2011 REMANDO POR CAMPOS E FLORESTAS:

Memórias & Paisagens dos Marajós Denise Pahl Schaan Agenor Sarraf Pacheco Jane Felipe Beltrão

Organizadores

REMANDO POR CAMPOS E FLORESTAS:

Memórias & Paisagens dos Marajós

Livro Ensino Fundamental 5ª a 8ª Séries

Rio Branco Gknoronha 2011 Organizadores Denise Pahl Schaan Agenor Sarraf Pacheco Sumário Jane Felipe Beltrão

Produção Editorial Denise Pahl Schaan Apresentação Sou marajoara nos campos e nas florestas dos Marajós Conselho Editorial 9 Fernando Luiz Tavares Marques Jane Felipe Beltrão Flavio Leonel da Silveira Hilton Pereira da Silva I - PAISAGENS & PASSAGENS Marcia Bezerra de Almeida Rosa Acevedo-Marín 1. PAISAGENS E ESPAÇOS DE MELGAÇO EM TRANSFORMAÇÃO 15 Manoel Moreira Almeida Projeto Gráfico e Direção de Design GKNoronha 2. DEIXANDO A TERRA NATAL: As Migrações através dos Tempos 21 Ilustrações Denise Pahl Schaan Desenhos: Deise Lobo Cores: Clementino Almeida 3. A MIGRAÇÃO NORDESTINA PARA SALVATERRA 27 Impressão e Acabamento Luiz Antonio da Silva Amazônia Indústria Gráfica e Editora Ltda. Waldeci Pena Miranda

Financiamento CNPq – Processo n. 553622/2006-4 4. NORDESTINOS EM PORTEL 31 IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional José Mendes Santana da Silva

Apoio 5. NARRATIVAS E OLHARES DA MIGRAÇÃO PARA MELGAÇO Universidade Federal do Pará - UFPA 35 AMAM - Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó Dailson Guatassara Santos Secult – Secretaria de Cultura do Estado do Pará Glindes Ribeiro Wanzeler Prefeituras dos Municípios de Anajás, Afuá, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, , Melgaço, Muaná, , Portel, Salvaterra, , São Sebastião da Boa Vista e Soure. II - HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES Distribuição Gratuita 6. FÉ, FOGO E MARÉ: Histórias e Memórias da Vila de Arapixí 43 Programa de Pós-Graduação em Antropologia - PPGA/UFPA Denise da Costa dos Passos Disponível na internet www.ppga-ufpa.com.br 7. JOANES EM DUAS MEMÓRIAS 49 www.marajoara.com Shirleide Rodrigues Neves

8. TRABALHO, RELIGIOSIDADE E EDUCAÇÃO: 55 Histórias de uma Comunidade Ribeirinha no Marajó das Florestas Dalcides Santana Pinheiro Remando por Campos e Florestas: Memórias & Paisagens dos Marajós / Denise Pahl Schaan, Agenor Sarraf Pacheco, Jane Felipe Beltrão, 9. MEMÓRIAS DO PATRIMÔNIO PÚBLICO MATERIAL DE CHAVES organizadores.- Rio Branco: GKNORONHA, 2011. 63 Marinilza Coelho Loureiro 172 p. Inclui bibliografias. ISBN 978-85-62913-05-1 10. PELAS RUAS DA CIDADE DE CHAVES 71 Ilma de Fátima da Silva Tavares 1. Marajó, Ilha do (PA) - História. 2. Patrimônio cultural- Marajó, Ilha do (PA). 3. Migração - Marajó, Ilha do (PA). 4. Memória.I. Schaan, Denise Pahl.II. Pacheco, 11. VOZES DA BORRACHA EM ANAJÁS: outras Histórias sobre Trabalho e Seringal 77 Agenor Sarraf. III. Beltrão, Jane Felipe. Mônica Malcher

CDD - 22. ed. 981.15 III - PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 12. HISTÓRIAS DA COBRA GRANDE 83 Denise Pahl Schaan

13. “MEXENDO COM COISA DE ÍNDIO”: Descoberta Arqueológica nas Águas de Anajás 95 Mônica Malcher

14. ARTEFATOS 99 Maria de Jesus de Oliveira Brito

15. CACHOEIRA DO ARARI E OS SEUS PATRIMÔNIOS 107 Vera Lúcia Mendes Portal Sou marajoara nos campos e 16. DOS MOÃNAS À MUANÁ 115 Elita Gomes Ferreira

17. BRINCANDO NOS CAMPOS DO MARAJÓ: Memórias de Brincadeiras de Salvaterra 125 nas florestas dos Marajós Simone Azevedo de Oliveira Jane Felipe Beltrão 18. ESPICHANDO A PROSA: Os Músicos do Jubim 131 Alice Rodrigues de Freitas

19. A ARTE DE PARTEJAR 135 Deomarina Cardoso Ferreira Ediane do Carmo Freitas

20. OFÍCIOS DAS MATAS E DAS ÁGUAS: Sabedoria e Medicina Caboclas em Salvaterra 139 Maria Páscoa Sarmento de Sousa Alice Rodrigues de Freitas IV - NARRATIVAS FANTÁSTICAS 21. O ENCANTE DA COBRA BRANCA DO RIO SIRICARI EM SANTA LUZIA 151 Marcelli de Cássia Monteiro Santa Brígida Rodrigo Oliveira dos Santos

22. O MARAJÓ E SUAS LENDAS 157 Isa Maria do Nascimento Silva 9 SOBRE OS AUTORES 169 Ao idealizar o projeto Por Campos e Florestas, Denise Pahl Schaan e Agenor Sarraf Pacheco, dois apaixonados pelo Marajó, não imaginavam a dimensão do trabalho de “construção” e do alcance de produzir material didático-pedagógico para o ensino transversal de conteúdos de História, Arqueologia e Patrimônio Cultural no arquipélago, lugar que é o orgulho maior dos paraenses. Com entusiasmo e competência os coordenadores da proposta que, hoje, vem a lume, foram reunindo pares, professores da rede pública dos diversos municípios marajoaras e demais pesquisadores, para “pelejar” pela causa. O trabalho foi arquitetado e tecido nas malhas do tempo e dos muitos encontros nos possuem ... e, também, querem registrar as estórias mitológicas que regem a vida no arquipélago, Marajós e em Belém, que compreenderam oficinas de diálogo e experiências, elaboração de tex- seres como botos, iaras e encantados que assuntam os desavisados e auxiliam a manter a ordem tos escritos com conhecimento de causa, fotos retiradas dos baús da memória e horas a fio de social em equilíbrio. discussão e revisão. Documentos que, cuidadosamente, foram caindo nas malhas da rede de Na verdade, os professores querem ver a memória reavivada indicando as trilhas “do que saberes tradicionais que inundam as páginas do “nosso livro” apresentando a plasticidade dos se foi” ou das lembranças que parecem ou estão adormecidas, pois recuperar as histórias em suas conhecimentos e a urgente necessidade de colocar o saber local na pauta da educação escolar diferentes versões é ensinar crianças e jovens que precisam conhecer a tradição para valorizar o nos Marajós. ser, o viver, o pertencer, o agregar-se ao Marajó e à sua imensidão. Portanto, os profissionais da O trabalho foi possível porque todos se acreditavam participar de um empreendimento sala de aula não apenas são ou se dizem marajoaras, eles querem dar continuidade às formas de que reforçaria o fato de serem marajoaras de nascimento ou de coração, por pertença ou por “tornar-se marajoara”, informando sobre ou reforçando as narrativas que os estudantes escutam adesão. Do primeiro encontro, lembro o entusiasmo das declarações, respondendo às perguntas fora dos bancos escolares, pois querem, fazem questão de estar “conectados” à realidade. “quem é você”? E ... “por que participa do projeto”? Enfaticamente, alguém respondeu: sou marajo- A prioridade dos autores do “nosso livro” é saber a história dos conterrâneos, para além ara, daquelas que saiu cedo de casa para tentar a vida. E outro, logo acrescentou: nasci na Vila de e conhecer a história de pessoas e lugares do Brasil e até do estrangeiro. Segundo os docentes Joanes, distrito de Salvaterra, onde moro até hoje. Ou: Vim para a Ilha do Marajó recém-nascida, do Marajó, os livros didáticos devem ser elaborados conforme a história e as necessidades de sou marajoara de coração; hoje, com sonhos realizados, me considero marajoara! cada lugar, pois assim os estudantes podem exercitar-se em comparações e começar a formular Mas afinal, que orgulho é esse de ser marajoara? Alguns informam: sou descendente de propostas fundamentadas em experiências vividas. Portanto, ser marajoara coincide com estar em índios, filha de português, cabocla da gema. Muitos são filhos de pescador, vaqueiro, agregado sintonia com parâmetros curriculares que contemplem a si, aos estudantes e aos interlocutores de de fazenda, dançarino de Carimbó. Outros mais se declaram sourenses ou filhos de Soure, ponta- outras plagas, pois assim vivem identidade ímpar sem desconsiderar as identidades dos demais, pedrense, chavense, salterrense ou apresentam-se como gente humilde e trabalhadora, nascida na dando um saboroso realce à diversidade. roça com muito orgulho, quilombola que antes se pensava mestiço, mas hoje luta por seus direitos. Ser marajoara parece indicar “sou gente do meu tempo, com os olhos fixos no futuro”, Todos marajoaras! Não importa a descendência, chegou à Ilha parou, bebeu açaí ficou pois o futuro pertence aos mais jovens; entretanto, não se pode desconhecer a experiência dos orgulhoso e de lá não se deixou sair. As declarações intimidam os poucos forasteiros que não mais velhos, guardadores da tradição que se renova. sendo filhos do lugar, consideram-se marajoaras por adoção. O ser marajoara é papel assumido, Os professores acreditam que “as brincadeiras de criança tradicionais ...” foram esque- é compromisso rijo que forja compromissos que deixam os portadores da identidade acorrentados cidas; entretanto, creio que, ao percorrerem os caminhos da memória e elaborarem textos sobre às tradições que não necessariamente conhecem a fundo, mas que impressiona os visitantes e os o assunto, transformam, não apenas os estudantes em viajantes “do tempo do tempo foi”, mas os pesquisadores que ao arquipélago se dirigem. leitores do “nosso livro” em passageiros da memória, e ensinam, para além da escola, como se pode Ser marajoara é atitude que levanta a cabeça contra a invisibilidade da diversidade cul- conhecer os Marajós. Assim, não lamentamos o surgimento de jogos e brinquedos eletrônicos, mas tural que açoitou os moradores do Marajó durante o Brasil Colônia e, hoje, continua a excluí-los acrescemos ao conhecimento que há inúmeras formas de brincar e que resgatá-las aproxima jovens pelas formas coloniais internas. Os marajoaras resistiram às mazelas e ao ser paraense que ge- e velhos, criando laços fortes, forjando uma ciranda que torna os Marajós lugar de viver e imaginar! neraliza e escamoteia as formas diversas de se apresentar e conviver. Altivos, chegam ao século E quem sabe cantando “ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta, volta e XXI autores de muitas histórias que pretendem narrar, contar aos estudantes nas escolas – o que meia, vamos dar. O anel que tu me destes era vidro e se quebrou, o amor que tu me tinhas era pouco se fazia/faz no Marajó, local onde como professores acolhem “outros marajoaras” para fazê-los e se acabou.” E, para complementar “por isso Dona ciranda entre dentro dessa roda diga um verso 10 orgulhosos e compromissados com o pensar-se livre por agir e pensar diferenciadamente. bem bonito...”, e ajustando o refrão, em louvor dos marajoaras que cantam os Marajós! 11 Professores ararienses, cachoeirenses, chavienses, muanenses, ponta-pedrenses, salvaterrenses e sourenses, oriundos dos campos do Marajó, agregaram-se aos: anajaenses, bagrenses, boa-vistenses, brevense, curralinhenses, gurupaenses, melgacianos e portelenses, vindos das florestas, chegaram a Soure animados para indicar temas e possibilidades de trabalho para educação escolar no Arquipélago. Os docentes informaram que desejavam ver nos livros didáticos, utilizados nas escolas do Marajó, a história das comunidades da ribeira, das praias, dos campos e das florestas. Textos que narrassem como eram/são as vilas? Como viviam/vivem as pessoas residentes nos diversos espaços do território marajoara? De que maneira os marajoaras vivem o dia-a-dia, que costumes I PAISAGENS & PASSAGENS

“Ainda teimam desnaufragar o navio. Ele virou fantasma, virou cobra boiúna. Sobre as enchentes em Marajó, o espetáculo é o mesmo. No meu romance “Marajó” eu falo da água invasora. O “Chove” está encharcado assim como “Três casas e um Rio”. Toda a minha obra flutua na enchente. Vejo o jacaré, o peixe aruanã e os defuntos que escapam do cemitério alagado. Morei numa casa em cima d’água. Até hoje oiço os peixes e as marrecas e as chuvas enormes. (...) Marajó é ainda terra encantada. O gado anfíbio. (...) Quando Marajó desencanta?” MENEZES, Maria de Belém. Um retrato de Dalcídio Jurandir. In: Asas da Palavra. Revista do Curso de Letras. Belém: Unama, nº 04, junho, 1996, p. 24. TRANSFORMAÇÃO DE MELGAÇOEM PAISAGENS EESPAÇOS de como se promove a ação humana sobre um determinado ambiente; boas quando o agente o quando boas ambiente; determinado um sobre humana ação a promove se como de aproveitamento dosrecursosnaturais. melhor um buscando paisagens, e espaços transformam isso, funções.Com suas e significados físico,transformaçõesambiente das no conteúdo,seu forma,alterando sua e modificando-o seus compõem. a que elementos os com e natureza a Os seres humanos, no decorrer de sua história, têm mantido uma relação integral com integral relação uma mantido têm história, sua de decorrer no humanos, seres Os As transformações da paisagem podem ser entendidas como boas ou ruins, depende ruins, ou boas como entendidas ser podem paisagem da transformações As

essa relação, as pessoas provocam profun- provocam pessoas as relação, Nessa Manoel Moreira Almeida Moreira Manoel 1

15 PAISAGENS & assagensP 16 PAISAGENS & assagensP mentou sobreasdiferenças entreoviver emMelgaço, nopassadoepresente. Assimassinalou: sitivas do ponto de vista da qualidade de vida. Isso pode ser visualizado no que o professor Hélio co- um preço alto por esse “avanço”, sofrendo consequências que podem ser mais negativas do que po- Por issoachoquenaqueletempoera bomviver emMelgaço”. roçavam.que capins os só cidade, pela lixo via se não hoje, tem como la.sujeiramuita tinha Não Mas naquele tempo era melhor algumas coisas, tinha mais peixes, caças e a vida era mais tranqui- matagal.era resto o março, de 31 da pedaço um e outubro de 12 da parte uma Miguel, São de modo expressou-se: “Quando cheguei aqui, só tinha a rua da frente (Senador Lemos), até a Igreja também nos falou sobre as mudanças ocorridas na cidade, especialmente na última década. Deste Melgaço-Jangui”. configuração. escola, à noite abaixo de chuva ... e tínhamos que enfrentar a lama. Hoje, as ruas ganharam outra Melgaço.de geográficoque:da paço ainda sair estudava,diz de gente nos cansei a Ele “Quando rentes. AMarechalRondonnãoera pavimentada, enesseperíododechuvas era difíciltrafegar”. difebastante - eram ruas as 1992, fevereiroMelgaço,de dia-a-dia:em a ano cheguei do “Quando pela qualpassamaspaisagens. planetária metamorfoseescala a em percebem todos lugar,tudo,social, seu posição de e cultura familiares.vezes,tradições muitas em adquiridas, Con- sabedorias atravésde cotidiana, vivência pela percebem as sociais atores outros já geográficas, teorias as segundo analisam Geografia, de professores os como umas, distintas; visões com diferente, prisma um por transformações as percebe pessoa Cada todos. por sentidas são que mudanças de através humana, ferência ou empresariais. negativa os ambientes onde vivem pelo simples desejo de satisfazer suas necessidades pessoais for.qual ele seja final, resultado o gir forma de modificam vezesmuitashumanos Assim, seres os não considera os meios utilizados para alcançar seus objetivos, preocupando-se somente em atin- gerações futuras; ruins quando seu ato está voltado apenas para os fins nas do que se quer pensar conseguir, se de necessidade da cônscio e responsável sensata, forma de age transformador da qualidade de vida hoje é problemática. Melgaço apresenta problemas de falta de esgoto sanitário, Isso caracterizainterferênciaIsso a paisagem; humanana muitas vezes,pessoaspagam as O senhor José Lino da silva, agricultor e morador há mais de quarenta anos em Melgaço, Vê-se, peloquenosfala oprofessor Hélio, haver umasignificativa transformação noes- seu no constante mudança essa percebe como relata nos PenaBaia professorHélio O inter- a sofre também planeta, o todo como assim melgacense, geográfico espaço O Percebe-se mais uma vez pela fala do professor Hélio que no aspecto ambiental a situação é bempiormorar emMelgaço”. esgoto.de sistema um tem não cidade a trafegarporque ouve a abertura de outras ruas, a cidade já tomou conta de boa parte da estrada da parte boa de conta tomou já cidade a ruas, outras de abertura a Houve locais críticos na cidade.na críticos locais para chove Quando enorme dificuldade uma é plo, o problema da acumulação de lixo no período da chuva. Hoje temos “Antes era melhor. No aspecto ambiental, a cidade não tinha, por exem- esse aspecto,hoje Nesse suja, issoéreflexo dessamudança noespaçogeográfico”. está porque feia fica ela feia, como caracterizo a feia;eu muito visualmente é extremo.cidade A ao visual poluição uma sofre ela pois cidade, na enorme ambiental problema um gera situação lixo.desse destino Essa o trabalhar público,consegue poder não Prefeitura,o a e cidade, na lixo fazer nacidadequeforam etinhaumasárvores calçadasnasruas derrubadas”. muitoquente,é um dia começaram a meio que dia, depois de pior ficou ainda e danado’, ‘calorão blemática com sua experiência cotidiana: “Hoje, com a grande quentura tá difícil até ficar em casa pro- a qualificou quando Lino, José Seu por acompanhada foi também opinião Essa ruim.foi tal, pelo relato do professor Hélio. Segundo ele, essa transformação, considerando o aspecto ambien- boas.são pidas viver;se aspectos,de anos,alguns eramelhor alguns sob comprovadoHá é isso para avidada populaçãourbana. em do como enchentes e alagamentos, resultan- naturais, catástrofes frequentemente, provocam, e cabeça” de dores “criando acabam Muitas moradores. dos vida a para soluções que do problemas mais geram mudanças justificável; algumas é ma mais rápida. Porém, nem sempre isso for- de ainda acontece atuais, dias nos e, intenso é cidade a passado tem qual pelo ria. satisfatómaneira - de população a atende parte da cidade, até a limpeza urbana não serviço regular de coleta de lixo e, em boa vel, preocupando-se comaexistência dasespécies: issoépossível.” sustentá- forma uma de relaciona se haversociedade pode desenvolvimentoa sustentável,onde que concordo professor:“Eu o Assinala rodeiam. nos que naturais recursos os com acabar sem trabalhar e produzir possível é que comentou Hélio professor o isso, irresponsável.Sobre forma vão conseguir isso,como secomexploração desordenada,ounão, dosrecursosnaturais.forma a com preocupando se não propriedades, suas aumentar quererem a mais”, der e a necessidade de ter sempre mais, leva as pessoas a procurarem incansavelmente por “algo mente sustentável. entravescomo mas mundoum de e digna mais realidade ecologica- uma de para construção a mais problemasmaismelhoriasque do Sobre a poluição ambiental, professor Hélio nos disse o seguinte: “Aumentou a carga de rá- mudanças as sempre Nem transformação de processo O Contudo, o que se percebe é que o homem, na ânsia de enriquecer rapidamente e a e rapidamente enriquecer de ânsia na homem, o que é percebe se que o Contudo, devastarprecisar de sem natureza a riqueza produzir podem pessoas as que Sabemos po- pelo vivemos,ânsia que a em individualista e extremamentemundomaterialista No

Assim, as transformações nem sempre se apresentam como soluções de melhoria, melhoria, de soluções como apresentam se sempre nem transformações as Assim, 2006. DIPROE, Melgaço, zes, da funcionário Márcio deMene- Ilustração:

17 PAISAGENS & assagensP 18 PAISAGENS & assagensP ais e regula o processo de ros edesonestos, age daforma maisvilquesepossaimaginarpara alcançarseuintento. qualquer custo, seja pelos métodos nobres, através do trabalho sério, seja pelos caminhos obscu- ambos perceberam astransformações ealterações noarranjo espacialdacidadedeMelgaço. vistocomonegativo.hoje,é e Porém, algoanalisarcomummododeno fato essa mudança ode é elevado de calor o motivou Lino,isso José Seu para ruas, de asfaltamento do positivas,caso como vistas são professormudançasHélio, diferenteso olhares;algumas parasob enquanto vista é ação educação escolarizada que apresentam para avaliar estas paisagens em transformações, a mesma os lugares. consequências, como o aquecimento e a elevação da temperatura média, de ocorrência em todos piores pelas responsável a é última Esta humana. ação pela seja climáticos), fenômenos outros chuva,ventoe (sol, natureza da elementos provocadapelos seja metamorfosepermanente, uma por passado tem planeta, o todo quase como Melgaço, de cidade da geográfico espaço o que afirmar cabe-nos melgacense, social tecido do complementares mas diferentes, categorias tam mais humildesemcondiçõesdeconsumi-lodiariamente. alguns meses do de ano outros é municípiosimportado por um preço elevado, o que deixa o povo em que açaí, o é disso exemploalimento. Um seu para tê-los sem sofre padece, hoje produtos, extrativismodesses do vivia passado no população,que a e florestas, das desaparecendo estão em Melgaço, esta realidade também é vivenciada: a madeira, o palmito e outros recursos naturais irreversível.forma Aqui de casos, alguns em e, predatória indiscriminada, forma de extintos dos, nhar dinheiroantesqueosdemaispossamfazer usodela. ga- e naturais riquezas das usufrutuar conseguem que é espertos” “mais os inteira, humanidade a para possível é não sacrifício.isso muitoPorém, como sem preferência, de e,dinheiro, ganhar Na sociedade ocidental capitalista, o desejo do lucro move o sistema de relações pesso- nos de6ªsérie. alu- com Amazônicos Estudos em trabalhado também Amazônicos.Podeser Estudos e Geografia disciplinas nas série, 5ª de alunos com trabalhado ser Algointeressante de ser percebido nas falas dos entrevistados éque, talvez pelo nível de e das opiniões desses dois Diante atores de sociais,nossos comentários que represen- Assim, os recursos naturais são explorados sem qualquer cerimônia e vão sendo dizima- texto O Orientação Paisagens e Espaços de Melgaço em Transformação em Melgaço de Espaços e Paisagens Divisão Social e Territorial do Trabalho do Territorial e Social Divisão ; todos querem o mesmo objetivo: é indicado para indicado é 7. 6. 5. 4. 3. 2. 1.

feia porque está suja” está porque feia não ficaram bemexpressas nailustração. que questões texto,as um abordando e novaimagem uma construa depois e vida? sua a com Menezes,de vocêque o diga verao pensa imagem.essa vera tem ela que O Leitura da imagem do texto.do imagem da Leitura trazer para oserhumano. podem mudanças essas que reflexos os e paisagem da transformações as sobre redação fazeremuma para alunos aos pedir pode também professor O interferência humana? a sem naturais, totalmente ambientes existem responda: Depois mora. você onde paisagem na visualizados artificiais elementos os outra em e naturais Faça um quadro, divida em duas colunas, relacione em uma os elementos os uma em relacione colunas, duas em divida quadro, um Faça Você concorda ou discorda do professor Hélio quando afirma que a cidade “ isso podeserfeito? forma que De natureza? a irresponsavelmente destruir sem riqueza, gerem e ambiente meio o explorem populações as que possível ser acredita Você moradia, por exemplo. à e alimentação à segurança, à relacionados aqueles como assim ambiental, Descreva como é o espaço geográfico onde você mora. Destaque o aspecto o Destaque mora.você onde geográfico espaço o é como Descreva ou depessoasmaisidadepara osegundodesenho). pais seus de ajuda (peça momentos:passado dois no moraem e presente no aa os eehs ertno piae gorfc d lgr ne você onde lugar do geográfica paisagem a retratando desenhos dois Faça Propostas deAtividades que você acrescentaria? Faça uma lista dessas propostas dessas Façalista vocêuma acrescentaria? que O , queolixotira abelezadoambiente?Dêsuaopinião. bservando atentamente a ilustração de Márcio de ilustração a atentamente Observando fica fica

19 PAISAGENS & assagensP as Migraçõesatravés dos Tempos DEIXANDO A TERRA NATAL nossa espécie - espécie nossa de indivíduos primeiros os que pensar para momento um por pararmos remotos.Se mais sados anos, com a produção e uso de de artefatos pedra pelos hominídeos primeiros – nossos - antepas sua família já não são tão promissoras (desvantagens no local de origem). A essa receita se deve e si a alimentar para oportunidades as onde natal região uma expulsasde sentem se outro por e trabalhoterrade ou para cultivar (vantagens lado,um atraídasoportunidades por por destino), no econômico.o sentem sido se tem pessoas apontados As migrarem. fatoresa primordiais dos Um mundo globalizadofacilitam oscontatosedeslocamentos. no informações de instantâneo quase fluxo o e rápidos mais transportes os quando atualidade, a até distante passado o desde social comportamento seu de trajetória pela comprovado é que o natureza, por migrante ser parece humano ser O origem. de países seus de longe viva globo do mundo.do países os todos população da 2% ou pessoas de milhões 100 de cerca que Estima-se lianos, espanhóis, japoneses... Da mesma forma, brasileiros imigrantes estão presentes em quase dições devida–mastambémrazões políticas, religiosas, afetivas esimbólicas. mais complexas e envolvem não apenas fatores econômicos – ou seja, a busca de melhores con- ano.do específicas épocas em frequentemente migraçõeshumanas,entretanto,As ser a tendem favoráveis,mais climas e alimento de busca em migram animais que Sabemos biológica. carga nossa de primeiro provenha migrar para impulso o talvez Mas humanos. seres dos migratória aventurada exatadimensão a teremos oceanos, e mares cruzando terrestre, globo o todo zaram

A pré-história é o período mais extenso da história humana. Começa há 2,5 milhões de milhões humana.2,5 há história extensoComeça da mais período o é pré-história A Antes de mais nada, vamos tentar entender o que leva as pessoas – ou povos inteiros – Por queaspessoasmigram? Moramos em um país de migrantes. Para cá vieram portugueses, africanos, alemães, ita- omo sapiens omo H – se desenvolveram no continente africano e a partir de lá coloni- lá de partir a e desenvolveram africano se continente – no

Denise Pahl Schaan Pahl Denise

culturais, nãonaturais. são, coisas portanto, natureza. Artefatos existentesprimas na dematérias- a partir do porsereshumanos aquilo queéproduzi- étudo Artefato:

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21 PAISAGENS & assagensP 22 PAISAGENS & assagensP ficos do ciclo produtivo de plantas e animais, quando é vantajoso migrar para outra área para coletar sucedido mandedinheiropara casaeajude osfamiliares queficaram para trás. bem- migrante o que apoio.Espera-se seu com e família da membros dos conjunta decisão por pessoa migra. Geralmente o migrante se só engaja na uma aventura que de tentar a em vida em casos um local estranho nos mesmo individual, decisão uma é não migração a que é importante para que possa ter algum suporte nos primeiros meses de adaptação local, à novano realidade.dele Outro antes dado chegaram que amigos e familiares de apoio algum encontrar esperando já destino é um fatorque contribui para importante o sucesso da migração. outros desejosesituaçõesfavorecendo essesdeslocamentos. há que percebe se pois econômica, somente ser não pode razão da parte migram, recursos de mais pouco um têm que jornada.Poraqueles isso,longa se uma encarar para mínimos recursos aos e informação à acesso de dificuldades têm esses pois migram, pobres mais os sempre nem dições de arcarem com as despesas da longa viagem. Percebe-se, por numerosos exemplos, que con- vezessem muitas trás, para ficaram populacionais contingentes tempo,grandes mesmo Ao militar.governo do desenvolvimentista política pela seduzidos Amazônia, a para migraram país do sul do rurais populações 1970, de década da família partir domésticos.A de empregos chamados os casas - nas e civil construção na fábricas, nas trabalho de vagas as preencher para eixo ao direção em 1960 de década da partir a Nordeste o deixassem homens e mulheres de milhares que levaramsileiro,a bra- sudeste no industrialização crescente à aliados – brasileiro Nordeste do caso no seca pela local dedestino. adicionar custos razoáveis de e transporte a disponibilidade de informação sobre as vantagens do As migrações podem também ser temporárias e acontecer em função de períodos especí- de locais nos solidariedade de rede uma de existência a que mostram atuais Estudos ocasionados – sobrevivência à necessários mínimos recursos de carência a e fome A io-São Paulo, onde se juntaram às populações pobres de periferia de pobres populações às juntaram se Paulo,onde Rio-São Ou seja, o migrante viaja no Brasil, Estados Unidos, e diversos países sul-americanos, norte-americanos eeuropeus.no Brasil, EstadosUnidos, ediversos norte-americanos países sul-americanos, Caribe, do países em afro-descendentes populações de significativa presença pela responsável principal a é africana diáspora A mão-de-obra. como comercializados serem para escravos de o para levadas e oriente médio e a IX Ásia, e depois, a século do partir século XVI, do para a Europa e Américas partir por mercadores a africano continente do retiradas foram que pessoas de coerção.exemplo,ou por africana, falamilhões diáspora referindose aos da no Quando estamos forçadas,ções sucessivasque em levas fuga por terranatal sua deixar povosa de obrigados são frequentemente lhescolocamemumpatamarinferior aosdemaishabitantes dolocal. que situações a ajustar devem se pois número, menor em estão se especialmente condições, se estabeleciamporalgunsmesesaproveitando-se dealimentos. dafartura nos campos outrora alagados atraíam populações que viviam a mais de 100 km de distância, que lá águas baixavam rapidamente no final do inverno, a quantidade de peixes presos em lagos e igarapés variação da disponibilidade de peixes entre as estações de inverno (cheia) e verão (seca). da função Marajóem de ilha na ocorrido ter podem distâncias curtas entre e Migraçõestemporárias Quando as coletavammariscos.pescavame onde litoral o para desciam verão no que e inverno o durante sal) massabastantee umaáguacozinhaplanaltopinhõescomcalóricafrutoemse node (um que se pode ter acontecido na região de Santa Catarina, onde se supõe que grupos indígenas alimentavam- semelhanteAlgoculturamaterial. dasemelhanças genéticase em base presente, com do antes poráriasentre planaltoo litoraloe noextremo suldoestado deSãoPaulo partirdeaseis milanos recursos alimentares. Bioarqueólogos brasileiros identificaram vestígios de migrações humanas tem- o caso das populações africanas, seu próprio status de escravos contribuiu para difi- para contribuiu escravos de status próprio seu africanas, populações das caso No T Diásporas novas às adaptação a com sofrer podem migrantes os terra, nova sua em vez Uma alvez você já tenha ouvido falar nessa palavra: diáspora. Não? Diásporas são migra- são Diásporas Não? diáspora.palavra: nessa falar ouvido tenha já você alvez

23 PAISAGENS & assagensP 24 PAISAGENS & assagensP região, nativo. que énatural deuma Autóctone: Aquele des marajoaras eaquelasqueaantecederam comprova odesenvolvimento local. socieda- pelas desenvolvidas práticas as entre existente semelhança a que incontestável é Hoje anos.900 de cerca por viveram lá populações aquelas que provado ficou quando especialmente a idéia de um desenvolvimento da partir década de 1980, com as pesquisas da arqueóloga americana Anna predominou por mais de três décadas, povoando ainda hoje de o cientistas imaginário e leigos. A não tendo sido encontrados vestígios dessa suposta migração ao longo do rio Amazonas, tal idéia de que a cultura marajoara teria sido trazida ao Marajó por povos que migraram dos Andes. Mesmo ganhou força principalmente com os trabalhos de Betty Meggers, arqueóloga que defendeu a tese idéia essa 1950, de anos Nos conhecidas. então amazônicas indígenas populações das cidade simpli- fora,contrastavamaparente de pois a vindo com teriam populações essas que pensou-se técnico, desenvolvimento de nível alto com complexas, sociedades de existência a indicavam esses laços. idioma materno, assim como procurando a realização de festas, rituais e cerimônias que reavivam às tradições no preparo de alimentos, confecção e uso de vestimentas e adornos, manutenção do servarem a de memória sua terra de é origem manter laços culturais com ela, dando continuidade cultar sua absorção mesmo depois do final da escravidão. Uma maneira dos povos migrantes con- deixado as montanhas andinas e teria navegado milhares anos de quilômetros para quinhentos finalmente chegar na e lha mil há grupo um que impensável Seria passado. no ocorreu mesmo o que supõe-se destinos, os sobre informações com contando-se e conhecidas já rotas sobre cias, No final do século XIX, quando foram descobertos cemitérios indígenas no Marajó que Marajó no indígenas cemitérios descobertos foram quando XIX, século do final No Migrações Indígenas Assim como hoje a maior parte dos movimentos migratórios ocorrem em curtas distân- curtas em ocorrem migratórios movimentos dos parte maior a hoje como Assim autóctone da cultura marajoara, no baixo Amazonas, ganhou força, Roosevelt no Marajó, onde nasceu e cresceu, onde construiu paisagens plenas de significados, memórias e afetos. paisagensplenasdesignificados, memórias onde nasceuecresceu,construiu colonizou o planeta, não o fez apenas se movendo, mas nos permanecendo principalmente locais espécie nossa se que, de esquecer nos podemos casa.Não em ficar é mesmo melhor o contas, se por um lado fascinam o interlocutor, por outro acabam dando-lhe a impressão de que, afinal de diferentes.tão locais em experiências suas sobre contar para incríveis histórias têm formando novas sociedades, agora multiétnicas emultilinguísticas. vivam, lá que povos aos juntaram-se européias doenças das e escravos capturar para correrias das conquista, de guerras das remanescentes os rios, interior dos cabeceiras no às Chegando floresta. da seguros mais locais procurarem e várzeas nas localizadas terras suas deixarem a colonizadores pelos depois e europeus invasores pelos obrigados foram ou optaram indígenas mentos migratórios seguiram-se ao contato com os europeus, na medida em que diversos grupos movi- grandes que sabe-se escrita, documentação e demográficos censos de falta pela ricanos dições noslocaisdedestino. que “vão na frente” explorando os novos locais e buscando assegurar-se de que haverá boas con- aventura.essa informantes há maiores,migraçõesporque distâncias as é sobre Quando ocorrem cuidadosamente muito planejado ter de além destino, do local o sobre informações com contar caminho.seu vestígiosem deixado que disso,ter Além teriam sem estabelecer se lá e Marajó de 3. 2. 1.

As migrações são sem dúvida um tema fascinante. Os migrantes que retornam sempre fascinante.retornam tema que migrantesum Os dúvida sem são migrações As Apesar da dificuldade de se obter dados seguros sobre as migrações de indígenas ame- cultural? Namaneira defalar? Nacomida?maneira devestir? Como a participação dos imigrantes em sua cidade contribuiu para a diversidade vila oucidade. um mapa identificando os locais de origem dos imigrantes que existem em sua A partir de todas as entrevistas feitas em sala de aula, os alunos podem montar que hádecomum eoquehádediferente nasrespostasobtidas? colegas.seus de a com entrevista sua a Compare texto? no coloca autora entrevistasua de a que ao corresponde vocêque realidade partir a identificou entrevista.a Responda:a concedam lhe que peça e entrevistados potenciais seus Identifique cidade. sua em imigrantes entrevistar possa você que para entrevistas de roteiro um problemaselabore disso partir migrações, migrantes.A pelos enfrentados as favorecem que fatores migrarem, a pessoas as Identifique no texto as idéias da autora sobre migração: motivos que levam que motivos migração: sobre autora da idéias as texto no Identifique Propostas deAtividades T O ais relatos, ais

25 PAISAGENS & assagensP PARA SALVATERRA A MIGRAÇÃONORDESTINA vários lugares vários do de oriundas pessoas, de quantidade boa uma havia lônia co- a toda Bacabal.Em de comunidade à rumo estrada – 2 linha madeira.à de próxima localizada igrejinha, Haviauma mandioca, eumpoçodeáguapotável dotipobocaaberta. de farinha de fabricação à também destinada anajazeiro, de palhas com coberta forno de casa uma madeira, de também ções:uma casa residencial de madeira coberta com cavacos uma estrutura em que cada lote possuía as seguintes - constru tes com aproximadamente 45.554 m aproximadamente45.554 com tes lo- 45 em distribuída era Colônia a Assis”, como Getúlio “Seu Salvaterra de cidade na conhecido e emigrados destinos localizada a3kmdavila. ficava Carvalho de Paes Colônia A Engelhard.Avenida Victor de atuais dias nos chamada essa travessas as e Cearense e dezembro de 29 março, de 10 ruas das conheci- hoje respectivamente,as travessas,compreendem três que e ruas três apenas possuía plantada noMarajó, maisespecificamente, emSalvaterra, aColôniaAgrícola Paes deCarvalho. lavoura, o que seria possível através dos migrantes. Então, seguindo as metas desse projeto foi im- entendeu que para o desenvolvimento da agricultura no Estado eram mais necessários braços na As casas, pequenas, eram cobertas com cavacoscom cobertas erampequenas, casas, As No ano de 1900, o Estado do Pará era governado por José Paes de Carvalho, o qual o Carvalho, de Paes José por governado era Pará do Estado o 1900, de ano No Segundo Edeltrudes Corrêa e Assis, filho de nor- de filho Assis, e Corrêa Edeltrudes Segundo Soure, de município ao atrelada vila de condição na ainda Salvaterra, período, Nesse Nordeste (Sr. Corrêa Edeltrudes de Assis, 2 no total, contando com com contando total, no

Beira-mar, 2ª e 3ª travessa, 3ª e 2ª Beira-mar, , Waldeci Pena Miranda Miranda Pena Waldeci Luiz Antonio da Silva Silva da Antonio Luiz 3

27 PAISAGENS & assagensP 28 PAISAGENS & assagensP um inverno rigoroso. indica aexistência de Expressão localque Cavernoso: Marajó. para aIlhade dorias demerca- transporte ções destinadasao Freteiros: Embarca- Para motivos ele, osprincipais quecontribuíram para issoforam: Salvaterra.de vilas outras para moradores seus de deslocamento do região,além a para grantes foilho efetivadadecadência, de entrandoprocesso um em através imi- diminuiçãode da vinda da Governador doEstadoSr. Dr. Augusto Montenegro. então pelo Belém, – Soure marítima fazerinauguradalinha a recém passou na regulares viagens barcos de viagens as aproveitando tomate, de exportadora talados eapopulaçãolocal. ins- nordestinos os entre litígios levadoexistiralguns a teria que imigrantes,o os recebiam locais moradores os que com desconfiança componentes.A seus pelos enfrentado ser a problema um básica pormês). um de famíliaajuda “rancho”cada a cesta (equivalenteperíodo recebia uma se a mercadorias de pelo Sr. Silva, Macário naadministração daColônia. substituído foi ele afazerespolíticos, outros e Salvaterra, de vila da rua 2ª na (taberna) comércio pequeno um tinha senhor esse como Entretanto,colônia. da administrador primeiro o fosse – rá Cea- do Estado do imigrante – Lima Sr.de o Corrêa que José determinou quem Bezerra coronel Salvaterra.foiparaforamAssis,o encaminhados lá Getúlio de Seu e Segundo Outeiro do ilha na desembarcaram imigrantes os Bezerra, perfazendo 45famílias assentadas. chegaram a Salvaterra de a 1900, partir que Brasil, do nordeste do estados tros ou- de famílias 10 mais e famílias piauienses 2 pernambucanas, famílias 3 norte, do rio-grandenses famílias 5 cearenses, famílias 25 Assis, Getúlio Seu segundo colônia, na trabalhar e ar em entrevista realizadadia31/08/08). - agricul alguns porque interno, êxodo o aponta ainda narrador o fatores, desses Além • • • • • • PaesAgrícolaCarva- Colônia de a anos dos passar o com Assis, Getúlio Seu Segundo grande foi ela Carvalho, de Paes Agrícola Colônia a ativada de depois que Afirma-se contextofamíliassalvaterrense,No dassolo implantação em da nordestinas efetivou-se Foi estipulado um prazo de dois anos para a aclimatação e adaptação dos colonos. coronel do comando o Sob povo- para recrutadas Foram Enchentes na área, ocorridas nosinvernosEnchentes naárea,ocorridas mais O fim,apósdoisanos, daajudacomo “rancho” (cesta básicamensal); enãoaagricultura eosassentamentosdeimigrantes; os meiosdetransporte Mudança no Governo do Estado, pois o Governador Augusto Montenegro priorizava na noitede18maio1910; O medo das consequências climáticas decorrentes da passagem do cometa nasfamílias pormotivoAs mortes deaclimatação; entreosimigrantesAs constantesbrigas eosnativos; freteiros e do navio Miguel Bitar que Bitar Miguel navio do e freteiros cavernosos. Halley, Nes- Craveiro, filhadecearenses, radicada desdeesseperíodonaregião: e parentes que em Salvaterra moravam ou haviam morado. A respeito disso, conta Dona Francisca foi marcada pela espontaneidade. Pois, segundo ele, essas pessoas vieram induzidas por amigos levaregião,segunda imigrantesa emigradosparaa de nordestinos de Salvaterra,filho de e cípio cha” destinadosàextração gomífera naAmazônia. borra- da chamado “soldados então grupo do fizeramparte que das muitas elas Salvaterra,entre a chegando continuaram nordestinas famílias outras várias 1945, e 1941 entre Mundial, Guerra apelido de “Porém” (Sr. CorrêadeAssisementrevista Edeltrudes realizadanodia31/08/2008). à pesca e, eram comandados pelo Seu Chico Cruz e pelo Seu Antônio Mendonça, conhecido pelo fica próximo do hospital municipal, na época chamado de Bairro dos Cearenses. Eles se dedicaram dessepovo para aimportância oprogresso,ma deperpetuar deSalvaterra. cultura ehistória forcomo - Cearense”, como “Rua Municipal Lei por foihomologado 1990, em qual, o Cearenses”, dos “Bairro de locais moradores pelos batizado espaço AvenidaBeira-Mar, a e Engelhard Victor que os levou a morar na 3ª da rua vila de Salvaterra, no perímetro hoje localizado entre a Avenida o pescadores, como trabalharem para vila à deslocar se a começaram e Colônia da saíram tores do rio Paracauari),do rio ondecomeçamosanossaprodução agrícola” mos para Salvaterra. Viemos primeiro para o Carananduba (região às margens Segundo o Prof. Jaime Corrêa de Assis, idealizador da bandeira, brasão e hino do muni- 2ª da período o durante 1915, de volta por agrícola colônia da dissolução da Apesar região a para deslocaram-se Colônia, da fim do mesmo antes nordestinos, Muitos (Sra. Francisca Craveiro em entrevista realizada no dia 16/08/2008). 16/08/2008). dia no realizada entrevista em Craveiro Francisca (Sra. busca de terras viemos parar em Soure e, depois, nos desloca- nos depois,e, Soure em parar viemos terras de busca Em Belém.para deslocamos nos e Ceará no Balsas de cidade da Saímos Mundial. Guerra 2ª a durante Pará o para “Viemos hoje ,

29 PAISAGENS & assagensP 30 PAISAGENS & assagensP inventaram afarmácia dopobre. curar a fraqueza em geral e através desses conhecimentos, do povo local dizia que os nordestinos para tinto vinho e puxuri moscada, noz chocolate, com amapazeirogarrafadas do leite feitascom as verminoses; das livrar se para mastruz do sumo o anemia; a para remédio como branca, ba sucu- da casca a com pariri folhado da inflamações;chá e o inchaços nos fazer fricções se para tucumã, do coco do bicho do óleo o indigestão; de caso no intestino o desobstruir para cidreira, erva- ou carmelita a destacados ser podendo herança, dessa parte fazem caseira, farmácia sua garapa dacana-de-açúcar, dacultura entreoutras nordestina. riquezas feitoda melado ou mel o carneiro, de sebo de velacoco, a de sabão o andiroba, de castanha da artesanal, a produção de renda, a produção da rede de dormir tecida no tear, a produção do sabão a décadade1980,Prefeito deSalvaterra. freteirachamada Salvaterra”,de “Cidade veiodevido que eleito, ser popularidade a sua à durante Gurgel, que era proprietário de uma taberna que ficava localizada no da porto vila e de uma canoa política de Salvaterra em relação ao município emancipação de Soure;a o defendernorte rio-grandense Raimundo Pinheiro a primeiro o ser por local política na destacado se teria que Almeida, 8. 7. 6. 5. 4. 3. 2. 1.

Cite osaspectosdacultura nordestinaquevocê maisaprecia. do estadoPará edaAmazônia? Para você da qual imigraçãoa importância nordestina para o desenvolvimento fazem referências apessoasouàcultura nordestina? que repartições ou comércios portos, ruas, bairros, cidade, sua na Existem seu município. Aponte algum outro conhecimento popular existente na farmácia doméstica de de população da constituição seu município? a para município? imigrantes dos seu importância em a Qual nordestina cultura da Exemplifique. traços existem você Para ascendência nordestina? Houve alguma personalidade que se destacou em seu município e que possuía de seusamigosouvizinhos. Pesquise se existe alguma ascendência nordestina na sua família ou na família Propostas deAtividades muitasde salvaterrense,população da pessoas memória a Segundo muitos de saberes pesca a legado,como enorme um deixaram nordestinos os Parasalvaterrensesmuitos Alexandre cearense o destacados ser podem emigrados, nordestinos muitos os Entre NORDESTINOS EMPORTEL tempos foram recuperadas porSeuJoséAnastácioSantanadaSilva: destes Memórias Belém. em residia que época, da elite à pertencentes latifúndios grandes em destinos, e os seus patrões, os barões da borracha. denominada seringueira, e têm como protagonistas principais os seringueiros, principalmente nor- nados (Amacol)e, maisrecentemente, aextração damadeira. Lami- e Compensados Amazônia da surgimento o borracha, exploraçãoda são:a que Portel, de mos apenas três razões que contribuíram para o processo migratório nordestino para o município trabalho que requereria muito mais tempo e dedicação, portanto caro leitor, neste texto, destacare- de janeirodomesmoano. antiga cidade que portuguesa, significa “Porto Pequeno”, elevando-se ao nível de município em 24 substituídos por nomes portugueses. Dessa forma, o povoado foi batizado de Portel, nome de uma foram vilas das nomes os pombalino, período Neste vila. de categoria a alcançou Arucará 1758 sou, comoasdemaisaldeiasdoGrão-Pará eMaranhão, asergovernada pordiretoresdeíndios. na época 1755, uma a freguesia aldeia sob Arucará, a invocação de Nossa Senhora da Luz, pas- de junho de 6 de Pombalina Lei da decorrente Amazônia, da religiosas ordens das expulsão a com esses outros índios de nações variadas, pejorativamente batizadas como deu em épocas diferentes, começando com a chegada dos índios, padres portugueses, jesuítas e A chegada de levas de migrantes ao local onde hoje se localiza o município de Portel se A primeira se deu no início do século XX em função da abundância da árvore nativa árvore da abundância da função em XX século do início no deu se primeira A Sabemos que tentar abarcar todas as levas migratórias para o município de Portel é um Por ato do então governador do Grão-Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, em Os nordestinos realizavam a extração do látex

José Mendes Santana da Silva da Santana Mendes José

Nheengaíbas. Com

incompreensível”. do é “gente delíngua Marajó, cujosignifica- habitantes dailhade aos povos indígenas índios Tupinambás Nome dadopelos Nheengaíbas:

4

31 PAISAGENS & assagensP 32 PAISAGENS & assagensP e resolvificar”. confiança ganhar a passei tempo o com mas credibilidade, de falta a também e pessoas as com de 75anos, deCanité,Maranhão: rente dos dias atuais. Como nos relata Seu José Paulo de Souza, conhecido como “Zé comprido”, caram emPortel. situação, muitas famílias migraramesta para o Estado a do Pará Devidoe,inviável. destes, algumas tornavacentenas desembar- se origem de lugar do permanência a econômicos e climáticos realidade que, muitas vezes, impossibilitava asuavolta aolugardeorigem. patrão,começavao devendo já para seringueiro o produtos.forma outros Dessa entre ramentas, patrão, em geral, fazia o adiantamento (aviamento) em forma de mercadorias, óleo, sementes, fer- Estado.O do capital na situado geralmente borracha, da barão do local, esfera em presentante, Portel.” em paramos anos alguns Após notícia. nem mandavam não outros inverno, vol- no e tavamverão no iam pessoas algumas que já se viver, já se de lá Porboa família.era da região essa sustento que o comentava manter de difícil estava lá que era origem de lugar do ída Sabe-se também que nesta época Portel estava passando uma fase difícil, não tão dife- dosimigrantesA maioria nordestinoseram pequenosagricultores, masdevido afatores re- patrão, ao entregue era natural produto este seringueira, da leite do coleta a Após rbla n ro anjb, o neir e egç. mtv picpl a sa- da principal motivo O Melgaço. de interior no Carnajuba, rio no trabalhar a Começamos látex. do extração na trabalhar para Ceará, Caíte, ida- de de Saímos anos de.oito de garoto um era eu vez, primeira pela veio pai meu “Quando (agreste cearense). Mas o maior problema encontrado foi a falta de conhecimento de falta a foi encontrado problema maior o Mas cearense). (agreste vivia gente a onde lugar no que sobrevivênciado de condições ofereciamais ainda “A chegada foi complicada. Portel estava passando por uma situação precária, porém

da chegadadessesimigrantes, nordestinos. principalmente dequeapopulaçãolocalsentianecessidade.de futeboleoutras melhorias modificar.campo se a primeiro meça o médico,escola, posto primeira a primeiro o então Surgem co- tranqüila e pacata paisagem a tínhamos,e não antes diversasque das áreas profissionais de biblioteca, oginásio, oestádiodefutebol; Portel era muito pequena”. que hoje é 2 a de rua fevereiro, era um caminho que levava às lavouras, não existia os colégios, a lavouras;pequenas de área uma era Murucy do bairro (Amacol).O Amazônica Companhia a era natural dacidadedePenalva, noMaranhão: Seu conta nos como Laminados), e Compensados (Amazônia Amacol grandemadeireira,a uma empresa de abertura a com 1950, de anos dos dos igreja católica. a alvenaria de construção única como destacava-se e capoeira por tomada era cidade da parte maior caminhos.A somente ruas, as existiam urbanizada;não totalmente orla sua com encontra se hoje que praia, à acesso existia não tras, ou- das uma distantes casas com pequena, mandioca, milhoeseusderivados. roz, de carne caça, peixe, frutos das florestas, ar- feijão, de alimentar se a passaram Portel sol.de em seca Mas carne e milho de farinha cobra, e gado de leite cuscuz, toicinho, dura, rapa- feijão, no baseavam-se imigrantes dos Os hábitos alimentares da maioria maioria da alimentares hábitos Os E por fim, o terceiro motivo que contribuiu para consolidar este processo migratório em migratório processo este consolidar para contribuiu que motivo terceiro o fim, por E Percebe-se claramente a modificação do espaço urbano que é atribuída à cidade a partir significativa quantidade uma recebe Portel Amacol, empresa da surgimento do partir A emprego gerava que o e movimento, pouco de cidade uma era Portel época, ”Nessa mea- em ocorreu Portel de município o para nordestinos imigrantes levade segunda A cidade uma era Portel época Nessa aimundo Ferreira dos Santos, de 66 anos, 66 de Santos, dos Ferreira Raimundo

33 PAISAGENS & assagensP 34 PAISAGENS & assagensP Portel suaterra adotiva. de fizeram e cidade a alcançaram históricos, momentos diferentes em que, nordestinos grantes mi- aqueles evidenciam cidade da retratos os sociais, grupos esses Dentre Portel. em existente natural riqueza imensa da buscavem em que agricultores grandes e pequenos madeireiros, rios, condições para conseguirseusustentodiário. rural, com um grande índice de pessoas não-alfabetizadas e desempregadas, enfrentando difíceis e urbana violência e infantil prostituição da palco em cidade nossa a transforma que inexistente, agora muda diariamente, surgem então alguns bairros de maneira desordenada e lentamente, de mudavainfraestrutura que cidade A país. do partes diversas das pessoas de quantidade grande uma atraindo consequentemente, 1980, de década da partir a desenfreada maneira de acontece Pacajá e Anapú rios dos margens às serrarias de implantação A madeireira. extração a Portel: 3. 2. 1.

• • • • oje, estão presentes em um mesmo município posseiros, grileiros, grandes latifundiá- grandes grileiros, posseiros, município mesmo um em presentes estão Hoje, Fazer odebatedealgunstemasapresentadosnotexto, como: antes eodepoisdomunicípio doPortel (através demaquetesoudesenhos). o mostrando paisagem, da representação a façatexto, do leitura da partir A nordestinos aPortel. dos chegada da momentos três os teatral peça uma de através Represente Propostas deAtividades Pluralidade cultural. Extração madeireira eosimpactosambientais. Exploração daborracha. Migração efetiva emigração temporária. MIGRAÇÃO PARA MELGAÇO NARRATIVAS EOLHARESDA isolamento nunca fez parte desuasidentidadesculturais.isolamento nunca fez parte o e estáticas,foram nunca sociais relações as e humana vida a que gerações futuras às e filhos física.seus a Paracartografia ensinaram dessa isso enigmas desvendandoos e florestas,outras e rios lugares, outros descobrindo sempre estar de alternativa a saberes, muitos seus entre ram, deixa- habitantes primeiros Marajós,movimentações.os dos constantes arquipélago de e ilha Na processos em vida sua foisempre nômade,homem viveuser o pois um humana, curtiu gênese e a Desde possível. maneira melhor da viver procuraram sempre mulheres e homens lugares, e O processo migratório faz parte da vida das populações humanas. Em diferentes tempos

Dailson Guatassara Santos Santos Guatassara Dailson Glindes Ribeiro Wanzeler Ribeiro Glindes 5

35 PAISAGENS & assagensP 36 PAISAGENS & assagensP Miraci, queveio deBenevides, para Melgaço, revelador: torna-se entrevistados.fatorespelos outros apontados Dona com de mesclam depoimentos,o estes Entre se moradia à e saúde à educação, à acesso melhor políticas, Perseguiçõessocial. processo do complexidadea levarrestringirmos precisamos motivosnão paraque consideraçãooutros em há trabalho,pelo busca da somente função em dá se não migratório processo esse porém, nidades, oportu- melhores de buscas em migram pessoas muitas hoje ainda Mamedes, primeiros os e de Melgaço,de paraseringais os Raimundocomo Anacleto, Benevenuto doestadoMaranhão paraum delesDonaIlda,oriunda Melgaço, noMarajó dasFlorestas. novo município. Para demonstrar tal argumento, usaremos depoimentos de alguns migrantes, sendo ões que saem de sua terra natal para melhorar de vida com as novas oportunidades oferecidas pelo muitas doespaçoribeirinho/rural. desestruturam, vezes, oriundos códigosecomportamentos urbanas linguagens materializa.As se sempre nem melhor vida uma obter de propaganda a que percebem rural.Taisfamílias espaço no propriedades e habitações antigas suas para retornam e cidade na vida pela desencantam se famílias algumas quando visto facilmente ser pode Isso afetividades, comosaudadeselaçoshumanos. moradia, maior aproximação com o poder legislativo e executivo e relações familiares, envolvendoà educação, à saúde, à acesso habitação, de espaço no infraestrutura de condições melhores paracidade,culturaisfloresta a e da nos destacam-se: público,buscasetor a no emprego um por e pazdeespírito. vida de condições melhores de busca em caminhar a sempre estão razões,diferentes de função famílias habitandoemcidades, vilasepovoados podemficarmaistempoaliresidindo, outras, em muitas Se processo. mesmo o para facetas duas construiu turno, seu por mudança, Taltários. seden- momento, dado em tornando-se, cidades, e comunidades em enraizarem-se mulheres e . vida nova uma começar e dele cidade a para voltar resolvemos emprego, Percebemos que da mesma forma que nordestinos migraram no período da borracha da período no migraram nordestinos que forma mesma da que Percebemos quando aquichegamos, medepareicomoutra qualidadedevida” e viemos assim mesmo fizéssemos, que permitia não água faltade tremenda regi- outras de cidades de ou campo do trabalhadores são maioria, migrantes,sua Os em lineares. sempre são não cidade a para floresta da ribeirinhos de movimentações As Em nossa região, percebemos que entre as razões que produzem deslocamentos huma- fezhomens saber do diferentescampos em transformações as e tempos dos passar O Sou de Benevides, conheci meu marido lá. A família dele morava aqui aqui morava dele família A lá. marido meu conheci Benevides, de Sou em Melgaço e depois que seus pais se separaram e eles foram morar em em morar foram eles e separaram se pais seus que depois e Melgaço em Benevides, lá eu conheci ele, namoramos e casamos. Como lá era difícil o o difícil era lá Como casamos. e namoramos ele, conheci eu lá Benevides, de gado, que são coisas da qual sempre gostamos de fazer.de gostamos sempre qual da a Porém,coisas lá, são gado,que de criação e cultivos plantações, fazer de condições sem água, de falta me enor- uma com Maranhão, ao igual lugar um fosse Melgaço que “Pensei ogueira, Germano Andra- Nogueira,Germano formação de nível superior conquistada, e oportunidade de fazer o concurso público e ser apro- ser e público concurso o fazer de oportunidade e conquistada, superior nível de formação dades conquistadas. Nesse caso, o ato de migrar lhe trouxe melhoria de vida, ascensão social pela deve-se muito pela maneira como estabeleceu laços de pertencimento com a cidade e as oportuni- Sebastião daBoa Vista, aqualfalou desuasexpectativas econquistas, aochegarmunicípio: E.M.E.F.São da de coordenadora vinda Melgaço,Souza, Vargas,Getúlio em Lia de testemunho o é argumento tal esclarece que relato rurais.Um moradores pelos olhos outros com vista ser a passou cidade a Portel, de custódia levouda que Melgaço política de à emancipação “libertação” de processo o e 60, de município,década do na sede na estadual escola primeira da construção a Com melgacense. urbano núcleo do habitante população, da formação e migração de cesso me formei e trabalho na educação há sete anos, ganho razoavelmente bem. bem. razoavelmente ganho anos, sete há educação na trabalho e formei me O padrão de vida dos moradores está melhor, a educação caminha a passos passos a caminha educação a melhor, está moradores dos vida de padrão O largos e isso é muito importante para o desenvolvimento do município. do desenvolvimento o para importante muito é isso e largos A mudança de olhar da coordenadora pedagógica Lia Souza sobre a cidade de Melgaço Como já citamos a anteriormente, educação também tem um papel fundamental no pro- Eu realmente não tinha boas expectativas em relação a esse município, município, esse a relação em expectativas boas tinha não realmente Eu pois o achava muito pobre, os governantes não mostravam compro- mostravam não governantes os pobre, muito achava o pois misso com o desenvolvimento. desenvolvimento. o com misso oje eu vejo outra realidade. Estudei, Estudei, realidade. outra vejo eu oje H

37 PAISAGENS & assagensP 38 PAISAGENS & assagensP entre indecisões, doserhumano, traço próprio narrou: novo espaço de moradia. Lia questionada sobre a ideia de voltar para São Sebastião da Boa Vista, o deixado,com lugar quanto o com tanto pessoas, pelas constituídas relações as complexassão nesse universo, amplia a questão e faz que entendermos diferentes são os motivos da migração e inserido esteja que ainda Souza, Lia de relato O retorno. pelo sempre, quase optam, voltar, de contammuito nesseprocessodedecisão.ria, Por isso, alguns, aosaíremeteremaoportunidade pensam em deixar um lugar em troca de outro. outro lugar, aodeclarar sobreaquestãodevoltar asuaterra natal,comentou: como odeserumacidadeextremamente familiar eacolhedora. depois superadas, para outros entrevistados a opção por Melgaço vem de conceitos pré-definidos apresentava,não expectativas,grandesinicialmente,Melgaço paravada.migração a Lia para Se O sentido do pertencimento ao lugar pesa muito nas avaliações feitas pelas pessoas que as palavras de Dona Ilda, que já havia residido em Melgaço, mas estava habitando estava mas Melgaço, em residido havia já que Ilda, Dona de palavras Nas meus pais, masaíeuosvisitoelogoquerovoltar para Melgaço. de causapor é origem,decidade minhavoltarpara em penso Àsvezes eu tenho vontade de voltar sim, às vezes não. Quando não pensoemsairdaqui. e agora acostumar a me tempo muito demorei qui, da- pessoas as com dou me aqui, feliz sinto Me Relações familiares, amizades, negócios em parce- avaliações, indecisões e traumas que o ato de estar como estar de ato o que avaliações,traumas e indecisões vida de um sujeito social, não dão conta de explicar todo o emaranhado de sentidos, significados, comumente se pensou. na As redefinição condições da econômicas ainda que sejam importantes ção de uma complexa teia de relações, sendo impossível classificá-los em uma única razão, como constru- a coletados, nós por depoimentos poucos alguns de partir a demonstram, Melgaço para e conhecimentosqueapesquisacomtemáticadamigração suscitouemnós. Enfim, ouvir outras vozes, dialogar com outras evidências, podem ampliar esse leque de reflexões Envolvendo diferentes culturas, relações, de outros lugares os deslocamentos ocorridos Desenhe eescreva suasimpressões. Como você imaginaMelgaço, migrantes? quandochegaram osprimeiros aleituraObservando dotexto, reflitaeescreva: 3. Interpretaçãotextual e. c. b. a. 2. Vamos compreendermelhorotexto: lavras desconhecidas. pa- das idiomático.significados conhecimento Pesquiseos seu o enriquecer para partirA daleitura dotexto, procure conhecer ossignificados dasnovas palavras, 1. Estudodovocabulário textual Trabalhando como Texto d.

Por quemotivo muitas pessoasmudam deumlugarpara outro? suem nasdecisõesdevoltar ounãoasuaterra natal? pos- migrantes alguns de famílias as influências texto,que o Segundo O quefez comqueDonaIldamigrasse para estemunicípio? Quais osmotivos quefizeram famílias asprimeiras povoarem Melgaço? O queosmigrantes pensavam aochegarnovo município? corpos de passagem passagem de corpos podem provocar.podem

39 PAISAGENS & assagensP II HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES

da Vila de Arapixi Histórias eMemórias FÉ, FOGOEMARÉ: alizada entreosdias9a20dejaneiro, lugaresdoPará atraindo populaçõesdevários eAmapá. das maiores festas tradicionais do município, que é a festividade de São Sebastião de Arapixí, re- foi sítio e atualmente é uma vila importante ao pertencente município de Chaves. Ali acontece uma e processos de mudanças sociais, desde seu surgimento até os dias atuais. De aldeia, o Arapixi já A Vila de São Sebastião de Arapixi é uma localidade que já passou por vários problemas Denise da Costa dos Passos dos Costa da Denise 6

43 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 44 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES o Cururu, Ganhoão,o Cururu, Arrozal, eArapixi, que nascenacostasulda Ilha deMarajó. ploravam de centromilitar. alémde servir aolaria, Vila. de predicamento o aldeia à deu que lei a junho,criada foide 6 dia no 1755, Aruãs.Em índios de leste comomunicípio deSoure; Amazonas. aoestecomomunicípio doAfuáerio oceano Atlântico; ao sul com os municípios de Cachoeira do Arari, Santa Cruz do Arari e Anajás; a se expandir nospovoados amazônicos. ali existente. Há pouco tempo foi implantado nesta vila o Ensino Médio, que aos poucos começa a escolarizada educação a texto,é este produzir converseipara quem com moradores dos liações moradia.avapara de lugar atrativos,ouvir como dos Arapixi- pude escolheram Um conforme que ções públicas para sua melhoria, observa-se que hoje existe um número considerável de pessoas pessoas confusasaonavegarem-no. que a água esteja grande. risco de encalhar o barco nos bancos de areia ou de serem arrastadas pela força d’água, é preciso correr sem vila a até chegar em tranquilidade ter possam pessoas as que para água.Assim, a é Marajó no manda fazendeiro,quem o prefeito, nem o é não Marajó no manda quem Gallo,vanni Arapixi rio no navegardepende-se de maré alta. É preciso conhecimento e para paciência. Como bem assinalou o padre Gio- pois desafio, enorme um enfrenta aventureiro o vila a até chegar essalta-se que, ainda no período colonial, Chaves foi também habitada por povos que ex- que povos por habitada também foiChaves colonial, período no ainda que, Ressalta-se Do município fazem parte as ilhas de Caviana,de ilhas Mexianaas município fazemDo e parte Viçosa. aldeia antiga uma de derivou município do origem a que informam históricos Registros o com norte ao limitando-se Marajó, de ilha na localizado está Chaves de município O administra- das faltainteresse a de e passado tem vila a que baixos e altos dos Apesar acesso.difícil Parao é Arapixi de pela Vila atualmente vividos dramas maiores dos Um O rio é largo, porém é raso, e muda o seu leito a cada mês, deixando as s principais rios são rios principais Os moradores fizeram um juramento entre si. Prometeram que, a partir daquela data, iriam levar iriam data, daquela partir a que, Prometeram si. entre juramento um fizeram moradores da entreosmoradores quealificaram residindo. transformar aquela vila na mais do importante município de Chaves meta tornou-se a ser alcança- um lado viveu-se ali a tristeza da perda física e material; por outro lado, a vontade de reconstruir e dotempo”. a casadavilaedocampo, nestaúltimaamaiorparte permanecendo só não aconteceu, porque na época as pessoas não eram moradores fixos da vila, pois possuíam correr eateandofogo noespaçofísicodacomunidade. rente. pa- seu familiaresde Os assassinado,do muitosviolentos,sinal voltaram por morte a paravingar festadeterminada houve uma onde briga, um homem da família Bezerra foi esfaqueado e morreu. ano que não lembra, aconteceu uma festa de Nossa Senhora das Graças na vila de Arapixi. Nessa um de maio de 31 em que, narrou que anos, 99 com avó,hoje sua de ouvidas raramlembranças recupe- Arapixi, de ex-moradores e Chaves de município do naturais ambos Almeida, Costa da constituíram opovoado. religiosas, práticas as esquecer sem agricultura, de e criação de pesca, de atividades as com conjugadascomercialização, de práticas produtos.Essas tais consumir de capaz erarazoável com um custo muito acima do preço geralmente praticado. Somente quem tinha poder aquisitivo comprava os produtos em Belém e Macapá para revender às famílias da localidade arapixiense, família à pertencente época, da ário extrativismo ecomércio. doaçaí,pecuária econômicas sãoapescaartesanal, atividades principais nome.Suas mesmo de rio do direita margem à localizada está e habitantes Não encontrando os culpados, saíram fazendo pela arruaças vila, botando as pessoas para A Vila de São Sebastião de Arapixi possui uma população de aproximadamente 287 aproximadamente de população uma possui Arapixi de Sebastião São de Vila A Segundo depoimentos orais coletados a partir desse episódio, após o incidente os os incidente o após episódio, desse partir a coletados orais depoimentos Segundo por se pois, vila, da história na marco em constituiu-se destruição de episódio Aquele Isso ninguém! morreu não arruaça nessa Deus a afirma:“Graças e suspira Wanderléia Gilka e Almeida de Barroso Maria José de anos,filha 40 Almeida, WanderléiaCosta da latifundi- um de terra de área grandesítio, uma um de partir a estruturou se vila Esta O límpio Ferreira, detentora do comércio local. Esta família família Esta local. comércio do detentora Ferreira, límpio

45 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 46 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES para omunicípio deChaves. possuía que valor o e identidade sua a perdeu nunca incêndio, daquele função em moradores, de Secretária Educação. Segundo ela, apesar de a vila do Arapixí ter ficado um tempo quase sem alunos emnível de2ºGrau”, lembrouaprofessora. Ensino, um projeto da Secretaria de Educação do Estado do Pará, que tinha como objetivo formar Chaves. parachamada fui quando 1994, em sede trabalhara conheci “Só de Modular Sistema no município, do sede a conhecia não Arapixi, a veio sempre que, Ela formada.voltou e Belém em e pedagogos, entre outras profissões. advogados, médicos, como formadas, pessoas de número maior a com fosse Arapixi localidade dia um que para (Belém), grande cidade na educados serem para filhos seus de celebrações e diversões. políticos e moradores locais procuram o negociar tempo posições,da festa tornando um tempo com aposiçãodaigreja. concordavam que aqueles com misturar se evitando dançante, sede uma em Sebastião, São de memória em festa própria sua realizar a passaram políticos os religiosos, pelos adotada lizadora centra- prática a repudiar de rituais.forma seus Como e organização própria sua desrespeitando Já na visão dos políticos de Chaves, a Igreja sempre pretendeu modificar as tradições do povoado, realização de seus próprios projetos e interesses, desvirtuando o sentido maior do evento sagrado. políticos locaiseospárocosqueporaliaportavam. entre festa da controle pelo estabeleceram se que conflitos vários mas religiosa, manifestação a somente não agrega ela porque Chaves, de história da parte boa uma recontar de conta dá Arapixi,de festamaior a como conhecida município.do religiosa festa,dessa trajetória A sozinha, T emistocles Santa Cruz de Vasconcelos, foi uma das pessoas que saiu de Arapixi para estudar para Arapixi de saiu de que Vasconcelos,Cruz pessoas Santa das emistocles foiuma Daí em diante, a professora Luíza ficou em Chaves, onde atualmente exerce a função de A professora Luíza Almeida Vasconcelos, 47 anos, filha de Gelcira Barroso de Almeida de Barroso Gelcira de filha Almeida Vasconcelos,anos, professoraLuíza 47 A H Conforme a posição da igreja católica, os políticos sempre viram a festa como espaço de Isso se justifica pelo fato de lá nunca deixar de se realizar a festividade de São Sebastião oje aquele conflito foi amenizado; mesmo sem viverem relações harmônicas, padres, padres, harmônicas, relações viverem sem mesmo foi amenizado; conflito aquele oje Não por acaso, atualmente a igreja conta - com apoio gru de vários que as águas do rio-mar produzem, oqueafeta,que aságuasdorio-mar emúltimainstância,seudesenvolvimento integral. perigo e dinâmica própria pela e geográfica localização sua por isolamento de formasconviver com por filhos ilustres, por sua formação superior, e sede da maior festa religiosa municipal, ainda precisa poissendocomunidadea espaçodo rural maisimportante município do Chaves,de localhabitado pororoca, comum nomunicípio. da fenômeno pelo arrastada vê-la de risco o correm rio, no embarcação a encalhar a vierem se pois amedrontados, fiquem embarcações de donos os que com fazlugar. Isso de muda canal o função de seu difícil acesso, pois o rio de Arapixí chega a ser “misterioso”, uma vez que cada mês em vila a frequentar de deixaram pessoas profano,muitas lado o mais controlar a passou Igreja a festa; da organização de forma na mudaram coisas Algumas enfeitado. todo ficava santo do arraial o e novenas instrumentais, bandas de apresentações festivo,aconteciam tempo Naquele santo.do procissão a acompanhar e assistir para sociais vestidos senhoras as e ternos vestiam senhores os que glamorosa tão festaera a deles, época na que, contam avós festa, seus da ção ocorre ofestejo. quando janeiro, de 20 a 9 de período no natal terra sua em estar para tudo de fazem Brasília, e Macapá Belém, em residentes Arapixí, de Vila própria da filhos Muitos paroquiais. e sociais pos Destaforma, vilaaArapixíde vive grandes ambiguidades suaemvida cotidiana social,e organiza- na mudançasocorridas as Conversando sobre pessoas dessas algumas com

47 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 48 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES revista eapresentaremaulaespecialorganizadapeloprofessor. emquadrinhos narrativa.dadessasnotainformações devegrupopartirconfeccionar o A uma cidade onde você mora. Entreviste pessoas que saibam contar uma lenda. Tome Em grupos de três alunos, procure saber quais as lendas mais contadas na percorrida. vila ouarua vila ou públicos.Baseadoobservação,nesta maquete,construaumarepresentando a prédios, casas, ruas, pontes, sistema de iluminação, trapiches, entre outros bens Em grupo de cinco alunos, visite uma vila ou uma rua de sua cidade. Observe os Produção Artística sobre osmunicípios. órgãos Visitar vila. ou de Planejamento. numa Realizar levantamento em sites que guardam informações moraram já governamentais no município como Municipal Secretaria de Educação, Saúde que pessoas com realizar podem entrevistas alunos os atividades essas desenvolver Para Orientação: esses espaços?Oqueéprecisoserfeito para queasvilassedesenvolvam? habitam que moradores os sustentam se que Do importantes? mais vilas as Olhando o município: Você sabe quantas vilas existem em seu município? Quais programação? Comoissoacontece? ou festividade de tipo algum realiza se vila Na desvantagens? e vantagens tenha que pessoa uma as Quais vila? numa vida a é com Como saber: procure e moradia de experiência converse morou, nunca você Se espaço? Vocêchamava?se Como vila? alguma em naquele morou vida erajá a Como Para alémdotexto comente oqueéprecisoserfeito para resolvê-lo. e problema.grandeCite-o um enfrenta Arapixí a Vila habita que população A antigamente eram melhoresdoqueasfestas atuais? Expliqueadiferença. Como eram as festas passadas na Vila Arapixí? Você acredita que as festas de comunidade háalgumevento Fale quevocê considera importante? sobreele. sua Em Arapixí? de comunidade na realizado religioso evento maior o Qual Debatendo otexto Trabalhando como Texto mados demaninhos. cha- ser podiam isso por irmãos, como considerados eram pais seus de disso,afilhados Além os benção etalpráticaestava relacionada comorespeitoàspessoasmaisvelhas. eramnão que soas parentes.seus Portanto, fatopelo era idosos,serem a já pedir de obrigação a pes- outras de mesmo até e irmãos avós, tios, seus de pais, seus de benção tomavam crianças as velhas,pois mais pessoas as com passado no tinham crianças as que respeito o observamos educação, dessa exemplo filhos.Como seus para educação boa uma dar e sobreviver para des JOANES EMDUAS MEMÓRIAS , o que, de certa forma, explicanas apráticadalinha,oque, aquática. ousoequilibrado decerta dessariqueza os animais, prontos para serem pescados e consumidos. Naquela época, a pescaria utilizava ape- estavamlá que lugar mesmo no inteira semana uma ir poderiam pessoas as dias, os peixetodos macaxeira e, até mesmo, a mandioca.maxixe, Seu mamão,Luiz conta que na melancia, pesca não tinha jerimum, tempo ruim, tinha-se tomate, de plantação da e pesca da vivia que trabalhador mãe, filhodePedro Penante BarrosdaCruz. eOscarina daCruz Barros da (Pichuna), Cruz descendente de de índios pai por e parte de negrosde por parte filho de Cecílio Gomes Cecílio de filho tico guardião de memórias do lugar. É descendente de por de portugueses parte pai, sendo em nos ajudar. Um deles, o senhor Edigar (tio Déco) pode ser considerado como um autên- soas, ressaltandofatos forma, contribuíram muito desselugar. para que, ahistória decerta as décadas de 1960 e 1970. Joanes, com o objetivo de mostrar, ao público leitor, fatos importantes ocorridos na vila entre Os filhos não escutavam nem se envolviam nas conversas dos pais ou dos mais velhos. Hoje já não é fácil povo um por habitada pacata, vila uma era Joanes 1960, de década da meados Em Esse texto é o resultado de uma pesquisa feita junto aos moradores da vila de vila da moradores aos junto feita pesquisa uma de resultado o é texto Esse texto teve a contribuição de dois narradores, os quais não acharam dificuldade acharam não textoquais narradores,O os tevedois de contribuição a abelo e Abigail e Rabelo obter peixes como outrora. O objetivo é a valorização das memórias familiares dessas pes- abelo Gomes.Rabelo

Os moradores enfrentam muitas dificulda- outro narrador é o senhor Luiz senhor o é narrador outro O

eves N Rodrigues Shirleide

linha depesca dos outrosatravés de amarrados aolado anzóis com vários feitoLinhas: material

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49 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES pernas. que entrelaçamas cos comcadarços Balangandãs: taman- prados emmetro. Riscos: tecidoscom- de casas. usado nafabricação misturado áágua Enchi meio: barro 50 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES as mulheres usavam tamancosdemadeira ebalangandãs. se vestia roupas com florão, nem coisas muito extravagantes. Além disso, tanto os homens quanto Esses eram talhados e costurados pelas mães ou costureiras em máquinas simples ou à mão. as meninascomvestidos ouconjuntoseosmeninoscomcamisascalçassuspensório. diferente:forma vestiam-sede também compridas;crianças camisas as e calças com homens os Marcela (Machica) e tia Sabá. Na época, as senhoras vestiam-se com longos vestidos rendados e localizava-se onde hoje é o comércio do Gaúcho. Nela moravam três senhoras:estilo tia mesmo Velô,do mãe casa de tia outra assoalho.A ao chegar para usada cimento de batente uma Existia alguns compatchioli. perfumes, próprios seus produziam pois morada, da cheiro o sentir de gostava rendas; as ziam produ- como observar até e coisa alguma em ajudá-las para casarão o até adoravair criança, como combustível nocandelabrodebarro. ainda detinha penduradocorda, parede,na faziaqual o reverberar (blom-blom-blom); barulho imenso moradiaa de relógio um havia casa Andrade.Nessa Seu e - saxofone de tocador músico antigo - Joaquim Rosário.do nhora tia moravam(Maricota), idosas:Lá bem pessoas Maria quatro tia Se- Nossa de sede a hoje é onde exatamente ficava português, estilo em construído casarões, mato.ou casas algumas por rodeados duplos ou únicos minhos telhas. de cobertos casarões dois destacam-se elas palhas.Entre e meio enchi com construída era delas maioria a balanços feitos nosgalhosdasmangueiras. de Belém. de riscos e cortes traziam que marreteiros pelos comprados eram tecidos Os pau-amarelo. e acapu de madeira de feitos altos, eram casarões dos assoalhos Os rendeiras. eram casarão deste habitantes senhoras As que sendo casas, poucas existiam onde lugar um era Joanes narradores, os Segundo uno hgv a ot, rniamne a nie d la, s aíis visitavam-se famílias as luar, de noites nas principalmente noite, a chegava Quando de e melancia de roça na ladrão peru-galo, futebol, peteca, de brincavam crianças As muitas louças e um tacho de cobre onde ferviam a castanha para tirar o óleo, usado aquele tempo as ruas eram estreitas, apresentando apenas pequenos ca- pequenos apenas apresentando estreitas, eram ruas as tempo Naquele io Déco nos diz que um desses um que diz nos Déco Tio T io Déco, no seu tempo de de tempo seu no Déco, io onória, Seu Honória, Não Mais tarde, seria aprofessoraMais tarde, seria professoras, que nesse tempo eram a professora caixas para seremvendidos emBelém. Osjovens pescavam para ajudarnosustentodafamília. balhavam ajudando a família, pois empalhavam tomates, lavavam jerimum e os armazenavam nas nas e os meninos juntos,brincassem já outros não. Os narradoresque as afirmam já crianças tra- até chegar a hora de ir embora com seus pais. Naquele tempo, alguns pais permitiam que as meni- divertindo-se cheia, lua da claridade na brincavam conversas.crianças as As seguiam enquanto umas às outras. Em meio às conversas eram oferecidos chocolate com ovo e cabeça-de-macaco, pilares de cimento e com cobertura de zinco. No local era apresentada a comédia do Periquito, do comédia a apresentada era local zinco.No de cobertura com e cimento de pilares por apoiado alto assoalho com pau-amarelo, e acapu de construída pescador, do sede minada gestantes, usandobacias, panos, esteiras para etesouras, ospartos. necessário material das casas nas trabalhos seus praticavam ambas Benedita; Maria e (Lanchinha) Maria Dona eram casos que utilizassem somente algodão e álcool, pois era o material que existia no posto.um posto na casa do Seu Marciano.As parteiras gestantes.dascasos dições para trabalhar comoprofessor leigo. em Soure, onde a escola funcionava até a quinta série, nível de estudo que na época já dava con- endidos porseuspais. repre- eram casa, em chegaram ao e, castigo ficavamde todos acusasse, se errado”não “algo e seu copo. levavae uma açúcar cada prefeitura,e pela fornecido leite, era crianças das merenda sala.A da canto no pedrinhas nas ou milho, no joelhos de castigo o e palmatória famosa a como tais gos, Já Seu Luiz conta que, no seu tempo de criança, ia à escola para estudar e respeitava as Para os alunos desobedientes e desinteressados nas aulas existiam os temidos casti- temidos os existiam aulas nas desinteressados e desobedientes alunos os Para Nos anos 1960, existia, atrás da igreja de Nossa Senhora do Senhora Nossa de igreja da atrás existia, 1960, anos Nos Quandopessoasas adoeciam, recorriamremédios a caseiros, parteiraspajésaosenos Os pais que tinham melhores condições financeiras mandavam seus filhos para estudar O espaço físico escolar era precário e carente de materiais didáticos. Se alguém fizesse N esse tempo,essehaviahospital.nãoainda funcionardepoisAlgunsveioanosa T ereza. O enfermeiro, na época, era o Seu Ildo, que só podia atender os T odas elasensinavam aterceira daprimeira séries. legária Olegária (Leléca) e Maria dos Santos (Maricota). osário, uma sede deno - sede uma Rosário, para deitarnochão. de palhautilizado feito comumaespécie Esteiras: material mento. ou outroacompanha- servido com chocolate espécie debiscoito Cabeça-de-macaco:

51 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES pote. o sucodedentrodo utilizado para retirar Púcaro: utensílio de festas. no arraial noperíodo nos sucosvendidos par ogelocolocado utilizadopara ras-rial Raspa-raspa: mate- salgar. lhavam ospeixes para os pescadoresreta- Retalho: lugaronde 52 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES guardados somentenassuasmemórias. dera: “pena que nãopodesermaiscomoera antes”,poistudomuda comopassardotempo. eram apagados. Para tio Déco, esse tempo era “tão bom”! Diz que sente muitas saudades, e pon- horas.escada;a erae querosene a carregar serviço Seu horaslembra22 ele lampiões às os que funcionavam com querosene. roba, o óleo da ucuuba como combustível das lamparinas e dos candeeiros. Os lampiões nas ruas eram maiorese, comotempo, foram pelaaçãodotempoedaspessoas. sendodestruídas de helicópteronaáreadofarol. local parae canais estudo feitosde portos por vindos marinheiros de São Paulo: esses chegavam a visãodamesma. tocava.círculo,banda atrapalhavabancos,em a não via igreja, onde à frente em estar de Apesar dabanda). inclusive doSeuMingota(umdostocadoresdeclarinete umamúsicadeautoria bandamusicalJubimahojealgumastocado que afirma músicasEleantigaJoanes, bandada de eram vendidos raspa-raspa e vinho de muruci, depositado no pote de barro, e puxado por um essesdocumentospara umestudohistórico. queteriam tinham anoçãodaimportância não banda.pessoas tempo,da as Naquele documentação existemais não hoje que diz Luiz Seu antigas. Às cinco horas da manhã, com a alvorada, as pessoas acordavam-se cedo para assisti-la. pelos pescadores. usado peixe de retalho um funcionava sede novembro.da em Atrás realizado igreja, à frente em arraial no como bem pessoas, das casas nas e eventos em tocava músicos de banda violino.A o e pistão o tumba, a clarineta, o saxofone, o trombone, o eram utilizavam que instrumentos Os gravatas.musical:e apresentavam-setocavavestidos,banda paletós músicos dia, bem a com os modificavamatores cenas.os as anos os comé- todos da componentes,e Além 30 de cerca com Aqueles tempos hoje se tornaram lembranças valiosas de quem viveu a época, tempos época, viveua quem valiosas lembrançasde tornaram se hoje tempos Aqueles Naquele tempo não havia as energia pessoas elétrica, utilizavam, além do óleo da andi- As ruínas da antiga igreja, construída no tempo da colonização por padres franciscanos, de serviam que guaritas às lugar dar para construída foi sede a 1953, de meados Em O coreto antigamente era de estrutura baixa, fabricado de madeira, e no seu ha- interior Seu Cecílio, pai do tio Déco, era leiloeiro no arraial. Lá existia um barracão de palha no qual A orquestra tocava até altas horas da e madrugada o povo ficava escutando as músicas Tio Déco ajudava seu pai a acender os lampiões todos os dias às 18 púcaro . • • • • • • 3. 2. 1. 7. 6. 5. 4. 3. 2. 1.

Encontre notexto osnumerais existentes, classificando-os. Numerais Gramática atualmente? Pergunte aosmaisvelhos. usadas ser de deixaram e 1960 de década na utilizadas eram palavras Que vivem, nopassadoehojeemdia. onde local do mapeamento um construa e colegas os com equipes Forme dosresultadosdaspesquisas. umanarrativaConstrua apartir mais? existe não ela que Por tocava? instrumento qual e banda da ticipava par- Quem músicos. antigos dos parentes possíveis e velhas mais pessoas mora.vocêProcure onde lugar do musicais bandas sobre informações Colha Pesquise! localidade. nesta vida escrevera parapovoado, sobre imaginação esse sua nhece utilize co- não você Se hoje. Joanes é como prosa, em texto de através Descreva, daleitura dotexto.Produza umpoemaapartir O quefez olugarmudar? Comoaconteceram essasmudanças? Como você achaqueaspessoasviviamcomafalta daenergiaelétrica? Na suaopinião, porquetioDecosentesaudadesdotempodecriança? Identifique notexto trêsverbos eclassifique-osempessoa,tempomodo. Verbos Identifique notexto trêsadjetivos. Adjetivos aumentativo. Encontre no texto um substantivo no grau diminutivo e um substantivo no grau Grau dosubstantivo Identifique notexto trêssubstantivos comuns etrêsderivados. Identifique notexto cincosubstantivos próprios. Substantivos que aprendeu sobre o distrito deJoanesaolerotexto?O queaprendeusobreodistrito passagem dotexto você achoumaisinteressante? Compartilhe com os colegas e professor sua opinião a respeito do texto.do respeito a opinião professorsua e Qual colegas os com Compartilhe Trabalhando como Texto

53 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 54 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES • • • • • • • apresentados emclasse. serem para locais os e dados os entre comparação uma faça depois cidade, sua de igarapés e praias nas aparecem mais que em períodos e peixes de seleção canoas, pescadores, de quantidades as com tabela uma Construa Matemática ouregião.cidade, vila,distrito sua na passou se histórico fato que retratando texto um produza e Pesquise História radias. mo- de diferenciados tipos dos causa(s) a(s) caracterizando texto um Produza dosanos1960emdiante. apartir ocorridos avanços os apresentando painel em feito ser pode trabalho O hoje. calidade lo- sua de ruas das mapeamento um fazer para colegas seus com Reúna-se Geografia lugar ondevocê mora. informaçõesilustraçõesColha monteno e comércio e residências antigas das musicais utilizadosnopassado. umpainelcomosinstrumentos Construa umamaquetecomdiferentesConstrua tiposdemoradias. Arte

Ribeirinha noMarajódasFlorestas Histórias deumaComunidade E EDUCAÇÃO: TRABALHO, RELIGIOSIDADE do chamado Marajó dos Campos tem a organização de sua vida social bem diferente de uma loca- diferenciam de um município para o outro, de uma vila para outra. Geralmente um lugarejo da parte entre outras expressões de suaidentidadecultural. de perceber como as pessoas se comunicam, o que pensam sobre a vida, o trabalho, suas festas, caso você não more ou não marajoara,conheça alguma realidade ribeirinha ainda terá condições assim como as práticas de ensino modificam-se no correr dos anos.semelhante, Nessa caminhada pelo texto,é não pessoas das falar de jeito o que Constatará mora. você onde lugar o sobre lembranças devida,voltadas para ocampodotrabalho, daeducaçãoe dareligiosidade. e experiências suas contaram-nos entusiasmo, muito com que, moradores alguns de narrativas comunidade localizada ribeirinha, no rio Camarapi, no município de Portel. Pegaremos carona nas voado, vilaoucidade. po- um de social vida da organização à respeito diz que aquilo festas,lazer,tudo das ao a enfim, realização à trabalho, ao vida, de modo ao respeito diz que no particularidades suas apresenta uiíi d Pre, si cm o dmi mncpo d aqiéao marajoara arquipélago do municípios demais os como assim Portel, de município O Como se sabe, nos “Marajós” há uma grande mistura de culturas e linguagens que se que linguagens e culturas de mistura grande uma há “Marajós”nos sabe, se Como vocêAo leressashistórias, amigoleitor, poderá comparar com ascoisasqueouve falar uma de cultural e social vida da dimensões algumas agora conhecer vamos Poisbem, Dalcides Santana Pinheiro Santana Dalcides 8

55 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 56 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES do Programa Federal BolsaFamília concedidapelaPrevidência oudaaposentadoria Social. deincentivos à agricultura familiar. Além desta economia, algumas famílias sobrevivem com a ajuda adquire o produto para a venda, quanto pelos governos municipais que pouco investem em políticas cidade de Portel. Não podemos esquecer que esse trabalho é pouco valorizado tanto por aquele que negociada no próprio porto, na passagem dos regatões, ou levada para vender aos comerciantes da membros.possuem6maioriadestas famíliasA extraifarinha,produçãosustentoé seudadaque de ambientesepráticasculturais. ser pluralizado e analisado em cada contexto e tempo específico a paradiversidade percebermos falar de apenas uma cultura marajoara ou de uma mulher ou homem marajoara. Tudo isso precisa podemos não que mostra nos já maneira.Isso mesma da é sempre nem resolvê-los para lutam lidade da de parte Florestas. Seus problemas sociais podem até ser parecidos, mas a forma como to daquelepovoado: Adalton, 48 anos. Por meio de suas memórias, ficamos conhecendo outros detalhes do nascimen - dacomunidade. deorigem mos sabendoumpoucodahistória Vamosagora,então,, vilaconhecer famílias,residema onde média 8 em que Castanhal Outro morador que narrou aspectos da história da vila foi um de seus fundadores, Seu fundadores, seus de um foi vila da história da aspectos narrou que morador Outro pesa 200gramas. Meuavô batizou eledeSãoJoaquim...” metal.talvez ou cobre é moradores.que Parecepelos fica- localidade, da moradora 2008, de julho em anos, Nair,60 Dona conversacom Em cima de um santo feito de um material até hoje não identificado não hoje até material um de feito santo um de cima em cortou ele casa, fazersua para local o estavaroçando quando chamavase localidade a avô,início meu “No porque Joaquim, São santo mede 22cm e 22cm mede santo O aviavam mercadorias aviavam aviamento”, de ”sistema chamado pelo marcadas mente Gibson MarcelodeAquino. Adalberto Seu de a como expansão, e construção em território naquele residir para localidades Dona de filhos dos animais queeram abatidosedepoisnegociados, geralmente, comvendedores ambulantes. vam para os rincões da floresta para tentar capturar onças, jacarés, cobras, e lontras, entre outros migra- animais.ribeirinhos de Muitos pele de comércio forte um região na apareceu que também dos seuspatrões. garras das libertar se pudessem que para social organização de processo forte iniciaram Pará, do Estado exemplonômica.do municípiosa muitos rurais,período, trabalhadoresde Nesse os eco- decadência em entrou aviamento de sistema o XX, século do décadas últimas nas que, como posseirosemsuasterras. viviam que famílias das destino o e produção a sobre absoluto quase controle tinham primeiros os que visto seringueiros, e seringalistas entre dominação de relações as acirraram se quando 1912), a (1870 Borracha” da “ciclo como conhecido ficou que período o durante particularmente fortaleceu se econômica e social organização de modelo floresta.Esse extraídosda produtos os padres Agostinianos Recoletos. Estes padres visitavam os povoados rurais geralmente em dois em geralmente rurais povoados os visitavam padres Estes Recoletos. Agostinianos padres O povoamento da comunidade deu-se por conta das novas famílias formadas pela união São Joaquim,hojevilaCastanhal”. denominada localidade a para fluvial procissão em trazida era santa da gem ima- a seguida em e Acangatá do vila na aconteciam noitadas primeiras duas Santíssima Esse grupo foi membros. 15 por composto Judame, denominado jovens de po gru- um fundação.aqui fundação,de surgiu dessa anos Antes 25 Santíssima comunidade “A As relações de trabalho que historicamente se estabeleceram em Portel foram forte- foram Portel em estabeleceram se historicamente que trabalho de relações As vam o bucho dos animais junto com e carne tudo. Seu Adalton, um dos moradores da comunidade Castanhal, relatou que houve um tempo afirmar podemos Portel, de municipal biblioteca na coletados dados com acordo De A vida religiosa do município de Portel, a partir de 1963, passou a ser conduzida pelos conduzida ser a passou 1963, de partir a Portel, de município do religiosa vida A nem duasnoitesquetemos queficarpelomatoembusca dealgumacaça”. e uma só é não caça de carne comer quisermos se agora pois faltanós,para mente se atirava no leito dos igarapés e as piranhas eram quem devora- muitoria de bem alimentação servir para as futuras gerações e simples- “Eu lamentava era quando se jogava fora a carne dos animais que pode- air e outros moradores e a chegada de novas famílias migrantes de outras de migrantes famíliasnovas de chegada a e moradores outros e Nair T

rindade, rindade, quando na época eram nove dias de festa, sendo que as às famílias dos posseiros, chamados fregueses, para serem pagas com pagas serem para fregueses, chamados posseiros, dos famílias às fruto de uma articulação dentro da organização dos de festejosuma fruto articulação da T rindade completou, no ano de 2008, de ano no completou, rindade no qual agentes privados, os “patrões”, os privados, agentes qual no Hoje, isso tudo está fazendo

57 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 58 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES a religiosidadecatólica. Deus”a santos,seus incentivassede e capela, da conta tomasse moradorespraticaremque os a padre, percebendo seu poder de liderança e prática religiosa, recomendou a este “homem contrito guarda.de santos O os para capitulada ladainha a rezar paramoradores os com frequentemente reunia se já que Adalton, Seu dirigente para nomeou moradores, os com firmados acordos após vila Castanhal. denominada já localidade, na missa primeira a celebrou quem foi padre segundo Este Base. de Frei a coube Contudo, Santíssima da irmandade Trindade,faziase onde locais os visitando festa Portel.municípiode no tas religiosas, quando acompanhavam dossantosdomésticosdalocalidade. emtorno osrituais momentos: nas desobrigas, quando batizavam, casavam e confessavam os moradores, e nas fes- remo grande presoàembarcação, conhecidocomo remodefaia. de tipo um a e vela à movidas embarcações por conduzidos eram santos os tempo, nesse que, padroeiro.festadaquele da dia no leiloados vendidoseramou depois donativosque Valelembrar de arrecadação a motivando porto, em porto de apresentadas eram rezadores antigos por adas ento- benditos e rezas cantorias, suas e foliões, por conduzidos seja, ou esmolação, em dias 15 por mordomos que organizavam as festas de seus padroeiros. Geralmente estes santos passavam licas eram vivenciadas somente quando santos peregrinos passavam pela localidade, conduzidos dirigente e começaram a celebração dos cultos dominicais, pois antes as tradições religiosas cató- comunidade.da religiosa vida a paraorganizar equipe a Portel,orientação de criaram quia Assim Frei a com viajava que Legardo,Faustino Frei foi povoado pelo passar a padre primeiro O As pessoas entusiasmadas por aquela nova organização social buscaram, junto à Paró- Ramon, preocupado com a nova caminhada da comunidade católica recém-fundada, Igreja nadécadade1990. católicadacomunidade Castanhal,construída amon Salinos a fundação, na década de 1970, da Comunidade Eclesial Comunidade da 1970, de década na fundação, a Salinos Ramon entre professores e alunos. O professor era a voz das ordens e das verdades, os alunos o silêncio silêncio o alunos os verdades, das e ordens das voz a era professor alunos.O e professores entre porque quasenãosevislumbrava umaformação profissional viaeducaçãoescolar. precisavamsuficiente,ser era“desemburradas”, apenas escolarizada;crianças isso educação as criadas.sendo professoresiam trabalharemcomo que escolas nas de restrita ideia uma Tinha-se para ler,fazerelevada.contas escreversabiam e que PrefeituracontratavaParaaquelas tanto,a escolar formação com pessoas Portel, de município no existiam, não professor, foi ele quando para irestudaremoutrolugar.amigos epertences familiares,precisavamter,seus no,não a deixar habitantes passou parentes,mais seus que mas ção do prédio em alvenaria com uma sala de aula, uma secretaria, uma copa e um banheiro inter- doprédiodaescola. construção possívela para material do levandovotosparte já os agradecerconsigo para voltou lá e foieleito ele que eleito.fosseAconteceu caso Castanhal, Vila na construí-la mandar em comprometeu se Baldoino Manoel vereador a candidato então o quando política, campanha de época em deu se Monteiro, oSidoca,durante opercursoPortel-Belém. Alcides vereador o com avião,juntamente de acidente um em morreu e anos dois durante Portel de município no trabalhou que odontóloga uma a fazer procurou se que homenagem Patriarca, sidade de implantar uma escola na comunidade a de Escola Castanhal, Municipal criou Drª Dalva neces- a percebendo Educação, de Secretaria a municipais.Assim, secretarias suas de vista de mesmo quenãotivesse nenhumaformação escolar. trabalhar,podia mundotrabalho, todo de porque mercado do dentro existehoje que concorrência essa existia Não roça. da trabalho o com apenas sustento seu garantir conseguiam pessoas as e poucas eram município no existiam que escolas exemplo,as por atuais; dias dos diferente te o santo. Era pato, galinha,porco, milho, peru, arroz,dinheiroetudoquanto”. na véspera da festa era que os foliões chegavam, trazendo todos os donativos que arrumavam com era rezar um tanto de Pai Nosso e um tanto de Ave-Maria que o mestre sala mandasse.ficasse Quandocom preguiça davade levantar ia pra debaixo da bandeira do santo no outro dia, e sua penitência noitavam e rezavam a ladainha naquela casa. Cinco horas da manhã era a hora da alvorada,per- eles noite,foliõeschegavam, casa.à esses da Quando donos eos cumprimentar quemiam eles que é o mestre-sala cantava junto com os outros foliões e rezava, saudando o dono da casa, e em seguida das casas, o dono ou a dona da casa era que vinha buscar a imagem do santo pra colocar noquinze altar. dias antes Aí da festa. A embarcação era o reboque, a faia e a ginga; quando chegava nos portos viola,violão, baterarrumavamtambor seaí e saíamsantoecomo para esmolar, vezesàs ‘mordomagem’que eram as pessoas que sabiam tocar alguns instrumentos de corda como Joaquim,outrosmoradoresSãomandavasantonosso paifaziampro“Meurezar festa de O regime escolar assentava-se na pedagogia do silêncio. anos, 36 há que, contou escola, da professores primeiros dos um Aquino, de Marcelo novofun- um em ganhou visual, apenas não Castanhal vila a construída, escola a Com Em entrevista com Seu Marcelo de Aquino, ficamos sabendo que a construção da escola anos,dos passar o municípioCom o Portel de desenvolveu-se, ponto do especialmente bastan- era social e econômica realidade a época, nessa imaginar, pode você Como N ão havia uma relação dialógica

59 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 60 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES escola Dalva contava apenas com um professor e 35 alunos, que cursavam o ensino de 1 de ensino o cursavam que alunos, 35 e professor um com apenas contavaDalva escola organização.de processo novo um em adentrar a escola a ajudou física, infra-estrutura da melhoria da quanto pedagógico, acompanhamento vontade deestudarmasnãotinhaescolas”. a com interior.viviam no pessoas muitastinham isso que Com escolas as contadas eram porque traziam peixe assado para comer com açaí azedo na volta pra casa. A dificuldade era muito grande nham que remar uma a duas horas para chegar à escola e nem merenda escolar tinha. As crianças interior.do escolas das alunado do parte município,boa atende que no escolar transporte o tem pois escola, à irem para mais remam não estudar,alunos se os para primeiro livro, um que o nome era o livro de AN E MAURO. o para ia ele sorte, tinha tavadesemburrado.aluno aluno este aquele Quando que considerar se podia assim e mesma, à recorrer ia ele cartilha, a ABC.terminava de aluno o Quando cartilha na como espectador, MarceloAquinonarrou: bem compreendido. os saberes que trazem de sua formação cultural e ficam impacientes quando um assunto não ficou valorizar anseios, e expectativas suas ouvir alunos, seus com dialogar conseguem não fessores poucas relações com a nossa escola, ainda existe em nosso meio, especialmente quando os pro- ter de apesar pais, nossos de concluir.escola pode A você educar.coisa de Uma ato ao ligadas tradicionais práticas destas existência da porquê o sobre indagues que provável É leitor? caro seis bolos, maspara ou aspráticasditasmaisperversas “idiotas”, oprêmioeram doze bolos. desviantes e dificuldades de aprendizagens. Para os desvios mais simples, o aluno levava em média comportamentoscorrigirprofessorpara do lado aoobediências. estavapalmatóriasempredas A 1 de é ensino o e funcionários, professores,quatro oito alunos, 180 de mais são série.Atualmente ficados, com nível e alguns em curso de graduação. superior Oplanejamento na escola é sempre professores não-qualificados. vezescom muitas série, quarta a estudavamaté só rural espaço no pois cidade, a para migrar e origem de lugar seu o deixar a até incentivados eram que alunos, dos realidade a para voltado educacional planejamento havia não Portel.Antes de caso o é como viveram,municípios os que Marajós.dos do vilarejo que citamos, podemos dizer que existem realidades parecidas a essa em outras partes a à8 a série. O desenvolvimento das políticas educacionais em Portel, tanto do ponto de vista do vista de ponto do tanto Portel, em educacionais políticas das desenvolvimento O presente, do escola a e professor,foi quando passado, do escola na vida a Avaliando Diante destas informações fornecidas pelo professor Marcelo, o que você ficou a pensar, Hoje, os alunos da escola Dalva Patriarca contam com uma equipe de professores quali- moradores pelos vivida realidade da pouco um conhece já você leitor,que caro Agora, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) reflete também no atraso da educação da atraso no também Desenvolvimentoreflete de (IDH) Índice Humano O era nomeado pelo prefeito para trabalhar nas escolas do município. O ensino era ensino município.O do escolas nas trabalhar para prefeito pelo nomeado era tica. “No meu tempo só se ensinava a ler, a escrever e as quatro operações da Matemá- Naquele tempo não tinha professor formado, então, quem sabia mais um pouco o período em que Seu Adalton foi professor,foia Adalton Seu que em período No Hoje tem uma facilidade muito grande aquele tempo, os alunos ti- tempo,alunos Naquele os a a 4 a a

bém traços de sua própria identidade cultural e lutar para construir experiências de vida mais democráticas ecidadãs.vida de experiências construir para lutar e cultural identidade própria sua de traços bém tam- mas públicos, equipamentos e casas erigir para empreenderam moradores antigos os que movimento o somente não conhecer a comunidade própria a e professores,alunos ajuda cidade estudada.comunidade desta história a fazemlembrar aspectos identificar,inclusive,quais consigamos provávelque é rural comunidade outra de surgimento o deu se como pesquisar formos Se outros. muitos a assemelhassem ção educa - e religiosidade trabalho, de experiências suas Castanhal, comunidade da constituição de que tambémprecisamservalorizadas. cular, dando conta do diálogo entre o conteúdo nacional a ser trabalhado e as temáticas regionais fazerem um estudo da realidade local onde a escola está situada para elaborar seu desenho curri- escolas às recomendável É sociais. ambientes diferentes em cidadãs exercitarpráticas de ções condi- termos e trocas relações, estabelecermos universoparaletrado do códigos os com operar precisamos sabedorias e raízes nossas negar sem orais, tradições das herança pela formados historicamente fomos e florestas e campos rios, de populações somos Se posições.defender e formas melhores nem piores de utilização, apenas formas diferentes de se expressar, expor ideias nosprezando a cultura e a história do povo. Consideramos então, que, em relação à língua, não há me- estarmos de pena sob sociamente), (prestigiada padrão norma à relação em comunicação estas diversas variações linguísticas não podem ser vistas como distorções ou formas erradas de que compreender tonalidades.preciso e vocábulos,É trejeitos outros por marcado falar de modo gem do ensino escolarizado, conversando entre si ou com você? de seusfalantes. não, possuem organização (gramática)estrutural e respondem às necessidades comunicacionais ou socialmente, prestigiadas variedades essas diferentes, Embora social. e histórica geográfica, situação pela determinadas variedades de conjunto um de constitui se ela são; os não também É de conhecimento público que a língua não é homogênea, assim como seus usos e apropriações contexto,neste marajoara. existentesregião linguísticas variaçõesna as importante, são Aspecto povosoutros culturas.de e conhecimentos com contato em colocá-lo a negar-se sem cioculturais experiênciasso- educando,suas cada respeitam-se de necessidade a observa se quando mente voltado à realidade do aluno, pois se acredita que é possível fazer uma educação de qualidade so- Por fim, podemos dizer que o retrato que procuramos reconstruir em torno da trajetória trajetória da torno em reconstruir procuramos que retrato o que dizer podemos Porfim, Você já se deparou, por exemplo, com pessoas que construíram suas sabedorias à mar- certo, contudo, é que o estudo de um povoado, vila ou povoado,vila um de estudo o que é contudo, certo, O O que observou? Certamente um

61 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 62 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 2. 1. 5. 4. 3. 2. 1.

atenção e construa umtextoatenção econstrua ouumarevista para divulgá-la. emquadrinhos a chamar lhe mais que a Escolha assombrações. ou “misuras” visagens, de município,narrativasseu rural, em comunidade cidade, Procure bairro,ou rua dacomunidade.painel jornalístico, contandoahistória Apresente o roteiro de sua entrevista. entrevista. De posse das informações, construa um uma realizar para moradores alguns selecione espaços, destes um conhece menos pelo você se ou rural comunidade numa mora você Se O texto empesquisa a realidadeemquevocê vive. com fazendocomentário,relação um teça e texto do depoimento um Escolha evidenciar?tos procuraria Aponte umroteiropara seutexto. vocêSe fosse escrever aspec- que comunidade uma de rural, história a sobre va nopassadoecomoseeducapresente. Identifique duas diferenças e duas semelhanças entre a forma como se educa- pudesse sedesenvolver? Que lutas os moradores da vila Castanhal empreenderam para que o povoado preensão doassuntotratado. com- sua expor para resumo pequeno um construa e desenvolvida pesquisa T Conversando comotexto Trabalhando como Texto omando como base o estudo do texto, retire cinco palavras representativas da CHAVES PÚBLICO MATERIAL DE MEMÓRIAS DOPATRIMÔNIO parte danossamemória. parte perder e história nossa da pouco um apagar é conservação de falta por deteriore se ou pichada sejam importantes destruídos com o tempo. Por exemplo, deixar que a igreja de nossa cidade seja da importância dos bens culturais. Por meio da educação podemos evitar que patrimônios culturais distinta dasoutras. torna a que e é ela que o exatamentefaz a que aquilo identidade, sua cultura, sua viva mantém que o é sociedade uma de consciência a e orgulho o criatividade, a força, A auto-estima. baixa objetos quearepresentam. os e culturais bens seus os conhece deveninguém e que participar.precisa do também mais Ela deral, estadual e municipal devem preocupar-se com a do preservação patrimônio. A comunidade coletiva. memória nossa e cultural identidade a nossa construímos deumasociedade. eàhistória memória à identidade, refereà se que o tudo englobando imateriais, e materiais bens por constituído é ral local. cultu- determinado de populações pelas patrimônio O erigidas construções as e produzidos reza em artefatos necessários à sua sobrevivência e seu bem-estar. São bens materiais os objetos O patrimônio material é criação dos seres humanos, que transformam materiais da natu- É com a sensibilização da sociedade e do poder público que se desenvolve a percepção causar pode que o cultural, identidade da e história da levaperda à não-preservação A Preservar o patrimônio cultural é importante para todos nós, pois através da preservação

ão apenas os governos fe- governos os apenas Não Marinilza Coelho Loureiro Coelho Marinilza 9

63 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 64 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES em meadosdo séculoXIX,mostrando aforma deumparalelepípedo regular. aproximadamente 25 centímetros. No Brasil, as construções realizadas com essa técnica surgiram “L”,em de espessurabarro com de tijolo de portante estrutura em alvenaria apresenta prédio do construtivo sistema O calçadas. nas diretamente caíssem águas as que impedindo piradouros, res- como funcionavam que grades, de abertura pequena uma como bem solo, do ascendente existentesnicos XIX.século o até nome. Oprédiodeve tersidoutilizado tambémcomoresidênciadointendente. Por esse motivo, o prédio que foi Palácio e hoje é a Prefeitura Municipal de Chaves recebeu o seu velmente construído no final do século XIX, abrigou a sede do Conselho de Intendência Municipal. tendo sido eleito para o cargo de Intendente Amâncio José Espíndola. cio MunicipalIntendenteAmâncioJoséEspíndola,ondeficaaatualPrefeitura MunicipaldeChaves. ados doséculoXIXequeperdura atéosdiasatuais. me- desde problemapercebido um - erosão pela tragados sidos terem após desapareceram pois históricas. construções nas preservado pouco está passado esse XVIII, século nome.no ainda formado se ter de Apesar mesmo de portuguesa cidade à homenagem em Chaves, denominou a que Furtado Mendonça de Vila.de FranciscoFoi Xaviercategoria à aldeia elevoua que lei a criada foi 1755 de junho de A tipologia arquitetônica colonial do prédio é feita da mistura de vários estilos arquitetô- estilos vários de misturafeita da é prédio do colonial arquitetônica tipologia A alvorecerno da 1891, Em Dos prédios antigos que fazem do parte patrimônio histórico de Chaves, destacam-se o Palá- mais,existem não praia, da proximidadesencontravam nas se que antigos, prédios Os vezuma 2009, 6 de em Chavesjunho que de de cidade 6 A dia no anos 254 completou prédio tem o porão baixo,porão o umidade tem da prédio edifício O o protegia que epública, foi realizado o primeiro pleito eleitoral em Chaves,eleitoralem pleito República,foiprimeiro o realizado Palácio MunicipalIntendenteAmâncioJoséEspíndola. O Palácio Municipal, prova- respeito, amizade...” animação, alegria, de tempos de lembrança a resta só acabou, tudo mais, temos não hoje que tudo, os homens com paletó de linho dia do Padroeiro da cidade. junho, de 13 de o como tradicionais bailes casamentos, de fórum o Municipal Palácio do Nobre tavam os “bacanas”, osquetinhamcondiçõesdecomprar asroupasexigidas.” dos bailes que aconteciam no salão nobre do Palácioparticipar Municipal. Sendo que só frequen- sa com gravata borboleta e calça social e as mulheres com vestido róseo... Era a seletividade para bros dacidadequeviveram épocasinesquecíveis deChaves. e as suas histórias antigas sobre a cidade. Abaixo seguem trechos de entrevistas feitas com mem- deAdministração,Secretaria oSetordePessoal, deIPTUeaAssistênciaSocial. oserviço biblioteca, oqueincentivava atodosohábitodaleitura. o marvelando ahistória. para apontam guardiões, eternos Como norte. região da fiscalização de e vigilância apoio,de de Chavesfoique centro em época uma de lembranças das PrefeituraMunicipal.à parte frente São apagar osregistrosdahistória. para prontos chegam vezes, muitas que, modernidade falada tão da e “progresso” do nome em esmalte na cor vermelho intenso e branco. A maioria das intervenções que o prédio sofreu ocorreu massa.de balaústres bege,cor na foical de base à pinturapela em pinturasubstituída A original, iniciais “IM” (Intendência Municipal) e as janelas de peitoril das laterais receberam a decoração de as contendo decorada, grade em sacado corpo guarda com rasgadas janelas em transformadas foram principal fachada da peitoril de janelas telhado.As do extremidade a toda por estendida e platibanda vazada com frontão, que existia na fachada principal, foi modificada na sua composição a externa, parte umidade.Na de retirada de sistema o funcionar de deixando aterrado,foi baixo porão o já cerâmica; lajota por substituído foi amarelo, pau em e acapu em lei, de madeira de cozinha.pequena uma e banheiros dois de acréscimo com ampliação, uma sofreu prédio o interna, parte Na original. tipologia sua modificaram que tônicas Além dos prédios antigos de nossa cidade, fazem de parte nosso patrimônio as pessoas arquite- intervenções várias sofreu Municipal Palácio do prédio o tempo, do longo Ao Do mesmo modo, o Senhor Valter Abdon, 64 anos, rememora: “Funcionava no Salão no “Funcionavarememora: anos, 64 Abdon, ValterSenhor o modo, mesmo Do A Senhora Júlia Dias, de 51 anos, lembra com saudades: “Homens com paletó ou cami- Atualmente, no Palácio Municipal de Chaves funcionam repartições públicas, tais como a excelente uma ainda possuía Espíndola José Amâncio Intendente Municipal Palácio O em fixados estão 1940 de década na praia na resgatados foram que canhões dois Os Nesse dia, o Prefeito, à noite, oferecia um baile de gala com música e HJ e as mulheres de vestido longo, todos da mesma cor. Baile * antigo assoalho feito como tablado feitocomo assoalho antigo O

65 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 66 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES acabou atradição”. poucos, mudou muito, esta quase só o padre na porque igreja,as famílias tristeza não vão mais... têm sumiram, santos os nada, quase tem não Agora santos... de cheia era que igreja a enchia missa, da participam todos bonitas, muito eram que barracas as tinha igreja da redor ao gente, muitatrazia iluminada... Antônio pintada, alvenaria,foiSanto festa de sempre de a Antônio Santo completamente, quepena”.destruídas coço duro de tanto olhar para cima. Lembranças da beleza e tradição que aos poucos estão sendo antigamente... Tinha o coro lá em cima, onde cantavam ... era tão bonito que eu ficava com o pes- como festas, batizados, casamentos, missa, da mais participam não pessoas as escuridão, na vive fora por menos pelo igreja, a pintaram mais nunca maioria, a tiraramimagens; muitas tinha civil. construção na atualmente trabalha se que ao relação em considerável espessura uma apresentando dras, sacristia. a e transepto um poucomaiselevados. principal, em relaçãoàporta simetricamente dispostos estão que dois, mais de e frontão no óculo um de presença fachada,a da componentes elementos de conjunto no também, Nota-se, XVIII. século do metade primeira pombalina, era na ápice seu atinge que colonial, período no predominante estilo o é barroco o Brasil Europa.No a toda em XVIII, século do meados até XVI século do final do vai que período no erguidas construções as caracteriza barroco O pleno). arco em coroadas aberturas pelas e clássica proporção e (regularidade frontão do igreja da corpo o separa que horizontal, marcação pela frontão, do sinuosa linha pela determinada classicista-barroca, influência apresenta igreja A mesma lembrança é compartilhada pelo Senhor Artur Abdon, 82 anos: “A igreja de igreja “A anos: 82 Abdon, Artur Senhor pelo compartilhada é lembrança mesma A Para Júlia Dias, 52 anos: a “A Igreja de Santo Antônio não era abandonada como agora, do altura na laterais altares dois e altar-mor um nave, única uma possui igreja Essa existentes.desta fachadaainda A antigos mais prédios dos um é 1886, em Construída Igreja MatrizdeSantoAntonio piso é de ladrilho hidráulico, e suas paredes foram levantadas em pe- em levantadasforam paredes suas e hidráulico, ladrilho de é piso O Igreja Matriz deSantoAntonio Igreja Matriz erguida. Cobrir! Sentido! Marchar! Sentido! Cobrir! erguida. aluno daprofessora Carolina quenãosoubesseler, escrever e recitar”. prestar conta, com ela ninguém brincava, lembram seus ex-alunos. No final do ano letivo não tinha que Tinha ensino.boa! Professorade metodologia da parte faziammedo, de pálido cristão quer qual- deixava que correção de olhar um tonto, deixar de cascudo rasgando,um quase orelha de professoraSilva,da Carolina educar. e ensinar de compromisso o tinha enérgica, puxãozinho Um devercumprido.do A certos retornávamos e ruas principais tarumanzeiros.Percorríamosas dos sombra ficavaa que sob autoridades, das palanque ao frente passávamospan.em assim pan, E acional. A formação para o desfile era em fila dupla.fila em era desfile o para formação Nacional.A o depois Pará, do hinos os entoavam sentido nacional.de bandeira Todos posição da em mento branca.blusa e marinho azul pregueada saia de meninas as bermuda, e cáqui brim de livro publicado no ano 2000: “No dia 7 de setembro, todos de uniforme novo, os meninos de camisa ebranco.estando eletodopintadodevermelho piso,inclusiveregião.o mesma, na a utilizado continuamuito arquitetônica nicação estrutura Sua de Saúde e de Educação, funcionando também ali a estação radiofônica, que é um meio de comu- hidráulico,tado comladrilho maisrígidas. apresentandoformas geométricas que se desenvolveu no Brasil no período de 1940 a 1960. destaca-se Internamente, o piso execu- moderno movimento do ícones dos um é janelas, e porta de aberturas das acima logo marquise, considerada.A é simetria a que maneira de dispostas quadrado,retângulo, triângulo, ométricas: ge- formas de composição uma modernismo.fachadaapresenta o Sua caracterizando floreados, do município de Chaves nos anos 1950. Suas linhas arquitetônicas são retas, puras, sem adornos nosso Magalhães Barata, grupo inesquecível, momentos que ja- que momentos inesquecível, grupo Barata, Magalhães nosso recorda:“O Dias Júlia Construído na década de 1950, o Grupo Escolar Magalhães Barata foi a maior escola maior a foi Barata Magalhães Escolar Grupo o 1950, de década na Construído Grupo EscolarMagalhães Barata A comemoração do dia 7 de Setembro é descrita pela professora Ana Amélia, em seu em Amélia, Ana professora pela descrita é Setembro de 7 dia do comemoração A Atualmente, o prédio encontra-se ocupado, sendo utilizado pelas Secretarias Municipais E um tamborzinho marcava a cadência dos passos: pan, pan, passos:pan, dos cadência a marcava tamborzinho um E Peito para frente, ombros abertos, cabeça cabeça abertos, ombros frente, para Peito Grupo EscolarMagalhãesBarata Grupo Hastea-

67 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 68 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES mória, a sua história, eimpedirqueelaresteapenasnaslembranças deseus antigosmoradores. asuahistória, mória, pormato;no coberto tudoestáabandonado. AlimpezaocorreapenasnodiadeFinados. réplica deumcrâniohumano. Antônio.Santo de capuchos padres congregaçãodos da cruz uma base,a há sua fica em Fixada alta mais parte sua de centro ao Antonio, Santo de Igreja da exemplo A 1974. de datada ferro, cidade. Sórestaalembrança demomentosquevivieguardeipara sempre”. da história da parte essa conhecer pudessem bisnetos netos, filhos, nossos que para fotografia fizeramnão praiaparae impedir.à nada direção em tombou ele que pena Uma hoje. vê se como ruas, nas nada vendia se prefeito.Não pelo tabelado era preço o mercado,e no somente vendidoseram divertido.produtos era Os mas empurra-empurra, um era carne chegavaessa Quando Deus! meu carne.Ai da fila na também e do sangue azul. todo dia, apenas três haviapessoas abatiam gado: carne o Sr. Tili, Sr. Aristóteles, meu pai e o pai dia;em não hoje como era não Chavespois de açougues,abrigava cidade quatro da bonito mais que pegarmaispesado, tantoalunosemsaberler, sóassimnãoteria escrever efazer contas”. tinham fraco, muito acho grau, 2º ter de apesar coisas, as muito brincar.Modernizaram querem mesmo.estudar que tinham todos dificuldade, nenhuma tive nunca contas,fazer e ler sabia série 3ª minha com bastante, aprendia batia, batia, porque eu era muito atentada. Mas acho que tudo era bem melhor do que hoje, a gente me e pé do tamanco tiravao tamanco, de batia brava,me Joana, professoraesquecerei. A mais Como disse no início, preservar o patrimônio material de Chaves é preservar a sua me- sua Chavesa de preservar é material início,patrimônio no o disse Como preservar A Capela está praticamente destruída, restando apenas paredes sujas em meio ao terre- madeira de porta com alvenaria de feita é Municipal Cemitério do Capela A Cemitério Municipal O Mercado Municipal também faz parte das lembranças da Senhora Júlia Dias: “O prédio Mercado Municipal Havia muitas mangueiras e a gente ficava esperando cair uma manga para juntar oje não respeitam os professores,os estudar,respeitam de não gostam Hoje não só prédio era todo de alvenaria, lindo! alvenaria, de todo era prédio O ão há nenhuma há Não e grade de grade e MACIEL, AnaAméliadeAraújo. OmantodoMarajó: Chaves: àcidade. de aldeia dosíndiosAruan Imperatriz: Éticas, 2000. Belém: UNAMA,2003. Expedições, 2). (Série etal. Clarice LEONEL, Maria colonizadoreseuropeuseocaboclo marajoara: EntreíndiosAruãns, (re) visitandoChaves. Bibliografia Consultada 3. 2. 1. 3. 2. 1. 4. 3. 2. 1.

históricos. essasimagens. umtexto Emseguida,construa articulando Se você fosse convidado(a) para produzir uma sessão de fotos de sua cidade, que Produza cinco desenhos que possam expressar imagens de patrimônios patrimônios de imagens expressar possam que desenhos cinco Produza aspectos emonumentos poremevidência? procuraria Expliquesuasescolhas. atentamenteasimagensdotexto.Observe Oqueelasexpressam? O texto, ocontexto easimagens seu município? que é preciso ser feito para a preservação do patrimônio material de material patrimônio do preservação a para feito ser preciso é que O Quais? Por queistoacontece? Existe algum destes monumentos deixados sob a responsabilidade do tempo? histórico? patrimônio N O texto emmeucontexto mais suaatenção?Expliqueporquê. Quais os patrimônios de Chaves apresentados pela autora? Qual deles chamou Para Dêexemplos. imaterial? você patrimônio oqueseria imaterial? patrimônio um também existe material, patrimônio um existe Se que é patrimônio material? material? O queépatrimônio aspecto, comoaautora dotexto definepatrimônio? patrimônio arquitetônico para contar a história de uma população. Diante deste Ao ler o texto entramos em contato com informações sobre a importância do importância a sobre informações com contato em entramos texto o ler Ao Trabalhando como Texto o seu município, que monumentos você classificaria como parte do do parte como classificaria você monumentos que município, seu o

69 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES DE CHAVES PELAS RUAS DA CIDADE características decadamomentosocial,econômico, denossascidades. políticoehistórico comportamentos.Essastransformações passagemmarcamservemtempoparaamostrare do as pos quevão, aospoucos, deideias, moldandoasfeições valores doslugaresonde moram e apartir - diversosgru por décadas de longo ao construídas são que paisagens como consideradas ser dem para asfuturas gerações. Chaves de cultural patrimônio o preservarmos de importância a sobre refletir e local história da representam esseaspectodesuahistória. que canhões dois os preserva cidade a estratégico.hoje ponto Até um tornava-a Amazonas, Rio militar ocupado por uma pesada guarnição. Sua localização geográfica, às proximidades da foz do ples esossegado. sim- lugar largura.um de É metros dois aproximadamenteasfaltadas, com estreitas, tempo,ruas mesmo ao e,naturais campos por formadas largas ruas tem singularidades.lugar e O paisagens Conheci o município de Chaves no ano de 2002 e logo me encantei por suas belas suas por encantei me logo e 2002 de ano no Chaves de município o Conheci Quando falamos de paisagem logo pensamos na natureza, mas as cidades também po- também cidades as mas natureza, na pensamos logo paisagem de falamos Quando Paisagens deOntemeHoje mais pouco um conhecer podemos que presente e passado comparaçãoentre nessa É Mas quem contempla essa cidade tão tranquila não imagina que um dia ela foi um centro Ilma de Fátima da Silva Tavares Silva da Fátima de Ilma 10

71 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 72 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES histórias contadas pelos seus moradores. Há muito tempo atrás, mais ou menos na década de década na menos ou mais atrás, tempo muito Há moradores. seus pelos contadas histórias docais.nem comaconstrução mais, como a árvore da tarumã. A vegetação foi devastada pela erosão que não foi possível deter, existem não que porte, grande de árvores por caracterizada e orla na existente original getação avança sobreela. de 220 metros de distância da da cidade.orla Contudo, a cidade tenta se proteger da erosão que cidade,orla.de quilômetros seis totalizando trapicheum e concreto de metros 820 de cais um Há muitas vezes podemseralteradas porfenômenos naturais, quemodificamosseuscontornos. monia, atéocaloreafalta detempo. Oquevocê senteaoolharpara paisagenstransformadas? temos quando olhamos para ambas as fotos, as quais sensação podem de permitir ar fresco, har- altas quanto algumas árvores, mas o que de mais diferente podemos “ver” são os sentimentos que ao fundodaimagemeosanimaisdesapareceram. Háfiosdecalçamento, quasetão construções animaiscirculandolivrementeemfrenteàscasas.e vários uma bela paisagem de características bem rurais, nos chamando a atenção frondosas as árvores rar com os dias de hoje. Por exemplo, uma foto antiga da Av. Independência nos anos 1950, mostra às gerações que não viveram época uma determinada “ver o passado” de suas cidades e compa - ser conhecidas por documentos históricos, como fotografias, por exemplo. As fotografias permitem O que chama a atenção a respeito nessa praia é o fato dela não ter um nome, além das ve- uma era 1950 de década na característica principal sua moradores, seus Segundo a circunda que praia de extensão grande a é que paisagem bela uma há Chaves, Em As paisagens das cidades se transformam pelas mãos das pessoas que nelas vivem, mas Olhando para esta mesma rua, nos dias de hoje vemos que a vegetação aparece tímida podem mas velhos, mais moradores dos lembranças nas vivem antigas paisagens As Rua dasComunicações modificada do seu aspecto original nadécadade1950.modificada doseuaspectooriginal tadas pela erosão e pela força das águas, restando apenas a Igreja de Santo Antônio, já bastante casas da época colonial. Não há registros escritos, só os relatos, pois as construções foram devas- assim como o mercado municipal, uma sede uma esportiva, delegacia, um posto médico e muitas a e Sodré Lauro ruas existiamas orla a encontra se onde local no 1950, da cidade. moradores os para rua de também serve Cacela, Arlindo coronel do gestão na hora. Construída aeronaves.pequenas de pouso extensão.de metros 640 varia de4a12horas. leva cerca de dois dias. Já a distância de Chaves para as localidades do espaço rural do município barco.por cidade à acesso o dificultam dezembro e setembro entre sias de maiorpoderaquisitivo nadécadade1950. tais como tigelas, anéis, pulseiras e até mesmo jóias de ouro, que teriam sido usadas por pessoas objetos, orla da margens nas acharem localidade da pessoas as comumerapraia) da orla da ras contam que, durante o período de despraia (marés muito fortes que deslocam a areia das - ribancei histórica, que só pode ser resgatada por relatos que passam de geração a geração. Os moradores e cultural memória da parte uma perdeu-se isso, Com cidade. da parte de desaparecimento do A ameaça de erosão narrada pelos moradores mais antigos da cidade, explica o porquê utro ponto da cidade que merece nossa atenção é o campo de aviação, que mede que aviação, de campo o é atenção nossa merece que cidade da ponto Outro mare- fortes as e orla da torno em areia da desunião provocama que fortes ventos Os T rata-seterracom compactada pista uma de grama, e parausada é que vôo de Belém até Chaves demora em torno de 45 minutos a 1 a minutos 45 de torno Chavesem demoraaté Belém de vôo O Igreja deSantoAntônio trajeto Belém-Chavestrajeto O ua Marechal Deodoro,Marechal Rua

73 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 74 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES mesmo nãosendochavienses comoeu. Chaves,conhecem e moram que todos de e Marajó do Ilha da patrimônio um é Chaves,que de novas emsuaslaterais. ruas de provocadonovosabertura paratem oferecea espaço que moradores,atualmente,não mais o sias levantadas pelo vento vindo do de paraporto as pequenas embarcações, que não conseguem ficar no cais devido às fortes mare- pliando suas ruas. Dentre elas, a atual Avenida que Miri, dá acesso ao Rio e Miri, serve de lazer e mãe defogo, ocavalo semcabeça,e, assobiosarrepiantesvindosdolocal. principalmente, indígenas habitantes da região. Assim, são freqüentes as histórias criadas sobre visagens, como a grupos antigos aos pertencer acreditavam pesquisadores os que humanos, ossos com urnas 18 pista, afloraram fragmentos de cerâmica. da aterramento o para campo do laterais das escavações das ocasião por antigos, mais radores Como vemos, as paisagens de ontem e de hoje vão contando um pouquinho da história am- e crescendo está erosão, a contra luta árdua sua de apesar Chaves, de cidade A Nesse campo foram encontrados vestígios arqueológicos, pois segundo relatos dos mo- Oceano Atlântico. Essa avenida não era povoada em 2002, e, Outros dizem que foi indígena e localizado um cemitério Rio Miri analisando suastransformações. Oquemudou mais? O quemudou menos?Oquenãomudou? Faça umtexto asfalas incorporando dosmoradores entrevistados. população. uma de identidade da parte fazem gramaticalmente, “erradas” estejam que Mesmo local.cultura da parte falarsão de formas As município? seu no comum é Ela é? qual gramática, a com acordo de está não verbal forma ou expressão alguma Se semelhantes? expressões) ou (sotaques falar de ouviu.maneiras as identificar Vocêque consegue maneira da falas suas duza nenhumainterferênciatenha sofrido humana? não ainda que seja, ou “natural”, seja que entorno seu do ou cidade da coisa alguma identificar com os moradores para perceber a profundidade destas histórica transformações. Você consegue blema? pro- humanas.este paraencontradasatividades ser as podem com soluções isso Que Relacione erosão.de processo o com sofrem que áreas identifique e cidade sua na predominante solo de converta-as para centímetrosequilômetros. texto.no apresentadas medidas as com compare e pista, 4. 3. 2. 1.

Cidade de Chaves de Cidade d rlts o mrdrs rdgno m et sbe s transformações as sobre ououvidas.observadas texto um redigindo moradores, dos relatos de e paisagens das observação da através município seu de história a Pesquise município. seu do antigos mais moradores os com pesquisas de partir a coletadas ou classe em narradas histórias às ligados professor, pelo apresentados temas Divididos em grupos, selecionem histórias (reais ou imaginárias) a partir de partir a imaginárias) ou (reais histórias selecionem grupos, em Divididos sua cidade? de histórico contexto ao ligado esteja que e moradores nos medo cause que hoje? Conhece alguém que se lembra de alguma história marcante ou lendária Como era ou é a vida nessa cidade? Qual a relação que o texto município. – Meça em sua cidade o comprimento do cais, do trapiche, da praia, da praia, da trapiche, do cais, do comprimento o cidade sua em Meça – Matemática Disciplinares Atividades seu do marcantes características identificando moram onde lugar Pensemno Iniciando oPrimeiro Contato TRABALHANDO COMO TEXTO História – Faça uma pesquisa sobre os acontecimentos da última década no município, repro- moradores, os entre coletados depoimentos dos partir A – Portuguesa Língua Geografia – Pesquise as transformações da paisagem em sua cidade e faça entrevistas tipo obras.o nas Pesquisesobre utilizados materiais de tipos os Identifique – Ciências estabelece com o seu município? Como você vê sua cidade T ome as medidas em metros e depois e metros em medidas as ome Pelas Ruas da da Ruas Pelas

75 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 76 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES divulgados àtodaacomunidade. 4. 3. 2. 1.

um prévioconhecimentodanarrativa). trechos, alguns perguntando a em eles como pára acham e que a lê história professorvai continuar, (o instigando interpretação para “paradas” com Leitura Leitura dramática (comoseestivessem representando). Leitura emvoz alta. Leitura individual silenciosa. O professor podeusardiferentes estratégias para leitura dotexto: Hora daleitura Artes Artes – T ransforme os relatos coletados em histórias, teatro e desenho, que possam ser Trabalho eSeringal ANAJÁS: outrasHistóriassobre VOZES DA BORRACHA EM uma trajetória que revelauma trajetória tambémumchamado “tempo dariqueza”. construíram capitais, nascentes grandes duas das intendentes pelos impostos disciplinadores, modernizadores, discursos dos silêncio no vivendo mesmo que, realidades outras para atenção dar de esqueceu Mas Manaus. e Belém dominantes epicentros como consagrou Amazônia da ense emfunçãodealitambémespocaravidanosseringais. espaços.outros paraa - expressãosemelhante ganhou cenário constituição 1920 no até 1890 De produção gomífera esuacontribuição para ocrescimentoeconômicodoestadoPará. surgir nos livros didáticos a história de cidades como Anajás, com sua significativa na participação quinte dessas capitais, muito menos para falar da riqueza dos Barões da Borracha, mas para fazer humilde, deatossingelos, mastãofundamentais. sociais einfluênciapolítica. posições suas fizeram,por que mas aquilo por heróis,não tornaram se que homens de bonança, nos mostrando apenas um lado da acabaram e história da escrita na padrão tornaram se que imagens e casos livros nos encontrar livros didáticos Embora o jeito de escrever história tenha mudado, ainda é comum encontrarmos nos encontrarmos comum é ainda mudado, tenha história escrever de jeito o Embora Em um dos períodos mais prósperos gerados pela economia da borracha, a história história a borracha, da economia pela gerados prósperos mais períodos dos um Em de histórica trajetória possui Marajó, de ilha da coração no cravado município Anajás, Reporto-me aqui ao período da borracha, não para falar de Belém, Manaus, do luxo e re- gente de miúdas, simples, coisas das aquela história, da parte omitiram-nos isso Com os fatos históricos a daquilo partir que se considerou mais importante; é recorrente istória, História, geralmente o lado grandioso, da riqueza, da fartura, da Mônica Malcher Mônica 11

77 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 78 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES as experiências vivenciadas porseupai: naeconomiadaborracha. sua importância e cidade da beleza revelandoa cruzam se narrativasPará. e do período borrachaFotografias do de produtores maiores dez os entre estava Anajás XIX século do final o até Weinstein,Bárbara Segundo tempo. esse sobre construiu historiografia a que imagens recuperando Amazônia, da com a necessidade dos seringalistas, eramcom anecessidadedosseringalistas, dafloresta. alocadospara nointerior osseringais, cidade eram hospedados em uma casa que ficou conhecida como “Pouso dos Arigós” e de lá, de acordo Anajás, viveuna margemdireitadorio láatéos100anosdeidade. morandoque, Arigó foiJoão conhecido definitivamente. mais o nordestinos,imigrantes os Dentre estabeleceram se aqui e terra sua para voltar mais puderam não sobrevivência, de dificuldades as dadas Entretanto,vida. de condições suas melhorar de esperança a com e seca da fugindo que acidade, embora pequena,apresentava características deumacidademoderna. ado possuía uma sede administrativa e despontava de um chamado tempo de apogeu, tempo em povoo Menezes,que Fernandesde em período 1908, em Anajás em chegou que nordestino um - gomíferaque ariqueza fez nascereembelezou umacidadenocoração dailhadeMarajó. as narrativas de Seu Alfredo, reconstituem Anajás em um período próspero de sua história, confirmando O depoimento de Alfredo Menezes, 70 anos, filho de seringueiros, dá conta de recuperar história contextualizá-lana iremos riqueza da tempo um em Anajás Paracompreender Conta Seu Alfredo Menezes que os nordestinos, chamados “arigós”, quando chegavam na na chegavam quando “arigós”, chamados nordestinos, os que Menezes Alfredo Seu Conta Amazônica região a para vieram que nordestinos tantos entre um foi Fernandes José José pai, seu por vivenciadas experiências as revelam Alfredo Seu de lembranças As Imagens recuperadas de Anajás desse tempo e depoimentos de gerações mais novas, como sem comércio, aíficoudesprezada”. da pele de animais silvestres. Então, veio e a crise cidade foi decaindo, ficou ca, alfaiataria, tinha tudo e, essas coisas, eles viviam da borracha e que de antes tinha sido uma cidade, tinha banda de música, comar- contava pai meu (...) riqueza da tempo no aqui chegou pai “Meu os homenscolhiamoleite, procuravam mulheres ecrianças grandes quantidadesdesementes. envolviaque família,atividade a enquanto de toda pois período safra, a com acordo de coletados do maracajá, omaracajá-açu era quedava maisdinheiro”. viado,de e lontra de jibóia, onça, fantasiade a também entravamtrazia aqui.que vapornós Mas a barcos patrão,compravaaqueles nosso ele abastecia tiravavendiapro e nós e semente, lenha toda produçãodaborracha emaisassementesaresina”. ro, comocontaSeuEuclidesdaCosta,76anos: dência o passado amazônico, onde a riqueza da floresta não se sobrepõe à pobreza de seus para ahistória. habitantes, masquenemporissodeixaram deserimportantes de pobreza à sobrepõe se não floresta da riqueza a onde amazônico, passado o dência famílias anajaenses, comdestaquepara aproduçãodeóleopatauá. extraçãolátex.vegetaisda das complementavamdo produtos nas economia outros a de coleta A ape- constituía se não seringal no vivência atividades.A outras estavamenvolvidoscom sempre famílias com a extração do látex expõe como era enganoso o negócio da borracha; para sobreviver silvestres.animais vendade a couro e de oleaginosos frutos de coleta a envolvimentocom O das complementada era que látex,atividade extraçãodo sobreviviamda ainda ribeirinhas munidades lhes cargospúblicos, tendoemsuasmãosogoverno domunicípio porduas vezes cadaum. renderam- aquisitivo poder e influências região.Suas da seringais importantes mais e maiores dos muitos homens como os senhores Agesilem Donato de Araújo e Wagner Montezuma Tabosa, donos A extração da A coleta de vegetais sempre foi atividade paralela à extração de látex; os produtos eram tinha não morava nós “Onde afirma: anos, 67 Freitas, de Gonçalves Cipriano Seu E As histórias desses homens que viviam nos subterrâneos do subterrâneos nos viviam que homens desses histórias As da, enodiadaquinzena obancochegava elevava todaaprodução.” do corte, ia colher o leite, uma, duas, três horas, conforme o tamanho da estra- Anajás também teve seus barões da borracha; mesmo em fins de produçãoenriqueceudeborracha; fins dabarões teveemtambém Anajásmesmoseus Seu Manuel Beato dos Santos, 58 anos, nos conta: Apesar do declínio na produção da borracha nas primeiras décadas do século XX, as co- mesmo. Primeiro, de manhã bem cedinho, quando a gente chegava gente a quando cedinho, bem manhã mesmo.de Primeiro, borracha muita mas muita, tinha tempo naquele mas seringueira, riscar foi trabalhei e vi eu que produção primeira a tempo, “Naquele evea brasiliensis evea H eraárduo, um serviço de pouco lucro para o seringuei-

“No dia da quinzena nós descia com glamour deixaram em eviem deixaram -

79 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES 80 HISTÓRIAS DE VILAS E CIDADES • • • • • • • Atividades • • • • • • • • • • • para atividades: partida de ponto de servirem ou debatidos ser podem temas seguintes Os Trabalhando como Texto Paradoxo amazônico: epobreza riqueza Desenvolvimento sustentável Depredação domeioambienteesuapreservação epreconceito Discriminação Trabalho infantil Trabalho escravo dascidades Formação histórica Vegetais abundantes naregião Formação étnica/cultural domunicípioParticipação naeconomiaparaense Formas detrabalho Construção depainéis Construção Paródia Dramatização Discussão emsala detextoConstrução Pesquisa emlivros, internet jornais, Entrevistas III PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL GRANDE HISTÓRIAS DA COBRA apegar ao chão. Por fim resolveu arrancar, mesmo arriscando quebrar um pedaço. E lá veio ela, veio lá pedaço.E um quebrar arriscando arrancar,mesmo resolveuchão. fim Porao apegar cafeeiroteimavado voltaque galhinho escarafunchouem coisinha um e da quebrou se em Maria tudo o que prestava lá para casa do doutor, mas agora notava que ainda sobrara muita coisa. Dona vez queroçaram oteso, tinhamachadomuito bonequinhodebarrojuntoaoutras cacarias. Levou última da macaxeira.que Lembravahavia ainda se ver para roça à ido tinha Maria chuva.Dona pela brotavarecém-molhado que barro caretinha do uma de não,pedaço um verparaeramelhor abaixar assim, que qualquer hora dessas não levantava mais. Mas agora não era para pegar peso Acervo MuseudoMarajó,Acervo foto deJoão Ramid. Dona Maria se abaixou para ver o que era. que o ver para abaixou se Maria Dona deles mesmos. Aqui não havia bois, búfalos, cava-búfalos,bois, havia não mesmos.Aqui deles além nada trouxeram não chegaram que primeiros os que é certo o Mas furos. os margeando Sul, pelo arquipélago;vieramdo se rios de labirinto traramo de uns cinco mil anos. tempo.Coisa muito muito, há ilha à chegaram que o bichinhopara casa. mais pra fazê na vida”, pensou Dona Maria. E levou nada e imaginação tê cabeça.pra da gente alto “Ô no crista uma ainda tinha esse E outros. os como uma cabeça de monstrinho meio gente, meio bicho, orte, costeando as ilhas, ou se vieram pelo vieram se ou ilhas, as costeando Norte, doutor tinha dito que ela não devia se devia não ela que dito tinha doutor O s rmio mrjaa frm aqueles foram marajoaras primeiros Os Era uma Vez... Não se sabe por onde aden- Denise Pahl Schaan Pahl Denise 12

83 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 84 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL mento.pressa.sem casas as construir iam Depois acampa - montar para seco lugar um arrumar que tinham chegavam, dias.Quando dois de mais lá iam as famílias arrumando as trouxas e se acomodando nas canoas. A viagem era longa, durava apanhados atécompaneiros. ser podiam peixes os baixando, águas as chuvas, das raridade a verão, do avanço o Com dia. de peixes que brigavam pelo pouco espaço que restava dentro da água que escasseava dia após alagadastraziamos galhosdasárvores para juntodasuperfície. que frutas as comendo inundados, campos pelos espalhavam se inverno,onde no desovar para lhoravam.cabeceirascabeceiras,especialmente. as Nas para peixes subiam os que Aprenderam pegá-los.ficavadifícil e água facilmente.muita apanhados Era ser podiam não e nadar para água muita peixestinham os subiam, rios os e inverno era Quando enoscentros, nomangueenaterrados rios firme. Por muitos séculos. beiras nas florestas, nas campos, nos cachimbos.- e ilha nequinhos da lugares vários em Viviam bo- uns também e barro de panelas faziampanos, batata-doce...e Faziamalgodão,arroz, redes que existem até hoje: jacaré, paca, capivara, pássaros, tartarugas. Plantavam mandioca, abacaxi, e começaram a fazer outras coisas. Caçavam os bichos que encontravam para comer, os mesmos ininteligível enquantocontinuava aralar amacaxeira. que talobjetofoi usadooutalpessoaviveu. Simples assim. Asenhora entendeu?” Então, basta contar a quantidade de carbono que sobrou e fazer o cálculo para saber a época em começa a diminuir. É como um relógio que é disparado quando a carbono pessoa, animal ou de vegetal morre.quantidade essa meio, o com trocas as e respiração a cessa e morrem que depois que, e respirarem, de fato simples pelo ambiente, no está que radioativo carbono de quantidade fragmento.radioativono carbono restou de que vivoscerta seres possuem os todos que Sabe-se conteúdo o analisam especialistas os onde Unidos, Estados nos lá laboratório um para enviados são que queimadas, sementes e madeira de pedacinhos antigos de partir a acontecimentos dos eles não deixaram nenhuma coisa escrita?”. Expliquei: “podemos conhecer as datas aproximadas se disso, saber podem vocês dúvida:“Como uma ainda tirar resolveu acreditar de antes to.Mas espanto, ouviu que sim; espanto porque ela pensava que não havia nada mais antigo do que Cris- Viviam emcasasespalhadasporaí,nosigarapés. queimadas. barro de panelas fazer para argila na misturadas moídas conchas Usavam ostras. quejáhaviamuito gentenaAmazôniamaisdedezmilanosantes. sepensarmos curto, tempo um recentemente, mais bem fora de trazidos foram que animais são que galinhas, ou los T entupiam se campos dos igarapés e lagos os baixar, a começavam águas as Quando sempre. para durava não pesca a que aprenderam mas pesca, a abandonaram Não fartura, muita e terra muitahavia porque cresceu, população a tempo do passar o Com Vivendo nasCabeceiras coisa alguma resmungou e incrédula.Abaixou-se meio cabeça a balançou Maria Dona Dona Maria perguntou se esses marajoaras eram mais antigos do que Cristo e, para seu e caranguejos peixes, de alimentavam-se pescadores: eram marajoaras primeiros Os odos os anos organizavam excursões para as cabeceiras. A chuva começava a rarear e peixeO faltava,não farinha...a e tinham bem, o final do inverno as coisas me- coisas as inverno do final No As mulheres então fizeram lindos potes de cerâmica decorados com os desenhos da pele da pele da desenhos os com decorados cerâmica de potes lindos fizeram então mulheres As protegê-los. iria diante, em dia daquele que, ainda movimentar.Disse se para espaço mais teria agora pois ela, para igarapé o limpado terem por agradecida estava cobra A coloridas. pinturas de cheio enorme, corpo seu com ela, para aparecido tinha grande cobra a que Contou sonho. resolveram dançarláemcima,mesmoexaustos, atéoamanhecer. que bonito e alto tão teso um virou barragem a passaram. se terminaram, semanas Quando mas mulherestrançavamas que buriti de palha de paneiros e incansavelmente.pau de pedaços Algu- famíliacomandavatudo.barro.chefesde mover o usavamdos para Eles Um sol a sol lhavamde poucos.aos vivermais.disso,consumindo sobrava Além irem peixe vivopara poderiam peixes os tempo.Assim, mais por água a reter e barragem uma fazer para igarapé do todos. Chegaram maisaágua. àconclusãodequetinhamdarumjeitoconservar pescar como havia não pois milhares, aos morriam peixes os e rápido muito secavam lagos os fazendoainda, mais misturavamque chamote o argila.à problemaOutro anos eraalguns em que mulheres iam fazendo com o barro bom, aproveitando ainda uns cacos de panelas que quebravam estocar. ta. pouca terra. Quer dizer, pouca terra no inverno, porque no verão, com as águas baixas,mas tinha mui- peixe, muito Era difícil. foi princípio no cabeceiras nas viver de decisão A cabeceiras. nas lugares. Umdiaresolveram queojeitoera ficar, para garantir amoradia. Acabaram ficando. melhores pelos competiam e rios outros de pessoas aumentava.Vinham concorrência a ano a fazer aspanelaseigaçabasalimesmo. trazido com eles. As mulheres gostavam muito do barro que encontravam nas cabeceiras. Podiam problema mesmo era ficar o ano todo.ano o ficar eraproblema mesmo O aproveitarhaviapeixe.que Ainda o todo negócio era fazer peixe seco, farinha de peixe... E guardar tudo nas igaçabas, que as que igaçabas, nas tudo peixe...guardar de E farinhaseco, peixefazer era negócio O o dia seguinte, aquela que era a mulher mais velha do grupo disse que tinha tido um tido tinha que disse grupo do velha mais mulher a era que aquela seguinte, dia No No ano seguinte, juntaram bem umas oito famílias e começaram a tirar o barro de dentro viver a passaram quando Cristo...Foi de nascimento do depois anos 400 a era já Isso ano mas anos, os aldeia.todos Faziama isso para voltar de hora era verão do final No s homens traba- homens Os Resolveram

85 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 86 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL muita palha de buriti. Dessa vez, além dos paneiros, resolveram usar armações de palha trança- palha de armações usar resolverampaneiros, dos além vez,buriti. Dessa de palha muita levaria comelaospeixes. estavaigarapé,que o limpar a raso.ajudar ficando ia fizessemnão isso,emborae Se cobrairia a igarapé.Isso do lado outro do teso um construíssem que mandava cobra:ela da ordens as eles todos se calaram. Ela disse que tinha sonhado com a cobra grande na noite anterior. Repetiu para taram-se no chão, formando uma meia lua. Enquanto conversavam, a mulher mais velha chegou e tinha desenhado a pele da cobra e sentou sobre ele. Em sinal de respeito, os outros homens sen- mília para conversar em frente da oca grande. Pegou um banquinho de cerâmica onde sua mulher do raso denovo. daquele e dos anos anteriores tinham carregado muito lodo para dentro do rio, que já estava fican- teso.enchentes outro As erguer em Pensaramfirme.então terra de espaço mais de precisariam subir a começassem águas as quando mas campo, no ficar podiam até enquanto Porapertado. uma pequena porção de terrapela descida recém das descoberta águas. resolverame rio do outros e ficar. teso,do baixa mais em parte Montaramuma em acampamento entende?” O restoéorecheiodaestória, tesos.moravamdos eles cima e cobraem da desenhos os com potes fizeramos tesos,eles os e é uma estória possível. Quero dizer, eles tiraram a terra do igarapé, eles construíram as barragens que agenteencontra nostesos, foi?” começava DonaMaria aacharqueascoisasfaziam sentido. folhas deburiti, edalinãosaíram mais. Foi assimquetudocomeçou. mesmos. eles eram que grande, cobra da povo o morar poderia só ali que e sagrado era local aquele que faloutrabalho o todo comandado tinha chefeque o dançarem, e caxiri o noite.beberem de Antes cobra grande, eoshomensfizeram querendeumuito peixe umapescaria para comeremnaquela Todos entenderam a mensagem. E sendo assim, uma turma partiu logo para buscar para logo partiu turma uma assim, sendo E mensagem. a entenderam Todos fa- de chefes os todos chamou trabalhos primeiros os comandado tinha que homem O Uns três verões depois da construção do primeiro teso vieram alguns parentes do centro O Povo daCobraGrande “Hum”... olhoupara orio, DonaMaria pensativa. “Não tenho como saber se as coisas aconteceram assim mesmo, Dona Maria, mas essa “A moça tá querendo dizer que foi o tal povo da cobra grande que fez os cacos e as caretinhas No outro dia ergueram uma cabana muito grande feita com com paus e barro e coberta * O lugar começou a ficar truído e isso explica porque tem tanto teso nas cabeceiras. Se bem que eu acho que essa cobra essa que acho eu que cabeceiras.bem nas Se teso tanto tem porque explica isso e truído da suapele, porque eleseram opovo dacobra grande. pintassem seus corpos de urucum e jenipapo. Que fizessem neles os mesmos desenhos coloridos eles que pedia peixe.ela muitoAgora dar-lhes e protegê-los sempre iria isso por que e ela para sonho.seu igarapé o estavalimpado que tinham vezdisse cobracontente,muitoporque Dessa a peixe efarinha, edançaram tomaram atéoamanhecer. caxiri neles a farinha feita com a mandioca que os parentes trouxeramtostaram do e centro.cobra da Naquela noite pele comeram da desenhos os com esculpidas eram paredes cujas barro, de pratos comemorar.alojar.festapara grandelindos se fizeram uma puderammulheres então As Fizeram meio do verão tava quase pronto. No final do verão já tinham até a construído casa, e os parentes descanso.sem quase dia, após teso,dia segundo o erguer para Trabalharammeses três por facilmente.mais pessoas duas por carregados ser podiam que padiolas, de forma em paus e da “Já vi onde isso vai dar”, comentou Júlio:vaicomentou isso dar”, onde vi “Já ano,cons- “Próximo teso parentes,outro mais E elesassimfizeram. No dia seguinte, a mulher mais velha falou que a cobra grande apareceu novamente em * Ilustração deAlexandre Jubran. No

87 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 88 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL parte da alimentação nessa hora, trazendo caça da melhor qualidade. Assavam tudo e comiam e tudo Assavamqualidade. melhor da caça trazendo hora, nessa alimentação da parte tinhamchegado aofim.do ossuprimentos contribuíam comboa Osparentesdocentroedosrios aparecia sópara elanosonho. Elascopiavam tudo direitinho, dojeitoqueacobra queria. explicava para as outras mulheres como eram os desenhos que ela tinha visto na pele da cobra, que de todo o tamanho também, e todos tinham que ser decorados antes da queima. A mulher maiságua paravelha beber. Eram feitas com paredes grossas e ficavam muito pesadas. Faziam potes e pratos inverno.juntavamnocomiamque aindapeixea quenelas guardavamfarinha Era de que nelas a superfície branca. sobre bonitos ficavammais pretos e vermelhos amarelos, desenhos pena.Os a valia longe. Mas os potes branquinhos depois de queimados era mais raro e às vezes tinha que ser buscado muito distante, remavam nas canoas quase um dia inteiro para pegá-lo, se preciso. mo, às vezes até de dentro do igarapé. Mas quando descobriam algum barro bom, que ficava mais cedo, logo que as chuvas dessem uma trégua. Um pouco do barro pegavam ali do perto teso mes- quando dançavam. poeira muita soltava não Assim endurecia. e queimava barro O casas. das piso o preparar iam faziamquando ateavamfogo.gravetosque e e jeito finos palha mesmo com Do cobriam seguida pisoteavam.Em chão.Depois no espalhavam duro.e Traziammuito barro chão o e limpo muito ficar que tinha terreiro O semanas. duas levavaumas preparação a mas noites, três e dias três mandioca para fazerem o caxiri - a cerveja deles -, para fazer a farinha e o beiju. As festas duravam começo,no meio,outrano verão.do fim outrano colaboravam, povoO rio do e centro do levando e nos centros e iam para as cabeceiras somente para as festas. Todo verão havia três festas. Uma moravarios ainda nos morarem.gente paramuita lagos Mas e igarapés outros procurassem que lias tinham se instalado, mas eles não deixaram que ficassem. Não havia espaço para todos, eles verão, passaram a erguer tesos também. Alguns vieram e tentaram morar onde as primeiras famí- no cabeceiras as para subir costumavam que e centros, nos e rios nos moravam que pessoas, grande asenhora acredita,é?”,brinquei. na rede. “Eu mesmajáouvifalar decobra muita grande, história elassãotraiçoeiras...” ainda vai aprontaralguma!” A primeira festa comemorava o fim do inverno e o começo da baixa das águas. Era quan- As grandes igaçabas davam mais trabalho. Era nelas que guardavam o caxiri. muito começavam isso Por mais. demorava igaçabas e panelas pratos, dos feitura A Mais alguns anos se passaram e a notícia dos da tesos construção se espalhou. Outras As Três Festas “Mas inum é prácreditá?Cumcobra grande não!” num sibrinca “Quer dizer que a senhora não acreditou nas minhas datas antes de Cristo, mas na cobra “Pois eu tô curiosa pra sabê o fim da história”, disse Dona Maria acomodando-se melhor O barro que deixava T ambém era boca dos guerreiros para colocar o tembetá e a perfuração das orelhas para colocar os brincos. E brincos de palha trançada que pendiam desses discos. Era e nessa festaorelhas que as faziam a para perfuração novosda madeira de discos Faziamcoloridas. sementes com enfeites de tipo o Para essa festa eles pintavam os durantecorpos horas. Faziam cocares de penas coloridas e todo bebida. e comida de cheias estavam igaçabas As sol. ao peixe muito secado e peixe de farinha campos.dos lugares outros em como rápido tão embora fosse água a que permitia não e peixes os para espaço mais deixava que retirado barro ao graças igarapé, sercomoeles. queriam centros, pudessem fazer o mesmo em seus potes. Queriam imitar o povopotes.grande.cobrao seus da imitar em fazer mesmo pudessem centros,Queriam o nos e rio no casas suas para voltassem quando que, para grande cobra da desenhos os fazer a temido.e povorespeitado muitogrande,eracobrao que da com tentavammulheres As aprender filhos seus de casamento faziamdo centros gosto também.nos e moravam que rios Aqueles nos reservatórios. seus afetava não campos os todos por águas das lago,baixada algum vera ou podiam teso,igarapéque e outro o limpado ou precisavam dospeixes desobedeceràcobra grande, enãoqueriam suaprotetora. eles também.peixesE os espaço,e rio.precisavade do Ela dentro para enchentes levadopelas era que lodo o tirassem anos os todos que existentes. já queria cobraos A aumentar ou teso um verão.daquele trabalho mais do planejamento dias.Construir faziamo vários Depois por carne a A terceira festa comemorava a fartura do verão.festaterceiracomemoravado A fartura a no e lagos peixehaviamuitonos Ainda A segunda festa comemorava o final dos trabalhos com a terra. Teriam então construído essa festa podiam acontecer alguns casamentos alguns acontecer podiam festa Nessa inham também feito muita feito também Tinham Ilustração deAlexandre Jubran. T odos

89 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 90 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL de reclusão dentro da cabana, no fim da primeira menstruação. As tangas de cerâmica deveriamcerâmica menstruação.de primeira tangas da As fim no cabana, da dentro reclusão de seriam usadas durante a iniciação das meninas, o que habitualmente acontecia depois de um mês as antigas tangas de palha de buriti trançado por outras feitas de cerâmica. As tangas de cerâmica substituir que teriam que disse grupo do velha mais mulher a antes, meninas.semanas Algumas dos trabalhos coletivos todooano. urucum e jenipapo, o menino deveria saber fazer trançados, caçar e não ter preguiça de participar sárias à sua sobrevivência. A menina deveria saber fazer cerâmica, cozinhar e pintar os de corpos provas que indicavam sua capacidade de sustentar a eles mesmos e de produzir as coisas neces- noivos,declaravamcasar.que de intenção sua certas por passar disso,que Antes tinham porém, próprios dos iniciativa da partia geralmente mas pais, pelos arranjado era casamento tenciam.O per- família que a e casar de idade em estavam que indicavam que corpos seus nos especiais pinturas recebiam iniciadas.Elas sido tinham que aquelas eram casar para disponíveisestavam de casar e podia-se aproveitar a festa do final do verão para realizar o casamento. As meninas que idade em grande.menina cobra alguma haviada povo Todo ano o o com casamentos dos gosto da listadeconcessões. estavaforapreguiça comer mas cortesia, de falta uma seria comer não que sabia eu perdoasse, me que Maria minutos.Dona poucos em assistentes meus devoradapor foi que adiante, iguaria a passei que preguiça infeliz da morte pela luto de sentimento um preguiça.com Foicomer para preparadaestava não caça, de tipo o todo comendo Marajó no anos de depois mesmo almente, temperos locais. melhores nos preparada coitada pobre a senão era não picadinho aquele e Maria Dona de casa que era. para poder ir embora. Meus assistentes vieram também dar uma olhada, mas eu já desconfiava o ver o que estava lá dentro sob os olhares atentos do moleque, que parecia aguardar minha reação nhora tirágosto”. as tangasdecerâmicaqueagenteencontra nostesos. Masissoeucontoamanhã. foi na terceira festa que começaram a fazer o ritual de iniciação das meninas, quando elas usavam Na noite anterior tinha visto a preguiça despelada e toda penduradaaberta na varanda da aquele ano algumas modificações foram introduzidas na cerimônia de iniciação das iniciação de cerimônia na introduzidas foram modificações algumas ano Naquele faziam muito rios moravamnos que e pessoas centros antes,as nos dito tinha já Como A IniciaçãodasMeninas “Conto sim,podechamar”. Seu Custódiopara ouvirtambém”. o chamar ia ela que noite, à hoje estórias mais contar vaisenhora a se saber quer “Ela “Quero sim,dizpara elaquetomonoalmoço”. perguntouseasenhora queraçaí”,omeninojásepreparava”Dona Maria pra voltar para casa. re- eu, e gente, quase era vez sua por que macaco, um quase era preguiça mim Para Agradeci enquanto desamarrava o pano que cobria o pote plástico, abrindo a tampa para se- pra fez ela que picadinho um é senhora, pra isso entregar mandou Maria Dona “A * entranhas, não de sua boca. suas de sair parecia que agudo muito canto um cantavavelha mais mulher a enquanto círculos, em dançaram e jenipapo de pintados corpos seus com vieram, homens Os maloca. grande da porta a dava onde para praça da torno em reuniram se todos noite, a caiu Quando corpos. seus cerimônia. da hora na sairiam só onde de maloca, grande da dentro fechadas permaneciam meninas As teso. do volta em acomodando-se lugares, outros de gentes as chegar a começaram meio-dia a Ao festa. para suficiente ser deveria que caxiri, preparado haviam mulheres as semanas Por banhar. pois issoera considerado panema,umgrande azar. cerimônia, da antes tangas suas em deveriamtocar não tangas.meninas as As queimar e pintar secar,moldar, para dias queimadas.vários Levaramde depois vivo muito vermelho um em tava velhas tangas usariam sem nenhum desenho, mas banhadas com uma argila especial, que resul- pertencia.famíliagarota mulheresda mais a As desenhos que os erama colocados disso Abaixo da concepção e nascimento. Abaixo deveriam ser pintados os desenhos da pele da cobra grande. a vagina, com dois retângulos inclinados de lado a lado que representavam as pernas no momento veriam colocar os desenhos das mulheres: um retângulo com um traço no meio, que representava deveriamfeitosser ali. deveriatanga da frente A partes.três em dividida ser faixaNa de- superior que desenhos os sobre explicouvelha mais mulher a secas, corpo.de ao Depois atá-las iria que cordão o passar pudesse se que para foramfeitosfuros ali e foramarredondadas peças das des triangular, mas com a curvatura necessária para que melhor vestissem as meninas. As extremida- forma de feitas ser deveriam tangas misturada.As bem muito e impureza qualquer de limpa ser ser feitas de acordo com o corpo de cada uma, para não ficarem muito incômodas. A argila deveria Quando chegou o grande dia todos se acordaram muito cedo e foram para o rio se rio o para foram e cedo muito acordaram se todos dia grande o chegou Quando o meio da tarde as mulheres mais velhas entraram e começaram a pintar a começaram e entraram velhas mais mulheres as tarde da meio No T odos se calaram para ouvi-la. Quando ela finalmente terminou, duas Tanga marajoara, MuseudoMarajó, acervo foto deJoãoRamid.

91 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 92 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL igaçaba com a mesma argila das tangas vermelhas a Pintaram cobri-la. deveria que prato bonito um também Fizeram aberta. bem borda a com e largo e comprido pescoço o com globo, grande um de velha ia ensinando. A igaçaba deveria ser na forma a que o com acordo de pote o construir a e argila limpar a ajudaramtodas.Todas de igaçaba maior fazera iam teso,pois do mulheres outras as todas lado dofilho, masachoumelhorobedecer. do sair queria grande.não muitomulher igaçaba A fazeruma precisaria pois argila, muita pegar fosse que disse lhe e garoto do mãe a então chamou lha pensar.para banquinho seu ve-em foimais mulhersentar-se e A mata. triste muitochefe ficou O e lhes disse que nada mais fazerpoderia porque ele tinha sido enfeitiçado por um da ruim espírito para fora da casa. jogou as e estatuetas algumas de cabeça a quebrou entranhas.fim Porsuas de vir parecia que triste, música uma cantando menino o sobre chacoalhou as e estatuetas, das corpos os ocupar menino,lado,o seu ao chão.outrasenfileirou no viessem protetores Pediu espíritos os que então sobre levassemlá.pendurou paraque ela todas e Algumas casa em tinham que cerâmica de tas cia muitas ervas e rezas, para que o curasse. Ela então pediu que reunissem as pequenas estatue- delirava,incompreensíveis.coisas conhe- grupo,dizendovelha que do mais mulher a Chamaram estivessem crescidos. casar. daípoderiam Apartir já cabelos seus quando cheia, lua próxima na sairiam só onde de maloca a para reconduzidas foram e raspados cabelos seus tiveram meninas as disso, rio.Depois no banhar se foram todos e praça, da centro no cacos os vermelhas,jogando cerâmica de tangas quebraramsuas também completado.velhasse mais tinha mulheres adulta As vida a para passagem a que de sinal como quebradas, e retiradas foram tangas suas sol do nascer o sob e, malocas das retiradas foram inteira.noite a bebeu e comeu povomaloca.dançou, O cada uma foi vestida com a tanga feita especialmente para ela e foram levadas novamente para a pintados, preenchendo as faixas de urucum com triângulos pretos, pintados com jenipapo. A seguir os demais dançaram em volta delas por várias horas. Depois disso, seus foramcorpos novamente bebessem.elas paraque banquinho,deramum caxiri em sentou-se uma cada seguir A enquanto disso Depois verticais. riscos fazendo urucum, o com corpos seus pintou velha mais mulher A povo.o para costas de ficaram onde praça, da centro o para trazidas foram Elas máscara. uma por cobertos rostos os com e nuas completamente meninas, três seguravamas se qual na faixa da maloca grande,porta que estava franjaspor compridas de buriti e coberta puxaram uma longa a abriram vermelhas, tangas vestindo urucum, de pintados totalmente corpos os com mulheres A mulher mais velha então pediu ajuda de ele e doente.estavamuitoquente muitochefecabeça ficou do Sua filho o dia, belo Um O Enterro daIgaçaba No dia seguinte, como o menino não melhorasse, ela chamou seu pai e sua mãe o outro dia, ao amanhecer, as meninas amanhecer,as ao dia, outro No que queríamos encontrar naqueles objetosdebarro. memórias as e nós entre forte mais elo um criado tinham estórias aquelas maneira, qualquer De a distância, e pensei que não importava muito se as coisas tinham acontecido daquele jeito ou não. embarcação se afastava dei ainda uma última olhada no teso que ficava para trás, diminuindo com barco.nossa no Enquanto coisas nossas colocávamos e outros dos despedíamos nos enquanto esses sítios”. E também já sabe da de importância preservar tudo isso para que possamos continuar estudando aí...por encontra que estatuetas as igaçabas, as tangas, as serviam que para sabe já senhora a agora menos pelo mas aconteceram, coisas as exatamentecomo saber como temos não porque imaginação,muita verdadee de pouco um tem contei eu fazerletamos,que datações... estória A co- que material o analisar escavações,fazer que temos passado no viveram pessoas as como pesquisa. Quem sabe se até lá já não teremos novidades? A senhora sabe que para conhecermos que osíndiosdostesosforam embora daqui?” colocavam pratos comcomidaseacendiamumfogo para espantarmausespíritos. igaçaba da emborcado.Junto prato um por cobertas sendo boca, a até enterrada igaçaba, uma que esquecessemsuastristezas. daquelediaafamília domeninoadotouopássaro. Apartir Ela disse que o menino havia se tornado um japiim, um pássaro que estaria sempre cantando para pousar sobre a casa do chefe. A velha mandou então que fechassem a e urna que a enterrassem. de antes vezes, três praça a sobrevoou todos, de atônitos olhares os ante vaso.E do borda na empoleirando-se dali, saiu vermelha e preta plumagem com bonito, muito pássaro um praça, da centro no igaçaba a sobre bateram sol de raios tratavaprimeiros se os que quando e,verramdo pássaro.um de velhacanto a o sol ouviu-se o dentrodela nasceu de e igaçaba a abriu Todosvie- seguinte.dia Quando o até ficou ali e casas suas fossempara todos imóvel.que mandou Depois igaçaba a sobre mãos as com batendo vezes às horas, várias por cantou e volta em sentassem todos que tampa.mandou velhafosseuma A se como cima, em emborcado prato o colocaram e dentro,ali sentado menino o igaçaba.Acomodaram da dentro colocassem o que e trouxessem o foique dor tesos.de outros nos e grito naquele ouvido estavamenino O morto. velhaA que pediu praça.da meio no outro dia tiraram as cascas do entorno da igaçaba e limparam-na muito bem. Colocaram a igaçaba foramdormir.eles queimar No de parou horas fogueira.várias grande de uma depois do Quando igaçaba. Começaram a colocar fogo nas cascas lentamente e depois de uma hora tudo tinha vira- da volta em tudo juntaram e caraipé de casca muita Pegaramqueima. a fazer fossem que para o que a mulher mais velha pretendia. Quando foi de madrugada, a velha acordou a mãe do menino urna. Então deixaram secar por três dias. Enquanto isso o menino só piorava e a mãe não entendia e poliram tudo muito bem. Depois fizeram os desenhos da cobra, assim esculpidos, no pescoço da “Mas vocês já vão embora? E o final da estória?”, queixou-se Dona Maria. “Quando foiMaria. “Quando Dona queixou-se estória?”, da final o E embora? vão já vocês “Mas Dona Maria estava um pouco decepcionada. Deixei-a absorta em seus pensamentos seus em absorta Deixei-a decepcionada. pouco um estava Maria Dona “Há muita coisa que não sabemos, mas vamos voltar no próximo verão para continuar a Depois desse acontecimento, cada vez era morria que sepultado alguém em importante esse momento, a mãe do menino, que tinha ido ver como ele estava deu um estavadeu ele como ver ido tinha menino,que do mãe momento,a Nesse *

93 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 94 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL deixando queoroncodomotormeembalassesono. olhos, fecheios e rede na acomodei me então passagem, nossa com abria se que rio o cinza de arqueológicos que lhes apresentei tantas vezes. dados nos que inventadado estória na atenção mais prestado tinham rio do curva daquela soas talvez agradecendo pelo papel que lhe dei na estória. Sorri por dentro pensando em como as pes- 7. 6. 5. 4. 3. 2. 1.

A partir dotexto lido,A partir quala “moral dahistória”? para opovoQual osignificadodapintura corporal notexto? descrito Como areligiãoserelacionaàcultura? Que aspectos da estória descrita possuem relação com fenômenos religiosos? dasinformações Descreva dotexto.O queéumritual? apartir umritual Como viviamospovos dascabeceiras? Oquefaziam? Noqueacreditavam? trabalho do arqueólogo? texto,no contidas informações das vocêcomo descrever pode partir A o Quem éonarrador dotexto? Trabalhando como Texto Ouvi um canto de pássaro que não podia identificar e perguntei-me se não seria o japiim, Naquele momento uma nuvem tapou o sol e tingiu Arqueológica nasÁguasde Anajás DE ÍNDIO”: Descoberta “MEXENDO COMCOISA as mais belas e em perfeitas conservação iam di- iam perfeitas conservação em e belas mais as que sendo peças, muitas contrabandeou nhecido desco- mergulhador o local, no guarda montou e era rentável. transação a negociação, a com acordo de lasse osci- preço o Embora mercadoria. pela possível teressadas que pudessem pagar o mais alto valor in- pessoas de busca em mergulhador do sacola na cidade pela começaramcircular cerâmica a de dentro dorio, em2004. cidade, à frente em encontradas cerâmica de ças pe- nas materializada mas escrita, sem contada história uma Anajás,não de história da pouco um que foi mergulhando que um homem trouxe à tona sei. Não narrativa? uma construir se para necessários são mergulhos Quantos gulho? mer- aventurasde suas sobre contar pra tem dor Imagine quantas histórias um mergulha- Até ser proibido pela polícia, que isolou que polícia, pela proibido ser Até Cuias, potes, botijas, estatuetas e cacos que sei é sei que O Mônica Malcher Mônica 13

95 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 96 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL desses artefatos que se tornam fatos emnossa memória. quesetornam tãofortes desses artefatos contrabando e saque ao combate de soluções mergulhos desses emergir fazendo patrimônio, mergulho,nosso devemos preservar a ajudem nos que práticas em agoracontinuarmergulhando etãocomplexa.tão rica de capazesevidências e sinais de busca em profundos, mais ses fragmentos da história que nos pertence e da qual fazemos parte. Isso nos instiga a mergulhos posta de peças de um mosaico, que seria completo se não fossem os saques e contrabandos des- quebra-cabeçasque, montado,quando desejado.algo de mostraimagem nos a com- é história A encontra nostesosdoscampos. Issonosinstigaamergulhosmaisprofundos. se que e “marajoara”chama se que a cerâmica bela a produziram que mesmos os eram que é ocupamos. hoje que lugar passado,mesmo tempo o algum ocuparamque, em habitantes de história na mos emuito menosinteressadosestavamses artefatos dolugar. damemória pelapreservação es- possuem que valorculturalpreocupavam o se com nada em que homens de desonestidade a e que ali costumavam tomar banho. A curiosidade e a inocência desses meninos despertou a ganância a palheta do barco, a terra foi revirada e fez aparecer algumas peças encontradas depois por meninos lhador, levou delápeçasvaliosíssimas enãomaisvoltou. retamente para Belém para serem negociadas. Há quem diga que um homem, parceiro do mergu- Como dizia o ditado “Quem entra na água é para se molhar” e como já demos o primeiro um como encaixar-se a história nossa de peças descobrimos mergulhos, tantos Entre mergulha- homem aquele com junto foramfeitos,e mergulhos muitos ali que é certo O Tudo começou quando um barco encalhou em uma prainha e, na tentativa de desencalhar T eriam sido eles eriam os índios Anajazes, mencionados pelos missionários? dar conta dessa história marajoara história dessa conta dar Cerâmica encontrada dentrodorio O que se sabe castigo, pelafalta derespeitocomosantepassados... em é mesmo acreditava se que o mas mergulho,para adequado equipamento de falta da causa por talvezduro, todo corpo o com e ar de falta de crise com emergiu ocasiões, dessas uma Em morrer.de escapou vezes duas por tesouros... Porde sorte, existência na acreditar fazia lhe que tesouro.um protegendo encantado de história alguma contavam pessoas as onde res luga- costumavanos porque mergulhar sobretudo encantos, é “bolir”seus índio com de coisa em mexerpraticando,pois anda que ações más das consequências são vitiligo, de sofre pois corpo, cerâmica e as espalhou por aí vendendo, trocando, destruindo. Muitos dizem que as pintas de seu de peças tirou lugares diferentes mergulhar.Em a voltava homem o relaxavam, policiais os que cializá-los. Depois que denúncias foram feitas, proibições e intervenções aconteceram, mas assim locaisnomunicípio.de embarcações, mergulhou emvários namente apareceu por lá para procurar hélices que caem dos barcos. Contratado por proprietários O HomemPintado Conversas assim eram comuns na cidade quando um homem que mergulhava clandesti- Acontece que, em sua atividade, encontrou artefatos de cerâmica e começou a comer- a começou e cerâmica de artefatos encontrou atividade, sua em que, Acontece — — — — — — — — — — — — Mas isso não vale é nada! Ele não devia é tá mexendo com essas coisas, e por isso isso por conta. e sua da coisas, é não essas que com no mexer mexendo tá tanto é de devia não pintado, Ele todo tá nada! ele é que vale não isso sei! Mas não peça? eu cada também! isso tira Ah, vende E que é vende? e Quanto compra mesmo Ele vende? Quem compra? Quem ão sei o sei Não Anajás

97 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL Maquetes Desenhos demuralConstrução detextosConstrução Entrevistas Atividades Educação Patrimonial Situação atualdospovos índigenas A escolhadaprofissão Contrabando depeçasarqueológicaseobras dearte Narrativas Valorização local dopatrimônio Ditos populares Herança indígena Temas paradiscussão Trabalhando como Texto ARTEFATOS veram nossítiosarqueológicosequeencontraram objetosantigos. por pessoasquejáescutaram através deseuspais, avós oubisavós. sendo a descoberta de partir narrativas feitas por moradores que são verdadeiras estórias vivas, e ouencontro.mitério Algunsdessesjáforam explorados, outrosaindaestãointactos. vai Ahistória são locais que foram antigamente ocupados na forma de aldeias, acampamentos, ou locais de ce- época. essas informações aseusdescendentes. transmitir possam eles futuro no que para município, seu de arqueológicos e culturais tóricos, eimateriais. materiais seuspatrimônios depreservar que aindanãosabiamaimportância populações novas com junto e arqueológicos, sítios nos praia, na barreiro ao junto perdida ficou povoque desse história a contar vemtextoformou. ChavesEsse se de cidade a religiosas, sões ram em combates com os pereceram portugueses, de doenças ou foram levados para outras mis- suas lendasaindaestãopresentesnopovo local. quemorre- ComodesaparecimentodosAruãs, e costumes história, Sua Aruãs. denominada indígena tribo uma vivia litorânea, área na quanto Mexianae Caviana ilhas povomunicípio,nas chaviense.do neste tanto nhecimento que Sabe-se s artefatos encontrados e retirados do solo se encontram em sítios arqueológicos, que arqueológicos, sítios em encontram se solo do retirados e encontrados artefatos Os município de Chaves possui muitas riquezas históricas, porém ainda não é do co- do é não ainda porém históricas, riquezas muitas possui Chaves de município O Suas histórias se compõem atravésnarrativascompõem das se esti- desenvolvidas que histórias pessoas Suas por determinada uma de pessoas as viviam como conhecer permitem antigos artefatos Os his- patrimônios os preservarem para discentes nossos educando estamos Atualmente Maria de Jesus de Oliveira Brito Oliveira de Jesus de Maria 14

99 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 100 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL (Valter Abdon64anos, 26/08/08) enterrando para protegersuasheranças edepoisatéperdiam,commedodacabanagem...’’ iam e latas umas de dentro colocando ficavamescuro,iam e luzesno e as guardavam jóias suas nagem passou por Chaves, que os cabanos passaram aqui na praia e que as pessoas apagavam mortos...’’ os enterrar onde tinham não índios os que acho indígena, cemitério um era que acho eu índios, dos osso eram que dentro,diziam ossos esses com Belém para viajaram dentro;igaçabas essas qual] na administração do prefeito Rodolfo Chermont, acharam duas igaçabas grandes com ossos lembra não [ele prédio um construindo estavam quando igaçabas; e moedas achavam pessoas muitas e ilhas, nas quanto cidade na tanto Aruãs, índios dos aldeia uma haviaChaves em “Aqui adulto:e adolescente era já quando mesmo e escutavacriança que quando histórias muitas pete re- Chaves.ele de relato filhos seu são Em também que Demétrio, Abdon Nazaré e Leão Abdias senhor Valter Abdon, nascido em Caviana em 15 de dezembro de 1944, era filho de filho era 1944, de dezembro de 15 em Caviana em nascido senhor ValterAbdon, O a minha mãe contava que eles enterravam com medo da cabanagem e que a caba- pessoas antigas que enterravam também, e achavam jóias de ouro, como cordões, barreiro,encontradasno eramde são antigas que moedas moedas essas “...essas outras louças, vasos, coisasquebradas demuito tempo, porémosossosaindaexistiam...” las grandes igaçabas com restos de ossos, eles imaginavam que eram dos índios, tinham também grandes que quando derrubavam, eles iam tirar os troncos das árvores, nas raízes estavam aque- Espíndola, contava. Marileide Abdon,nascidanacostachaviense,Marileide queseuavô, escutouasestórias Antônio não eram, deviam ser dor portugueses ...”não eram, deviam serdor portugueses ralmente eram verdes e azul, e nós brincava como se fosse óculos, dos índios ge- grosso,muito e bonito muito vidros tinha cerâmica, de feitas coisas eram bilhas, das gargalos e orelhinhas aquelas muito encontrava gente a redondo tinha tanto, sabe bilha tipo tijolos, de restos barreiro no achava também “Eu pessoas comumcustodevidaaltonaépoca...” existiramjá aqui porque é jóias, moedas, louças, aquelas existia se “E va interessanteosdesenhosquenãosãomaisencontrados hoje...” pode ter a idéia que eram prato, porém outros não dá para saber, gente acha- a algumas quebradas, porcelanas muitas encontrei ainda “Eu tambémrelataobjetosencontrados nobarreirodapraia:Marileide árvores muito grandes, árvores centenárias, que a gente diz, as árvores eram tão eram árvores as diz, gente a que centenárias, árvores grandes, muito árvores que tinha trabalhado na pista de pouso e falava que lá, quando foram desmatar, eram “Meu avô sentava junto aos netos e contava muitos coisas interessantes; ele contava prefeitura eninguémsabiaoseuparadeiro.” a para levavam que dela, dentro areia e dentro osso tinha só igaçaba achavam quando que notícia a corria índio, de igaçaba achavam que dizia irmão meu o ta, pis- nesta trabalhou que daqui gente tem “ainda pouso ram igaçabas debarro, sãoasbotijas...’’. acha- índios, dos era que acho eu índio, ribanceira quando vi um vidro, ele tem uma figura da de perto praia da Vinha “... pintado debranco nomeiopra baixoébranco”. que tem botija de barro, tudo de barro e tinha um que era barro...ilhadodentro de oumato dolado nessadoilha da cidade, relata que “... tem um lugar que se chama ilha Ele lembrou ainda da construção da pista de pista da construção da ainda lembrou Ele Artur Abdon, de 83 anos, chaviense e morador

101 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 102 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL de seutioAdolfo Figueiredo, chamadodeJoãoBrás: localidade chamada Turezino. Ela conta sobre um sítio arqueológico que foi encontrado no terreno gistério, atualmente residente na cidade de Chaves, que, porém, antes, morava na ilha Caviana, na Ela também lembra que seu irmão Edisontrabalhou naescavação:Ela tambémlembra queseuirmão mas oresponsável mesmoera oMateus...” escavando,estavaPaulo, que São moravaem que Luís do lembro vê, Adolfo tio o era que dono o nem deixou não ele preta, totalmente era não ela parda, meia era porque acho vê, ninguém deixou não ele que tevelá que uma só aí nho eu ainda vi alguns, tudo de barro, tinha uns que já estavam se desfazendo, tio Adolfo, só que tava todo pretinho aquele material, tipo bonequi- ram e levaram muito, bastante no João Brás, bem atrás da casa do “Aí apareceu um rapaz que disse que ia fazer uma pesquisa; tira- T ambém nos concedeu uma entrevista a professora Edvone Valadares, formada em Ma- por motivos dosgerentesmaioresnãodeixarem”. masnão tinham conhecimento domaterial que tinha dentro delas, tamanho,quandochegavamaí grandesnas estavam cheias, terra estava bem úmida, solta, aí encontraram duas do mesmo “eles diziam que, quando chegavam próximo à igaçaba, aquela ilha tembastantecoisasinteressantes.” essa professoraque digo lhe eu lá, passei eu que vez última a e primeira a foi essa cabanagem, da tempo do e índios dos tempo do era que disse ele aí aquilo era que o tio meu pro perguntei cavara cheguei eu não caçada, eu uma dá fui eu que disse lhe eu como rápido passei eu porque paisagens, umas tipo desenhos uns tinha letras, as entendi não eu que letras umas tinha assim perceber, pra dava não tempo, muito passado tinha já mas sim, desenhos uns tinha né, época, na aqui por sobrevivente algum passou que perceber mim pra deu menos, ou mais centímetros 40 duns assim, altos mais potes uns assim tipo outras e prato, um arruma alguém como estilos do no tronco duma árvore de Urucuri, tava assim arrumada no tronco das árvores aquelas gamelas mas coisas que eu vi lá umas gamelas assim, eu chamo gamela eu não sei o nome ideal, arruma- ológico nailhaMexiana: brósio. Passou 10 anos nesse local. Ele lembra o local em que trabalhava quando viu o sítio arque- de nomeDaniel: relata o acontecimento que ouviu de seu pai sobre o São Benedito, que foi achado por um caboclo ele Caviana, ilha da fazendeirosgrandes dos um Lobato, Angelino de de Caviana.Filho Pracutuba, localidade na morar foi criança, era ainda Quando Caviana. Goiabal, de localidade na ceu Darlindo Eugênio dos Santos,dos Eugênio anos,38 Mexiana,Darlindo ilha na nasceu Fazendana Am- Santo Sítio Arqueológico naIlha Mexiana (IlhaGrande) Entrevistei o senhor José Peri dos Anjos Lobato (conhecido como Zé Lobato), que nas- que Lobato), Zé como (conhecido Lobato PeriAnjos José dos senhor Entrevistei o São BenditodoPracutuba, SítioArqueológico Pracutuba grande eu vi coisas que me chamou atenção eu tinha curiosidade de perguntar algu- perguntar de curiosidade tinha eu atenção chamou me que coisas vi eu grande ilha nessa lá e Grande Ilha de nome por ilha numa passou gente a e caçada numa fui eu que vezes das uma foi lá época naquela atenção mais chamou me que “...O Ilha Mexiana, foto de JoãoRamid.

103 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 104 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL mas oqueera valorizado mesmoera essesbonecoseessapompadegrande valor”. preta, agora os bonecos não, eles levaram por sinal, quem levou foi um fulano de tal Davi de Belém, encontravam que umafalar parte do crânio,ouvi eu aquilovezes tudo emalgumas decomposição,preta, terra deteriorada,aquela eratinha mais aquelasó terra que uns tinha e índios, próprios dos tinhaoutrabonecosemosgaçabas e tinham apenas umasossadas, achoessasqueossadas era Pracutuba: hoje ofestejo érealizadopelosseusfilhoseacomunidade emgeral.” de dias nos até Pracutuba,e rio do erafestejadoUrupê anos do os achado todos Benedito São o e começou a passar dificuldade e foi aí que ele uma construiu igreja na localidade de Pracutuba e eu mando fazer uma missa e uma festa pra vós. Angelino com Lobato sua não promessa cumpriu aqui e que me compre o meu eu sarnambi, mando fazer uma igreja pra vós, uma sede, e todo ano meu glorioso São Benedito achado do Urupê do Rio Pracutuba: - vós fazeis que o americano volte o Lobato, Angelino senhor pelo feita (promessa Urupê do achado Benedito São para promessa dificuldade financeira e fez uma promessa, mas quando a graça foi alcançada ele por esqueceu de passando estavasua momento nesse papai o Benedito, São o para rezar mandar a começou e neco amanhecia no paneiro, do a caboclo curiosidade Daniel, ele ficou isso apreensivodespertou tiravameles colocavame boneco aquele novamente brincar paradias, os crianças todos as bo- o lá paneiro, no amanhecia boneco aquele manhã de era quando assoalho, do debaixo brincavam se faz café, tinha um paneiro, aí ele colocou lá, as dele crianças pegavam esse boneco, vestiam e pegou aquilo, aquela imagem de urupê, aquele santo pegou e trouxe e colocou lá na cozinha onde eu vou te mostrar, quando ele viu aquilo não era uma guariba era uma imagem, mas ele muito tolo na árvore pra jogar lá a de guariba cima, aí ele deu uma terçadada, quando tu for lá no Pracutuba vermelhas, tinha uma pomba tipo agora até hoje ainda tira as gaçabas, dentro das gaçabas os Aruãs, até hoje tira muitos bonecos, aqueles tipo boneco de barro, umas pinturas pretas “...Pracutuba rebordelo eraumteso deareia queera uma beleza alihátantos anos tinha Ele ainda comenta sobre um sítio que foi encontrado na localidade de Rebordelo, em Rebordelo, de localidade na encontrado foi que sítio um sobre comenta ainda Ele quando foi um belo dia ele viu um bando de guaribas, ele escolheu uma guaribona guaribona uma daquelas bem grande e atirou, a caiu guariba numa forquilhaescolheu duma árvore , aí ele subiu ele guaribas, de bando um viu ele dia belo um foi quando caçava; dias os todos Daniel, chamado caçador,inveterado um era que caboclo “Um ainda mexe comaimaginaçãodequemovê”. guardiões, apontampara omar, velando ahistória”. eternos Como Norte. região da fiscalização e vigilância de apoio de centro foi Chaves que em Prefeitura.época à da frente Lembrança em fixados estão 40, de década na praia na resgatados Nos dias atuais, os dois canhões ainda se encontram em frente à Prefeitura; sua história Segundo Ana Amélia, em seu livro seu em Amélia, Ana Segundo bonitas mesmo...”. pulseira,anel, brinco, cordão de ouro... Sim senhora, jóias antigas, prar ouro, essas coisas... Tinha gente que achava esse negócio de com- de gostava que pessoal desse casa de local um fora.Tinha dispraia’’...verãoque“tem que e muitas casas, a cidade, ficou debaixo d’água, tanto prova tanto d’água, debaixo ficou cidade, a casas, muitas e esse pedacinho, isso era muito longe só daqui...vendo, A água avançouestá senhora a que isto grande, era cidade A “ Manto do Marajó, “os dois canhões, que foram que canhões, dois “os Marajó, do Manto O O pessoaltigelasachainteiras lá Foto deJoãoRamid.

105 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 106 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 4. 3. 2. 1.

Pesquise esítiosarqueológicos. juntoàcomunidade relatossobreartefatos O queéuma “gaçaba” ou “igaçaba”, mencionadanotexto? Pesquise. nos contadas depoimentos. estórias as desenhos por representando texto, esse Ilustre Como lidoucomessasituação? encontrou? já que alguém VocêConhece arqueológico? sítio um encontrou já TRABALHANDO COMO TEXTO SEUS PATRIMÔNIOS CACHOEIRA DO ARARI EOS história –passadaepresente-naexposiçãohistória do MuseudoMarajó. encantam os visitantes,e dos rios que para lá se deslocam para conhecer um pouco mais da sua sua simplicidade, possui um valioso histórico-cultural. patrimônio As belezas naturais dos campos da apesar que,marajoara cidade pacata e pequena uma é Arari Marajó.do de Cachoeira ilha da O município de Cachoeira do Arari está localizado na região leste dos campos, na parte Antes de ser desta forma como conhecemos hoje, Cachoeira (como a chamamos) era chamamos) a (como Cachoeira hoje, conhecemos como forma desta ser de Antes Vera Lúcia Mendes Portal Mendes Lúcia Vera 15

107 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL história domunicípio edoMarajó.história de Cachoeira”. como “Choveliterárias, obrasCampos muitas nos de paraense, autor romancista escritor célebre com decoração emestilomarajoara. Escola deEnsinoFundamentalJoséRodrigues Viana. a funciona local, neste Atualmente,estudar. para Cachoeira à vinham que vaqueiros dos filhos culturais do município: bens exemplosdos histórico.alguns valor Destacamos de edificações de também mas indígena, e responsáveis pelaconfecção cerâmicosderara demateriais beleza. colinas ou aterros são chamadas de tesos, e foram construídos por povos indígenas muito criativos passado.Essas no populações essas por utilizados e confeccionados objetos de restos antigas, cerâmicas de recheadas terra de colinas grandes são arqueológicos; sítios de chamamos que a vestígios esses campos pelos marcas.Encontra-se suas deixaram ali que indígenas populações diferente.bem , que abriga uma exposição permanente que conta um pouco da pouco um conta que permanente exposição uma abriga que Marajó, do Museu O Residência do escritor Dalcídio Jurandir - casa de madeira que de serviu moradia para o arco de forma monumentoem 1983, em cidade,erguido da Sesquicentenário do Marco dasGraçasCentro Cultural Moreira Maria Neves -ondefuncionaaBiblioteca Municipal. moravamos onde local o era 1940, em construído prédio - Marajó do Internato Antigo herança da apenas faz se entretanto,não Cachoeira, de histórico-cultural patrimônio O o período anterior à chegada dos portugueses, a região foi ocupada por várias várias por ocupada foi região a portugueses, dos chegada à anterior período No seu do Marajó, o padre resgatou a dívida de uma antiga fábrica de óleo chamada OLEICA, perante muitasforampeças danificadas.ou perdidas talação donovo prédio. ins- e recuperação de continuavamserviços enquanto os 1984, de dezembro de 8 em público ao aberta foi Arari, do Cachoeira em instalada já Marajó, do Museu instituição Gallo.GiovanniA de Filho,prefeitolocalidade,Eurípides o projeto da que moviao contrapolítica foi Marajó oposição a Marajó”.do Museu “O chamar-se a passaria doravante que Museu, ao dado foi nome novo um Assembléia, mesma Nesta Arari. do Cachoeira para tituído, cons- já acervo o todo e Museu, o mudar por decidiu 1983, de julho de 14 dia sócios,no os entre realizada Assembléia uma município, naquele Museu do presença a insustentável tornaram que uma associaçãocomonomede doArari”.“Nosso MuseudeSantaCruz tasse eincentivasse ointeressepeloestudonacomunidade local: Como bemexplica oidealizadordoMuseu,suametaera fundarumestabelecimentoquedesper- o desenvolvimento da cidade por meio da cultura e tornar a comunidade parceira de seus projetos. nasceuoMuseudoMarajó. doArari, na cidadedeSantaCruz 1972, em simples, bem doações.forma crescentes uma graçasàs de acervo, Assim, enriquecido um idades,formaçãode e à tipos visando vários de utensílios e objetos coletar a então principiou Marajó.do Museu o construir moradorum de alguns recebeu Gallo dia Um “cacos”e cerâmica de ga ao Marajó, fixando-se, inicialmente, em Santa Cruz do Arari, lugar onde aos poucos começou a em 1970. Brasil, o para vindo anos, oito durante ficou onde Alemã, Suíça à enviado foi Gallo padre 1962, Itália.Em na Sardenha, da Ilha a para transferido foitrabalho, de tempo algum de idade.Depois de anos 29 aos Espanha, na 1956, em sacerdotal atividade sua iniciando Jesus, de companhia que se naturalizourim, brasileiro. Giovanni Gallo, após anos de estudo, foi nomeado sacerdote da Assim, no dia 16 de dezembro de 1981, no município de Santa Cruz do Arari, foi fundada pólo dedesenvolvimento social”. em transformaria se intelectual tipicamente empreendimento um forma, Desta sim ascoisasnoseucontexto cultural, emúltimaanaliseohomemmarajoara. “Um museu que tivesse como objetivo de pesquisa não só as coisas isoladas e o progresso intelectual”. em Tu-nascido italiano jesuíta GiovanniGallo,padre por criado foiMarajó do Museu O Giovanni GalloeatrajetóriadoMuseuMarajó Ao chegar a Cachoeira, Gallo teve de começar da “estaca zero”, pois durante a mudança Cruz, Santa de municipais autoridades e padre o entre desavençaspolíticas de Depois Ao tomar a atitude de criar um museu, Giovanni Gallo tinha como objetivo contribuir para Depois de ficar por dois anos em São Luís, no Maranhão, em 1972, Giovanni Gallo che- e, ao mesmo tempo, incentivando na comunidade o interesse para ajudando-nos a servar nossa valorizarhistória, nossa identidade con- e resgatar de missão a teria museu este planos, meus “Nos a busca de um local para instalar o acervo do Mu- buscado Na paraacervo local o um instalar de motivo da mudança do Museu do Museu do mudança da motivo O

109 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 110 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL fazem viagem com destino à Belém. marados Vereadores,daPrefeitura Municipal, dapraça dotrapichee deonde ficam osbarcos que Câ- da Correio, do Agência PoliciaMilitar,da da Comando do Municipal, Mercado do proximidades fazem doconjuntodeedificaçõesmuseu. parte que espaços outros localizados estão onde terreno Museu, do prédio ao próxima bem área uma Neves,Souza doou de Edir prefeito então do através Arari, do Cachoeira de PrefeituraMunicipal Arari. A o BASA, com o dinheiro que havia arrecadado com a venda do prédio do Museu em Santa Cruz do Oleica havia falido e o prédio estava abandonado e em péssimas condições para o uso. A O Museu do MarajóMuseudolocalizadofica O Avenida nacidade, centroMuseu,da nobemnasdo O MuseudoMarajóesuaexposição permanente O Museu nasceu de forma simples e com muitas dificuldades; no levam novos aadquirir conhecimentos. o que questionamentos, outros criando e dúvidas tirandodiante, por assim manivelae uma rodar fio,um puxar mexerplaquinha, pode uma que em visitante, do curiosidade a estimulainterativo e cidade. a para melhorias trazer isso com pretendendo local, comunidade a jovense os crianças, as paraeducativo centro um de constituição a acervo,mas seu do vação líticos, amoladorespolidores, banquinhos, etc. cachimbos, pratos, estatueta, tangas, funerárias, urnas exposição nesta há fragmentos, muitos explicativaetiqueta uma têm não deles referentesmaterial.dados do com procedência à de Além principal. salão do parte boa ocupam e Arqueologia de exposição a formam que marajoara, cerâmica de objetos com vitrines várias encontra já visitante o Marajó, do Museu o adentrar Ao permanente. exposição da salão levaao que porta a está entra, quem de acervo.esquerda ao À visita a para mes e feitas palestras; à direita encontra-se o balcão da recepção onde são vendidos os ingressos Marajó.do fil- visitantes,passados de são saguão deparamo-nosonde o entrarprédio com Ao no daexposição. ondesevêoutra parte superior lados.dois dos objetos contendo resistente, e cilíndrico formato de árvore - taboca de feitas são que paredes por separadas são exposição da antepassados. Partes seus aos ou marajoaras populações às refere se que tema, pelo ficada Museu”.Nosso – Marajó doMuseu. eCostura eaSecretaria de Corte Sala a Informática, de Escola a partes: três espaço,em esse dividindo-se forama funções dadas madeirapara e Giovanniservia Gallo celebrar suas missas. Com a renúncia ao sacerdócio, novas lações do bairro do Choque, os desabrigados foram alojados ali. A Capela de São Pedro é feita de grupos abriga que vão à cidade. Recentemente, quando as enchentes de 2009 afetaram as popu- sempre e comunidade a com reuniões às destinado espaço um Fazendolalocal.é A moradia de estilo do representativa mas simples, bem palha, de coberta e taboca de feita é Marajoara rinho arqueológico.Ribei- do material Casa do A adequada guarda a e limpeza a para serve e trobrás, Oficina eaCapeladeSãoPedro.Escola a Fazendola, a conjunto: seu de parte fazem que espaços outros há Marajó do Museu ao frente cerâmica.Em oficina da barracão o e público uso de banheiros os localizam-se Museu do Casa a técnica, reserva a uma sala de palestra e uma porta biblioteca. Na área externa ao prédio há um terreno arborizado, permanente mede cerca de 1.000 m 1.000 de cerca mede permanente Padre Giovanni Galloveio afalecer eoMuseuficousobagestãodopresidentedaAssociação. o constituem.2003, o Em hoje que espaços de instalação a e melhoria a para financeira ajuda guiu entanto, Giovanni Gallo, com apoio dos sócios e da prefeitura Municipal de Cachoeira do Arari conse- s objetos e fragmentos expostos são, em sua maioria, originais; no entanto, a maioria maioria entanto,a originais;no maioria, sua expostossão,em fragmentos e objetos Os Museu é um espaço com uma função social e seu objetivo não é apenas a conser- a apenas é não objetivo seu e social função uma com espaço um é Museu O daqui A vamospartir fazer uma rápida visita ao acervo que está na exposição do Museu do “Museu identificação: seguinte a com principal prédio no encontra-se exposição A Peda patrocínio - com construída sido tendo 2008, em foiinaugurada técnica reserva A O Museu do Marajó oferece diversas atividades para a comunidade. A área da exposição acervo está disposto em um grande salão e cada exposição é identi- é exposição cada e salão grande um em disposto está acervo O ibeirinho, a residência e o túmulo de Giovanni Gallo. Ao lado do lado Gallo.Ao Giovanni de túmulo o e residência a Ribeirinho, 2 . prédio é de alvenaria e, além da exposição, ainda com- exposição,ainda da além e, alvenaria de é prédio O o centro do salão há uma escada que leva à parte parte levaà que escada uma há salão do centro No Museu do Marajó é Marajó do Museu O

111 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 112 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL Ponta dePedras, eCachoeira doArari). de município Anajás, rio alto no pesquisaram (que Schaan Pahl Denise Roosevelte Anna último por e Arari), do Cachoeira de sítios estudaram (que Cardoso José e Correa Conceição Simões, Anajás), rio alto Pedras,no Pontade e Chaves em sítios estudaram que pesquisaram no Marajó podemos citar: Betty Meggers, Clifford Evans e Peter Paul arqueólogos os procedência.Dentre e registro seu com preocupação devida a sem arqueológico material coletaram quais dos alguns curiosos, muitos também e cientistas vários por explorados e visitados foram que Pacoval, e Camutins de arqueológicos sítios nos ocorreram primeiras as cachoeirense, região na desenvolvidas pesquisas Das contada. e conhecida ser a história rica destasrealidadesparaenses. conhecerumpoucomaisdahistória permitindo-nos sociedades, essas viviam como entender ajudam nos que resultados obtido têm arqueológicos sítios nos respeito.realizadas esse pesquisas a as Mas escrito tem se nada quase e conhece se que beneficiam atodos. projetos de participar e cachoeirense região da história a sobre informações a acesso ter podem geral em comunidade a e alunos arqueológicos.os sítios Marajó, Pelodo próprios Museu Cachoeira do Arari é um desses municípios do chamado Marajó dos Campos, com uma pouco porque fácil, tarefa uma é não marajoaras municípios dos história a Conhecer A preservação dopatrimônioculturallocal nos e Marajó do Museu no encontrada ser pode cachoeirense história da pouco Um apoleão Figueiredo, Mário Mário Figueiredo, Napoleão Foto deJoão Ramid ilbert Hilbert (que sua história. Assim,teremoscidadãoscapazes deseusbensculturais. deatuarnapreservação com direto contato tenham alunos os quais nos projetos por optarem a professores os incentivar devem material, cultura sua a guarde que ou local, história a contar permita que espaço um de história local. história deve pelas escolas ser cachoeirenses,apropriado fazendo a ligação entre passado e presente da aolongodostempos, cujosatoressomostodosnós.trução do patrimônio. Isto ajuda aos alunos perceberem que tudo isso faz de uma parte história em cons- que as escolas comecem desde cedo a trabalhar com seus alunos a temática mental importância bens.esses por ter Porpossam pessoas funda- isso,as de que é pertencimento de sentimento o com envolvimentoe o com acordo de varia comunidade uma de culturais bens dos valorização a que Sabe-se história. sua a contem que culturais, bens de detentores municípios outros inspirar que facilitaeaideiadepertencimento. dopatrimônio aapropriação o histórico, processo desse integrante parte sentirem-se alunos aos possibilitar pode professor o bens culturais da cidade. Ao trabalhar em sala de aula a valorização do patrimônio local e regional, dos partir a local história sua a conhecer a alunos os estimulem que educativas práticas apóiem cidadania.de caso,Neste vezuma mais educação.a entracena em escolas as que necessário É busca pornovos conteúdos. conhecimento,o questionamentos,outros capazes incentivarde criar tirare dúvidas na alunos os alunos quanto à do importância patrimônio local. As visitas ao Museu do Marajó podem enriquecer os sensibilizar para arqueológicos sítios os e Marajó do Museu do devem acervo las aproveitaro neles encontrados. objetos dos remoção a e arqueológicos sítios de Federal Lei destruição a proíbe que 3.924/61, nº um todo deve ser preservado para as futuras gerações. O patrimônio histórico, cultural e arqueológico de Cachoeira do Arari e dos Marajós como O Museu do Marajó, por ser um espaço que conta e faz parte da cultural material local, material cultural da fazparte e conta que espaço um ser por Marajó, do Museu O deve escola da partir a arqueológico e cultural histórico, patrimônio do valorização A Preservar o patrimônio de uma cidade ou de um povo pressupõe um exercício constante A educação é um valioso instrumento a ser usado no processo de preservação. As esco- construídas asespirais nodesenhomarajoara?construídas são Como perfeitas? geométricas figuras construídas ser podem Como das? identifica- são geométricas figuras Quais utilizadas? são simetria de regras Quais difícil? desenhos.É alguns copiar Experimente geometria.ângulo, tria, A partir da cerâmica marajoara, os alunos devem discutir os conceitos de sime- Matemática Exercícios disciplinares Trabalhando como Texto s museus também devem ser preservados por todos. por preservados ser devem também museus Os O patrimônio arqueológico é protegido pela s municípios detentores municípios Os

113 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 114 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 2. 1.

encontrado, fazendo umcroquidolocalondeseencontra. objeto cada colher,registrando a devagar com solo o retirando ao anotações, os convide Depois areia.de bloco um e colheres arqueólogos.de de posse De brincarem para colegas a com caixa a enche enquanto aleatoriamente diferentes. Arrume as camadas de areia dentro da caixa, colocando os objetos brinquedos quebrados, copos ou quebrados, etc. Pegue pratos areia de diferentes locais para que sejam de colorações como descartados seriam que objetos alguns Selecione médio. tamanho de madeira de caixa uma Pegue para serdistribuído naescola. apresentadas emforma dejornal serão informações Essas cachoeirense. história à referentes informações de número maior o coletar é tarefa a onde Marajó, do Museu ao visita uma em Ao trabalhar sobre a de história Cachoeira do Arari, o professor leva os alunos Visitando oMuseudoMarajó para aexposição. Aofinal,devolvam oobjetopara ocolecionador. para cada objeto, colocando o nome da pessoa que o coletou. Convidem todos indicativas acervo. Façamseu de parte uma colecionador cada de do coleções. Pesquisem sobre esses objetos. Preparem uma exposição, solicitan- essas sobre dados de banco fotografe.desenhe,um objetos,Organizem dos estado de preservação. Prepare uma ficha para cada objeto. Tome as medidas de formato,matéria-prima, decoração, provável uso, local onde foi encontrado, licite permissão para fazer o registro desses materiais. Anote coisas como: tipo cos. Identifique pessoas que tenham objetos arqueológicos em suas casas. So- Entreviste moradores de sua cidade sobre a ocorrência de objetos arqueológi- Façam, desenhos, registrosescritos, tiremfotos eorganizem umaexposição. preservação.de estado comuns.Avalieseu patrimoniais bens identificar para Discuta em sala de aula o conceito de patrimônio. Façam uma visita pela cidade História utilizadas. Comoosremédiosagemnoorganismo? caseiros.são remédios plantas sobe Verifiqueque pergunte e familiares seus O Museu do Marajó possui uma exposição sobre remédios caseiros. Entreviste Ciências/Biologia DOS MOÃNASÀMUANÁ tenham sidoexterminados pelos portugueses. talvez ou refugiado se haviam já que Moãnas, índios os existiam não já ali município, do sede banagem, queserefugiaram nestelocal ejuntaram-se aosmuanenses, quealmejavam aliberdade. Ca- da revolucionáriosmovimento pelos do influenciado 1823, de maio de 28 em – Brasil do dência estarmelhor,dizer quepoderia vistoquenesteanocompletou183anosdeindependência. dosmunicípios com Índice de Desenvolvimento Humano muito baixo, em torno de 0, 514. Podemos deBelémeAbaetetuba. apartir diárias viagens havendoembarcações, em ou porte, pequeno de avião em aérea, via por feito é cidade furoseigarapés.ao longodosrios, e uma população de 28.796 habitantes (Censo Demográfico 2007). A maioria da população habita cajatuba eosalunosdaEscolaPaula Frassinetti, quecolaboraram ilustrando ahistória. Mo- Porto do moradores os autodidatas, poetas professorese como aposentados tais Muaná, de queouviram deseusavós. ashistórias dores locaisqueestãoregistrando emcadernetas a eles para auxiliarem nos trabalhos escolares, visto que estes pesquisadores são curiosos mora- pesquisadores. curiosos alguns por observados sendo professoresAlguns recorrido tem alunos e O Município de Muaná, situado no arquipélago do Marajó, tem uma superfície de 3.330km, estão tempo algum há que vestígiosdeixaram Marajó do ilha da moradores antigos Os Segundo relatos de Pedro Ferreira, um militar que passou por este local que hoje é a é hoje que local este por passou que militar um Ferreira,Pedro de relatos Segundo Muaná destaca-se na do história Pará por ter sido o municípioprimeiro a à aderir Indepen- A população muanense, bastante hospitaleira, está sempre alegre, apesar de viver em um à nome.acesso mesmo O de rio do direita margem à encontra-se município do sede A Vamos relatar aqui aquilo que nos contam as pessoas que pesquisam sobre o município * Elita Gomes Ferreira Gomes Elita 16

115 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 116 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL Marajó, as tribos dosMaranauásMarajó, eMoãnas muito astribos resistiram àdominação portuguesa. de mulheres. Segundo relatos do padre Antonio Vieira, que queria fundar uma missão religiosa em Pará, autor das obras dejetos humanosentreoutroscompostosorgânicos. caças, conchas,peixes, de resíduos de decomposição a e domésticas fogueiras de residual vão car- de forma na parte decomposto,em orgânico material de presença à deve principalmente se arqueológicos na Amazônia são em geral encontrados em solos de terra preta. A coloração escura coloração escura. uma tem líticos) artefatos de e cerâmicos (fragmentos arqueológicas peças as encontram jatuba Moca- do moradores os onde local do solo Ferreira.O Pedro estrada pela cidade à ligada terra onde hojeéomunicípio deBreves. os povos indígenas iam buscando o interior da mata; com isso os Moãnas teriam chegado ao local Pedras, no lugar denominado Mangabeiras. Conforme os portugueses avançavam sobre o Marajó, da do América Sul e áreas o do Caribe.norte o localondehojesesituaasededomunicípio deMuaná. tado, se dedica a pesquisar sobre lendas locais e também sobre a tribo dos Moãnas que habitaram Wallace Mac-Dowel da Academia Paraense de Letras nos concedeu uma entrevista. As lutas entre as diversas tribos tinham como principal objetivo o roubo de alimentos e alimentos de roubo o objetivo principal como tinham tribos diversas as entre lutas As Esses remanescentesdagrande plantavam, naçãoAruak caçavam eguerreavam muito. do FederalUniversidade Pedagogiapela em formado Lima, de Maria José professor O Os Moãnas Segundo os pesquisadores Dirse Kern & Juvenal Frazão Liberal, (Jornal 2008), os sítios de porção a toda de alta mais parte a é alta, topografia uma tem Mocajatuba Porto O Segundo ele, os Moãnas pertenciam à grande nação Aruaque, que ocupou diversas ocupou que Aruaque, nação grande à pertenciam Moãnas os ele, Segundo Muaná, uma breve história e Os Moãnas sua teriam nação em principal Ponta de Maré Morta, que lhe rendeu o prêmio Samuel Hoje aposen- com facilidade pelosmoradores locais. exemplo, alguidares, igaçabas, fornos de farinha, e machados de pedras que hoje são encontrados e deslocavam-se aqualquerhora dodiaoudanoite. largura. A terra era cavada para não ter nem uma raiz. Por esse caminho carregavam seus mortos e tinham uma estrada bem feita chamada “varadouro” com aproximadamente um metro e meio de aldeia, principal sua da km 6 a cemitério favaseu tajoba, doce,tinham município etc.do sede Na e no local onde hoje é a sede do município. Os índios Moãnas plantavam mandioca, milho, batata o rio Atuá, Furo Grande, rio Cajuuba, onde hoje temos um povoado chamado de Porto Mocajatura, recebidoestenomeporquenãorespeitavamcas teriam fronteiras einvadiam asterras alheias. outros grupos sem prévio aviso, daí o nome “Parecido com cobra” ou “Igual à cobra”. Já os Amazonas. Os Moãnas seriam assim chamados por causa da sua índole traiçoeira, pois atacavam de continente “Povono afastadas viviam fozilhas rio que da as do pelos habitarem por Fora ”, de chamados eram Aruãs os exemplo,Por próprios. eles por não grupos, outros por dados mente Uma escavação se fosse feita no local iria mostrar os vestígios dessa tribo, como, por como, tribo, dessa vestígios os mostrar iria local no feita fosse se escavação Uma Os nomes dos grupos indígenas que ficaram registrados nos relatos eram frequente- eram relatos nos registrados ficaram que indígenas grupos dos nomes Os Os Moãnas estariam divididos em vários grupos, uns habitando Ponta de Pedras, outros Desenho: Sebastiana,ElizamaeCarla Saca-

117 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 118 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL (conchas deostras, caramujos uruás, eumainfinidade deesporãobacú). transformar novamente emforma humana. se pode não porém terra, mãe pela protegida foi jovem a mas morto, foi roubou a que jovem O castigada.foi e casar para pronta estava não ainda que Moãna, cacique do filha a era puraquê Desenho: DianeeSuely ÂngelaMaria, No igarapé grande (furo Capitariquara), estão à mostra os restos de alimentos dos índios A lenda conta que no furo do Carmo existe um puraquê que de noite chora, canta.chora, noite de que Este existepuraquê um Carmo do furo no que conta lenda A Desenho: Valdeci, eAntonildo Marinaldo novamente atéficarnaforma decanoacavada. para derrubar a árvore, secar, e após fazer um buraco no âmago das toras ateavam fogo, cavavam intercâmbios comerciais, levavam osprodutosqueplantavam etraziam aspedras queprecisavam. baía.faziamQuandodaseusguerreiros) ladooutroseus trazidos mamentos eramporusadosdo Dizem que os índios Moãnas fabricavam suas canoas de madeira leve e levavamdias e leve madeira de canoas suas fabricavam Moãnas índios os que Dizem Os utensílios de pedra que usavam (machados, moedores, lanças, piladores e outros ar- outros e piladores lanças, moedores, (machados,usavam que pedra de utensílios Os Desenho: Joselene Trindade deSales

119 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 120 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL preparo doguerreiro edotreinamentopara aluta. ossos reduziram-se apó. os tocados foram quando porém ossos, com igaçaba uma Mocajatuba no encontrou ele Maria, José professor enterrar.o a Segundo tornavam e igaçaba numa colocavam e ossos os terravam As festas dos indígenas eram provavelmente feitas época da colheita, da fertilização, do Os muanenses enterravam na seus cova,mortos e passadas algumas luas, eles desen- Desenho: Wande, AntonioeIzaias Carlos Desenho: Renil,Lourival eRonildo jás, eram enterrados emlocalondeaságuasnãoalcançassem. mortos seus pois alta, mais parte a ser por mortos, seus enterravam e roças suas faziam onde lugar o era Patauateua;Mocajatuba no rio ao próximo local Uberabinha, como conhecemos hoje do Marajó. Literária Antologia II da publicação a escrevendopara está e Marajoara, PoetaEscritor do Clube do parte faz atualmente que muanense, poeta autodidata, um Sidonio,Vadico como conhecido aconteceu em1757,porFrei MigueldeBulhões, doPará. governador interino PaulaFranciscodo de São Freguesia de de 1789.categoria elevaçãoCastro,em à A para cidade, da sede a localizada está onde direita, margem da terras as e 1780, em Gomes, Francisco para Muaná rio do esquerda margem da terras das concessão em surge gundo oSr. éapenasumalenda. JoséMaria, lugar,se- que,do religiosa influência forte a e milagres os surgido teriam daí Franciscoe São de fazendola. E a lenda conta que esta senhora um dia, roçando seu terreiro, encontrou uma imagem pequena numa gado criar a passou Moãnas, dos tribo a morava onde alta parte a aproveitando e outrosfolguedos, comoera ocostumedosportugueses. nenses festejam, ele reunia os fregueses e moradores do lugar e festejavam o santo com ladainha São Francisco de Paula. Todo ano, data, em que determinada não era a mesma que hoje os mua- engenho de cana de açúcar foi construído, cujo dono tinha português como padroeiro do engenho emitido aogoverno daépoca. Moãnas, Em 1746, o superior franciscano do Pará registrou que os povosos que Paráregistrou do franciscano superior o 1746, Em Segundo o Sr. Vadico, a tribo os Moãnas viveram aqui em nossa cidade no local onde local no cidade nossa em aqui viveram Moãnas Sr.os o tribo Vadico, Segundo a mais Sidonio, Barbosa Adalmiro 2008, de julho de 17 dia no também, Entrevistamos Em sua obra “Muaná uma breve história” o Professor José Maria de Lima cita que Muaná que Pimentel, Amélia Maria nome de senhoraengenho, extinçãouma do a surgiu Após Após a saída ou extermínio dos Moãnas da margem esquerda do rio Muaná, um grande Guajará e Sacacas, estavam extintos, dados obtidos através de um levantamento e Joanes, T omáz Ferreiraomáz Aruãs, io Muaná Rio Ana-

121 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 122 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL do Mocajatuba, Sra. Mocajatuba, do entrou para ahistória; hojeaestrada leva seunome. estrada, ele já encontrou o caminho que era usado pelos índios, ele só fez mais abrir o caminho e Pedromilitar desaparece.Ferreirao fezlogo a leva que não que várzeaisso crer feito na Então a desaparecer,levarapara caminho século diferentecaminho,do outro um certamente por séculos lembrar quesegundopesquisadoresatangadecerâmicasófoi encontrada naregiãodoMarajó. pintadas.Vale e detalhes em ricas outras simples, umas festivas, e religiosas fúnebres, mônias decorados eoutrosmaispobres.dos objetosmaisricamente espírito, estavam poisquandovoltasse seuspertences intocáveis. do retorno no acreditavam morto, do pertences os colocados eram outra na mãe, de ventre no estivesse se como fetal, posição na ossos os colocados eram primeira na outra; da dentro uma urnas, outros enterravam e esperavam a decomposição para depois colocar dentro de duas urnas nas cinzas as colocavam e entes seus cremavamMarajó. Alguns o habitava que indígena grupo uma pedra de raio atrai outroraio. pois eles acreditam que a pedra encontrada é pedra de raio. Segundo a crendice popular, guardar pedra, tal encontrar temem locais moradores Os Mocajatuba. no encontradas as que clara mais Sr.pelo citado diferente,Vadico.sambaqui coloração o existetem onde Ela local do proximidade na encontrada foi clara cor de pedra deles.Uma alimento o era certamente que uruás, conchas, local próximo a um campo de futebol, ela encontrou um igaçaba enorme, mas quando tentou quando desenterrar apeçasedesmanchou. mas enorme, igaçaba um encontrou ela futebol, de campo um a próximo local tura ainda alta. Ela limpou o lugar e encontrou uma canela inteira; era um osso humano. Em outro sepul- uma parecia que terra de monte um encontrou estavacapinando,quando ela anos muitos pelos índios. usados machados de lâminas de mostrou.fragmentos me São que pedras, algumas encontra da que pediu emprestado e nunca mais a devolveu. Mas, segundo ela, após as chuvas fortes ela ain- barro eatéossoshumanos; vez DonaMadalenamostrousuacoleçãoaumapessoa porémcerta em feita também cabeça pequena uma barro, de tigelinhas índio”, de “pedra de ela por mada já falecido, Sr. Raimundo Silva, o “rabo”, chamadoportodos. comoera carinhosamente esposo seu eles entre funcionários, muitos tinha que serraria grande uma existiaali quando local ficamos sabendomaiscoisas. Em uma conversa informal, ocorrida no dia 14 de julho de 2008, com uma moradora uma com 2008, de julho de 14 dia no ocorrida informal, conversa uma Em durante anda você se pois índios, pelos feito caminho um PedroeraFerreira estrada A ceri- nas diferenciados, momentos com acordo de mulheres pelas usada era tanga A encontra - são pois eles, entre social desigualdade uma existia já que Podemospensar do dependendo diferentes, eram funerários rituais os que ainda Sr.explicouVadico O Ao final de uma longa tarde de conversa, Dona Madalena me levou ao local onde, há onde, local ao levou me Madalena Dona conversa, de tarde longa uma de final Ao Segundo a Sra. Madalena, há muitos anos ela vem encontrando pequenas pedras, cha- ao chegou Mocajatuba, de povoado pequeno no conhecida pessoa Madalena, Dona Cajuuba No existerio um Maria Madalena da Madalena Maria sambaqui, que ainda é visível, onde existe um amontoado de , que mora no local há mais de 40 anos, 40 de mais há local no mora que Pereira, Silva Você jáouviufalar em “pedra deraio”? Faça umaredaçãosobreessetema. postos notexto possuemfundamento?Por quê? Vocêpro- indígenas comportamentos e hábitos dos reconstituição a que acha deumfato, contadasapartir tórias para asquaisnãosepossuicomprovação. respeito a acontecimentos que podem ser comprovados. são his- Interpretações interpretações.dizemFatossão que o e fatos são que o texto noIdentifique portugueses. dos chegada da antes tempo, muito há ilha a ocupado teriam que povos dos dizem respeito a objetos antigos encontrados, e outras que contam que as histórias algumas histórias, muitas reúne texto esse perceber, pode você Como Trabalhando como Texto

123 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL Brincadeiras deSalvaterra DO MARAJÓ: Memóriasde NOSCAMPOS BRINCANDO dupla deveria possuiroseufura-fura. da participante cada brincar,extremidades.Para das uma em pontiagudo objeto outro ou prego um fixava-se qual ao comprimento, de 5cm uns menos ou mais de vassoura de cabo de pedaço um cortava-se brincar Para brincadeira. a facilitava e molinha mais ficava molhada terra a pois Marajó, na época do inverno (período de intensas chuvas) as crianças brincavam de brincavam crianças as chuvas) intensas de (período inverno do época na Marajó, Seu Luiz me contou que, na década de 70 do século passado, em Salvaterra, na ilha de Simone Azevedo de Oliveira de Azevedo Simone 17 fura-fura ,

125 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 126 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL sentimental; os craques do craques os sentimental; jogadores como cédulas e acondicionadas como papel moeda. pelos colecionadas eram quais as vazias, cigarro de “carteiras” adversário do obter em consistia laba, aponto quem se retira e torna-se brincantes). Cada vez que consegue tocar em algum dos algum em tocar consegue que vez Cada brincantes). os vizinhos, brincava de de aproveitavam Bacabal, maneira.oriundas Vila outra timas invernode o adversário oudostorcedoresque, emgeral, eram muito numerosos. jogada só era válida quando o quando válida era só jogada a mas intervenções, nas alternavam se jogadores alvo,os ao proteção de linhas produzia rival o demarcado.campo do trás adversáriochegar;o deixar não paratanto,em consistia brincadeira A linhas e formas para chegar ao campo do adversário. Para tanto, o jogador deveria voltafazer por a bém, fixar-se ao chão, e quando o jogador o quando chão,e ao fixar-se condição de condição a correrecolardescolarunsaosoutros. em recitar homens (às meninas-mulheres era vedado) e consistia em ir jogando o meninos- dos estabelecida.era dificuldade brincadeira a A com acordo de mais,para metro meio as carteiras indicavaas carteiras odesejodefumar, ouburlava aproibição, o vistoqueoálibiseria de cigarro, talvez seja pelo cultivo do hábito de fumar, vedado aos mais jovens; assim, o colecionar vencedor. pelo carteiras usado as explicaçãopara A short ao preso saco um em exibiamsempre (território do (território nhavam cada qual um triângulo, um campos”retângulo ou um quadrado para si, de forma que “os necer parado, só saindo quando um dos um quando saindo parado,só necer o que fez a fez que o pira-cola Minhas amigas Keila, Lucie e Lucidéia, moradoras da Vila de Cachoerinha, as duas úl- duas as Cachoerinha, de da Vila moradoras Lucidéia, e Lucie Keila,amigas Minhas Para iniciar, “tirava-se” par ou ímpar. No chão, com um jogador em frente ao outro, dese- A brincadeira pode produzir acidentes,produzir pode o pois brincadeira A anabu bu bu quem sai és tu pelo rabo do tatu, pela neta do urubu do neta pela tatu, do rabo pelo tu és sai quem bu bu anabu mãe mãe fura-fura . Na .A e filho mãe mãe pira-cola pira-cola ) ficassem demarcados. A distância entre os jogadores da dupla variavade dupla da jogadores os entre distância demarcados.A ficassem ) .A pira-cola deve evitar que os filhos sejam descolados. As crianças se sucedem na sucedem se crianças descolados.As sejam filhos os deveque evitar mãe fura-fura alguém é designado é alguém é sempre escolhida por sorteio, em geral no geral em sorteio, por escolhida sempre é fura-fura no igarapé. Lucidéia pescava com o bichinho do tucumã e, tam- tinham coleções das melhores marcas de cigarro as quais as cigarro de marcas melhores das coleções tinham faz a mira a faz filho mantinha-se fixado ao chão. ao fixado mantinha-se irmãos , quem fica por último é a e erra o alvo, pode acertar o próprio pé, o pé do pé o pé, próprio o acertar alvo,pode o erra e consegue alcançá-lo com um toque desfazendo toque um com alcançá-lo consegue mãe, e deve correr atrás dos atrás devecorrer e fura-fura filhos filhos Os prêmios possuíam grande valor deve forçacom lançado ser para ele fica colado, devendo perma- devendocolado, fica ele mãe fura-fura prêmio ao final do jogo do final ao prêmio O e assim todos começam K e, ao dizer a última sí- eila, com os irmãos e irmãos os com eila, anabu, no chão, traçando filhos que consiste que (os demais (os fura-fura . vam, ainda, de n’água, pois dizia que a moído, a qual se chama em jornal ou revistas;o ou já jornal em e os primos no igarapé de igarapé no primos os e era também produzido de papel jornal ou revista. A linha usada nas usada linha A revista. ou jornal papel de produzido também era o delicadamente (amarradas) à linha, hoje são feitos em plástico. Isso salvo o rabo da rabo o salvoplástico. Isso em feitos são hoje linha, à (amarradas) delicadamente fabrico de no especializados produtores há hoje, enorme; é brinquedos dos cores e formas de variedade A bém chamados de chamados bém os brincantes: a e brinquedos os diferençaentre preparo,uma no há ar. no arte e Peloperigo dificuldade, de grau ou, no máximo, à porta. à máximo, no ou, avós. Enquanto que a linha do das e tias das mães, das costurar” de máquinas das gaveta na criançada pela “pegas geral em Aliás, a quanto mais forte melhor, já que a finalidade é cortar e aparar os ou plástico, os brinquedos, após papel reaproveitadas.De plásticas sacolas com produzidos ser a passaram ambos tempos, dos ajudaram – Seu Luís, Keila, Lucie e Lucidéia - a brincadeira dominante era e sóvalia conseguisse, aomergulhar, osaltosebrincante juntarumapedra. rabo, que sustenta o brinquedo no ar, era antes produzido com finas tiras de algodão de tiras finas com produzido antes era ar, no brinquedo o sustenta que curica Lucie, que vinha passar as férias com o avôo com na férias as Alto,passar Bairro Lucie,vinha Vila que brincava irmãos os com Com a chegada do verão, nos meses de junho e julho, segundo os narradores que me que narradores os julho,segundo e junho de meses verão,nos do chegada a Com papagaios pode ser produzida pelas mães para os filhos menores que brincam dentro de casa canoagem curica pipa pipa . destina-se à criançada miúda e o arraia cerol cerol ou tipo de tipo O e de se saltar do alto das árvores para ir ao fundo d’água buscar pedras, papagaio, conta pingo conta pandorga ( e torna e a torna linha forte e pois,cortante, pela impermeabilizada mistura, papagaio sereia talhados, talhados, papagaio papagaio mais elaborado, era feito com papel de seda. Com o passar o seda.Com de papel com feitoelaborado,era mais ) estava lá, encantada. As crianças nem faziam conta; brinca- . Originalmente, a .Originalmente, com cacos de telha. O avô não gostava das brincadeiras gostavabrincadeiras telha.não das avôde O cacos com é especial, recebe uma pasta feita com cola e pó de vidro são armados em diversossão armados formatos, em tala de bambu; cujo

formato mais parece com a com parece mais formato curica curica papagaio era papagaios papagaios aos mais talhada curicas (recortada, produzida) (recortada, curica dos demais brincantes taludos taludos curica curica é linha de costura, de linha é , papagaio (mais velhos). é a é curica, cangula. atadas atadas ,

que tam-

127 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 128 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL longe oroladordelata. soltas para que, no girar do carro, fizesse um do barulho tipo: chulépe, chulépe, que anunciava de leite dobrado três vezes e preso só no meio era fixado em cima da lateral da lata, ficando as abas carro.do puxador Parao ou complementar,vazio” café seria um “pacote de que fio um amarrado era alça nesta e lata, da alça a fosse se como amassado era que arame de pedaço um vessado parentes: e compadres/comadresdefogueira. madrinhas afilhados(as),padrinhos, meninada.da Todosarranjar esporte queriam o erafogueira pular e altas faziam se fogueiras as foguetes, ditos dos além pois acidentes, os impedir tenta vigília, de fogueteiro”e, “zé o banca to intensas aprendizagens, podiam se queimar ou queimar os demais brincantes. Em geral, um adul- dentes que, infelizmente, eram/são uma constante, pois as crianças, pouco destras e em tempo de “foguetinhos”, por ser o período da quadra junina. Brincar com fogo e pólvora gerandotermina aci- produzindoasadaptações.era localeusada comsabedoria, para de rodopiar. É interessante verificar que a matéria prima usada na confecção dos brinquedos sem vice-versa, e chão ao mão da levadogirava peão o enquanto manobras fazer de sibilidade lançar o brinquedo, enrolava-se fio de punho de rede. A destreza do jogador era medida pela pos- para cima, em e, prego de ponta uma geral em pontiagudo, metal de pedaço um afixado ponta ninho , a lata era cheia de areia molhada e tinha um furo nas duas extremidades, por onde era atra - Ainda no verão, Seu Luís e os amigos vizinhos brincavam de brincavam vizinhos amigos os e verão,Luís no Seu Ainda com brincadeiras as verão,dominavam no ainda julho, por entrando junho, de mês No Ainda, no verão, segundo Seu Luís, brincava-se de peão de madeira de peão carrinho de lata de leite leite de lata de carrinho , que tinha em sua trás. Passarás, passarás, algum deles há de ficar se não for o ...... o for não se ficar de há deles algum passarás, Passarás, trás. corriam corriam roda, em cantavam elástico, e salsa da cipó corda, pulavam e tarde, mais até casas das porta para embalarasmeninasdofaz decontae... tudo parecia “de verdade”. bem cuidado; as “donas da brincadeira” produziam redes de boneca com sacos de açúcar, atadas ração deescada,feita compequenospedaçosdepauatadasacipós. dascasinhasera Ointerior palha, pousada no galho das frondosas mangueiras. Casa que, para ser alcançada, exigia a prepa- de cobertura ganhavam e barro de paredes tinham que dedicação tal com feitas eram casas as peteca, as meninas brincavam de casinha no fundo dos quintais e na frente das casas. animal.estavamgordura vezes,meninos com na os Às especial ro,ganhava enquanto que brilho vidro; eram fabricadas com caroço de tucumã, delicadamente lixado na calçada, polido com esme- , árvore na E haja, E deassombração,vindo ashistórias aindahojemuito apreciadas. mentos graves eaconversa iampara dentrodormir ascrianças fazia-se adulta. suas tarefas, às soleiras das e portas começavam a contar histórias de visagens; sem desentendi- nhos de tudo o que Seu Luís brincou e muito mais.muitofavoritas e brincadeiras das brincou eraUma Luís Seu que o tudo de nhos doanointeiro.brincadeira a era bola a descritas, traquinagenslatas. das duas Além as sobre caminhar e apoiar se para da com a estatura da criança, era preso, em arco, de uma lata a outra. Assim era usado pela menina- compatívelforte, barbante um e areia de cheias eram latas duas arte: e engenho de usando lata, que tinhamreceiodosacidentes. adultos, dos escondidas às sempre pássaros, dos moda ar.à Flutuavamno bailar corpo o fazia solta, ser ao que, corda na trançados pés os ou mãos as com travessiafeitaescorregando eraA o(a) doceavô(ó) inventavam chamados evocando o barqueiro ou as laranjas para acomodar os que precisavam se recolher. Ou que cor são elas, elas são verde e amarela vira ... de cor de canela canela de cor de ... vira amarela e verde são elas elas, são cor que bom barqueiro, bom barqueiro dá licença de passar se não for o da frente há de ser o de de o ser de há frente da o for não se passar de licença dá barqueiro bom barqueiro, bom pira se esconde se pira Em noites enluaradas, em Salvaterra, minhas amigas informantes se deixavam ficar à ficar deixavam se informantes amigas minhas Salvaterra, em enluaradas, noites Em Mais tarde, as crianças já cansadas eram afugentadas pelos adultos que vinham, após vinham, que adultos pelos afugentadas eram cansadas já crianças as tarde, Mais Às vezes era custoso convencer a criançada; daí vinha a cantiga chamando um a um. a um chamando cantiga a vinha daí criançada; a convencer custoso era vezes Às ou- deixavamficar se (lamparinas), porongas de luz à e, resistia meninada vezes,a Às Mas nem só em carros se transformavam as latas, conta Seu Luís; fabricavam-se pés de Dona Eliane e Dona Benilde, durante o verão, brincavam junto com os irmãos e os vizi- os e verão,irmãos o duranteBenilde,os Dona com brincavame junto Eliane Dona As crianças, hoje crescidas, também brincavam de brincavam também crescidas, hoje crianças, As que compreendia atravessar (saltar) de uma árvore a outra por meio de uma corda. uma de meio por outra a árvore uma de (saltar) atravessar compreendia que , iamembusca doanjobememau. dasbandeirinhas o quem quiser que conte outra conte que quiser quem o edeixavam tudopara odiaseguinte. peteca Ou tanta laranja madura menina, menina, madura laranja tanta (bola de gude), mas não de não mas gude), de (bola e assim... os nomes eram nomes os assim... e No quintal, pira pega pega pira

129 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 130 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 1. 3. 2. 1. 2. 1. 2.

eos ognz u pqeo et arsnad ets brincadeiras. professor: estas ao apresentando e texto atenção Orientação pequeno muita com um tudo organize de depois, nota Tome culturas. explicar desenvolvidas. possam elas e eram que para como povos Peça infância. os sua de todos tempo eram no brincadeiras comuns de quais saber procure parte e idosas faz pessoas duas Entreviste brincadeira da prática A O temadotexto empesquisa também conheceejápraticou? você quais Simone, professora pela apresentadas brincadeiras destas Além e crianças de vida na atividades adolescentes? destas importância a qual você, Para você quais texto, do conhece, jávivenciou autora ouapenasouvirfalar? pela descritas brincadeiras das conjunto No Extrapolando otexto daAmazônia. espaços rurais em brincadeiras das falando parágrafo um construa palavras, estas Usando Reveja o texto e selecione 05 (cinco) palavras que mais chamaram sua atenção. Comente suapercepção. investigação? esta realizou ela como descobrir leitura, da partir a possível, É Simone professora a texto, este escrever Para c) Explique gostou? sua(s) escolha(s). mais você dela(s) qual(is) brincadeiras, estas Dentre b) pelaautora dotexto? descritas a) Quaisasbrincadeiras seguintes atividades: da leitura do textoA partir nos C “Brincando ampos do Marajó”, desenvolva as Trabalhando como Texto da comunidade. sua tabela, poderá trocar ideias com seus colegas de classe ou outras pessoas vocêque conhece. modernas brincadeiras de nomes aluno,Cada prepararao apresenta coluna, segunda na e, antigas brincadeiras das nome o descreve colunas. duas com tabela uma elabore idosas, pessoas as com classe sua por recuperadas antigas brincadeiras as base Tomandopor serem vivenciadas aofinaldaatividade. para brincadeiras algumas escolha e apresentação de sessão uma classe em destas brincadeiras já caíram em desuso e quais delas ainda persistem em em persistem ainda delas quais e desuso em caíram já brincadeiras destas tempos atuais. atuais. tempos Ao final, o professor pode refletir junto com seus alunos quais quais alunos seus com junto refletir pode professor o final, Ao Baseado neste texto elaborado pelos alunos, organize liveira precisou pesquisar. precisou Oliveira a primeira você primeira Na

Foram tocaremSoure, tocavam tudoporaí,ondetinha festa elesiamtocar”.tocaram. e música a aprenderam eles tempo o com comprida; muito grande, muito mesa uma dele,casa avô,na meu finado do rodovia,a passando rodoviada pra eradele.lá casa a Botavam Banda deMúsicaSantaCecília. pra levantá-la e daí continua”. Parar e continuar parecem ser ações e movimentações vividas pela interessa se pessoas de turma outravem depois parada, fica ela e morrem músicos os pessoas, as morrem tempo, um então.Pára desde vindo vem música de banda esta assim e funcionar, a meus primos entenderam ser importante renová-la. Para isso, eles chamaram músicos e ela voltou morrendo e aí ela parou. E depois desta parada, passou um tempo e a banda tornou a levantar. Os Os Músicos doJubim “Espichando veio dar as aulas para eles; juntaram um bocado de rapazes...eles;de para bocado lá aulas um música as veiojuntaram aprender dar iam E fundar abanda; euseiqueomeupaicontava queomeuavô contratou ummaestro, que “Às vezes fico pensando como tudo começou. Eu não sei por que tiveram essa vontade de tocando até certo tempo, depois ela parou, porque iam saindo as pessoas, uns iam uns pessoas, as saindo iam porque parou, ela depois tempo, certo até tocando ficou antigo;ela tempo desse pessoal o com banda essa fundou Garcia.SilvaEle da “Meu pai e meus tios contavam que ela foi fundada por meu avô, que se chamava José Vila deJubim, nomunicípio deSalvaterra”. cês.da história a É filhos. nhecida como Dona Sinhá, tenho 83 anos, solteira e não tenho co- sou Garcia, Penante Conceição da Maria é nome meu “O que tenho é uma boa história que vou contar pra vo- pra contar vou que história boa uma é tenho que O Banda de Música Santa Cecília Santa Música de Banda a Prosa”: , criada aqui na na aqui criada , Alice Rodrigues de Freitas de Rodrigues Alice 18

131 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 132 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL mudamos o nome. De já aí vez, primeira pela presidente como participei eu qual da diretoria 1ª a fundar pra foi Cecília.Quando primeira reunião nós escolhemos uma diretoria, e aí foi pra frente, daí foi que surgiu de novo a banda Santa fazia parte como presidente. Aí de lá não estava bom o nome de é a que existe, ainda, aqui no Jubim, Banda Santa Cecília. Cecília. Santa Banda em Soure, numa procissão fluvial com a imagem de São Pedro.São de Soure,imagem em a com numafluvial procissão episódio,Neste estava a também e hojeeutocotrombonedevara”. Foi assim até que um dia eu virei músico também. Comecei batendo pandeiro, depois fui bumbeiro vontade.tinha porque mesmo ia tocava,banda, não da ainda músicos,eu de mas fazianão parte Câmara, em tocar praJubim ou do daqui que fazia festa, né, não tinha aparelhagem, eu achava bonito e comecei a sair com eles, fosse fora lugares por onde eles tocavam; naquele tempo não existia aparelhagem era só música de assopro frequentavaos eu todos músicos, os com andar a comecei eu música, fanáticopor fui eu criança mos acompanharsuaslembranças. sabe contaroque aconteceunodiadaprocissão doSantoquandoobarcoafundou. ContaaíMathias”. Mathias.existevelhoso só dos aí que grupo Mathias Inclusive,desse o e é Cecília, Santa da grupo do lia, afasteibanda.me desta independente grupo um fundamos e banda da Cecí- continuamosSanta Aí a com são algunsanos. resolveu DepoisSeuGregório reativá-la. Aesserespeitocomentou: reces- em ficou agremiação esta músicos, poucos com e parou.instrumentos banda Sem isso,a água abaixo, não ficou nenhum. Somente o bumbo não sentou, mas o resto foi para o fundo. Com vidas seforam nessenaufrágio”. ainda hoje vivo. “Graças a Deus nenhum dos músicos se perdeu; mas se perderam 48 pessoas. 48 Segundo Seu Antônio Gregório, no início da década de 1980, aconteceu um naufrágio um aconteceu 1980, de década da início no Gregório, Antônio Seu Segundo Seu Antonio Gregório, músico, é outro narrador a relembrar a história desta banda.desta Vahistória a - relembrar a narrador outro músico,é Gregório, Antonio Seu escrito, issoqueeutôfalando équeeuouvi,né...” nada ficou disso,não nada havia não tempo naquele dela, currículo o tem da Os instrumentos utilizados pela banda na procissão com o naufrágio foram todos por todos foram naufrágio o com procissão na banda pela utilizados instrumentos Os de Jubim, fizemos uma reunião, a qual eu tenho o histórico aqui do dia que foi fundada.foi que dia do aqui histórico o tenho eu qual a reunião, uma fizemos Jubim, de comunidade a convidando saí eu que banda;foi a novo de reativarmos nós pra acordo num “Aí, eu pensando, reuni o pessoal, o Mathias, tia Sinhá, os fundadores. Quando eu me entendi, já existia a existia já entendi, me eu Quando fundadores. os existebanda anos,infelizmenteforam200 mas quem de sabe mais não há gente a essa Mathias, e Sinhá Dona filho, meu pelo aqui feito foi que levantamento“Pelo deixou esse incentivo para os outros que o sucederam. Hoje a ban- sucederam.a o Hoje que outros os paraincentivo esse deixou avô, játinhamorrido, davila,masele tásepultadoaquinocemitério meu o encontrei não já eu mundo, neste entendi me eu “Quando Santa Cecília Santa Um dos sobreviventesdos Um tragédiada foi Almeida de Mathias Seu foi criado o Banda Primeiro de Maio de Primeiro Banda etiro Grande e Soure. Eu comecei a ir com este grupo grupo Soure.este e Grandecom Retiro ir a comecei Eu Clube de Aprendizes Musicais da Vila de Jubim de Vila da Musicais Aprendizes de Clube . Só que depois, uns 20 anos mais ou menos, Clube Raimundo Nonato, e Duarte entramos mudou o nome pra Banda Santa Cecília Santa Banda Primeiro de Maio de Primeiro T orres Brasil,orres , do qual eu , e desde e , a Na , Primeiro de Maio de Primeiro de seusantigoscomponentes. grupos, seja formando outros músicos, ainda ajuda a fazer com que as bandas as que com fazer a ajuda ainda músicos, outros formando seja grupos, pequenos em tocando seja incentivada, e desenvolvida eles por prática A Soure. e Salvaterra de municípios os entre música da tradição essa viva mantêm eles forma alguma de mas banda, bebe maistoca,quantotocabebe, éassim”,concluiSeuGregório. mais bom.Quanto é conjunto esse diz:- gente a com junto está quando frei o tetemba’, até toca bandinha ‘essa Mathias o diz como prefeitura, da auxilio receber poderia banda essa pensado, bem fosse negócio o praticamente...Se ajuda temos não nós mas bonita, arte uma é música, a lavradores.ou pedreiros são música da ingressaramcampo que no ninos banda, a pranós “Aqui, me- músicos.Outros e pescadores filhos os pescadores, músicos os como assim filho, o quanto de saxofone. Em geral, os músicos são oriundos do trabalho com a pesca. Nelson, toca pistão e já estudou na Fundação Carlos Gomes; o outro chama-se Nierson, é tocador é rio pai de dois filhos, os quais procuraram envolvê-los no mundo da música. Um deles, de nome custa duzentos ecinquentareais, eumaprocissão, duzentos reais. a de cobertura uma festividade, tocando na transladação, cobra-se quinhentos reais. Uma marcha dades.remunerado.sempre é trabalhorealizado o atuais,todo tempos Nos parafazermédia, Em município deSalvaterra edeSoure. Tocava procissão, círio, levantação demastro eoutras festivi- ficou ládentrod’água,masescapei; graças aDeus.” Foi horrível, a crise mais desagradável durante o tempo de músico que eu senti. Instrumentos, tudo pescadores com a montaria vela e me pegaram, eu já estava dando com a mão assim, abanando. voltar,querer a danei me fundo no lá lama pela chego,não eu que quase dois vinham e flutuei eu e se eu boiar pro lado daqui eu vou encostar no barco e eu ia acabar falecendo lá. Aí eu me arrastei eu mergulhei, e mergulhei mais um pouco até encostar no chão e pensei, o barco tá pro lado daqui e quando ele voltou, ele virou; a quilha, que é a do parte barco que fica no fundo, ficou pra cima. Aí meio agitada e o barco estava sem lastro não tinha apoio nenhum, ele deu uma cambada pra terra maresia uma tinha abriu, piloto o gelo,aí de fábrica à frente em virando acabou como virá ia que parecia e outro viravapro e lado um viravapra barco o daqui, lado do balaustra na tavasentado oje o grupo em que Seu Gregório e Seu Mathias estão inseridos não constitui uma constitui não inseridos estão Mathias Seu e Gregório Seu que em grupo o Hoje Os antigos músicos sempre estiveram preocupados com o futuro da banda. Seu Gregó- A banda de música do Jubim participava de diferentes atividades festivas realizadas pelo dições de embarcar pessoas como aconteceu nesse dia lá. E encheu de gente e eu e gente de lá.encheu dia E nesse aconteceu como pessoas embarcar de dições secas, não tinha peso não tinha gelo, estava uma embarcação vazia e não tinha con- urnas as estavacom geleiro barco todo como e geleiro barco um era barco o “Bem, sigam suas trajetórias entre altos e baixas, sempre relembrando contribuições relembrando sempre baixas, e altos entre trajetórias suas sigam T anto o pai é pescador, Santa Cecília Cecília Santa e

133 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 134 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 2. 1. 3. 2. 1.

falado para serapresentadoemclasse. equipe julga relevante saber. De posse destas informações, construa um jornal a que perguntas de roteiro um elabore pessoas, 7 a 5 de grupo ligiosas.Em re- denominações outras de ou católico ser pode entrevistar, para facilidade maior tiver que músicos de grupo o escolha rural, espaço no mora você Se da região. cultural agenda a movimentarresponsável por música, de banda so,ou coral, interessante, escolhendo um grupo de músicos. Pode ser um ministério religio- bem Então,pesquisa grupo? uma vamosdo realizar formação a deu se como sabe Você música? de banda alguma há mora você que em município No Para alémdotexto evitá-los? comunicação? de meios pelos noticiados sempre percepção o que provoca os constantes naufrágios ocorridos na região, quase fluvial.para realizarem seus deslocamentos, utilizam-se do transporte Em sua populações locais, especialmente situadas em beira de rios, igarapés ou lagos, A vida no vasto estuário amazônico desenvolve-se sob o regime das águas. As Apresentesuavisãoporescrito.saber adquirido? um é ou nascer ao traz pessoa a que dom um é música da arte a vocêPara Pontos de Vista por estasnarrativas? dro. Quem são os músicos que estão narrando? Quais os sentimentos revelados PeSão festade - da dia no barco do naufrágio narrativado textoa do Recupere tire trêsdestaspassagenseasreescreva emlinguagemculta. coloquial.orale textolinguagem do em passagens redigidas estão Várias de MúsicadoJubim. Identifiqueonomedestesmoradores. banda da história a com envolvidosSalvaterra, de moradores alguns de cias Alice professora A Trabalhando como Texto odrigues escreveu seu texto reunindo vozes e experiên- e vozes reunindo texto seu escreveu Rodrigues que é preciso fazer para fazer preciso é que O Re- A ARTE DEPARTEJAR parteira. Elanosdisse: como trabalho seu de início o foi como perguntamos entrevistá-la, Ao serena. muito e altiva voz desdeos15. que tem103anosdeidadeeéparteira paracá-las, as partimos entrevistas. marajoara.município identifi- deste de urbana Depois área na como rural área na tanto parteiras, Vicência, aocontrário, nosrelatouqueaprendeusozinhaeno “sufoco”. e normalmente são mães de muitos filhos, que aprenderam o ofício com suas avós ou mães. Dona condições climáticas. uma série de empecilhos, entre as quais o precário,transporte a subida e descida das marés e as há eles a chegar para pois rural, espaço no saúde de serviços aos acesso difícil pelo justifique lugarejos.e talvezse vilas Isso nas frequência maior em ocorrendo comum, pouco prática uma é a parteira delanãovem agora,a parteira elasóvem denoite...” parteira, porque não foram buscar a parteira dela? E elas disseram: ah! porque mana vai acudir a menina que ela tá com dor (...) Eu disse: eu também não sou minha ah! – disse: ela aí mulher, a com trabalho um fazer ia eu lá, chego eu Atualmente, percebemos que o trabalho de parteiras na sede do município de Curralinho Dona Vicência é uma senhora de pele morena, mãos calejadas do trabalho na roça, de roça, na trabalho do calejadas mãos morena, pele de senhora uma Dona é Vicência das levantamento um inicialmente fizemos profissão, essa sobre mais conhecer Para As parteiras de Curralinho, de um modo geral, são mulheres com mais de quarenta anos, em ‘altas’ chamando pelas e irmãs elas não quiseram ir. Nessa hora tavamulher103. a com Foiporque tô eu criança, primeira a peguei eu quando anos tava15 eu lembrar)com para (pausa trabalhei “Eu Na cidade, entrevistamos Dona Vicência Medeiros de Souza, Deomarina Cardoso Ferreira Ferreira Cardoso Deomarina Ediane do Carmo Freitas Carmo do Ediane 19

135 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 136 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL para mãe, queapesardeexausta estáfeliz portertidoum bom parto. entrega o e carinhosamente bebê o enrola ela disso,andiroba. Depois de azeite com “queima”o umbilical, cordão o corta materno, ventre do cuidado o todo com retira o parteira a aparecer; a barriga da paraparturiente que a criança nasça mais rápido. Finalmente a cabeça do nenê começa a aperta e orienta a parteira a parar; sem forcejar a começa e abertas pernas de deita mulher A hora.grande a chega chão, no improvisado é colchão lençóis.Um grandes com laterais as forra limpos. jáestápreparado numa Seumaterial maletinhaquecarregapara realizarseuoficio. proteger a parturiente e abençoar seu trabalho. Ela pede para providenciarem água morna e panos servem paraservem diminuir aqueladorquaseinsuportável. ainda e nascimento do rapidez na acalmar.auxiliam se que a chás,prepara pai Ela nervoso o da de uma senhora tranquila, que segura firme o braço da futura mãe e a faz caminhar pela casa, aju- a chegadatãoesperada. o nenê quando este estava em má posição, incomodando a mãe, enfim, preparando o terreno para da com antecedência e a acompanhou durante toda a gestação, puxando a barriga, “endireitando” está chegando; porém, a ansiedade transforma-se em medo e insegurança. A parteira foi contrata- algumas entrevistadas, feito porparteiras: oprocessodeumparto parteiras.das Tentaremostrabalho o acontece segundo descreveragora,bebê, do chegada pela chega a beirar o insuportável. respeitas porlá,fazendo, inclusive doisdegêmeos. segundoela,mais107partos, município, segundoela,fez 550partos. do rural área na Só acima. rio e abaixo rio mulheres muitas a assistiu mais, parou não Vicência Dona vez daquela partir A parteira. como trabalho primeiro seu de importantes detalhes muitos O ambiente já estava pronto, como não havia paredes divisórias na casa, a parteira parteira a casa, na divisórias paredes havia não como pronto, estava já ambiente O E Dona Vicência continuou orelato: A parteira reza parteira A As contrações aumentam,amulher sedesespera pelotamanhodesuador. Apresença levesmulhersente A grita, contrações, horaa que sabe pois esperadatão nervosa, fica Dar à luz de parto natural não é tarefa fácil, a mulher sente contrações fortíssimas e a dor O Parto... mais das uma tornou se e parteira como famosa estava já cidade para veio Quando de lembra ainda idade da apesar que, corajosa mulher uma mostra se Vicência Dona cortei o cortei criança, a peguei eu Aí morta. quase tô eu que acode me “Aí eu fui lá no quarto com ela, aí ela disse: ah! minha mana, imbigo Salve Rainha Salve Neste ambiente, constituído por um misto de sofrimento e ansiedade dela, perparei e Ave Maria Ave elaedeipra amãe...” para ossa Senhora do Bom Parto, a fim de fim a Parto, Bom do Senhora Nossa campos eflorestas, na “Amazônia Marajoara”. separam e ligam que rios imensos nos emergência de parto ofício,um indispensáveleste em tão novasvisualizar de divulgar valorizarcapaz e de novoseja formas que olhar elas,um sobre olhar tância que comprovadamente essas guerreiras têm, é que há uma necessidade de se estender um famílias.impor- as à Devidocom duradouros amizade de laços estabelecem e filhos, e mães tas incentivando-as napráticadessaprofissãotãonobre. nhamento por parte do sistema de saúde, que poderia estar mais presente junto a essas mulheres, acompa- e treinamento há não que velhas.inferir,Pode-seainda, mais as com morrendo talvez, se interessam mais por esse oficio, e gratificante esteja, deixando que esta prática tão importante cional, demãeemulher, quedificilmenteencontraríamos emhospitaisoupostosdesaúde. sabemos que o trabalho dessas sábias senhoras vai além do profissional, pois envolve o lado emo- de daràluz. momento o chegar quando casa sua de próximo mais saúde de centro ou hospital no estar para programe se ela que também e filho seu de nascimento do prováveldata exames,a e toques de durante o chamado período pré-natal. Este acompanhamento que permite a mulher saiba, através enfermagem, de técnico ou médico,enfermeiro como saúde, da profissional um gestação,com a durante frequente, mais acompanhamento fazem hoje mulheres as que é disso causas das uma coletiva amemória poisassimestaremospreservando histórias, deumacomunidade. outra mulher, com sentimento de solidariedade. É por isso que devemos conhecer e valorizar suas fazem. Essas guerreiras, como podemos chamá-las, possuem desejo de servir, aliviando a dor de que o com nada quase ou pouco e ganharem oficio,de nesse além auxiliá-las para básico material capacitação como saúde, de serviços dos apoio têm não vezes muitas parteiras as rajoara, vai atenderaoutrochamado... pagamento,simbólico um mediante acima. rio sobe vezesMuitas já e lida daquela descansa nem e, despede se parteira a leite.dias,muito Passadosoito produza mãe a que para caldo bastante dando parida, da alimentação da quanto medicinal parte da tanto cuida que já pai, ao segurança dando dias, vários por filho do e mãe da cuidando casa na permanece parteira A dias. alguns durante continua assim e parto o após bebidas tais tomar a começa mulher cachaça.A também ervas medicinais como verônica, aroeira, alfazema, alecrim, erva doce, entre outras. Às vezes usa com beberagens de variedade uma prepara e cozinha à vai senhora sábia A (placenta). parto” do “resto o retirar para mulher da barriga a massageia parteira mãe.A da cuidar de hora a gada T O Pós-Parto... O que podemos concluir é que as parteiras têm um trabalho fundamental na vida de mui- Outra causa provável para o desaparecimento das parteiras é que as moças de hoje não contrário, ao profissão; uma seja não parteira ser que isso com afirmar queremos Não que inferir podemos e desuso em caindo está parteiras de serviço o que Observamos ma- região da os como acesso difícil de e longínquos municípios em que Percebemos erminado o parto, após o bebê tentar sugar pela primeira vez o seio materno, é che- é materno, seio o vez primeira pela sugar tentar bebê o após parto, o erminado

137 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 138 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 8. 7. 6. 5. 4. 3. 2. 1.

e domiciliar. Façapesquisaumavantagenssobreas desvantagens e partos:doshospitalar atualmente.ção dasparteiras da A leiturapartir do texto responda quais as prováveis causas da pouca atua- onde existem mulheres detentoras destasabedoria. Você conhece alguma parteira? Faça um mapeamento dos locais no município sua imaginaçãopara descrevê-lo. use visto, ter sem Mesmo parteiras? por feito domiciliar parto um viu Vocêjá dasparteiras. Produza umtexto opinandosobreaimportância dissertativo parteiras. das trabalho o sobre virtuais textos ou livros revistas, jornais, em Pesquise domiciliarfeito porparteiras. monstrar as etapas doparto de- possam alunos os qual na teatral peça uma colegas seus com Apresente domiciliarehospitalar.entre parto comparações fazer possam depois que para urbano, e rural espaços dos de saú- de serviço ao ligadas Realizepessoas e mães entrevistas parteiras, com Trabalhando como Texto e elapediu: desculpaporeuficarbrava comasenhora. Olhe, eutenhoexperiência.” dar prá Soure e eu falei não. Vai nascer aqui e logo veio o outro pezinho e nasceu. Graças a Deus, não; é a placenta que está aí, eu dizia, é a criança. Quando eu vi saiu o pezinho e ela queria man- que dizia ela e criança, outra é não se veja e aí isso pega disse, e dela barriga puxeia lá, pra fui duas.são que sabe não bravaficou ela e é, dizendoporque tô é Se que comigo, eu demorou não estudou, não senhora a doutora, sim, crianças duas são crianças, duas são disse, Eu crianças. duas eram não que disse médica a e nascer, pra dificuldade com estava e crianças duas com da medicinacientífica. reconhecida socialmente, apesardonão-reconhecimentoporparte hospitais.dos dentro inclusive importância, Caboclas emSalvaterra ÁGUAS: SabedoriaeMedicina OFÍCIOS DAS MATAS EDAS tros urbanos. cen- nos também, e, floresta da interior operavam/operamno mulheresmilagres verdadeiros sas outros).Es- entre psicologia, ginecologia, ortopedia, à (relativos medicina de conhecimentos aos população local. As práticas aglutinavam, ao mesmo tempo, crenças e rituais caboclos associados à saúde de serviços importantes prestando trabalhavam milenar popular sabedoria da herdeiras Durante muito tempo, no município de Salvaterra, apenas mulheres simples, do povo, do simples, mulheres apenas Salvaterra, de município no tempo, muito Durante velha [de Saúde] dos ali correios.perto Levei umas meninas daqui e uma delas estava muitaveio gente mundo.parteiras, ao das eraunidade ainda, a diversosfiz Eu partos, parteiras...as atravésapoiar que tem parteiras, as chato,desvalorizar acho triste, “Eu O trabalho das profissionais na/da arte de relato de Dona Heloísa aponta para a experiência, a para aponta Heloísa Dona de relato O partejar , Maria Páscoa Sarmento de Sousa de Sarmento Páscoa Maria benzer , Alice Rodrigues de Freitas de Rodrigues Alice rezar e puxar é de grande 20

139 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 140 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL bicicleta, apé,prátodasessasbandasatéoBacabal...” estavamque primeiras.das uma perto, mais muitoFiz muito parto, mesmo. buscarme Vinham de das uma era eu aí e hospital no atender para médico tinha não e gente, muita “era diz: partos, mais.parou não depois feze que Informamuitos partos realizar para chamada ser a avó,passou sozinha. parir umbilical.cordão avóo sua Quando da foichegou paraapenas cortar morte a Com preferiu parto, do dores as sentir ao e mãe), de órfã (é pai o com casa em estavasozinha viços, ser- seus com contar pôde não tevefilha, anos, 17 primeira aos a esta, quando mas parteira, era ências, aprendem o ofício com ancestrais longínquos ou por necessidade de praticar a praticar de necessidade por ou longínquos ancestrais com ofício o aprendem ências, a parturiente, umavez quetodaaresponsabilidadeeocréditodo a parturiente, pré-natal,acompanhando os nove meses de gravidez, pois éde fundamental importância conhecer lho que começa muito antes da nascer,criança quando a mulher fica grávida e se estende durante o para ossalvaterrenses, masofato nãoesmoreceasmulheres. tinham que importância a perdido têm e requisitados pouco são mulheres das profissionais viços T espírito.era filha, minha da vida a salvou Girú fica se sentindo mal, conforme o espírito, o tipo de morte. fraco.tirar,deixa de pois pessoa ruim A concentrada.é muito estar Espírito que tem criança uma (acolher osaflitos). Masnemtudosãofloresnoofício, comoinforma DonaSolange: parteira. Ela aprendeu a aprendeu parteira.Ela de ofício ao vida da metade da mais dedicou fácil, sorriso e franco olhar de dona acolhedora, e rabalho atécom animais, cachorros... família comminhaprópria nãoconsigover nada.” Apresento as mulheres que chamo guerreiras, indicando a constante dedicação ao traba - ao dedicação constante a indicando guerreiras, chamo que mulheres as Apresento ser- os médicos, dos onipotência quase a e científica medicina adventoda o com Hoje, “Considero mais difícil a benzeção...a difícil concentrada.mais e inspirada“Considero estar benzerque Prá tem Detentoras de poder ou poder de Detentoras Dona , 76 anos, pouco estudada, 13 filhos, mulher simples mulher filhos, 13 estudada, pouco anos, 76 Reis, dos Pereira Malvina partejar por necessidade e o primeiro parto que fez foi o seu, pois a avó a pois fezseu, foique o parto primeiro o e necessidade por dom que acreditam inato, como costumam definir suas experi- suas definir costumam como inato, acreditam que ão consigo trabalhar com minha própria família. própria minha com trabalhar consigo Não Não gosto de trabalhar com isso. O Seu ato de partejar de ato édaparteira. caridade

um pouco sobre o sobre pouco um falou e conosco conversou vacilante), (desconfiado, deira anos, magra e alta, sorriso tímido e olhar e tímido sorriso alta, e magra anos, Salvaterra. Marabá,em bairrodocasinha filhassimplesnumano das uma com Mora parteira. como atua mais não avançada, idade à vido de - e, marido pelo deixada pensão pequena uma recebe viúva, médico, qualquercoisacorrepromédico...” têm aquela fé mais no médico e não tem fé em Deus, tem fé no pessoas as assim, acho Eu falá. nem vê se não “hoje,fissão: ção. Agora eufaço aquelaoração, eusouevangélica graças aDeus, faço puxaçãonabarriga...” costura rasgadura costura quebranto reza 20 anosdeidade, disse: mas sabe ler muito bem. Atua como bem.Atua muito ler sabe mas fundamental, ensino do série 2ª a até Estudou filhos. seis saúde.tem de e profissional casada de é Solange segundo ela: foi deficiência, com moça uma de parto o como difíceis, situações algumas por marcas, xaram T bebê pra defumar...” [afastando assimosmau-olhadosequebrantos] do roupinha a pegava sim, fazia roupas] das [cuidava fora, pra criança a botar prá força aquela de mais, a gente sabe que é um perigo que a mulher tá correndo, então se não fizer que tomava conta. Eu vinha todo dia puxar a barriga, ajeita tudinho, né? Não é coisa “Eu fazia e o ela parto ficava na casa dela, e eu ia embora prá casa, a família dela é econtaarespeitodarelaçãocomaspacientes:atividade muito importante aah, abm fazendo também, rabalha, , puxadeira Dona Dona Malvina ensinou a todas as filhas a Durante a conversa, desabafou e reclamando da pro- Pelo trabalho não cobrava nada, informa que jamais cobrou. Os anos de trabalho dei- trabalho de anos Os cobrou. jamais que informa nada, cobrava não trabalho Pelo Apesar da não-valorização do trabalho destas profissionais, Dona Malvina considera sua , diz ela: “faço remédio prá problemas de barriga, faço aquele preparo... Eu faço ora- Solange Benedita de Oliveira de Benedita Solange de torções e distensões muscularese distensões e torções de ceu umamenina,eufalei pra elafazer força queajuda...” nas- aí preocupada), (agoniada, aperreada tava ela esteira, na dela . Informa que descobriu o descobriu que Informa . dom que lhe permite curar e a vida a e curar permite lhe que saram que ela ia ter problema, mas eu ajeitei as pernas pernas as ajeitei eu mas problema, ter ia ela que saram tinha problemas nas pernas. Daí vieram me chamar, pen- aleijada, era ela ali, tinha que moça uma era vez, “Uma garrafadas rezadeira rmdo csio fio cm lna mdcni) e medicinais) plantas com feitos caseiros (remédios ressabiado dom , benze- aos 55 aos partejar aos

. H oje, atendimento. rasgada”. quatrovezes Repeteafórmula efinalizao costuro?” Apessoa atendidaresponde: – “é carne – “com linhaeagulhaeucosturo, eoqueéeu o localdolorido. Emcadacantoquecostura pergunta: linha, costurando umpequenoretalho, para alcançar início àcostura “sugerindo” movimentar agulhae cerca de5cm)eumaagulhaenfiada comlinha,dá Depois, usandode umpedaçodepano(retalho com osdedospolegaresdurante algunsminutos. embebidas emunguento, fazendo discretapressão e vem, comaspalmasdasmãos olocaldolorido massageia profundamente, emmovimentos devai vezes areza,solicitaàpessoaquedeite. Aseguir na direçãodapessoaatendida. Depoisderepetirtrês tos comamãodireitaemformato de “sinal da cruz” balbucia umaoração e, enquantoreza,faz movimen- Ao costurararasgaduraprofissionaldesaúde produzido por de repenteecausapreocupação, poisé vezes comvômitoediarréia,aparece molee deixa acriança “sem acordo”,às “anjo daguarda” dacriança. Oquebranto pressão, erezapara benze o emcruz fazendoa cabeçadacriança, umaleve com mãodireita,aesquerdaapóia ou não, oqualsegura umgalhodearruda pessoa responsável, arezadeira apanha, nocolodamãeou com acriança A rezaquebranto,deforma geral é feita olho mau olho ou mau olhado. mau

141 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 142 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL sua atividade: a atividadequedesenvolve importante: falo:leve... mim.”médico pra o passa para depois considera Solange Malvina, Dona como Assim cobrar,né? posso não então deu, me Deus que sorrindo, continua] não cobro nada. As pessoas dão um agrado [algo em troca] ... isto é um é ...isto troca] em [algo agrado um dão pessoas nada.As cobro não continua] sorrindo, ... até de Belém. Somos quase uma doutora, né? Porque ajudamos os outros, trabalhamos...” [fala de ajuda: “muitas pessoas... vem do Jubim, de Deus Ajude, Boa Vista e Caldeirão. Muitas pessoas buscaem longe de região,vêm na elas mal.gente muita do ajudado afasta ter espíritos Declarou garrafadas para anemia, infecção e tuberculose. Benze tuberculose. e infecção anemia, para garrafadas sagem para problemas de coluna. Fez quatro por partos, necessidade, não se pensa parteira. Faz “A profissão pode ser importante no futuro. Mas tem pessoas que tem o tem que pessoas tem futuro.Mas no importante ser pode profissão “A por interessarem se hoje, pessoas, poucas de fato pelo ressente se que Informa isto. são. Respeitam a minha profissão. Me chamam de tia...me sinto respeitada por dom tem genteruim... secobram muito podecrerqueopajénãosabenada...” pensam que é prá pajé... essas coisas. acredita.não numEstamos mundo acredita.não que gente tem que pessoa a quando Sinto raro.ficando está mas boas, pessoas ter Podesobrenatural]... força por asci com o com Nasci Relata que, paraalém debenzer, costuma fazer para derrame fricção e torcedura, mas- ções queusosozinha. Vem dedentro.” enãoquerem. Tem quetero T em queteramornaprofissão, né?” os poderes os tratar com meu com tratar me e comecei eu e jeito, deu não médico adoecer,o a comecei “Eu dom alguém precisando não fico só olhando... gosto da minha profis- minha olhando...da só gosto fico não precisando alguém vejo Quando pessoas. as conhecer sem mesmo sempre, Ajudo sim. importante é trabalho “Meu T em gente que vem por vir... tem gente que é fanático...já é tudo que gente vir...tem por vem que gente em .Meu espirituais com os quais nasceu]. Ninguém me ensinou.me nasceu].Ninguém quais os com espirituais pai pai Girú ensinou a controlar ...controlar o a ensinou Girú [pessoa que a auxiliou a descobrir e entender e descobrir a auxiliou a que [pessoa dom eainvocação [vocação informada T T em gente boa... muita gente boa. Mas em horas que a gente vê que não é prá gente, prá é não que vê gente a que horas em T enho muito amor na profissão.na amor muito enho quebranto dom e mau-olhado . Aprendi as ora- .as Aprendi . Dá passes e passes Dá . dom dom bém, fezbém, parto. trabalhara Informoucomeçou que como çam a conhe- também pessoas outrasmuitas que e história sua de saibam que paratrabalho] nosso ao direito...”[refere-se livro teria vendoo pescadores] netos os quer narrativaque dizendoa Encerra çou a atuar também como realizar o atendimento. Conta que seu primeiro trabalho,como primeiro atendimento.seu o que realizar Conta que deslocou as deslocou que também, de outros municípios).outros Alguns de também, e, município do interior (do préstimos seus de busca em longe de vêm muitas.pessoas Algumas aprendeu só. faz serviços decostura.faz serviços abater pelas adversidades deixa da vida e é se uma trabalhadora incansáveljamais e para mulher ajudar na renda esta familiar infantil, paralisia por produzido pernas, duas nas problemas Com gente. tanta ajudado ter de orgulha-se Fundamental, Ensino do série 6ª a até somente estudou faz muito importante, pois dá realização... tanto da parte do dinheiro como,conhecer fatodinheiro de pelo do realização... dá pois parte da fazimportante, tanto muito que atividade a considera e pessoas as ajudar poder felizem serviço.muito pelo Sente-se pagar de condições têm não muitos que sabe demais, aos ajudar poder em contente diz se ela decem, agra- outros dinheiro, oferecemconsciência...” Uns a conforme dão pessoas “as serviços, estes rou... aíeleespalhou...” ...meu, primo veioele ... favor,por puxa, me mana ...andando quase tô não puxeiaí melho- ele e cessário tero cessário das ou ajuda, conforme sua declaração, sobrevive de fazer pequenas peças e de da artesanato venda que outras, como, porexemplo, ouafastar benzer crianças maus. espíritos garrafadas arte de curar de arte “Não pretendo ensinar ... acredito que tem que trazer o Maria do Socorrodo Maria da Trindadeuma é Moraes Não sabe dizer exatamente quantas pessoas ajudou, até hoje, mas sabe que foram que sabe mas hoje, até ajudou, pessoas quantas exatamente dizer sabe Não Como Socorro, como gosta de ser chamada Dona Maria Trindade, conta que não cobra por cobra não que Trindade,conta Maria Dona chamada ser de gosta como Socorro, Dona Solange diz que não ensina a arte a ninguém, pois considera que para isto é ne- é isto para que considera pois ninguém, a arte a ensina não que diz Solange Dona Sobre as dificuldades do trabalho informa que algumas coisas são mais difíceis de fazer sou estranha ... nãogostodefestas, ajuntamentos...” o remédio certo, passou, ele ficou bom. Não teve mais dor. Ela é igual eu ... eu ainda...pegou ler sabia coluna...não de dor estavacom que dela tio um curou menor era pessoas.Quando as cura remédio, pedacinho...faz algum ela dou índia. Minha avó entendia ... na família só ficou eu ... Minha neta her- isto.ensina novetem Lorena, anos.a neta, Minha bisavóeraMinha Apesar dos muitos serviços prestados à sociedade não recebe nenhum tipo de auxílio de tipo nenhum recebe não sociedade à prestados serviços muitos dos Apesar dom . “Faço tear, miçangas... Não sou aposentada, se pagasse o INSS à Colônia [de Colônia à INSS o pagasse se aposentada, sou Não miçangas...tear, “Faço. curadora cadeiras , porissodiz: . faz (quadril) e não conseguia nem mesmo andar.mesmo nem conseguia não e ela: Diz (quadril) foi num “primeiro rezadeira rezadeira benzeções e benzedeira clientes , puxações, vêm buscá-la em sua casa, mesmo à noite, para noite, à mesmo casa, sua em buscá-la vêm . Diz que nasceu com o conserta torções conserta puxadora curadora puxadora dom aos dozeaos come- depois e anos , aos 39 anos,39 marajoaraaos a , que . e Não se costura rasgadura costura dom foi atendendo um primo primo um atendendo foi , ninguém a ensinou, e, tam-

143 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 144 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL ele avêdiz: tuésaminhamédica.”“Maria cado) a clavícula, pois deu muito trabalho para recolocar no lugar. Segundo a mesma, sempre que tem duasfilhas: umade16anoseoutra decincoanosetemumcompanheiro. guinte resposta: “isto não é prá gente”. Na família, teve uma tia materna que, também, era se- a recebe convida as que sempre pois filhas, as nem irmãs, as aprender.Nem quer ninguém pessoas.resolver,de difícil mais caso O Socorro, segundo haviafoique rapaz um turar rasgadura turar ra fica mofina... triste... às vezes vêm me buscar de noite para benzer com quebranto” criança . pessoa está com fome, se admira... aí põe quebranto na criança... desses é ruim de tirar. A criança que, ainda, costumafazer comdetalhes. ros, era pouco. Masmuitas vezes eunãocobro não, tempessoasqueeunãocobro.” eu precisava. Eu tinha que cobrar. Às vezes eu não cobrava muito, nesse tempo eram dois - cruzei faz:serviços, que meus cobrava pelos “Eu partos pelos cobra portanto Saúde, de Municipal taria da minhatiatodosfuieuqueassisti,elateve dezfilhos.” filhos pronto,os estavadia, gestante. que Desse sabia nem ela porque surpresa uma foi chegou pé.forçasua com e Mas,ajudou me Deus mesmo assim teveela mãe minha a quando criança, a estavade contrário ao criança] estava[a dela que tia.Só minha da parto o fiz eu dela, frente prá fui medo com eu e dor a deu acudir; ia que disse eu ela, acudir pra pessoa uma tinha não e dor ninguém sabia muita coisa não é como hoje em dia, então ela me chamou e disse que estava com deu dor na minha tia, eu já tinha visto como era e ela me disse que estava gestante. em casa com a minha tia que estava passando as férias lá, daí com três dias que ela tinha viajado lá gente a deixou Belém, foipra mãe minha a e,estava gestante ela que sabia não mãe minha a e férias as passar veio tia minha bebê.A o nascido tinha já dia outro no chegou pai meu quando daí e ensinou me ela como umbigo o mandava;cortei ela cuidei, eu teve ela criança foiquando a como fiz eu e era como ensinou me ela e fui eu quarto pro lá chamou me ela anos;aí sete tinha iniciou seustrabalhos muito cedo: que Salvaterra.Conta em filhos muitos de nascer) a crianças as ajudam que parteiras as minar do lugar. Benzer foraesteja que nervo um encontrar ou lugar no membro um recolocar forçafazerpara muita cisa e parteira Diz que não ensina a ninguém a ninguém a ensina não que Diz Maria Heloisa Alves de Menezes Menezes de Alves Heloisa Maria cotidianamente, cuida quem de idosa bastante e cega é que mãe, a com mora Socorro Atualmente, faz poucos partos, somente em caso de emergência, mas relata as coisas as relata mas emergência, de caso em somente partos, poucos fazAtualmente, Maria Considera que o mais difícil da profissão é puxar, pois além de doer muito, às vezes pre- , chamava-se Raimunda. Socorroacreditaque “herdou” o considera uma dastarefas maisfáceisemseuofício. Heloísa profissionalizou-se como fezparteira, cursos e tem registro junto à Secre- irmão, e ela não tinha condição de chamar a parteira, única solução era eu, que e não tinha parteira prá lá. O meu pai viajou e fiquei só eu com a minha mãe e meu “Eu comecei a trabalhar porque nós morávamos lá nos Pilão, passando de Joanes quebranto , também,nãoétarefa fácil,pois “às vezes ébrincalhona... acriança a arte de curar de arte é mais uma mais é .que acha Temensinar,mas de vontade mãe (chamamento usado para deno- para usado (chamamento dom datia. sacado Nesse tempo rezadei- (deslo- Cos- triste, conta Maria Heloísa: contaMaria triste, muito deixou a isto e médico um por reconhecem;desvalorizadofoi todos nem isto,mas por luta médico,procurar serviço masconsidera seutrabalho, para acomunidade: ainda,muito importante paciente a mandar em duvida não conhecimentos seus de acima está serviço o que sente quando cuidados dafamília, masmantêmrelaçõescordiaisedecuidadocomamãecriança. questões que exigem conhecimento especializado; quando passa o resguardo, deixam outras e roupa da amboscomida, da pessoas, das situação,para cuida “gerenciar”a dias sob os todos vem ou os casodesta,poisnodurante criança, parturiente dacasada setedias,poisfica na emãe cuida da nais de saúde ocidental (formados nas escolas de medicina e enfermagem) e por parteira tradicional, isso eufaço. Porque quandoeu comecei,foi assimqueeuaprendi.” mulher,da purgante, dou barriga a esquento rientes.barriga, umbigo,banho,a curo dou puxo Eu partu- as com cuidado,carinho muitomuito tenho eu assim, pessoa uma sou que criança.sei Eu dia, puxa a barriga curada parturiente, o umbigo da criança, dá o banho, tem cuidado com aquela todo vai parteira a casa em criança uma tem mulher uma casa, em nem que é não recurso,mas Dona Maria Maria Dona eeunãovou éderisco com 30anoseàsvezes meresponsabilizar.” oparto está já ela porque não, comigo.disse falarveio Eu ela daqui, moça uma saiu em Jubim, tem muitas pessoas que não querem procurar médico. Ainda agora hospital. o procura Salvaterra, em lá mora Ciosa de suas responsabilidades, Dona Maria Heloísa procura ajudar ao máximo,mas ao ajudarprocuraHeloísa responsabilidades, Maria suas Dona de Ciosa Heloísasepensarealizadacomaquiloquefaz,Maria dizela: Vou faz, dizer nohospitalnãofazem. umacoisa,comoaparteira Nohospitaltemtodo tante; eu conserto uma rasgadura, eu puxo um peito aberto, conserto. É isso que eu faço. “O que eu faço agora é só uma puxação na mulher que vem me procurar, a mulher ges- Maria Maria eloísa apontou a diferença entre ser assistida na unidade de saúde por profissio- por saúde de unidade na assistida ser entre diferença a apontou Heloísa enxergar, vou apalpandoatéfazer oserviço.” profissão que só se eu não enxergar mais e mesmo assim se não gosto. Gosto desse trabalho que eu aprendi desde criança, é uma eu Porque gente? assiste ainda que por Maria, Dona do nasce eu fico muito alegre. Tem gente que pergunta “Eu sou muito feliz quando eu pego uma criança, quan- as que vem de Salvaterra atrás de mim. Eu digo; olha minha filha, você 15 dias, ela preferiu a mim, elas não querem ter no hospital. Tem pesso- “T em pessoas que vem.que pessoas em eloísa acredita que o trabalho das parteiras deve ser mais valorizado e valorizado mais ser deve parteiras das trabalho o que acredita Heloísa lha, essa menina que teve agora, está com está agora,teve que menina essa Olha, ão, não quero; quero você.Aqui, quero quero; não Não,

145 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 146 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL saber localrelata: social eprestígioprofissional. reconhecimento pelo passando cliente, e profissional entre estabelecida relação pela começar a de nossos lugares de origem. Prestando atenção, os conhecimentos são de natureza diferenciada, foraacademias, na formados saúde de profissionais os professae que religião a com nutrir tuma trabalhei lá, vi muita coisaeficava calada.” apoiar porque através de nós,muita gente veioparteiras, ao mundo. Eu sei como é hospital, eu já que tem criança.parteira, desvalorizara a médico com o higiene ter que muitotriste acho tem Eu macia, pele a tem seda, sujo.uma está é criança sujo,corpo A vocêestá o porque mancha, uma você chega numa casa pega uma criança e beija no rosto, no outro dia a criança morrer.já Se vaiamanhece com criança infecção.A pega e criança a colocando vão já e cama da doente o tiram uma pessoa doente e eles jogam naquela cama. E quando chega uma mulher pra ter eles criança nascidos emBelém,queproduziuumescândalonacional]Sabeoé?Falta dehigiene; chega recém- de parteiras. as Porquehaver [referia-semorte esse à morreu Casa criança? Santa de na formação se faz na escola da vida, auxiliada pelo auxiliada vida, da escola fazna se formação Além de ser parteira “das boas”, Dona boas”, “das parteira ser de Além “Eu acho isso chato, triste; porque ele não deve desvalorizar as parteiras, tem que apoiar Pelos relatos, percebe-se a diferença entre ser profissional de saúde tradicional cuja tradicional saúde de profissional ser entre diferença a percebe-se relatos, Pelos tava bem,era assim”. dava prá dizer, eu dizia: seu filho tá com tá filho dizia:seu dizer,eu prá dava com mau olhado, era o que diziam. Eu nunca gostei de dizer o que era, quando tá filho teu dizia; benzia o benzedor o quando benzer,aí sabe ele que fulano pra leva diziam, ... era benzeção em falava se quando primeiro De mesmo. vezes quando está com está quando vezes camento], eu puxo, eu conserto. Às vezes é uma é vezes Às conserto. eu puxo, eu camento], carne, eu puxo, eu conserto ... Eu só benzo criança mesmo, às mesmo, criança benzo só Eu ... conserto eu puxo, eu carne, “Às vezes a pessoa chega em casa com uma com casa em chega pessoa a vezes “Às quebranto e as pessoas nem acreditam mais nisso mais acreditam nem pessoas as e Maria Heloísa também é também Heloísa Maria dom quebranto que recebe sobrenaturalmente e que cos- que e sobrenaturalmente recebe que , ia embora e no outro dia outro no e embora ia , sacadura rasgadura curadora; curadora; [deslo- na sobre este sobre 1. 4. 3. 2. 1. 4. 3. 2. 2. 1.

bedouras Faça um mapa a partir das referências de lugar indicadas pelas indicadas lugar referênciasde das partir a mapa Façaum Geografia Quais asdiferenças quevocê observa? profissional queoatende? pelo compreender faz se você saúde, de unidade à dirige se você Quando Inventarie ovocabulário eprocureoscorrelatosnamedicinaocidental. humano? tomia efisiologiadocorpo doente;referir o corpo qual a correlação com o que você apreende sobre ana- As profissionais de saúde tradicional possuem um vocabulário especial para especial vocabulário um possuem tradicional saúde de profissionais As Ciências Entreviste umaprofissionaldesaúdetradicional, completeasinformações dotexto. No casodoscentrosurbanos, veja adisposiçãodosbairroseoacesso. Raciocine quantotemposeleva seusa. para chegaraelas, quetransporte narrativa das Tente contar uma história e veja as semelhanças entre a sua narrativa e a e narrativa sua a entre semelhanças as veja e história uma contar Tente Discuta asformas denarrativa dasprofissionaisdesaúdetradicional. Língua Portuguesa Trabalhando como Texto . mulheres sabedouras mulheres . mulheres sa- mulheres

147 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL IV NARRATIVAS FANTÁSTICAS em Santa Luzia dorioSiricari branca daO encante cobra que contava suavoinha. estórias Marajó.as do gostavaescutar ilha menina de na A morarpara Zezé; nordeste do saíram Ana, mais conhecida por Aninha, ainda criança, deixou sua terra natal, com sua avó sua com natal, terra sua deixou criança, ainda Aninha, por conhecida mais Ana, Dona Zezé, uma senhora muito adorável e simples, sabia que na ilha as coisas seriam seriam coisas as ilha na que sabia simples, e adorávelmuito senhora uma Zezé, Dona Marcelli de Cássia Monteiro Santa Brígida Brígida Santa Monteiro Cássia de Marcelli Rodrigo Oliveira dos Santos dos Oliveira Rodrigo 21

151 NARRATIVAS FANTÁSTICAS 152 NARRATIVAS FANTÁSTICAS dia, quandochegoudaescola,perguntouàsuavoinha: certo hora.curiosa, muitoqualquer Aninha, a ser podia não Siricari rio no banho o que diziam na dência acomunidade quilomboladeSantaLuzia. vida melhor na Amazônia. Decididas a morar em Salvaterra, neta e avó escolhem como nova resi- esperavamuma alimentos, ter de escassez a com e secas diferentes.as bem com Acostumadas nas que habitam as profundezas dos rios, sendoquealgunsencantadosvemnas quehabitamasprofundezas dosrios, damata. pessoas que vinham de diversos lugares atrás da cura. Ele era usado pelos encantados ou carua- ções ecominúmeras crenças. Eujáconhecipajéspoderosos erespeitadoscomoomestreCaraparu. mas atédeassustar. muitas dessas coisas. Ela sabia que em cada lugar da sua cidade tinha diferentesestórias e algu- José. Maria Lá se via e ouvia muitas estórias. Era um lugar encantado. Alguns coleguinhas da meni- — — — — — — — — — — — Sabe, Zezé, contam os antigos que esta terra pertencia ao Seu José Espedião Nas - Espedião José Seu ao pertencia terra esta que antigos os contam Zezé, Sabe, várias alcançaram proezas suas Caraparu, o como conhecido tão tornou se Ninguém na- várias de índios, por dominado lugar Salvaterrapassados,um tempos era em Zezé, Oh, em acreditando mesmo Zezé, da declaração a com impressionada ficou Maria Dona procuraZezé umpoucocontrariada, dasDores. Dona Zezé, preocupada com sua neta, procura a parteira da comunidade, conhecida por — — — — — — — — — — — - Ani A em teimosa! é insiste Ela Ela dizer. que o Aninha… mais neta sei não minha eu com encantado; é preocupada Siricari rio muito o que estou dizer Dores, das lha, vê! O se onde Por É… Bem! Tudo Dores. filha! das Olá Maria éramos Dona onde Olá tempos, alguns em vista fizemos. já bem partos muito terra. Muitos foi já sabe, minha de bem procuradas. parteiras ocê de bastante diferentes Como muito linhagem são encantado! Nossa rio estórias desse essas aquí, conversas novo essas ié sobre genti a falar me pode Ocê Zezé! tarde, Maria! Boa Dona - tarde, ba Boa posso não eu que Porque Siricari? verdades? rio são no aí quiser por eu que dizem hora que a nhar coisas essas Voinha, nha gosta muito daqui, ela vive brincando com a molecada embaixo do bacurizeiro, bacurizeiro, do embaixo molecada a com brincando vive ela daqui, muito gosta nha a é coisas essas sobre melhor falar te pode quem Mas fiz. que outros entre Joana, a Zezé! bem, Está essas? são criaturas Que branca! cobra grande da morada é lá que e princesa, reia, - cupu dos abricós, dos mangas, das gosta local, esse por encantada é Ela né. sabe, Dores. das Maria Dona açus, e dos bacuris. Bem, ela é muito feliz aqui, as pessoas são boas, são simples e e simples são boas, são pessoas as aqui, feliz muito é ela Bem, bacuris. dos e açus, tem uma história interessante. Esse negócio de negro, índio é tão forte aqui, mas a a mas aqui, forte tão é índio negro, de negócio Esse interessante. história uma tem gente gosta. Só que isso me incomoda, pois eu já disse: olha, Ana, isso não existe! não isso Ana, olha, disse: já eu pois incomoda, me isso que Só gosta. gente - se jabuti, boto, aparece que disse Davi tio O Brito que o diga, o Manésio, o Manoel, Manoel, o Manésio, o diga, o que Brito O ou meio-diaeaindaestava menstruada. norio. ficarnesseshorários truada mens- mulher uma menos muito e d’água, mãe da causa por horas, dezoito e horas doze horas, Ilarina.pajé.uma Benvinda seis às banho eracirurgiona, tomar podia se não indígena religião Na comunidade. começouassim: Aestória na Cipriano o deixou mas foi se já que Caraparu o exemplo por como existem, ainda cirurgiões que incorporavam os caruanas praticavam a cura e ensinavam remédios para várias coisas. Esses eram meus bisavós, disseZezé. se escondiam. descendentes dos escravos que vieram para cá, por isso aqui é quilombo onde os negros fugitivos eram eles séculos; dois uns fazendo negros, eram Ambos Idalina. Maria esposa sua e cimento então elaresolveu engravidar Benvinda. uma grande brancaserpente encantada, que não gosta de ter ninguém por nesses perto horários, Um dia desse Benvinda resolveu desobedecer a mãe d’água e ficou no rio às doze horas e Antonia Benvinda, Maria Laura, nomes por filhas, quatro tinha Expedião José Seu pajés os né, índios, dos tribos nas acontecia encantados de coisas essas Então,Zezé, Há! Bem! Eu já tinha ouvido sobre esse negócio, Maria, lá pelo Ceará e Paraíba, de onde — é d’água mãe a Luzia Santa de comunidade a para e indígena cultura na como Bem, — — — — — chaba! Que coisa estranha, disse Zezé. disse estranha, coisa Que chaba! T Zezé. Disse Dores? das T aconteceu, que O chá! T u aprende rápido, já sabe até o o até sabe já rápido, aprende u chá! T

153 NARRATIVAS FANTÁSTICAS 154 NARRATIVAS FANTÁSTICAS encantou, aparecendo quando as pessoas o pertubam, atéosdiasatuais. encantou, aparecendoquando aspessoasopertubam, se e Siricari rio ao chegou fêmea, era que cobra, protegia.outra as A ele dele estavampróximas porque agrande amãed’água,tinhaganhadodoisfilhos. mãedosrios, furiosos estavam que mata, da encantados devoradapelos é delas uma rio, ao chegar de antes momento,bem nesse Siricari, rio do margem pela encantado,andando coqueiro tavado próxima es- que bacia da resolveramcobras,sair elas das animal momento,instinto Quando,um pelo em e amãed’águasealegrava pelosnovos filhos. Osencantadosincorporavam nospajésediziam: próximo docoqueiro. gado,de leite com bacia na colocaram as e cobras as pegaramnamorados, seus com Benvinda, de irmãs As ventre. seu de saíram jibóias duas cobra), de (som som o sob brancas; eram que soprava estavam forte, aságuasdorio agitadas, nacomunidade osmoradores ficaram assustados. vinda tinha. Ben- que missão da compreendiam mas pasmos, ficaram disso, souberam eles quando irmãos; judiardela. desobediência elespoderiam a com que sabia e caruanas vários incorporado havia já pajé, como preço.Ela, um tinha ência desistiu eresolveu procurar opajé. deSantaLuzia. ceu, umdiasentindodores, logoprocurouasparteiras O coqueiro chorou pela de morte uma das que serpentes foi devorada, pois quando elas luz. a como brancas eram leite, de bacia na perdiam se e mergulhavam serpentes As — — — — — — — — Os sons eram vários e se completavam, a mata e os rios entoavam um canto encantado serpentes as concebeu ela pé, de e, fortemente seguraram a pais os momento, Nesse deBenvinda.Os encantadosestãoentrenósepedindoseusfilhos, disseLaura, irmã vento o mata, na barulhos faziam animais os cheia, lua era dores as sentiu ela Quando e pais seus com palha de barraca numa Siricari, rio do margens às morava Benvinda desobedi- sua que sabia mas tempo, mesmo ao arrependida e pasma ficou Benvinda finalmente diferente, algo ouvir querendo e parteiras, várias a ir de cansada Benvinda, cres- gravidez. barriga da a conta Quando deu se nem e namorargostava Benvindade — — — — — — — — dois filhinhos e me disse que quando você as tiver as coloque numa bacia com leite leite com bacia numa coloque as tiver as você quando que disse me e filhinhos dois de gado para alimentá-las próximo desse coqueiro encantado do rio Siricari. rio do encantado coqueiro desse próximo alimentá-las para gado de Águas que correm contrárias às cobras, está a mãe d’água às margens do rio Siricari Siricari Dores. rio do das disse margens às mais, tem d’água Ainda mãe a está crias. cobras, suas às por contrárias esperando correm que Águas duas são crianças, são não aí Benvinda. traz disse você que Isso orientação, crias. uma de suas das sei cobras. já precisando eu filha, estou que o sei Minha Mundico, não eu mestre Olá, criança, é não isso estranha, muito tá pajé… o barriga barriga! procure tua é, minha essa puxar filha, Juraci. lha, pode O disse senhora filha, a Posso, Juraci, Dona dia Bom chá! Estou pasma, afirmou Zezé. afirmou pasma, Estou chá! T cê foi mexer com quem conhecia, mas não entendia, ela me falou de seus seus de falou me ela entendia, não mas conhecia, quem com mexer foi cê O conceber a guardiã do rio Siricari. conceber aguardiãdorio estória. Ospajéscontamqueeleaumentou detamanhosópara ver seencontrava aoutra cobra. da lembram eles floresta, na destaca se que alto, tão ficou que coqueiro o olham eles Quando Benvinda ficou muito triste por ter perdido uma das crias, mas entendeu seu sacrifício ao rio.pelo horários esses estar de medo tem molecada a isso por essa, é história a Então — — — — — — — — que está próximo dele. Em tempos passados esse rio era cheio de fartura e hoje ele ele hoje e fartura tudo de e rio o cheio era peixes, rio os esse protege Ela passados rio. do tempos Em - guardiã a pare dele. é que só próximo ela da presas está Zezé, palma que na enormes dão preocupe duas se tem Não e escamas suas grande que bem é Ela disseram e adulto. viram a homem já um de mão moradores alguns Zezé, está sendo destruído, por isso a serpente branca aparece, ela não gosta que judie judie que gosta não ela aparece, branca serpente a isso por destruído, sendo está chifres… cem hô, isso não vai dar certo! dar vai natureza. não da isso hô, N terra! mina para voltar vou que acho Dores, das Olha, Está bem, sendo assim… sendo bem, Está

155 NARRATIVAS FANTÁSTICAS 156 NARRATIVAS FANTÁSTICAS 3. 2. 1.

— uma história aprendida quando criança. Transcreva a história e monte um textoum comilustrações. monte e história a Transcreva criança. quando aprendida história uma conte que Peça-lhe localidade. sua de história de contador um Entreviste O queéumacomunidade quilombola? para suaturma. atenção. sua Ao ouvir essa história, você lembrou mais de outra que já conhecia? Conte chamou que o colegas seus com discuta texto, o conhecer Após Trabalhando como Texto para Aninha,queficoumuitoZezé, aocontaraestória emocionada,dissepara suavoinha: — que vale muito, se acreditam, ou não, o que importa é falar para um e outro quando quando outro e um para lembrança falar uma é é isso importa que outros o para não, ou mas existe, acreditam, não se isso muito, muitos vale para que que sei Voinha, - con para fazer vou eu como isso, sobre escrever é melhor o certo, mais der não isso tar aos outros, antes que isso seja para sempre esquecido. sempre para seja isso que antes outros, aos tar O MARAJÓESUAS LENDAS marido iasaindo-jáera umasdezenovemarido horas -, Dona Tereza disse: uma casinha de barro de coberta palhas, com janelas também de palhas. vez,Certa quando o seu desses seresera muito comum naspaisagensdolugar. apareciam à noite, e por não haver energia elétrica, antigamente, pelo que tudo indica, a presença estórias: suas de duas TeresaDona em conta assim desavisados, os e valentes os atacar mam costu- quais os agressivos, seres em transformam se que comuns pessoas São gênero. desse seres outros e Porca Mulher a Bacurizeiro, do Pretinho o Lobisomem, o Perera, Matinta a como estranhos, seres por atacadas vezes,erammato, às do meio no caminhos pelos ousavamandar luar,que sem pessoas e provavelmente escuras que noites lugar em quilombo,que,foi um conta tas noitescostumamaparecercoisasestranhas, porémcomuns emtodoMarajó. moradores doBacabal,umacomunidade deremanescentesquilombolas, contamqueemcer- suas tradições orais. reanimam e “causos” esses narram moradores os que em comunidades há ainda prática, essa extinta totalmente foi não entanto, esquecidas.No sendo indica, tudo que ao locais, lendas as e perdendo foise hábito esse novas eletricidade, as gerações.parada cultura chegada a com Mas lendas.e sua causos repassavame seus eles costumes contarem paraAli seus casas das frente No Marajó de antigamente, quando não havia energia elétrica, as pessoas se reuniam na — E elerespondeu: — em moravaTereza Dona eletricidade, tinha não ainda quando atrás, anos muitos Há matintas As Bacabal. pelo lá Perera Matinta apareceu sempre que TerezaDona conta A MatintaPerera um em mora escravosque de descendente um comunidade, da velho mais morador O “esquisitas”.consideradas coisas ocorrem onde lugar um é Salvaterra — — Eu não vou demorar. vou não meia-noite! à Eu chegar me vai não se vê Olha, ascimento Silva ascimento N do Maria Isa s mais velhos mais Os 22

157 NARRATIVAS FANTÁSTICAS 158 NARRATIVAS FANTÁSTICAS depois as pessoas ficaram sabendo que o lobisomem era a afilhada da mulher, bem como de como bem mulher, da afilhada a era lobisomem o que sabendo ficaram pessoas as depois tratava de um lobisomem. fugiu para omato. bicho o gente, muita chegava Como ferozmente. atacava bicho o mas foices, e paus com batiam ajudá-la, para correram pessoas As horas. 19 de ro; nãoera tardedanoite-cerca para asuasorte, socor- por ela.Gritou avançavacontra e mordê-la queria criatura A era. que o sabia não mulher a atacou, a bicho um repente, de quando, escura, e cerrada estava estrada A mãe. a para compras umas trazer vinha comunidade, da afastada co pou- um morava que senhora uma e Santa, Feira Quarta- Era barulho. fazia se nem trabalhava se não período nesse pois precisar, fossem que sas coi- e peixe comprar Salvaterra a iam disso, Além época da Semana Santa, as pessoas faziam beiju. estradas queficassemlongedascasas. que atacava as pessoas em noites escuras ou nas fantástico ser lobisomem, o era lá por aparecer comum muito era que ser outro comunidade, na assim. sempre continuasse que e corajosa muito era senhora a que falou guia O coragem. a testando estava só ela Tereza,Dona com para pois não mal, o fazer de intuito no veio Matinta a T Dona de sogro o quando depois, dias ocorrido.Dois o TerezaDona contou chegaram, todos do quan- e, Salvaterra de rumo no voando saiu Matinta a pajelanças.Nisso, de rituais nos usado é que tauarí, de cigarro um fumando veio sogro correndo.O voltou marido seu o momento, Neste porajuda,poisquemestavagritou emcasaera sóelaeumbebê recém-nascido, seufilho. palhas comosequisesseentrar. Dona Tereza dizia: árvores, efeio”, quandoeuouviumassobiomuito forte afirmou. Entãoeladisse: ereza foi atender a uma pessoa em uma pajelança, o espírito que baixou no terreiro falou que falou terreiro no baixou que espírito o pajelança, uma em pessoa uma a atender foi ereza As pessoas da comunidade levaram a senhora para a casa dela e disseram que se que disseram e dela casa a para senhora a levaram comunidade da pessoas As na atrás, anos que TerezaDona Conta elétrica luz tinha não que em tempo No O Lobisomem O seu sogro que era pajé e morava ali perto, ao ouvir o grito correu para a casa da nora. Mas a Matinta queria era entrar na sua morada. sua na entrar era queria Matinta a Mas — as arranhavafantástico ser o casa, a sobre pousou Perera Matinta a momento, Nesse — “Então, havia muitos bacurizeiros aqui perto, o meu marido estava próximo ainda das ainda próximo estava marido meu o perto, aqui bacurizeiros muitos havia “Então, — — Vai-te embora que aqui não tem pouso para ti. Quem nasce com Deus com Ele se acaba! se Ele com Deus com nasce Quem ti. para pouso tem não aqui que embora Vai-te confins! os para Vai-te No outro dia, a mulher pôde ir à casa de sua mãe. Somente alguns dias isso, Dona Tereza abriu a janela e janela a Terezaabriu Dona Nisso, as pessoas-quejuram seremreais-revela umMarajó cheiodemistérios. Salvaterra não é diferente, pois também tem suas lendas, cujos fatos contados que ocorreram com suas práticasreligiosas. para reuniam se antigamente negros os onde lugares em principalmente, ocorrendo, presentes, mais são que rural meio no é urbano, espaço no ocorram elas que mais por pois comunidade, ficou muito doente porumbomtempoenunca maisquistestaramadrinha. Dona T Narrativas contadas pelo senhor Francisco Dias Dias Francisco senhor pelo contadas Narrativas para ver semelhorava domal-estar. todo sentiuumarrepioesemal,masseguiuoseucaminhosemolharpara trás. passou por cima “daquilo” e pôde perceber que se tratava de um rapaz. Quando passou seu corpo co gritou para que saísse do caminho, porém a imagem que ele via nem se moveu. Então, o senhor S. Macário à sua casa, encontrou um vulto branco sentado no meio do caminho. O senhor Francis- ereza. Por causa das pancadas que levou da multidão, a menina que “virava”que lobisomem, menina a multidão,levou da que pancadas das ereza.Porcausa Portanto, a Ilha do Marajó como um todo apresenta elementos desses traços culturais, e da culturais aspectos certos identificar para importantes bastante são aparições Essas Conta o senhor Francisco que, quando vinha passando na estrada que leva da Fazenda O RapaznaEstrada OUTRAS NARRATIVAS ehr rnic, t hj, uno ot es hsói fc td arrepiado. todo fica história essa conta quando hoje, até Francisco, senhor O Quando chegou em casa estava passando mal, todo procurou álcool e aplicou no corpo — o saco e a violência ocorreu. Ele não sabia de onde vinham as as vinham onde de sabia não Ele ocorreu. violência a e saco o pancadas, porque não dava tempo nem de reagir. de nem tempo dava não porque pancadas, com ele. Então, ohomemdisse: “agarrada” uma dar de vontade com estava que falou menino ele.O por passou costas, nas farinha de saco um com estrada na vinha que Caubói, apelido de homem um dia Certo nhava. apa- não e ele com metesse se quem com brigava pois brigão, savam, eleiagirando aoredordaplanta. noite. O menino ficava junto à árvore e, quando as pessoas pas- da horas 19 das volta por sempre bacurizeiro, um de debaixo pretinho lançava. brado,aceitavamque todos eracom pois assim o que desafio o — Mas tu moleque! E colocou o saco no chão. Mal arriou arriou Mal chão. no saco o colocou E moleque! tu Mas Conta o senhor Francisco que esse menino era muito era menino esse Franciscoque senhor o Conta pretinho menino um aparecia atrás tempo muito Há O PretinhodoBacurizeiro É certo que o tal Caubói chegou em casa todo que- todo casa em chegou Caubói tal o que certo É

159 NARRATIVAS FANTÁSTICAS 160 NARRATIVAS FANTÁSTICAS Narrativas contadas por Dona Tereza Santos Santos Tereza Dona por contadas Narrativas porque muitos nãoacreditammaisnessas coisas. principalmente, nada, mais ouve se não dia em hoje e barulho foifazendomenos poço o elétrica com trabalhos de pajelança é que conseguiam se livrar das dores. Portanto, com a chegada da luz assim, adorqueera insuportável. mulher uma local no passado menstruada. havia dela antes que pois falou levara, ela terreiro que no flechada desceu uma que sido tinha espírito um quando Foi ocorrendo. estava que o ver para noite.e gritavadia ela dores daí, de Dona chada. de sogro O Terezapartir A fez trabalhoum fossese como muitoforte,fle- pontada uma uma paraSalvaterra, sentiu e poço pelo passou vam, diziamosmaisvelhos, queatraíam prejuízo para outras pessoas. acredita- que lá.As passavampor não regra de dias estavamnos mulheres as quando luz, tinha não que tempo no coisas essas ouviam que antigas.Contam pessoas pelas respeitado local um conversando,só.e barulheira uma rindo Eraseja, pessoas musicais,ou de instrumentos de sons bananeira noquintal. de folhas comendo gado do barulho o com espantado,fecharam. se Despertou, olhos seus os e um Pai Nosso. Quanto mais ele rezava, mais o bode berrava; subitamente, parece ter adormecido depois, e, AveMaria uma proferir a começou e rezar de lembrou se mexer,ele então,se seguia bode eeleficouolhandopara obicho. um supetão,paredes.apareceu de tinha repente, não De farinha, de casa uma com parecida era nada e sumia de repente. dia o Seu Francisco Certo estava deitado em uma rede; a sua casa que tempo, chegouàcomunidade. sósumiuquandoaeletricidade xergar docavalo nada,poissóouviaobarulho relinchandoeotrotedoanimalindo embora. en- conseguiu vaqueiro.não do mas dele, barulho cima o por Passousentiu quase e escutou ele queninguémovia,apenassentia-setremerdaterra enquantoseouviaotrotedocavalo.afirma Salvaterra,colégiodesituado estáohoje ondepassava vaqueiro. sempre um Contam que muitas pessoas foram flechadas ao passar por esse poço e que somente que e poço esse por passar ao flechadas foram pessoas muitas que Contam passando, flecha, a tirou-lhe e mulher a para trabalho TerezaDona um fezde sogro O Luzia Santa de vinha quando sua, prima uma atrás, anos há que Tereza Dona Conta ouvia se poço poço.Nesse um existe onde baixio um tem Bacabal do comunidade Na O Poço da Vó con- não que assustado tão ficou senhor o e alto berrar a fantásticocomeçou animal O do surgia que bode um moradias, das quintais pelos comunidade, na aparecia Sempre O BodeFantasma muito por ainda aconteceu Isso ocorrido. o com assustado, muito ficou Francisco Seu encontrava-sesenhor casa, deitado.o sua dia, a frente em e,EstavaCerto escuro tudo local noelétrica, energiatinha não comunidadeainda a quandoatrás, tempo muito Há O Vaqueiro Fantasma O senhorFrancisco com osencantosdessepássaro. sofreram também pessoas outras muitas mas curada, ficou mulher a momento daquele partir A os bichos, pois tudo tem mãe, tudo o que está no mundo tem mãe e que iria curar ela, infelizmente. o trabalho, o Chincuam desceu na linha e falou que aquele malefício era para que ela respeitasse res.faziaque espirituais.trabalhosLuzia Santa então,Chamaram,fezde ele homem Quando um tindo muitas dores, principalmente em sua cabeça. Não tinha remédio que desse jeito em suas do- mulher, namesmahora, praguejou contra opássaro, xingando-odeforma feia edesbocada. dela.cima por passou chincuam aveum A quando grito,campo a um no que deu andando sendo que tambéméumpássaroagourento. ainda, tristeza.Contam, de outro e alegria de um cantos, dois tem que pássaro um é que Dizem tanto medoqueapegou,tratando dejogá-la devolta naágua. quando,repente,grande.de escama voou uma canoinha sua na paradentro com ficou homem O não parava em emprego algum - nem ele nem a sua esposa -, decidiu pescar no rio. Estava ele ali, um tronconomeiodorio. Nestemomento, aspessoasfazem silêncioeacobra somedenovo. Cutibóia. Dizem que quando se faz muito barulho no rio, a cobra bóia nele.cobragrande,acomunidade. daéchamada riorio do omãe falamépoispessoas aláO que As de seu corpo parece, então, Existe um pássaro chamado Chincuam que sempre voa pelos campos da comunidade.da campos pelos voa sempre que Chincuam chamado pássaro um Existe O Chincuam Nisso, continuou andando, porém, mal deu tempo de chegar a sua casa e já estava sen- ia mulher uma que contar a tempo, algum há ocorrido fato um sobre narrativa uma Há EmSanta Luzia tem um rio, trata-se de um rio que muita gente pesca e toma banho nele, A MãedoRioSantaLuzia A partir de então, se o homem não tinha sorte, piorou. Tempos depois, quando estava em dia, Certo um primo da Dona Tereza, que não tinha muita sorte, vivendo de bicos porque

161 NARRATIVAS FANTÁSTICAS 162 mutar. transformar; trans- significa omesmoque Injerava -Injerar NARRATIVAS FANTÁSTICAS nho equeeleestava experimentando oafilhado. homem seguiaocaminho. Dias depois, algumas pessoaslhefalaram queobodeera oseupadri- ele.preto.o a grandebode,e e apareceu mesmo faziabarulheira o Eramedonho aquela bicho O animal o porteira novamentepela passou nada.Quando via não olhava,mas forte.Ele muito era de forma desesperada. indoembora. Ohomemnãoparoueseguiusuatrilha, preto,bode berrando existentecaminho,do.enorme no um apareceu porteira uma por passar Ao andan- continuou mas bode, de cheiro forte um sentir quando vinha da Embrapa para o Bacabal, começou a Furado, essa estrada vai dar lá na Embrapa. dia, Certo andar por uma estrada que vara do Bacabal para o Pau aparece quandoháapenasumapessoa. estáescurosem barulho.e geral,Em bode ofantástico locais que possuem muito mato, ou à noite quando tudo em aparece visagem Essa visagem. de tipo um é que invés disso, eleconseguiuficaraindamaissemsorte. fora, pois era para ele pegar a escama e mandar benzê-la, para ter (que tivesse)na vida, ao sorte sorte a jogado tinha falouele baixou que que trabalho, um espírito acompanhando o sessão uma No dia seguinte quando voltava do trabalho, sentiu o mesmo odor do bicho, pois o cheiro a sempre conhecido um tem Tereza Dona É muito comum aparecer no Bacabal um bode, O BodedaEstrada mato, enfim,portodososlados. no estrada, na criança a procurando pessoas Salvaterra,vinhade quandoencontrouas com na por todos os cantos. procuraram- criança faltafas,deramda quando morada permaneciam ocupadas com suas tare- pordacasa.perto Aspessoas queestavam na neto, que estava com brincando outras crianças se ela injerava empessoasquejáhaviam morrido. pessoas as para aparecia quando pois rio, do fundo o para levava e pessoas as encontrava Ela longos. e pretos cabelos de mulher uma Bacabal por aparecia sempre mrd d Dn eea ih um Tereza tinha Dona da marido O que antigas, pessoas as Contam A Uiara Nesse dia, Dona Tereza cachorra, dizendo: Narrativas contadas pela senhora Alda Leal Barbosa Barbosa Leal Alda senhora pela contadas Narrativas vinha dasbandasdopoço encantado, aopoço. acomunidade atéretornar percorria barulho esquisito.O barulho aquele fazendo molhada, grossa calça uma com andasse que soa de umavisagem. pessoas ouviam o som, mas não conseguiam ver nada, não por ser à noite, mas sim, por se tratar identificar.conseguiam não Várias muitos que estranho barulho um escutava-secasas, suas em pessoas começaram acolocarmandiocapara amolecerdentrodopoço. as quando energia, da chegada a até vezes muitas aconteceu poço.Isso o para corria quando aDonaAldaacompanhouatésumir.pertencia perceber queera acabra. pôde aproximou se animal o quando mas vizinha, da cachorra a fosse que pensou e animal o ficavae longe nada de senhorado viu a roça, quintais.da berrandopelos vinha quando dia Certo que era muito frequenteessascoisasaconteceremantigamente, pornãohaver energiaelétrica. animal crescia até ficar um gato grande, que depois da transformação adentrava o mato. Diz Dona Alda quando osoljáestava pousando. de fica sua perto casa, um gato pequenino. Surgia sempre no fim da tarde, por volta das 18 horas, menino para o fundo do rio afimdeencantá-lo.menino para ofundodorio relações.suas de pessoas as levaro e Portanto,rio conduzir encantar do fundo queria o paraela para conhecidas pessoas em injera se que mulher uma Uiara, a haviasido que seja, acorrido,ou tinha que o souberam pessoas as Nisso,rio. o até caminho, pelo chorando frente, que à sempre mãe ia a acompanhado tinha que falou ele quando Foi fugido. ter dele porquê o menino ao entrar norio.se elenãochegassemaisrápidoiria com o menino. Ele falou que encontrou a criança na beira do rio, olhando para dentro d’água, e que Dona Alda conta que há anos atrás apareceu por perto de sua casa, atrás da roça que roça da atrás casa, sua de perto por apareceu atrás anos há que conta Alda Dona O GatoqueCrescia Temposruído.o identificar conseguirampes- pessoas uma as a depois semelhante Era recolhidas estavam já pessoas as quando tarde, bem já luar, sem escuras noites Nas O HomemdaCalçaMolhada dela, atrás corriam cachorros os ficavalá, e por aparecer a tornou cabra a depois, Dias Nisso, a cabra saiu a correndo um rumo poço encantado e pra lá sumiu. A cachorra que — Dona Alda tinha uma cachorra que se chamava Boca cabragrande,uma comunidade.aparecia na sempre lá que conta Alda Dona surgia Ela A Cabra Quandoaparecia era pequeno, mas conforme tempoo iapassando, noiteae chegando, o A mãe se agarrou ao filho,ao foramchorando,casa.agarrou todos para se e mãe Chegando,A perguntaram vinha já que rapaz um encontraram Bacabal, para FuradoPau de vem que estrada Na — egra, pega, pega! pega, egra, N Boca egra, N Boca Negra, ao ver o bicho, chamou pela

163 NARRATIVAS FANTÁSTICAS 164 NARRATIVAS FANTÁSTICAS destino, cruz. Fardo –fado, sina, Narrativas contadas por Dona Raimunda Figueiredo Figueiredo Raimunda Dona por contadas Narrativas namorado com a amante. Correu atrás dele até o poço encantado. A princípio, ele não sabia que encantado.sabia poço não o princípio,ele até A dele amante.atrás a Correu com namorado sabiamdo “fardo”ali porperto dessajovem, nãoera segredo queelaseinjerava emporca. Dona Dica falou a ele várias vezes que a namorada dele iria correr atrás dele. Todos que moravam mulher.outra com traindoestava a ele e namorado um sexta-feira.tinha joveme Essa quarta de viram porcos, cabras oubodes. vezesmuitas que pessoas eramfardo seu o estavampagando que pessoas eram que diziam as domato.rumo também. Só com a chegada da luz é que essas coisas desapareceram. Só se vê acontecer, lá pro pessoas várias com aconteceu encantado.isso poço E o até mangueira da pé do pretinho do ra que era mesmo umacarrocinhadeossosquepassava pagandoasuapenitência. ossos batessem uns nos outros. Alguns pajés confirmaram as suspeitas dos moradores, disseram O barulho, passadoumtempo, desaparecia. carroça passando em frente às casas. Muitos olhavam pela janela ou porém porta, não viam nada. cerradas.e estreitas mas nãoviamnada. Nisso, começaram aperguntaroqueera aquiloeDonaRaimunda falou: pela árvore e o pretinho estava lá. De repente, ouviram os gritos do homem. As pessoas olhavam, da pelopretinhoquedava pancadassemdeixartempopara quereagisse. deixando que as pessoas passassem em paz, mas às vezes, quando ela se espantava era ataca- aqualquerhoraatacar aspessoas, dodiaoudanoite. sendoqueissoocorria vezes,Às passavampessoas as acontecia.nada e motivoo sabe se Não levava que a visagem a árvore.da pé ao sempre estranhas, coisas apareciam elétrica, energia tinha não que em tempos Certa noite, quando Íris – assim se chamava a moça - estava injer ada em porca, viu o viu porca, em ada estavainjer - moça chamavaa se assim – Íris quando noite, Certa Havia uma jovem a carregar esse “fardo” com ela, se pesso- as estranhos, e grandes porcos sempre apareciam Bacabal, do comunidade Na A Mulherque Vira Porca E não é que era mesmo. Depois ficou sabendo-se que o Bacaeira tinha levado uma sur- — O ruído era igual ao de uma carroça (que estivesse) cheia de ossos, pois era como se os eram estradas as comunidade, na casas poucas havia quando que antigos os Contam A Carrocinha deOssos Com otempoissosumiupara sempre, poisninguémmaisouviuobarulho. — Dona Raimunda conta que certa vez um conhecido seu, chamado Bacaeira passava Bacaeira chamado seu, conhecido um vez certa que conta Raimunda Dona mangueira,da pé no pretinho vezesum às Aparecia ele mexianão transeuntes,os com Dona Conta O PretinhodaMangueira Quando aspessoasouviamotalbarulho, logodiziam: — — Se não for o pretinho? o for não Se molhada! calça de homem o vai Ai as noites escuras, tarde da noite ouvia-se um barulho semelhante a uma a semelhante barulho um ouvia-se noite da tarde escuras, noites Nas aimunda que, próximo à sua casa, tem uma mangueira junto a qual, nos qual, a junto mangueira uma tem casa, sua à próximo que, Raimunda injerava em porca à noite, em dias ele nãofoi pegopelaporca. que triz um por foi pois ela, com namorar mais quis não ele dia esse amantes.Desde os flagrou era sua namorada, só depois é que falaram a ele que era a Íris que estava pagando o fardo quando

165 NARRATIVAS FANTÁSTICAS 166 NARRATIVAS FANTÁSTICAS depois, desapareceu. Então, DonaDicasoubequeera avisagemdovaqueiro Boaventura. conhecia aquele homem. Ele passou e seguiu no rumo da cerca, cruzou a cerca tocando o gado e, eraBeto,não que percebendo ia Dica conhecido.seu não vaqueiroque O percebeu ela e passou Dona aproximava, se vaqueiro o mais conhecido.Quanto seu de tratar-se pensou Dica Dona e fazenda. daquela vaqueiro Beto, chamado seu, conhecido um gado.o tocando campos,Pensoufosse nos cavaloque andando a pessoa uma avistou ela longe nos campos, essevaqueiro apareciaesumia,derepente, deixandoumsuspensenoar. Certo dia, Dona Dica ia para o trabalho, pois trabalhava na fazenda São Macário. De Macário. São fazenda na trabalhava pois trabalho, o para ia Dica Dona dia, Certo gado tocavao vaqueiroque um sempre aparecia Macário fazendaSão da campos Nos O Vaqueiro Boaventura vaqueiro veio se aproximando se veio vaqueiro O • • P • Verbo • • Pronomes • Adjetivo • Advérbio • • Substantivo L Atividades urbanos. emterritórios tural, recriada levamroça, cul- herançade sua caminhos toda antigos consigo ou florestas e marajoaras migramhabitações,quando rios antigas entre suas localizadas de populações que vez uma urbana, pela negada é não rural vida a que lembrar importante É rural. e urbano espaço no viver de modos dos semelhanças e costumes. e antigos tradições preserva ainda região a onde lugares os como Marajós, nos e Amazônia na paisagens das mudança a tanto explorar pode Geografia, Em advérbio epronome. verbo,adjetivo, substantivo, como: programático conteúdo do assuntos guns al- Portuguesa, Língua em trabalhar pode professor o texto, o explorar Para Matérias: LínguaPortuguesa eGeografia Alunos de5ªe6ªsérie Trabalhando como Texto a u g n í o ã ç u d o r colegas asproduçõesobtidas. antigasda sua localidade ou, mesmo por seusmais familiares. pessoas por contadas Socialize lendas em com seusbaseados textos pequenos Produza ondeapareçamospersonagenscomuns emsuarealidade. umaestória Crie po verbal maispresentenaslendas? Quais os verbos que estão no pretérito perfeito e imperfeito? E qual o tem- Qual ooutroverbo quetemessamesmaformação? verbal? pessoa que a relacionado está mordê-la verbo do la pronome O verbal elesserelacionam. Emquelendaháumpronomedetratamento? Na primeira lenda quais os pronomes que aparecem? Indique a que pessoa Quais osadjetivos presentesnalendadolobisomem? ponda: Quaissãoosadvérbiosmaispresentesnotexto? PereraMatinta da classifique-os.lenda e na advérbios os Identifique Identifique naslendasossubstantivos quesejamsimples, concretoseprimitivos. Identifique eclassifiqueossubstantivos presentesnaslendas. P a s e u g u t r o

e d

o t x e t se ao pdra rvcr eae sbe diferenças sobre debates provocar poderia caso, Nesse Res-

167 NARRATIVAS FANTÁSTICAS 168 NARRATIVAS FANTÁSTICAS gada daluzelétrica. marajoara.comunidade che- Levepela impulsionadas mudanças as conta em numa atual o e passado vida de modo o entre comparação uma Estabeleça Qual lendacitaapajelançacomopráticareligiosa? Que elementosculturais podemospercebernotexto? Em quetrechodeumadaslendassepercebeelementosdocristianismo? Quais aspráticasreligiosaspresentesnaslendas? Aspecto cultural • • • • G a i f a r g o e áreas bemafastada docentrodascidades. em localizadas estarem quilombos de remanescentes comunidades ram leva- que motivos os concepção, sua descrevendo,na texto um Produza dessailha? parte fazem que municípios outros os Quais tipo? que de ilha uma é Marajó O Em quemunicípio ocorremoscausosrelatadosporDona De quelocalotexto estáfalando? T eresa? SOBRE OS AUTORES A propósito dos autores Ediane do Carmo Freitas é licenciada em Letras pela Universidade Federal do Pará e professora da Rede da Rede Estadual de Ensino. Andar, remar e sonhar por campos e florestas do(s) Marajó(s) foram as armas usadas pelos auto- res para “construir” o livro, palavra por palavra, texto a texto, alimentados pela experiência diversa Elita Gomes Ferreira é Licenciada em Geografia pela Universidade Federal do Pará e professora de professores oriundos de muitos lugares. Usou-se argamassa diferenciada: memória, histó- da Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Paula Franssinetti, em Muaná. rias, observações de campo e conhecimento acadêmico que produziram uma liga ajustada ao(s) contexto(s) da Ilha querida em benefício de todos educadores e educandos. Glindes Ribeiro Wanzeler é licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Federal do Pará e professora do Projeto “Projeto para o Saber” na Escola Municipal de Ensino Fundamental Organizadores Jarbas Passarinho, em Melgaço.

Agenor Sarraf Pacheco, historiador, filho do Marajó; Denise Pahl Schaan, arqueóloga, marajo- Ilma de Fátima da Silva Tavares é licenciada em Pedagogia e especialista em Gerência Escolar ara por adesão; e Jane Felipe Beltrão, antropóloga, neta de marajoara. Todos docentes da Uni- pela Universidade Estadual do Pará (UEPA) e professora na Escola Municipal de Ensino Funda- versidade Federal do Pará (UFPA) que jamais trabalharam juntos antes do Projeto Por Campos mental e Médio Magalhães Barata, em Chaves. e Florestas, mas com entusiasmo e apoiado pelos professores das muitas escolas dos Marajós, uniram cada tijolo produzido com argila retirada do fundo dos rios que cortam o Arquipélago para Isa Maria do Nascimento Silva é licenciada em Letras (Língua Portuguesa) pela Universidade entregá-lo aos principais interessados, os meninos e meninas que estão nos bancos da escola, na Federal do Pará (Campus de Soure – Marajó) e professora nas escolas municipais de Ensino Fun- esperança de ver o trabalho multiplicado. damental Doralice das Neves Figueiredo e Oscarina Santos, em Salvaterra.

Autores José Mendes Santana da Silva é licenciado Pleno em Geografia pela Universidade Federal do Pará e professor na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Maria de Lourdes Cunha Todos educadores no(s) Marajó(s) que compartilham a docência nas diversas escolas do arquipé- Brasil , em Portel. lago com compromisso e entusiasmo. Em comum a formação em nível superior em universidades públicas e particulares, alguns venceram a graduação e continuam a caminhada em direção à Luiz Antonio da Silva é licenciado em Pedagogia e licenciado e bacharel em História, ambos obti- especialização pós-graduada. dos pela Universidade Federal do Pará e professor da Escola D. Pedro I, em Salvaterra.

Alice Rodrigues de Freitas é licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Pará e atua Manoel Moreira Almeida é licenciado e bacharel em Geografia pela Universidade Federal do na Escola de Produção em Salvaterra. Pará e especialista em Geografia Humana pela PUC-MG e professor da Escola Municipal de En- sino Fundamental Getúlio Vargas e Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Tancredo de Dailson Guatassara Santos é licenciado e bacharel em História pela Universidade Federal do Pará, A. Neves, em Melgaço. professor da Escola Municipal de Ensino Fundamental Getúlio Vargas, em Melgaço. Marcelli de Cássia Monteiro Santa Brígida é graduada em Ciências da Religião pela Universida- Dalcides Santana Pinheiro é licenciado em Pedagogia pela Universidade Vale do Acaraú (UVA), 170 de Estadual do Pará. É especialista em Educação para as Relações Étnico-Raciais pelo Instituto 171 especialista em Educação Física Escolar na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará e professora da Rede Estadual de Ensino. Doutora Dalva Patriarca, em Portel. Maria de Jesus de Oliveira Brito é licenciada em Letras pela Universidade Vale do Acarú (UVA) e Denise da Costa dos Passos é licenciada em Geografia pela Universidade Federal do Pará e Profes- professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Magalhães Barata, em Chaves. sora da Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Magalhães Barata, em Chaves. Maria Páscoa Sarmento de Sousa é licenciada em Letras e mestranda em Planejamento do Deomarina Cardoso Ferreira é licenciada em Geografia pela Universidade Federal do Pará e profes- Desenvolvimento Regional pela Universidade Federal do Pará. Assistente em administração junto sora na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Francisco Chagas da Silva, em Curralinho. ao Campus de Soure – Marajó da Universidade Federal do Pará. Marinilza Coelho Loureiro é licenciada em Ciências Naturais com habilitação em Biologia pela Universidade Federal do Pará e professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Magalhães Barata, em Chaves.

Mônica Malcher é licenciada e bacharel em História pela Universidade Federal do Pará e professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Prudência Borges de Menezes, em Anajás.

Rodrigo Oliveira dos Santos é graduado em Ciências da Religião e em Matemática pela Univer- sidade Estadual do Pará e professor de Ensino Religioso no Colégio Salesiano Nossa Senhora do Carmo, de Filosofia na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Professor Ademar Nunes de Vasconcelos.

Shirleide Rodrigues Neves é licenciada em Letras (Lingua Portuguesa) pela Universidade Fede- ral do Pará e especialista em Gêneros Textuais pela Faculdade Ipiranga. É professora na Escola Municipal de Ensino Fundamental de Joanes, em Salvaterra.

Simone Azevedo de Oliveira é licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Pará – Campus de Soure. É especialista em Psicologia Educacional com ênfase em Psicopedagogia Preventiva pela Universidade Estadual do Pará. Técnica em Educação, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Salomão Matos, em Salvaterra

Vera Lúcia Mendes Portal é licenciada e bacharel em Ciências Sociais e especialista em Arque- ologia, títulos obtidos pela Universidade Federal do Pará. Trabalha no NPEA - Núcleo de Pesquisa e Ensino em Arqueologia da UFPA; filha de Cachoeira do Arari.

Waldeci Pena Miranda é licenciado pleno e Pedagogia pela Universidade Federal do Pará, Cam- pus de Soure e professor de Geografia e Educação Física na Escola Municipal de Ensino Funda- mental D. Pedro I, em Salvaterra.

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