A Rede Da Democracia E O Golpe De 1964
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EDUARDO GOMES SILVA A REDE DA DEMOCRACIA E O GOLPE DE 1964 Niterói Agosto de 2008 ii ÁREA DE HISTÓRIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA CENTRO DE ESTUDOS GERAIS UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE A REDE DA DEMOCRACIA E O GOLPE DE 1964 Dissertação apresentada ao Curso de Pós- Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em História. Área de Concentração: Poder e Sociedade. Orientadora: Profª Drª Adriana Facina Gurgel do Amaral. Niterói Agosto de 2008 iii Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá S586 Silva, Eduardo Gomes. A Rede da Democracia e o golpe de 1964 / Eduardo Gomes Silva. – 2008. 154 f. Orientador: Adriana Facina Gurgel do Amaral. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2008. Bibliografia: f. 132-141. 1. Golpe de 1964. 2. Mídia. 3. Historiografia. I. Amaral, Adriana Facina Gurgel do. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. III. Título. CDD 981.062 iv Ao meu querido Flavinho, pela paciência [quase sempre] demonstrada nesses últimos dois anos. v O dom de despertar no passado as centelhas da esperança é privilégio do historiador convencido de que também os mortos não estarão em segurança se o inimigo vencer. E esse inimigo não tem cessado de vencer. Walter Benjamim vi RESUMO SILVA, Eduardo Gomes. A Rede da Democracia e o golpe de 1964. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História – Universidade Federal Fluminense, Niterói/Rio de Janeiro, 2008, 154 f. Através da presente dissertação, procuramos analisar o papel desempenhado pela Rede da Democracia no processo de disputa pelo controle do Estado do qual o golpe de 1964 representou decisiva etapa. Arranjo midiático formado pelas emissoras de rádio e pelos jornais das empresas Globo , Jornal do Brasil e Diários Associados , acreditamos que a Rede da Democracia atuou entre outubro de 1963 e abril de 1964 como um importante locus de fomentação e doutrinação ideológica em prol da destituição do Governo Goulart, do estancamento do processo de expansão democrática experimentada naquele período e de promoção de um projeto moderno-conservador para o País – de fato implementado pelos governos ditatoriais iniciados em abril de 1964. Almejamos, também, trazer à tona a relação entre este arranjo midiático e a historiografia revisionista sobre o Golpe, sobretudo no que tange ao exacerbado e anacrônico peso conferido à “democracia” por parte desta tendência historiográfica. Palavras-chave : Rede da Democracia ; Golpe de 1964; Revisionismo historiográfico. vii ABSTRACT SILVA, Eduardo Gomes. The Rede da Democracia and the Brazilian 1964’s coup d'état . M.A. Dissertation. Graduate Program in History – Universidade Federal Fluminense, Niterói/Rio de Janeiro, Brazil, 2008, 154 f. This dissertation intends to analyze the role played by the Rede da Democracia in the dispute process for control of the Brazilian State, in which the 1964's coup d'état represented a central step. A midiatic network formed by radio broadcastings and newspapers held by O Globo Corporation , Jornal do Brasil and Diários Associados , the Rede da Democracia operated, between October 1963 and April 1964, as a major locus of fomentation and ideological indoctrination in favor of the destitution of President João Goulart government. It has further contributed to the restraint of the democratic growth experienced at that period, as well as fostered the promotion of a conservative-modernizing project for the country – in fact implemented by the dictatorship governments from April 1964 on. Additionally, this dissertation aims to look at the relationship between this midiatic network and current Revisionist Historiography on the 1964's coup d'état , particularly on the exacerbated and anachronic weight conferred to "democracy" by this Historiographic tendency. Keywords : Rede da Democracia ; Brazilian 1964’s coup d'état ; Historiographic Revisionism. viii AGRADECIMENTOS Não seria possível mesurar o número e a importância das pessoas que “passam” pelo nosso caminho em um espaço de dois anos. Tampouco classificá-las quanto a sua maior ou menor inserção em um nunca-solitário processo de elaboração de trabalho acadêmico. Dito isto, peço desculpas e licença aos familiares, amigos e amigas com os quais tive o privilégio de contar nestes últimos anos para, nas próximas linhas, somente mencionar e agradecer aquelas pessoas e/ou instituições sem as quais estas poucas folhas digitadas simplesmente não existiriam enquanto uma dissertação de mestrado. Desta forma, tenho o prazer de deixar registrado que sou imensamente grato: Aos funcionários da Secretaria do Programa de Pós-Graduação em História da UFF, nas pessoas de Stela, Inês, Silvana, Devid e Salvador. A Comissão de Planejamento daquele Programa. E aos professores Marcelo Badaró, Márcia Motta, Sônia Mendonça, Théo Piñeiro e Fernando Faria, também do PPGH/UFF. À Eliane Peres, ao Oscar Gonçalves e ao Jorge Luiz dos Santos – responsáveis, respectivamente, pela coordenadoria de pesquisa, pela coordenadoria de editoração e pelo setor de periódicos da Fundação Biblioteca Nacional. Aos professores Marialva Barbosa (Programa de Pós-Graduação em Comunicação/UFF) e Renato Lemos (Programa de Pós-Graduação em História Social/UFRJ). Aos membros do LEMP – Laboratório de Estudos sobre Militares na Política; e à secretária do PPGHIS/UFRJ, Gleidis Corrêa. E também à Pâmella Deusdará, ao Nilton Araújo, ao Cadu Marconi e ao Renato Lattanzi. ix Por último, gostaria de registrar que sou especialmente grato à professora Laura Maciel – sobretudo pelas suas incisivas palavras quando do Exame de Qualificação. E à professora Adriana Facina, que tão corajosamente e em meio a inúmeras adversidades aceitou orientar este trabalho e assumir a árdua tarefa de fazê-lo subsistir! Lista de siglas e abreviações ADP – Ação Democrática Parlamentar DSN – Doutrina de Segurança Nacional ADEP – Ação Democrática Popular EMFA – Estado Maior das Forças Armadas AP – Ação Popular BNH – Banco Nacional de Habitação ESG – Escola Superior de Guerra CAMDE – Campanha da Mulher EUA – Estados Unidos da América Democrática FEB – Força Expedicionária Brasileria CASES – Campanha de Assistência ao FFAA – Forças Armadas Estudante FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo CBP – Consórcio Brasileiro de Produtividade FJD – Frente de Juventude Democrática CIA – Central Intelligence Agency FMP – Frente de Mobilização Popular CIESP – Centro de Indústrias do Estado GAP – Grupo de Ação Patriótica de São Paulo GEA – Grupo de Estudos e Ação CGT – Comando Geral dos Trabalhadores GOP – Grupo de Opinião Pública CNA – Confederação Nacional da GPE – Grupo de Publicações/Editorial Agricultura GR – Guerra Revolucionária CNBB – Confederação Nacional dos IPEA – Instituto de Planejamento Bispos do Brasil Econômico e Social Aplicado CPC – Centro Popular de Cultura IPM – Inquérito Policial Militar CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária CRB – Confederação Rural Brasileira xi IAPI – Inter American Press Association IBAD – Instituto Brasileiro de Ação PDC – Partido Democrata Cristão Democrática PL – Partido Libertador IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia PSD – Partido Social Democrático e Estatística PSP – Partido Social Progressista IPES – Instituto de Pesquisas e Estudos PTB – Partido Trabalhista Sociais PTN – Partido Trabalhista Nacional ISEB – Instituto Superior de Estudos PUA – Pacto de Unidade e Ação Brasileiros PUC – Pontífica Universidade Católica JB – Jornal do Brasil RD – Rede da Democracia SIP – Sociedade Interamericana de JK – presidente Juscelino Kubitschek Imprensa JEC – Juventude Estudantil Católica SRB – Sociedade Rural Brasileira JUC – Juventude Universitária Católica SUPRA – Superintendência da Reforma MEB – Movimento de Educação de Base Agrária MEC – Ministério da Educação e Cultura UBES – União Brasileira dos Estudantes MOBRAL – Movimento Brasileiro de Secundaristas Alfabetização UH – jornal Última Hora NI – Nota de Instrução UME – União Metropolitana de NSAM – National Security Action Estudantes Memorandums UNE – União dos Estudantes PAEG – Plano de Ação Econômica e Universitários Social UDN – União Democrática Nacional PCB – Partido Comunista Brasileiro URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas SUMÁRIO Introdução____________________________________________________________ 01 1 – As Redes e o golpe de 1964____________________________________________ 09 1.1 – A imprensa e o Golpe – 1964 e quarenta anos depois_________________ 14 1.2 – Mapeando o revisionismo acadêmico e a relação imprensa-golpe de 1964____________________________________________________ 19 1.3 – “Basta de Monólogo! ”– O papel da imprensa em uma disputa Hegemônica________________________________________________ 33 2 – Elementos constitutivos e legitimidade de ação___________________________ 39 2.1 – Estrutura e abrangência_________________________________________ 45 2.2 – Legitimidade ou “o papel mediador da imprensa brasileira”___________ 52 2.3 – O programa de estréia__________________________________________ 63 3 – Consenso para a coerção______________________________________________ 70 3.1 – Os orados da Rede da Democracia________________________________ 81 3.2 – Pronunciamentos______________________________________________ 92 3.3 – Consenso para a coerção_______________________________________ 113 Considerações Finais___________________________________________________