Angola 2025 Angola Um País Com Futuro
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REPÚBLICA DE ANGOLA MINISTÉRIO DO PLANEAMENTO ANGOLA 2025 ANGOLA UM PAÍS COM FUTURO S U S T E N T A B I L I D A D E E Q U I D A D E M O D E R N I D A D E ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO A LONGO PRAZO PARA ANGOLA (2025) [JANEIRO 2007] VERSÃO INTEGRAL (REAJUSTADA) [ V O L U M E I I ] VI Mega Sistema População. Políticas Estratégicas VII Sistema Tecno-Económico. Políticas Estratégicas Informação Documento do Ministério do Planeamento. A sua reprodução total ou parcial depende de autorização expressa deste Ministério. “ANGOLA 2025”: O REGRESSO DA PALANCA NEGRA Índice [ V O L U M E I I ] VI MEGA-SISTEMA POPULAÇÃO. POLÍTICAS ESTRATÉGICAS VI-1 VI.1 Estratégia Geral para o Mega-Sistema População VI-1 VI.2 Política de População VI-8 VI.3 Política de Família VI-28 VII SISTEMA TECNO-ECONÓMICO. POLÍTICAS ESTRATÉGICAS VII-1 VII.1 Estratégia Geral para o Sistema Tecno-Económico VII-1 VII.2 Políticas Económicas Globais VII-10 VII.2.1 Política Macroeconómica VII-10 VII.2.2 Política de Financiamento VII-15 VII.2.3 Política de Ciência, Tecnologia e Inovação VII-34 VII.2.4 Políticas de Preços e de Regulação e Concorrência VII-51 VII.2.5 Reforma das Finanças Públicas VII-67 VII.2.6 Reforma do Sistema Financeiro VII-82 VII.2.7 Política de Promoção do Investimento VII-85 VII.2.8 Política de Apoio às Exportações VII-102 VII.3 Políticas Económicas Matriciais VII-116 VII.3.1 Política de Valorização dos Recursos Naturais e de Estruturação das Actividades Económicas VII-116 VII.3.2 Mega Cluster Recursos Minerais VII-122 VII.3.3 Cluster do Petróleo e do Gás Natural VII-124 VII.3.4 Mega Cluster Água VII-128 VII.3.5 Cluster Florestal VII-131 VII.3.6 Mega Cluster Alimentação VII-133 VII.3.7 Mega Cluster Habitat VII-136 VII.3.8 Mega Cluster Têxtil – Vestuário – Calçado (TVC) VII-139 VII.3.9 Mega Cluster Turismo e Lazer VII-141 VII.3.10 Mega Cluster Transportes e Logística VII-143 VII.4 Políticas Económicas Sectoriais VII-145 VII.4.1 Desenvolvimento Rural, Agricultura, Pecuária e Florestas VII-145 VII.4.2 Pescas VII-158 VII.4.3 Petróleo e Gás Natural VII-171 VII.4.4 Recursos Minerais VII-175 VII.4.5 Diamantes VII-187 VII.4.6 Recursos Hídricos VII-198 VII.4.7 Indústria Transformadora VII-206 VII.4.8 Energia VII-241 VII.4.9 Transportes VII-262 VII.4.10 Comunicações VII-289 VII.4.11 Turismo VII-310 VII.4.12 Comércio, Distribuição e Logística VII-326 [ V O L U M E I I ] ANGOLA UM PAÍS COM FUTURO: SUSTENTABILIDADE, EQUIDADE, MODERNIDADE Estratégia de Desenvolvimento a Longo Prazo para Angola (2025) POLÍTICAS ESTRATÉGICAS VI MEGA-SISTEMA POPULAÇÃO. VI. MEGA-SISTEMA POPULAÇÃO POLÍTICAS ESTRATÉGICAS VI.1 Estratégia Geral para o Mega-Sistema População A) Incertezas Críticas 1. Neste sistema estão formuladas duas incertezas críticas: Impacto do HIV/SIDA na evolução da fecundidade Dimensão e natureza dos movimentos migratórios A primeira incerteza, pela sua elevada motricidade, é a que maiores dúvidas pode originar na dinâmica demográfica de Angola, pela influência que pode exercer na natalidade, na fecundidade e na mortalidade. O impacto desta epidemia é já visível na sociedade angolana. Estima-se que, se não existisse SIDA em Angola, a actual esperança de vida à nascença poderia contar com mais 2,7 anos. A ausência de SIDA permitiria projectar para 2025, sem alteração de qualquer outro parâmetro, uma esperança de vida com um adicional de 4 anos. As estimativas (de acordo com as tabelas das Nações Unidas) apontam para um excesso de óbitos/ano derivados da SIDA, em 2000, de 60 mil indivíduos, podendo atingir 171 mil em 2025. E isto, sem agravamento significativo dos actuais níveis de prevalência da doença. Em 2025, o número de óbitos acumulado pelo efeito da SIDA poderá ser não inferior a 2 milhões de indivíduos. 2. Um agravamento na prevalência da doença provocará efeitos multiplicadores em cadeia, que se repercutirão na queda da taxa de fecundidade e na subida da taxa de mortalidade, provocando uma quebra acentuada na taxa de crescimento demográfico e um impacto, de longo prazo (para além de 2025) condicionante do desenvolvimento, em todos as suas dimensões, designadamente no desenvolvimento económico. A intenção de manter a fecundidade em níveis elevados, algo à revelia das aspirações de outros Países africanos e das tendências normais inerentes aos processos de desenvolvimento, deriva do facto de se reconhecer que a densidade demográfica do País, para a dimensão e recursos de Angola, e a sua distribuição territorial, é um factor de risco e enfraquecimento no contexto regional, debilidade a que não será alheio um período muito longo de luta pela Independência e posteriores conflitos militares (40 anos). Em sentido contrário, a descoberta de uma solução curativa e preventiva da doença, poderá permitir que a evolução da fecundidade possa acompanhar mais de perto a queda da mortalidade, possibilitando a manutenção de uma taxa elevada de crescimento natural. VI - 1 ANGOLA UM PAÍS COM FUTURO: SUSTENTABILIDADE, EQUIDADE, MODERNIDADE Estratégia de Desenvolvimento a Longo Prazo para Angola (2025) 3. Admitir-se-á quanto a esta incerteza que: POLÍTICAS ESTRATÉGICAS VI MEGA-SISTEMA POPULAÇÃO. ■ Haverá um impacto positivo do combate ao HIV/SIDA, sobre a população em idade reprodutiva. ■ Este impacto será reforçado pela melhoria das condições de vida, redução nas taxas de mortalidade infantil e de menores de 5 anos, e pela maior qualidade e eficiência das políticas de saúde. ■ Esta interacção permitirá uma regressão natural da fecundidade, que será, porém, algo contrariada por políticas activas de apoio à maternidade, face aos objectivos nacionais. 4. A incerteza decorrente dos fluxos migratórios, poderá ter, a prazo, forte influência em Angola, uma vez que existe a ameaça de afluxo de naturais dos Países limítrofes, sem qualificações nem recursos e que procuram oportunidades de uma vida melhor, e/ou possam fugir de conflitos nesses Países. Neste cenário haverá uma preocupação acrescida na tomada de medidas de controlo fronteiriço para evitar as entradas anárquicas no País ou mesmo internamente ao nível dos “residentes estrangeiros” indocumentados, para reduzir a instabilidade social e económica, com reflexo no comportamento dos nacionais, a fim de não existirem fenómenos de exclusão e de discriminação étnica ou nacional. Nestas condições, e de acordo com os objectivos estabelecidos a nível do País, esta incerteza servirá como válvula de regulação para atingir os objectivos do crescimento demográfico, para o caso da queda do ritmo de crescimento natural e para a captação de recursos humanos altamente qualificados. B) Resultados Esperados 5. O Mega-Sistema População, tal como o Mega-Sistema Território, é um sistema para onde convergem os resultados da acção de outros sistemas mais operativos. É o sistema de síntese do estado de condições de vida de uma população e das determinantes da sua evolução. Em termos de indicadores de resultados, serão utilizados, o “Índice de Desenvolvimento Humano”, elaborado pelo PNUD, como grande síntese do estudo de bem-estar da população e três das suas principais dimensões agregadas: a “esperança de vida à nascença”, a “taxa de alfabetização de adultos” (expressão da dimensão conhecimento) e o “Índice de Pobreza” (expressão da dimensão “padrão decente de vida”). Serão também utilizados indicadores relativos à evolução demográfica como sejam: Fecundidade Total, Mortalidade Geral, Crescimento Médio da População e Grau de Juventude da População. 6. Tomando a hipótese de resolução da incerteza crítica, tal como acabamos de admitir, poderão formular-se, para este cenário, os seguintes resultados esperados para o Mega-Sistema População, tomando 8 indicadores representativos: VI - 2 ANGOLA UM PAÍS COM FUTURO: SUSTENTABILIDADE, EQUIDADE, MODERNIDADE Estratégia de Desenvolvimento a Longo Prazo para Angola (2025) POLÍTICAS ESTRATÉGICAS VI MEGA-SISTEMA POPULAÇÃO. QUADRO VI. 1 Mega Sistema População Angola (2000) Angola (2025) 1. Índice de Desenvolvimento Humano 0.403 0.70 a 0.75 (IDH - PNUD) 2. Esperança de Vida à Nascença (Anos) 45.2 56 a 60 3. Índice de Pobreza (IDH - PNUD) 48.6 10 a 15 4. Taxa de Alfabetização de Adultos (População 42.0 75 a 85 com mais de 15 anos) 5. Taxa de Fecundidade Total 7.2 5.8 a 6.3 6. Taxa Bruta de Mortalidade 24 11.5 a 12.0 7. Taxa de Crescimento Médio Anual da 3.2 2.7 a 2.8 População (Hipótese Média das Projecções) 8. Índice de Juventude (%) 41.3 46.3 (População com menos de 15 anos) 7. Os resultados esperados ao nível do Mega-Sistema População são ambiciosos e implicam que os outros Sistemas dêem contributos muito fortes, mas não impossíveis, para a sua concretização. Exigirão, todavia, dos Angolanos, muito trabalho, sacrifícios e qualidade, em todas as dimensões da vida. Eis algumas medidas do “salto” que Angola poderá dar no prazo de 25 anos, ao nível do desenvolvimento humano e das principais determinantes demográficos: ■ Progredir, no mínimo, 30 pontos no Índice de Desenvolvimento Humano (PNUD), passando ao patamar actualmente ocupado pelos Países de desenvolvimento médio (0.691) e pela África do Sul (0.695) e ultrapassando a média observada em 2025 para a SADC, que actualmente se queda em 0.465; ■ Reduzir em 50% a taxa bruta de mortalidade geral; ■ Adicionar, no mínimo, 10-12 anos à actual esperança de vida à nascença do Angolano, colocando o País próximo da média actual dos Países em Desenvolvimento (65); ■ Reduzir o Índice de Pobreza (IDH – PNUD) em 75%, posicionando Angola em 2025 numa situação mais favorável que o nível actual dos Países de Desenvolvimento Médio (20,5).