cativeiro é crime? Depende da origem do animal. Caso seja um animal com origem legal, isto é, adquirido de criadouro comercial ou comerciante devidamente registrado no IBAMA não é crime. Considera-se crime se a origem do animal não puder ser comprovada, sobretudo se for um animal adquirido de traficantes ou contrabandistas, em estradas, depósitos, feiras livres, através de encomendas ou similares. A Lei de Crimes Ambientais considera crime contra a fauna a manutenção de animais silvestres em cativeiro sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente. No caso específico de fauna silvestre entende-se como autoridade competente o IBAMA. A manutenção de animais silvestres em cativeiro também é considerada crime se a origem dos bichos não estiver devidamente documentada através de nota fiscal emitida pelo comerciante ou pelo criadouro que tem autorização do IBAMA para reproduzi-los em cativeiro. Nessa nota fiscal deve constar o nome cientifico e popular do bicho, o tipo e número de identificação individual do espécime (animal) que poderá ser uma anilha fechada e/ou um micro-chip. 2) Eu posso legalizar um animal silvestre? Legalizar é uma palavra complicada. Legalizar significa tornar legal aquilo que não é. O IBAMA não legaliza ou regulariza a posse de animais sem origem conhecida e ou que tenha sido adquirido em desacordo do que foi estabelecido pela Lei nº 5197/67, Lei 9605/98 e Decreto 3179/99. Quem tem um animal silvestre em cativeiro deve primeiramente cuidar bem desse animal, fornecendo a ele alimento e acomodação adequados e, sobretudo não adquirir outro, sem a devida permissão, autorização ou licença do IBAMA. O IBAMA não entra na casa de ninguém para apreender os animais, a não ser que tenha determinação judicial. Porém o infrator estará sempre sujeito a aplicação da lei de crimes ambientais se houverem denúncias contra ele. 3) Como eu posso conseguir um animal silvestre legalmente? Adquirindo o animal de origem legal, ou seja, procedente de criadouros comerciais devidamente registrados junto ao IBAMA. A decisão em possuir em casa um animal silvestre deve levar em conta a responsabilidade no correto trato do animal, sobretudo oferecendo alimentação adequada, água de boa qualidade, cuidados veterinários e sanitários, abrigo e respeito a individualidade e as características da espécie. O mesmo vale para outros animais, sejam domésticos ou exóticos. O abandono de animais pelo homem tem causado muitos prejuízos à agricultura e à saúde publica, com grande ônus para o Estado. Você deve adquirir animais silvestres somente após ter se certificado que eles são procedentes de criadouros comerciais devidamente autorizados pelo IBAMA. Quem está vendendo deve provar isso e fornecer a Nota Fiscal com os dados que foram citados na pergunta dois. 4) O que fazer quando encontrar alguém vendendo um animal silvestre? Primeiro não comprar, depois denunciar às autoridades. Se for a feira livre ou deposito de tráfico, denunciar e fornecer o maior número de informações possíveis. Os dados do denunciante sempre serão preservados. Devem-se passar as informações com maior clareza possível, como o local, data, hora, circunstância etc. Se for à beira da estrada, não comprar e ainda repreender o vendedor dizendo que isso é ilegal e que se ele for flagrado pode, além de perder o animal, sofrer as sanções legais. O IBAMA tem um Acordo de Cooperação com a RENCTAS - Rede Nacional contra o Tráfico de Animais Silvestres que possui uma página específica na internet sobre o tráfico de animais silvestres (www.renctas.org.br). 5) Qual o risco de manter um animal silvestre em cativeiro/casa? Todo animal, independente de ser silvestre ou doméstico, pode ser portador de doenças transmissíveis ao homem, conhecidas como zoonoses ou antropozoonoses. Alem de ser potencialmente defensivo, ou seja, podem morder, arranhar, picar ou bicar, quando provocado. O ideal é que o animal seja respeitado em suas características físicas e comportamentais, esteja sob a supervisão de um médico veterinário e que as pessoas estejam conscientes da existência dos riscos físicos e doenças, sua via de transmissão e contágio. 6) Qualquer pessoa