ADRIEL FURTADO DE CARVALHO

FENOLOGIA REPRODUTIVA, ANATOMIA ECOLÓGICA DA MADEIRA E SANIDADE DE TRÊS ESPÉCIES ARBÓREAS DA FLORESTA OMBRÓFILA DENSA, SANTA CATARINA

Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de doutor no Curso de Pós-Graduação em Produção Vegetal da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC Orientadora: Profª. Drª. Roseli Lopes da Costa Bortoluzzi

LAGES, SC 2018

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Tempo pra tudo

Passa o dia e passa a noite O inverno e o verão A melodia de um canto triste E as palavras do coração.

Passa a chuva e passa o vento As histórias com o tempo se vão Passa o choro de uma criança E o ritmo alegre de uma canção.

Geração vai, geração vem Mas a terra continua firme Temos certeza que há tempo pra tudo Tempo de chorar, tempo de sorrir.

Quero trazer à memória o que pode dar esperança As coisas velhas se passaram, eis que tudo se fez novo.

Geração vai, geração vem Mas a terra continua firme Temos certeza que há tempo pra tudo Tempo de cair e de levantar. Autor: Carlinhos Félix

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Dedico a minha mãe Alba Furtado (In memorian), pelos conselhos e ensinamentos; ao meu pai Neri Carvalho, pelo estímulo; aos meus irmãos Aurélio, Carla, Andréia e Adriana, pelo companheirismo; aos meus sobrinhos Gregory, Andrey, Kauana e Bruno, pelo carinho e alegria. Á minha esposa Danielle Purkot, pelo seu amor, compreensão e paciência.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que esteve comigo em todos os momentos nesta caminhada. Porque D’Ele por Ele, para Ele são todas as coisas. A minha amada esposa Danielle, meu alicerce, por estar sempre comprometida comigo nesta luta, e nunca me deixou desanimar. Aos meus pais, minha mãe Alba Furtado (in memorian), pelos conselhos e ensinamentos deixados, aos quais seguiremos sempre; ao meu pai, Neri Carvalho, pela educação e por sempre estar disposto a ajudar. Meus irmãos Aurélio, Carla, Adriana e Andréia pelo incentivo constante e aos meus queridos e amados sobrinhos Gregory, Andrey, Kauana e Bruno. A minha sogra Mara e avó Zila, por colaborarem comigo sempre que precisei sem medir esforços; só Deus sabe da gratidão que tenho por elas. A minha orientadora, Drª Roseli Lopes da Costa Bortoluzzi, sempre disposta a auxiliar nas dúvidas, sugestões e correções no decorrer desta pesquisa. Aos co-orientadores, Dr. Adelar Mantovani e Drª Martha Andreia Brand, pela valiosa amizade e conhecimento repassados. A Universidade do Estado de Santa Catarina, que possibilitou através do curso de Pós- Graduação em Produção Vegetal o desenvolvimento deste trabalho. A Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, pelo incentivo e oportunidade de crescer como profissional da educação. Ao Sr. João Schimitz e Maria Schimitz, por cederam sua propriedade para a pesquisa. Tem sido nossos colaboradores desde o mestrado, sempre prontos a nos auxiliar. Aos demais colegas que por ventura não estão aqui citados, pelo incentivo e amizade. E finalmente, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para o êxito deste trabalho.

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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho foi idealizado a partir de um desejo em contribuir com a continuidade dos estudos relacionados ao manejo e a conservação das florestas secundárias, inseridas nas propriedades dos agricultores familiares do município de Biguaçu, SC. Estes remanescentes pertencem ao Bioma Mata Atlântica, nas formações da Floresta Ombrófila Densa, onde espécies como a Miconia cinnamomifolia (DC) Naud. e a Hyeronima alchorneoides Allemão, são ícones deste tipo de formação e representam elevado potencial em termos de recursos que a floresta oferece para os moradores em torno destes remanescentes. Assim, a tese está composta por três capítulos: O Capítulo I trata da fenologia reprodutiva de três espécies florestais em diferentes estágios de sucessão na Floresta Ombrófila Densa. O Capítulo II descreve a anatomia ecológica da madeira da espécie Hyeronima alchorneoides Allemão (Phyllanthaceae) em diferentes estágios de sucessão na Floresta Ombrófila Densa. E por fim o capítulo III sobre a sanidade das árvores de três espécies florestais em diferentes estágios de sucessão na Floresta Ombrófila Densa.

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RESUMO 11

CARVALHO, Adriel Furtado. Fenologia Reprodutiva, Anatomia Ecológica da Madeira e Sanidade de Três Espécies Arbóreas da Floresta Ombrófila Densa, Santa Catarina. 2018. p. Tese (Doutorado em Produção Vegetal) - Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias, Lages, SC. 2018.

O objetivo deste estudo, foi verificar o comportamento fenológico reprodutivo e a sanidade das árvores das espécies Hyeronima alchorneoides Allemão em diferentes estágios de sucessão (15 anos, 25 anos e 35 anos), Miconia cinnamomifolia (DC) Naud. (15 anos e 35 anos) e Cecropia glaziovii Sneth. (15 anos e 25 anos). Também foi realizado um estudo sobre anatomia ecológica da espécie H. alchorneoides, considerando os três diferentes estágios de sucessão (15 anos, 25 anos e 35 anos). O estudo foi desenvolvido no município de Biguaçu, litoral do Estado de Santa Catarina, em uma propriedade familiar localizada na comunidade de Fazenda de Dentro, pertencente a Microbacia de Fazendas. O clima da região é Cfa - mesotérmico úmido com verão quente definido. A precipitação anual é de 1.588 mm e a temperatura média anual é de 20,5˚C, com a média mínima no mês de julho de 16,4˚C e a média máxima no mês de fevereiro de 24,6˚C. Os principais solos de Biguaçu, nos relevos mais montanhosos, são classificados principalmente como cambissolos. O estágio de sucessão foi fornecido pelo próprio agricultor por meio entrevistas. O mesmo reside na propriedade familiar a mais de sessenta anos. A Área 1, apresenta uma dimensão de aproximadamente cerca de 1,0 ha, altitude de 167,50 m; encontra-se com características de estágio médio, com quinze anos de regeneração; vegetação lenhosa, com um aumento do número de plantas herbáceas, arbustivas e epífitas. Sobre a Área 2, a mesma encontra-se em estágio um pouco mais avançado de sucessão em relação a Área 1 (vinte e cinco anos de regeneração); sua dimensão é cerca de 1,0 ha, com altitude de 123,00 m; apresenta vegetação lenhosa, observa-se um sub-bosque desenvolvido e maior número espécies herbáceas, arbustivas e arvoretas. Já a Área 3, apresenta características muito semelhantes às da Área 2. Estágio mais avançado de sucessão em relação as demais (trinta anos de regeneração); sua dimensão é cerca de 1,0 ha, com altitude de 133,00 m; apresenta vegetação lenhosa, observa-se um sub-bosque bem desenvolvido e

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elevado número espécies herbáceas, arbustivas e arvoretas. A metodologia para a análise das observações fenológicas foi realizada pelo Índice de Fournier. As variáveis climáticas precipitação total mensal e temperatura média mensal, apresentaram alguma correlação com os valores de percentual de índice de Fournier, indicando que os eventos climáticos avaliados 13

podem influenciar direta ou indiretamente os padrões fenológicos das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii nos estágios de sucessão estudados. A caracterização anatômica do lenho da espécie H. alchorneoides resultante a partir deste estudo, estão de acordo com outros resultados obtidos para a mesma, observado na literatura. A indistinção de camadas de crescimento nos indivíduos de H. alchorneoides comum para as três áreas de sucessões estudadas, pode estar atrelada aos fatores ambientais uniformes ao longo do período. Desta forma, como a espécie nesta região fitoecológica a qual faz parte do Bioma Mata Atlântica, sugere-se que a espécie apresenta características como porosidade difusa, placa de perfuração simples, presença simultânea de vasos solitários e múltiplos, comprimento dos elementos de vasos, fibras com paredes delgadas ou espessas, raios com frequência de 4 - 12/mm, com 1 - 3 células, observadas como tendência para este Bioma de acordo com a literatura. A análise da sanidade das árvores com uso da tomografia por impulso, foi satisfatória quanto relacionada a análise visual, pois a H. alchorneoides foi a espécie que apresentou um maior número de representantes com problemas de injúrias, afloramento radicular e intensidade leve de ataques de fungos apodrecedores. A tomografia por impulso foi ineficiente em identificar a parte “oca” do fuste das árvores de C. glaziovii avaliadas. Desta forma, a tomografia de impulso não é apropriada para essa espécie ou necessita de ajustes por meio de estudos mais direcionados. A tomografia por impulso, foi capaz de identificar madeiras de reação (tensão e compressão) no tronco, esta observação revelada pela coloração vermelha a vermelha intensa das imagens tomográficas, ocorrendo em uma direção somente. Tal comportamento se verifica facilmente ao comparar a tomografia e a situação atual das árvores, que estão localizadas em áreas bastante inclinadas.

Palavras – chave: Regeneração, Sucessão Florestal, Florestas Secundárias, Biodiversidade, Fenofases, Métodos Não Invasivos.

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ABSTRACT

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CARVALHO, Adriel Furtado. Reproductive Phenology, Ecological Anatomy of the Wood and Sanity of Three Arboreal Species of the Ombrophilous Dense Forest, Santa Catarina. 2018. p. Thesis (PhD in Production) - State University of Santa Catarina. Postgraduate Program in Agricultural Sciences, Lages, SC. 2018.

The objective of this study was to verify the reproductive phenological behavior and health of the trees of the species Hyeronima alchorneoides Allemão at different stages of succession (15 years, 25 years and 35 years), Miconia cinnamomifolia (DC) Naud. (15 years and 35 years) and Cecropia glaziovii Sneth. (15 years and 25 years). A study on the ecological anatomy of the H. alchorneoides species was also carried out, considering the three different stages of succession (15 years, 25 years and 35 years). The study was carried out in the municipality of Biguaçu, on the coast of the State of Santa Catarina, in a family property located in Fazenda de Dentro community, belonging to Fazenda Microbacia. The climate of the region is Cfa - mesothermic wet with hot summer defined. The annual precipitation is 1,588 mm and the average annual temperature is 20.5 ° C, with the minimum average in July of 16.4 ° C and the maximum average in February of 24.6 ° C. The main soils of Biguaçu, in the most mountainous reliefs, are classified mainly as cambisols. The succession stage was provided by the farmer himself through interviews. The same is in family ownership for more than sixty years. Area 1 has a dimension of approximately 1.0 ha, altitude of 167.50 m; it is characterized by mid-stage characteristics, with fifteen years of regeneration; vegetation with an increase in the number of herbaceous, shrub and epiphytic . On Area 2, it is in a slightly more advanced stage of succession in relation to Area 1 (twenty-five years of regeneration); its size is about 1.0 ha, with an altitude of 123.00 m; woody vegetation, a developed sub-forest and a greater number of herbaceous, shrub and tree species. However, Area 3 has characteristics very similar to those of Area 2. More advanced stage of succession in relation to the others (thirty years of regeneration); its size is about 1.0 ha, with an altitude of 133.00 m; woody vegetation, a well- developed sub-forest

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herbaceous, shrub and tree species. The methodology for the analysis of the phenological observations was made by the Fournier Index. The climatic variables total monthly precipitation and average monthly temperature, showed some correlation with the values of percentage of Fournier index, indicating that the climatic events evaluated can influence directly or indirectly 17

the phenological patterns of the species H. alchorneoides, M. cinnamomifolia and C. glaziovii in the stages of succession studied. The anatomical characterization of the H. alchorneoides wood resulting from this study are in agreement with other results obtained for the same, observed in the literature. The indistinction of growth strata in individuals of H. alchorneoides common to the three succession areas studied may be linked to uniform environmental factors throughout the period. Thus, as the species in this phyto-ecological region which is part of the Atlantic Forest Biome, it is suggested that the species presents characteristics such as diffuse porosity, simple perforation plate, simultaneous presence of solitary and multiple vessels, length of vessel elements, fibers with thin or thick walls, rays with a frequency of 4 - 12 / mm, with 1-3 cells, observed as trend for this Biome according to the literature. The analysis of the health of the trees using impulse tomography was satisfactory as related to visual analysis, since H. alchorneoides was the species that presented a greater number of representatives with problems of injuries, root outcrop and mild intensity of fungal attacks rotting. Impulse tomography was inefficient in identifying the "hollow" of the stem of C. glaziovii trees evaluated. Thus, impulse tomography is not appropriate for this species or needs adjustment through more focused studies. Impulse tomography was able to identify reaction woods (tension and compression) in the trunk, this observation revealed by the intense red to red color of the tomographic images, occurring in one direction only. Such behavior can be easily verified by comparing tomography and the current situation of trees, which are located in fairly steep areas.

Key - words: Regeneration, Forest Succession, Secondary Forests, Biodiversity, Phenophases, Non - invasive Methods.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

CAPÍTULO I Figura 1 – Mapa do Município de Biguaçu no Estado de Santa Catarina...... 69 19

Figura 2 - Imagem de satélite da área da Microbacia de Fazendas, Biguaçu, SC...... 69 Figura 3 - Imagem de satélite da localização das Áreas estudadas: Área 1 (15 anos), Área 2 (25 anos) e Área 3 (30 anos); Fazenda de Dentro, Biguaçu, SC...... 71 Figura 4 - Frequências das classes de diâmetros a altura do peito (DAP) e alturas (h) dos representantes de H. alchorneoides (Licurana), M. cinnamomifolia (Jacatirão) e C. glaziovii (Embaúba) nas diferentes áreas de sucessão, Fazenda de Dentro, Biguaçú, SC...... 75 Figura 5 – Fenogramas (floração) das espécies H. alchorneoides (Licurana), M. cinnamomifolia (Jacatirão) e C. glaziovii (Embaúba), acompanhadas ao longo do período de agosto/2015 a agosto/2016, nas diferentes áreas sucessionais: Área 1 (15 anos), Área 2 (25 anos) e da Área 3 (30 anos) na Comunidade de Fazenda de Dentro, Biguaçú, SC...... 77 Figura 6 – Fenogramas (frutos imaturos e frutos maduros) das espécies H. alchorneoides (Licurana), M. cinnamomifolia (Jacatirão) e C. glaziovii (Embaúba), acompanhadas ao longo do período de agosto/2015 a agosto/2016, nas diferentes áreas sucessionais: Área 1 (15 anos), Área 2 (25 anos) e da Área 3 (30 anos) na Comunidade de Fazenda de Dentro, Biguaçú, SC...... 78 Figura 7 - Dados de precipitação total mensal (barras) e temperatura média mensal (linha) da região de Florianópolis durante o período de agosto/2015 a agosto/2017...... 84 Figura 8 - Padrão da sazonalidade da floração e frutificação das espécies H. alchorneoides(Licurana), M. cinnamomifolia (Jacatirão) e C. glaziovii (Embaúba) nas formações secundárias da comunidade de Fazenda de Dentro, Biguaçú, SC. .. 86 CAPÍTULO II Figura 1 – Mapa do Município de Biguaçu no Estado de Santa Catarina...... 123 Figura 2 - Imagem de satélite da área da Microbacia de Fazendas, Biguaçu, SC...... 123 Figura 3 - Imagem de satélite da localização das Áreas estudadas: Área 1 (15 anos), Área 2 (25 anos) e Área 3 (30 anos); Fazenda de Dentro, Biguaçu, SC...... 125 Figura 4 – Retirada de amostras (baguetas) com trado de incremento...... 125 Figura 5 – Hyeronima alchorneoides. A - (10x) Anéis de crescimento indistintos, vasos solitários e múltiplos, tilos (seta) (seção transversal); B – (10x) Raios heterocelulares (seção tangencial); C - 10x) Raios heterocelulares (setas) (seção radial); D – (40 x) Vaso com apêndices nas extremidades, placa de perfuração simples (macerado). Escalas: 200 μm...... 128 CAPÍTULO III

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Figura 1 – Mapa do Município de Biguaçu no Estado de Santa Catarina...... 162 Figura 2 - Imagem de satélite da área da Microbacia de Fazendas, Biguaçu, SC...... 162 21

Figura 3 - Imagem de satélite da localização das Áreas estudadas: Área 1 (15 anos), Área 2 (25 anos) e Área 3 (30 anos); Fazenda de Dentro, Biguaçu, SC...... 164 Figura 4 – Tomógrafo de impulso...... 170 Figura 5 – Sensores interligados em torno do fuste...... 171 Figura 6 – Operação para emissão de ondas com o martelete...... 172 Figura 7 – Conceitos da classificação para imagens geradas pelo tomógrafo de impulso. .... 173 Figura 8 – Conceitos da classificação para imagens geradas pelo tomógrafo de impulso. .... 183 Figura 9 - Imagens resultantes da tomografia de impulso da seção transversal das árvores para as espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii, localizadas na Área 1...... 184 Figura 10 - Imagens resultantes da tomografia de impulso da seção transversal das árvores para as espécies H. alchorneoides e C. glaziovii, localizadas na Área 2...... 184 Figura 11 - Imagens resultantes da tomografia de impulso da seção transversal das árvores para as espécies H. alchorneoides e M. cinnamomifolia, localizadas na Área 3...... 186

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO I Tabela 1 – Período de floração e frutificação das espécies Hyeronima alchorneoides, Miconia cinnamomifolia, Cecropia glaziovii, em Biguaçu, SC. ______83

Tabela 2 - Correlação de Spearman (rs) entre valores médios de variáveis climáticas e de Percentual de Intensidade de Fournier das fenofases em três estágios sucessionais para as espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii na comunidade de Fazenda de Dentro, Biguaçú, SC. ______85 CAPÍTULO II

Tabela 1 - Parâmetros anatômicos mensurados. ______127 Tabela 2 - Dados de diâmetro a altura do peito (DAP), altura (h) dos representantes selecionados da espécie H. alchorneoides, médias e desvios padrões para as três diferentes áreas de sucessão. ______128 Tabela 3 - Ficha biométrica das caraterísticas anatômicas quantitativas da Hyeronima alchorneoides para os três diferentes estágios de sucessão. ______130 CAPÍTULO III Tabela 1 – Grupo de informações para avaliação visual das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii, nas diferentes áreas de sucessão da Floresta Ombrófila Densa, na comunidade de Fazenda de Dentro, Biguaçú, SC. ______166 Tabela 2 - Dados de circunferência a altura do peito (CAP) e altura (h) dos representantes selecionados de cada espécie na Área 1. ______174 Tabela 3 - Dados de circunferência a altura do peito (CAP) e altura (h) dos representantes selecionados de cada espécie na Área 2. ______174 Tabela 4 - Dados de circunferência a altura do peito (DAP) e altura (h) dos representantes selecionados de cada espécie na Área 3. ______175 Tabela 5 - Local da árvore apresentando injúria, número e porcentagem de observações (Área 1). ______176 Tabela 6 - Local da árvore apresentando injúria, número e porcentagem de observações (Área 2). ______177 Tabela 7 - Local da árvore apresentando injúria, número e porcentagem de observações (Área 3). ______177 Tabela 8 - Afloramento do sistema radicular, número e porcentagem de árvores encontradas nas Áreas 1, 2 e 3. ______178 Tabela 9 - Interações entre árvores com polinizadores e líquens nas Áreas 1, 2, 3. ______179

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Tabela 10 - Locais de observação de fungos apodrecedores, número de observações e intensidade dos ataques nas árvores avaliadas (Área 1). ______180 Tabela 11 - Locais de observação de fungos apodrecedores, número de observações e intensidade dos ataques nas árvores avaliadas (Área 2). ______180 Tabela 12 - Locais de observação de fungos apodrecedores, número de observações e intensidade dos ataques nas árvores avaliadas (Área III). ______181 Tabela 13 - Classes de risco de queda para indivíduos da amostra e número de indivíduos identificados em cada classe. ______182

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...... 33 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...... 34 2.1 A FORMAÇÃO FLORESTA OMBRÓFILA DENSA NO ESTADO DE SANTA CATARINA 34 2.2 FORMAÇÕES FLORESTAIS COM VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA 35 2.3 SUCESSÃO SECUNDÁRIA, PROCESSO DE SUCESSÃO E ESTÁGIOS SUCESSIONAIS 37 2.4 ESPÉCIES FLORESTAIS IMPORTANTES NO PROCESSO DE SUCESSÃO DA FLORESTA OMBRÓFILA DENSA 39 2.5 FENOLOGIA E ESTÁGIO SUCESSIONAL 44 2.5.1 Fenologia Reprodutiva 46 2.5.1.1 Floração ...... 47 2.5.1.2 Frutificação ...... 48 2.6 ANATOMIA ECOLÓGICA DA MADEIRA 48 2.7 SANIDADE DA MADEIRA 51 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 53 CAPÍTULO I - FENOLOGIA REPRODUTIVA DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE SUCESSÃO NA FLORESTA OMBRÓFILA DENSA .... 64 RESUMO ...... 64 ABSTRACT ...... 65 1. INTRODUÇÃO ...... 66 2 MATERIAL E MÉTODOS ...... 69 2.1 ÁREA DE ESTUDO 69 2.2 ESPÉCIES ESTUDADAS 71 2.3 FENOLOGIA REPRODUTIVA 73 2.4 DADOS METEOROLÓGICOS 73 3 RESULTADOS ...... 74 3.1 FREQUÊNCIAS DE CLASSES (DAP E ALTURA) 74 3.2 FENOGRAMAS 76 3.2.1 Hyeronima alchorneoides 78 3.2.2 Miconia cinnamomifolia 79 3.2.3 Cecropia glaziovii 81 3.3 DADOS METEOROLÓGICOS 84 27

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4. DISCUSSÕES ...... 87 4.1 FLORAÇÃO 87 4.2 FRUTIFICAÇÃO 91 4.3 FENOLOGIA X DADOS CLIMÁTICOS 98 5. CONCLUSÕES ...... 100 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 100 CAPÍTULO II - ANATOMIA ECOLÓGICA DO LENHO DE Hyeronima alchorneoides Allemão (PHYLLANTHACEAE) EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE SUCESSÃO NA FLORESTA OMBRÓFILA DENSA ...... 118 RESUMO ...... 118 ABSTRACT ...... 119 1.INTRODUÇÃO ...... 120 2. MATERIAL E MÉTODOS ...... 123 2.1 ÁREA DE ESTUDO 123 2.2 COLETA DO MATERIAL 125 2. RESULTADOS ...... 128 4. DISCUSSÕES ...... 132 4.1 ANÁLISE QUALITATIVA 132 4.1.1 Camadas de Crescimento 132 4.1.2 Elementos de Vasos 133 4.1.3 Fibras 135 4.1.4 Parênquima Axial 136 4.1.5 Raios 137 4.2 ANÁLISE QUANTITATIVA 137 4.2.1 Elementos de Vasos 138 4.,2.2 Fibras 139 4.2.3 Raios 141 4.2.4 Parênquima Axial 142 5. CONCLUSÕES ...... 143 6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 144 CAPÍTULO III - SANIDADE DAS ÁRVORES DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE SUCESSÃO NA FLORESTA OMBRÓFILA DENSA .. 157 RESUMO ...... 157 ABSTRACT ...... 158 1. INTRODUÇÃO ...... 159 2. MATERIAL E MÉTODOS ...... 162 29

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2.1 ÁREA DE ESTUDO 162 2.2 ESPÉCIES ESTUDADAS 164 2.3 AVALIAÇÃO VISUAL 166 2.4 AVALIAÇÃO DA ÁRVORE PELO MÉTODO DA TOMOGRAFIA DE IMPULSO 170 3. RESULTADOS ...... 173 3.1 DAP E ALTURA DAS ESPÉCIES 173 3.2 AVALIAÇÃO VISUAL 176 3.2.1 Estado Geral 176 3.2.2 Biodeterioração 179 3.2.3 Avaliação Visual do Risco de Queda 182 3.3 TOMOGRAFIA DE IMPULSO 183 4. DISCUSSÕES ...... 186 4.1 AVALIAÇÃO VISUAL EXTERNA 186 4.2 TOMOGRAFIA DE IMPULSO 187 5. CONCLUSÕES ...... 190 ANEXO I ...... 198

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1 INTRODUÇÃO

Diante do cenário atual, a sociedade em busca do desenvolvimento, torna-se uma ameaça contínua aos recursos naturais. Estes recursos vêm sendo explorados ao longo de décadas sem observar os demais problemas que acarretam esta busca incessante do bem estar humano. Dentre os principais recursos naturais que se dissipam de forma abrupta, encontram-se as Florestas; o corte ilegal da madeira, o uso indevido da terra, a ausência de manejo e principalmente a falta de consciência da sociedade, são alguns dos fatores preponderantes na exaustão deste recurso. Segundo a FAO (2006), devido à diminuição das áreas de formações tropicais primárias em todo mundo, as formações florestais secundárias se elevam continuamente. Mesmo que a América Latina obtenha uma elevada cobertura de floresta tropical primária, quase 80% (FAO, 2010), o crescimento da atividade agrícola nos últimos anos tem elevado as dimensões de florestas secundárias (BRANCALION et al., 2012) Dados da Fundação SOS Mata Atlântica (2015) revelam uma estimativa da existência de apenas 8,5 % de sua cobertura; ou seja, a Mata Atlântica é uma área de elevada prioridade no que diz respeito ao aspecto de conservação (MYERS et al., 2000). Apesar de apresentar uma área extremamente reduzida, em comparação à área original, o domínio Mata Atlântica ainda obtém a flora mais rica do Brasil (FERNANDES, 2006). A Mata Atlântica sensu lato (JOLY et al. 1999) revela-se como a segunda maior floresta tropical das Américas, adentrando até o leste do Paraguai e nordeste da Argentina (TABARELLI et al. 2005). Antigamente sua cobertura era mais de 1,5 milhões de Km² (92% da área localizada dentro Brasil) (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INPE, 2002; GALINDO-LEAL; CÂMARA, 2003). Queiroz (1994) falando sobre o ecossistema localizado no estado de Santa Catarina, descreve que o mesmo foi afetado negativamente pela agricultura, onde nos locais de abandono da atividade, ocorreu o surgimento de formações secundárias formando um mosaico de vegetação na paisagem, com diferentes estágios de sucessão. Este mosaico formado pelo conjunto de formações secundárias e floresta primária alterada, representa 28, 9% de sua área original, altamente fragmentada com mais de 80% dos remanescentes com até 50 ha (VIBRANS et al., 2013). 34

De acordo com Siminski (2004), tais fragmentos estão presentes nas propriedades particulares (abandonados e perturbados) e consistem os últimos núcleos de biodiversidade do ecossistema Mata Atlântica. Estas áreas de florestas secundárias apresentam grande importância, pois são ambientes determinantes para a continuidade estrutural e funcional da biodiversidade (KAMMESHEIDT, 2002; BREARLEY et al., 2004; VAN BREUGEL, 2007), servem de base para o desenvolvimento sustentável (PINEDO-VASQUEZ et al., 2001), atendem as necessidades de madeira e demais produtos não madeiráveis (NEUMANN; HIRSCH, 2000; BALDAUF et al., 2007), atualmente no que se refere ao sequestro de carbono (FEARNSIDE, 2000; VACCARO et al., 2003; RICHARDS; STOKES, 2004). Assim, tais formações secundárias necessitam de cuidado especial, já que atualmente representam a maior disponibilidade de área para manejo das espécies (REIS et. al., 1993). Como estas formações secundárias apresentam idades diversificadas, inseridas em áreas rurais, são aptas para um estudo sincrônico (LEPART; ESCARRE, 1983); porém com certa frequência estes estudos são temporais (UHL et al., 1988; COELHO et al., 2003). Neste contexto, trabalhos que tenham por objetivo à manutenção destas formações secundárias, perpassam por estudos que unam tecnologia e ecologia das espécies, visando principalmente formas de manejo da floresta dando suporte pra seu desenvolvimento sustentável.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 A Formação Floresta Ombrófila Densa no Estado de Santa Catarina

No litoral do Estado de Santa Catarina, a qual inclui o município de Biguaçu, a vegetação é predominante de Florestal Ombrófila Densa (Florestal Pluvial Tropical), ecossistema associado ao Bioma Mata Atlântica, que é caracterizado também pela ocorrência de formações florestais, como floresta ombrófila mista e aberta, floresta estacional semidecidual e estacional decidual, manguezais, restingas e campos de altitude associados e brejos interioranos no Nordeste e as florestas com Araucária (Ombrófila Mista) nos planaltos da região Sul, situados a oeste da Serra do Mar (SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES FLORESTAIS, 2012). 35

Segundo Klein (1978) a Floresta Ombrófila Densa apresentava uma área original de 29.282 Km² ou 31% do território de Santa Catarina. Vibrans et al. (2013) através dos dados levantados pelo Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC, 2013), revelam um cenário onde a Floresta Ombrófila Densa atualmente abrange uma área territorial estimada de 12.618, 50 Km² ou 40,1% da cobertura florestal. A denominada Floresta Ombrófila Densa de Encosta Atlântica ocorre no Litoral e estende-se até a Serra Geral, do Mar e do Espigão; no estado de Santa Catarina (KLEIN et al. 1986). Esta se apresenta por um dossel uniforme no que se refere à coloração, forma das copas e altura, definindo uma fitofisionomia bastante característica, variando pouco durante o ano todo (REIS, 1995). A característica marcante dessa fisionomia está na presença de grandes árvores que com elevada dificuldade se sobressaem no dossel (KLEIN, 1980). De acordo com Dean (1996) com o início da colonização pelos imigrantes europeus que acabaram ocupando a costa litorânea extraindo as madeiras nobres, também ocorreu o início do processo de desmatamento e degradação da Floresta Ombrófila Densa, como também ocorreu com os demais ecossistemas florestais do Brasil. Dean (1996) ainda destaca que em 500 anos o entendimento entre colonizadores e a floresta, foi de elevada exaustão dos recursos. No estado de Santa Catarina ocorreu o mesmo exemplo a nível de Brasil. Com a chegada dos primeiros colonos açorianos no século XVIII e os alemães e italianos no século XIX, a degradação atingiu níveis catastróficos (CARUSO, 1990; JOCHEM; ALVES, 1999). Vale levar em consideração, a necessidade de estes colonos sobreviverem nestas áreas e a expansão da agropecuária, como fatores preponderantes para o desmatamento da floresta; porém a atividade agropecuária torna-se o principal fator no litoral catarinense (JOCHEM; ALVES, 1999). Além da expansão agropecuária descrita como o principal fator para o desmatamento no estado, deve ser levado em consideração também a ocupação desenfreada do ambiente, questões imobiliárias, obras rodoviárias, hidroelétricas e industriais (REIS et al., 1995). Atualmente a Floresta Ombrófila Densa, a exemplo das demais formações presentes no estado de Santa Catarina, encontra-se bastante fragmentada, onde tais fragmentos representam 74% do total dos remanescentes (VIBRANS et al., 2013).

2.2 Formações Florestais com Vegetação Secundária

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Dados estimados revelam que no início deste século, as florestas tropicais secundárias já representavam mais de 35% da área florestal (ITTO, 2002). Regiões do mundo como Oceania, América Central, Caribe, sul e sudeste asiático e nas áreas central, ocidental, oriental e sul da África, as formações de florestas secundárias chega a 70% da área total de florestas (FAO, 2010). O bioma Mata Atlântica, é o ecossistema tropical que apresenta maior degradação do mundo (VIANA; TABANEZ, 1996). Este bioma atualmente apresenta remanescentes totalmente fragmentados por formações florestais secundárias (REIS et al., 1995). Uma definição para vegetação secundária seria um conjunto de populações vegetais que desponta logo em seguida a um impacto natural ou antrópico; apresenta estádios sucessionais bem delimitados, tendendo a reconstrução da vegetação original, tornando-se num recomeço das florestas tropicais em áreas que foram alteradas (KLEIN, 1980; KAGEYAMA; CASTRO, 1989). Ainda Klein (1979) conceitua vegetação secundária como o grupo de populações vegetais, que aparecem logo em seguida à devastação da floresta ou após abandonar a área agrícola. Reis et al. (1995) define que nas formações secundárias as espécies envolvidas no processo de ocupação da área, pode ser resultado do grupo chamado de pioneiras de clareiras ou de áreas com limitações edáficas. A importância em definir qual a origem das espécies para configurar as florestas secundárias está em que a sucessão pode ocorrer por meios de propágulos que chegam à área abandonada ou por propágulos de espécies subsequentes (KLEIN, 1980; QUEIROZ, 1995). Já Chokkalingam e De Jong (2001), definem que as florestas secundárias são áreas de vegetação em estágio de regeneração, as quais passaram por processo de perturbação antrópica e/ou natural por um curto período ou durante um período prolongado; caracterizada por apresentar diferente estrutura e composição de espécies, comparada a floresta madura localizada próxima à área. A maneira com que as formações secundárias se estruturam, por meio de ações antrópicas, está atrelada principalmente as características da fertilidade do solo, do clima que a região apresenta, e da menor distância das matas originais (KLEIN, 1980; WHITMORE, 1998; GUARIGUATA; OSTERTAG, 2001). Assim, o aumento da degradação química e física do solo e ativo da área, talvez definam a elevação do número de estádios sucessionais ou a fixação do ato da regeneração (WHITMORE, 1998).

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2.3 Sucessão Secundária, Processo de Sucessão e Estágios Sucessionais

De acordo com Gomez-Pompa (1971) a sucessão secundária é a maneira com que as florestas tropicais formam-se novamente, renovando áreas alteradas de diferentes pontos da floresta. No momento que uma ou várias árvores morrem naturalmente ou por acidente, abra-se o dossel da floresta (clareira); assim as condições ambientais (luminosidade, temperatura do ar e solo, precipitação, disponibilidade de nutrientes, umidade relativa) são alteradas neste local (BAZZAZ; PICKETT, 1980). Tais condições dependem do tamanho e forma da clareira (OLDEMAN, 1978; HARTSHORN, 1978; ORIANS, 1982). Queiroz (1995) ainda descreve que o processo de regeneração natural da vegetação após ocorrências naturais ou por intervenção antrópica, representa um sistema dinâmico progressivo e contínuo de restauração, oportunizando a cobertura original da área. Ao dar-se o início no processo de sucessão, o deslocamento de plantas de determinado ponto até determinada área, bem como sua fixação, são dependentes da capacidade do sítio; onde após esta etapa, as plantas se estabelecem. Em dado momento inicial, tem-se a impressão que as espécies se desenvolvem misturadas de forma aleatória, porém anteriormente já houve uma seleção para que as mesmas germinassem. As espécies que apresentam elevado potencial ecológico chegam primeiro, logo em seguida as das áreas próximos e as que apresentam facilidade de se disseminar. No primeiro estágio de sucessão, as características favoráveis do sítio determinam se várias espécies vão ocupar a área ou somente as altamente especializadas. No caso de áreas descobertas, em geral oriundas de culturas abandonadas, as espécies vizinhas que irão direcionar os estágios iniciais de sucessão (BRAUN-BLANQUET; 1964). Nas áreas onde outrora eram cobertas por determinada comunidade florestal, e que passaram por grandes perturbações antrópicas, o processo de sucessão nestes locais é chamado de sucessão secundária. A diferença da sucessão secundária para a sucessão primária, é que o processo de sucessão secundária apresenta estágios sucessionais bem definidos, formado por um pequeno número de espécies dominantes (KLEIN, 1980). Klein (1980) ainda destaca que nos estádios sucessionais apresentam-se tipos biológicos que vão caracterizar a fisionomia da vegetação; desta forma ao grupo de mudanças que ocorrem na vegetação secundária, denomina-se série sucessional da subsere. A ecologia da flora e da vegetação do Vale do Itajaí foi caracterizada por Klein (1979- 1980), diferenciando os estádios do processo sucessional. Reis (1995) descreve que tais 38

caraterísticas para outras tipologias, seguem um processo dinâmico semelhante no que diz respeito à função e a dinâmica, variando as espécies. Klein (1979-1980) diferencia os estágios sucessionais desta forma: a) Estádios Pioneiros: Estes definem o início do processo de sucessão. Conforme Klein (1980) aqui se apresentam as plantas herbáceas, resultado de abandono de áreas após períodos longos de cultivo do solo. Ex: Pteridium aquilinum (samambaia-das- taperas), Melinis minutiflora (capim-melado ou capim-gordura) e Andropogon bicornis (capim-rabo-de-burro). b) Estádio Arbustivo: Pode ser denominado de “capoeirinha” ou Baccharisietum. Neste estádio ocorre o aparecimento de arbustos e é característico de áreas que foram abandonados em cinco ou mais anos e podem permanecer até dez anos. Ex: Asteraceas - Baccharis elaeagnoides (vassourão-branco), B. calvescens (vassoura- braba), B. dracunculifolia (vassoura) e por Dodonaea viscosa (Sapindaceae) (KLEIN, 1980). c) Estádio de Arvoretas: De acordo com Reis (1995) este estádio é caracterizado pela presença da Myrcine coriaceae (Myrsinietum) ou pelo surgimento de espécies do gênero ; espécies de pequeno porte e copas esparsas. Chamado também de “capoeira”, o mesmo substitui os vassourais por arboretas. Klein (1980) observa que quando grande parte dos indivíduos de Myrcine coriaceae atingir idade de 10 a 15 anos no terreno abandonado, a espécie Miconia cinnamomifolia (jacatirão-açu), inicia a sua ocupação, dando sequencia ao próximo estádio. d) Estádio Arbóreo Pioneiro: Este estádio é marcado pela ocupação da Miconia cinnamomifolia (Miconietum). Indivíduos com altura variando entre 10 e 15 m de altura, copas abrangentes e em alta densidade, promovendo um microclima e sombreamento ótimos auxiliando na instalação de demais espécies arbustivas e arbóreas. Ex: Miconia cabucu (pau-chumbo), Didymopanax angustissimum (caxeta), Hieronyma alchorneoides (licurana), Euterpe edulis (palmito) principalmente no extrato médio (KLEIN, 1980). Klein (1980) ainda observa que entre os estádios Miconietum e Arbóreo Avançado, existem algumas fases intermediárias, porém de difíceis diferenciações. No momento inicial da transição, surgem as espécies: Ocotea aciphylla (canela- amarela), Myrcia glabra (guamirim-chorão), Myrcia pubipitala (guamirim-araçá), exemplares jovens; e no estrato intermediário: Euterpe edulis, Sorocea bonplandii (espinheira-santa) e Gomidesia spectabilis (guamirim-vermelho). 39

É nesta fase de transição que também começam a surgir, as epífitas (bromélias, orquídeas) e lianas (cipós), praticamente inexistentes nos estágios anteriores (KLEIN, 1980). e) Estádio Arbóreo Avançado: Klein (1980) denomina este estádio de Mata Secundária. Caracterizado pela presença de árvores com 10 a 20 m de altura, podendo chegar á 25 m. Ex: Tapira guianensis (cupiuva), Alchornea triplinervia (tanheiro), Guapira opposita (Maria-mole), Hieronyma alchorneoides (licurana), Rollinea sericea (cortiça) e Guatteria australis (cortiça). Segundo Roderjan & Kuniyohsi (1988), surgem espécies mais exigentes em relação ao ambiente. Ex: Ocotea pretiosa (canela-sassafras), Cinnamomum glaziovii (garuva), Nectandra megapotamica (canela-parda), Sloanea guianensis (laranjeirado- mato) e Ocotea catharinensis (canela-preta). É neste estádio, num estrato herbáceo- arbustivo, que aparecem as lianas (cipós), epífitas e constritoras, além dos xaxins, caetês, e um grande número de epífitas das famílias Bromeliaceae, Orquidaceae, Araceae. Ex: cipó- braço-de-rei (Mikania sp.) e a figueira-mata-pau (Coussapoa schottii) e outras lianas das famílias Sapindaceae, Bigoniaceae e Leguminosae. Ocorrem, ainda, as taquaras ou carás (Chusquea sp.), e samambaias das famílias Polipodiaceae e Aspidiaceae. Já a resolução do CONAMA nº 04/1994 (BRASIL, 1994), divide as formações secundárias da Floresta Ombrófila Densa em Santa Catarina, de acordo com a idade, em três classes: a) Estágio inicial: A maioria dos indivíduos apresentam características herbáceas/arbustivas de baixo porte, poucas espécies arbóreas; árvores com altura média de até 4 metros e cobertura vegetal variando de fechada a aberta (sub-bosque ausente) e diâmetro à altura do peito (DAP) médio abaixo de 8 centímetros; b) Estágio médio: Indivíduos com características arbóreas e arbustivas, altura média de até 12 metros (com cobertura aberta à fechada e ocorrência de indivíduos emergentes) e DAP médio de até 15 centímetros; c) Estágio avançado: Presença de indivíduos de características arbóreas, com dossel fechado e relativamente uniforme; a altura média total das árvores maior que 20 metros e o DAP médio é superior a 25 centímetros; neste caso podem apresentar características de vegetação primária.

2.4 Espécies Florestais Importantes no Processo de Sucessão da Floresta Ombrófila Densa 40

a) Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. (Jacatirão - açú)

A Miconia cinnamomifolia (Dc.) Naud., conhecida como “micônia”, “carvalho vermelho”, “jacatirana” ou “guaratã” (CARVALHO, 1994), está incluída no gênero Miconia o qual possui mais de 900 espécies, sendo que no Brasil é representada por aproximadamente 250 espécies de uso ornamental. Este gênero pertence a família (LAWRENCE, 1976; BARROSO et al., 1984; MARTINS et al., 1996). A ocorrência da Miconia cinnamomifolia vai desde a Bahia até Santa Catarina, em altitudes que variam de 600 metros até o nível do mar. Por ser uma espécie característica da Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), pode ser encontrada nas formações Baixo – Montana e Submontana (KLEIN, 1979). Tipicamente encontrada em clareiras, possui grande capacidade para se tornar uma pioneira antrópica e de formar densos aglomerados chamados de Miconietum, com longevidade de 30 a 50 anos (REITZ et al., 1978). Especializou-se em pequenas clareiras (LEITE; TAKAKI, 1999). Considerada uma árvore perenifólia, sua altura varia de 15 a 20 metros, o fuste é reto, com diâmetro à altura do peito de 30 a 40 cm. A copa é arredondada, de cor verde clara. Forma uma ramificação cimosa, densa e ascendente. A copa é arredondada do tipo umbeliforme, com grande número de folhas de cor verde-clara (CARVALHO, 2006). A casca do tronco possui até 10 cm de espessura, a casca externa apresenta coloração marrom-escura e a interna é esbranquiçada; outra característica é a presença de várias fissuras longitudinais. As folhas medem 5 a 12 cm de comprimento e 4 a 5 cm de largura, formas ovais e elípticas, disposição oposta, simples, coriáceas, presença de pecíolo de 1 a 2,5 cm de comprimento e pseudo-estípulas interpeciolares; a base é aguda pouco decurrente, topo agudo acuminado, nervuras reticuladas e finas, margem revoluta; observa-se nas folhas maduras que as faces são glabradas (CARVALHO, 2006). A Miconia cinnamomifolia é uma espécie hermafrodita de polinização cruzada; suas flores são pequenas de coloração branca, em panícula multifloral, perfumadas, que a caracterizam como planta de grande potencial para a arborização de parques e jardins. O fruto é uma baga cor atro-violácea escura, maturação irregular e são avidamente procurados pela avifauna (CARVALHO, 2006; LORENZI, 1998). De acordo com Schorn et al. (2012), a M. cinnamomifolia é uma das espécies de maior valor de importância no componente arbóreo/arbustivo da Floresta Ombrófila Densa em Santa 41

Catarina. Esta espécie ainda está entre as principais espécies de regeneração natural em altitudes abaixo de 30 m como também se encontra associada às espécies que ocorrem entre 30 – 500 m de altitude (LINGNER et al., 2013a). A M. cinnamomifolia, relacionam-se entre as 4 espécies de maior abundância na formação Floresta Ombrófila Densa de Santa Catarina (LINGNER et al., 2013b). As áreas, onde os produtores familiares de Biguaçu S. C. estão inseridos, são em grande parte florestas secundárias, onde segundo Schuch et al. (2008), a M. cinnamomifolia (De Candolle) Naudin é uma das principais espécies dominantes.

b) Hieronyma alchorneoides Allemão (Licurana)

Conforme o sistema de classificação baseado no The Angiosperm Phylogeny Group (APG IV, 2016), a Hieronyma alchorneoides pertence à família Phyllanthaceae que recentemente foi separada das Euphorbiaceae. No Brasil, apresenta-se do Amapá ao Rio Grande do Sul (CARVALHO, 2009). Está dispersa pela Mata Atlântica de Santa Catarina, principalmente no litoral (REITZ et al., 1978), podendo ser encontrada desde o estuário do Amazonas até o Rio Grande do Sul (RIZZINI, 1978). Na Floresta Ombrófila Densa (Floresta Tropical Pluvial Atlântica), a Hieronyma alchorneoides apresenta-se nas formações das Terras Baixas, Submontana e Montana, no Paraná, no Estado do Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Estado de São Paulo, com frequência de até 25 indivíduos por hectare (CARVALHO, 2009). A Hieronyma alchorneoides encontra-se preferencialmente na floresta primária com densidades baixas (CLARK; CLARK,1992; LONGWOOD, 1962). Seu desenvolvimento ocorre preferencialmente desde o início até a altura média das encostas, em solos pedregosos e com declividade acentuada. É uma espécie considerada pioneira, anualmente produz um número elevado de frutos e sementes férteis, o que garante uma regeneração abundante da espécie. Proliferam-se com maior intensidade após o Miconietum, onde domina a Miconia cinnamomifolia. É umas das espécies dominantes em estágios da floresta secundária, em terrenos abandonados entre 30 – 50 anos (SMITH et al., 1988). Sua adaptação ocorre tanto em florestas primárias quanto nas secundárias, porém sua vitalidade e agressividade evidenciam-se mais nas formações secundárias. Por não exigirem solos com alto teor de húmus, podem ser utilizadas no reflorestamento de capoeiras ou capoeirões, ou mesmo em cultivo homogêneo (REITZ et al., 1978). 42

Sua altura varia entre 20 a 30 metros com diâmetro à altura do peito variando de 50 a 70 cm. A ramificação é do tipo cimoso, com engalhamento largo e tortuoso. O tronco é caracterizado por apresentar forma cilíndrica, reto ou geralmente tortuoso (REITZ et al., 1978). Casca de coloração acinzentada e fissuras superficiais, com cerca de 10 mm de espessura (RIZZINI, 1978). Externamente a superfície da casca possui cor cinzento-escura, fissurada, com sulcos estreitos, longitudinais e internamente a coloração é avermelhada e de sabor amargo (CARVALHO, 2009). Apresenta flores brancas e verde-amarelo nas panículas axilares, são dioicas, ocorrendo desenvolvimento de algum dos sexos (COSEFORMA, 1998). Carvalho (2009) descreve no comunicado técnico da Embrapa, que a Hieronyma alchorneoides é uma espécie dióica, alógama, cujas inflorescências são do tipo panícula, subterminais, axilares as quais o comprimento varia de 8 cm a 12 cm; as flores são bastante pequenas de cor amarela. O número de ramos nas panículas varia nas árvores masculinas de 9 a 10 e na feminina é igual a 5. O fruto possui característica de cápsula ovado-globosa, o seu comprimento varia de 4 a 5 mm; quando maduro a sua coloração é de roxo a negro. Não possui pelos e apresenta até 3 sementes. As sementes são de cor preta em forma de globo, com tegumento é bastante duro (CARVALHO, 2009). A dominância relativa apresentada pela Hieronyma alchorneoides (3,1 %), destaca-se na floresta ombrófila densa de Santa Catarina em relação às outras espécies; é também uma das espécies de maior valor de importância no componente arbóreo/arbustivo da mesma (SCHORN et al., 2012). A Hieronyma alchorneoides destacam-se dentro das principais espécies encontradas no componente arbóreo/arbustivo que abrange 30 – 500 m (LINGNER et al., 2013a). A Hieronyma alchorneoides , relaciona-se entre as de maior abundância na Floresta Ombrófila Densa de Santa Catarina, com 15,4 ind/ha (LINGNER et al., 2013b). Segundo Sevegnani et. al (2013), a Hieronyma alchorneoides é a terceira espécie em estádio sucessional avançado da Floresta Ombrófila Densa em Santa Catarina, com maior valor de importância relativo no estrato arbóreo (2,2 %), a espécie ainda é a segunda que apresenta maior valor de dominância absoluta (1,0 m²/ha) dentre as espécies neste estádio

c) Cecropia glaziovii Sneth. (Embaúba)

O gênero Cecropia Loefl. Já pertenceu à família Moraceae (BERG et al., 1990), logo foi introduzida na família Cecropiaceae (BERG, 1996). Com o avanço dos estudos moleculares 43

para a identificação e classificação botânica das espécies, Sytsma et al. (2002), sugerem que o gênero Cecropia seja inserido na família Urticaceae. A Cecropia glaziovii apresenta-se distribuida desde o Rio Grande do Sul até a Bahia, em ecossistema de Floresta Ombrófila Densa (BACKES; IRGANG, 2002). Do ponto de vista ecológico Cecropia glaziovii é uma espécie pioneira (KAGEYAMA; GANDARA, 2000). Em Santa Catarina a Cecropia glaziovii Snethl. ou C. adenopus Mart. ex Miq. (sinonímia botânica segundo BACKES; IRGANG, 2002), ocorre em remanescentes de Floresta Ombrófila Densa (Klein, 1979), os quais encontram-se predominantemente em estágios iniciais de regeneração (ISA, 2001). O gênero Cecropia apresenta plantas arbóreas, dióicas, apresentam folhas simples, grandes, lobadas e peltadas; suas flores são nuas reunidas em inflorescências do tipo amentilho (BACKES; IRGANG, 2002). A infrutescência é carnosa, comestível, e o fruto individual é do tipo aquênio. A característica do tronco é anelado na cicatriz das estípulas caducas, o mesmo em seu interior é oco, dividido em septos transversais (CARVALHO, 1994). A arquitetura de Cecropia é do tipo conspícua, facilmente distinguida devido seu tronco cilíndrico monopodial de onde partem ramos morfologicamente idênticos ao tronco (HALLÉ et al., 1978 APUD SPÓSITO; SANTOS, 2001), suas folhas estão concentradas nas partes terminais de ramos e troncos. Em várias espécies de Cecropia, a fase reprodutiva inicia-se após a ramificação do tronco (SPÓSITO; SANTOS, 2001). Devido ao grande o número de animais que podem cumprir o papel de dispersores de sementes, diversos trabalhos colocam as epécies de Cecropia entre as mais comuns no banco de sementes em diversos ambientes e diferentes estágios de regeneração da floresta (ARAÚJO et al., 2001; ARAÚJO, 1998; MARTINEZ-RAMOS et al., 1989). Durante todas as fases de seu desenvolvimento, observa-se a sua dependência de luz; assim, se caracterizam por espécies dependentes de clareiras ou bordas de florestas para seu efetivo estabelecimento (ALVAREZBUYLLA & MARTINEZ-RAMOS, 1992; WITHMORE, 1990; BROKAW, 1986). Desta forma, se estabelecem e se desenvolvem em condições de luminosidade na floresta, tais como clareiras naturais, clareiras antrópicas e bordas, ocorrendo em elevadas densidades em clareiras (KAGEYAMA, 2001). No Estado de Santa Catarina, a Cecropia glaziovii destaca-se dentro das principais espécies encontradas no componente arbóreo/arbustivo que abrange 30 – 500 m de altitude (LINGNER et al., 2013). Segundo Sevegnani et al. (2013), a Cecropia glaziovii também destaca-se por se encontrar entre as espécies com maior valor de dominância na composição da 44

Floresta Ombrófila Densa. Vibrans et al. (2013), identificou a Cecropia glaziovii, como uma das espécies com elevado valor de importância na formação FOD. Os dados do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC) (2013), incluem a Cecropia glaziovii, entre as mais representativas por unidade amostral, com uma frequência em torno de 73 % (LINGNER et al., 2013). Em regeneração natural, a Cecropia glaziovii também merece destaque nas unidades amostrais estudadas (MEYER et al., 2013).

2.5 Fenologia e Estágio Sucessional

Trabalhos desenvolvidos por Uller-Gómez e Gartner (2008) e Fantini et al. (2010), identificaram que o manejo tradicional da terra realizado nas comunidades do município de Biguaçu, consiste em derrubar a floresta, queimar os restos de vegetação existentes e ocupar a área por 3 a 4 anos para o plantio de mandioca. Após a colheita, a área é deixada em pousio por um período de 10 a 15 anos para que a floresta se regenere naturalmente. Este manejo em questão é conhecido como roça-de-toco ou coivara, podendo ser um sistema auto-sustentável de uso da terra (OLIVEIRA, 1994; SIMINSKI; FANTINI 2007). Esta tradição é milenar nas populações indígenas do litoral brasileiro (ADAMS, 2000; OLIVEIRA, 2002). De acordo com Fantini et al. (2010), esse método de regeneração é denominado de sucessão florestal; pois, ocorre em estágios sucessivos e surgem novas espécies ao longo do processo. Esta é chamada de vegetação secundária ou floresta secundária, já que a mesma se desenvolveu numa área que outrora havia uma floresta e que posteriormente foi derrubada. A derrubada da floresta para uso agrícola e posterior abandono (pousio), promove um retorno da área a uma condição inicial na linha do tempo da sucessão florestal. A agricultura de corte e queima ou em regime de pousio – situações comuns no passado da Mata Atlântica (DEAN, 1996) e que perduram até hoje, vem aumentando a demanda por terras cultiváveis; isto promove diminuição no período entre os ciclos de abandono e uso e, por consequência compromete a qualidade das florestas secundárias formadas após o abandono da área (METZGER, 2002). De forma geral a sucessão vegetal é estudada somente conforme as características estruturais (biomassa, riqueza de espécies, densidade, abundância, etc...); porém aliar os mesmos com estudos sobre o funcionamento das comunidades em sucessão é de grande interesse, pois estas comunidades podem obter novamente sua função ecológica antes de recuperarem sua composição florística (GUARIGUATA; OSTERTAG, 2001). 45

Segundo Lieth (1974), estudos sobre fenologia são considerados os melhores parâmetros para caracterizar ecossistemas, principalmente quando tratam de trabalhos que avaliam comunidades diferentes em locais próximos (MORELLATO et al. 1989). Estes estudos sobre fenologia são considerados de grande importância para compreender a complexidade dinâmica dos ecossistemas florestais; porém o conhecimento fenológico é escasso e muito fragmentado em áreas tropicais (FOURNIER; CHARPANTIER, 1975). Diversos trabalhos têm demonstrado que o estágio sucessional (SAKAI, 2001; KANG; BAWA, 2003; FAGUNDES et al., 2007) e a fragmentação do habitat (FUCHS et al. 2003; LAURANCE et al. 2003; QUESADA et al., 2004; LOBO et al., 2005) afetam diretamente a fenologia das espécies. Há de se esperar que tenha uma maior quantidade de recursos em ambientes de estágio sucessional mais inicial, na qual grupos de espécies r-estrategistas (pioneiras) aparecem com maior frequência (LAURANCE et al. 2003), já que grande parcela de seus recursos são para a reprodução. Assim, espera-se que nestes locais, a frequência de eventos reprodutivos são maiores (mais prolongados e intensos) (AUGSPUGER 1983; KANG; BAWA, 2003). O termo fenologia tem origem da palavra grega “phaino”, que significa mostrar ou aparecer (RATHCKE; LACEY, 1985). A fenologia é o estudo dos eventos biológicos repetitivos, das causas de sua ocorrência, em correlação a seu meio ambiente (biótico e abiótico), abrangendo nos vegetais os padrões estacionais de floração, frutificação, queda e brotamento foliar, tendo relevância para compreender o funcionamento dos ecossistemas naturais (TALORA; MORELLATO, 2000; D’EÇA-NEVES; MORELLATO, 2004; RUIZ; ALENCAR, 2004; CALVI; RODRIGUES, 2005; EMMERICK, 2007; NOVAES, 2007). Ela reúne informações sobre o estabelecimento de espécies, o período de crescimento, reprodução e a disponibilidade de recursos alimentares, que podem estar associadas a mudanças na qualidade e na abundância de recursos (CALVI; RODRIGUES, 2005; SANTOS; TAKAKI, 2005; EMMERICK, 2007). Segundo Willians-Linera & Meave (2002), a fenologia foca em estudos com finalidade de conhecer os eventos biológicos cíclicos de forma temporal, que no caso das plantas, os dados são baseados na coleta de informações sobre a foliação, floração e frutificação, suas correlações com os fatores climáticos, e suas influências nas interações bióticas. Podem ocorrer variações nos padrões fenológicos dentro de uma espécie, se avaliados em diferentes ecossistemas (NEWSTROM et al., 1994), devendo ser ressaltado que a taxa de floração e frutificação pode variar entre populações, entre indivíduos e entre anos 46

(STEPHENSON, 1981). Vários fatores podem influenciar estas variações fenológicas. A exposição à luz, o dano foliar (MARQUIS, 1988), o estresse hídrico (WRIGHT, 1991) e o aborto de flores (BAWA; WEBB, 1984) são alguns dos fatores mais importantes que influenciam os padrões fenológicos das plantas. O enfoque dado pelo estudo fenológico das espécies é muito variável. Alguns relacionam a periodicidade e sincronismo dos eventos fenológicos de acordo com os níveis hierárquicos (comunidade, população, espécies), em grupos morfológicos (lianas e epífitas) ou ecológicos quanto ao hábito (arbóreas, arbustivas e herbáceas). Podem levar em consideração o estrato (dossel e sub-bosque), as estratégias reprodutivas (r e k estrategista) e até mesmo à síndrome de dispersão (zoocórico e anemocórico), possibilitando a comparação entre ecossistemas diferentes (WILLIAMS-LINERA; MEAVE 2002; SAKAI, 2001; FORREST; MILLER-RUSHING, 2010). Em nível de Brasil, os estudos sobre fenologia em espécies florestais estão concentrados na Amazônia (ALENCAR et al., 1979; PERES, 1994a; PERES, 1994b; GRIBEL et al., 1999; RUIZ; ALENCAR, 2004; HAUGAASEN; PERES 2005; PINTO et al., 2005) e no sudeste, com maior influência no estado de São Paulo (MORELLATO et al., 2000; TALORA; MORELLATO, 2000; RAMOS; MAE, 2005; CASTRO et al., 2007; GENINI et al., 2009; STAGGEMEIER et al., 2010). No estado de Santa Catarina, os estudos fenológicos são poucos e recentes (MANTOVANI, et al., 2004; ZONTA; OLIVEIRA, 2015), em formações da Floresta Ombrófila Densa mais raros ainda (MANTOVANI, et al., 2003; MENDONÇA, 2004) e considerando a sucessão florestal, inexistentes.

2.5.1 Fenologia Reprodutiva

Dentre os períodos de vida do vegetal, a fase reprodutiva é a que sofre maior intervenção do ambiente devido suas variações (fotoperíodo, umidade, temperatura, polinizadores e dispersores); tais variações podem interferir diretamente nas florações e frutificações de um ano para outro (JANZEN, 1967). Janzen (1967) ainda destaca que quando se refere à comunidade vegetal, a fase reprodutiva mostra-se de forma rítmica e sazonal, havendo a necessidade de agentes polinizadores e dispersores se adaptarem. Desta forma, também uma condição para a eficácia da germinação e desenvolvimento das plântulas (SIST; PUIG, 1987). 47

De acordo com Fantini et al. (1992), Reis (1996) e Reis et al. (2000) são necessários estudos sobre fenologia reprodutiva de espécies arbóreas em áreas florestais a fim de fornecer parâmetros com vistas à conservação e exploração racional, conciliando sustentabilidade com economicidade. Segundo Mantovani et al. (2003), devido as exigências legais para manejo e uso das formações florestais, é de suma importância conhecer a fenologia reprodutiva das espécies florestais que serão manejadas. A floração e a frutificação são dependentes não só do ambiente onde se desenvolvem (NEWSTROM et al., 1994), mas também da espécie e de seu estádio de desenvolvimento. Estes resultados vêm de encontro à necessidade do conhecimento da fenologia reprodutiva, para melhor definir estratégias de manejo e produção de sementes de espécies com potencial madeireiro proposto por diversos autores (MOONEY et al., 1980; CAMACHO; OROZCO, 1998; FANTINI et al., 1992; REIS, 1996). Desta forma, conhecer a floração e frutificação possibilita prever períodos de reprodução das plantas, seus ciclos de crescimento e outras características de grande valia no manejo florestal (FOURNIER, 1974; 1976). Esse conhecimento pode ser aplicado em várias áreas de atuação, possibilitando determinar estratégias de coleta de sementes e disponibilidade de frutos, o que influenciará a qualidade e quantidade da dispersão das sementes (MARIOT et al., 2003).

2.5.1.1 Floração

No início dos estudos sobre fenologia, foi encontrado sincronismo no período de floração entre a maioria das espécies no final da estação seca em florestas tropicais sazonais (FOURNIER; SALLAS, 1966; JANZEN, 1967; FRANKIE et al.,1974; FOURNIER, 1976; ALENCAR et al., 1979; OPLER et al., 1980; LAMPE et al., 1992; NEWSTRON et al., 1994; JUSTINIANO; FREDERICKSEN, 2000). Wright & Van Schaik (1994), explicam que a ocorrência deste evento fenológico com maior intensidade no período de seca (maior irradiação), é devido à disponibilidade de recursos proporcionado pela maior da taxa fotossintética. De acordo com Van Schaik et al. (1993) a floração no período seco, pode ser associada a germinação e a sobrevivência de plântulas. Este período parece ser o mais propício a fim de programar a frutificação para o período seco ou início da estação úmida. 48

No caso de florestas pouco sazonais, alguns autores (FRANKIE et al., 1974; HILTY, 1980; KOPTUR et al., 1988; TALORA; MORELLATO, 2000), observam que ocorre um menor sincronismo da floração; pois, sugerem que os fatores ambientais apresentam menor influência sobre este aspecto. De acordo com Borchert (1980), os padrões fenológicos, em florestas pouco sazonais, sofrem maior interferência dos fatores endógenos. Aide (1988) sugere que um dos fatores são as pressões seletivas bióticas, ocasionada pelos herbívoros, predadores, competidores, polinizadores e dispersores. A ocorrência do pico de floração em florestas de clima pouco restritivo, podem ocorrer em estações do ano que apresentam a transição entre estação seca e úmida (KOPTUR et al., 1988; MORELLATO et al., 1989; MORELLATO, 1991), ou até mesmo úmida (MORI et al., 1982; MORELLATO et al., 2000; MARQUES et al., 2004; MCLAREN; MCDONALD, 2005).

2.5.1.2 Frutificação

Conforme Wright (1996) a frutificação é uma fase muito complexa do vegetal, já que nesta etapa estão envolvidos fatores abióticos, bióticos e endógenos, interferindo diretamente na época de maturação. A mesma pode correr logo após a fecundação ou adiada para uma estação reprodutiva (SNOW, 1965; VAN SCHAIK; WRIGHT, 1993). Alguns trabalhos localizados em florestas tropicais apresentam uma falta de sazonalidade para o período de frutificação (HEIDEMAN, 1989; VAN SCHAIK; WRIGHT, 1994; BROOKE et al., 1996; MORELLATO, et al., 2000; MARQUES et al., 2004). O pico de produção dos frutos apresenta-se na estação seca (JANZEN 1967; LAMPER et al., 1992) ou úmida (FRANKIE et al., 1974; ALENCAR et al., 1979; MORELLATO, 1991; HAUGAASEN; PERES, 2005); e frutificação durante todo o ano (ALENCAR, 1990; SMITH- RAMIREZ;ARMESTO, 1994; MORELLATO et al., 2000; MARQUES et al., 2004). Snow (1965) sugere que a quando ocorre à produção de frutos ao longo do ano, esta pode ser favorecida por uma menor competição entre agentes dispersores. A época para a germinação das sementes pode ser um fator associado ao período de frutificação (DAUBENMIRE, 1972; FOSTER, 1982; GARWOOD, 1983; HAUGAASEN; PERES, 2005), ou também, a uma elevada atividade da fauna frugívora em períodos mais úmido (FUNCH et al., 2002).

2.6 Anatomia Ecológica da Madeira

49

Husch et al. (1972) e Coraiola & Netto (2003) descrevem a floresta nativa como sendo um ambiente constituído de características bem peculiares, que proporcionam uma dispersão das espécies, as quais juntamente com fatores do meio, acarretam diretamente nos hábitos de crescimento. A partir do estágio primário de crescimento e perdurando ao longo do desenvolvimento das árvores, observa-se progressivas mudanças (morfológicas – externamente e anatômicas – internamente); desta forma, estas mudanças afetam o metabolismo e os processos reprodutivos. Estas mudanças ainda podem estar ligadas aos fatores ambientais externos, aí se inserem os estudos de anatomia ecológica (NIKLAS, 1994). Os estudos de anatomia ecológica procuram quais relações existem entre o xilema secundário das plantas e os diversos locais (condições), com as características do ambiente ou aos fatores genéticos da planta (COSMO, 2012). Dentre os fatores ambientais que podem ter relação com o desempenho fisiológico das árvores e, consequentemente a estrutura anatômica do xilema secundário, são: o regime hídrico, a inundação, a altitude, a latitude, a constituição do solo, inclusive os estágios sucessionais da floresta (APPEZZATO-DA-GLÓRIA; CARMELLO-GUERREIRO, 2013). A anatomia ecológica voltada para a periodicidade e atividade do câmbio, vem sendo alvo de estudos de Iqbal & Ghouse (1987) e Luchi (2004), pela sua elevada importância ecoficiológica. Alves & Angyalossy-Alfonso (2000, 2002), verificaram a relação de características qualitativas de 491 espécies (133 gêneros, 22 famílias) com as variáveis de clima, temperatura, umidade, altitude e tipo de vegetação de todo o Brasil. As autoras identificaram correlações estatisticamente significativas com um ou mais parâmetros ambientais para camadas de crescimento. As camadas de crescimento indistintas ou pouco evidentes, é normalmente, uma característica de espécies que se desenvolvem em clima uniforme (BOTOSSO; MATTOS, 2002). Wheeler & Baas (1991) também reportaram baixa frequência de camadas de crescimento distintas, cerca de 20%, para florestas tropicais úmidas do Brasil. A existência de camadas de crescimento no lenho é mais comum em plantas de regiões temperadas Wheeler et al. (2007). Wheeler & Baas (1991) destacam, que os valores relativos as camadas de crescimento distintas ou não, podem estar subestimados, pelo que espécies tropicais podem exibir limites de anéis de crescimento diferentes e mais variados do que anéis das espécies de ambientes temperados, e a forma como é interpretada a existência ou não destas camadas, pode ser alterada de acordo com o observador. Outra relação sobre as camadas do lenho serem distintas ou não, estão ligadas ao solo. Callado et al. (2001) comparando o xilema de Alchornea triplinervea Müll.Arg. e A. sidifolia, 50

observaram camadas de crescimento distintas em solo periodicamente inundável, e pouco distintas em solo sob constante saturação hídrica. No caso de Pera glabrata, não foi possível identificar as camadas de crescimento em solo constantemente inundado. Luchi (2004) identificou camadas distintas na espécie Croton urucurana em solo bem drenado; porém, indistintas em solos sujeitos à saturação hídrica. Cosmo (2008) constatou a presença de camadas distintas em Sebastiania commersoniana, em solo hidromórfico e em solo fortemente drenado. Silva (2013) em seu estudo sobre anatomia ecológica e potencial econômico da madeira de espécies nativas da mata atlântica, sugeriu que o conjunto das espécies, apresentou altas frequências de características correlacionadas com características ambientais, como por exemplo porosidade difusa, placa de perfuração simples, presença simultânea de vasos solitários e múltiplos, e comprimento dos elementos de vasos, podem ser interpretadas como tendências ecológicas para a Mata Atlântica. Os trabalhos de Barros et al. (2006) e Alves & Angyalossy-Alfonso (2002) revelaram correlação positiva entre fibras de parede delgada e altas latitudes, e fibras com parede espessa com baixas latitudes e climas quentes, embora nenhuma explicação funcional seja sugerida. Noshiro & Baas (2000), estudaram o lenho de 242 espécies do gênero Cornus, com origem no hemisfério norte, os autores verificaram forte correlação entre comprimento de fibras com latitude. Dentre as diversas espécies estudadas por Martínez-Cabrera et al. (2009), as dimensões das fibras foram as variáveis que estão mais correlacionadas com a precipitação média anual e com a densidade da madeira. Também está relacionada à tolerância ao estresse hídrico e à resistência mecânica das espécies (JACOBSEN et al., 2007), destacando a sua ligação com o ritmo de crescimento, à longevidade e ao estágio de sucessão das espécies lenhosas (ZANNE et al., 2010). Santos (2005), em estudo sobre a anatomia do lenho da espécie Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. (Melastomataceae) localizada na Floresta Atlântica, SP, constataram a presença de parênquima axial apotraqueal. O gênero Myrceugenia, composto por 39 espécies, sendo que comumente são encontradas 25 no Sul do Brasil (GOMES-BEZERRA et al., 2014); a sua estrutura anatômica, apresenta parênquima apotraqueal (METCALFE; CHALK, 1972). As Rosaceae, que no Brasil é constituída por 18 gêneros e 45 espécies (SOUZA; LORENZI, 2005; SIMÃO-BIANCHINI, 2016), é marcada pela presença parênquima apotraqueal (MARCHIORI, 2000). Barros et al. (2006) estudaram 26 espécies (14 famílias) de Mata Atlântica em uma reserva biológica no Rio de Janeiro. A incidência da alta frequência de características, como 51

raios com frequência de 4 - 12/mm, com 1 - 3 células de largura, foi corroborada por análise estatística e sugeridas como tendências ecológicas para a anatomia da madeira das espécies de Mata Atlântica. Alves & Angyalossy-Alfonso (2000, 2002) identificaram correlações estatisticamente significantes entre variáveis ambientais (clima, temperatura, umidade, altitude e tipo de vegetação) de todo o Brasil com largura dos raios. Carlquist (1975), em seus estudos identificou nas madeiras das famílias Asteraceae, Goodeniaceae, Campanulaceae, Brassicaceae, e os gêneros Echium e Euphorbia, alguns fatores correlacionados com ambientes mais xéricos, como: maior frequência de vasos por mm², raios e vasos mais curtos, sendo estes mais estreitos. Gimenez et al. (2015) realizando a anatomia comparada da madeira de três espécies da família Anacardiaceae, gênero Schinopsis provenientes diferentes regiões (umidade), identificaram poucas diferenças, sendo estas apenas em relação valores médios e porcentagens de raios.

2.7 Sanidade da Madeira

Sob o ponto de vista do potencial de uso das espécies inseridas nos remanescentes florestais, Oliveira (2001) disserta que para conhecer a verdadeira utilização da floresta, é indispensável à realização de estudos tecnológicos; sem isto, não faria sentido ter abundância de recursos na natureza e não poder aproveitá-los.

Um destes estudos tecnológicos é o uso das técnicas não destrutivas. Ferreira (2009) descreve que estas técnicas visam analisar o tronco da árvore em pé para detectar defeitos na parte interna do lenho. Dentre estes métodos, existe o uso do tomógrafo de impulso, um método não destrutivo bastante atual (PEREIRA et al., 2007). O tomógrafo de impulso reconstrói as seções transversais do tronco ou galhos das árvores, o que possibilita verificar a sanidade e algumas propriedades do lenho (ULIANA, 2010; AMODEI et al., 2010; ROLLO, 2009). O tomógrafo de impulso produz uma imagem da estrutura interna do lenho, formada a partir da diferença da velocidade de transmissão de ondas sonoras; assim, pode-se correlacionar as mesmas com propriedades físico-químicas (densidade, módulo de elasticidade, umidade, etc), determinando qual a porcentagem de cerne/ alburno, madeira de reação, nós, podridão do lenho, excentricidade da medula, etc. (RINNTECH, 2005; PICUS, 2009). 52

A sanidade do lenho depende da velocidade com que as ondas se propagam. No caso de o lenho apresentar características saudáveis, a velocidade de transmissão das ondas é maior; em contrapartida, se o lenho estiver lesionado com fraturas, cavidades ou podridões, a velocidade de transmissão da onda é menor (BUCUR, 2006; PEREIRA et al., 2007). Como esta técnica é nova, existem poucos trabalhos realizados com tomografia de impulso no Brasil e no mundo, transcorrendo problemas de interpretação das imagens e na avaliação da confiabilidade dos dados (LONSDALE, 1999; LAWDAY; HODGES, 2000;). Desta forma, faz-se necessário estudar em diferentes espécies qual a resposta diante do processo, afim de identificar padrões específicos de resposta. Diversos autores discutem métodos de avaliação visual de indivíduos arbóreos afim de auxiliar na identificação de problemas biomecânicos e fitossanitários, assim como identificar a sua possível queda (MATTHECK, 1991; MATTHECK; KUBLER, 1995; MATTHECK; BRELOER, 1997; NIKLAS, 2002; ALBERS; POKORNY; JOHNSON, 2003; BOND; TUCKER, 2017). A avaliação visual externa também auxilia no risco de queda das árvores, porém ainda faltam critérios sobre esta possibilidade e por fim realizar um manejo adequado (BRAZOLIN, 2009). Em áreas urbanas (recreacionais), um estudo importante foi o desenvolvido por Wagener (1963) na Califórnia. Este autor elaborou um diagnóstico bastante criterioso levando em consideração cancros, fendas, rachaduras e injúrias que afetavam o câmbio dos indivíduos avaliados. Outro agente importante que atua no risco de queda das árvores é o vento (YOUNG,1984; NIKLAS, 2002). A possibilidade de ocorrer a queda da árvore pela ação do vento se eleva com o apodrecimento, o qual verifica-se pela visualização no lenho de corpos de frutificação, cavidades ou apodrecimento (YOUNG, 1984). Albers, Pokorny e Johnson (2003) sugerem sete categorias de defeitos que podem ser identificados através da análise visual: apodrecimento, fissuras, problemas no sistema radicular, junção fraca entre ramos, cancros, arquitetura inadequada e árvore ou ramos mortos. Mattheck & Breloer (1997) desenvolveram um método conhecido como VTA (visual tree assessment), o qual proporcionou grande avanço na identificação de árvores com possíveis defeitos fitossanitários e defeitos na madeira. O método é composto por quatro etapas: avaliação visual (biologia do indivíduo, sintomas de quebra ou ruptura, ação do vento), inspeções detalhadas, critérios de avaliação de risco de queda e decisão. 53

A tomografia de impulso é uma técnica nova, desta forma existem poucos trabalhos realizados no Brasil e no mundo, transcorrendo em dificuldades para interpretar imagens e avaliar a confiabilidade dos dados obtidos (LAWDAY; HODGES, 2000; LONSDALE, 1999). Amodei et al. (2011) sobre a possibilidade do uso da tomografia de impulso para avaliar árvores para uso da madeira, conclui que é uma técnica não destrutiva de grande importância para estabelecer parâmetros de sua qualidade. Pereira et al. (2007) identificou semelhança entre dados comparativos da tomografia de impulso com dados de densitometria, obtidos a partir de amostras de tronco das espécies: Eucalyptus saligna Sm. (eucalipto), Schizolobium parahyba (Vell.) Blake (guapuruvu), Caesalpinia echinata Lam. (pau-brasil). Gilbert & Smiley (2004) verificaram qual capacidade e precisão do tomógrafo de impulso detecta apodrecimento de tronco em indivíduos de Quercus alba L. e Caria spp. O método foi capaz de identificar espacialmente e quantitativamente as lesões observadas visualmente. Rollo (2009) estudando padrões de resposta à tomografia de impulso em tipuanas (Tipuana tipu (Benth.) O. Kuntze, concluiu que as informações geradas pela tomografia de impulso são confiáveis. Nicolotti et al. (2003) em um estudo comparativo de informações obtidas de lesões caudadas pelo fungo Ganoderma resinaceum Boud. em árvores de Platanus hybrida Brot. obtidas por aparelhos de tomografia elétrica, geo radar e tomografia por ultrassom; para as amostras que apresentavam podridão e estágios de degradação não homogêneos, a tomografia por ultrassom apresentou os melhores resultados. Martinis et al. (2004) concluíram ao estudarem Fagus sylvatica L., que a tomografia por ultra-som é capaz de detectar lesões internas em quantidade e qualidade são claramente superiores as obtidas pelo resistógrafo.

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CAPÍTULO I

FENOLOGIA REPRODUTIVA DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE SUCESSÃO NA FLORESTA OMBRÓFILA DENSA

RESUMO

A fenologia é o estudo dos eventos biológicos repetitivos, das causas de sua ocorrência, em correlação a seu meio ambiente (biótico e abiótico), abrangendo nos vegetais os padrões estacionais de floração, frutificação, queda e brotamento foliar, tendo relevância para compreender o funcionamento dos ecossistemas naturais. Dentre os períodos de vida do vegetal, a fase reprodutiva é a que sofre maior intervenção do ambiente devido suas variações (fotoperíodo, umidade, temperatura, polinizadores e dispersores); tais variações podem interferir diretamente nas florações e frutificações de um ano para outro. Estudos sobre fenologia são considerados os melhores parâmetros para caracterizar ecossistemas, principalmente quando tratam de trabalhos que avaliam comunidades diferentes em locais próximos. Desta forma, este capítulo tem como objetivo, compreender a fenologia reprodutiva de três espécies: Cecropia glaziovii Sneth. (Embaúba), Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. 65

(Jacatirão) e Hyeronima alchorneoides Allemão (Licurana), das comunidades arbóreas em diferentes estágios sucessionais da Floresta Ombrofila Densa localizadas no municipio de Biguaçu, Santa Catarina e responder às seguintes perguntas: I) Qual o comportamento fenológico das diferentes espécies? II) A fenologia relaciona-se com as variáveis climáticas? III) Existem diferenças no comportamento fenológico de espécies de diferentes categorias sucessionais? IV) Os padrões fenológicos do primeiro ano de estudo foram iguais aos do segundo ano de estudo? As fenofases registradas durante este período foram: (1) floração: representada pela abertura das flores até a queda das peças florais; (2) frutos imaturos: desde a formação do fruto até o amadurecimento, visualizada pela presença de frutos de coloração verde; (3) frutos maduros: frutos totalmente desenvolvidos podendo ter coloração diferenciada. A metodologia para a análise das observações fenológicas foi realizada pelo Índice de Fournier, pelo qual foi atribuída notas de 0 a 4 para a intensidade das fenofases, onde: 0 = Ausência de fenofase; 1 = > 0 % até 25%; 2 = > 25 % até 50%; 3 = > 50 % até 75%; e 4 = > 75 % até 100% de intensidade na fenofase). Os representantes da espécie H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii apresentaram sincronia no período reprodutivo nos dois anos de avaliação; com início e fim de floração, frutos imaturos e frutos maduros nos mesmos períodos nas áreas de sucessão onde os mesmos encontravam inseridos. As variáveis climáticas precipitação total mensal e temperatura média mensal, apresentaram alguma correlação com os valores de percentual de índice de Fournier, indicando que os eventos climáticos avaliados podem influenciar direta ou indiretamente os padrões fenológicos das espécies.

Palavras – chave: Mata Atlântica, Floresta Ombrófila Densa, Fenofases. ABSTRACT

Phenology is the study of the repetitive biological events, of the causes of their occurrence, in correlation with their environment (biotic and abiotic), covering in the plants the seasonal patterns of flowering, fruiting, falling and foliar sprouting, having relevance to understand the functioning ecosystems. Among the plant's lifetimes, the reproductive phase is the one that undergoes greater environmental intervention due to its variations (photoperiod, humidity, temperature, pollinators and dispersers); such variations can directly interfere with the flowering and fruiting from one year to the next. Studies on phenology are considered the best parameters to characterize ecosystems, especially when dealing with works that evaluate different communities in close quarters. In this way, this chapter aims to understand the reproductive phenology of three species: Cecropia glaziovii Sneth. (Embaúba), Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. (Jacatirão) and Hyeronima alchorneoides Allemão (Licurana), from the tree communities in different stages of the Ombrofila Densa Forest located in the municipality of Biguaçu, Santa Catarina and answer the following questions: I) What is the phenological behavior of the different species? II) Does phenology relate to climatic variables? III) Are there differences in the phenological behavior of species from different successional categories? IV) Have the phenological patterns of the first year of study been the same as those of the second year of study? The phenophases recorded during this period were: (1) flowering: represented by the opening of the flowers until the fall of the floral pieces; (2) immature fruits: from fruit formation to ripening, visualized by the presence of green fruits; (3) mature fruits: 66

fully developed fruits and may have different coloration. The methodology for the analysis of phenological observations was made by the Fournier Index, whereby notes were assigned from 0 to 4 for the intensity of the phenophases, where: 0 = Absence of phenophases; 1 => 0% to 25%; 2 => 25% to 50%; 3 => 50% to 75%; and 4 => 75% to 100% intensity in the phenophases). The representatives of the species H. alchorneoides, M. cinnamomifolia and C. glaziovii showed synchrony in the reproductive period in the two years of evaluation; with beginning and end of flowering, immature fruits and mature fruits in the same periods in the areas of succession where they were inserted. The climatic variables total monthly precipitation and average monthly temperature, showed some correlation with the values of percentage of Fournier index, indicating that the climatic events evaluated can influence directly or indirectly the phenological patterns of the species.

Key - words: Atlantic Forest, Dense Ombrophilous Forest, Phenophases.

1 INTRODUÇÃO

A fenologia é o estudo dos eventos biológicos repetitivos, das causas de sua ocorrência, em correlação a seu meio ambiente (biótico e abiótico), abrangendo nos vegetais os padrões estacionais de floração, frutificação, queda e brotamento foliar, tendo relevância para compreender o funcionamento dos ecossistemas naturais (TALORA; MORELLATO, 2000; D’EÇA-NEVES; MORELLATO, 2004; RUIZ; ALENCAR, 2004; CALVI; RODRIGUES, 2005; EMMERICK, 2007; NOVAES, 2007). Ela reúne informações sobre o estabelecimento de espécies, o período de crescimento, reprodução e a disponibilidade de recursos alimentares, que podem estar associadas a mudanças na qualidade e na abundância de recursos (CALVI; RODRIGUES, 2005; SANTOS; TAKAKI, 2005; EMMERICK, 2007). Dentre os períodos de vida do vegetal, a fase reprodutiva é a que sofre maior intervenção do ambiente devido suas variações (fotoperíodo, umidade, temperatura, polinizadores e dispersores); tais variações podem interferir diretamente nas florações e frutificações de um ano para outro (JANZEN, 1967). 67

Segundo Lieth (1974), estudos sobre fenologia são considerados os melhores parâmetros para caracterizar ecossistemas, principalmente quando tratam de trabalhos que avaliam comunidades diferentes em locais próximos. Diversos trabalhos têm demonstrado que o estágio sucessional (SAKAI, 2001; KANG; BAWA, 2003; FAGUNDES et al., 2007) e a fragmentação do habitat (FUCHS et al. 2003; LAURANCE et al. 2003; QUESADA et al., 2004; LOBO et al., 2005) afetam diretamente a fenologia das espécies. O ecossistema catarinense encontra-se diretamente afetado, de forma negativa, pela agricultura. Nos locais onde foram abandonados pela atividade, surgem formações secundárias que promovem um mosaico de vegetação na paisagem, com diferentes estágios de sucessão (QUEIROZ, 1994). Estas áreas de florestas secundárias apresentam grande importância, pois são ambientes determinantes para a continuidade estrutural e funcional da biodiversidade (KAMMESHEIDT, 2002; BREARLEY et al., 2004; VAN BREUGEL, 2007), servem de base para o desenvolvimento sustentável (PINEDO-VASQUEZ et al., 2001), atendem as necessidades de madeira e demais produtos não madeiráveis (NEUMANN; HIRSCH, 2000; BALDAUF et al., 2007), atualmente no que se refere ao sequestro de carbono (FEARNSIDE, 2000; VACCARO et al., 2003; RICHARDS; STOKES, 2004). O manejo tradicional da terra realizado nas comunidades do município de Biguaçu, no estado de Santa Catarina; consiste em derrubar a floresta, queimar os restos de vegetação existentes e ocupar a área por 3 a 4 anos para o plantio de mandioca. Após a colheita, a área é deixada em pousio por um período de 10 a 15 anos para que a floresta se regenere naturalmente (ULLER-GÓMEZ; GARTNER, 2008; FANTINI et al., 2010), De acordo com Fantini et al. (2010), esse método de regeneração é denominado de sucessão florestal; pois, ocorre em estágios sucessivos e surgem novas espécies ao longo do processo. Esta é chamada de vegetação secundária ou floresta secundária, já que a mesma se desenvolveu numa área que outrora havia uma floresta e que posteriormente foi derrubada. No litoral do Estado de Santa Catarina, a qual inclui o município de Biguaçu, a vegetação é predominante de Florestal Ombrófila Densa (Florestal Pluvial Tropical), ecossistema associado ao Bioma Mata Atlântica (SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES FLORESTAIS, 2012), e algumas espécies se destacam no processo de sucessão florestal e que merecem ser estudadas pela falta de informações relevantes sobre seu comportamento fenológico reprodutivo, que visam fundamentos para o manejo e conservação 68

das mesmas. São elas: a Hieronyma alchorneoides Allemão (Licurana), a Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. (Jacatirão - açú) e a Cecropia glaziovii Sneth. (Embaúba). Conforme o sistema de classificação baseado no The Angiosperm Phylogeny Group (APG IV, 2016), a H. alchorneoides pertence à família Phyllanthaceae. Está dispersa pela Mata Atlântica de Santa Catarina, principalmente no litoral (REITZ et al., 1978). É uma espécie considerada pioneira, proliferam-se com maior intensidade após o Miconietum (SMITH et al., 1988). Sua adaptação ocorre tanto em florestas primárias quanto nas secundárias (mais agressividade) (REITZ et al., 1978). Dominante na floresta Ombrófila Densa de Santa Catarina em relação às outras espécies (SCHORN et al., 2012). A espécie apresenta ainda potencial energético (lenha e carvão); apícola (flores melíferas); produção de celulose e arborização urbana (CARVALHO, 2009). A mesma tem utilidade na construção civil, carpintaria na confecção de canoas, trapiches e vagões (LORENZI, 2002). A espécie M. cinnamomifolia pertence à família Melastomataceae (APG IV, 2016), é uma espécie característica da Floresta Ombrófila Densa (KLEIN, 1979). Tipicamente de clareiras, pioneira antrópica e forma os chamados de Miconietum, com longevidade de 30 a 50 anos (REITZ et al., 1978; LEITE; TAKAKI, 1999). É uma espécie que está entre as principais em regeneração natural (LINGNER et al., 2013). A M. cinnamomifolia é excelente para ser aproveitado em serrarias e grande potencial para produção de carvão vegetal e lenha (SCHUCH et al., 2008). A madeira do jacatirão-açu pode ser usada em construções e carpintaria (CARVALHO, 2006). Esta espécie possui propriedades químicas interessantes para a produção de celulose (CAPRARA, 1988). Já a espécie C. glaziovii pertence à família Urticaceae (APG IV, 2016), é endêmica do Brasil (ROMANIUC-NETO; GAGLIOTI, 2010) e pertence ao grupo das espécies pioneiras (BROKAW, 1987; BUDOWSKI, 1969). No início da sucessão representa alto valor ecológico na comunidade (WHITMORE, 1978; GÓMEZ-POMPA; VASQUEZ-YANES, 1981). As três espécies descritas encontram-se em áreas de sucessão; geralmente, tais áreas são estudadas com foco em suas características estruturais (ex: biomassa, riqueza de espécies, densidade e abundância). Porém, os estudos sob o ponto de vista estrutural unido ao funcionamento de comunidades em sucessão são de grande importância, pois as comunidades podem recuperar sua função ecológica antes da composição florística (GUARIGUATA; OSTERTAG, 2001). Desta forma, este capítulo tem como objetivo, compreender a fenologia reprodutiva de três espécies: Cecropia glaziovii Sneth. (Embaúba), Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. 69

(Jacatirão) e Hyeronima alchorneoides Allemão (Licurana), das comunidades arbóreas em diferentes estágios sucessionais da Floresta Ombrofila Densa localizadas no municipio de Biguaçu, Santa Catarina e responder às seguintes perguntas: I) Qual o comportamento fenológico das diferentes espécies? II) A fenologia relaciona-se com as variáveis climáticas? III) Existem diferenças no comportamento fenológico de espécies de diferentes categorias sucessionais? IV) Os padrões fenológicos do primeiro ano de estudo foram iguais aos do segundo ano de estudo?

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi desenvolvido no município de Biguaçu, litoral do Estado de Santa Catarina (Figura 1), em uma propriedade familiar localizada na comunidade de Fazenda de Dentro, pertencente a Microbacia de Fazendas (Figura 2). A microbacia Fazendas apresenta área de 3.814 ha, composta por 112 propriedades rurais distribuídas nas comunidades da Fazenda de Dentro, Fazenda de Fora e Fazendinha, distando 12 km da sede do município. Cada uma delas ocupa entorno de 10% do total do território municipal (PDM-SM; PDM-Faz, 2009).

Figura 1 – Mapa do Município de Biguaçu no Estado de Santa Catarina.

Fonte: Produção do próprio autor, 2018. Figura 2 - Imagem de satélite da área da Microbacia de Fazendas, Biguaçu, SC. 70

Fonte: Google Earth, imagem de 2018.

A propriedade familiar onde essa pesquisa foi conduzida, pertence ao Sr. João Schimitz e não possui mais de 40 ha, na qual mais da metade são áreas de floresta secundária em estádio avançado de regeneração; isto é uma característica predominante na região (ADMSM, 2009). As altitudes mais elevadas estão localizadas no Morro Biguaçu (540 m) e no Morro de São Miguel (501m); porém, ao longo do Rio Três Riachos, a característica do relevo é bastante acidentada (morros e colinas) e recoberto pela Mata Atlântica (CRUZ, 1998). Este morfodinamismo que apresenta o chamado relevo mamelonar, é denominado de mares de morros e se estende da zona da Mata nordestina até ao granítico gnáissico de SC e RS. (AB’ SABER, 1966 apud CRUZ, 1998). Os principais solos de Biguaçu, nos relevos mais montanhosos, são classificados principalmente como cambissolos: Podzólico vermelho-amarelo álico e álico latossólico associado com cambissolo álico ou com solos litólicos álicos, áreas onde as florestas da região se localizam. Já nos pontos onde o relevo é plano, observa-se o Glei pouco húmico distrófico nas várzeas. (EMBRAPA SOLOS; MAP; EPAGRI, 2004). De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2009), o clima da região é Cfa - mesotérmico úmido com verão quente definido. A precipitação anual é de 1.588 mm e a temperatura média anual é de 20,5˚C, com a média mínima no mês de julho de 16,4˚C e a média máxima no mês de fevereiro de 24,6˚C. Dentro da propriedade familiar, foram escolhidas três áreas em diferentes estágios de sucessão: 15 anos (Área 1 – 27°41’11” S; 48°74’49” W), 25 anos (Área 2 – 27°41’10” S; 48°74’35” W) e 30 anos (Área 3 – 27º41’02” S; 48º74’05” W), conforme Figura 3. O estágio de sucessão foi fornecido pelo próprio agricultor por meio entrevistas. O mesmo reside na propriedade familiar a mais de sessenta anos. 71

A Área 1, apresenta uma dimensão de aproximadamente cerca de 1,0 ha, altitude de 167,50 m; encontra-se com características de estágio médio, com quinze anos de regeneração; vegetação lenhosa, com um aumento do número de plantas herbáceas, arbustivas e epífitas. Anteriormente nesta área existia uma lavoura de cana-de-açúcar. Sobre a Área 2, a mesma encontra-se em estágio um pouco mais avançado de sucessão em relação a Área 1 (vinte e cinco anos de regeneração); sua dimensão é cerca de 1,0 ha, com altitude de 123,00 m; apresenta vegetação lenhosa, observa-se um sub-bosque desenvolvido e maior número espécies herbáceas, arbustivas e arvoretas. O local é de pouco luminosidade, próximo ao rio, sendo o solo bastante úmido e em alguns períodos do ano bastante encharcado. Já a Área 3, apresenta características muito semelhantes às da Área 2. Estágio mais avançado de sucessão em relação as demais (trinta anos de regeneração); sua dimensão é cerca de 1,0 ha, com altitude de 133,00 m; apresenta vegetação lenhosa, observa-se um sub-bosque bem desenvolvido e elevado número espécies herbáceas, arbustivas e arvoretas. Esta área também anteriormente era usada para plantio de cana-de-açúcar. As mesmas Áreas encontram-se cerca de 200 – 300 m de distância umas das outras, de difícil acesso e bastante íngremes, como é a característica bem marcante do relevo local.

Figura 3 - Imagem de satélite da localização das Áreas estudadas: Área 1 (15 anos), Área 2 (25 anos) e Área 3 (30 anos); Fazenda de Dentro, Biguaçu, SC.

Fonte: Google Earth, imagem de 2018.

2.2 ESPÉCIES ESTUDADAS

O estudo verificou o comportamento fenológico reprodutivo de três espécies: H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii. 72

A espécie H. alchorneoides é uma espécie dióica, preferencialmente, de polinização cruzada. Verifica-se inflorescências em panículas multiflora, subterminais, que medem cerca de 8 cm a 12 cm de comprimento. Suas flores apresentam dimensões reduzidas de coloração amareladas. O indivíduo masculino da espécie apresenta, em cada panícula, de nove a dez ramos, e a árvore feminina, cinco. É polinizada em grande parte por abelhas (zoofílica) (CARVALHO, 2009). Carvalho (2009), descreve o fruto da espécie H. alchorneoides como sendo uma cápsula ovado-globosa, de coloração roxa a negra quando madura, com dimensão de 4 mm a 5 mm de comprimento, glabra e brilhante, com até três sementes; as quais são escuras e globosas, com revestimento muito duro. A espécie apresenta síndrome de dispersão do tipo autocórica (barocórica) e zoocórica (CARVALHO, 2009). Sobre a espécie M. cinnamomifolia, ela é uma espécie monóica, de polinização cruzada. A inflorescência é do tipo panícula, densa terminal e multifloral, com uma dimensão de 10 cm de comprimento aproximadamente. As flores são pequenas de coloração branca e odor perfumado (CARVALHO, 2006). Segundo Goldenberg & Pereira (1996), a polinização é zoofílica, realizadas por diversos insetos pequenos. Já a C. glaziovii, é uma espécie é dióica, com flores nuas e reunidas em inflorescências do tipo amentilho (BACKES; IRGANG, 2002). A síndrome de polinização é do tipo anemofilia (BAWA; OPLER, 1986). Tipo de dispersão é zoocórica (MENDONÇA, 2004). Na Área 1 (15 anos), foram selecionados indivíduos adultos das espécies: H. alchorneoides – 15 indivíduos (6 masculinos e 9 femininos), M. cinnamomifolia – 10 indivíduos e C. glaziovii – 10 indivíduos (4 masculinos e 6 femininos). Já na Área 2 (25 anos), foram selecionados indivíduos adultos das espécies: H. alchorneoides – 11 indivíduos (4 masculinos e 7 femininos) e C. glaziovii – 11 indivíduos (3 masculinos e 8 femininos). E na Área 3 (30 anos), foram selecionados indivíduos adultos das espécies: H. alchorneoides – 10 indivíduos (2 masculinos e 8 femininos) e M. cinnamomifolia – 10 indivíduos. Foram encontrados indivíduos de C. glaziovii somente na Área 1 (15 anos) e na Área 2 (25 anos). Esta espécie pertence ao grupo das pioneiras (BROKAW, 1987; BUDOWSKI, 1969), como a Área 3 encontra-se em estágio sucessional mais avançado, o sombreamento se eleva consideravelmente, o que impossibilita a autoperpetuação de espécies pioneiras, que necessitam de luz para a germinação, estabelecimento e crescimento (VAZQUEZ-YANES; SADA, 1985). 73

Em relação a M. cinnamomifolia, foram encontrados indivíduos adultos somente na Área 1 (15 anos) e na Área 3 (30 anos). A H. alchorneoides foi a única espécie encontrada em todas as Áreas, nos três diferentes estágios sucessionais. Em todas as áreas os indivíduos foram identificados com plaquetas metálicas.

2.3 FENOLOGIA REPRODUTIVA

As observações foram diurnas auxiliadas por binóculo Zenith 8 X 21 Field 7° 122m/1000, quinzenalmente no período de agosto/2015 a agosto/2017. As fenofases registradas durante este período foram: (1) floração: representada pela abertura das flores até a queda das peças florais; (2) frutos imaturos: desde a formação do fruto até o amadurecimento, visualizada pela presença de frutos de coloração verde; (3) frutos maduros: frutos totalmente desenvolvidos podendo ter coloração diferenciada. A metodologia para a análise das observações fenológicas foi realizada pelo Índice de Fournier, pelo qual foi atribuída notas de 0 a 4 para a intensidade das fenofases, onde: 0 = Ausência de fenofase; 1 = > 0 % até 25%; 2 = > 25 % até 50%; 3 = > 50 % até 75%; e 4 = > 75 % até 100% de intensidade na fenofase). Neste método, proposto por Fournier (1974), os valores obtidos em campo através de uma escala intervalar semi-quantitativa de cinco categorias (0 a 4) e intervalo de 25% entre cada categoria, permitem estimar a porcentagem de intensidade da fenofase em cada indivíduo. Faz-se a soma dos valores de intensidade obtidos para todos os indivíduos de cada espécie e divide-se pelo valor máximo possível (número de indivíduos multiplicado por quatro). Conforme Bencke et al. (2002), os valores obtidos, que correspondem a uma proporção, são então multiplicados por 100, para transformá-los em valores percentuais. Para a comparação entre a fenologia e os dados climáticos (temperatura média, precipitação e comprimento do dia), foram feitas correlações de Spearman (rs). Para comparar o comportamento fenológico entre os três estágios sucessionais e para comparação do primeiro ano de estudo com o segundo ano foi utilizado o mesmo teste. As análises foram realizadas através do programa estatístico SPSS Statistics 20 (IBM, 2010).

2.4 DADOS METEOROLÓGICOS

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Os dados meteorológicos de precipitação média e temperatura média mensal do período de agosto/2015 a agosto/2017 foram obtidos a partir da estação meteorológica mais próxima, situada no Município de Florianópolis (SC), fornecidos pela Climerh - EPAGRI (EPAGRI, 2017).

3 RESULTADOS

3.1 FREQUÊNCIAS DE CLASSES (DAP E ALTURA)

Na Área 1 (15 anos), foram selecionados os indivíduos adultos das espécies: H. alchorneoides em um total de 15 indivíduos (6 masculinos e 9 femininos). Esta espécie apresentou uma média de DAP igual a 35,17 cm (Desvpad. = 13,87) e altura média de 10,03 cm (Desvpad. = 1,55). Em relação a espécie M. cinnamomifolia, foram selecionados 10 indivíduos adultos, os quais resultaram em um DAP médio igual a 28,70 cm (Desvpad. = 10,86) e altura média 12,20 m (Desvpad. = 1,30). Já a espécie C. glaziovii, 10 indivíduos selecionados (4 masculinos e 6 femininos), DAP médio de 28,55 cm (Desvpad. = 7,40) e altura média 13,60 m (Desvpad. = 1,71). Na Área 2 (25 anos), foram selecionados 11 indivíduos adultos das espécies: H. alchorneoides (4 masculinos e 7 femininos), apresentando uma média para DAP de 56,68 cm (Desvpad. = 17,70) e altura média 14,45 m (Desvpad. 1,21). Da C. glaziovii (3 masculinos e 8 femininos), onde os mesmos resultaram um DAP médio de 50,50 cm (Desvpad. = 10,83) e altura média 14,55 m (Desvpad. = 1,04). Por fim na Área 3 (30 anos), foram selecionados dez indivíduos adultos das espécies: H. alchorneoides (4 masculinos e 6 femininos), com média para DAP de 65,85 cm (Desvpad. = 18,95) e altura média de 15,80 m (Desvpad. = 1,23). Sobre a M. cinnamomifolia, foi verificado uma média de DAP igual a 44,85 cm (Desvpad. = 16,63) e altura média de 14,10 (Desvpad. = 1,97). Na Figura 4 encontram-se relacionadas as frequências das classes de diâmetros a altura do peito (DAP) e alturas (h) dos representantes de H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii das diferentes áreas de sucessão.

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Figura 4 - Frequências das classes de diâmetros a altura do peito (DAP) e alturas (h) dos representantes de H. alchorneoides (Licurana), M. cinnamomifolia (Jacatirão) e C. glaziovii (Embaúba) nas diferentes áreas de sucessão, Fazenda de Dentro, Biguaçú, SC. 76

Fonte: Produção do próprio autor, 2018.

3.2 FENOGRAMAS

A Figura 5 e 6 apresentam os fenogramas (floração, frutos imaturos e frutos maduros) das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii, acompanhadas ao longo do período de agosto/2015 a agosto/2016, nas diferentes áreas sucessionais.

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Figura 5 – Fenogramas (floração) das espécies H. alchorneoides (Licurana), M. cinnamomifolia (Jacatirão) e C. glaziovii (Embaúba), acompanhadas ao longo do período de agosto/2015 a agosto/2016, nas diferentes áreas sucessionais: Área 1 (15 anos), Área 2 (25 anos) e da Área 3 (30 anos) na Comunidade de Fazenda de Dentro, Biguaçú, SC.

Fonte: Produção do próprio autor, 2018.

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Figura 6 – Fenogramas (frutos imaturos e frutos maduros) das espécies H. alchorneoides (Licurana), M. cinnamomifolia (Jacatirão) e C. glaziovii (Embaúba), acompanhadas ao longo do período de agosto/2015 a agosto/2016, nas diferentes áreas sucessionais: Área 1 (15 anos), Área 2 (25 anos) e da Área 3 (30 anos) na Comunidade de Fazenda de Dentro, Biguaçú, SC.

Fonte: produção do próprio autor, 2018. 3.2.1 Hyeronima alchorneoides

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As populações de H. alchorneoides nas Áreas 1 (15 anos), 2 (25 anos) e 3 (30 anos) apresentaram sincronia no período reprodutivo nos dois anos de avaliação; com início e fim de floração (masculina e feminina), frutos imaturos e frutos maduros nos mesmos períodos em ambos os locais. Mesmo que a Área 3 tenha apresentado um encurtamento de 15 dias nas fenofases, a frequência de indivíduos reprodutivos a cada mês do período de observação não foi significativamente diferente entre as três populações (p < 0,05), conforme Figura 5 e 6. No primeiro ano de observações (agosto/2015 a agosto/2016), na fenofase de Floração da Área 1 (indivíduos masculinos – n = 6 e indivíduos femininos – n = 9), Área 2 (indivíduos masculinos – n = 4 e indivíduos femininos – n = 7) e da Área 3 (indivíduos masculinos – n = 2 e indivíduos femininos – n = 8) tiveram em comum o período de outubro/2015 a fevereiro/2016, sendo observado um pico em dezembro/2015, onde 100% dos indivíduos masculinos e femininos amostrados estavam em floração. No segundo ano de observações (agosto/2016 a agosto/2017), a floração apresentou sincronia nos períodos em relação ao ano anterior; onde os indivíduos masculinos e femininos das Áreas 1, 2 e 3, expressaram esta fenofase de outubro/2016 a fevereiro/2017, observado também um pico em dezembro/2016. (Figura 5) O período da fenofase frutos imaturos nas Áreas 1, 2 e 3, teve início em novembro/2015 se estendendo até março/2016, o pico se deu em janeiro/2016, onde 100% dos indivíduos amostrados expressavam a fenofase no primeiro ano de observações. No segundo ano, ocorreu sincronia entre os períodos em ambas as áreas, a fenofase teve início em novembro/2016 permanecendo até março/2017, com um pico em janeiro/2017, onde 100 % dos indivíduos apresentavam a fenofase. (Figura 6) Em relação a fenofase frutos maduros, em todas as Áreas estudadas, foi observado que a mesma teve início em dezembro/2015, estendendo-se até maio/2016; com 100 % dos indivíduos expressando esta fenofase em fevereiro/2016, isto no primeiro ano de observações. No segundo ano, houve sincronia com os períodos em relação ao primeiro ano, o início da fenofase frutos maduros foi de dezembro/2016 a maio/2017, observando um pico em fevereiro/2017. (Figura 6)

3.2.2 Miconia cinnamomifolia

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As populações de M. cinnamomifolia nas Áreas 1 (15 anos) e 3 (30 anos) (esta espécie não se encontra na Área 2), apresentaram sincronia no período reprodutivo nos dois anos de avaliação; com início e fim de floração, frutos imaturos e frutos maduros nos mesmos períodos em ambos os locais. Mesmo que a Área 3 tenha apresentado um encurtamento de 15 dias nas fenofases, a frequência de indivíduos reprodutivos a cada mês do período de observação não foi significativamente diferente entre as duas populações (p < 0,05), de acordo com as Figuras 5 e 6. No primeiro ano de observações (agosto/2015 a agosto/2016), na fenofase de floração da Área 1 (indivíduos – n = 10) e Área 3 (indivíduos - n = 10) tiveram em comum o período de novembro/2015 a fevereiro/2016, sendo observado na Área 1 um pico na segunda quinzena de dezembro/2015 à primeira quinzena de janeiro/2016 e na Área 3 o pico ocorreu somente na segunda quinzena de dezembro/2015, onde 100% dos indivíduos masculinos e femininos amostrados estavam em floração. No segundo ano de observações (agosto/2016 a agosto/2017), a floração apresentou sincronia nos períodos em relação ao ano anterior; onde os indivíduos das Áreas 1 e 3, expressaram esta fenofase de novembro/2016 a fevereiro/2017, observado também um pico na Área 1 entre a segunda quinzena de dezembro/2016 a primeira quinzena de janeiro/2017 e na Área 3 na segunda quinzena de dezembro/2017. (Figura 5) O período da fenofase frutos imaturos nas Áreas 1 e 3, teve início em janeiro/2016 se estendendo até abril/2016, o pico se deu na Área 1 entre a segunda quinzena de fevereiro/2016 a primeira quinzena de março/2016 e na Área 3, segunda quinzena de fevereiro/2016, onde 100% dos indivíduos amostrados expressavam a fenofase no primeiro ano de observações. No segundo ano, ocorreu sincronia entre os períodos em ambas as áreas, a fenofase teve início em janeiro/2017 permanecendo até abril/2017, com um pico na Área 1 na segunda quinzena de fevereiro/2017 até a primeira quinzena de janeiro/2017 e na Área 3, segunda quinzena de fevereiro/2017, onde 100 % dos indivíduos apresentavam a fenofase. (Figura 6) Em relação a fenofase frutos maduros, nas Áreas estudadas, foi observado que a mesma teve início em março/2016, estendendo-se até junho/2016; com 100 % dos indivíduos expressando esta fenofase na Área 1, entre a segunda quinzena de abril/2016 à primeira quinzena de maio/2016 e na Área 3 na segunda quinzena de abril/2016, isto no primeiro ano de observações. No segundo ano, houve sincronia com os períodos em relação ao primeiro ano, o início da fenofase frutos maduros foi de março/2017 a junho/2017, observando um pico na Área I entre a segunda quinzena de abril/2017 a primeira quinzena de maio/2017 e na Área III na segunda quinzena de abril/2017. (Figura 6)

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3.2.3 Cecropia glaziovii

As populações de C. glaziovii nas Áreas 1 (15 anos) e 2 (25 anos) (esta espécie não se encontra na Área 3), apresentaram sincronia no período reprodutivo nos dois anos de avaliação; com início e fim de floração (masculina e feminina), fruto imaturos e frutos maduros nos mesmos períodos em ambos os locais. A frequência de indivíduos reprodutivos a cada mês do período de observação não foi significativamente diferente entre as duas populações (p < 0,05), conforme Figuras 5 e 6. No primeiro ano de observações (agosto/2015 a agosto/2016), na fenofase de floração da Área 1 (indivíduos masculinos – n = 4 e indivíduos femininos – n = 6) e Área 2 (indivíduos masculinos - n = 3 e indivíduos femininos – n = 8) tiveram em comum o período de setembro/2015 a maio/2016, sendo observado um pico em janeiro/2016, onde 100% dos indivíduos masculinos e femininos amostrados estavam em floração. No segundo ano de observações (agosto/2016 a agosto/2017), a floração apresentou sincronia nos períodos em relação ao ano anterior; onde os indivíduos masculinos e femininos das Áreas 1 e 2, expressaram esta fenofase de setembro/2016 a maio/2017, observado também um pico em janeiro/2017. (Figura 5) O período da fenofase frutos imaturos nas Áreas 1 e 2, teve início em dezembro/2015 se estendendo até junho/2016, o pico se deu em fevereiro/2016 a março/2016, onde 100% dos indivíduos amostrados expressavam a fenofase no primeiro ano de observações. No segundo ano, ocorreu sincronia entre os períodos em ambas as áreas, a fenofase teve início em dezembro/2016 permanecendo até junho/2017, com um pico em fevereiro/2017 até março/2017, onde 100 % dos indivíduos apresentavam a fenofase. (Figura 6) Em relação a fenofase frutos maduros, foi observado que no início das observações do primeiro ano (agosto/2015), os indivíduos já se encontravam em fase de término; onde, os representantes da Área 2, apresentavam uma menor porcentagem de indivíduos floridos (16 % dos indivíduos) em relação a Área 1 (21 % dos indivíduos). A presença de Frutos Maduros foi observada a partir de fevereiro/2016 com término em agosto/2017, ocorrendo o pico entre maio/2016 e junho/2016, onde 100 % dos indivíduos estavam com os frutos maduros. No segundo ano, houve sincronia com os períodos em relação ao primeiro ano, o início da fenofase Frutos Maduros foi de fevereiro/2017 a agosto/2017, observando um pico entre maio/2017 a junho/2017. (Figura 6) De maneira geral, as espécies estudadas apresentaram o seguinte padrão de floração e frutificação ao longo dos dois anos de observações: A Hyeronima alchorneoides, apresentou 82

um período de floração de outubro a fevereiro e frutificação (frutos imaturos e frutos maduros) de novembro a março. A Miconia cinnamomifolia, floresceu de novembro a fevereiro e frutificou (frutos imaturos e frutos maduros) de janeiro a junho. Já a Cecropia glaziovii, floresceu de setembro a março e frutificou (frutos imaturos e frutos maduros) de dezembro a abril. Os padrões de floração e frutificação, independentemente do estágio sucessional (Áreas), foram semelhantes nas diferentes espécies, ocorrendo coincidência dos eventos reprodutivos para uma mesma espécie (Tabela 1).

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Tabela 1 – Período de floração e frutificação das espécies Hyeronima alchorneoides, Miconia cinnamomifolia, Cecropia glaziovii, em Biguaçu, SC.

FLORAÇÃO, FRUTOS IMATUROS E FAMÍLIA ESPÉCIE NOME COMUM GRUPO SUCESSIONAL SÍNDROME DE DISPERSÃO FRUTOS MADUROS A S O N D J F M A M J J A \\ \\ \\ \\ \\ PHYLLANTHACEAE Hyeronima alchorneoides Licurana Secundária Inicial barocórica, zoocórica ## ## ## ## ## ** ** ** ** ** ** \\ \\ \\ \\ MELASTOMATACEAE Miconia cinnamomifolia Jacatirão Secundária Inicial barocórica, zoocórica ## ## ## ## ** ** ** ** \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ \\ URTICACEAE Cecropia glaziovii Embaúba Pioneira zoocórica ## ## ## ## ## ########## ** ** ** ** ** ** ** \\ - Floração ## - Frutos Imaturos ** - Frutos Maduros 84

3.3 DADOS METEOROLÓGICOS

Os dados meteorológicos da região da Grande Florianópolis, apresentaram chuvas bem distribuídas durante o período de estudo, sendo registradas as maiores precipitações entre os meses de setembro/2015 a março/2016 e dezembro/2016 a junho/2017; tendo como maior precipitação no mês dezembro/2016 (392,8 mm). O período com maiores temperaturas médias mensais ocorreu entre dezembro/2015 a abril/2016 e dezembro/2016 a março/2017. (Figura 7)

Figura 7 - Dados de precipitação total mensal (barras) e temperatura média mensal (linha) da região de Florianópolis durante o período de agosto/2015 a agosto/2017.

Fonte: CLIMERH/EPAGRI (2016-2017).

As correlações de Spearman entre as fenofases e as variáveis climáticas do período de estudo, estão dispostas na Tabela 2.

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Tabela 2 - Correlação de Spearman (rs) entre valores médios de variáveis climáticas e de Percentual de Intensidade de Fournier das fenofases em três estágios sucessionais para as espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii na comunidade de Fazenda de Dentro, Biguaçú, SC. Hyeronima alchorneoides Área Fenofase Precipitação Total Temperatura Média Mensal Mensal Área 1 Floração 0,61 0,68 Frutos Imaturos 0,46 0,63 Frutos Maduros 0,42 0,56 Área 2 Floração 0,61 0,68 Frutos Imaturos 0,46 0,63 Frutos Maduros 0,42 0,56 Área 3 Floração 0,61 0,68 Frutos Imaturos 0,46 0,63 Frutos Maduros 0,42 0,56 Miconia cinnamomifolia Área Fenofase Precipitação Total Temperatura Média Mensal Mensal Área 1 Floração 0,61 0,68 Frutos Imaturos 0,46 0,63 Frutos Maduros 0,42 0,56 Área 3 Floração 0,61 0,68 Frutos Imaturos 0,46 0,63 Frutos Maduros 0,42 0,56 Cecropia glaziovii Área Fenofase Precipitação Total Temperatura Média Mensal Mensal Área 1 Floração 0,61 0,68 Frutos Imaturos 0,46 0,63 Frutos Maduros 0,42 0,56 Área 2 Floração 0,61 0,68 Frutos Imaturos 0,46 0,63 Frutos Maduros 0,42 0,56 *Significativo a 5% de probabilidade pelo Teste t.

As variáveis climáticas precipitação total mensal e temperatura média mensal, apresentaram alguma correlação com os valores de percentual de índice de Fournier, indicando que os eventos climáticos avaliados podem influenciar direta ou indiretamente os padrões fenológicos das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii nos estágios de sucessão estudados. (Figura 8)

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Figura 8 - Padrão da sazonalidade da floração e frutificação das espécies H. alchorneoides(Licurana), M. cinnamomifolia (Jacatirão) e C. glaziovii (Embaúba) nas formações secundárias da comunidade de Fazenda de Dentro, Biguaçú, SC.

Fonte: Produção do próprio autor, 2018. 87

As fenofases floração, frutos imaturos e frutos maduros, apresentaram padrão semelhante em todos os estágios, demonstrando correlações positivas com as variáveis climáticas. Para a espécie H. alchorneoides, os representantes da Área 1, apresentaram moderada correlação positiva significativa (rs = 0,67; p < 0,05) para a fenofase frutos maduros e precipitação total mensal. Para a variável climática temperatura média mensal, houve moderada correlação positiva para floração e frutos imaturos (rs = 0,61 e rs = 0,58; respectivamente p < 0,05). Em relação a Área 2, não ocorreu correlação significativa (p < 0,05) entre as varáveis climáticas e as fenofases. Já para a Área 3, observou-se moderada correlação positiva entre precipitação total mensal e a fenofases floração (rs = 0,69; p < 0,05) e frutos maduros (rs = 0,57; p < 0,05). Sobre a variável temperatura média mensal, ocorreu forte correlação positiva entre a fenofase floração (rs = 0,78; p < 0,05). (Tabela 2) Verificando as correlações de Spearman relacionadas a espécie M. alchorneoides, os representantes da Área 1, não apresentaram correlação significativa (p < 0,05) para as fenofases estudadas em relação a precipitação mensal total. Para a variável climática temperatura média mensal, houve moderada correlação positiva para floração (rs = 0,62; p < 0,05). Em relação a Área 3, observou-se moderada correlação positiva entre precipitação total mensal e a fenofase frutos maduros (rs = 0,58; p < 0,05). Sobre a variável temperatura média mensal, ocorreu moderada correlação positiva entre a fenofase floração (rs = 0,67; p < 0,05). (Tabela 2) Os representantes da espécie C. glaziovii na Área 1, apresentaram moderada correlação significativa (rs = 0,64; p < 0,05) para a variável climática precipitação mensal total e a fenofase frutos maduros. Para a variável climática temperatura média mensal, houve moderada correlação positiva para floração (rs = 0,57; p < 0,05). Em relação a Área 2, houve correlação moderada correlação positiva entre precipitação total mensal e a fenofase frutos maduros (rs = 0,63; p < 0,05). Sobre a variável temperatura média mensal, não foi observa correlação significativa (p < 0,05) em relação as fenofases estudadas. (Tabela 2)

4. DISCUSSÕES

4.1 FLORAÇÃO

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. Todos os indivíduos estudados se mostraram em ciclo reprodutivo com duração anual, observando-se que a maioria dos indivíduos se encontravam em floração no período de maiores temperaturas médias mensais e maiores índices de precipitação, indicando sazonalidade (Figura 8). De acordo com Frankie et al. (1974) floração sazonal é a característica identificada quando maior parte das espécies floresce em uma única estação, isto apresenta características de ambientes tropicais com estações bem definidas. Florestas sob condições de clima úmido e uniforme (Floresta Atlântica, Floresta de Restinga, Floresta Subtropical) ou locais de baixa sazonalidade climática, como é o caso do presente estudo, as plantas demonstram periodicidade nas fenofases, com uma maior concentração dos processos envolvidos nos períodos de maior umidade (MORELLATO et al., 2000; MARQUES; OLIVEIRA, 2004; BENCKE; MORELLATO, 2002; MARQUES et al., 2004; BORCHERT et al., 2005). Por outro lado, outras florestas tropicais apresentam um comportamento fenológico, no qual o pico de floração ocorre na estação seca (JANZEN, 1967; CROAT 1969, 1978; FRANKIE et al., 1974; FOURNIER, 1976; STILES, 1978; JACKSON 1978; ALENCAR et al., 1979; SHUKLA; RAMAKRISHNAN, 1984; VAN SCHAIK 1986; CORLETT, 1990; BULLOCK; SOLIS-MAGALLANES, 1990; IBARRA-MANRIQUEZ et al., 1991; VAN SCHAIK et al. 1993; FOSTER 1996; JUSTINIANO; FREDERICKSEN, 2000). Zambonim (2001), estudando deferentes ambientes vegetacionais no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro localizado dentro da região da Grande Florianópolis, verificou, baseado em dados da coleção da Flora Ilustrada Catarinense (Herbário Barbosa Rodrigues), que mais de 400 espécies dentre anemofílicas e zoofílicas, florescem se novembro a fevereiro. Na H. alchorneoides foram observadas inflorescências em panículas com diversas flores (extremamente pequenas de cor amarela), medindo em média 8,5 cm de comprimento. Os indivíduos masculinos da espécie apresentavam de nove a dez ramos por panícula e os indivíduos femininos cinco ramos. Estas observações concordam com as de Carvalho (2009), para as características das inflorescências. Conforme os resultados do presente estudo, ocorreram correlações positivas entre as variáveis climáticas e a fenofase floração nas três áreas de sucessão, para os dois anos de observações (Tabela 2). Verificou-se que o período de floração (femininas e masculinas), compreendeu os meses de outubro a fevereiro (Tabela 1), períodos de maiores precipitações e maiores temperaturas médias. O período de florescimento deste estudo é muito 89

próximo do verificado por Reitz et al. (1978), onde o florescimento da H. alchorneoides, apresentou um período em Santa Catarina, com início em novembro e término em fevereiro. Mantovani et al. (2003) em um estudo sobre fenologia reprodutiva de espécies arbóreas em uma formação secundária da Floresta Atlântica de São Pedro de Alcântara, SC, verificaram que o período de floração da H. alchorneoides, iniciou em novembro com término em dezembro. Porém, de acordo com estes autores, ocorre uma discrepância nestes resultados comparados a outros da literatura, devido ao estudo ser dirigido a uma comunidade florestal específica e não a espécie em especial. Cardoso (2006) estudando a fenologia de árvores da Floresta Atlântica no litoral do Paraná, comparando diferentes categorias sucessionais, verificou sazonalidade na floração da H. alchorneoides, a qual ocorre no período de dezembro a janeiro. A H. alchorneoides apresenta um padrão tipicamente sazonal juntamente com 18 outras espécies da Floresta Atlântica em formação secundária em Santa Catarina (MANTOVANI et al., 2003). Esta sazonalidade também foi observada para esta espécie no presente estudo. A M. cinnamomifolia apresentou uma inflorescência do tipo panícula, medindo aproximadamente 10 cm, com diversas flores pequenas de cor branca. Estas características concordam com Carvalho (2006) para a espécie. De acordo com os resultados do presente estudo, ocorreram correlações positivas entre as variáveis climáticas e a fenofase floração nas duas áreas de sucessão, para os dois anos de observações (Tabela 2). Verificou-se que o período de floração, compreendeu os meses de novembro a fevereiro (Tabela 1), períodos de maiores precipitações e maiores temperaturas médias O mês de início da fase de floração da M. cinnamomifolia verificado (novembro) é o mesmo observado por Reitz et al. (1978); porém, o término foi no mês de janeiro. Já Mantovani et al. (2003), em estudo na Floresta Ombrófila Densa de Santa Catarina, observou que o florescimento desta espécie ocorreu a partir do mês de dezembro se estendendo até fevereiro. Estes períodos caracterizam uma sazonalidade de floração para a espécie. A M. cinnamomifolia apresenta floração tipicamente sazonal, também observado neste estudo, onde este evento ocorre no início do verão ou com as primeiras chuvas nesta época (NEWSTROM et al., 1993). Sua floração é de ciclo anual, marcada por uma amplitude que varia de 1 a 5 meses considerando os indivíduos ou a população; assim a floração é destaque para esta espécie (NEWSTROM et al.;1993, 1994). Em Santa Catarina, Mantovani et al. (2003) descreveram que a floração da M. cinnamomifolia ocorre em dezembro. Esta sazonalidade da floração também foi registrada por 90

diversos trabalhos sobre fenologia desenvolvidos no sudeste brasileiro (PEREIRA; MANTOVANI, 2007; TALORA; MORELLATO, 2000; FERRAZ et al. 1999; MORELLATO et al., 1991,1992). A M. cinnamomifolia apresentou floradas irregulares em se falando de quantidade e frequência de ocorrência. Mesmo que se tenha escolhido para este estudo todos os indivíduos adultos nas três áreas, observou-se que a fase reprodutiva ocorre em representantes que se encontram entre 5 a 6 m de altura (copa piramidal). Tal fato foi semelhantemente constatado por Pereira & Mantovani (2007) na Reserva Biológica de Poço das Antas, no município de Silva Jardim, RJ; que devido tais característica, constataram que realmente a espécie não é uma pioneira típica. A floração desta espécie nas áreas de estudo ocorreu de forma heterogênea, na qual entre os períodos de observações quinzenais, constatou-se como consequência uma heterogeneidade na maturação dos frutos. Pereira & Mantovani (2007) descrevem que a floração da M. cinnamomifolia é do tipo múltipla, na qual a abertura se dá em pulsos com diferenças entre 2 a 5 dias, promovendo esta heterogeneidade na maturação dos frutos. Isto é explicado pelas flutuações de umidade e temperatura associadas a esse período. Estudos de Goldenberg (1994) no estado de São Paulo sugerem que a floração em pulsos é comum em espécies de Miconia. Em espécies que se encontram nos primeiros estágios sucessionais, a floração tem uma duração mais longa que espécies tardias (KANG; BAWA, 2003). Pereira & Mantovani (2007), relatam que esse não parece ser o caso da M. cinnamomifolia; pois, mesmo encontrando exemplares no início sucessional, os mesmos se mantem em florestas mais maduras (PEREIRA, dados não publicados). Em relação a C. glaziovii, os representantes masculinos foram identificados pelos estames de coloração vermelha bem vibrante, no período reprodutivo. A espécie apresenta inflorescências do tipo amantilho, fato este também descrito por Backes & Irgang (2002). Conforme os resultados do presente estudo, ocorreram correlações positivas entre as variáveis climáticas e a fenofase floração (feminina e masculina) nas duas áreas de sucessão, para os dois anos de observações, onde a maioria dos indivíduos expressavam esta fenofase (Tabela 2). Verificou-se que o período de floração, compreendeu os meses de setembro a maio (Tabela 1), períodos de maiores precipitações e maiores temperaturas médias Este período concorda com o observado por Mendonça (2004) em um estudo sobre a autoecologia da C. glaziovii em Florianópolis, onde a floração da espécie também foi de 91

setembro a maio, onde grande parte dos indivíduos encontravam-se em floração no período de maior umidade, caracterizando sazonalidade. Ferraz et al. (1999), apontam que a C. glaziovii na Floresta Ombrófila Densa do Estado de São Paulo, apresentou período reprodutivo ao longo de todo ano, observando baixo percentual de indivíduos reprodutivos. Porém, estes autores estudaram número baixo de indivíduos para a amostragem (n=4).

4.2 FRUTIFICAÇÃO

Todos os indivíduos estudados se mostraram em ciclo reprodutivo com duração anual, observando-se que a maioria dos indivíduos encontravam - se em frutificação no período de maiores temperaturas médias mensais e maiores índices de precipitação, indicando sazonalidade (Figura 8). Porém, vale destacar que a frutificação e sazonalidade parece não estarem bem relacionadas aos fatores abióticos. A sequência destes padrões de frutificação em espécies de características zoocóricas sugerem certa independência aos fatores abióticos (MORELLATO; LEITÃO-FILHO, 1992), os agentes dispersores no processo de competição, pressionaram algumas espécies a frutificarem em períodos diferentes ao longo do ano (FOSTER, 1982 apud MORELLATO; LEITÃO-FILHO, 1992). Na área de estudo, todas as espécies são zoocórica (Tabela 1). Vários estudos realizados em florestas neotropicais, tem apresentado uma maior quantidade de espécies que apresentam esta síndrome de dispersão (FRANKIE et al., 1974; GENTRY, 1983; OPLER et al., 1980; ORTEGA, 1986; MANTOVANI; MARTINS 1988; MORELLATO, 1991; MORELLATO; LEITÃO-FILHO, 1991; MORELLATO et al., 2000; TALORA; MORELLATO 2000; CARMO; MORELLATO 2000; BATALHA; MANTOVANI 2000). Quando se observa as características da floresta seca (caatinga), Machado et al. (1997) verifica que 42% de espécies são autocóricas, 31,5% de espécies anemocóricas e apenas 26,3% de espécies zoocóricas. Griz & Machado (2001) encontraram 36% de espécies zoocóricas, 33% de anemocóricas, 19% de dispersão balística e 12% de barocoria. Em florestas tropicais à medida que as florestas ficam mais úmidas, se eleva a porcentagem de espécies zoocóricas; enquanto que em florestas secas se eleva as espécies que apresentam dispersão pelo vento (GENTRY, 1983; WILLSON et al., 1989). 92

Observou-se neste estudo que o fruto da espécie H. alchorneoides é uma cápsula arredondada, a coloração é roxa quando imaturo e preta quando maduro, características para tipo de fruto observadas também por Carvalho (2009). Os dados observados neste trabalho, mostraram a presença de frutos imaturos nas áreas estudadas no período de novembro a março (5 meses) e os frutos maduros compreenderam os meses de dezembro a maio (6 meses). De acordo com Mantovani et al. (2003), em um estudo realizado em são Pedro de Alcântara, SC, a frutificação da H. alchorneoides, inicia em dezembro se estendendo até maio; porém, os autores não diferenciam aqui as fenofases frutos imaturos de frutos maduros. O período da fenofases frutos maduros deste trabalho difere dos observados por Reitz et al. (1978), os quais verificaram para Santa Catarina os períodos de janeiro a abril (4 meses) e maio a junho, respectivamente. Sobre a M. cinnamomifolia, o fruto é pequeno (baga), coloração violeta, característica observada por Carvalho (2006). Conforme as observações nas áreas de estudo, os frutos imaturos estavam presentes nas mesmas no período de janeiro a abril (4 meses) e os frutos maduros compreendeu os meses de março a junho (4 meses). Os dados sobre o início do período de oferta de frutos maduros, concordam com o estudo realizado Reitz et al. (1978), que para o estado de Santa Catarina o autor verificou que a espécie inicia a fenofase em março. A M. cinnamomifolia apresentou maturação dos frutos heterogênea, o que sugere uma alocação parcial de nutrientes. Estes nutrientes podem ser distribuídos gradativamente para a frutificação, à medida que os estádios reprodutivos solicitam estes recursos. Pereira & Mantovani (2007) explicam que a heterogeneidade da maturação é devido a locação de nutrientes conforme a necessidade da planta, ocorrendo em pulsos até dar fim aos processos reprodutivos. Esta heterogeneidade ocorre tanto na copa quanto em cada infrutescência produzida pela planta. Em relação a C. glaziovii, apresenta uma infrutescência carnosa, que quando madura é bastante doce. Individualmente o fruto, é do tipo aquênio elipsóide a oval. Sementes oblongas a ovais, testa lisa; cotilédones adpressos, embrião reto (ROMANIUC-NETO et al., 2009). O período de produção de frutos maduros, neste estudo, para a C. glaziovii, ocorreu em um período de 7 meses (fevereiro a agosto). O período observado por Mendonça (2004) em seu estudo sobre fenologia reprodutiva da C. glaziovii em Florianópolis, SC, foi muito semelhante, compreendendo o período de fevereiro a julho (6 meses). No caso da C. glaziovii, a maturação dos frutos nos primeiros meses ocorreu durante o período de maior disponibilidade de água. Mendonça (2004) confirma esta observação 93

associando a ausência de consumidores nesta época, devido uma maior oferta de recursos. A autora constatou que os visitantes que consomem os frutos da Cecropia glaziovii, ocorreu nos meses de abril e maio; assim, esta espécie realiza a dispersão de seus frutos em um período com menores índices de precipitação, de abril a agosto. A C. glaziovii é uma espécie considerada zoocórica, onde o período de dispersão está relacionado mais a competição por frutívoros do que por fatores abióticos (MORELLATO; LEITÃO-FILHO, 1992). Mendonça (2004) sugere que a C. glaziovii desenvolveu uma estratégia: amadurecimento de frutos em período longo e gradativo, afim de fugir de uma competição com diferentes agentes dispersores. Neste estudo, ocorreu sincronia nos eventos fenológicos entre as populações de H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii e os diferentes estágios sucessionais estudados; portanto, ocorre disponibilidade de recursos para a fauna (polinizadores, dispersores e microorganismos) e flora (epífitas e lianas) independente do estágio de sucessão ao longo de períodos do ano. Estas três espécies são alógamas, apresentam síndrome de polinização zoofílica e síndrome de dispersão zoocórica, o que unidas as demais espécies vegetais dentro das áreas de sucessão, favorecem a restauração das mesmas. Brancalion et al. (2010) disserta que um indicativo da evolução das florestas tropicais e subtropicais é o grande número de espécies vegetais que coexistem nas mesmas. Com estas espécies, também evoluíram as espécies polinizadoras e dispersoras de sementes (KEARNS et al., 1998; BASCOMPTE et al., 2006). Desta forma, como a floresta tropical abriga um grande número de espécies alógamas (BAWA, 1974; CASTRO, 2007) e apresenta dispersão zoocóricas (SEIDLER; PLOTKIN, 2006; ALMEIDA-NETO et al., 2008), os agentes polinizadores e dispersores de sementes são preponderantes na viabilização biológica das florestas regeneradas e por sua vez, a perpetuação da mesma ao longo do tempo. Silva (2003) destaca que se a oferta de recursos for minimizada, sem diversidade ou restringida em determinados períodos do ano, as espécies polinizadoras e dispersoras também serão afetadas, comprometendo a regeneração da floresta e a função delas em conservar a biodiversidade. De acordo com Brancalion et al (2010), em caso ocorrer um déficit na contribuição de sementes por outros fragmentos florestais em torno dos demais (BERTONCINI; RODRIGUES, 2008), seria interessante utilizar métodos que para manutenção da diversidade de espécies nativas regionais as quais irão favorecer a reconstrução da floresta ampliando os recursos para os organismos consumidores durante a sucessão florestal, atraindo e mantendo populações de polinizadores, dispersores, herbívoros e organismos dependentes. 94

A maturação dos frutos tem relação direta com a dispersão, promovendo proteção destes frutos contra predadores e favorecendo aos reais dispersores. Nas florestas tropicais, os vertebrados frugíveros são os principais vetores de sementes (JANZEN, 1967). Assim, a frugivoria é fator preponderante para a regeneração (MARTINEZ-RAMOS; SOTO-CASTRO, 1993). Pereira & Mantovani (2001) dissertam que a produção de frutos de uma espécie deve suprir a necessidade de possíveis predadores, promover o consumo para os reais dispersores e ainda deixar estoque de sementes ou plântulas. A elevada produção de sementes por parte das espécies H. alchorneoides e C. glaziovii, de acordo com a literatura, também favorecem a manutenção das mesmas no interior do remanescente, bem como, sua dispersão para remanescentes em torno destas áreas. Segundo Saulei & Swaine (1988) a composição do banco de sementes, indica geralmente uma elevada riqueza de espécies presentes na vegetação local ou na vizinhança imediata, isto reflete na quantidade de síndromes de dispersão. Para as florestas tropicais, a síndrome é a zoocórica, variando de 50 % a 75 % (HOWE; SMALLWOOD, 1982). A H. alchorneoides, são comuns em bancos de sementes (BAIDER, et al.; 1999). É uma espécie considerada pioneira, anualmente produz um número elevado de frutos e sementes férteis, o que garante uma regeneração abundante da espécie (SMITH et al., 1988). A H. alchorneoides apresenta síndrome de dispersão do tipo autocórica (barocórica) e zoocórica (animais), entre os visitantes estão o monocarvoeiro (Brachyteles arachnoides), sanhaços, saíras, tiês, gaturamos, tangarás, pombas e periquitos, entre outros (CARVALHO, 2009). Linhares (2009), considerou a H. alchorneoides uma espécie chave para a manutenção da fauna da Chapada do Araripe no Ceará; pois a ave Antilophia bokermanni foi vista alimentando-se de seus frutos, assim como outras frugíveras: Tangara cayana, Thraupis palmarum, Turdus leucomelas. A C. glaziovii produz anualmente grande quantidade de sementes que são amplamente dispersas principalmente por aves e mamíferos (MENDONÇA, 2004). A C. glaziovii está entre as espécies mais frequentes na composição de bancos de sementes de florestas primárias e em regeneração (ARAÚJO, et al., 2001; ARAÚJO, 1998; MARTINEZ-RAMOS, et al., 1989). É esta frequência e abundante dispersão que facilitam a colonização da espécie em clareiras (BROKAW, 1986). As espécies que registradas alimentando-se de infrutescências em populações de C. glaziovii, em duas áreas de estudo em Florianópolis foram: tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus Linnaeus), macaco-prego (Cebus apela Linnaeus), tucano-de-bico-preto 95

(Ramphastos vitellinus Lichtenstein), aracuã (Ortalis guttata Spix), gralha-azul (Cyanocorax caeruleus), pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens), quati (Nasua nasua), morcego (Artibeus sp.) e gambá (Didelphis aurita). Estes contribuem para espalhar as sementes por toda a floresta (MENDONÇA, 2004). De acordo com Pereira & Mantovani (2001), a dispersão dos frutos de M. cinnamomifolia pode ser tanto por autocorica como zoocoricamente; observa-se frutos maduros, negros e verde-azulados quanto verdes muito pequenos e os verde-amarelados, acima da copa, abaixo e entre as camadas de serrapilheira. Além de representantes da avifauna (Machaeropterus regulus (Hahn), Megaryncchus pitangua (Linnaeus), Turdus amaulochalinus Canabis, Vireo olivaceus (Linnaeus), entre outros) que consomem elevada quantidade de frutos, também se verificou a presença de formigas cortadeiras do gênero Atta sp. Os autores revelam que apesar da presença destas espécies na Reserva, a síndrome de dispersão mais frequente da Miconia cinnamomifolia é a barocoria (autocoria) ou em associação com a zoocoria (PERERIRA; MANTOVANI, 2001). Segundo Levey & Byrne (1993), as sementes da M. cinnamomifolia são apreciadas por formigas, apresentam um apêndice carnoso, rico em substâncias lipídicas, que serve de elemento atrativo. As formigas consomem este apêndice nos formigueiros e descartam as sementes viáveis. Outra discussão que pode ser gerada acerca das áreas de sucessão florestal em regeneração, é sobre o seu papel em relação a outras formas de vidas vegetais, microrganismos e insetos mutualísticos. A necessidade de se elevar a diversidade de espécies arbóreas-arbustivas nativas em áreas de regeneração, não quer dizer tornar uma floresta pobre em formas de vida e estratégias biológicas vegetais (BRANCALION; et al, 2010). Um exemplo são as lianas e epífitas, estes dois grupos vegetais são de suma importância na manutenção da dinâmica de florestas tropicais. Estes vegetais não se distribuem de forma aleatória na floresta, existem preferências específicas por árvores características preferenciais de tronco e estrutura (ZIMMERMAN; OLMSTED, 1992; MUÑOZ et al., 2003). Desta forma, para as comunidades de epífitas e lianas se restabelecerem nas áreas regeneradas a médio e longo prazos, necessita de reintrodução das espécies ou da recolonizarão natural, a fim de proporcionar uma variabilidade de troncos e de estruturas de copas (BELLOTTO et al., 2009). Alguns microrganismos que outrora não eram conhecidos pela ciência, demonstram estreita relação com a diversidade de árvores (LAMBAIS et al., 2006), portanto, uma 96

diversidade de microrganismos numa comunidade florestal deve estar diretamente relacionada com a diversidade vegetal (MITCHELL et al., 2010). Este raciocínio vale também para os insetos fitófagos em relação às espécies vegetais específicas (DYER et al., 2007); desta maneira, uma floresta complexa e funcional só poderá ser atingida se apresentar uma elevada diversidade de espécies nativas presentes na área. Formigas também apresentam relação estreita com algumas espécies específicas de vegetais, um exemplo são as formigas do gênero Azteca. As colônias deste gênero sobrevivem no interior do tronco oco da C. glaziovii. Neste aspecto ocorre uma interação considerada mutualística, onde as formigas se abrigam e também se alimentam, e em troca elas protegem as árvores contra herbivoria e contra plantas trepadeiras (JANZEN, 1969; VASCONCELOS; CASIMIRO, 1997). Santos (2000) sugere que se a produção de folhas da espécie C. glaziovii for menos variável durante o ano e a maior sobrevivência de folhas novas podem estar relacionadas à associação com formigas. Um estudo conhecido na literatura acerca da interação Cecropia - Asteca é o proporcionado por Fritz Müller; ele observou que na base do pecíolo da folha de C. glaziovii existe uma parte branca e saliente, conhecido como "Grânulos Müllerianos” ou “Corpúsculo de Müller", os quais produzem uma secreção de glicogênio que serve de alimento para as formigas (RICKSON, 1971). A diversidade promovida dentro das diferentes áreas de sucessões (15 anos, 25 anos e 30 anos), por meio dos diferentes estratos dos remanescentes, variados estágios das fenofases bem como das diferentes espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii envolvidas no processo, desenvolvem um fundamental papel na manutenção destas áreas. Os autores Montgomery & Chazdon (2001) e Gandolfi et al. (2007) descrevem que a criação e manutenção dos remanescentes em regeneração da floresta, dependem da diversidade de árvores do dossel e do estrato, atrelado as variações de altura, tamanho de copa, densidade de folhagem, épocas, intensidade e duração do período de perda foliar. Também inclui as variações de microclima provenientes das diferenças do dossel das árvores (NICOTRA; CHAZDON, 1999), a riqueza de microssítios de regeneração é elevada pelos efeitos da deposição e de que a serapilheira nas plântulas é formada (MOLOFSKY; AUGSPURGER, 1992; GUILLMAN; OGDEN, 2005), na germinação (VÁZQUEZ-YANEZ et al., 1990), na mineralização de nutrientes (ZINKE, 1962; MONTAGNINI; SANCHO,1990), na liberação de aleloquímicos (BORGES et al., 1993) e também na interação com microrganismos (LAMBAIS et al., 2006; MITCHELL et al., 2010). 97

Vale destacar ainda o papel dos estudos fenológicos, para o potencial de uso das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii, nos diferentes estágios de sucessão. Scudeller et al. (2009) dissertam sobre o estudo da fenologia na preservação e manutenção do potencial florístico. O autor escreve que a fenologia trata dos ritmos dos eventos biológicos repetitivos, as interações com o ambiente, inter-relações das fenofases com recursos e competidores, sobre uma espécie ou de várias, permitindo verificar qual a disponibilidade de recursos ao longo do ano; e assim na medida do possível, aplicar esse conhecimento várias áreas de atuação, possibilitando definir épocas ideais para coleta de sementes e disponibilidade de frutos. De acordo com Newstrom et al. (1994) as fases de floração e frutificação dependem não só do ambiente local, mas também da espécie e de seu estádio de desenvolvimento. Assim, os resultados sobre à necessidade do conhecimento da fenologia reprodutiva, são pertinentes para definir estratégias de manejo e produção de sementes para as diversas espécies com potencial madeireiro (MOONEY et al.,1980; CAMACHO; OROZCO, 1998; FANTINI et al., 1992; REIS, 1996). As espécies H. alchorneoides e M. cinnamomifolia, representam grande potencial madeireiro e energético nas áreas de formações secundárias dentro da Floresta Ombrófila Densa no Estado de Santa Catarina, isto já destacado por diversos autores (SIMINSKI; FANTINI, 2004; SCHUCH, 2007; SHIMITZ, 2009; BRAND et al. 2013; CARVALHO et al., 2014). Os frutos da H. alchorneoides devem ser coletados maduros (CARVALHO, 2008). Logo após a colheita, estes frutos devem ser deixados ao sol para secar a polpa suculenta, os quais poderão ser diretamente utilizados para semeadura (LORENZI, 2002). Sob este ponto de vista, nas três áreas de regeneração, o período ideal para coleta de sementes seria de novembro a maio. Sobre os frutos da espécie M. cinnamomifolia, os mesmos podem ser coletados tanto maduros quanto imaturos, os mesmos apresentam sementes viáveis ao longo de toda a safra, se estendendo por um período de sete a oito meses (PEREIRA & ANDRADE, 1995; PEREIRA & MANTOVANI, 2001). Sugere-se que no presente estudo, nas duas áreas de sucessão onde verificou-se a presença da H. alchorneoides, 15 e 30 anos de regeneração, os frutos estariam disponíveis para coleta com fins de manejo, no período de janeiro a junho. (Tabela 1) A espécie C. glaziovii é conhecida pelo seu uso medicinal como: diurética, tônica, anti- hemorrágica, adstringente, emenagoga, antidisentérica, antiasmática, antitussígena, anti- gonorreica, vermífugo, anti-leucorréia, combate a amenorreia, dismenorreia, coqueluche, afecção respiratória, cardiopulmonar, cardiorrenal, taquicardia, bronquite, anuria, tuberculose, 98

hemoptise rebelde, curativos das feridas, dispneias (CARVALHO, 1994; PIO CORRÊA, 1969), propiciando o uso de praticamente todas as partes do vegetal no tratamento fitoterápico, casca, raízes, folhas, brotos e flores (HASHIMOTO, 2002). No aspecto farmacológico, está o uso das folhas da C. glaziovii para obtenção de extratos com propriedades hipotensoras (ROCHA et al., 2002). Esta espécie faz parte do Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais, desenvolvido pela CEME, como medicamento em condições de produção industrial (FERREIRA, 2002). Segundo Mendonça (2004) a coleta de folhas de indivíduos femininos e masculinos, não pode ser feita na época de floração, pois do comportamento da espécie em relação à sua dinâmica de florescimento, pode comprometer a produção de sementes. Como este período é bastante longo, tem-se uma restrição de coleta ao longo do ano ou indivíduos, já que nem todos se mantem reprodutivos durante todo o ano. Assim, a época ideal para coleta de folhas de C. glaziovii nas áreas de sucessão do presente estudo, na Floresta Ombrófila Densa do município de Biguaçu, SC, ficaria bastante comprometida em função da espécie encontrar-se em fase reprodutiva por todo o período de observações fenológicas.

4.3 FENOLOGIA X DADOS CLIMÁTICOS

A correlação entre a fenologia com as variáveis climáticas sugere que mesmo os fatores ambientais sendo poucos sazonais na área de estudo, estes ainda exercem influência sobre a fenologia das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii. Mesmo em diferentes estágios sucessionais, estas espécies apresentaram sincronia nos eventos fenológicos, o que sugere que as fenofases são desencadeadas provavelmente por fatores abióticos (Figura 7). Desta forma, a floração das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii podem ser induzidas não só pelo balanço hídrico positivo, como também pelo aumento das temperaturas. Este processo foi observado durante os dois anos nas três áreas estudadas. (Figura 8) Fenologia e clima apresentam uma relação ambígua para árvores que crescem em climas não sazonais, uma vez que estudos sobre fenologia foram desenvolvidos em florestas sob estas condições (Floresta Atlântica, Floresta de Restinga, Floresta Subtropical) e sugeriram que em locais de baixa sazonalidade climática, como é o caso do presente estudo, as plantas demonstram periodicidade nas fenofases, com uma maior concentração dos processos 99

envolvidos nos períodos de maior umidade (MORELLATO et al., 2000; MARQUES; OLIVEIRA, 2004; BENCKE; MORELLATO, 2002; MARQUES et al., 2004; BORCHERT et al., 2005). Talora & Morellato (2000) também verificaram periodicidade fenológica, porém sendo menos pronunciado que em florestas com clima fortemente sazonal como é apresentado em outros trabalhos de Frankie et al. (1974), Morellato & Leitão Filho (1992) e Wright & Van Schaik (1994). Todos os indivíduos estudados se mostraram em ciclo reprodutivo com duração anual, observando-se que a floração ocorre durante o período com maiores temperaturas médias mensais e maiores índices de precipitação. Isto porque a maior parte dos indivíduos masculinos e femininos, das três espécies estudadas, estavam floridos no mês de dezembro caracterizando um pico na floração. No caso da precipitação, a mesma pode influenciar direta ou indiretamente, o padrão de produção de flores de algumas espécies tropicais (OPLER et al., 1976). Morellato et al. (2000) destacam que a floração de indivíduos presentes em Floresta Ombrófila Densa é significativamente sazonal e acumulada nas estações de maior umidade. Zanbonim (2001) em estudo realizado no Parque Estadual Serra do Tabuleiro, SC, observou que maior parte das espécies florescem de novembro a fevereiro, coincidindo com o período de maiores índices de precipitação e temperaturas médias mensais. Segundo Alvin & Alvin (1976), outros fatores abióticos como o fotoperíodo e a temperatura, também são fatores que induzem a floração. Njoku (1963), sugere que mudanças no fotoperíodo estimulam a floração. Esse comportamento também demonstra a influência do comprimento do dia na fenologia de florestas úmidas (WRIGHT; VAN SCHAIK, 1994). A frutificação das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii também podem ser induzidas pelo balanço hídrico positivo, como também pelo aumento das temperaturas. Este processo foi observado durante os dois anos nas três áreas estudadas entre os meses de outubro a março (Figura 8). Zambonim (2001), estudando comunidades arbóreas do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, também constatou que a maior parte das espécies zoocóricas estão frutificando nos meses de outubro a fevereiro. Segundo Levey (1990) o período de produção dos frutos está associado a uma complexa mistura de fatores bióticos (presença abundante de dispersores), e de fatores abióticos (chuva). De acordo com Morellato & Leitão-Filho (1992), a produção de frutos e a sazonalidade são fatores que não estão claramente relacionados, ou seja, existe uma certa independência entre 100

frutificação e fatores abióticos. Algumas espécies se submeteram a frutificar nas diferentes estações do ano devido a competição por agentes dispersores (FOSTER, 1982 APUD MORELLATO & LEITÃO-FILHO, 1992).

5. CONCLUSÕES

Os representantes da espécie H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii apresentaram sincronia no período reprodutivo nos dois anos de avaliação; com início e fim de floração, frutos imaturos e frutos maduros nos mesmos períodos nas áreas de sucessão onde os mesmos encontravam inseridos. Porém, comparando as espécies, as fenofases floração, frutos imaturos e frutos maduros, ocorrem em períodos diferentes ao longo do ano. As espécies estudadas apresentaram o seguinte padrão de floração e frutificação ao longo dos dois anos de observações: A H. alchorneoides, apresentou um período de floração de outubro a fevereiro e frutificação (frutos imaturos e frutos maduros) de novembro a março. A M. cinnamomifolia, floresceu de novembro a fevereiro e frutificou (frutos imaturos e frutos maduros) de janeiro a junho. Já a C. glaziovii, floresceu de setembro a março e frutificou (frutos imaturos e frutos maduros) de dezembro a abril. Todos os indivíduos estudados se mostraram em ciclo reprodutivo com duração anual, observando-se que a floração ocorre durante o período com maiores temperaturas médias mensais e maiores índices de precipitação. Isto porque a maior parte dos indivíduos masculinos e femininos, das três espécies estudadas, estavam floridos no mês de dezembro caracterizando um pico na floração. As variáveis climáticas precipitação total mensal e temperatura média mensal, apresentaram alguma correlação com os valores de percentual de índice de Fournier, indicando que os eventos climáticos avaliados podem influenciar direta ou indiretamente os padrões fenológicos das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii nos estágios de sucessão estudados Assim, a floração das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii podem ser induzidas não só pelo balanço hídrico positivo, como também pelo aumento das temperaturas. Este processo foi observado durante os dois anos de observações nas três áreas estudadas.

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CAPÍTULO II

ANATOMIA ECOLÓGICA DO LENHO DE Hyeronima alchorneoides Allemão (PHYLLANTHACEAE) EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE SUCESSÃO NA FLORESTA OMBRÓFILA DENSA

RESUMO

Dados da Fundação SOS Mata Atlântica revelam uma estimativa da existência de apenas 8,5 % de sua cobertura; ou seja, a Mata Atlântica é uma área de elevada prioridade no que diz respeito ao aspecto de conservação. Apesar de apresentar uma área extremamente reduzida, em comparação à área original, o domínio Mata Atlântica ainda obtém a flora mais rica do Brasil. 119

o ecossistema localizado no estado de Santa Catarina, descreve que o mesmo foi afetado negativamente pela agricultura, onde nos locais de abandono da atividade, ocorreu o surgimento de formações secundárias formando um mosaico de vegetação na paisagem, com diferentes estágios de sucessão. a floresta nativa como sendo um ambiente constituído de características bem peculiares, que proporcionam uma dispersão das espécies, as quais juntamente com fatores do meio, acarretam diretamente nos hábitos de crescimento. A partir do estágio primário de crescimento e perdurando ao longo do desenvolvimento das árvores, observa-se progressivas mudanças (morfológicas – externamente e anatômicas – internamente); desta forma, estas mudanças afetam o metabolismo e os processos reprodutivos. Estas mudanças ainda podem estar ligadas aos fatores ambientais externos, aí se inserem os estudos de anatomia ecológica. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo caracterizar anatomicamente e diagnosticar, qualitativa e quantitativamente, a estrutura do lenho de H. alchorneoides Allemão (Phyllanthaceae) em relação a três diferentes estágios de sucessão de remanescentes da Floresta Ombrófila Densa do município de Biguaçu, SC, interpretando-as ecologicamente. Para o estudo da anatomia ecológica do lenho, foi escolhido o método não destrutivo, sendo extraídas uma bagueta de cada árvore, retiradas com auxílio do trado de incremento de diâmetro interno igual a 12 cm. As baguetas foram seccionadas em um corte próximo ao câmbio, para posterior corte em micrótomo de deslize da Leica modelo SM 2010R. A caracterização anatômica do lenho da espécie H. alchorneoides resultante a partir deste estudo, estão de acordo com outros resultados obtidos para a mesma, observado na literatura.

Palavras – chave: Florestas Secundárias, Xilema, Camadas de Crescimento.

ABSTRACT

Data from the SOS Mata Atlântica Foundation show an estimate of only 8.5% of its coverage; that is, the Atlantic Forest is an area of high priority with respect to the conservation aspect. Although it presents an extremely reduced area, in comparison to the original area, the Mata Atlântica domain still obtains the richest flora of Brazil. the ecosystem located in the state of Santa Catarina, describes that it was negatively affected by agriculture, where in the places of abandonment of the activity, secondary formations occurred, forming a mosaic of vegetation in the landscape, with different stages of succession. the native forest as an environment constituted of very peculiar characteristics, that provide a dispersion of the species, which together with environmental factors, directly lead to the habits of growth. From the primary stage of growth and lasting throughout the development of the trees, we observe progressive 120

changes (morphologically - externally and anatomically - internally); thus, these changes affect metabolism and reproductive processes. These changes may still be linked to external environmental factors, which include studies of ecological anatomy. In this way, the present work aims to anatomically characterize and qualitatively and quantitatively diagnose the wood structure of H. alchorneoides Allemão (Phyllanthaceae) in relation to three different stages of succession of remnants of the Dense Ombrophylous Forest of the municipality of Biguaçu, SC, interpreting them ecologically. For the study of the ecological anatomy of the wood, the non - destructive method was chosen, and a bagueta was extracted from each tree, with the help of an internal diameter increase of 12 cm. The baguetas were sectioned in a cut close to the exchange, for later sliding microtome cut of the Leica model SM 2010R. The anatomical characterization of the H. alchorneoides wood resulting from this study are in agreement with other results obtained for the same, observed in the literature.

Key - words: Secondary forests, Xylem, Growth layers.

1 INTRODUÇÃO

Dados da Fundação SOS Mata Atlântica (2015) revelam uma estimativa da existência de apenas 8,5 % de sua cobertura; ou seja, a Mata Atlântica é uma área de elevada prioridade no que diz respeito ao aspecto de conservação (MYERS et al., 2000). Apesar de apresentar uma área extremamente reduzida, em comparação à área original, o domínio Mata Atlântica ainda obtém a flora mais rica do Brasil (FERNANDES, 2006). Queiroz (1994) falando sobre o ecossistema localizado no estado de Santa Catarina, descreve que o mesmo foi afetado negativamente pela agricultura, onde nos locais de abandono da atividade, ocorreu o surgimento de formações secundárias formando um mosaico de vegetação na paisagem, com diferentes estágios de sucessão. Este mosaico formado pelo 121

conjunto de formações secundárias e floresta primária alterada, representa 28, 9% de sua área original, altamente fragmentada com mais de 80% dos remanescentes com até 50 ha (VIBRANS et al., 2013). Estas áreas de florestas secundárias apresentam grande importância, pois são ambientes determinantes para a continuidade estrutural e funcional da biodiversidade (KAMMESHEIDT, 2002; BREARLEY et al., 2004; VAN BREUGEL, 2007), servem de base para o desenvolvimento sustentável (PINEDO-VASQUEZ et al., 2001), atendem as necessidades de madeira e demais produtos não madeiráveis (NEUMANN; HIRSCH, 2000; BALDAUF et al., 2007), atualmente no que se refere ao sequestro de carbono (FEARNSIDE, 2000; VACCARO et al., 2003; RICHARDS; STOKES, 2004). Assim, tais formações secundárias necessitam de cuidado especial, já que atualmente representam a maior disponibilidade de área para manejo das espécies (REIS et. al., 1993). Trabalhos desenvolvidos por Uller-Gómez & Gartner (2008) e Fantini et al. (2010), identificaram que o manejo tradicional da terra realizado nas comunidades do município de Biguaçu, no estado de Santa Catarina; consiste em derrubar a floresta, queimar os restos de vegetação existentes e ocupar a área por 3 a 4 anos para o plantio de mandioca. Após a colheita, a área é deixada em pousio por um período de 10 a 15 anos para que a floresta se regenere naturalmente. De acordo com Fantini et al. (2010), esse método de regeneração é denominado de sucessão florestal; pois, ocorre em estágios sucessivos e surgem novas espécies ao longo do processo. Esta é chamada de vegetação secundária ou floresta secundária, já que a mesma se desenvolveu numa área que outrora havia uma floresta e que posteriormente foi derrubada. No litoral do Estado de Santa Catarina, a qual inclui o município de Biguaçu, a vegetação é predominante de Florestal Ombrófila Densa (Florestal Pluvial Tropical), ecossistema associado ao Bioma Mata Atlântica (SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES FLORESTAIS, 2012), e algumas espécies se destacam no processo de sucessão florestal, como é o caso da Hyeronima alchorneoides Allemão (Licurana). Conforme o sistema de classificação baseado no The Angiosperm Phylogeny Group (APG IV, 2016), a H. alchorneoides pertence à família Phyllanthaceae que recentemente foi separada das Euphorbiaceae. Está dispersa pela Mata Atlântica de Santa Catarina, principalmente no litoral (REITZ et al., 1978). A H. alchorneoides encontra-se preferencialmente na floresta primária com densidades baixas (LONGWOOD, 1962; CLARK; CLARK, 1992). É uma espécie considerada pioneira, proliferam-se com maior intensidade após o Miconietum (SMITH et al., 1988). Sua adaptação 122

ocorre tanto em florestas primárias quanto nas secundárias, porém sua vitalidade e agressividade evidenciam-se mais nas formações secundárias (REITZ et al., 1978). É uma espécie esciófila, que tolera sombreamento de média intensidade, porém não tolera baixas temperaturas (CARVALHO, 2009). A H. alchorneoides destaca-se entre as principais espécies encontradas no componente arbóreo/arbustivo que abrange 30 – 500 m de altitude (LINGNER et al., 2013). A dominância relativa apresentada pela H. alchorneoides (3,1 %), destaca-se na floresta Ombrófila densa de Santa Catarina em relação às outras espécies (SCHORN et al., 2012). Segundo Sevegnani et al. (2013), a H. alchorneoides é a terceira espécie em estádio sucessional avançado da Floresta Ombrófila Densa em Santa Catarina, com maior valor de importância relativo no estrato arbóreo (2,2 %). A espécie apresenta ainda potencial energético, como lenha e carvão; apícola, pois as flores desta espécie são melíferas; produção de celulose (para papel de média qualidade) e arborização urbana (CARVALHO, 2009). A mesma tem utilidade na construção civil (esteios, vigas e caibros) além disso também na carpintaria na confecção de canoas, trapiches e vagões (LORENZI, 2002). Produz um número elevado de frutos e sementes férteis, o que garante uma regeneração abundante da espécie (SMITH et al., 1988). Estudos sobre anatomia ecológica do lenho são praticamente inexistentes no Brasil para a espécie H. alchorneoides, principalmente relacionado a diferentes estágios de sucessão da floresta. Existem estudos dos elementos anatômicos da H. alchorneoides em florestas da América Central – Costa Rica (BUTTERFIELD et al., 1993), Peru (ASTO, 2010) e Guiana Francesa (SOLÍS; MOYA, 2004), direcionados tão somente para produtos madeiráveis. Husch et al. (1972) e Coraiola & Netto (2003) descrevem a floresta nativa como sendo um ambiente constituído de características bem peculiares, que proporcionam uma dispersão das espécies, as quais juntamente com fatores do meio, acarretam diretamente nos hábitos de crescimento. A partir do estágio primário de crescimento e perdurando ao longo do desenvolvimento das árvores, observa-se progressivas mudanças (morfológicas – externamente e anatômicas – internamente); desta forma, estas mudanças afetam o metabolismo e os processos reprodutivos. Estas mudanças ainda podem estar ligadas aos fatores ambientais externos, aí se inserem os estudos de anatomia ecológica (NIKLAS, 1994). Os estudos de anatomia ecológica procuram quais relações existem entre o xilema secundário das plantas e os diversos locais (condições), com as características do ambiente ou aos fatores genéticos da planta (COSMO, 2012). 123

Dentre os fatores ambientais que podem ter relação com o desempenho fisiológico das árvores e, consequentemente a estrutura anatômica do xilema secundário, são: o regime hídrico, a inundação, a altitude, a latitude, a constituição do solo, inclusive os estágios sucessionais da floresta (APPEZZATO-DA-GLÓRIA; CARMELLO-GUERREIRO, 2013) Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo caracterizar anatomicamente e diagnosticar, qualitativa e quantitativamente, a estrutura do lenho de H. alchorneoides Allemão (Phyllanthaceae) em relação a três diferentes estágios de sucessão de remanescentes da Floresta Ombrófila Densa do município de Biguaçu, SC, interpretando-as ecologicamente.

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi desenvolvido no município de Biguaçu, litoral do Estado de Santa Catarina (Figura 1), em uma propriedade familiar localizada na comunidade de Fazenda de Dentro, pertencente a Microbacia de Fazendas (Figura 2). A microbacia Fazendas apresenta área de 3.814 ha, composta por 112 propriedades rurais distribuídas nas comunidades da Fazenda de Dentro, Fazenda de Fora e Fazendinha, distando 12 km da sede do município. Cada uma delas ocupa entorno de 10% do total do território municipal (PDM-SM; PDM-Faz, 2009). Figura 1 – Mapa do Município de Biguaçu no Estado de Santa Catarina.

Fonte: Produção do próprio autor, 2018.

Figura 2 - Imagem de satélite da área da Microbacia de Fazendas, Biguaçu, SC. 124

Fonte: Google Earth, imagem de 2018.

A propriedade familiar onde essa pesquisa foi conduzida não possui, mais de 40 ha, na qual mais da metade são áreas de floresta secundária em estádio avançado de regeneração; isto é uma característica predominante na região (ADMSM, 2009). As altitudes mais elevadas estão localizadas no Morro Biguaçu (540 m) e no Morro de São Miguel (501m); porém, ao longo do Rio Três Riachos, a característica do relevo é bastante acidentada (morros e colinas) e recoberto pela Mata Atlântica (CRUZ, 1998). Este morfodinamismo que apresenta o chamado relevo mamelonar, é denominado de mares de morros e se estende da zona da Mata nordestina até ao granítico gnáissico de SC e RS. (AB’ SABER, 1966 apud CRUZ, 1998). Os principais solos de Biguaçu, nos relevos mais montanhosos, são classificados principalmente como cambissolos: Podzólico vermelho-amarelo álico e álico latossólico associado com cambissolo álico ou com solos litólicos álicos, áreas onde as florestas da região se localizam. Já nos pontos onde o relevo é plano, observa-se o Glei pouco húmico distrófico nas várzeas. (EMBRAPA SOLOS; MAP; EPAGRI, 2004). De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2009), o clima da região é Cfa - mesotérmico úmido com verão quente definido. A precipitação anual é de 1.588 mm e a temperatura média anual é de 20,5˚C, com a média mínima no mês de julho de 16,4˚C e a média máxima no mês de fevereiro de 24,6˚C. Dentro da propriedade familiar, foram escolhidas três áreas em diferentes estágios de sucessão: 15 anos (Área 1 – 27°41’11” S; 48°74’49” W), 25 anos (Área 2 – 27°41’10” S; 48°74’35” W) e 30 anos (Área 3 – 27º41’02” S; 48º74’05” W) (Figura 3). O estágio de sucessão 125

foi fornecido pelo próprio agricultor por meio entrevistas. O mesmo reside na propriedade familiar a mais de sessenta anos. As altitudes correspondentes as Áreas 1, 2 e 3, são respectivamente: 167,50 m; 123,00 m e 133,00 m. Cada Área apresenta cerca de 1,0 ha, onde anteriormente existia lavoura de cana- de-açúcar, e as mesmas encontram-se de 200 – 300 m de distância uma da outra; de difícil acesso e bastante íngremes.

Figura 3 - Imagem de satélite da localização das Áreas estudadas: Área 1 (15 anos), Área 2 (25 anos) e Área 3 (30 anos); Fazenda de Dentro, Biguaçu, SC.

Fonte: Google Earth, imagem de 2018.

2.2 COLETA DO MATERIAL

Em cada Área, foram selecionados cinco indivíduos de H. alchorneoides (licurana), com diâmetro a altura do peito (DAP) maior que 10 cm conforme recomendado por Chave (2006), totalizando um grupo amostral de quinze árvores. Para o estudo da anatomia ecológica do lenho, foi escolhido o método não destrutivo, sendo extraídas uma bagueta de cada árvore, retiradas com auxílio do trado de incremento de diâmetro interno igual a 12 cm. Todas as coletas foram padronizadas seguindo a face norte (COPANT, 1974) e dentro das possibilidades, coletando na altura da CAP (Circunferência à Altura do Peito – 1,30 m). (Figura 4). No momento da retirada da bagueta, era inserido uma cavilha no orifício para proteger a árvore.

Figura 4 – Retirada de amostras (baguetas) com trado de incremento. 126

Fonte: Produção do próprio autor, 2018.

As amostras foram colocadas em suportes para transporte. No laboratório de Anatomia da Madeira da Universidade do Estado de Santa Catarina, as baquetas ficaram armazenadas submersas em solução de água por um período de duas semanas. a. CONFECÇÃO DAS LÂMINAS HISTOLÓGICAS PARA A CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA

As baguetas foram seccionadas em um corte próximo ao câmbio, para posterior corte em micrótomo de deslize da Leica modelo SM 2010R (Figura 4), com a espessura nominal variando de 14 a 18 μm. De cada corpo de prova obtido a partir das baguetas, foram confeccionados cortes nos planos anatômicos transversal, longitudinal radial e longitudinal tangencial. Estes ficaram armazenados entre lâminas de vidro juntamente com glicerina até os processos de confecção da lamina permanente propriamente dita. Os cortes anatômicos foram descoloridos com hipoclorito de sódio, passando por coloração com safranina a uma concentração de 0,8 %. Em seguida, os cortes foram desidratados em série alcoólica ascendente (20, 50, 70, 90% e duas vezes álcool absoluto) e fixados em álcool/acetato de butila (3:1; 1:1, 1:3 e acetato de butila 100%). Em cada etapa os cortes permaneceram em solução por um período de 3 minutos. Foram confeccionadas 3 lâminas permanentes coradas sendo montadas com auxílio de Entellan®. b. ELEMENTOS DISSOCIADOS – MACERAÇÃO

Após a obtenção dos cortes anatômicos dos corpos de prova nas respectivas posições, foram retiradas lascas de madeira para confecção do macerado (Figura 14). O material dissociado seguiu a metodologia de Franklin (1945), com solução macerante na proporção de 127

1:1 de peróxido de hidrogênio e ácido acético. Posteriormente a lavagem até a retirada da solução macerante, o material foi corado com safranina 0,8 %, e montado em lâminas semipermanentes com auxílio de glicerina. c. MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS ANATÔMICOS

Para cada característica anatômica observada foram realizadas 40 medições no software Módulo Leica Mensure V6.1, conforme Tabela 1. Tabela 1 - Parâmetros anatômicos mensurados. Características Anatômicas Mensuradas Observação Elementos de Vasos Diâmetro dos Vasos (μm) Seção Transversal Frequência dos Vasos N°/mm² Seção Transversal Comprimento dos Vasos (μm) Macerado Pontoações Intervasculares (μm) Seção Radial Fibras Comprimento das Fibras (μm) Macerado Diâmetro das Fibras (μm) Macerado Espessura das Paredes das Fibras (μm) Macerado Raios Frequência dos Raios (nº/mm) Seção Tangencial Altura dos Raios (μm) Seção Tangencial Largura dos Raios (μm) Seção Tangencial Fonte: Produção do próprio autor, 2018. d. ANÁLISE DOS DADOS

A caracterização anatômica quantitativa e qualitativa das espécies foi realizada a partir da soma das mensurações realizadas nos três locais de estudo, para cada parâmetro anatômico analisado. Os dados quantitativos foram expressos em valores: mínimo, médio e máximo, conforme descrito por Eckblad (1991), já as características qualitativas do lenho foram descritas conforme às recomendações do IAWA Committee (1989), exceto para a caraterística anatômica de espessura da parede das fibras e diâmetro do lúmen, as quais seguiram a metodologia descrita por Coradin & Muñiz, (1991). A natureza paramétrica ou não paramétrica das variáveis anatômicas foi verificada por meio do teste de Shapiro-Wilk. Com propósito de testar a existência de variações intraespecíficas das características anatômicas da madeira entre os locais avaliados, os dados foram comparados por meio de Análise de Variância (ANOVA). No caso de diferenças significativas, estas comparações foram seguidas, respectivamente, pelo teste de Tukey. 128

2 RESULTADOS

Na Tabela 2, encontram-se os valores de diâmetro a altura do peito (DAP) e a altura (h) de cada indivíduo selecionado, bem como as médias e desvios padrões para estas variáveis em cada área de sucessão.

Tabela 2 - Dados de diâmetro a altura do peito (DAP), altura (h) dos representantes selecionados da espécie H. alchorneoides, médias e desvios padrões para as três diferentes áreas de sucessão. Hyeronima alchorneoides

Área 1 (15 anos) Área 2 (25 anos) Área 3 (30 anos) Indivíduo DAP (m) h (m) Indivíduo DAP (m) h (m) Indivíduo DAP (m) h (m) 1 17,00 11,00 1 34,00 15,00 1 57,00 14,00 2 23,00 10,00 2 32,00 14,00 2 41,00 15,00 3 20,00 12,00 3 57,00 14,00 3 36,00 16,00 4 16,00 12,00 4 41,00 15,00 4 67,50 15,00 5 27,00 10,00 5 36,00 16,00 5 60,00 12,00 Média 20,60 11,00 Média 40,00 14,80 Média 52,30 14,40 Desvpad 4,51 1,00 Desvpad 10,07 0,84 Desvpad 13,28 1,52 Fonte: Produção do próprio autor, 2018.

A descrição qualitativa da anatomia do lenho das árvores das três populações de H. alchorneoides em diferentes estágios de sucessão, revela as seguintes características macroscópicas: Parênquima axial visível a olho nu, difuso em agregados, apotraqueal. Poros bem visíveis sob lente de 10x, difusos, solitários em maioria, geminados presentes, sem padrão, diâmetro tangencial variado. Raios visível sob lente de 10x multiseriados, formado por dois tipos de células (heterocelulares) apresentam células quadradas e eretas específicas das fileiras marginais.

Figura 5 – Hyeronima alchorneoides. A - (10x) Anéis de crescimento indistintos, vasos solitários e múltiplos, tilos (seta) (seção transversal); B – (10x) Raios heterocelulares (seção tangencial); C - 10x) Raios heterocelulares (setas) (seção radial); D – (40 x) Vaso com apêndices nas extremidades, placa de perfuração simples (macerado). Escalas: 200 μm. 129

Fonte: Produção do próprio autor, 2018

As características microscópicas observadas são: Vasos/poros com porosidade difusa, sem padrão, solitários (73,87 %), geminados (26,13 %) presentes (Figura 5A), diâmetro tangencial variando de 112,81 – 250,98 µm e frequência de aproximadamente 2 - 8 vasos/mm². O comprimento dos elementos vasculares é de 394,61 – 1.727,87 µm. Placas de perfuração simples (Figura 5D). Pontoações intervasculares, opostas ou alternadas, arredondadas, diâmetro (vertical) das pontuações intervasculares: 1,43 – 10,87 µm. As pontoações raiovasculares, apresentam aréolas pequenas ou simples, a forma é arredondada, angulares, horizontais e verticais, os elementos são adjacentes ou no mesmo sentido, compostas e grossa. Presença de tilos (Figura 5A), paredes delgadas. Fibras libriformes, com espessura de paredes 2,64 – 14,43 µm; as fibras são longas com comprimento médio de 1.345,67 – 3.730,01 µm. Pontoações das fibras nas paredes radial e tangencial, visivelmente areoladas. Fibras não septadas. 130

Parênquima axial apotraqueal difuso em agregados e em série, com número de células por série: 4 – 8. Raios de 6,00 - 14 por mm, multiseriados, 19,63 – 68,49 µm de largura (Figura 5B). Dois tamanhos de raios, a altura média dos mesmos comumente é maior de 1.000 µm, formados por dois ou mais tipos de células (heterocelulares). Raios heterocelulares apresentam células quadradas e eretas específicas das fileiras marginais (Figura 5C). Não apresenta estrutura estratificada e nem canais intercelulares. A Ficha biométrica de todas as características anatômicas quantitativas da H. alchorneoides para as três diferentes áreas de sucessão encontram-se listadas na Tabela 3.

Tabela 3 - Ficha biométrica das caraterísticas anatômicas quantitativas da Hyeronima alchorneoides para os três diferentes estágios de sucessão. (Continua) Características Anatômicas Área 1 (15 anos) Área 2 (25 anos) Área 3 (30 anos) Elementos de Vasos Mínimo 112,81 Mínimo 161,17 Mínimo 180,02 Média 141,23 Média 210,97 Média 216,11 Diâmetro tangencial dos vasos (µm) Máximo 181,43 Máximo 241,15 Máximo 250,98 Despad 14,18 Despad 18,12 Despad 18,17 Mínimo 2,00 Mínimo 1,00 Mínimo 1,00 Média 5,42 Média 3,89 Média 3,86 Frequência dos vasos (n/mm²) Máximo 8,00 Máximo 7,00 Máximo 7,00 Despad 0,17 Despad 0,10 Despad 0,10 Mínimo 394,61 Mínimo 580,11 Mínimo 583,67 Média 767,03 Média 1.223,12 Média 1.228,25 Comprimento dos vasos (µm) Máximo 1.123,12 Máximo 1.724,24 Máximo 1.727,87 Despad 24,23 Despad 28,02 Despad 28,03 Mínimo 6,11 Mínimo 1,44 Mínimo 1,43 Média 8,23 Média 2,81 Média 2,79 Pontoações Intervasculares (µm) Máximo 10,87 Máximo 3,98 Máximo 3,98 Despad 0,30 Despad 0,31 Despad 0,31 Fibras Mínimo 1.445,67 Mínimo 1.691,78 Mínimo 1.698,12 Média 2.483,78 Média 2.619,08 Média 2.623,13 Comprimento das Fibras (µm) Máximo 3.503,04 Máximo 3.728,98 Máximo 3.730,01 Despad 239,31 Despad 243,67 Despad 244,12 Mínimo 7,78 Mínimo 8,29 Mínimo 8,32 Média 20,51 Média 23,53 Média 24,12 Diâmetro Tangencial das Fibras (µm) Máximo 30,45 Máximo 34,32 Máximo 34,43 Despad 1,61 Despad 1,65 Despad 1,65 Mínimo 2,64 Mínimo 2,78 Mínimo 2,81 Média 6,86 Média 8,12 Média 8,23 Parede das fibras (µm) Máximo 12,23 Máximo 14,21 Máximo 14,43 Despad 0,23 Despad 0,31 Despad 0,31 Raios Mínimo 6,00 Mínimo 6,0 Mínimo 6,00 131

Média 8,03 Média 9,24 Média 9,24 Frequência (n/mm) Máximo 11,00 Máximo 14,00 Máximo 14,00 Despad 0,62 Despad 0,68 Despad 0,68 Mínimo 631,04 Mínimo 678,98 Mínimo 683,00 Média 1.008,67 Média 1.057,87 Média 1.064,83 Altura dos raios (µm) Máximo 1.423,01 Máximo 1.512,12 Máximo 1.514,08 Despad 87,03 Despad 89,01 Despad 89,02 Mínimo 19,63 Mínimo 20,10 Mínimo 20,11 Média 43,89 Média 47,98 Média 47,98 Largura dos raios (µm) Máximo 64,48 Máximo 68,47 Máximo 68,49 Despad 5,34 Despad 5,63 Despad 5,63 Parênquima Axial Mínimo 3,98 Mínimo 4,01 Mínimo 4,10 Média 5,23 Média 5,45 Média 5,51 Nº de células por faixa (n/faixa) Máximo 7,79 Máximo 8,14 Máximo 8,17 Despad 1,21 Despad 1,18 Despad 1,18 Fonte: Produção do próprio autor, 2018.

A análise estatística descritiva dos valores médios dos elementos celulares dos indivíduos de cada área de sucessão (Área 1 – 15 anos; Área 2 – 25 anos e Área 3 – 30 anos) consta da Tabela 4.

Tabela 4 - Parâmetros quantitativos (média e desvio padrão) do lenho de Hyeronima alchorneoides nas três diferentes áreas de sucessão. Características Anatômicas Área 1 (15 anos) Área 2 (25 anos) Área 3 (30 anos) Média e Despad Média e Despad Média e Despad Elementos de Vasos Diâmetro Tangencial dos Vasos (µm) 143,4 (± 14,21)a 210,9 (± 18,12)b 216,1 (± 18,17)b Frequência dos Vasos (n/mm²) 5,4 (± 0,17)a 3,0 (± 0,10)b 3,0 (± 0,10)b Comprimento dos Vasos (µm) 767,0 (± 24,2)a 1.223,1 (± 28,02)b 1.228,2 (± 28,03)b Pontoações Intervasculares (µm) 2,8 (± 0,30)a 2,8 (± 0,31)a 2,8 (± 0,31)a Fibras Comprimento das Fibras (µm) 2.483,8 (± 219,3)a 2.619,0 (± 243,6)b 2.623,1 (± 246,1)b Diâmetro Tangencial das Fibras (µm) 20,5 (± 1,12)a 23,5 (1,65)b 24,1 (± 1,65)b Parede das Fibras (µm) 6,8 (± 0,23)a 8,1 (± 0,31)b 8,1 (± 0,31)b Raios Frequência (n/mm) 8,0 (± 0,62)a 9,2 (± 0,68)a 9,2 (± 0,68)a Altura dos raios (µm) 1.009,1 (± 87,03)a 1.057,1 (± 89,01)a 1.064,0 (± 89,02)a Largura dos raios (µm) 44,0 (± 5,34)a 48,0 (± 5,63)a 48,0 (± 5,63)a Parênquima Axial Nº de células por faixa (n/faixa) 5,0 (± 1,21)a 5,4 (± 1,18)a 5,5 (± 1,18)a Valores seguidos das mesmas letras na horizontal, não diferiram significativamente entre si pelo teste de Tukey, α = 0,05.

132

A tabela 5 apresenta os valores das correlações (Pearson) dos elementos anatômicos estudados com as áreas de sucessão.

Tabela 5 - Coeficientes de correlação de Pearson entre os elementos anatômicos do lenho em relação as áreas de sucessão. Características Anatômicas Áreas de Sucessão

Diâmetro Tangencial dos Vasos (µm) 0,432* Frequência dos Vasos (n/mm²) - 0,542* Comprimento dos Vasos (µm) 0,583* Pontoações Intervasculares (µm) 0,013 Comprimento das Fibras (µm) 0,683* Diâmetro Tangencial das Fibras (µm) 0,324 Parede das Fibras (µm) 0,254 Frequência (n/mm) 0,131 Altura dos raios (µm) 0,017 Largura dos raios (µm) 0,126 Nº de células por faixa (n/faixa) 0,117 *Significativo a 5% de probabilidade pelo Teste t.

4 DISCUSSÕES

4.1 ANÁLISE QUALITATIVA

4.1.1 Camadas de Crescimento O lenho de H. alchorneoides apresenta camadas de crescimento indistintas, esta característica foi observada em todas as amostras analisadas, independente da área coletada. Camadas de crescimento indistintos para a espécie H. alchorneoides, também foram observadas por outros autores (RICHTER; DALLWITZ, 2000; SOLÍS; MOYA, 2004; ASTO, 2010). A indistinção de camadas de crescimento nos indivíduos de H. alchorneoides comum para as três áreas de sucessões estudadas, pode estar atrelada aos fatores ambientais uniformes ao longo do período; fatores estes representados pelo clima, umidade, temperatura e precipitação, proporcionados pela Floresta Ombrófila Densa. De acordo com Nimer (1979), Leite & Klein (1990) e o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1992), mesmo que a localização da Floresta Ombrófila Densa esteja em zona extratropical, são marcantes as características tropicais; pois, apresenta ausência de um período seco, elevadas taxas de precipitação bem distribuídas ao longo do ano e temperaturas médias acima de 15ºC. 133

As camadas de crescimento indistintas ou pouco evidentes, é normalmente, uma característica de espécies que se desenvolvem em clima uniforme (BOTOSSO; MATTOS, 2002). Wheeler & Baas (1991) também reportaram baixa frequência de camadas de crescimento distintas, cerca de 20%, para florestas tropicais úmidas do Brasil. A existência de camadas de crescimento no lenho é mais comum em plantas de regiões temperadas Wheeler et al. (2007). Wheeler & Baas (1991) destacam, que os valores relativos as camadas de crescimento distintas ou não, podem estar subestimados, pelo que espécies tropicais podem exibir limites de anéis de crescimento diferentes e mais variados do que anéis das espécies de ambientes temperados, e a forma como é interpretada a existência ou não destas camadas, pode ser alterada de acordo com o observador. A anatomia ecológica voltada para a periodicidade e atividade do câmbio, vem sendo alvo de estudos de Iqbal & Ghouse (1987) e Luchi (2004), pela sua elevada importância ecoficiológica. Alves & Angyalossy-Alfonso (2000, 2002), verificaram a relação de características qualitativas de 491 espécies (133 gêneros, 22 famílias) com as variáveis de clima, temperatura, umidade, altitude e tipo de vegetação de todo o Brasil. As autoras identificaram correlações estatisticamente significativas com um ou mais parâmetros ambientais para camadas de crescimento. A característica do lenho apresentar camadas de crescimento distintas ou não distintas, pode estar sujeita a uma condição estacional de crescimento, definidos como lenho inicial e lenho tardio. O lenho inicial se dá no início período vegetativo, no qual as plantas reassumem suas atividades fisiológicas. Nesse período as células se caracterizam por paredes finas e lúmens grandes. No lenho tardio, a planta diminui suas atividades fisiológicas gradativamente; assim, as células mais espessas (ESAU, 1976; BURGER; RICHTER, 1991; RAVEN et al., 2007). Outra relação sobre as camadas do lenho serem distintas ou não, estão ligadas ao solo. Callado et al. (2001) comparando o xilema de Alchornea triplinervea Müll.Arg. e A. sidifolia, observaram camadas de crescimento distintas em solo periodicamente inundável, e pouco distintas em solo sob constante saturação hídrica. No caso de Pera glabrata, não foi possível identificar as camadas de crescimento em solo constantemente inundado. Luchi (2004) identificou camadas distintas na espécie Croton urucurana em solo bem drenado; porém, indistintas em solos sujeitos à saturação hídrica. Cosmo (2008) constatou a presença de camadas distintas em Sebastiania commersoniana, em solo hidromórfico e em solo fortemente drenado.

4.1.2 Elementos de Vasos

134

Os vasos são células que constituem internamente o xilema secundário das plantas que possuem a propriedade de condução de líquidos e substâncias nutritivas na planta (KOLLMANN; CÔTÉ, 1968; ESAU, 1976) O lenho de H. alchorneoides exibiu vasos predominantemente solitários (73,87%), enquanto que geminados (26,13%). Porosidade difusa e frequência média de 5 vasos por mm². Esta percentagem de vasos solitários, porosidade difusa e frequência média de vasos em H. alchorneoides, concordam com os resultados registrados por Richter & Dallwitz (2000), Solís & Moya (2004) e Asto (2010). O diâmetro tangencial dos vasos das plantas estudadas variou de 123 µm a 311 µm, com média de 203 µm, valores muito próximos dos observados por Richter & Dallwitz (2000) para a H. alchorneoides que em média observou 200 µm. Solís & Moya (2004), ao estudarem os elementos anatômicos da espécie H. alchorneoides estabelecida na Guiana Francesa, verificaram um diâmetro de 120 – 210 µm. Já Asto (2010) em árvores desta espécie na Costa Rica, observou um diâmetro tangencial médio dos vasos de 136 µm. Os elementos de vaso são curtos, com comprimento médio de 1.223 µm e placas de perfuração simples presentes (figura 3). Pontoações intervasculares, opostas ou alternadas, arredondadas, diâmetro (vertical) das pontuações intervasculares média de 8,23 µm. Estas características e valores foram verificados semelhantemente no estudo de Richter & Dallwitz (2000), Solís & Moya (2004) e Asto (2010) para a espécie H. alchorneoides. A presença de perfuração simples e pontoações intervasculares com disposição alternada para a espécie, também coincide com os resultados da Insidewood (2004). A anatomia ecológica do lenho revelou a presença de tilos nos vasos; fato este, verificado também por Richter & Dallwitz (2000) e Insidewood (2004). Depósitos de “gomas” já foram identificados nos vasos de H. alchorneoides como (SOLÍS; MOYA, 2004; ASTO; 2010), o que não foi observado no presente trabalho. Como a espécie H. alchorneoides encontra-se estabelecida na Floresta Ombrófila Densa, que de acordo com o IBGE (1992) é uma das regiões fitoecológicas inseridas no Bioma Mata Atlântica, sugere-se que a espécie apresenta características dos elementos vasculares observadas, como tendência para este Bioma de acordo com a literatura. Silva (2013) em seu estudo sobre anatomia ecológica e potencial econômico da madeira de espécies nativas da mata atlântica, sugeriu que o conjunto das espécies, apresentou altas frequências de características correlacionadas com características ambientais, como por exemplo porosidade difusa, placa de perfuração simples, presença simultânea de vasos 135

solitários e múltiplos, e comprimento dos elementos de vasos, podem ser interpretadas como tendências ecológicas para a Mata Atlântica. Segundo Alves & Angyalossy-Alfonso (2000), é comum a presença de vasos múltiplos e solitários com porosidade difusa em espécies lenhosas estabelecidas em vários ecossistemas da flora brasileira. Barros et al. (2006) estudaram 26 espécies (14 famílias) de Mata Atlântica em uma reserva biológica no Rio de Janeiro, os autores sugerem que dentre outras características anatômicas incidentes com da alta frequência, a porosidade difusa e raios com frequência de 4-12/mm, também corroboram por análise estatística e podem ser tendências ecológicas para a anatomia da madeira das espécies de Mata Atlântica.

4.1.3 Fibras

Conforme Burger & Richter (1991) as fibras são células peculiares das angiospermas, as quais ocupam grande parte o lenho (20-80%), e sua função é normalmente a de sustentação. Chen & Evans (2004) confirmam esta função das fibras, e acrescentam que as mesmas ainda influenciam os processos fisiológicos de transporte da seiva mineral. O lenho da H. alchorneoides, apresentou fibras libriformes, não septadas, com paredes muito espessas medindo 3,64 – 7,86 – 14,23 µm; as fibras são longas com comprimento médio de 2.578 µm e diâmetro tangencial de 22,7 µm. Pontoações das fibras nas paredes radial e tangencial, visivelmente areoladas. Asto (2010) em seu trabalho sobre anatomia do lenho da espécie H. alchorneoides em florestas do Perú, encontrou os seguintes resultados: espessura média da parede das fibras 8 µm, comprimento médio 2669 µm e diâmetro tangencial 23 µm. De acordo com Richter & Dallwitz (2000), o fato de as fibras de H. alchorneoides serem classificadas como não septadas, se dá por que em algumas fibras observa-se pequenas paredes transversais (confundidas com septos), o que na verdade podem ser conteúdo orgânico. As fibras observadas neste trabalho através da análise ecológica do lenho de H. alchorneoides, também são marcadas por tendências ecológicas. Segundo Alves & Angyalossy-Alfonso (2000) e Barros et al (2006), fibras delgadas ou espessas, são tendências ecológicas para o Bioma Mata Atlântica. Os trabalhos de Barros et al. (2006) e Alves & Angyalossy-Alfonso (2002) revelaram correlação positiva entre fibras de parede delgada e altas latitudes, e fibras com parede espessa com baixas latitudes e climas quentes, embora nenhuma explicação funcional seja sugerida. Noshiro & Baas (2000), estudaram o lenho de 242 espécies do gênero Cornus, com origem no 136

hemisfério norte, os autores verificaram forte correlação entre comprimento de fibras com latitude. Dentre as diversas espécies estudadas por Martínez-Cabrera et al. (2009), as dimensões das fibras foram as variáveis que estão mais correlacionadas com a precipitação média anual e com a densidade da madeira. Também está relacionada à tolerância ao estresse hídrico e à resistência mecânica das espécies (JACOBSEN et al., 2007), destacando a sua ligação com o ritmo de crescimento, à longevidade e ao estágio de sucessão das espécies lenhosas (ZANNE et al., 2010).

4.1.4 Parênquima Axial

O parênquima axial apresenta propriedades específicas, desempenhando funções vitais na planta, como armazenar substâncias nutritivas no lenho (KOLLMANN; CÔTÉ, 1968; ESAU, 1976). O parênquima é axial apotraqueal difuso em agregados, em série de 3 – 8 células, O que concorda com Richter & Dallwitz (2000). Autores dissertam sobre a tendência de espécies localizadas em regiões mais quentes, apresentarem parênquima axial abundante, enquanto que em regiões frias, o parênquima axial é escasso (Wheeler & Baas, 1991; Alves & Angyalossy- Alfonso, 2002). Alves e Angyalossy-Alfonso (2002) verificaram que a presença de parênquima apotraqueal é mais elevada em representantes localizados em maiores latitudes e o parênquima paratraqueal em indivíduos localizados em menores latitudes. Apesar da espécie H. alchorneoides, neste estudo, estar localizada em formações de Floresta Ombrófila Densa em latitudes maiores, a anatomia ecológica do lenho revelou abundância de parênquima axial. Já sobre a presença de parênquima apotraqueal como característica da espécie, concorda com a descrição da literatura, onde este tipo de parênquima é elevado em latitudes maiores. Santos (2005), em estudo sobre a anatomia do lenho da espécie Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. (Melastomataceae) localizada na Floresta Atlântica, SP, constataram a presença de parênquima axial apotraqueal. O gênero Myrceugenia, composto por 39 espécies, sendo que comumente são encontradas 25 no Sul do Brasil (GOMES-BEZERRA et al., 2014); a sua estrutura anatômica, apresenta parênquima apotraqueal (METCALFE; CHALK, 1972). As Rosaceae, que no Brasil é constituída por 18 gêneros e 45 espécies (SOUZA; LORENZI, 2005; SIMÃO-BIANCHINI, 2016), é marcada pela presença parênquima apotraqueal (MARCHIORI, 2000). 137

4.1.5 Raios

Os raios estão presentes, são multiseriados, frequência de 6,00 - 14 por mm, multiseriados, apresentando 19,63 – 68,49 µm de largura. Dois tamanhos de raios, a altura dos mesmos comumente é maior de 1000 µm, formados por dois ou mais tipos de células (heterocelulares). Raios heterocelulares apresentam células quadradas e eretas específicas das fileiras marginais. Não apresenta estrutura estratificada e nem canais intercelulares. Estes resultados coincidem com os trabalhos de Richter & Dallwitz (2000), Solís & Moya (2004) e Asto (2010) para a estrutura anatômica do lenho de H. alchorneoides. As características para os raios observadas na estrutura anatômica do lenho de H. alchorneoides, poderão ser consideradas como tendência para o Bioma Mata Atlântica, como visto na literatura. Barros et al. (2006) estudaram 26 espécies (14 famílias) de Mata Atlântica em uma reserva biológica no Rio de Janeiro. A incidência da alta frequência de características, como raios com frequência de 4 - 12/mm, com 1 - 3 células de largura, foi corroborada por análise estatística e sugeridas como tendências ecológicas para a anatomia da madeira das espécies de Mata Atlântica. Alves & Angyalossy-Alfonso (2000, 2002) identificaram correlações estatisticamente significantes entre variáveis ambientais (clima, temperatura, umidade, altitude e tipo de vegetação) de todo o Brasil com largura dos raios. Carlquist (1975), em seus estudos identificou nas madeiras das famílias Asteraceae, Goodeniaceae, Campanulaceae, Brassicaceae, e os gêneros Echium e Euphorbia, alguns fatores correlacionados com ambientes mais xéricos, como: maior frequência de vasos por mm², raios e vasos mais curtos, sendo estes mais estreitos. Gimenez et al. (2015) realizando a anatomia comparada da madeira de três espécies da família Anacardiaceae, gênero Schinopsis provenientes diferentes regiões (umidade), identificaram poucas diferenças, sendo estas apenas em relação valores médios e porcentagens de raios. O gênero Myrceugenia (39 espécies), sendo que comumente são encontrado 25 no Sul do Brasil (GOMES-BEZERRA et al., 2014). Sua estrutura anatômica, segundo Metcalfe & Chalk (1972) apresenta raios heterogêneos. A madeira de Rosaceae, raios homogêneos e heterogêneos (MARCHIORI, 2000).

4.2 ANÁLISE QUANTITATIVA 138

4.2.1 Elementos de Vasos

As plantas que estão inseridas nas Áreas 2 (25 anos) e 3 (30 anos), áreas de sucessão mais avançadas, apresentam, em média, vasos com maior diâmetro tangencial (210,9 e 216,1 μm respectivamente), bem como maior comprimento de vasos (1.223,1 e 1.228,2 μm respectivamente) em relação as plantas que ocorrem na Área 1 (diâmetro tangencial = 143,4 μm e comprimento = 767,0 μm), sendo a diferença estatisticamente significativa entre a Área 1 em relação as Áreas 2 e 3 (Tabela 3). Solís & Moya (2004) encontraram em H. alchorneoides vasos com diâmetro 120 – 210 μm e comprimento de vasos 730 – 1.300 μm, resultados muito semelhantes aos deste trabalho. Richter & Dallwitz (2000) encontraram um diâmetro tangencial médio dos vasos igual a 200 μm e comprimento médio dos vasos de 1.220 μm. A análise estatística demonstrou moderada correlação entre diâmetro tangencial (r = 0,432) e comprimento dos vasos (r = 0,583), com os estágios de sucessão, a um nível de significância igual a 5% pelo teste de Tukey. (Tabela 4) O aumento das dimensões do diâmetro tangencial e comprimento dos vasos ao longo do avanço das áreas sucessão, pode ser explicado pelo fato de que a H. alchorneoides nos estágios mais avançados da floresta, a espécie necessita de uma maior eficiência no transporte de água e nutrientes para a manutenção da árvore. Os trabalhos que relacionam dimensões de elementos anatômicos com a idade das árvores nativas são escassos. Existem alguns trabalhos, para árvores de reflorestamento (Eucalyptus). Setter et al (2012), verificaram uma correlação positiva entre idade de Eucalyptus grandis e diâmetro tangencial dos vasos do lenho das árvores. O avanço da idade promove um aumento do diâmetro tangencial dos vasos. Silva et al. (2007), estudando a influência da idade nas dimensões dos vasos da madeira de E. grandis, observaram que estas duas variáveis estão correlacionadas positivamente. As variações que ocorrem nas dimensões dos elementos vasculares (diâmetro, frequência e disposição dos elementos) à medida que as árvores vão crescendo, Setter et al. (2012) explicam, sob o ponto de vista fisiológico, porque as plantas precisam aumentar sua capacidade de transporte de água e sais minerais quando as mesmas vão se desenvolvendo e como consequência ocorre um aumento das suas dimensões. 139

De acordo com Baas et al. (1983) e Ewers et al. (1991), em espécies arbóreas os vasos de maior diâmetro são mais eficazes para o transporte de água, eles diminuem a resistência e conduzem grande quantidade de fluído líquido quando comparada a mesma área de tecido. Um sistema de condução de água eficiente, se dá pela associação de vasos de diâmetro e comprimento maiores; porém, esta condição eleva a vulnerabilidade do tecido a formação de bolhas, o que implica em perdas para o sistema de transporte da planta (CARLQUIST, 1975; ZIMMERMANN, 1983). Em relação a frequência de vasos, as plantas que estão inseridas na Áreas 1 (15 anos), apresenta, em média, uma frequência maior (5,4/mm²), são estatisticamente diferentes em relação as que ocorrem na Área 2 (3,0/mm²) e Área 3 (3,0/mm²) (Tabela 3). Como a frequência dos vasos diminui em relação aos estágios de sucessão mais avançados; verifica-se uma moderada correlação negativa entre frequência de vasos e estágios de sucessão (r = - 0,542), a um nível de significância igual a 5% pelo teste de Tukey. (Tabela 4) Richter & Dallwitz (2000) identificaram um número de vasos variando de 4 a 7 /mm² para a espécie H. alchorneoides, o que corrobora com os resultados médios semelhantes aos encontrados no presente trabalho. Mori et al. (2009) estudando a influência da idade e altitude nas características anatômicas, químicas e de densidade básica da madeira de Eremanthus erythropappus, encontrou correlação dos elementos anatômicos com a idade, no caso a frequência de vasos reduz-se significativamente com o aumento da idade da árvore. Em E. grandis, Satter et al. (2012), verificaram a mesma correlação, a frequência dos vasos diminuiu com a idade das árvores. Outra observação no presente trabalho, foi que os indivíduos que apresentaram diâmetro tangencias de vasos maiores, apresentaram frequência de vasos menores. Segundo alguns autores, diâmetros tangenciais dos vasos maiores normalmente apresentam frequências de vasos menores (BAMBER et al., 1982; VITAL; DELLA LUCIA, 1987). Plantas com vasos de diâmetro menor e em frequência de vasos maior, proporcionam uma maior segurança ao sistema de condução; pois, diminuem a chance de rompimento da coluna de água e formação de bolhas (ZIMERMANN; BROWN, 1971; ZIMERMANN, 1983; EWERS, 1985).

4.,2.2 Fibras

As fibras com maior desenvolvimento, tanto em comprimento quanto em diâmetro e espessura de parede, ocorreram nas plantas dos estágios mais avançados de sucessão (Áreas 2 140

e 3). Na Área 2, as médias para comprimento das fibras foi 2.619 μm, diâmetro tangencial 23,5 μm e espessura da parede 8,1 μm. Já para a Área 3, as médias foram: comprimento das fibras 2.623,1 μm, diâmetro tangencial 24,1 μm e espessura da pare 8,1 μm. Os espécimes da Área 1, diferem significativamente dos demais, pois possuem fibras mais curtas (2.483,8 μm), menores em diâmetro (20,5 μm) e espessura de parede (6,8 μm). (Tabela 3) Os valores das Áreas 2 e 3, são próximos aos resultados médios para as dimensões da fibra, encontrados por Asto (2004) para a espécie H. alchorneoides, na qual o comprimento das fibras foi 2.669 μm, diâmetro tangencial 23 μm e espessura da parede 8 μm. Para comprimento de fibras, Richter e Dallwitz (2000), encontraram valores variando de 1.700 a 3.480 μm, intervalo que engloba os verificados no presente trabalho. Apesar do comprimento, diâmetro e espessura das paredes das fibras, obter aumento relativamente discreto em suas dimensões em áreas mais avançadas de sucessão, as mesmas apresentaram moderada correlação positiva em relação a idade; porém somente o comprimento de fibras (r = 0,683) apresentou significância de 5% pelo teste de Tukey. (Tabela 5). Como a função das fibras é a de sustentar a planta e influenciar processos fisiológicos (CHEN & EVANS; 2004), ao longo do processo de sucessão, nas áreas mais avançadas, as árvores de H. alchorneoides necessitam de fibras maiores para suporte da mesma. As características das fibras estão diretamente relacionadas ao ritmo de crescimento, à longevidade e ao estágio de sucessão das espécies lenhosas (ZANNE et al., 2010). HUGHES (1968) relataque podem ocorrer elevadas variações nos elementos anatômicos entre árvores da mesma espécie proveniente das influências genéticas e ambientais; desta forma, espécies onde apresentam camadas de crescimento indistintas, como em E. grandis e Eucalyptus deglupta, a variação entre médias das dimensões das fibras ao longo de diversos anos de crescimento, é muito baixa. Este fato foi observado também por Ferreira et al. (1968) estudando as espécies Eucalyptus saligna (5 e 7 anos) e Eucalyptus alba (3, 5 e 7 anos). SPURR & HYVARINEN (1954) verificaram que a média do comprimento das fibras do xilema aumentava no sentido medula-periferia numa secção transversal dos caules lenhosos, atingindo um ponto máximo em função da idade. Esta verificação também foi corroborada por KEITH (1961), SANTOS & NOGUEIRA (1962), SAUCIER & TARAS (1966), CUTH (1968) e SMITH & RUMA (1971). Segundo Tomazello Filho (1985), as fibras tendem a aumentar em comprimento após o décimo ano. Outros autores como Santos & Nogueira (1971) e Foelkel et al. (1983), também observaram essa característica para o E. saligna. 141

A anatomia do lenho de espécies arbóreas da Mata Atlântica, além de destacar seu valor ecológico/funcional, como é o papel do presente estudo, também representa uma importante ferramenta para discutir o seu potencial de uso baseado nas dimensões das fibras. No caso da H. alchorneoides, a literatura já discute este potencial de uso futuro e atual pelas comunidades que se encontram em torno da floresta (CORADIN et al., 2011). Dentre os usos das espécies destacam: madeira serrada (SCHUCH, 2007), produção de celulose (SMITH et al., 1988; CARVALHO, 2008) e produção de carvão (SMITH et al., 1988; CARVALHO, 2008; CARVALHO et al., 2014). A espécie H. alchorneoides apresentou maiores comprimentos de fibra nas áreas de sucessão mais avançadas, o que indicaria uma melhor qualidade para fins de produção de madeira serrada, celulose ou energia (carvão e lenha). De acordo com Tomazello Filho (1987) a madeira de melhor qualidade será obtida com a utilização de árvores em idades mais avançadas. A densidade da madeira associada à dimensão das fibras, representam importante informação na qualificação/indicação de espécies vegetais para a produção de papel e energia. Dentre alguns trabalhos que mostram existir uma relação direta entre dimensões das fibras, estão a qualidade do papel produzido (HORN & SETTERHOLM; 1990, SETH & PAGE; 1988, KELLOGG & THYKESON; 1975, MATOLCSY; 1975).

4.2.3 Raios

As maiores médias em raios, em frequência, altura e largura, são os encontrados nas árvores da Áreas 2 (9,2 raios/mm; 1.057,1 μm e 48 μm) e da Área 3 (9,2 raios/mm; 1.064,0 μm e 48,0 μm), árvores em estágio mais avançado de sucessão; porém, não houve diferença significativa das mesmas em relação a Área 1 (8,0 raios/mm; 1.009,0 μm e 44,0 μm). (Tabela 3) Os resultados médios encontrados para as dimensões dos raios da H. alchorneoides, nas três Áreas de sucessão estudadas, estão dentro valores observados por outros autores. Asto (2010) verificou uma variação para frequência de raios de 6 – 15 raios/mm, altura de 630 – 1.510 μm e largura 20 – 62 μm. Richter & Dallwitz (2000) encontraram uma variação para frequência de raios de 6 – 10 raios/mm e altura maior que 1.000 μm. Solís & Moya (2004) observaram uma variação na frequência de raios igual a 5 – 10 raios/mm. Não houve diferença significativa entre as dimensões dos raios e as diferentes áreas de sucessão (Tabela 3). Verificou-se correlação positiva muito fraca, não significativa ao teste de 142

Tukey a 5%; o que se sugere que as variações das dimensões dos raios, estejam ligados a fatores ambientais (Tabela 4). De acordo com Chimelo & Mattos Filho (1988), espécies que se desenvolvem em cerrado e caatinga apresentam raios mais compridos e largos, comparados aos provenientes de floresta; por sua vez, esses resultados são atribuídos à composição e à umidade do solo. Carlquist (1966), encontrou raios mais largos em indivíduos da família Asteraceae que se desenvolveram em ambientes mais secos. Luchi (2004), observou a presença de raios mais largos estudando indivíduos de Croton urucurana (Euphorbiaceae), em ambientes mais secos comparado aos de área alagada. Sob um aspecto amplo, Baas (1973) e Oever et al. (1981) sugerem que raios mais altos são mais frequentes em latitudes menores, raios mais baixos latitudes maiores. A ocorrência de uma maior frequência e largura de raios em áreas poluídas, Santos (2005) em estudo anatômico do lenho de Tibouchina pulchra Cogn. e Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. como registro temporal da poluição atmosférica, sugere ao fato de um melhor transporte de água sob condições adversas e a um maior armazenamento de nutrientes, relacionando-se a uma possível estratégia nutricional. Vale destacar que ocorre uma dificuldade em relacionar tendências ecológicas com tamanho e tipo de raios, devido ao problema de interpretar a elevada variação dos sistemas ecológicos (BAAS, 1982). Um exemplo é o estudo das tendências anatômicas de 491 espécies,133 gêneros e 22 famílias realizado por Alves e Angyalossy-Alfonso (2000; 2002), os autores relacionaram anatomia do lenho com diferentes ambientes, latitudes e altitudes, e concluíram que a composição dos raios não segue um padrão.

4.2.4 Parênquima Axial

As maiores médias para parênquima axial, são as encontradas nas árvores da Áreas 2 (5,4 células/faixa) e da Área 3 (5,5 células/faixa), árvores em estágio mais avançado de sucessão; porém, não houve diferença significativa das mesmas em relação a Área 1 (5,0 células/faixa). (Tabela 3) Os resultados das médias para número de células por faixa de parênquima nas três áreas de sucessão, estão dentro dos observados por Solís & Moya (2004) e Richter & Dallwitz (2000) para a H. alchorneoides. Os autores encontraram valores variando de 4 – 8 células/faixa e 3 – 8 células/faixa, respectivamente. Não houve diferença significativa entre ao número de células por faixa de parênquima e as diferentes áreas de sucessão (Tabela 3). Verificou-se correlação positiva muito fraca, não 143

significativa ao teste de Tukey a 5%; o que se sugere que as variações no número de células por faixa de parênquima (Tabela 4), estejam ligados a fatores ambientais. O parênquima axial identificado nas árvores de H. alchorneoides é do tipo apotraqueal difuso em agregados e em série. Segundo Alves & Angyalossy-Alfonso (2001, 2002), através do estudo do lenho de vinte e duas famílias mais representativas da flora brasileira, verificaram tendências anatômicas do lenho em relação a diversos fatores ambientais (como temperatura, umidade, clima, latitude, altitude e vegetação), e observaram que a presença de parênquima apotraqueal é elevada em representantes localizados em maiores latitudes e o parênquima paratraqueal em indivíduos localizados em menores latitudes. Sperry et al. (2002) e Hacke & Sperry (2003), sugerem que plantas submetidas a ambientes secos, as células do parênquima acumulam solutos que favorecem a absorção de água através da diminuição do potencial hídrico. Segundo Zimmerman & Brown (1971), as células parenquimáticas são importantes na ascensão da seiva bruta no interior dos vasos. Metcalf & Chalk (1989) discorrem que uma maior quantidade de parênquima, favorece um maior armazenamento de nutrientes, garantindo a sobrevivência da planta em períodos adversos. Santos (2005) refere-se a uma maior quantidade de parênquima, como possível estratégia nutricional em áreas poluídas.

5 CONCLUSÕES

A caracterização anatômica do lenho da espécie H. alchorneoides resultante a partir deste estudo, estão de acordo com outros resultados obtidos para a mesma, observado na literatura. A indistinção de camadas de crescimento nos indivíduos de H. alchorneoides comum para as três áreas de sucessões estudadas, pode estar atrelada aos fatores ambientais uniformes ao longo do período; fatores estes representados pelo clima, umidade, temperatura e precipitação, proporcionados pela Floresta Ombrófila Densa; formação florestal onde as áreas estão inseridas. Desta forma, como a espécie nesta região fitoecológica a qual faz parte do Bioma Mata Atlântica, sugere-se que a espécie apresenta características como porosidade difusa, placa de perfuração simples, presença simultânea de vasos solitários e múltiplos, comprimento dos elementos de vasos, fibras com paredes delgadas ou espessas, raios com frequência de 4 - 12/mm, com 1 - 3 células, observadas como tendência para este Bioma de acordo com a literatura. 144

Já sobre a presença de parênquima apotraqueal como característica da espécie, concorda com a descrição da literatura, onde este tipo de parênquima é elevado em latitudes maiores. A análise estatística demonstrou moderada correlação significativa entre diâmetro tangencial e comprimento dos vasos, com os estágios de sucessão. O aumento das dimensões do diâmetro tangencial e comprimento dos vasos ao longo do avanço das áreas sucessão, pode ser explicado pelo fato de que a H. alchorneoides nos estágios mais avançados da floresta, a espécie necessita de uma maior eficiência no transporte de água e nutrientes para a manutenção da árvore. Em relação a frequência de vasos, verifica-se uma moderada correlação negativa entre frequência de vasos e estágios de sucessão. Outra observação no presente trabalho, foi que os indivíduos que apresentaram diâmetro tangencias de vasos maiores, apresentaram frequência de vasos menores. Apesar do comprimento, diâmetro e espessura das paredes das fibras, obter aumento relativamente discreto em suas dimensões em áreas mais avançadas de sucessão, as mesmas apresentaram moderada correlação positiva em relação a idade; porém somente o comprimento de fibras apresentou significância de 5% pelo teste de Tukey. Como a função das fibras é a de sustentar a planta e influenciar processos fisiológicos, ao longo do processo de sucessão, nas áreas mais avançadas, as árvores de H. alchorneoides necessitam que as fibras maiores para a manutenção da planta. A espécie H. alchorneoides apresentou maiores comprimentos de fibra nas áreas de sucessão mais avançadas, o que indicaria uma melhor qualidade para fins de produção de madeira serrada, celulose ou energia (carvão e lenha). As demais dimensões para pontoações intervasculares, raios (altura, diâmetro tangencial e comprimento) e parênquima axial, não foram significativas; sugere-se, pois, que estas dimensões tenham relações com fatores ambientais (clima, temperatura, precipitação, solo, etc...) característicos da Floresta Ombrófila Densa.

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CAPÍTULO III

SANIDADE DAS ÁRVORES DE TRÊS ESPÉCIES FLORESTAIS EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE SUCESSÃO NA FLORESTA OMBRÓFILA DENSA

RESUMO

A Mata Atlântica brasileira tem causado discussões divergentes acerca de sua conservação e do manejo de seus ecossistemas, na qual esta conservação, se apropria da legislação que restringe o acesso aos recursos que a floresta oferece. Esta forma de abordagem é discutível pois, ocorreu uma queda significativa no desmatamento da região, porém alguns agricultores acreditam que a floresta deveria dar lugar a outros usos para obtenção de renda. Alguns agricultores familiares que possuem propriedades em áreas de relevo acidentado, realizam o manejo florestal como opção de uso da terra. Espécies como por exemplo, a Hyeronima alchorneoides e a Miconia 158

cinnamomifolia em estágios médio e avançado das formações secundárias, apresentam elevado potencial madeireiro devido suas elevadas densidades por hectare de floresta. Sob o ponto de vista do potencial de uso das espécies inseridas nos remanescentes florestais, para conhecer a verdadeira utilização da floresta, é indispensável à realização de estudos tecnológicos; sem isto, não faria sentido ter abundância de recursos na natureza e não poder aproveitá-los. Um destes estudos tecnológicos é o uso das técnicas não destrutivas. Dentre estes métodos, existe o uso do tomógrafo de impulso, um método não destrutivo bastante atual. O tomógrafo de impulso reconstrói as seções transversais do tronco ou galhos das árvores, o que possibilita verificar a sanidade e algumas propriedades do lenho. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a sanidade de árvores das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii em três diferentes estágios sucessionais da floresta secundária do município de Biguaçú, SC, por meio de avaliação visual e da aplicação da tomografia de impulso, visando classificar as árvores em função das imagens 2D geradas pelo equipamento. As lesões identificadas pela tomografia de impulso para a espécie H. alchorneoides, foi satisfatória quando relacionado a análise visual, pois a análise visual identificou que essa espécie foi a que apresentou um maior número de representantes com problemas de injúrias, afloramento radicular e intensidade leve de ataques de fungos apodrecedores.

Palavras – chave: Manejo de Florestas, Conservação Florestal, Métodos não invasivos.

ABSTRACT

The Brazilian Atlantic Forest has caused divergent discussions about its conservation and the management of its ecosystems, in which this conservation, appropriates the legislation that restricts the access to the resources that the forest offers. This approach is debatable because a significant drop in deforestation occurred in the region, but some farmers believe that the forest should give way to other uses for income. Some family farmers who own properties in rugged relief areas, carry out forest management as an option for land use. Species such as Hyeronima alchorneoides and Miconia cinnamomifolia in the middle and advanced stages of the secondary formations present high wood potential due to their high densities per hectare of forest. From the point of view of the potential use of the species inserted in the forest remnants, to know the true use of the forest, it is indispensable to carry out technological studies; without this, it would not make sense to have plenty of resources in nature and not be able to take advantage of them. 159

One of these technological studies is the use of non-destructive techniques. Among these methods, there is the use of the impulse tomograph, a fairly current non-destructive method. The impulse tomograph reconstructs the cross sections of the trunk or tree branches, which makes it possible to verify the sanity and some properties of the wood. The objective of the present study was to evaluate the health of H. alchorneoides, M. cinnamomifolia and C. glaziovii trees in three different successional stages of the secondary forest of the municipality of Biguaçú, SC, by means of visual evaluation and the application of impulse tomography, in order to classify the trees according to the 2D images generated by the equipment. The lesions identified by the impulse tomography for the H. alchorneoides species were satisfactory when related to visual analysis, since the visual analysis identified that this species was the one that presented a greater number of representatives with problems of injuries, root outcrop and light intensity of rotting fungus attacks.

Key - words: Forest Management, Forest Conservation, Non - invasive Methods

1 INTRODUÇÃO

A Mata Atlântica brasileira tem causado discussões divergentes acerca de sua conservação e do manejo de seus ecossistemas, na qual esta conservação, se apropria da legislação que restringe o acesso aos recursos que a floresta oferece. Esta forma de abordagem é discutível pois, ocorreu uma queda significativa no desmatamento da região, porém alguns agricultores acreditam que a floresta deveria dar lugar a outros usos para obtenção de renda (FANTINI; SIMINSKI, 2016). Desta forma, é necessário criar políticas que visam a conservação através do uso, onde o manejo de forma sustentável das florestas torna-se base para sua valorização e conservação de seus ecossistemas (FANTINI, SIMINSKI, 2016), como é o exemplo que ocorreu na Nova Inglaterra (U.S.A), região que apresenta grande parte de seus remanescentes formados por florestas secundárias. A agricultura fez com que as áreas florestais diminuíssem de forma abrupta até meados do século XIX (FOSTER; O’KEEFE, 2007), até que foram criadas políticas 160

de manejo dos ecossistemas, assim a área florestada passou de 40% para 60 a 90%, no ano de 2000, nos diferentes estados da região (ABER et al., 2010). No estado de Santa Catarina, diversos agricultores usaram como alternativa, a conversão da terra em pastagens e florestas plantadas com espécies exóticas (gêneros Pinus e Eucalyptus) ou abandono completo da lavoura para que ocorra a regeneração das áreas (FANTINI; SIMINSKI, 2011; BAUER, 2012). Converter a terra para outros usos, pode gerar perdas permanentes do habitat florestal, agravando a crise de biodiversidade (FANTINI; SIMINSKI, 2016). Alguns agricultores familiares que possuem propriedades em áreas de relevo acidentado, realizam o manejo florestal como opção de uso da terra. Espécies como por exemplo, a Hyeronima alchorneoides e a Miconia cinnamomifolia em estágios médio e avançado das formações secundárias, apresentam elevado potencial madeireiro devido suas elevadas densidades por hectare de floresta (DELAMÔNICA et al., 2002; FANTINI; SIMINSKI, 2011; SCHUCH; SIMINSKI; FANTINI, 2008). Estas espécies apresentam ciclo curto (30 a 50 anos) apresentando um manejo interessante para pequenos produtores, pois traduz em renda em pouco tempo. O processo sucessional já foi cumprido para a maioria das espécies secundárias nesta idade, caso não forem aproveitadas, morrerão e normalmente serão substituídas. Desta maneira, aproveitar este recurso seria uma estratégia, pois o mesmo seria perdido (FANTINI; SIMINSKI, 2016). Outra espécie que talvez não apresente um grande potencial madeireiro devido ser muito leve, mas apresenta outros potenciais interessantes, é a Cecropia glaziovii Sneth. As características ecológicas do gênero Cecropia já são bastante estudadas, ressaltando sua importância no processo de regeneração e na dinâmica da floresta (UHL,1982; BROKAW, 1986; MARTINES-RAMOS; ALVAREZ-BUYLLA, 1986; CHARLES-DOMINIQUE, 1986; ALVAREZ-BUYLLA; MARTINES-RAMOS, 1992), porém atualmente, destaca-se o uso medicinal e farmacológico. A espécie C. glaziovii é conhecida pelo seu uso medicinal como: diurética, tônica, anti- hemorrágica, adstringente, emenagoga, antidisentérica, antiasmática, antitussígena, anti- gonorreica, vermífugo, anti-leucorréia, combate a amenorreia, dismenorreia, coqueluche, afecção respiratória, cardiopulmonar, cardiorrenal, taquicardia, bronquite, anuria, tuberculose, hemoptise rebelde, curativos das feridas, dispneias (CARVALHO, 1994; PIO CORRÊA, 1969), propiciando o uso de praticamente todas as partes do vegetal no tratamento fitoterápico, casca, raízes, folhas, brotos e flores (HASHIMOTO, 2002). 161

No aspecto farmacológico, está o uso das folhas da C. glaziovii para obtenção de extratos com propriedades hipotensoras (ROCHA et al., 2002). Esta espécie faz parte do Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais, desenvolvido pela CEME, como medicamento em condições de produção industrial (FERREIRA, 2002). Sob o ponto de vista do potencial de uso das espécies inseridas nos remanescentes florestais, Oliveira (2001) disserta que para conhecer a verdadeira utilização da floresta, é indispensável à realização de estudos tecnológicos; sem isto, não faria sentido ter abundância de recursos na natureza e não poder aproveitá-los. Um destes estudos tecnológicos é o uso das técnicas não destrutivas. Ferreira (2009) descreve que estas técnicas visam analisar o tronco da árvore em pé para detectar defeitos na parte interna do lenho. Dentre estes métodos, existe o uso do tomógrafo de impulso, um método não destrutivo bastante atual (PEREIRA et al., 2007). O tomógrafo de impulso reconstrói as seções transversais do tronco ou galhos das árvores, o que possibilita verificar a sanidade e algumas propriedades do lenho (ULIANA, 2010; AMODEI et al., 2010; ROLLO, 2009). O tomógrafo de impulso produz uma imagem da estrutura interna do lenho, formada a partir da diferença da velocidade de transmissão de ondas sonoras; assim, pode-se correlacionar as mesmas com propriedades físico-químicas (densidade, módulo de elasticidade, umidade, etc), determinando qual a porcentagem de cerne/ alburno, madeira de reação, nós, podridão do lenho, excentricidade da medula, etc. (RINNTECH, 2005; PICUS, 2009). A sanidade do lenho depende da velocidade com que as ondas se propagam. No caso de o lenho apresentar características saudáveis, a velocidade de transmissão das ondas é maior; em contrapartida, se o lenho estiver lesionado com fraturas, cavidades ou podridões, a velocidade de transmissão da onda é menor (BUCUR, 2006; PEREIRA et al., 2007). Como esta técnica é nova, existem poucos trabalhos realizados com tomografia de impulso no Brasil e no mundo, transcorrendo problemas de interpretação das imagens e na avaliação da confiabilidade dos dados (LONSDALE, 1999; LAWDAY; HODGES, 2000;). Desta forma, faz-se necessário estudar em diferentes espécies qual a resposta diante do processo, afim de identificar padrões específicos de resposta. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a sanidade de árvores das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii em três diferentes estágios sucessionais da floresta secundária do município de Biguaçú, SC, por meio de avaliação visual e da aplicação da tomografia de impulso, visando classificar as árvores em função das imagens 2D geradas pelo equipamento.

162

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi desenvolvido no município de Biguaçu, litoral do Estado de Santa Catarina (Figura 1), em uma propriedade familiar localizada na comunidade de Fazenda de Dentro, pertencente a Microbacia de Fazendas (Figura 2). A microbacia Fazendas apresenta área de 3.814 ha, composta por 112 propriedades rurais distribuídas nas comunidades da Fazenda de Dentro, Fazenda de Fora e Fazendinha, distando 12 km da sede do município. Cada uma delas ocupa entorno de 10% do total do território municipal (PDM-SM; PDM-Faz, 2009).

Figura 1 – Mapa do Município de Biguaçu no Estado de Santa Catarina.

Fonte: Produção do próprio autor, 2018.

Figura 2 - Imagem de satélite da área da Microbacia de Fazendas, Biguaçu, SC. 163

Fonte: Google Earth, imagem de 2018.

A propriedade familiar onde essa pesquisa foi conduzida, pertence ao Sr. João Schimitz e não possui mais de 40 ha, na qual mais da metade são áreas de floresta secundária em estádio avançado de regeneração; isto é uma característica predominante na região (ADMSM, 2009). As altitudes mais elevadas estão localizadas no Morro Biguaçu (540 m) e no Morro de São Miguel (501m); porém, ao longo do Rio Três Riachos, a característica do relevo é bastante acidentada (morros e colinas) e recoberto pela Mata Atlântica (CRUZ, 1998). Este morfodinamismo que apresenta o chamado relevo mamelonar, é denominado de mares de morros e se estende da zona da Mata nordestina até ao granítico gnáissico de SC e RS. (AB’ SABER, 1966 apud CRUZ, 1998). Os principais solos de Biguaçu, nos relevos mais montanhosos, são classificados principalmente como cambissolos: Podzólico vermelho-amarelo álico e álico latossólico associado com cambissolo álico ou com solos litólicos álicos, áreas onde as florestas da região se localizam. Já nos pontos onde o relevo é plano, observa-se o Glei pouco húmico distrófico nas várzeas. (EMBRAPA SOLOS; MAP; EPAGRI, 2004). De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2009), o clima da região é Cfa - mesotérmico úmido com verão quente definido. A precipitação anual é de 1.588 mm e a temperatura média anual é de 20,5˚C, com a média mínima no mês de julho de 16,4˚C e a média máxima no mês de fevereiro de 24,6˚C. Dentro da propriedade familiar, foram escolhidas três áreas em diferentes estágios de sucessão: 15 anos (Área 1 – 27°41’11” S; 48°74’49” W), 25 anos (Área 2 – 27°41’10” S; 48°74’35” W) e 30 anos (Área 3 – 27º41’02” S; 48º74’05” W), conforme Figura 3. O estágio 164

de sucessão foi fornecido pelo próprio agricultor por meio entrevistas. O mesmo reside na propriedade familiar a mais de sessenta anos. A Área 1, apresenta uma dimensão de aproximadamente cerca de 1,0 ha, altitude de 167,50 m; encontra-se com características de estágio médio, com quinze anos de regeneração; vegetação lenhosa, com um aumento do número de plantas herbáceas, arbustivas e epífitas. Anteriormente nesta área existia uma lavoura de cana-de-açúcar. Sobre a Área 2, a mesma encontra-se em estágio um pouco mais avançado de sucessão em relação a Área 1 (vinte e cinco anos de regeneração); sua dimensão é cerca de 1,0 ha, com altitude de 123,00 m; apresenta vegetação lenhosa, observa-se um sub-bosque desenvolvido e maior número espécies herbáceas, arbustivas e arvoretas. O local é de pouco luminosidade, próximo ao rio, sendo o solo bastante úmido e em alguns períodos do ano bastante encharcado. Já a Área 3, apresenta características muito semelhantes às da Área 2. Estágio mais avançado de sucessão em relação as demais (trinta anos de regeneração); sua dimensão é cerca de 1,0 ha, com altitude de 133,00 m; apresenta vegetação lenhosa, observa-se um sub-bosque bem desenvolvido e elevado número espécies herbáceas, arbustivas e arvoretas. Esta área também anteriormente era usada para plantio de cana-de-açúcar. As mesmas Áreas encontram-se cerca de 200 – 300 m de distância umas das outras, de difícil acesso e bastante íngremes, como é a característica bem marcante do relevo local.

Figura 3 - Imagem de satélite da localização das Áreas estudadas: Área 1 (15 anos), Área 2 (25 anos) e Área 3 (30 anos); Fazenda de Dentro, Biguaçu, SC.

Fonte: Google Earth, imagem de 2018.

2.2 ESPÉCIES ESTUDADAS 165

O estudo verificou a sanidade das árvores pela técnica não destrutiva de tomografia de impulso em três espécies: H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii. A H. alchorneoides pertence à família Phyllanthaceae. Está dispersa pela Mata Atlântica de Santa Catarina, principalmente no litoral (REITZ et al., 1978). É uma espécie considerada pioneira, proliferam-se com maior intensidade após o Miconietum (SMITH et al., 1988). Sua adaptação ocorre tanto em florestas primárias quanto nas secundárias (mais agressividade) (REITZ et al., 1978). Dominante na floresta Ombrófila Densa de Santa Catarina em relação às outras espécies (SCHORN et al., 2012). A espécie apresenta ainda potencial energético (lenha e carvão); apícola (flores melíferas); produção de celulose e arborização urbana (CARVALHO, 2009). A mesma tem utilidade na construção civil, carpintaria na confecção de canoas, trapiches e vagões (LORENZI, 2002). A espécie M. cinnamomifolia pertence à família Melastomataceae (APG IV, 2016), é uma espécie característica da Floresta Ombrófila Densa (KLEIN, 1979). Tipicamente de clareiras, pioneira antrópica e forma os chamados de Miconietum, com longevidade de 30 a 50 anos (REITZ et al., 1978; LEITE; TAKAKI, 1999). É uma espécie que está entre as principais em regeneração natural (LINGNER et al., 2013). A M. cinnamomifolia é excelente para ser aproveitado em serrarias e grande potencial para produção de carvão vegetal e lenha (SCHUCH et al., 2008). A madeira do jacatirão-açu pode ser usada em construções e carpintaria (CARVALHO, 2006). Esta espécie possui propriedades químicas interessantes para a produção de celulose (CAPRARA, 1988). Já a espécie C. glaziovii pertence à família Urticaceae (APG IV, 2016), é endêmica do Brasil (ROMANIUC-NETO; GAGLIOTI, 2010) e pertence ao grupo das espécies pioneiras (BROKAW, 1987; BUDOWSKI, 1969). No início da sucessão representa alto valor ecológico na comunidade (WHITMORE, 1978; GÓMEZ-POMPA; VASQUEZ-YANES, 1981). A espécie C. glaziovii é conhecida pelo seu uso medicinal como (CARVALHO, 1994; PIO CORRÊA, 1969), propiciando o uso de praticamente todas as partes do vegetal no tratamento fitoterápico, casca, raízes, folhas, brotos e flores (HASHIMOTO, 2002). No aspecto farmacológico, está o uso das folhas da C. glaziovii para obtenção de extratos com propriedades hipotensoras (ROCHA et al., 2002). Esta espécie faz parte do Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais, desenvolvido pela CEME, como medicamento em condições de produção industrial (FERREIRA, 2002). 166

Foram selecionados para este estudo, indivíduos de cada espécie presente em cada uma das áreas de sucessão, cuja circunferência a altura do peito (CAP) fosse suficiente para instalação mínima dos sensores. Na Área 1 (15 anos), foram selecionados indivíduos das espécies: H. alchorneoides – 8 indivíduos, M. cinnamomifolia – 2 indivíduos e C. glaziovii – 1 indivíduos. Já na Área 2 (25 anos), foram selecionados indivíduos das espécies: H. alchorneoides – 9 indivíduos e C. glaziovii – 8. E na Área 3 (30 anos), foram selecionados indivíduos das espécies: H. alchorneoides – 8 indivíduos e M. cinnamomifolia – 8 indivíduos. Foram encontrados indivíduos de C. glaziovii somente na Área 1 (15 anos) e na Área 2 (25 anos). Esta espécie pertence ao grupo das pioneiras (BROKAW, 1987; BUDOWSKI, 1969), como a Área 3 encontra-se em estágio sucessional mais avançado, o sombreamento se eleva consideravelmente, o que impossibilita a autoperpetuação de espécies pioneiras, que necessitam de luz para a germinação, estabelecimento e crescimento (VAZQUEZ-YANES; SADA, 1985). Em relação a M. cinnamomifolia, foram encontrados indivíduos adultos somente na Área 1 (15 anos) e na Área 3 (30 anos). A H. alchorneoides foi a única espécie encontrada em todas as Áreas, nos três diferentes estágios sucessionais. Em todas as áreas os indivíduos foram identificados com plaquetas metálicas.

2.3 AVALIAÇÃO VISUAL

A avaliação visual foi realizada com auxílio de uma planilha, na qual consta sete grupos de informações, baseadas em Rollo (2009): especificações, dimensões, raízes, colo, tronco, copa e avaliação geral. As definições para cada grupo, estão relacionados na Tabela 1.

Tabela 1 – Grupo de informações para avaliação visual das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii, nas diferentes áreas de sucessão da Floresta Ombrófila Densa, na comunidade de Fazenda de Dentro, Biguaçú, SC. Grupo Dados Coletados

Especificações Data, Número e Localização. Dimensões Dimensões da Árvore. Raízes Diagnósticos, Pragas e Fungos. Colo Relações, Diagnóstico, Pragas e Fungos. 167

Tronco Diagnóstico, Pragas e Fungos. Copa Diagnóstico, Pragas e Fungos. Avaliação Geral Estado Geral, Equilíbrio Geral, Fenologia, Ecologia e Risco de Queda. Fonte: Produção do próprio autor, 2018.

a) Especificações: • Data: data de cadastramento e avaliação visual; • Número: número identificado pela plaqueta de cada indivíduo; • Localização: área onde cada indivíduo se encontra.

b) Dimensões: • Dimensões da Árvore: diâmetro a altura do peito (DAP) e altura (h) das árvores.

c) Raízes: • Diagnósticos: como diagnósticos para raízes, foram adotados os seguintes pontos: - Broto ladrão; - Injúria mecânica; - Oco (5 %, 15 %, 25 %, 35 %, 45 %, 50 %, 60 %, 70 %, 80 % e 90 %); - Raíz cortada; - Raíz dobrada/enovelada; - Sistema radicular exposta (não característico da espécie). • Pragas: identificou-se cupins de madeira, cupins de solo, formigas cortadeiras e carpinteiras. Foi verificada a intensidade do ataque (leve ou intenso), forma de visualização (resíduos, dispersão no solo, presença de túneis, vestígios de túneis ou estrutura do ninho) e atividade da praga no momento da avaliação (leve, moderada ou intensa). • Fungos: identificou-se visualmente, duas categorias: podridão branca e podridão parda, sendo assinalado a intensidade (leve ou intenso) e a presença ou não dos corpos de frutificação.

d) Colo: • Relações e Diagnósticos: foram observados: - Broto ladrão; 168

- Casca inclusa; - Exsudação de seiva; - Injúria mecânica originada por anelamento; - Injúria mecânica originada por outros fatores; - Protuberância; - Colo soterrado; - Fenda; - Oco (5 %, 15 %, 25 %, 35 %, 45 %, 50 %, 60 %, 70 %, 80 % e 90 %); - Madeira seca (5 %, 10 %, 20 %, 30 %, 40 %, 50 %, 60 %, 70 %, 80 %, 90 %, 100 %). • Pragas: identificou-se cupins de madeira, cupins de solo, formigas cortadeiras e carpinteiras. Foi verificada a intensidade do ataque (leve ou intenso), forma de visualização (resíduos, dispersão no solo, presença de túneis, vestígios de túneis ou estrutura do ninho) e atividade da praga no momento da avaliação (leve, moderada ou intensa). • Fungos: identificou-se visualmente, duas categorias: podridão branca e podridão parda, sendo assinalado a intensidade (leve ou intenso) e a presença ou não dos corpos de frutificação.

e) Tronco: • Diagnóstico: foram observados: - Broto ladrão; - Casca inclusa; - Exsudação de seiva; - Protuberância; - Colo soterrado; - Fenda; - Oco (5 %, 15 %, 25 %, 35 %, 45 %, 50 %, 60 %, 70 %, 80 % e 90 %); - Madeira seca (5 %, 10 %, 20 %, 30 %, 40 %, 50 %, 60 %, 70 %, 80 %, 90 %, 100 %). • Pragas: identificou-se cupins de madeira, cupins de solo, formigas cortadeiras e carpinteiras. Foi verificada a intensidade do ataque (leve ou intenso), forma de visualização (resíduos, dispersão no solo, presença de túneis, vestígios de túneis ou estrutura do ninho) e atividade da praga no momento da avaliação (leve, moderada ou intensa). 169

• Fungos: identificou-se visualmente, duas categorias: podridão branca e podridão parda, sendo assinalado a intensidade (leve ou intenso) e a presença ou não dos corpos de frutificação. f) Copa: • Diagnóstico: - Presença de epífitas; - Presença de plantas parasitas; - Má formação; - Presença de ramos cruzados; - Presença de ramos secos ou podres. • Pragas: identificou-se cupins de madeira, cupins de solo, formigas cortadeiras e carpinteiras. Foi verificada a intensidade do ataque (leve ou intenso) e a forma de visualização (resíduos, dispersão no solo, presença de túneis, vestígios de túneis ou estrutura do ninho). • Fungos: identificou-se visualmente, duas categorias: podridão branca e podridão parda, sendo assinalado a intensidade (leve ou intenso) e a presença ou não dos corpos de frutificação.

g) Avaliação Geral: • Estado Geral: foi verificado o estado geral de cada representante, nunca isoladamente, a menos que fosse significativo e afetasse de forma efetiva a saúde da árvore como um todo. - Ótimo: árvore vigorosa, sadia; sem sinais de ataque de insetos; doenças ou injúrias; forma ou arquitetura característica da espécie. Sem ou leve reações físico-mecânicas; - Bom: médias condições de vigor ou saúde; descaracterização da forma natural da copa e sinais de ataque de insetos, doenças ou problemas fisiológicos. As reações físico-mecânicas podem variar de ausente a grave, no entanto, sem comprometer a saúde da árvore ou influenciar no risco de sua queda; - Regular: apresenta vigor e saúde inferiores ao “bom” estado; ataque de insetos e/ou doenças e/ou injúrias graves que comprometam significativamente a saúde e o risco de queda; - Péssimo: avançado declínio; ataque de insetos e/ou doença e/ou injúrias que comprometam a saúde e o risco de queda; presença de problemas fisiológicos; - Morta: árvore seca ou com morte iminente. 170

• Equilíbrio Geral: - Equilíbrio de copa: considerado equilibrado quando a distribuição foi semelhante em todas as direções, não gerando esforços físico-mecânicos extras para alguma parte da árvore; - Equilíbrio de tronco: considerado equilibrado quando o formato do mesmo não implica na geração de esforços físico-mecânicos extra para alguma direção; - Inclinação: corresponde à variação de quanto o tronco está fora do alinhamento com à reta imaginária perpendicular ao solo, originária em sua base. Mesmo sofrendo maiores esforços mecânicos, não apresenta maior risco de queda. A árvore para compensar a inclinação, forma o chamado “lenho de reação”, em locais de maiores esforços e/ou fixar-se adequadamente ao solo. • Fenologia: na época da avaliação visual, qual a fenofases que a árvore se encontrava: folhas, flores, frutos maduros e frutos imaturos. • Ecologia: possível interação benéfica (insetos polinizadores e árvore), neutra (epífitas, líquens, ninhos) e negativa (parasitas). • Risco de Queda: sempre analisando de forma geral a árvore durante a avaliação visual. Risco de queda: baixo, médio e alto.

2.4 AVALIAÇÃO DA ÁRVORE PELO MÉTODO DA TOMOGRAFIA DE IMPULSO

Nesta etapa do trabalho foi utilizado o equipamento Tomógrafo de impulso ARBOTOM ® (Figura 4), em um total de trinta e cinco árvores das espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii. O Tomógrafo de impulso tem como princípio de funcionamento, a determinação da velocidade de ondas mecânicas que percorrem o lenho das árvores por meio de uma fonte de emissão e de recepção de sensores instalados no tronco das árvores. As diferentes velocidades da onda mecânica formam uma imagem da seção transversal do tronco do indivíduo arbóreo com diferentes colorações.

Figura 4 – Tomógrafo de impulso. 171

Fonte: produção do próprio autor, 2017.

No local do estudo, foram localizados o sentido norte e sul, com auxílio de uma bússola, tendo o cuidado para que o sensor número um sempre ficasse alocado na posição norte, afim de facilitar a visualização das imagens geradas. Na altura de 1,30 metros do solo, mediu-se o diâmetro a altura do peito (CAP) de cada fuste, em função de serem utilizadas para o presente estudo, somente árvores com CAP maior que 40 cm. Em cada representante das espécies foram fixados sensores com pregos a cerca de 2 cm de profundidade na altura do CAP, de modo que os sensores fossem fixados de forma equidistante e com uma distância não menor que 10 cm entre eles, os quais foram numerados e dispostos no sentido horário no fuste da árvore e conectados entre si por um cabo e uma bateria interligada a um computador portátil (Figura 5).

Figura 5 – Sensores interligados em torno do fuste. 172

Fonte: produção do próprio autor, 2017.

Nos sensores fixados, com auxílio de um martelete, realiza um impacto para que a onda seja produzida; no mínimo 05 batidas em cada sensor (Figura 6), ou até alcançar valor abaixo de 10% de erro da matriz Delta do software como recomendado pelo manual do equipamento (RINNTECH, 2005).

Figura 6 – Operação para emissão de ondas com o martelete.

Fonte: produção do próprio autor, 2017.

As ondas mecânicas produzidas, percorreram o lenho até alcançarem todos os sensores; desta forma, os tempos de propagação das ondas são gerados afim de realizar os cálculos de velocidade. 173

As velocidades das ondas entre os sensores são calculadas automaticamente pelo software ARBOTOM. Um gráfico de velocidade de onda da seção transversal (imagem tomográfica) de cada árvore foi produzido. As variações da coloração nas imagens permitiram identificar as características distintas da madeira, geradas pelas diferentes velocidades de propagação de onda dentro do lenho. Os dados foram analisados de forma descritiva, atribuindo-se conceitos para cada imagem gerada pelo software. Os conceitos foram classificados em: ruim, moderado, bom e ótimo. Para se ter um padrão, escolheu-se quatro imagens, cada uma representando um conceito, que foram utilizados como modelo para as demais imagens (Figura 7).

Figura 7 – Conceitos da classificação para imagens geradas pelo tomógrafo de impulso.

Fonte: produção do próprio autor, 2018.

As imagens que apresentaram dominância da coloração vermelha, ou o centro da imagem bem definido nesta mesma cor foram consideradas como “ruins”, por representar uma região onde a sanidade está comprometida, ou o material ali presente possuir baixa densidade. Para o conceito “moderado”, foram escolhidas as árvores que retratam a dominância da coloração amarela podendo haver algumas manchas vermelhas e verde, ou seja, apresentam áreas do tronco em que a sanidade não está boa. O conceito “bom” foi atribuído para seções transversais que expressam a coloração verde e amarela em porcentagens parecidas. Foram consideradas como boas por não apresentarem riscos de queda, mas necessitam de uma manutenção especial. Por fim, as árvores que apresentarem a predominância da coloração verde, com manchas pequenas em amarelo, serão consideradas como “ótimas”, apresentando boas características para o quesito de sanidade.

3 RESULTADOS

3.1 DAP E ALTURA DAS ESPÉCIES 174

A Área 1 (15 anos) apresentou um total de 11 indivíduos, com 8 representantes da espécie H. alchorneoides, 2 representantes da espécie M. cinnamomifolia e 1 representante de C. glaziovii. Esta área obteve um CAP médio igual a 46,32 cm (Desvpad. = 6,52) e altura média de 10,68 cm (Desvpad. = 2,26) (Tabela 2).

Tabela 2 - Dados de circunferência a altura do peito (CAP) e altura (h) dos representantes selecionados de cada espécie na Área 1. ÁREA 1 INDIVÍDUO CAP (m) ALTURA (m) LIC 1 46,00 8,00 LIC 2 39,00 7,50 LIC 3 39,50 8,00 LIC 4 40,00 10,00 LIC 5 61,00 11,00 LIC 6 46,00 12,00 LIC 7 54,00 11,00 LIC 8 44,00 10,00 JAC 1 47,00 14,00 JAC 2 48,00 12,00 BEM 1 45,00 14,00 MÉDIA 46,32 10,68 DESVPAD 6,52025 2,261335084 Fonte: produção do próprio autor, 2018.

Na Área 2 (25 anos), foram selecionados 17 indivíduos, sendo que 8 eram representantes da espécie H. alchorneoides e 9 eram representantes da espécie C. glaziovii. Estes indivíduos apresentaram uma média para CAP de 59,21 cm (Desvpad. = 11,58) e altura média 14,35 m (Desvpad. = 1,11) (Tabela 3).

Tabela 3 - Dados de circunferência a altura do peito (CAP) e altura (h) dos representantes selecionados de cada espécie na Área 2.

ÁREA 2 175

Indivíduo CAP (cm) h (m) LIC 9 57,00 14,00 LIC 10 41,00 15,00 LIC 11 72,00 13,00 LIC 12 67,50 15,00 LIC 13 60,00 12,00 LIC 14 76,00 14,00 LIC 15 74,00 15,00 LIC 16 74,00 16,00 EMB 2 70,00 14,00 EMB 3 53,00 15,00 EMB 4 58,00 13,00 EMB 5 57,00 14,00 EMB 6 40,00 15,00 EMB 7 54,00 16,00 EMB 8 56,00 13,00 EMB 9 43,00 15,00 EMB 10 54,00 15,00 Média 57,55 14,64 Desvpad 11,24 1,03 Fonte: produção do próprio autor, 2018.

Já na Área 3 (30 anos), foram selecionados 16 indivíduos, sendo que 8 eram representantes da espécie H. alchorneoides e 8 eram representantes da espécie M. cinnamomifolia. Estes indivíduos apresentaram uma média para CAP de 61,75 cm (Desvpad. = 17,55) e altura média 15,56 m (Desvpad. 1,17) (Tabela 4).

Tabela 4 - Dados de circunferência a altura do peito (DAP) e altura (h) dos representantes selecionados de cada espécie na Área 3.

ÁREA 3 Indivíduo CAP (cm) h (m) LIC 17 75,00 16,00 LIC 18 43,00 13,00 LIC 19 89,00 17,00 LIC 20 61,00 16,00 LIC 21 82,50 16,00 LIC 22 76,00 16,00 LIC 23 62,00 17,00 LIC 24 50,00 15,00 LIC 25 86,00 17,00 JAC 3 69,00 16,00 JAC 4 75,00 17,00 JAC 5 42,50 15,00 JAC 6 38,00 15,00 176

JAC 7 53,00 14,00 JAC 8 48,00 15,00 JAC 9 38,00 14,00 Média 61,75 15,56 Desvpad 17,55 1,17 Fonte: produção do próprio autor, 2018.

3.2 AVALIAÇÃO VISUAL

3.2.1 Estado Geral

a) Injúrias

As injúrias nas áreas estudadas, estão ligadas a agentes antrópicos na maioria das vezes, pelo uso de equipamentos (motosserras, facões, foices, etc) para ter acesso ao remanescente florestal; porém, não deve ser desconsiderada a presença de animais (bovinos e até mesmo animais selvagens) que por vezes ocupam estes locais para se alimentarem e acabam gerando lesões ou perfurações nas raízes, colo e tronco; pelo pisoteio, chifres ou até mesmo garras. As injúrias tornam-se acesso para fungos xilófagos, que geram o apodrecimento dos tecidos; bem como, a formação de cancros pode ser iniciada a partir delas. As raízes avaliadas foram limitadas somente às expostas. Na copa foram consideradas injúrias lesões não cicatrizadas ocasionadas pela quebra de galhos. Na Área 1, a espécie H. alchorneoides, de um total de 8 árvores avaliadas visualmente, somente 2 (25 %) apresentou injúrias no sistema radicular, tronco e copa. As demais árvores das espécies M. cinnamomifolia e C. glaziovii, encontravam-se sadias; conforme a Tabela 5.

Tabela 5 - Local da árvore apresentando injúria, número e porcentagem de observações (Área 1). Hyeronima Miconia Cecropia Local da Árvore alchorneoides (n = 8) cinnamomifolia (n = 2) glaziovii (n = 1) Número (%) de Árvores com Injúria Sistema Radicular 2 (25) 0 (0) 0 (0) Colo 0 (0) 0 (0) 0 (0) Tronco 2 (25) 0 (0) 0 (0) Copa 0 (0) 0 (0) 0 (0) Fonte: produção do próprio autor, 2018

177

Já na Área 2, a espécie H. alchorneoides, de um total de 8 árvores avaliadas visualmente, 2 (25 %) apresentaram injúrias no sistema radicular; 3 (38%) apresentaram injúrias no colo e tronco. As árvores da espécie C. glaziovii, 1 (11%) apresentou injúria no sistema radicular e 2 (22%) no tronco, de acordo com a Tabela 6.

Tabela 6 - Local da árvore apresentando injúria, número e porcentagem de observações (Área 2). Hyeronima alchorneoides (n = 8) Cecropia glaziovii (n = 9) Local da Árvore Número (%) de Árvores com Injúria Sistema Radicular 2 (25) 1 (11) Colo 3 (38) 0 (0) Tronco 3 (38) 2 (22) Copa 0 (0) 0 (0) Fonte: produção do próprio autor, 2018

A espécie H. alchorneoides na Área 3, também foi a espécie mais afetada em por injúrias comparada a M. cinnamomifolia. Entre 8 árvores avaliadas visualmente, 3 (38 %) apresentaram injúrias no sistema radicular, colo e tronco. Nas demais árvores da espécie M. cinnamomifolia, foram observadas injúrias no sistema radicular e no tronco em 2 (22 %) árvores, conforme a Tabela 7.

Tabela 7 - Local da árvore apresentando injúria, número e porcentagem de observações (Área 3). Hyeronima alchorneoides (n = 8) Miconia cinnamomifolia (n = 9) Local da Árvore Número (%) de Árvores com Injúria Sistema Radicular 3 (38) 2 (22) Colo 3 (38) 0 (0) Tronco 3 (38) 2 (22) Copa 0 (0) 0 (0) Fonte: produção do próprio autor, 2018.

b) Sistema Radicular

A avaliação visual identificou em algumas árvores o afloramento de raízes. O afloramento de raízes (não característico da espécie), pode facilitar a produção de lesões nas mesmas, permitindo a entrada de patógenos que poderão causar danos à árvore como um todo. Na Área 1, a H. alchorneoides apresentou 3 árvores (38 %) com afloramento de raízes e a M. cinnamomifolia 1 árvore (50 %). Quando a Área 2 foi analisada, 2 árvores (25 %) de H. 178

alchorneoides apresentou afloramento de raízes. Já a Área 3, foram observadas 3 árvores (38 %) de H. alchorneoides e 1 árvore (13 %) de M. cinnamomifolia com afloramento de raízes. A distribuição das árvores com afloramento está apresentada na Tabela 8.

Tabela 8 - Afloramento do sistema radicular, número e porcentagem de árvores encontradas nas Áreas 1, 2 e 3. Área 1 Hyeronima Miconia Cecropia Sistema Radicular alchorneoides (n = 8) cinnamomifolia (n = 2) glaziovii (n = 1) Número (%) de Árvores Afloramento de 3 (38) 1 (50) 0 (0) Raízes Área 2 Hyeronima alchorneoides Cecropia glaziovii (n = 9) Sistema Radicular (n = 8) Número (%) de Árvores Afloramento de 2 (25) 0 (0) Raízes Área 3 Hyeronima alchorneoides Miconia cinnamomifolia (n = 8) Sistema Radicular (n = 8) Número (%) de Árvores Afloramento de 3 (38) 1 (13) Raízes Fonte: produção do próprio autor, 2018.

c) Ecologia

Neste aspecto, a análise visual verificou interações que podem ser benéficas (insetos polinizadores), neutras (epífitas, líquens, ninhos) ou negativas (parasitas). De forma geral foram observados no momento da avaliação insetos polinizadores e líquens; ou seja, interações benéficas e neutras. Como a data da avaliação na Área 1 foi em setembro/2017, não foi verificada a presença de insetos polinizadores para nenhuma das espécies estudadas. Os líquens encontravam-se ao longo do tronco em 4 árvores (50 %) da espécie H. alchorneoides e nas 2 árvores (100 %) de M. cinnamomifolia. Na Área 2, a data da avaliação visual novembro/2017, coincidiu com a época de floração da H. alchorneoides e da C. Glaziovii; assim, foram observadas interações entre todas as árvores das espécies (100 %) com agentes polinizadores. Em relação aos líquens, para as árvores de H. alchorneoides, 1 árvore (13 %) apresentou interação ao longo da extensão do tronco. 179

Já na Área 3 (avaliação visual novembro/2017), 100 % das árvores de H. alchorneoides, visitadas por polinizadores e 100 % das árvores de M. cinnamomifolia apresentavam interação com líquens. O número de árvores das espécies interagindo com polinizadores e líquens, nas Áreas 1, 2 e 3, encontram-se na Tabela 9.

Tabela 9 - Interações entre árvores com polinizadores e líquens nas Áreas 1, 2, 3. Área 1 Hyeronima Miconia Cecropia glaziovii (n Agentes alchorneoides (n = 8) cinnamomifolia (n = 2) = 1) Número (%) de Árvores Polinizadores 0 (0) 0 (0) 0 (0) Líquens 4 (50) 2 (100) 0 (0) Área 2 Hyeronima alchorneoides (n = 8) Cecropia glaziovii (n = 9) Agentes Número (%) de Árvores Polinizadores 8 (100) 9 (100) Líquens 1 (13) 0 (0) Área 3 Hyeronima alchorneoides (n = 8) Miconia cinnamomifolia (n = 8) Agentes Número (%) de Árvores Polinizadores 8 (100) 0 (0) Líquens 0 (0) 8 (100) Fonte: produção do próprio autor, 2018.

3.2.2 Biodeterioração

a) Fungos Apodrecedores

De acordo com Sterken (2005), ao ser observado a presença de fungos apodrecedores nos indivíduos que representam a amostra, isto é um indício de biodeterioração, o que não efetivamente caracteriza sua queda. A avaliação visual de fungos apodrecedores foi realizada no sistema radicular, colo e tronco das árvores. Para o sistema radicular, a visualização foi restrita às raízes expostas. Na Área 1, a espécie H. alchorneoides, de um total de 5 árvores avaliadas visualmente, soment e 1 (13 %) apresentou fungos apodrecedores no sistema radicular, colo e tronco; porém, a intensidade do ataque foi classificada como leve (100 %). As demais árvores das espécies M. cinnamomifolia e C. glaziovii, não foi verificada a presença de fungos, é o que mostra a Tabela 10. 180

Tabela 10 - Locais de observação de fungos apodrecedores, número de observações e intensidade dos ataques nas árvores avaliadas (Área 1). Hyeronima alchorneoides (n = 8) Intensidade - N° (%) de Árvores Local N° (%) de Observações Leve Moderada Intensa Sistema Radicular 1 (13) 1 (100) 0 (0) 0 (0) Colo 1 (13) 1 (100) 0 (0) 0 (0) Tronco 1 (13) 1 (100) 0 (0) 0 (0) Miconia cinnamomifolia (n = 2) Intensidade - N° (%) de Árvores Local N° (%) de Observações Leve Moderada Intensa Sistema Radicular 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Colo 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Tronco 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Cecropia glaziovii (n = 1) Intensidade - N° (%) de Árvores Local N° (%) de Observações Leve Moderada Intensa Sistema Radicular 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Colo 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Tronco 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Fonte: produção do próprio autor, 2018.

Avaliando visualmente as árvores da Área 2, a espécie H. alchorneoides na Área 3, também foi a espécie mais afetada por fungos apodrecedores comparada a C. glaziovii. Entre 8 árvores avaliadas visualmente, 2 (25 %) apresentaram fungos no sistema radicular, onde 1 a intensidade foi leve (50 %) e a outra a intensidade foi moderada (50 %). No colo, foi verificado problemas com fungo em 3 árvores (38 %), sendo 2 (66,66 %) com intensidade leve e 1 (33,33 %) com intensidade moderada; o que se repetiram estas porcentagens quando foi verificado a presença de fungos no tronco, segundo a Tabela 11.

Tabela 11 - Locais de observação de fungos apodrecedores, número de observações e intensidade dos ataques nas árvores avaliadas (Área 2). Hyeronima alchorneoides (n = 8) Intensidade - N° (%) de Árvores Local N° (%) de Observações Leve Moderada Intensa Sistema Radicular 2 (25) 1 (50) 1 (50) 0 (0) Colo 3 (38) 2 (66,67) 1 (33,33) 0 (0) Tronco 3 (38) 2 (66,67) 1 (33,33) 0 (0) Cecropia glaziovii (n = 9) Local N° (%) de Observações Intensidade - N° (%) de Árvores 181

Leve Moderada Intensa Sistema Radicular 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Colo 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Tronco 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Fonte: produção do próprio autor, 2018

Já na Área 3, a espécie H. alchorneoides, de um total de 8 árvores avaliadas visualmente, 3 (38 %) apresentaram fungos apodrecedores, onde 2 árvores (66,67 %) a intensidade foi moderada e 1 (33,33 %) a intensidade foi intensa. Ao observar o colo, 3 (38 %) árvores apresentaram fungos apodrecedores neste local, sendo que 1 (33,33 %) a intensidade foi leve e 2 árvores (66,67 %) a intensidade foi moderada. No tronco, 3 árvores (38 %) das 8 avaliadas, apresentaram fungos com intensidade moderada (33,33 %) e intensa (66,67 %), é o que mostra a Tabela 12.

Tabela 12 - Locais de observação de fungos apodrecedores, número de observações e intensidade dos ataques nas árvores avaliadas (Área III). Hyeronima alchorneoides (n = 8) N° (%) de Intensidade - N° (%) de Árvores Local Observações Leve Moderada Intensa Sistema Radicular 3 (38) 0 (0) 2 (66,67) 1 (33,33) Colo 3 (38) 1 (33,33) 2 (66,67) 0 (0) Tronco 3 (38) 0 (0) 1 (33,33) 2 (66,67) Miconia cinnamomifolia (n = 8) N° (%) de Intensidade - N° (%) de Árvores Local Observações Leve Moderada Intensa Sistema Radicular 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Colo 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Tronco 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Fonte: produção do próprio autor, 2018.

b) Formigas

A avaliação visual também tratou de verificar a presença de formigas cortadeiras e carpinteiras. Foi observada a intensidade do ataque (leve ou intenso) e a forma de visualização (resíduos, dispersão no solo, presença de túneis, vestígios de túneis ou estrutura do ninho). Neste item foi verificado somente a presença de um grande número de formigas se locomovendo sobre o tronco de todas as árvores de C. glaziovii, pois o mesmo serve de abrigo para tais insetos. O tronco oco das espécies do gênero Cecropia (mirmecófilas), abrigam colônias de formigas do gênero Azteca, realizando uma interação mutualística, onde em troca de abrigo e 182

alimento, as formigas protegem as embaúbas contra herbivoria e contra plantas trepadeiras (JANZEN, 1969; VASCONCELOS; CASIMIRO, 1997; MENDONÇA, 2004). De acordo com Rickson (1971), Fritz Müller estudou esta interação Cecropia x Azteca, verificando que na base do pecíolo da folha de Cecropia sp. Existe uma região de cor branca e saliente, que corresponde aos chamados "Grânulos Müllerianos” ou “Corpúsculo de Müller", os quais servem de alimento para as formigas. Nas árvores de H. alchorneoides e M. cinnamomifolia, no período da avaliação visual, não foi verificada a presença de formigas (cortadeiras ou carpinteiras).

3.2.3 Avaliação Visual do Risco de Queda

Para classificar as árvores em relação ao risco de queda baixo, médio ou alto, a avaliação visual foi baseada na interpretação de todas as características observadas. Vale destacar que a avaliação é realizada com base no conhecimento do avaliador a respeito das características observadas, tornando-se assim subjetiva. Todas as árvores das três espécies estudadas (100 %) na Área 1, encontram – se em risco de queda baixo, de acordo com a avaliação visual. Em relação a Área 2, a espécie H. alchorneoides apresentou 2 árvores (25 %) em risco baixo de queda e 3 árvores (38 %) em risco médio; para a C. glaziovii, 4 árvores (44 %) com risco baixo de queda e 1 (11 %) com risco médio. Já sobre a avaliação visual da Área 3, a H. alchorneoides apresentou 2 árvores (25 %) com risco de queda baixo e 3 árvores (38 %) com risco de queda médio; a M. cinnamomifolia, foram observadas 8 árvores (100 %) em risco de queda baixo. As avaliações visuais concernentes ao risco de queda para as três Áreas, estão descritas na Tabela 13.

Tabela 13 - Classes de risco de queda para indivíduos da amostra e número de indivíduos identificados em cada classe. Área 1 Hyeronima Miconia Cecropia Risco de Queda alchorneoides (n = 8) cinnamomifolia (n = 2) glaziovii (n = 1) Número (%) de Árvores Baixo 8 (100) 2 (100) 1 (100) Médio 0 (0) 0 (0) 0 (0) Alto 0 (0) 0 (0) 0 (0) Área 2 Hyeronima alchorneoides (n = 8) Cecropia glaziovii (n = 9) Risco de Queda Número (%) de Árvores com Injúria Baixo 2 (25) 4 (44) Médio 3 (38) 1 (11) 183

Alto 0 (0) 0 (0) Área 3 Hyeronima alchorneoides (n = 8) Miconia cinnamomifolia (n = 8) Risco de Queda Número (%) de Árvores com Injúria Baixo 2 (25) 8 (100) Médio 3 (38) 0 (0) Alto 0 (0) 0 (0) Fonte: produção do próprio autor, 2018.

3.3 TOMOGRAFIA DE IMPULSO

Os dados foram analisados de forma descritiva, atribuindo-se conceitos para cada imagem gerada pelo software. Os conceitos escolhidos para classificação foram: ruim, moderado, bom e ótimo. Para se ter um padrão, escolheu-se quatro imagens, cada uma representando um conceito, que foram utilizadas como modelo para as demais imagens (Figura 8).

Figura 8 – Conceitos da classificação para imagens geradas pelo tomógrafo de impulso.

Fonte: produção do próprio autor, 2018. Observou-se grande variabilidade de cores, como resposta à heterogeneidade do material analisado. Algumas árvores apresentaram manchas vermelhas na porção mais central e periférica, evidenciando as menores velocidades de onda, possivelmente devido à natureza do material ali existente e a problemas de sanidade. As imagens resultantes da tomografia de impulso da seção transversal das árvores para as espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii, localizadas na Área 1, estão representadas na Figura . Onde, dos 11 fustes analisados, 6 (54,5 %) foram classificados como ruim, 3 (27,3 %) como moderado, 2 (18,2 %) como bom e nenhum foi classificado como ótimo (Figura 9).

184

Figura 9 - Imagens resultantes da tomografia de impulso da seção transversal das árvores para as espécies H. alchorneoides, M. cinnamomifolia e C. glaziovii, localizadas na Área 1.

Fonte: produção do próprio autor, 2018.

Na Área 2, estão representadas as imagens resultantes da tomografia de impulso da seção transversal das árvores das espécies H. alchorneoides e C. glaziovii. Dos 17 fustes analisados, 6 (35,3 %) foram classificados como ruim, 9 (52,9 %) como moderado, 2 (11,8 %) como bom e nenhum foi classificado como ótimo (Figura 10).

Figura 10 - Imagens resultantes da tomografia de impulso da seção transversal das árvores para as espécies H. alchorneoides e C. glaziovii, localizadas na Área 2. 185

Fonte: produção do próprio autor, 2018.

Na Área 3, estão representadas as imagens resultantes da tomografia de impulso da seção transversal das árvores das espécies H. alchorneoides e M. cinnamomifolia. Dos 16 fustes analisados, 5 (31,5 %) foram classificados como ruim, 6 (37,5 %) como moderado, 3 (18,8 %) como bom e 2 (12,5 %) foram classificados como ótimo (Figura 11). 186

Figura 11 - Imagens resultantes da tomografia de impulso da seção transversal das árvores para as espécies H. alchorneoides e M. cinnamomifolia, localizadas na Área 3.

Fonte: produção do próprio autor, 2018.

4 DISCUSSÕES

4.1 AVALIAÇÃO VISUAL EXTERNA

187

Do ponto de vista geral, no período da avaliação visual, a espécie H. alchorneoides foi a que apresentou um maior número de representantes com problemas de injúrias, afloramento radicular, associação com líquens, visita de polinizadores e intensidade leve de ataques de fungos apodrecedores. Estas observações foram verificadas em todos os estágios de sucessão, com um risco de queda variando de baixo a médio para esta espécie. Diversos autores discutem métodos de avaliação visual de indivíduos arbóreos afim de auxiliar na identificação de problemas biomecânicos e fitossanitários, assim como identificar a sua possível queda (MATTHECK, 1991; MATTHECK; KUBLER, 1995; MATTHECK; BRELOER, 1997; NIKLAS, 2002; ALBERS; POKORNY; JOHNSON, 2003; BOND; TUCKER, 2017). A avaliação visual externa também auxilia no risco de queda das árvores, porém ainda faltam critérios sobre esta possibilidade e por fim realizar um manejo adequado (BRAZOLIN, 2009). Em áreas urbanas (recreacionais), um estudo importante foi o desenvolvido por Wagener (1963) na Califórnia. Este autor elaborou um diagnóstico bastante criterioso levando em consideração cancros, fendas, rachaduras e injúrias que afetavam o câmbio dos indivíduos avaliados. Outro agente importante que atua no risco de queda das árvores é o vento (YOUNG,1984; NIKLAS, 2002). A possibilidade de ocorrer a queda da árvore pela ação do vento se eleva com o apodrecimento, o qual verifica-se pela visualização no lenho de corpos de frutificação, cavidades ou apodrecimento (YOUNG, 1984). Albers, Pokorny e Johnson (2003) sugerem sete categorias de defeitos que podem ser identificados através da análise visual: apodrecimento, fissuras, problemas no sistema radicular, junção fraca entre ramos, cancros, arquitetura inadequada e árvore ou ramos mortos. Mattheck & Breloer (1997) desenvolveram um método conhecido como VTA (visual tree assessment), o qual proporcionou grande avanço na identificação de árvores com possíveis defeitos fitossanitários e defeitos na madeira. O método é composto por quatro etapas: avaliação visual (biologia do indivíduo, sintomas de quebra ou ruptura, ação do vento), inspeções detalhadas, critérios de avaliação de risco de queda e decisão.

4.2 TOMOGRAFIA DE IMPULSO

A tomografia de impulso por meio da velocidade das ondas que atingiam os diferentes sensores, produziu imagem do tronco das árvores. As tonalidades em vermelho, laranja e 188

amarelo indicaram menor velocidade de propagação da onda mecânica no lenho das árvores, por outro lado, o verde representou a região do lenho com maior velocidade de propagação da onda mecânica. Na maioria das imagens, observou-se partindo das porções mais centrais seguindo em direção a periferia, uma coloração vermelha clara a vermelha intensa indicando tecido lesionado. Porém, concluiu-se que havia a menor velocidade de onda nestes pontos é dada devido a situação destas árvores, as quais grande parte se encontravam localizadas em terreno muito inclinado. Sugere-se que tenha formado madeira de reação; ou seja, possivelmente estas árvores não estavam necessariamente com tecidos do tronco lesionado. Comparando as imagens tomográficas com o modelo proposto na Figura , atribuindo conceitos, observou – se uma maior porcentagem de indivíduos classificados como ruim a moderado nas três áreas de estudo. Entre as três áreas de sucessão, somente na Área 3, dois indivíduos foram classificados como ótimo, demais áreas nenhum representante atingiu essa classificação. A espécie H. alchorneoides, de acordo com a tomografia de impulso, foi a que mais apresenta tecidos lesionados nas três áreas de sucessão estudadas. A tomografia de impulso é uma técnica nova, desta forma existem poucos trabalhos realizados no Brasil e no mundo, transcorrendo em dificuldades para interpretar imagens e avaliar a confiabilidade dos dados obtidos (LAWDAY; HODGES, 2000; LONSDALE, 1999). Amodei et al. (2011) sobre a possibilidade do uso da tomografia de impulso para avaliar árvores para uso da madeira, conclui que é uma técnica não destrutiva de grande importância para estabelecer parâmetros de sua qualidade. Pereira et al. (2007) identificou semelhança entre dados comparativos da tomografia de impulso com dados de densitometria, obtidos a partir de amostras de tronco das espécies: Eucalyptus saligna Sm. (eucalipto), Schizolobium parahyba (Vell.) Blake (guapuruvu), Caesalpinia echinata Lam. (pau-brasil). Gilbert & Smiley (2004) verificaram qual capacidade e precisão do tomógrafo de impulso detecta apodrecimento de tronco em indivíduos de Quercus alba L. e Caria spp. O método foi capaz de identificar espacialmente e quantitativamente as lesões observadas visualmente. Rollo (2009) estudando padrões de resposta à tomografia de impulso em tipuanas (Tipuana tipu (Benth.) O. Kuntze, concluiu que as informações geradas pela tomografia de impulso são confiáveis. 189

Nicolotti et al. (2003) em um estudo comparativo de informações obtidas de lesões caudadas pelo fungo Ganoderma resinaceum Boud. em árvores de Platanus hybrida Brot. obtidas por aparelhos de tomografia elétrica, geo radar e tomografia por ultrassom; para as amostras que apresentavam podridão e estágios de degradação não homogêneos, a tomografia por ultrassom apresentou os melhores resultados. Martinis et al. (2004) concluíram ao estudarem Fagus sylvatica L., que a tomografia por ultra-som é capaz de detectar lesões internas em quantidade e qualidade são claramente superiores as obtidas pelo resistógrafo.

4.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE AS LESÕES IDENTIFICADAS POR TOMOGRAFIA DE IMPULSO COM A AVALIAÇÃO VISUAL DE ÁRVORES E A DETERMINAÇÃO DE RISCO DE QUEDA

As informações provenientes da avaliação visual e da tomografia de impulso, estão relacionadas no Anexo 1. Foram avaliadas individualmente cada uma das árvores para a determinação específica a respeito do risco de queda. A associação entre as lesões identificadas pela tomografia de impulso com a avaliação visual e determinação do risco de queda, resultou em algumas discussões importantes. As lesões identificadas pela tomografia de impulso para a espécie H. alchorneoides, foi satisfatória quando relacionado a análise visual, pois a análise visual identificou que essa espécie foi a que apresentou um maior número de representantes com problemas de injúrias, afloramento radicular e intensidade leve de ataques de fungos apodrecedores. A tomografia por impulso foi ineficiente em identificar a parte “oca” do fuste das árvores de C. glaziovii avaliadas. Como se sabe, o tronco das espécies do gênero Cecropia, são ocos e abrigam colônias de formigas do gênero Azteca (JANZEN, 1969; VASCONCELOS; CASIMIRO, 1997; MENDONÇA, 2004). Desta forma, a tomografia de impulso não é apropriada para essa espécie ou necessita de ajustes por meio de estudos mais direcionados. Assim, sugere-se que as demais espécies estudadas H. alchorneoides e M. cinnamomifolia, também podem ter algum problema relacionado a tecido lesionado no interior do fuste ou tronco “oco”, os quais a tomografia de impulso também não foi capaz de identificar. Isso pode gerar tomada de decisão equivocada no corte das árvores para manejo. Uliana (2010) em seu estudo sobre aplicação de tomografia de impulso na avaliação da qualidade do lenho da espécie Manilkara huberi (Ducke) Chevalier, verificou que a tomografia 190

de impulso não foi capaz de identificar lesões não foi capaz de identificar madeira deteriorada nas árvores. Por outro lado, a tomografia por impulso, foi capaz de identificar madeiras de reação (tensão e compressão) no tronco, esta observação revelada pela coloração vermelha a vermelha intensa das imagens tomográficas, ocorrendo em uma direção somente. Tal comportamento se verifica facilmente ao comparar a tomografia e a situação atual das árvores, que estão localizadas em áreas bastante inclinadas. Conforme Grosser (1980) & Souza (2004) a madeira de reação provém de mudanças ocorridas na fisiologia do câmbio, proveniente das diferenças de concentrações das substâncias de crescimento. Este tecido é formado por efeitos genotípicos, por estímulos mecânicos ou pela ação da gravidade, como em situações de inclinação das árvores.

5 CONCLUSÕES

As lesões identificadas pela tomografia de impulso para a espécie H. alchorneoides, foi satisfatória quando relacionado a análise visual, pois a análise visual identificou que essa espécie foi a que apresentou um maior número de representantes com problemas de injúrias, afloramento radicular e intensidade leve de ataques de fungos apodrecedores. A tomografia por impulso foi ineficiente em identificar a parte “oca” do fuste das árvores de C. glaziovii avaliadas. Desta forma, a tomografia de impulso não é apropriada para essa espécie ou necessita de ajustes por meio de estudos mais direcionados. Sugere-se que as demais espécies estudadas H. alchorneoides e M. cinnamomifolia, também podem ter algum problema relacionado a tecido lesionado no interior do fuste ou tronco “oco”, os quais a tomografia de impulso também não foi capaz de identificar. Isso pode gerar tomada de decisão equivocada no corte das árvores para manejo. A tomografia por impulso, foi capaz de identificar madeiras de reação (tensão e compressão) no tronco, esta observação revelada pela coloração vermelha a vermelha intensa das imagens tomográficas, ocorrendo em uma direção somente. Tal comportamento se verifica facilmente ao comparar a tomografia e a situação atual das árvores, que estão localizadas em áreas bastante inclinadas.

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197

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YOUNG, W. C. T. The external signs of decay in trees. London: Department of the Environmental, p. 11, 1984.

198

ANEXO I

a) Hyeronima alchorneoides 199

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 2 Data da Avaliação: 23/09/2017 Localização: Área I Dimensões: CAP = 39,00 cm; h = 7,50 m Risco de Queda: baixo AInformações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de injúrias ou outros organismos que comprometam a estabilidade. Copa em equilíbrio. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens a partir do colo até a baixo do CAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: na imagem tomográfica da Figura , observa-se a presença de cor amarelada tendendo a vermelho no sentido do sensor 4 representando tecido lesionado. Classificada como moderada pela imagem tomográfica.

b) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 3 Data da Avaliação: 23/09/2017 200

Localização: Área I Dimensões: CAP = 39,50 cm; h = 8,00 m Risco de Queda: baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de injúrias ou outros organismos que comprometam a estabilidade. Copa em equilíbrio. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens a partir do colo até a baixo do CAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a imagem tomográfica da Figura , apresenta cor alaranjada tendendo a avermelhada intensa partindo do centro da imagem no sentido do sensor 3, representando tecido lesionado; porém, esta configuração se dá no sentido da inclinação do terreno, formando madeira de reação. Classificada como ruim pela imagem tomográfica.

c) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 4 Data da Avaliação: 23/09/2017 201

Localização: Área I Dimensões: CAP = 40,00 cm; h = 10,00 m Risco de Queda: baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de injúrias ou outros organismos que comprometam a estabilidade. Copa em equilíbrio. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Afloramento de raízes. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens a partir do colo até a baixo do CAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: na imagem tomográfica da Figura , observa-se a presença de cor amarelada tendendo a vermelho no sentido do sensor 3 representando tecido lesionado. Classificada como moderada de acordo com a tomografia.

d) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 8 202

Data da Avaliação: 23/09/2017 Localização: Área I Dimensões: CAP = 44,00 cm; h = 10,00 m Risco de Queda: baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral moderado, apresenta sinais de organismos (fungos). Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Afloramento de raízes. Verificou-se a presença de líquens a partir do colo até a baixo do CAP. Tronco lesionado. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se lesionado (coloração alaranjada tendendo a avermelhada – lenho de reação), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada); porém, esta configuração se dá no sentido da inclinação do terreno, formando madeira de reação. Classificada como ruim pela imagem tomográfica.

e) Cecropia glaziovii

Nº da Árvore/Placa de Identificação: EMB 1 Data da Avaliação: 23/09/2017 203

Localização: Área I Dimensões: CAP = 45,00 cm; h = 14,00 m Risco de Queda: baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral bom. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Presença de um grande número de formigas se locomovendo sobre o tronco, pois o mesmo serve de abrigo para tais insetos. Tronco oco (característica da espécie). Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se lesionado (coloração alaranjada tendendo a avermelhada – lenho de reação), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada); porém, esta configuração se dá no sentido da inclinação do terreno, formando madeira de reação. Classificada como ruim pela imagem tomográfica.

f) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 1 Data da Avaliação: 23/09/2017 204

Localização: Área I Dimensões: CAP = 46,00 cm; h = 8,00 m Risco de Queda: baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens a partir do colo até a baixo da DAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se lesionado (coloração alaranjada tendendo a avermelhada – lenho de reação), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada); porém, esta configuração se dá no sentido da inclinação do terreno, formando madeira de reação. Classificada como ruim pela imagem tomográfica.

g) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 6 Data da Avaliação: 23/09/2017 205

Localização: Área I Dimensões: CAP = 46,00 cm; h = 12,00 m Risco de Queda: baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral médio, sinais de organismos de patógenos (fungos). Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens a partir do colo até a baixo da CAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Injúrias no tronco e colo. Raízes expostas. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se lesionado (coloração alaranjada tendendo a avermelhada – lenho de reação), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como ruim pela imagem de tomografia.

h) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 7 Data da Avaliação: 23/09/2017 206

Localização: Área I Dimensões: CAP = 54,00 cm; h = 11,00 m Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Afloramento de raízes. Verificou-se a presença de líquens a partir do colo até a baixo da CAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se lesionado (coloração alaranjada tendendo a avermelhada), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como ruim pela imagem tomográfica.

i) Miconia cinnamomifolia

Nº da Árvore/Placa de Identificação: JAC 1 Data da Avaliação: 23/09/2017 207

Localização: Área I Dimensões: CAP = 47,00 cm; h = 14,00 m Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens a partir do colo até a baixo da CAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se lesionado (coloração alaranjada tendendo a avermelhada – lenho de reação), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como ruim pela imagem tomográfica.

j) Miconia cinnamomifolia

Nº da Árvore/Placa de Identificação: JAC 2 Data da Avaliação: 23/09/2017 208

Localização: Área I Dimensões: CAP = 48,00 cm; h = 12,00 m Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens a partir do colo até a baixo da CAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se parte do lenho na região periférica no sentido do sensor 2, coloração alaranjada tendendo a avermelhada, indicando tecido lesionado. Classificação pela imagem tomográfica bom.

k) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 5 Data da Avaliação: 23/09/2017 209

Localização: Área I Dimensões: CAP = 61,00 cm; h = 11,00 m Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido do declive, colo e copa em equilíbrio. Não foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se próximo do centro uma coloração alaranjada tendendo a avermelhada. Esta coloração representaria tecido lesionado; porém, sugere-se que seja madeira de reação devido ao leve declínio. As demais áreas são consideradas sadias (coloração esverdeada). Classificada pela imagem tomográfica como ruim.

l) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 10 Data da Avaliação: 07/10/2017 210

Localização: Área II Dimensões: CAP = 41,00 cm; h = 15,00 m Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco levemente inclinado no sentido do declive, colo e copa em equilíbrio. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação.. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se próximo do centro uma coloração alaranjada tendendo a avermelhada. Esta coloração representaria tecido lesionado; porém, sugere-se que no sentido dos sensores 1 e 4, madeira de reação devido ao declínio. As demais áreas são consideradas sadia (coloração esverdeada). Classificada como ruim pela imagem tomográfica.

m) Cecropia glaziovii

Nº da Árvore/Placa de Identificação: EMB 6 Data da Avaliação: 07/10/2017 211

Localização: Área II Dimensões: CAP = 40,00 cm; h = 15,00 m Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco levemente inclinado no sentido do declive, colo e copa em equilíbrio. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Presença de um grande número de formigas se locomovendo sobre o tronco, pois o mesmo serve de abrigo para tais insetos. Tronco oco (característica da espécie). Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se próximo do centro uma coloração alaranjada tendendo a avermelhada. Esta coloração representaria tecido lesionado. Na periferia no sentido do sensor 3, madeira de reação devido ao leve declínio. As demais áreas são consideradas sadia (coloração esverdeada). Classificada como boa pela imagem tomográfica.

n) Cecropia glaziovii

Nº da Árvore/Placa de Identificação: EMB 9 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II 212

Dimensões: CAP = 43,00 cm; h = 15,00 m Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco levemente inclinado no sentido do aclive, colo e copa em equilíbrio. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Presença de um grande número de formigas se locomovendo sobre o tronco, pois o mesmo serve de abrigo para tais insetos. Tronco oco (característica da espécie). Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se na periferia, no sentido do sensor 3, coloração alaranjada tendendo a avermelhada devido a madeira de reação. As demais áreas são consideradas sadia (coloração esverdeada). Classificada como ruim pela imagem tomográfica.

o) Cecropia glaziovii

Nº da Árvore/Placa de Identificação: EMB 3 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II Dimensões: CAP = 53,00 cm; h = 15,00 m 213

Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral médio, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco levemente inclinado no sentido do aclive, colo e copa em equilíbrio. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Presença de um grande número de formigas se locomovendo sobre o tronco, pois o mesmo serve de abrigo para tais insetos. Tronco oco (característica da espécie). Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, metade da imagem coloração alaranjada tendendo a avermelhada, indicando tecido lesionado. Classificada como ruim.

p) Cecropia glaziovii

Nº da Árvore/Placa de Identificação: EMB 7 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II Dimensões: CAP = 54,00 cm; h = 16,00 m 214

Risco de Queda: Médio Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens a partir do colo até a baixo da CAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Tronco oco. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se parte do lenho na região periférica no sentido do sensor 2, coloração alaranjada tendendo a avermelhada, indicando tecido lesionado. Classificação pela imagem tomográfica bom

q) Cecropia glaziovii

Nº da Árvore/Placa de Identificação: EMB 10 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II Dimensões: CAP = 54,00 cm; h = 15,00 m Risco de Queda: Médio 215

Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens a partir do colo até a baixo da DAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se lesionado (coloração alaranjada tendendo a avermelhada – madeira de reação), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como ruim pela imagem tomográfica.

r) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 13 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II Dimensões: CAP = 60,00 cm; h = 12,00 m Risco de Queda: Médio 216

Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou- se a presença de líquens a partir do colo até a baixo da DAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se lesionado (coloração alaranjada tendendo a avermelhada – madeira de reação), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como ruim pela imagem tomográfica.

s) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 9 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II Dimensões: CAP = 57,00 cm; h = 14,00 m 217

Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido do declive, colo e copa em equilíbrio. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se próximo do centro uma coloração alaranjada tendendo a avermelhada. Esta coloração representaria tecido lesionado; porém, sugere-se que seja madeira de reação devido ao leve declínio. As demais áreas são consideradas sadias (coloração esverdeada). Classificada como ruim pela imagem tomográfica.

t) Cecropia glaziovii

Nº da Árvore/Placa de Identificação: EMB 4 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II Dimensões: CAP = 58,00 cm; h = 13,00 m 218

Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco levemente inclinado no sentido do declive, colo e copa em equilíbrio. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Presença de um grande número de formigas se locomovendo sobre o tronco, pois o mesmo serve de abrigo para tais insetos. Tronco oco (característica da espécie). Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se próximo do centro uma coloração alaranjada tendendo a avermelhada. Esta coloração representaria tecido lesionado, porém no sentido do sensor 3, madeira de reação devido ao leve declínio. As demais áreas são consideradas sadia (coloração esverdeada). Classificada como moderada pela imagem tomográfica.

u) Cecropia glaziovii

Nº da Árvore/Placa de Identificação: EMB 5 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II Dimensões: CAP = 57,00 cm; h = 14,00 m Risco de Queda: Baixo 219

Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco levemente inclinado no sentido do declive, colo e copa em equilíbrio. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Presença de um grande número de formigas se locomovendo sobre o tronco, pois o mesmo serve de abrigo para tais insetos. Tronco oco (característica da espécie). Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se próximo do centro uma coloração alaranjada tendendo a avermelhada. Esta coloração representaria tecido lesionado; porém, sugere-se que na periferia no sentido oposto ao sensor 1, madeira de reação devido ao leve declínio. As demais áreas são consideradas sadia (coloração esverdeada). Classificada como moderada pela imagem tomográfica.

v) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 11 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II Dimensões: CAP = 72,00 cm; h = 13,00 m Risco de Queda: Médio 220

Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de injúrias ou outros organismos que comprometam a estabilidade. Copa em equilíbrio. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens a partir do colo até a baixo do CAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: na imagem tomográfica da Figura , observa-se a presença de cor amarelada tendendo a vermelho no sentido do sensor 4 representando tecido lesionado. Classificada como boa pela imagem tomográfica

w) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 12 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II Dimensões: CAP = 67,50 cm; h = 15,00 m 221

Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco levemente inclinado no sentido do aclive, colo e copa em equilíbrio. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se próximo do centro uma coloração alaranjada tendendo a avermelhada. Esta coloração representaria tecido lesionado. As demais áreas são consideradas sadia (coloração esverdeada). Classificada como moderada pela imagem tomográfica.

x) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 14 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II Dimensões: CAP = 76,00 cm; h = 14,00 m 222

Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco levemente inclinado no sentido do aclive, colo e copa em equilíbrio. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se próximo do centro uma coloração alaranjada tendendo a avermelhada. Na periferia entre os sensores 4 e 5, madeira de reação devido ao leve declínio. As demais áreas são consideradas sadia (coloração esverdeada). Classificada como boa pela imagem tomográfica.

y) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 15 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II Dimensões: CAP = 74,00 cm; h = 15,00 m 223

Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sinais de organismos (fungos). Árvore com tronco levemente inclinado no sentido do aclive, colo e copa em equilíbrio. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se próximo do centro uma coloração alaranjada tendendo a avermelhada. Esta coloração representaria tecido lesionado. As demais áreas são consideradas sadia (coloração esverdeada). Classificada como boa pela imagem tomográfica.

z) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 16 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II 224

Dimensões: CAP = 74,00 cm; h = 16,00 m Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco, colo e copa em equilíbrio. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Presença de um grande número de insetos na copa. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se na periferia, entre os sensores 6, 7 e 1, coloração alaranjada tendendo a avermelhada. Possível tecido lesionado. As demais áreas são consideradas sadia (coloração esverdeada). Classificada como boa pela imagem tomográfica.

aa) Cecropia glaziovii

Nº da Árvore/Placa de Identificação: EMB 2 Data da Avaliação: 07/10/2017 Localização: Área II 225

Dimensões: DAP = 70,00 cm; h = 14,00 m Risco de Queda: Médio Informações Relevantes: árvore em estado regular, apresenta sinais de injúrias e patógenos. Presença de mofo branco no tronco, colo e raízes. Rachaduras no tronco. Tronco inclinado, colo e copa em desequilíbrio. Parte das raízes estavam expostas e oca. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Tronco oco (carac. Espécie). Tomografia de Impulso: na imagem tomográfica, representada pela Figura , observa-se uma grande área lesionada de coloração alaranjada tendendo a avermelhada, partindo da orientação onde havia rachaduras no lenho. Lenho praticamente todo lesionada, pequena área entre os sensores 3, 4 e 5 sadio. Classificado pela imagem tomográfica como moderado.

bb) Miconia cinnamomifolia

Nº da Árvore/Placa de Identificação: JAC 6 226

Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 38,00c m; h = 15,00 m Risco de Queda: Baixo Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco, colo e copa em equilíbrio. Não foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se áreas consideradas sadia (coloração esverdeada). Classificada como ótima pela imagem tomográfica.

cc) Miconia cinnamomifolia

Nº da Árvore/Placa de Identificação: JAC 9 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: DAP = 38,00 cm; h = 14,00 m Risco de Queda: Médio 227

Informações Relevantes: árvore em estado bom, apresenta alguns sinais de injúrias. Não apresenta sinais de patógenos no tronco, colo e raízes. Tronco inclinado, colo e copa em desequilíbrio. Parte das raízes estavam expostas e oca. Não foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Tomografia de Impulso: na imagem tomográfica, representada pela Figura , observa-se uma grande área lesionada de coloração alaranjada tendendo a avermelhada, no sentido do sensor 3, possivelmente madeira de reação. Classificada como moderada.

dd) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 20 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 61,00 cm; h = 16,00 m Risco de Queda: Médio 228

Informações Relevantes: árvore em estado regular, apresenta sinais de injúrias e patógenos. Presença de mofo branco no tronco, colo e raízes. Rachaduras no tronco. Tronco inclinado, colo e copa em desequilíbrio. Parte das raízes estavam expostas e oca. Não foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Tomografia de Impulso: na imagem tomográfica, representada pela Figura , observa-se uma grande área lesionada de coloração alaranjada tendendo a avermelhada, partindo da orientação onde havia rachaduras no lenho. Lenho praticamente todo lesionada. Classificado como moderado.

ee) Miconia cinnamomifolia

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 23 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 62,00 cm; h = 17,00 m Risco de Queda: Baixo 229

Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de formigas se locomovendo sobre o tronco e líquens a partir do colo até a baixo da CAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se ente os sensores 1 e 2, coloração alaranjada tendendo a avermelhada, resultado da madeira de reação, enquanto que grande parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como boa.

ff) Miconia cinnamomifolia

Nº da Árvore/Placa de Identificação: JAC 8 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 48,00 cm; h = 15,00 m Risco de Queda: Baixo 230

Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Raízes expostas. Verificou-se a presença de líquens a partir do colo até a baixo da CAP. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se ente os sensores 1 e 2, coloração alaranjada tendendo a avermelhada, resultado da madeira de reação, enquanto que grande parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como boa.

gg) Miconia cinnamomifolia

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 18 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: DAP = 43,00 cm; h = 13,00 m Risco de Queda: Baixo 231

Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se com coloração alaranjada tendendo a avermelhada (madeira de reação), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como moderada.

hh) Miconia cinnamomifolia

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 24 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 50,00 cm; h = 15,00 m Risco de Queda: Baixo 232

Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se com coloração alaranjada tendendo a avermelhada (lenho de reação), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como ruim.

ii) Miconia cinnamomifolia

Nº da Árvore/Placa de Identificação: JAC 5 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 42,00 cm; h = 15,00 m Risco de Queda: Baixo 233

Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se com coloração alaranjada tendendo a avermelhada (madeira de reação), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como ruim.

jj) Miconia cinnamomifolia

Nº da Árvore/Placa de Identificação: JAC 7 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 53,00 cm; h = 14,00 m Risco de Queda: Baixo 234

Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se com coloração alaranjada tendendo a avermelhada (madeira de reação), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como ruim.

kk) Miconia cinnamomifolia

Nº da Árvore/Placa de Identificação: JAC 4 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 75,00 cm; h = 17,00 m Risco de Queda: Baixo 235

Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se com coloração alaranjada tendendo a avermelhada (lenho de reação), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada).

ll) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 17 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 75,00 cm; h = 16,00 m Risco de Queda: Baixo 236

Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sinais de organismos (fungos). Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens. Ação humana sobre a árvore. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se que aproximadamente metade do lenho encontra-se com coloração alaranjada tendendo a avermelhada (tecido lesionado), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como ruim.

mm) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 19 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 89,00 cm; h = 17,00 m Risco de Queda: Baixo 237

Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, alguns sinais de organismos que comprometam (fungos). Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se na periferia coloração alaranjada tendendo a vermelha (tecido lesionado), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como Moderado.

nn) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 21 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 82,50 cm; h = 16,00 m Risco de Queda: Baixo 238

Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, sem sinais de organismos que comprometam a árvore. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se na periferia coloração alaranjada tendendo a vermelha (tecido lesionado), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificado como boa.

oo) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 25 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 86,00 cm; h = 17,00 m Risco de Queda: Baixo 239

Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, alguns sinais de organismos que comprometam (fungos). Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se na periferia coloração alaranjada tendendo a vermelha (tecido lesionado), enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificado como boa.

pp) Miconia cinnamomifolia

Nº da Árvore/Placa de Identificação: JAC 3 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 69,00 cm; h = 16,00 m Risco de Queda: Baixo 240

Informações Relevantes: árvore em estado geral bom, alguns sinais de organismos que comprometem a estabilidade (fungos). Não foi verificado a presença de flores ou frutos na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se na periferia algumas manchas avermelhadas indicando tecido lesionado; enquanto que outra parte considerada sadia (coloração esverdeada). Classificada como boa.

qq) Hyeronima alchorneoides

Nº da Árvore/Placa de Identificação: LIC 22 Data da Avaliação: 08/10/2017 Localização: Área III Dimensões: CAP = 76,00 cm; h = 16,00 m Risco de Queda: Baixo 241

Informações Relevantes: árvore em estado geral ótimo, sem sinais de organismos que comprometam a estabilidade. Árvore com tronco inclinado no sentido da elevação do terreno, sem risco de queda. Foi verificado a presença de flores na data da avaliação. Verificou-se a presença de líquens. Ação humana sobre a árvore ausente. Tomografia de Impulso: a Figura , representada pela imagem tomográfica, observa-se coloração esverdeada em toda a seção, com poucas áreas amarelas indicando tronco sadio. Classificação ótima.