Sumário Eficácia Da Administração Do Presidente Fernando Henrique Cardoso
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
036.3.51.O Sessão Ordinária - CD 30/03/2001-09:52 Publ.: DCD - 31/03/2001 - 10660 JOSUÉ BENGTSON-PTB -PA GRANDE EXPEDIENTE CÂMARA DOS DEPUTADOS GRANDE EXPEDIENTE DISCURSO Sumário Eficácia da administração do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Elogio aos Ministros Paulo Renato Souza, da Educação, e José Serra, da Saúde, pela atuação à frente das respectivas Pastas. O SR. JOSUÉ BENGTSON (Bloco/PTB-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo hoje esta tribuna para prestar homenagem a um grande Presidente da República. No século passado, na minha opinião, tivemos três Presidentes que marcaram a história do Brasil. O primeiro, o Presidente Getúlio Vargas, com seu trabalho de implantação dos direitos trabalhistas, juntamente com o seu ideário de dar ao povo e ao trabalhador rural brasileiro direitos que até então não tinham. Getúlio Vargas marcou a história do Brasil como o "pai dos trabalhadores". O segundo Presidente, Juscelino Kubitschek, com a sua visão de futuro, com sua dinâmica, implantou o Brasil da indústria, transformando, segundo seu ideal, cinco anos em cinqüenta anos de progresso. Dado ao trabalho e à visão futura de JK, hoje o nosso País está desenvolvido, concorrendo de igual para igual com as maiores potências do mundo. Houve recentemente a preocupação do Canadá com a concorrência da indústria brasileira de aviões, que está tomando a dianteira em relação a empresas daquele país, culminando no problema da vaca louca vivenciado por nós há poucos dias. Outro grande Presidente — e somos seus contemporâneos — é o atual Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. De todos os Presidentes anteriores S.Exa. herdou um Brasil com maior progresso. Indubitavelmente, o País saiu do período de Brasil colônia, de Brasil da fazenda, da roça, para uma rápida industrialização, o que fez com que experimentasse uma inflação galopante, que o Presidente Fernando Henrique teve de controlar. Enquanto hoje o índice de inflação está abaixo de um dígito, houve época em que a inflação brasileira chegou à casa dos 84%. Ninguém pode administrar um país com semelhantes taxas. Devido à sua capacidade e ao seu trabalho, o Presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu, em um primeiro momento, 1 controlar a inflação, que consideramos o pior flagelo para uma nação. Nenhum povo pode conviver com uma inflação nos moldes daquela com a qual convivíamos, pois o salário, não importa o valor, era inapelavelmente corroído. Atualmente, portanto, vivemos em um outro País, em que a população pode estabelecer parâmetros para o dia de hoje, para amanhã e para o ano que vem. A inflação está controlada mais ou menos nos moldes dos países que estão avançando, o que é mérito do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, mas não é apenas no que diz respeito à inflação que podemos comemorar esses dois anos do segundo mandato de S.Exa. Por exemplo, a taxa de desemprego mundial é grande, em virtude da substituição da mão-de-obra humana pelos robôs, decorrente da industrialização cada vez mais avançada. Não é apenas o Brasil que convive com esse problema, e as nossas taxas são compatíveis com a maioria dos países. Temos, por exemplo, uma taxa de desemprego menor do que a da França, país milenar. Observamos um fato que nos leva a ter satisfação de mencioná-lo: no ano 2000, foram criados 928 mil novos postos de trabalho. Isso demonstra a preocupação do Governo brasileiro com o problema do desemprego no País. Não podemos dizer que atingimos o objetivo de taxa zero de desemprego, mas isso também não ocorre em nenhum país. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria também de comemorar os avanços na área de educação, uma das prioridades do Presidente da República. Nenhum país será grande se não cuidar da educação básica e, principalmente, tornar possível o acesso de todas as crianças à escola. A taxa de analfabetismo no Brasil é herança do passado, de governos anteriores que não se preocuparam em dar prioridade à educação infantil. Obviamente, a criança que hoje não está na escola será, sem dúvida alguma, um analfabeto daqui a dez ou quinze anos. Com o trabalho profícuo e a luta do nosso Ministro da Educação, Paulo Renato, pela primeira vez o País alcança o índice de 97% das crianças de 7 a 14 anos na escola. Gostaríamos que fossem 100%, mas nunca foi registrado índice tão alto; nunca se conseguiu manter nas escolas brasileiras 97% das crianças. Acredito que no próximo ano alcançaremos 99%. Sr. Presidente, outro fato a comemorar no Governo Fernando Henrique Cardoso é a proximidade da escola do lugar onde vivem as crianças. Vivo no Pará há 28 anos e conheço os Municípios do interior. Por isso, 2 posso mencionar alguns dados interessantes. Por exemplo, na Ilha de Marajó, arquipélago formado por quinze Municípios, todos de difícil acesso, há escolas nas regiões rurais, para as quais os alunos se deslocam com o uso de pequenas embarcações ou montarias. Devemos comemorar também o fato de que todas as escolas daquela região estão providas de receptores de satélite e antenas parabólicas. Os professores fazem cursos de reciclagem, com material enviado aqui de Brasília, enfim, preparam-se para ensinar os alunos da melhor maneira possível. Lá no campo, nas pequenas vilas, as escolas estão interligadas, repito, via satélite, por meio das antenas parabólicas. Cito também o programa de renda mínima do Governo Federal, que beneficia 1 milhão e 300 mil famílias carentes com incentivos financeiros para manter na escola quase 3 milhões de crianças e adolescentes. O sucesso desse programa tem sido tão grande que será ampliado, sem dúvida alguma, no próximo ano. No começo deste ano, 32 milhões e 500 mil alunos receberam livros escolares gratuitamente. Conforme já disse, a taxa de analfabetismo é herança de anos anteriores, quando a educação brasileira ficou relegada a segundo plano. No entanto, acreditamos que tudo o que está sendo feito hoje pela educação básica terá reflexos nos próximos dez anos, incluindo o Brasil entre os países com menores taxas de analfabetismo do mundo. Sr. Presidente, temos vários motivos para comemorar o segundo mandato do Governo Fernando Henrique Cardoso. Gostaria de mencionar as mudanças na área de saúde e prestar homenagens ao Ministro José Serra, que, mesmo não sendo profissional do setor, cercou-se de pessoas altamente competentes e vem fazendo um ótimo trabalho. Houve verdadeira metamorfose nos serviços de saúde do Brasil. Cito como exemplo o Programa Saúde da Família. Até o final de 2000, 10 mil agentes levaram conhecimentos básicos de saúde a 3.090 Municípios brasileiros, além de fazerem o acompanhamento dos cuidados aos recém-nascidos, trabalho que reduziu a taxa de mortalidade infantil de maneira satisfatória. Hoje os Municípios brasileiros já contam, de alguma maneira, com a presença de representantes do Ministério da Saúde. Aliás, temos de comemorar o sucesso de um novo projeto que está sendo levado a efeito pelo Ministério da Saúde: a interiorização do trabalho em saúde. Parabenizo o Presidente da República e o Ministro José Serra pela iniciativa, porque muitos Municípios brasileiros não contam com nenhum médico. Acredito que os resultados serão muitos bons. Gostaria de falar também sobre as campanhas de vacinação 3 promovidas pelo Ministério da Saúde, entre elas a contra a gripe, difteria e tétano para os idosos. Mais de 9 milhões de doses foram aplicadas em pessoas com mais de 60 anos. Isso nunca aconteceu no Brasil; o Ministério da Saúde sempre se preocupou, e com justa razão, com a vacinação infantil contra paralisia, tétano, coqueluche, etc., mas este Governo, repito, mostrou ser o maior de todos no século que passou. A saúde está ao alcance do idoso, o que é uma vitória a ser comemorada. O Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde atualmente está beneficiando 151 Municípios, entre os quais nove do meu Estado, o Pará. Aproveito a oportunidade para fazer um apelo ao nosso ilustre Ministro da Saúde. Ainda há Municípios paraenses sem médicos. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, durante os últimos quatro anos o mundo foi abalado por crises econômicas. Muitos países enfrentaram grandes dificuldades, a exemplo dos Tigres Asiáticos, da Rússia, do México e tantos outros. E sempre se disse que o Brasil era a bola da vez. Felizmente, com a conduta séria do nosso Presidente e a escolha de Ministros competentes, esse cataclismo financeiro passou por diversos países, deixando a marca da devastação, mas não atingiu o Brasil. Os profetas do caos falharam. Mesmo agora, quando a nossa vizinha Argentina passa por momentos difíceis, a economia brasileira continua marchando. Hoje o Brasil é considerado pelos grandes investidores internacionais um país de economia sólida, no qual podem investir. Tanto é que, no ano passado, nada menos que 30 bilhões de dólares foram investidos em nosso País. E a reforma agrária? Nasci no campo. Aos 7 anos de idade — naquele tempo não havia a proibição do trabalho infantil — , trabalhava limpando tronco de pé de café. Desde aquela época falava-se em reforma agrária. Reforma agrária que, nesses seis anos do Governo Fernando Henrique Cardoso, assentou mais pessoas no campo que em todos os anos anteriores: 480 mil famílias. Sou testemunha desse trabalho sério — que envolve o Ministério da Agricultura e o INCRA — de assentamento das famílias no campo, que está, inclusive, esvaziando os movimentos que usam a reforma agrária e as invasões de terra com fins políticos. Só na região sul do Estado do Pará, 80 mil famílias estão assentadas. O Governo está preocupado, sim, em assentar o homem no campo. O processo de industrialização sem coordenação e sem critérios estudados provocou a migração do homem do campo para a cidade, inchando os centros urbanos e transformando os trabalhadores rurais em favelados.