Angela Maria Castro Dutra De Menezes Os Discursos De O Occidente, Revista Illustrada De Portugal E Do Estrangeiro (1878 – 1915
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Angela Maria Castro Dutra de Menezes Os discursos de O Occidente, Revista Illustrada de Portugal e do Estrangeiro (1878 – 1915) Universidade Fernando Pessoa Porto, 2018 Angela Maria Castro Dutra de Menezes Os discursos de O Occidente, Revista Illustrada de Portugal e do Estrangeiro (1878 – 1915) Universidade Fernando Pessoa Porto, 2018 © 2018 Angela Maria Castro Dutra de Menezes TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Angela Maria Castro Dutra de Menezes Os discursos de O Occidente, Revista Illustrada de Portugal e do Estrangeiro (1878 - 1915) ____________________________________________________ Tese apresentada à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Ciências da Informação, especialidade de Jornalismo e Estudos Mediáticos, sob orientação do Prof. Doutor Jorge Pedro Sousa. RESUMO Esta pesquisa tem como objetivo estudar o discurso verbal de O Occidente, considerada a mais importante revista ilustrada do quarto final do século XIX português. Editada em Lisboa e com circulação em vários países, O Occidente ajudou a inserir Portugal na Europa oitocentista que se modernizava rapidamente. Por ser quase sempre lembrada por sua qualidade imagética, a intenção é desvendar, em seu texto escrito, as ideologias que defendeu para conseguir durar 37 anos, numa época em que os veículos de comunicação tinham vida quase sempre curta. A pretensão de O Occidente, desde o primeiro número, era ser apolítico, conforme a moda jornalística da época. Em tese, um semanário não sobreviveria tanto tempo sem, de alguma maneira, representar um ideário e refletir a realidade da sociedade que o abrigava. Como O Occidente conseguiu aliar o seu discurso aparentemente neutro ao sucesso comercial é a proposta desta pesquisa. O trabalho também questiona de que maneira um periódico com linguagem gráfica de vanguarda conciliou, sem ruídos, esta vanguarda imagética a um texto conservador. As metodologias utilizadas foram a análise do discurso e a dialética. Para analisar o discurso textual foi necessário ler e decupar as 1.315 edições da revista. Para identificar os possíveis discursos ocultos, usou-se a dialética, considerando que aos textos publicados são a tese; a leitura e a interpretação, a antítese e esta antítese, amalgamadas às pesquisas realizadas, a síntese ou a nova leitura de O Occidente. O estudo está separado em oito capítulos, além de uma introdução que também explica a metodologia, a conclusão e a bibliografia. O primeiro capítulo é sobre o ambiente jornalístico português da época e o estado da arte. O segundo fala da história de O Occidente e de seus principais colaboradores: além do proprietário Caetano Alberto, os jornalistas e escritores Guilherme D’Azevedo, Gervasio Lobato, João da Camara, João Prudencio e Antonio Cobeira. Os outros cinco examinam os assuntos mais explorados pela revista, embora não possam ser ainda considerados editorias independentes: “Chronica Occidental”, Política Nacional e Internacional, Cultura e Ciência, Nobreza e Fait Divers. A conclusão do trabalho V prova que O Occidente defendeu posições que iam ao encontro do pensamento da elite de então, seu principal público-leitor. Claramente, a revista era colonialista e conservadora. Não tão claramente propagou outros discurso que representam com propriedade o fim do século XIX. Por exemplo, o começo do movimento feminista que as palavras oficiais de O Occidente enaltecem, enquanto os principais colunistas continuam pregando o tradicional papel feminino de mãe e dona de casa. Vários exemplos de contradição entre o discurso real e o oculto são encontrados na revista e identificados neste trabalho, provando que não apenas as imagens de qualidade atraíam os leitores. Textos redundantes, apesar de camuflados, serviram para espelhar o mundo de O Occidente e fornecer confiabilidade e conforto para aqueles que o liam. Palavras-chave: Discurso jornalístico; revista ilustrada, século XIX, O Occidente, Portugal. VI ABSTRACT This research seeks to study the verbal speech of O Occidente, considered the most important illustrated magazine in the quarter final of Portugal’s 19th century. Edited in Lisbon and available on various countries, O Occidente helped to insert Portugal in 800s Europe, which urbanized rapidly. For being ever remembered for its image quality, the intended effect is to unravel, in its written text, the ideas it defended in order to last 37 years, in an era where the media had a very short life-span. The aim of O Occidente since the beginning was to be certificated, according to the journalistic style back then. In theory, a seminar would not last very long without, in any way, representing an idea and reflecting a reality of the society that sheltered it. Like the O Occidente managed to ally its speech apparently neutral to commercial success, is the proposal of this research. The work also questions in that way a periodic with graphic language of joined, with no complaints, this vanguard image to a conservative text. The methods used were the speech’s analysis and the dialectics. To analyze the textual speech it has been necessary to read and adjust the 1.315 editions of the magazine. To identify any possible hidden speeches, dialectics were used, considering that the essays published are the thesis; the reading and the interpretation, the antithesis and this antithesis, limited to the research made, the synthesis or the new reading of O Occidente. The research is divided into eight chapters, regardless on an introduction that also explains the methodology, the conclusion and the biography. The first chapter is about the Portuguese journalistic atmosphere at the time and the state of art. The second talks about the history of O Occidente and its main collaborators: besides the owner Caetano Alberto, the journalists and writers Guilherme D’Azevedo, Gervasio Lobato, João da Camara, João Prudencio and Antonio Cobeira. The other five examine the most explored issues in the magazine, despite the fact these cannot be considered independent editorials; “Chronica Occidental”, National and International Politics, Culture and Science, Nobility and Fait Divers. The conclusion of the work proves that O Occidente defended positions that lead to an elite mentality of the time, its main public-reader. VII Clearly, the magazine was conservative and embracing colonialism. Not so crystal clear, this magazine also propagated other speeches that represented as property the end of the 19th century. For example, since the beginning of the feminist movement, that the official words of O Occidente stand out, whereas the principal columnist writers continue to portray the traditional role as a mother and house-wife. Various examples of contradiction between the real speech and the hidden one are found in the magazine as identified in this work, proving that not images attract readers. Redundant texts, despite being camouflaged, served to spread the world of O Occidente and supply trust and comfort for those reading it. Keywords: journalistic speech; illustrated magazine; 19th century, O Occidente, Portugal. VIII SOMMAIRE Ce travail de recherche a comme but d’étudier le discours verbal de la revue O Occidente, considérée l’œuvre illustrée la plus importante de la fin du XIX siècle portugais. Editée à Lisbonne et avec une distribution dans plusieurs pays, O Occidente a contribué dans l’insertion du Portugal en Europe du XIX siècle qui se développait rapidement. A cause de sa qualité en image et d’être souvent considérée comme telle, l’intention c’est de révéler dans son texte écrit les idéologies qu’elle a soutenu pour durer trente-sept ans dans une époque dont les médias avaient une vie souvent très courte. L’objectif de O Occidente dès son premier numéro c’était d’être apolitique, d’après la coutume journalistique de l’époque. En thèse, un hebdomadaire n’aurait pas survécu si longtemps sans représenter un idéal et de réfléchir la réalité de la société de son temps. Le défi de cette recherche c’est de savoir comment O Occidente a réussi à rallier son discours manifestement neutre au succès commercial. Ce travail se demande aussi de quelle façon un hebdomadaire de langage graphique d’avant-garde a concilié, sans rumeurs, ces images de pointe à un texte conservateur. Les méthodologies utilisées ont été l’analyse du discours et de la dialectique. Pour l’analyse du discours textuel nous avons fait la lecture et la transcription des 1.315 éditions de la revue. Pour en identifier les possibles discours cachés, la dialectique a été utilisée en considérant que les textes publiés ce sont de thèses. C’était donc la lecture plus l’interprétation et l’antithèse. Et cette antithèse amalgamée aux recherches réalisées à la synthèse ou la nouvelle lecture de O Occidente. Cette recherche est préparée en huit chapitres avec l’introduction en expliquant la méthodologie, la conclusion et la bibliographie. Le premier chapitre aborde l’ambiance des médias au Portugal à l’époque et le traitement de l’art. Le deuxième chapitre étudie l’histoire de O Occidente et de ses principaux collaborateurs au- delà de son propriétaire Caetano Alberto, les journalistes, les écrivains Guilherme D’Azevedo, Gervasio Lobato, João da Camara, João Prudêncio et Antonio Cobeira. Les cinq chapitres restant y examinent les sujets les plus explorés par la revue, quoique ne pouvant pas être considérés comme étant des sections indépendantes tels: IX «Chronique Occidental», Politique Nationale et Internationale, Culture et Science, Noblesse et Faits Divers. La conclusion de ce travail prouve que O Occidente a soutenu la pensée à l’encontre de l’élite sur place, notamment son principal publique lecteur. La revue était clairement colonialiste et conservatrice. Sans être suffisamment claire elle a propagé d’autres discours qui représentaient avec propriété la fin du XIX siècle. Par exemple, le début du mouvement féministe que les dialogues officiels du O Occidente exalte pendant que les principaux collaborateurs continuent avec les discours du rôle de la femme au foyer. Plusieurs exemples contradictoires entre le discours réel et le discours caché ont été trouvés dans la revue et identifiés dans ce travail, en prouvant que pas seulement les images de qualité ont attiré les lecteurs.