| 2018 Territórios de fronteira: o Megalitismo nas abas da Serra d’Ossa (Estremoz-Redondo, Alentejo, Portugal) Border Territories: Megalithism on the shoulders of the Ossa mountain range (Estremoz-Redondo, Alentejo, Portugal) Marco António Andrade, UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa.
[email protected] Rui Mataloto, Município de Redondo.
[email protected] André Pereira, UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa. andrepereira@ letras.ulisboa.pt RESUMO O perfil imponente da Serra d’Ossa, agindo como óbvio marco topográ- fico na paisagem alto-alentejana (entendida geograficamente, e não cul- turalmente, como a área esfraldada entre o curso do Tejo a Norte e a Serra do Mendro a Sul), parece ter assinalado a transição, como «fron- teira natural», entre dois universos megalíticos individuais: o universo centro-alentejano, caracterizado pelos monumentos do eixo Montem- or-Évora-Reguengos; e o universo norte-alentejano/extremenho, carac- terizado pelos monumentos do grupo Crato-Nisa-Alcántara. Com base nos trabalhos conduzidos por M. Heleno, G. e V. Leisner, e pela equipa do projecto MEGAGEO (dirigida por R. Boaventura) nas áreas de Estremoz e Redondo, os autores pretendem esboçar algumas leituras a respeito dos patamares evolutivos do Megalitismo nas abas da Serra d’Ossa – leituras estas baseadas tanto na análise das arquitecturas e respectivos mobiliários votivos como na própria situação espacial dos monumentos e sua consequente dispersão territorial. Com efeito, regista-se nesta região uma interessante diversidade arquitectónica, desde os pequenos sepulcros de Câmara simples (como Godinhos, Chãs 1, Barroca ou Ta- lha 3) aos sepulcros afins dos tholoi (como Caladinho), passando pelos pequenos sepulcros de Corredor curto (como Outeirões 2 ou Courela da Anta) e pelos sepulcros de Corredor de média/grande dimensão (como Casas do Canal 1, Entre Águas, Vidigueira ou Casas Novas 1), com tem- pos de utilização estendidos genericamente desde meados do 4º milénio a.n.e.