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N.o 1397 | MAIO 2015 | diretora edite estrela UMA ALTERNATIVA DE CONFIANÇA O PS tem uma alternativa de confiança para o país assente no rigor orçamental, promoção do crescimento económico e reforço da coesão social jorge ferreira

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dias úteis leia e subscreva! h www.accaosocialista.pt 17 2 | N.o 1397 | MAIO 2015 quente & frio

a escaldar Direita não desiste dos cortes nas pensões Entusiasmada perante uma plateia de jovens do PSD, a ministra das Finanças não resistiu a seguir o guião do Governo de tentar colocar gerações contra gerações e anuncia a hipótese de haver mais cortes nas reformas dos atuais pensionis- tas. São 600 milhões de euros previstos de cor- tes. Face a este deslize da ministra – fugiu-lhe a boca para a verdade – alguns comentadores da di- reita nos diversos espaços que ocupam nos media não conseguiam esconder a sua irritação.

Quente jorge ferreira Angústia COMISSÃO NACIONAL para o jantar A coligação de direita assinalou um ano de saída PORTUGAL PRECISA DE GANHAR troica com uma jantarada em Guimarães. “Um in- sulto” aos portugueses que sofrem com a crise, TRANQUILIDADE E CONFIANÇA foi como o líder parlamentar do PS, Ferro Rodri- gues, classificou este evento. Depois da devasta- As alternativas em causa nas eleições legislativas deste ano são cada vez mais ção económica e social que fizeram ao país, PSD e claras: o PS representa uma aposta no rigor e na confiança enquanto a coligação CDS comemoram o quê? Enquanto a direita comia PSD/CDS insiste em prolongar a incerteza quotidiana dos portugueses. e brindava, a essa hora milhões de portugueses ti- Mary Rodrigues nham angústia para o jantar. Esta a mensagem deixada de 600 milhões de euros no sis- “apostar no relançamento da FRIO por António Costa à entrada da tema de pensões. economia, criando emprego e Governo passa reunião da Comissão Nacional Já a propósito da intenção do travando a emigração”. do PS, que aprovou o projeto PS de proceder a uma redu- Mas, advertiu, a criação de à oposição de programa eleitoral do par- ção da taxa social única (TSU), emprego “não se faz por ar- Desde que um grupo de economistas a pedido do tido, altura em que defendeu quer para empregadores, quer tes mágicas, sendo essencial PS apresentou o cenário macroeconómico e que que, após quatro anos de aus- para trabalhadores, António a existência de investimen- depois foi anunciado o projeto de programa elei- teridade, “o país precisa de ga- Costa defendeu a necessidade to e confiança da parte dos toral socialista, a direita nunca mais foi a mes- nhar tranquilidade e confiança, de “reforçar a sustentabilidade empresários”. ma: anda desorientada. E, num frenesim, Passos, com estabilização dos rendi- da Segurança Social, a curto e E, “para que haja confiança dos Portas e ministros desdobram-se em declarações mentos dos portugueses e com médio prazo”. empresários, é essencial que de ataque às propostas do PS. Muitas vezes, no- a garantia escrupulosa daquilo “No curto prazo, aquilo que sa- haja procura”, enfatizou, su- ta-se, sem sequer as terem lido. O Governo, sem que o Tribunal Constitucional bemos é que após a grande re- blinhando ser “necessário que ter nada mais para oferecer aos portugueses do já decidiu”. forma da Segurança Social de as famílias recuperem ren- que a continuação da austeridade, passa assim à “A Constituição impõe a garan- 2007, o que tem fragilizado o dimento e que haja um alívio oposição. tia das pensões em pagamen- sistema é o aumento do de- da pressão sobre a economia to”, frisou o líder socialista, em semprego e da emigração”, dis- portuguesa”. gelado resposta à intenção do Execu- se, sublinhando que a primeira Ainda em defesa do projeto de Um país cada vez tivo de proceder a uma refor- garantia sobre a sustentabi- programa eleitoral do PS, Antó- ma que permita uma poupança lidade da Segurança Social é nio Costa considerou importan- mais desigual te “a diversificação das fontes Os números, tal como o algodão, não enganam. No de financiamento da Seguran- seu mais recente relatório, a OCDE afirma, de for- ELEITA COMISSÃO ORGANIZADORA ça Social”, através da criação de ma clara e incontroversa, que Portugal é hoje um DA CONVENÇÃO NACIONAL IRC social, de um imposto so- dos países com maiores níveis de pobreza consoli- A Comissão Nacional do PS elegeu a Comissão organiza- bre heranças superiores a um dada e um dos mais desiguais entre os 34 que fa- dora da Convenção Nacional, constituída por: milhão de euros e de uma taxa a zem parte da OCDE. António Correia de Campos cobrar junto de empresas com Esta realidade vem desmentir a propaganda da di- Marcos Perestrello precariedade laboral. reita e tornar claro o aumento exponencial das de- Mariana Vieira da Silva Por outro lado, advogou a di- sigualdades e da pobreza que estão a ser semea- Diogo Leão versificação da aplicação do das pela política de austeridade expansionista do Filipa Marques Júnior Fundo de Estabilização Finan- Governo PSD/CDS-PP. ceira da Segurança Social, ale- Foram também aprovados por unanimidade o Regula- gando que não pode apenas ser J. C. C. B. / R. S.A mento e o Regimento da Convenção Nacional que se rea- arriscado no mercado de ca- liza nos dias 5 e 6 de junho, no Coliseu dos Recreios, em pitais ou servir para comprar Lisboa, onde será aprovada a versão final do programa dívida pública, “deve também eleitoral do Partido Socialista, a apresentar às eleições servir para financiar as caixas legislativas. de previdência e investir em prédios de rendimento”. N.o 1397 | MAIO 2015 | 3

editorial TRABALHAR COM RIGOR edite estrela

rabalhar com rigor a pensar nas pessoas” é uma TRABALHAR COM RIGOR boa síntese do método de trabalho de António “TCosta. Definiu uma estratégia e fixou um calen- dário para oferecer aos portugueses uma alternativa séria PARA AS PESSOAS à política de austeridade do atual Governo. No Congresso, A frase “Trabalhar com Rigor para as Pessoas”, associada à imagem do nosso apresentou Uma Agenda para a Década. Em abril, divul- candidato a primeiro-ministro, suporta a mensagem que estamos agora a dirigir gou Um cenário económico alternativo – Uma déca- aos nossos concidadãos. da para Portugal. E, em maio, submeteu à apreciação dos órgãos competentes do partido o Projeto de Programa

Esta mensagem sublinha Esta mensagem sublinha, tam- perante Portugal e perante os Eleitoral do PS, preparado pelo Gabinete de Estudos, de que trabalhamos para os por- bém, que o Partido Socialis- Portugueses, fazer o que é ne- forma participativa, debatido em conferências temáticas tugueses. O PS, contrariamen- ta está a preparar cuidadosa- cessário para conseguir fazer o realizadas em diferentes pontos do país, e submetido ao te à coligação de direita, não mente a sua governação: sem que tem de ser feito. escrutínio dos militantes, simpatizantes e demais cidadãos, aceita que se possa dizer que o promessas vãs, sem facilitis- Com esta mensagem sublinha- cuja versão final vai ser aprovada na Convenção Nacional país está melhor quando a vida mo, fazendo as contas, estu- mos os valores que o Partido de 5 e 6 de junho. Nesta edição do Acção Socialista, pode das pessoas piorou. Para os so- dando os impactos, assumin- Socialista representa no Por- encontrar notícia do método inovador de participação cida- cialistas, o país estar melhor do causas e traduzindo-as em tugal democrático, bem como dã e informação detalhada sobre as 21 causas para mobi- só pode ser verdade quando as medidas ponderadas, prepara- a mais-valia que representa lizar Portugal. pessoas viverem melhor e tive- das, que sabemos serem con- o nosso Secretário-geral en- rem perspectivas sérias de um cretizáveis. Rigor é levar a sé- quanto candidato a primeiro- Trabalhar com rigor é a nossa prática. Rigor na elaboração desenvolvimento sustentado. rio a nossa responsabilidade -ministro. ^ dos diferentes documentos. Rigor na seleção das propos- tas. Rigor que queremos imprimir na governação. Nada pro- por que não possa ser concretizado é também uma marca COMISSÃO POLÍTICA que nos distingue da coligação de direita.

PROJETO DE PROGRAMA ELEITORAL Pedro Passos Coelho dizia na oposição o contrário do que APROVADO POR UNANIMIDADE fez como primeiro-ministro. O país tem um nível de desem- A Comissão Política, reunida no dia 20 de maio, na sede nacional, aprovou por prego que ameaça a coesão e a justiça social, dizia ele em unanimidade o projeto de programa eleitoral do PS. 2011. E o que fez ele no governo? Destruiu postos de tra- Mary Rodrigues balho (445 mil), mandou os jovens emigrar (mais de 200 mil), criou cursos de formação para iludir os números do Falando aos jornalistas de trabalho, o dirigente socia- frisou que “o maior inimigo da desemprego e, mesmo assim, o desemprego atingiu níveis no final da reunião, o coor- lista fez questão de salientar sustentabilidade do sistema nunca vistos. denador do programa eleito- que o debate serviu para "ana- de pensões é a destruição de ral e do Gabinete de Estudos lisar todas as questões". emprego”. Também em 2011, acusava: Portugal está hoje com a maior do partido, João Tiago Silvei- "Essas são questões desa- De acordo com o dirigente so- dívida pública de que há memória. A dívida representava en- ra salientou a abertura do PS fiantes, das quais pode depen- cialista, “nada pôs tão em cau- neste processo de discussão der a oportunidade de o PS ter sa o sistema de proteção so- tão 94% do PIB e agora já ultrapassou os 130%. E prome- política, considerando que foi uma política diferente”, disse, cial, em particular o sistema tia: Não vamos nomear os amigos. Nomearemos com trans- dado agora mais “um passo acrescentando que o parti- de pensões, como a brutal parência aqueles que por mérito e competência merecerem importante”. do “tem de saber exatamente destruição de emprego que ser nomeados. No governo, encheu a Administração Pública “O PS já fez isso nas eleições como as pode concretizar”. Portugal sofreu nos últimos de boys do PSD e do CDS, de que os diretores distritais da primárias, com a participação “Mas uma coisa é certa: já anos”. Segurança Social são um bom exemplo. E, em fim de man- de não militantes no ato elei- está provado que podemos ter E por isso, destacou, “a grande dato, continua a nomear dirigentes para mais cinco anos. toral que escolheu o nosso uma política diferente face à prioridade do PS é promover o candidato a primeiro-ministro, do atual Governo”, concluiu mais rapidamente possível a Em 2010, dizia: A política de privatizações em Portugal e agora abriu a preparação do João Tiago Silveira. recuperação da economia”. será criminosa se visar apenas vender ativos ao desbara- programa eleitoral a todos os Sustentando que o sistema de to para arranjar dinheiro. Chegado ao governo, desbara- cidadãos portugueses, incluin- Desemprego é o maior pensões não se defende ape- tou a Cimpor, a EDP, a REN e liquidou a PT. E, em cima das do até pessoas de outros par- inimigo da Segurança nas no domínio da legislação, tidos que pretendam dar con- Social Vieira da Silva fez questão de eleições, acelera a privatização da TAP e a concessão dos tributos”, disse. Também a propósito da inten- evidenciar que “os dados da transportes públicos de Lisboa e do Porto. Em 2011, de- Confrontado com algumas dú- ção do partido reduzir a TSU destruição de emprego em clarava: Prefiro ser criticado por alguma medida mais difí- vidas suscitadas em torno das de trabalhadores e emprega- Portugal são ainda perigosa- cil que defendo do que ser acusado de ludibriar as pessoas. propostas sobre a Taxa Social dores, o vice-presidente da mente acrescentados pelo fe- Pois, ludibriar as pessoas. Prometer e não cumprir. Enga- Única (TSU) e o contrato único bancada do PS, Vieira da Silva, nómeno da emigração". ^ nar. Mentir. Ludibriar. É isso. ^ 4 | N.o 1397 | MAIO 2015 jorge ferreira Conferência no Porto É preciso reacender a paixão pela educação O atual Governo não foi capaz de conviver com as marcas de sucesso da governação socialista porque chegou ao poder e “destruiu” tudo o que estava a ser feito, acusou o Secretário-geral do PS, António Costa, defendendo que é preciso “reacender a paixão pela educação”. J. C. Castelo Branco

António Costa falava no dia ção profissional e na educação tando que haja “quem julgue paz de conviver com nenhuma tos que podem ser melhorados 9 de maio, na sessão de encer- de adultos, combatendo o in- que o nosso desenvolvimento das marcas de sucesso da go- e vamos melhorar, há aqui um ramento da conferência “Edu- sucesso escolar e o excesso de passa por desmontar o Esta- vernação socialista. grau de exigência que deve ser cação – valorizar as pessoas”, burocracia. do Social, reduzir salários ou “Havia o Simplex, acabou com o diferente e vamos ter um grau no Conservatório da Música, no “Ao contrário do que o Gover- empobrecimento”. Simplex, havia as Novas Opor- de exigência diferente”, disse. Porto, onde estiveram em dis- no diz, o país não tem licencia- tunidades, acabou com as No- Mas não foi esta a postura do cussão os painéis “Combater o dos a mais, o que o país tem é Governo destruiu vas Oportunidades, podia ter Executivo Passos/Portas, que insucesso escolar, garantir 12 empregos qualificados a menos em vez de melhorar tido até uma atitude compreen- fez algo “absolutamente im- anos de escolaridade”, “Inves- para aquilo que necessita de ter Na sua intervenção, o líder so- sível que era dizer que há aqui perdoável” que foi chegar ao tir na educação de adultos e na para ser uma economia moder- cialista acusou o atual Executi- aspetos que não estão corre- poder e “achar que o país era formação ao longo da vida” e na, inovadora e que nos garanta vo da direita de não ter sido ca- tos e devemos corrigir, há aspe- uma folha em branco onde era “Ensino superior: cumprir a am- futuro num Europa globaliza- preciso escrever tudo de novo e bição da Europa 2020”. da”, salientou. destruir tudo aquilo que estava Na sua intervenção, o líder do O Secretário-geral do PS lem- a ser feito”, acusou. PS sustentou que “como há 20 brou que o Governo manda os agenda para “Ao contrário do que Ou seja, concluiu António Cos- anos atrás, nós temos de rea- jovens emigrarem porque em a década o Governo diz, o país ta, “o Governo não quis corri- cender a paixão da educação no Portugal não têm emprego, A educação e a forma- não tem licenciados gir, não quis melhorar, não quis nosso país”, considerando que mas depois, pasme-se, vai a ção são alicerces es- a mais, o que o país aperfeiçoar”. “o pior contributo” que o Gover- Bruxelas assinar um compro- senciais para o futuro Antes, na outra intervenção na no Passos Coelho/Paulo Por- misso para que o país tenha até das pessoas e do país. A tem é empregos sessão de encerramento, o pre- tas deu para o futuro do país 2020 40% da população entre aposta na qualificação qualificados a sidente da Federação do PS/ “foi ter andado a convencer os os 30 e 34 anos com nível de dos portugueses cons- menos para aquilo Porto, José Luís Carneiro, su- portugueses que que não valia ensino superior. titui um meio imprescin- que necessita blinhou que a escola pública, a pena investir na educação dos António Costa reiterou que não dível para a valorização ter para ser uma nomeadamente a sua defesa, seus filhos”. é só com medidas económi- dos cidadãos, para uma economia moderna está no “ADN” do PS. Segundo António Costa, é “fun- cas que se resolvem os desa- cidadania democrática e “O centro das nossas priori- damental concentrar esforços” fios da economia, mas também para o desenvolvimento e inovadora” dades é a escola como motor no sector da educação, nomea- pela inovação, tecnologia ou in- sustentável do país. António Costa de desenvolvimento do país”, damente investindo na forma- vestigação científica, lamen- acrescentou. ^ N.o 1397 | MAIO 2015 | 5 jorge ferreira UM ESTADO FORTE INTELIGENTE E MODERNO “Queremos mais rigor na governação”, no quadro de “um Estado forte e moderno que saiba preservar e defender os sectores estratégicos da economia portuguesa” e que esteja à altura de “mobilizar os portugueses para os desafios do futuro”, defendeu António Costa, na sede nacional, na apresentação do projeto de programa eleitoral do PS. Rui Solano de Almeida

Um programa, como garantiu o país precisa de “um Estado for- públicas possam “prescindir obras para várias legislaturas”. no e o conjunto dos cidadãos e líder do PS, que busca um equi- te que saiba preservar os sec- de um grande consenso polí- A este propósito salientou que da reforma do sistema eleito- líbrio entre o aumento e a redu- tores estratégicos, como são tico alargado” que tem neces- o programa eleitoral socialis- ral que o líder do PS defendeu ção da despesa e da receita. as infraestruturas fundamen- sariamente de existir antes de ta prevê a presença de magis- como fundamental, designada- “Não é um programa do facilitis- tais - caso da TAP -, ou o for- se “assumirem compromissos trados do Ministério Público mente com a criação de círcu- mo”, mas um programa que “faz necimento de bens de primei- de investimento e execução de nos diversos ministérios dire- los uninominais, com “respeito escolhas”, quando decide assu- ra necessidade”, dando como tamente relacionados com o pela proporcionalidade do sis- mir, por exemplo, que é neces- exemplo o sector das águas. sector das obras públicas, uma tema” e a representatividade sário cobrar menos impostos A este propósito, o líder socia- medida que o líder do PS diz ser territorial. sobre o rendimento do trabalho lista sustentou a ideia de um “O país precisa fundamental no combate e na No próximo dia 6 de junho, na mas que cria um novo imposto Estado “capaz de ser indepen- de um Estado prevenção à corrupção. Convenção Nacional, garantiu sobre as grandes heranças. dente e de regular sectores De acordo com o Secretário-ge- o líder socialista, “queremos Um programa, acentuou, que diz centrais na vida da sociedade”, forte que saiba ral do PS, estes auditores terão aprovar um programa, depois que é necessário investir mais destacando a necessidade do “ preservar uma intervenção “obrigatória de todas as contribuições”, que nas Unidades de Saúde Fami- reforço dos mecanismos de re- os sectores em todo o processo de negocia- seja capaz de mobilizar os por- liar porque é necessário “pou- gulação do sector financeiro”. ção e contratação” de obras pú- tugueses “neste momento de- par mais nas despesas que o Es- De entre as propostas que estratégicos, blicas, assegurando assim uma cisivo”, em que o país está pres- tado tem nos hospitais”, ou que anunciou e que farão parte do como são as “magistratura autónoma qua- tes a virar mais uma página da se compromete a disponibilizar programa eleitoral do PS, An- infraestruturas lificada” em todo o processo sua história. mais médicos de família para tónio Costa destacou ainda a negocial. Um programa, como salien- mais de meio milhão de pessoas obrigatoriedade de o programa fundamentais, ou António Costa falou ainda da tou, que ponha fim à austerida- nos próximos quatro anos. Um de infraestruturas e de gran- o fornecimento proposta do PS de alargar o di- de, relance a economia e o em- programa de rigor, de alternati- des equipamentos passar a de bens de reito de petição aos estrangei- prego, que proponha uma “nova va e de confiança. ser aprovado por votação par- ros residentes em Portugal, na agenda” de negociação euro- lamentar mediante uma maio- primeira criação de uma nova figura de peia, mas também que integre Preservar os sectores ria qualificada de dois terços, necessidade” “perguntas cidadãs” de forma um conjunto de causas que mo- estratégicos justificando não ser possível a permitir um debate continua- bilizem o país para enfrentar António Costa defendeu que o que grandes decisões em obras do e permanente entre o Gover- os problemas estruturais com 6 | N.o 1397 | MAIO 2015

que se depara para “poder- mos ter um Governo com uma gestão forte, inteligente e mo- PROGRAMA derna”, mas igualmente com mais “rigor e participação dos cidadãos”. RIGOROSO E

Rigor e justiça social Depois de recordar que com PARTICIPATIVO a apresentação do projeto de programa eleitoral, o PS deu O projeto de programa eleitoral do PS “mais um passo” na caminha- rigoroso e participativo é assente em da para a construção de uma “alternativa de confiança”, An- cinco pilares e orientado por 21 causas no tónio Costa assumiu que os so- sentido da resolução de 21 problemas de cialistas estão agora mais ha- Portugal e dos portugueses. Trata-se de bilitados e preparados para assumir um conjunto de novos uma nova e alternativa maneira de fazer compromissos políticos que política e de inovar na governação, que visa vão marcar a construção de essencialmente a criação de “um Estado uma efetiva alternativa às po- líticas do atual Governo de di- forte, inteligente e moderno". reita, com rigor, justiça social e uma intransigente defesa

dos sectores estratégicos da jorge ferreira economia. Para o Secretário-geral do PS, Foi assim que o coordenador “as propostas socialistas para goroso, de inovação, partici- mocracia, uma governação di- é importante que o Estado te- do Gabinete de Estudos (GE) e os primeiros quatro anos da pado e calendarizado, com su- ferente", garantir a defesa num nha os seus serviços públicos do processo de elaboração des- Agenda para a Década, e que mários escritos em linguagem território alargado, segurança fundamentais estabilizados e te projeto, João Tiago Silveira, cumpre, naturalmente, a mar- mais clara para as pessoas per- interna e política criminal, a agi- focados na sua missão, evitan- apresentou o documento à Co- gem financeira com a qual nos ceberem bem a diferença entre lização da justiça, a simplifica- do “silos fechados” como hoje municação Social, na sede na- comprometemos e que foi tra- as nossas propostas e aquelas ção e digitalização da adminis- sucede, onde cada ministério cional, abrindo-o de imediato à çada pelo cenário económico”. que o Governo PSD-CDS fez, e tração, a regulação eficaz dos é gerido de forma independen- participação alargada e à dis- nunca houve diferenças tão evi- mercados, a valorização das re- te, mantendo-se na Adminis- cussão para seu enriquecimen- Cinco pilares dentes”, sustentou João Tiago giões autónomas e a descentra- tração Pública uma espécie de to e melhoramento. Debruçando-se sobre os núme- Silveira que depois concentrou lização como base da reforma “cultura de minifúndio”. Assim, entre 25 e 29 de maio ros de todo este processo, João a sua intervenção na explicação do Estado. António Costa defendeu ain- proceder-se-á "ao lança- Tiago Silveira referiu que 24 gru- mais detalhada do projeto de A concluir, o coordenador do da que a prioridade da gover- mento e votação pelos cida- pos temáticos trabalharam na programa eleitoral do PS. GE sublinhou que o projeto de nação não é, “nem deve ser dãos no âmbito do programa elaboração das primeiras pro- Explicou, pois, que os cinco pila- programa eleitoral do PS dis- apenas”, a produção de legis- participativo". postas em 24 áreas diferentes, res do projeto são dedicados às tingue-se evidentemente das lação, devendo concentrar a A aprovação final do programa tendo havido 15 reuniões aber- pessoas, à valorização do terri- práticas do passado e do pre- sua ação preferencialmente eleitoral socialista acontecerá tas aos cidadãos, 1500 partici- tório, à prioridade à inovação, à sente deste Governo de coli- na “coordenação” das políticas a 6 de junho, durante a Conven- pantes em mais de 130 reuniões coesão e combate às desigual- gação de direita, avançando de e no acompanhamento da exe- ção Nacional do PS, conforme técnicas, mais de 1600 propos- dades e a “um Portugal global”. forma transparente, partilha- cução pontual dos fundos co- previamente noticiado. tas escritas e 1070 estruturas E que o documento assume da e participada com “21 cau- munitários, não devendo des- Segundo salientou João Tiago políticas do partido “em ação”. como desafio para o Estado "a sas para podermos ajudar a prezar igualmente o diálogo de Silveira, “este tem sido um pro- ”Trata-se de um programa ri- melhoria da qualidade da de- que o país seja melhor”. ^ proximidade com os cidadãos e cesso rigoroso e planeado”. de trabalhar em conjunto com “Tem sido também um proces- as regiões autónomas, autar- so complexo, mas que quere- quias e parceiros sociais. mos que traga mais confiança CINCO PILARES Um programa participado Quanto à reforma da lei elei- aos portugueses e que confi- As 21 causas para mo- A preparação do Projeto de Programa Eleitoral do PS fi- toral, o Secretário-geral do PS ra mais credibilidade às nossas bilizar Portugal estão cou marcada por uma elevada participação de militantes manifestou a esperança que propostas”, adiantou. organizadas em cinco e cidadãos. na próxima legislatura o de- Neste ponto, o coordenador do pilares bate sobre o tema possa final- GE lembrou que o primeiro pas- 24 Grupos temáticos prepararam um mente “ser encerrado” com o so desta longa caminhada de 1 As pessoas primeiro draft com base numa discussão país a aprovar uma lei que res- exigência começou com a apre- primeiro alargada peite a proporcionalidade e a sentação de “Uma Agenda para representação equitativa das a Década”, documento que, fri- 2 Valorizar o 15 Reuniões públicas e abertas para discussão diferentes partes do território sou, “dá uma perspetiva de lon- nosso território de temas do Programa e 3 em preparação nacional, continuando a asse- go prazo a dez anos”. gurar uma representação plu- Depois, recordou, “avançamos 3 Prioridade à 1500 Participantes em reuniões técnicas ral dos diferentes sectores da com o cenário macroeconómi- inovação atividade, “mas que dê o pas- co, dando mais um passo abso- 1600 Propostas recebidas em versão escrita so fundamental”, criando ci- lutamente fundamental no sen- 4 Mais coesão, clos uninominais que “permi- tido de sabermos com que é que menos 130 Reuniões técnicas de preparação tam aos cidadãos não só votar contamos e como é possível fa- desigualdades no partido da sua preferência zer uma política diferente”. 1070 Estruturas do PS em ação: Federações, mas que também possam es- Com a apresentação do progra- 5 Um Portugal concelhias, secções e departamentos colher o deputado da sua con- ma eleitoral do PS dá-se, pois, o global fiança”. ^ terceiro passo, avançando com N.o 1397 | MAIO 2015 | 7

21 causas para COORDENADORES DO GABINETE DE mobilizar Portugal ESTUDOS Melhorar as João Tiago Silveira, coordenador do Gabinete qualificações de Estudos do PS, apresentou as 21 causas Domingos Fernandes Valorizar o trabalho e que orientam o projeto de programa eleitoral promover o emprego do PS, lançando as bases para o seu debate Miguel F. Cabrita público, na sequência de um processo que tem Assegurar as sido fortemente participado pelos cidadãos e igualdades Pedro Delgado Alves pelas estruturas do partido. Promover a Este é um projeto que visa um Estado forte, sustentabilidade inteligente e moderno, impulsionado por "21 ambiental e energética Carlos Zorrinho causas para mobilizar Portugal" Apostar no mar 1 Defender o Serviço Nacional 8 Mar: Uma Aposta no Futuro, 15 Prioridade à Inovação e Inter- Valorizar os espaços de Saúde (SNS) e promover a aproveitando com eficácia e in- nacionalização das Empre- rurais e as florestas Saúde, recuperando a confiança teligência o significativo espaço sas, condições essenciais para Capoulas Santos dos portugueses no SNS, garan- marítimo e os respetivos recur- que Portugal seja competitivo Valorizar a lusofonia tindo que este responde melhor, sos sob jurisdição de Portugal; no contexto global, criando no- Diogo Machado de forma mais célere eficaz; vos empregos neste processo; 9 Afirmar o Interior como Cen- Valorizar a posição Combater o insucesso esco- tralidade no Mundo Ibérico, Garantir a Sustentabilidade de Portugal e 2 16 as comunidades lar, garantindo a oferta e o cum- tirando o devido partido da po- da Segurança Social, na cer- portuguesas no Mundo primento de 12 anos de escola- sição de que Portugal goza no teza de que o facto de Portugal Hermano Sanches ridade pelos estudantes. Com contexto geográfico e económi- ter ido para "além da troica" le- Ruivo efeito, os Países com melhor e co peninsular, exponenciando vou ao desemprego, à emigração Modernizar a mais completa educação são todo o seu potencial; e à subsequente fragilização da atividade económica mais ricos, mais desenvolvidos e Segurança Social; Lino Fernandes mais competitivos; 10 Preservar o Ambiente, numa ação que é essencial e urgen- Melhor Justiça Fiscal, corri- Modernizar os 17 serviços públicos e 3 Investir na Educação de Adul- te perante os desafios uni- gindo desigualdades, garantindo simplificação tos e na Formação ao Longo da versais, comuns e partilhados a previsibilidade tributária, com- Maria Manuel Leitão Vida, porque são as pessoas com colocados pelas alterações cli- batendo a fuga ao fisco e evitan- Marques menos qualificações as mais ex- máticas e pela continuada perda do a desproporcionalidade dos Descentralizar postas ao flagelo do desemprego; da biodiversidade; encargos dos cidadãos; e reforçar a proximidade 4 Promover um Ensino Superior 11 Valorizar a Atividade Agrí- 18 Combater a Pobreza, recupe- Diversificado e de Qualidade cola e o Espaço Rural, que rando com vigor os mínimos so- Incentivar a para um Mundo Global, no qual devem doravante ser encara- ciais de uma sociedade solidária, participação política Portugal deve ser crescente- dos como ativos que o País tem postos em causa pelo Governo e a transparência mente competitivo; de saber aproveitar, plena e PSD/CDS; Nuno Marques eficazmente; Pereira 5 Reagir ao Défice Demográfi- 19 Construir uma Sociedade mais Agilizar a justiça co, especialmente em 3 frentes: 12 Liderar a Transição Energé- Igual, aceitando e acolhendo as Miguel Romão natalidade, imigração e regresso tica, promovendo uma Econo- diferenças que pontuam os nos- Garantir a segurança de emigrantes a Portugal; mia Verde, assente em baixas sos cidadãos e a nossa socieda- e a liberdade emissões de carbono e de gases de, impedindo discriminações Jorge Lacão 6 Uma Nova Geração de Polí- causadores do efeito de estu- com base com base na classe ticas de Habitação, aptas no- fa, criando em simultâneo mais social, origem racial ou étnica, Renovar os direitos meadamente a reagir aos efei- empregos qualificados e de base religião, crença, deficiência, ida- fundamentais José António Pinto tos da austeridade introduzidos tecnológica; de, orientação sexual ou identi- Ribeiro pelo Governo PSD/CDS, a qual dade de género; levou a que muitas famílias te- Investir na Cultura, Demo- Modernizar a defesa 13 nacional nham deixado de cumprir com cratizar o Acesso, por ser 20 Promover a Língua Portugue- as suas obrigações ao nível do também um pilar da Democra- sa e a Cidadania Lusófona, Helena Carreiras crédito; cia, da Identidade Nacional, da assumindo este espaço de gran- Investir na cultura Inovação e do desenvolvimento de âmbito geográfico, humano e Rui Vieira Nery Promover a Qualidade de Vida, sustentado; cultural como área de desenvol- 7 Investir na ciência respondendo à ambição dos ci- vimento social e económico. dadãos por uma vivência e esti- 14 Reforçar o Investimento em lo de vida que lhes permita uma Ciência e Tecnologia, Demo- 21 Continuar Portugal nas Co- Reforçar a devida fruição de tempo de lazer, cratizando a Inovação, recupe- munidades Portuguesas, solidariedade social cultura e desporto; rando a confiança dos agentes mantendo a ligação com os que Carlos Farinha científicos, da academia e dos ci- continuam a construir e a con- Rodrigues dadãos nos incentivos públicos tribuir para Portugal, mesmo Reforçar o SNS neste importante sector; quando a estudar, a trabalhar ou Adalberto Fernandes a residir no estrangeiro. 8 | N.o 1397 | MAIO 2015

Encontro com o sector imobiliário Governo socialista terá como prioridade defesa da classe média António Costa assegurou no dia 19 que um Governo do PS terá como prioridade a proteção da classe média e, por isso, admitiu o prolongamento do período de transição da atual lei das rendas, que limitou as atualizações dos contratos de arrendamento das famílias com menores rendimentos.

J. C. Castelo Branco jorge ferreira

Neste quadro de defesa da dade à proteção da classe mé- um amplo consenso nacional rante um novo paradigma po- classe média e das famílias com dia”, afirmou António Costa aos em torno do objetivo da reabi- LÍDER DO PS sitivo com prioridade à reabili- menores rendimentos, António jornalistas no final de um almo- litação urbana. QUER PROLONGAR tação urbana”. Costa afirmou que “numa situa- ço promovido pela revista "Vida O líder do PS considerou ainda ção em que os recursos são fini- Imobiliária", que juntou deze- Mercado de renda PERÍODO DE essencial manter a taxa reduzi- tos, é preciso fazer opções. E va- nas de representantes deste acessível TRANSIÇÃO DA da de IVA para as obras de rea- mos ter de proteger essa classe sector. O líder do PS lembrou que “ne- LEI DAS RENDAS bilitação, a aposta na redução média. É essa a opção que deve “Não podemos ter um país que nhum país pode país pode cres- do IMI para os prédios reabili- ser feita”, numa alusão à neces- não percebe que é essencial cer deixando colapsar o setor PARA DEFENDER tados e a penalização dos pré- sidade de prolongar o período de restituir a confiança à clas- da construção civil, que perdeu FAMÍLIAS dios devolutos. transição da lei das rendas, evi- se média, depois da devasta- desde 2008 37 mil empresas e COM MENORES António Costa anunciou ainda tando assim ruturas graves do ção fiscal e de rendimentos 260 mil trabalhadores, e apos- o objetivo de destinar cerca de ponto de vista social. que teve ao longo dos últimos tando exclusivamente nos bens RECURSOS 10% das verbas do Fundo de Es- “Precisamos de ter um próximo anos”, acrescentou. transacionáveis”. tabilização Financeira da Segu- Governo que permita à classe António Costa considerou que Referindo que “há agora me- rança Social – cerca de 1,3 mil média recuperar a esperança e o sector da construção é “vital” nos casa própria e mais mer- litação e densificação dos cen- milhões de euros – na reabilita- a confiança no futuro. O próxi- para o crescimento económi- cado de arrendamento, menos tros urbanos”, António Costa ção urbana, para a criação de um mo Governo tem de dar priori- co e defendeu que é necessário construção nova e mais reabi- sublinhou que “estamos pe- mercado de renda acessível. ^

de 35 horas na Função Públi- TAXA DE NATALIDADE ca e a inclusão da negociação do banco individual de horas no É A MAIS BAIXA DA âmbito da contratação coleti- va, reforçando assim a “capa- EUROPA cidade para acordos mais equi- Portugal é o país da União Europeia onde nascem menos librados e mais justos”, quer crianças. Em 2014 o número de nascimentos, a exemplos para empregadores, quer para dos anos anteriores, continuou a decrescer, menos trabalhadores. 19% face a 2010, apesar de se ter registado um ligeiro O PS defende ainda que o núme- abrandamento. O país continua a situar-se no pouco ro de filhos passe a contar para honroso lugar onde os nascimentos são ultrapassados o cálculo da isenção no paga- pelo número de óbitos. mento de taxas moderadoras, RUI SOLANO DE ALMEIDA assim como propõe que as fa- mílias voltem a ter desconto no preço que pagam em creches pelo segundo e mais filhos. Na área da educação, o PS de- Segundo dados recentes Não sendo um fenómeno nem tabilidade nas prespetivas de de um “ajustamento feito com fende, entre outras medidas, a do Instituto Nacional de Esta- recente, nem exclusivo de Portu- vida. base na desvalorização dos sa- redinamização do esquema de tística (INE), a taxa de natalida- gal, a verdade dos números indi- No Parlamento, num deba- lários que esmagaram os rendi- empréstimos de manuais esco- de em Portugal voltou a descer ca-nos, contudo, que nos últimos te recente sobre esta maté- mentos das famílias”. lares, numa lógica de “apoio ao em 2014, o valor mais baixo de quatro anos houve um agrava- ria, a deputada socialista Sónia São vários os caminhos que o acesso de jovens e crianças ao sempre. mento na taxa de nascimentos Fertuzinhos acusou o Gover- PS aponta como alternativa às estudo”. Uma queda mais acentuada que que hoje é superior à que se re- no de querer “criar a ilusão” de atuais políticas de direita, tendo Medidas que confrontam com resulta, na opinião do PS, das po- gistava há 20 anos atrás. que nada se passou, quando em vista repor as taxas de nata- as que a maioria adotou nos úl- líticas seguidas pelo actual Go- O PS aponta como causas pró- foi o principal responsável pe- lidade em Portugal. timos quatro anos e que para os verno do PSD-CDS-PP, de uma ximas para este cenário as polí- las políticas de austeridade ex- Desde logo, como defendeu a socialistas devem ser promo- austeridade excessiva que se ticas seguidas por este Governo pansionista, que “aumentaram deputada Sónia Fertuzinhos na vidas para que Portugal volte traduz, na prática, em menos 19 em áreas tão importantes como drasticamente o desempre- Assembleia da República, a re- a criar condições de aumentar mil nascimentos face a 2010. o emprego, os salários ou a es- go”, sobretudo jovem, e depois posição do horário de trabalho sua taxa de natalidade. ^ N.o 1397 | MAIO 2015 | 9

HÁ UMA DIREITA REACIONÁRIA E ASSANHADA CONTRA O SNS “Há hoje uma direita reacionária no poder em Portugal presidida por um neoliberal assanhado que está contra o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. Foi com estas palavras que o antigo ministro socialista António Arnaut definiu a atual maioria governamental liderada por Passos Coelho.

jorge ferreira Conferência “Defender o SNS” jorge ferreira Este Governo António Arnaut falava na período, aumentou em mais sessão de encerramento da de duas mil. Dados que Arnaut conferência “Defender o SNS. apontou como um dos muitos Promover a Saúde” que o Par- indicadores reveladores de que é pior que a troica tido Socialista organizou em o atual Governo está contra o Coimbra. serviço público de saúde e a fa- Os portugueses só poderão festejar a sua saída quando “este Apesar dos ataques que tem vorecer o sector privado, que Governo se for embora”, porque ele “é pior do que a troica”, afirmou sofrido por parte da direita, dis- “nunca esteve tão viçoso” como se o antigo ministro dos Assun- atualmente. O também funda- António Costa, em Coimbra, numa sessão dedicada à Saúde. tos Sociais, o SNS tem sabido dor do PS sustentou que se não resistir pela sua “grande força fosse a Constituição da Repú- O líder do PS manifestou Assim como não contratar os ceu recentemente na crise de na consciência popular”, recor- blica a atual maioria “já teria surpresa por a coligação de di- enfermeiros que são necessá- dezembro provocada por um dando que em 2012 “só a ADSE, revogado o SNS”. reita ter organizado “uma jan- rios, não é resolver um proble- surto de gripe. subsistema de saúde para fun- Depois de defender que o Esta- tarada” em Guimarães come- ma, mas “adiar a satisfação de António Costa garantiu que o cionários e agentes da Adminis- do Social é a “marca identitá- morativa da saída da troica de uma necessidade”, com “enor- programa do PS dará a “maior tração Pública, pagou cerca de ria do PS e o SNS a sua trave Portugal. António Costa mos- mes custos” para a qualidade importância” à definição de 500 milhões de euros a pres- mestra”, António Arnaut con- trou-se intrigado, questionan- do serviço prestado aos doen- prioridades “ algo que não se- tadores de cuidados de saúde cluiu que sem o Partido Socia- do os presentes sobre como tes nos hospitais. ria necessário caso os “recur- privados”. Neste sentido, ques- lista “não teria havido SNS”, re- é que uma coligação “que foi O líder socialista criticou ainda sos não fossem limitados”, tionou se esses serviços não cordando que a legislação que além das políticas da troica”, o aumento das taxas modera- sustentando que os portugue- poderiam ter sido desempenha- o criou foi aprovada pela As- depois de terminado o progra- doras, aplicadas pelo Governo ses não suportam mais eleger dos pelo sector público. sembleia da República, há 35 ma de assistência financeira de direita do PSD/CDS, afir- alguém como Passos Coelho, Lamentou que nos últimos anos, com os votos contrários a Portugal, descobre um pre- mando que a medida obrigou que prometeu em campanha anos o SNS tenha perdido perto dos partidos que formam hoje a texto “para comemorar isto?”. na prática os utentes do SNS eleitoral baixar os impostos, de quatro mil camas, enquan- coligação que está no poder em Neste debate sobre o Serviço a terem que pagar duas vezes, “que depois subiu”, e não cor- to o sector privado, no mesmo Portugal. ^ Nacional de Saúde (SNS), An- nos impostos e nas taxas, ser- tar salários e pensões, “que tónio Costa falou sobre as po- viços a que têm direito. depois cortou”, garantindo líticas alternativas do PS para António Costa criticou ain- que não fará o que fez o atual o sector, garantindo que as ta- da o desinvestimento do Go- primeiro-ministro na última xas moderadoras do SNS “se- verno nas Unidades de Saúde campanha eleitoral. SNS – a grande conquista rão revistas”, lembrando que, Familiar (USF), quando optou Este debate sobre o Servi- do Estado Social ao contrário do que tem sido por centralizar os cuidados de ço Nacional de Saúde foi mais a prática da coligação de direi- saúde nos grandes hospitais uma iniciativa no âmbito da O SNS é a grande conquista do Estado Social no nosso país. ta, “gastar menos não é gastar centrais, o que, para o líder discussão do programa eleito- Gerou ganhos em saúde que nos fizeram convergir com a melhor”, sustentando que “não do PS, se, por um lado, “em ral do PS e da construção de Europa. Promoveu não só um aumento da esperança de vida haver camas nos hospitais não nada contribuiu para raciona- uma alternativa às atuais po- como a melhoria da sua qualidade, contribuindo igualmente é poupar dinheiro”, é ter “falta lizar o SNS”, por outro, “pro- líticas que limitam o acesso a para reduzir muitas das desigualdades que nos marcaram de respeito pelos utentes dos moveu momentos de rotura cuidados de saúde qualidade. ^ durante décadas. hospitais”. nas urgências” como aconte- 10 | N.o 1397 | MAIO 2015

PS É ALTERNATIVA DE CONFIANÇA O PS tem uma alternativa forte, credível e de confiança à política da direita, mostrando que é possível um caminho diferente da austeridade e do desemprego. Esta é a mensagem que António Costa tem transmitido nas diversas iniciativas em que tem participado.

Cultura é fator de Secretário-geral do PS defendeu Já a propósito do jantar/comício desenvolvimento que “a recuperação da centralida- realizado pela coligação PSD/CDS, de da cultura é absolutamente de- em Guimarães, o secretário-geral No encontro realizado no Hot Club, cisiva para um desenvolvimento do PS considerou “extraordinário” perante uma audiência na qual sustentável”. o facto de esse evento ter servido marcaram presença, entre outros, Questionado pelos jornalistas so- para atacar os socialistas. “É por os cineastas António-Pedro Vas- bre a possibilidade de o Executi- isso muito importante que haja mo- concelos e Joaquim Leitão, o com- vo Passos/Portas acelerar os pro- bilização para que seja apresenta- positor Mário Laginha, ex-membros cessos de privatização em curso, do um excelente programa de Go- de governos como Rui Vieira Nery o líder socialista afirmou esperar verno e para que o PS tenha um e Gabriela Canavilhas, a vice-pre- que este Governo não tenha tem- resultado eleitoral indiscutível e sidente da bancada do PS Inês de po para praticar atos “irreversíveis" que dê as condições de governabi- Medeiros, as atrizes Maria do Céu e danosos para o país, “na TAP, nos lidade, de forma a virar esta página Guerra e Beatriz Batarda, e a agen- transportes públicos, nas águas, ou triste de governação nos últimos

jorge ferreira te cultural Guta Moura Guedes, o em outros sectores estratégicos”. quatro anos”, frisou.

Descentralizar e serviços prestados pelo Estado”, mocracia portuguesa uma revisão reformar o sistema sustentou António Costa, clarifican- da lei eleitoral para a Assembleia da eleitoral do que a desejável transferência de República, com a introdução de cír- competências e descentralização culos uninominais, mas, ao mesmo A descentralização é um elemento não devem fazer-se apenas para ra- tempo, com soluções que preser- central da reforma do Estado, de- cionalizar recursos e meios, cortan- vem a proporcionalidade do sistema fendeu o Secretário-geral do PS, do custos, ou para que o Estado se e a governabilidade. António Costa, no ISCTE, em Lis- liberte de competências incómodas. “Sou cada vez mais defensor da re- boa, num colóquio sobre políticas “A descentralização é necessária forma da lei eleitoral, porque a pro- públicas, onde também considerou para aproximar o Estado dos cida- ximidade relacional entre os de- “essencial” proceder a uma reforma dãos e para ter mais e melhor servi- putados e os eleitores reforçará a do sistema eleitoral em Portugal. ço”, pontualizou. própria legitimação da Assembleia “A não descentralização só tem con- Por outro lado, o líder socialista con- da República”, explicou o secretário-

jorge ferreira tribuído para a não eficiência dos siderou urgente para a saúde da de- -geral do PS.

Conciliar por um lado, prevendo a redução do nos “voltemos a centrar nos gran- investimento com défice e da dívida pública, por outro. des desafios para os quais a socie- redução do défice O Secretário-geral do PS explica al- dade portuguesa tem de se mobi- gumas das propostas socialistas, lizar”, afirma o líder socialista na Em entrevista ao “Diário de Notí- assume a posição no sentido da re- entrevista. cias”, António Costa defende que o posição dos feriados e do regres- António Costa identifica o comba- relatório macroeconómico apresen- so das 35 horas semanais à Função te ao insucesso escolar, a erradica- tado ao PS demonstra a possibilida- Pública e adverte que “o Estado não ção da pobreza infantil, a promoção de de um equilíbrio virtuoso entre está à venda”. da saúde e a melhoria da qualidade diferentes vertentes: investimentos O programa de Governo que o PS da democracia, como “causas para a ara azeve d o

cl necessários e aumento da procura, apresentará ao país vai permitir que próxima legislatura”.

Modernizar No dia anterior, no centro de Lis- Coimbra, mas também estudan- a atividade boa, António Costa iniciou o pro- tes portugueses em outros países económica grama dedicado ao empreendedo- europeus. rismo, tendo visitado uma empresa A “Uniplaces”, que gere uma bolsa No âmbito da aposta do PS de pro- tecnológica e reunido com jovens de casas para arrendamento des- mover a modernização do tecido investidores. tinado a estudantes “Erasmus”, fa- económico assente em projetos O Secretário-geral do PS come- zendo uma intermediação com os inovadores e de base tecnológica, çou o seu programa com uma senhorios, já colocou em Lisboa António Costa dedicou dois dias ao deslocação à empresa tecnológi- cerca de 1500 estudantes. empreendedorismo. ca “Uniplaces”, com 95 postos de António Costa foi depois ao Pa- O líder socialista visitou o Centro trabalho e que tem como produto lácio Pombal, na Rua do Sé- Tecnológico do Calçado de São João principal uma plataforma informá- culo, onde se reuniu com cer- da Madeira e ainda o Centro Empre- tica que coloca jovens “Erasmus” ca de 40 jovens investidores em

jorge ferreira sarial e Tecnológico “Sanjotec”. estrangeiros em Lisboa, Porto e “startups”. N.o 1397 | MAIO 2015 | 11

Uma suas prioridades e na sua forma de direita considerando que um alternativa de governação. Isso é bom para a Governo a três não teria condi- clara democracia”, disse António Costa, ções para funcionar. destacando as duas vias alterna- “A enorme responsabilidade do PS Já em Matosinhos, o secretário- tivas entre a coligação PSD/CDS- é daqui até às eleições confirmar -geral do PS sublinhou que nas -PP ou a do PS: “a prossecução da aos portugueses que têm boas ra- próximas eleições legislativas austeridade, das políticas da troi- zões para poderem confiar no PS os portugueses vão poder optar ca, o empobrecimento como fonte como numa alternativa de rigor”, entre duas alternativas muito de desenvolvimento ou as ideias disse. claras. que o Partido Socialista defen- As declarações do secretário-ge- “Hoje a situação política em Por- de no sentido de descomprimir a ral do PS foram feitas após uma tugal está bastante clarificada: austeridade e virar esta página”. visita às novas instalações do os portugueses vão ter a possibi- Para o líder socialista, não existe Centro de Excelência para Ino- lidade de escolher dois caminhos nenhuma possibilidade de enten- vação da Indústria Automóvel

jorge ferreira absolutamente distintos, nas dimento entre o PS e a coligação (CEIIA), em Matosinhos.

Confiança e rigor lembrando que, depois do fim do que assenta na inovação “porque Num encontro com militantes e programa de assistência, o primei- não aceitamos o empobrecimento simpatizantes em Santa Maria da ro-ministro faz questão de conti- como modelo de desenvolvimento”. Feira. António Costa salientou que nuar com a “política da troica”. Mas uma alternativa que apon- confiança, inovação, rendimento, Quanto às alternativas do Partido ta também para o aumento dos emprego e rigor são as ideias-cha- Socialista em relação às políticas rendimentos de quem traba- ve da alternativa socialista à políti- de direita, António Costa garantiu lha, porque o PS não aceita mais ca de direita. que as propostas socialistas se ali- austeridade como forma de desen- O Secretário-geral do PS acusou cerçam na confiança “porque não volvimento e entende que chegou a Passos Coelho de ter feito “tudo prometemos mais do que aquilo hora de “aliviar a carga sobre as fa- ao contrário do que prometeu na que estamos em condições de asse- mílias e aumentar o seu r endimen- oposição” e de ser a própria troica, gurar”, uma alternativa, sublinhou, to disponível”. jorge ferreira

Travar posse em 21 de junho de 2011, e Coelho de apenas à última hora ter privatização que este “esticar” de prazo faz com acordado “e mal” para o problema. da TAP que se mantenham em funções Garantiu que o próximo Governo do mais de quatro anos. PS fará tudo o que esteja ao seu al- Já em São João da Madeira, fa- Talvez resida aqui, salientou o líder cance e que “ainda seja possível fa- lando aos jornalistas à margem de do PS, a justificação para a trapa- zer” para assegurar que a TAP não uma visita ao Centro Tecnológico lhada que se passa, nomeadamen- tenha a maioria do capital privati- do Calçado, António Costa voltou te, com a tentativa de privatiza- zado, lembrando a importância es- a questionar a razão de a legisla- ção da TAP, defendendo que “tudo tratégica da transportadora aérea tura ter sido prolongada, recordan- o que se passa com a TAP desde o para a economia e para a soberania

jorge ferreira do que o Governo PSD/CDS tomou princípio é mau”, acusando Passos nacional.

Situação a atravessar”, reafirmando que “Esta ideia de que é necessário grave este sector é prioritário para o fu- desinvestir da ciência na Univer- na ciência turo do país. sidade para investir na ciência O líder socialista disse ter recebi- nas empresas é não compreen- Num encontro com a comunidade do alertas de “preocupação” so- der que a ciência é das Univer- científica no Instituto de Ciências bre a diminuição do número de sidades”, defendeu, salientan- Biomédicas Abel Salazar da Uni- alunos em matrículas do primei- do que a aposta deverá estar na versidade do Porto, António Cos- ro ano nesta instituição de Ensi- criação de postos de trabalho ta mostrou-se preocupado com “a no Superior do Porto, entre outros nas empresas aproveitando os

jorge ferreira situação grave que a ciência está aspetos. jovens licenciados.

Virar a página na da austeridade, afirmou António devidamente quantificados”, dis- da austeridade Costa, numa sessão com militantes se, sublinhando que “vários nossos no auditório da biblioteca municipal adversários ficaram surpreendi- O PS foi a única força política a de Torres Novas. dos e ainda hoje estão a fazer con- apresentar até ao momento uma “Até hoje nenhuma força política o tas para perceberem aquilo que os estratégica para o país assente tinha feito, nenhuma força políti- nossos economistas demonstra- num cenário macroeconómico que ca tinha estudado primeiro os im- ram, que é possível virar a página permite assumir compromissos pactos das medidas, as tinha me- da austeridade sem romper com a

jorge ferreira “sérios e credíveis” e virar a pági- dido e podia assumir compromissos Europa”. ^ 12 | N.o 1397 | MAIO 2015 jorge ferreira ESTE GOVERNO DESVALORIZA O PAPEL DO ESTADO António Costa manifestou profunda discordância em relação à “fúria privatizadora” do Governo contrapondo uma visão de um Estado “forte, inteligente e descentralizado”.

Falando em Sintra, na confe- Para António Costa, esta políti- posta do PS que aponta para um vel fúria privatizadora” des- “amanhã com as águas e depois rência “Administração Pública: ca de desvalorização do papel do Estado forte e inteligente, va- te Governo e da aposta que fez sabe-se lá com o quê”. Fortalecer, Simplificar, Digitali- Estado, que o Governo tem vindo lorizando e dando importância de ir “muito além do que esta- Antes, na sessão de encerra- zar”, o Secretário-geral socialis- a seguir desde que tomou pos- ao investimento público como va acordado com a troica”, dis- mento, Basílio Horta, presiden- ta reiterou as críticas ao Gover- se, não só assume um caráter fator essencial para a dinami- se António Costa, traduz-se na te da Câmara Municipal de Sin- no de direita e à desvalorização “absolutamente negativo” para zação e desenvolvimento da indiferença com que tratou o tra, defendeu a necessidade de do papel do Estado que tem vin- a sustentabilidade da economia, economia, com reflexos óbvios memorando inicial, tendo já al- os socialistas ganharem as pró- do a prosseguir, com políticas como representa igualmente um quer no sector privado, quer do cançado o dobro das receitas ximas eleições legislativas “com que estão a atingir já “funções “erro trágico” com consequên- emprego. acordadas para as privatizações maioria absoluta”, consideran- centrais”, como a Defesa Nacio- cias perigosas para o país e para e preparando-se para prosse- do que só assim será “possível nal, a Segurança Interna e a ad- a confiança dos cidadãos. Fúria privatizadora guir com a alienação de empre- haver estabilidade” política em ministração da Justiça. Ao invés, como lembrou, da pro- Um bom exemplo da “impará- sas estratégicas como a TAP, Portugal. ^

extraordinárias “e de cur- RESTRINGIR OS to prazo”, que permitam uma maior robustez financeira às CONTRATOS A PRAZO famílias, tirando-as da afli- É preciso fazer uma “forte restrição aos contratos a ção em que muitas se encon- prazo e introduzir uma via conciliatória”, não havendo tram, sem todavia compro- nenhuma razão para que se prolongue o contrato único, meter o necessário “esforço defendeu António Costa na sessão de abertura do de investimento por parte das Congresso da corrente sindical socialista da CGTP que empresas”. decorreu em Lisboa. Quanto à Segurança Social,

Rui Solano de Almeida jorge ferreira a sua fragilidade deve-se so- bretudo “à brutal destruição Depois de sustentar a ne- conflito que se “arrasta anos trato único. seria uma solução equilibrada de emprego e ao aumento da cessidade de restringir o “uso em tribunal”, cenário que “não Quanto à proposta da descida para aumentar, de forma ime- emigração” problemática que e abuso” do contrato a pra- é bom para nenhuma das par- da Taxa Social Única (TSU), o diata, o rendimento disponível dificilmente poderá ser alte- zo, garantindo a todos, “sejam tes”, António Costa lembrou líder do PS insistiu na neces- das famílias. rada, defendeu, sem um “sério empregadores ou trabalhado- que a proposta do PS, plasma- sidade de reduzir temporaria- Mas a prioridade das priori- empurrão” na economia, “exa- res”, que o fim da relação de da no cenário macroeconómi- mente as contribuições dos dades, como defendeu, pas- tamente o oposto” do que o trabalho não tem de desem- co, recusa a ideia de substituir trabalhadores para a Segu- sa, antes de mais, pela cria- atual Governo tem vindo a fa- bocar obrigatoriamente num os contratos a prazo pelo con- rança Social, defendendo que ção de emprego e de medidas zer. ^ N.o 1397 | MAIO 2015 | 13

A verdade contra cinco mentiras

Qualquer observador/a minimamente atento/a jorge ferreira já percebeu que a campanha da direita se vai DEBATE QUINZENAL basear no lançamento de falsidades sobre as propostas do PS e na criação de um clima de FERRO ACUSA DIREITA medo entre as pessoas

DE APELAR AO MEDO ualquer observador/a minimamente atento/a já percebeu que a cam- panha da direita se vai basear no lançamento de falsidades sobre as No debate quinzenal, foram definidos agora para esmagadora maioria da classe Qpropostas do PS e na criação de um clima de medo entre as pessoas. no dia 20, na Assembleia da 2019, dando como exemplo as média?”, questionou. Deixo aqui um pequeno contributo para a desmontagem de tais falsidades. República, o líder parlamentar metas do emprego. Na sua segunda intervenção no Indicarei cinco argumentos repetidos até à exaustão contra o PS e António do PS lamentou a intenção da “Ou seja, se com a troica era debate quinzenal, Ferro Rodri- Costa, que têm em comum faltarem à verdade dos factos. maioria de direita em querer mau, sem a troica é péssi- gues recordou os princípios e Primeiro argumento: o PS não pode voltar ao Governo porque o PS é o respon- fazer da campanha eleitoral mo. Comemorarem a saída da compromissos que o primeiro- sável pela troica e o programa de ajustamento. “um apelo ao medo e à irracio- troica como fizeram, em con- -ministro assumiu e não cum- Falso: quem obrigou o país a recorrer ao resgate foi a coligação negativa de to- nalidade”, fugindo à discussão junto, estamos convictos que priu perante os portugueses, das as forças políticas então na Oposição que chumbaram em março de 2011, no Parlamento, a alternativa que o Governo do PS tinha negociado com a Co- política séria das questões e foi uma manifestação de in- na última campanha eleitoral. missão Europeia e o Banco Central Europeu. Essas forças chamam-se: PSD, das propostas para o país, acu- sulto e desprezo por aqueles “Transformar a solidariedade CDS, PCP e BE. Foram elas que chamaram a troica. sando ainda o primeiro-minis- que sofreram com a crise”, em caridadezinha, aumentar Segundo argumento: o Governo Passos Coelho- fez o que fez, tro de promover uma “mani- considerou. os impostos, rebentar com os porque tinha de cumprir o Memorando de Entendimento assinado pelo Gover- festação de insulto e desprezo rendimentos dos funcionários no anterior com a troica; não havia alternativa à política que foi seguida. por aqueles que sofreram com Livro negro públicos e dos pensionistas. Falso: havia desde logo a alternativa de cumprir esse mesmo Memorando! O a crise”, ao celebrar a saída dos recordes Tudo isso aconteceu durante Memorando não previa nem obrigava a cortes adicionais de salários e pen- da troica num jantar conjunto Ironizando com o primeiro-mi- estes quatro anos e o senhor sões, nem ao aumento do IRS, nem à subida do IVA para a restauração. Foi o Governo PSD-CDS que forçou esses cortes, “indo além da troica”. Por ou- com o vice-primeiro-ministro nistro, a quem considerou “o negou sempre até ao último tro lado, o Memorando previa medidas que o Governo da direita se recusou a Paulo Portas. maior especialista em recor- dia”, salientou. cumprir: por exemplo, intensificar a criação das Unidades de Saúde Familiar e Na sua primeira intervenção des como as exportações”, Fer- implementar o Mapa Judiciário aprovado pelo PS. no debate quinzenal com o ro Rodrigues acusou o gover- É possível fazer Terceiro argumento: o programa de ajustamento foi duro (a terapêutica cau- primeiro-ministro, Ferro Ro- no de ter “um livro negro dos diferente e melhor sou dor), mas produziu resultados (o “doente” ficou melhor). drigues acusou Passos Coe- recordes”, apontando como As propostas que o PS tem vin- Falso: Portugal ficou pior. Ficou pior a dívida pública, que subiu em mais de lho de ser “muito previsível” exemplos os dados relativos à do a apresentar ao país e que um terço, em relação ao PIB. Ficou pior a economia, que caiu mais de 5%. Fi- nas suas intervenções “em emigração, à divida publica, à serão traduzidas no seu progra- cou pior o emprego, tendo-se perdido mais de 400 mil postos de trabalho.F i- cou pior o desemprego, cuja taxa subiu até aos 14%. Ficou pior a pobreza, de- relação às últimas semanas “maior carga fiscal de sempre ma eleitoral, depois de um am- signadamente entre as crianças e os jovens. Ficaram pior as desigualdades, da propaganda do PSD e do sobre a classe média”, ao cré- plo debate público, “mostram tendo aumentado o fosso entre os rendimentos dos mais ricos e os dos mais Governo”. dito mal parado, à maior taxa que é possível fazer diferente pobres. Ficou pior a proteção social aos mais desfavorecidos. Ficou pior o ren- “Se isto é o começo da campa- de risco de pobreza, ao “recor- e fazer melhor”, referiu o líder dimento disponível para as famílias. Ficaram piores os cuidados de saúde. O nha eleitoral, a coligação co- de da taxa de desemprego e de parlamentar socialista. investimento recuou 30 anos e a emigração voltou aos níveis da década de 60. meça muito mal. O mais im- inativos desencorajados” e o Uma alternativa política que, Quarto argumento, que é variante do terceiro face à demonstração da sua fal- portante é que não se percebe maior número de falências. frisou, “garante a saída de Por- sidade: a sociedade perdeu, mas houve elementos económico-financeiros que por que motivo a coligação “Pensam que é possível con- tugal da atual situação de pro- melhoraram por responsabilidade do Governo. Falso: os elementos que melhoraram, no plano financeiro, foram o valor dos comemora a saída da troica”, tinuar neste caminho com po- cedimento por défice excessi- juros e a acessibilidade aos mercados de dívida pública. Eles resultam da nova afirmou, acusando o primei- líticas contra a dignidade das vo, diminuindo a dívida pública e política do BCE, exatamente aquela contra a qual se pronunciou Passos Coe- ro-ministro de ter sido com pessoas, contra a responsabi- sendo compatível com a criação lho. No plano económico, nenhum dos fatores do, aliás tímido, crescimento de a troica que “puderam pôr no lidade dos próprios governos, de emprego e o crescimento dos 2014 e 2015, se deve ao Governo: no plano externo, o crescimento da Zona terreno o programa histórico com um ataque aos pobres e a rendimentos”. Euro, a desvalorização do euro e a descida do preço do petróleo; no plano in- terno, a minoração dos cortes nos salários e pensões imposta pelo Tribunal da direita mais conservadora”. Sublinhando as diferenças em Constitucional. “Foi em 2010 e 2011 que aju- relação ao “programa de conti- daram também à criação de COMEMORAÇÕES nuação do desastre social” que Quinto e último argumento: o Governo vincula-se à política de austeridade, mas ao menos tem as contas feitas; ao passo que o PS quer deitar para trás a condições políticas que obri- DA SAÍDA DA a maioria de direita propõe para austeridade mas não apresenta os custos das medidas que propõe. garam à chamada da troica”, os próximos anos, Ferro Rodri- Falso: é exatamente ao contrário. Os compromissos do PS estão quantifica- lembrou. TROICA SÃO gues salienta que “o PS quer dos e o Cenário Macroeconómico que serve de referência ao seu Programa de O líder da bancada socialista INSULTO AOS QUE contribuir de forma segura para Governo mostra precisamente como se enquadram na evolução financeira atacou também o Governo por uma trajetória de redução do e orçamental antecipada para 2015-2019. Quem se comprometeu com 600 SOFRERAM COM A milhões de cortes nas pensões e não quer dizer como é que tencionaria obtê- ter ficado aquém dos próprios défice público sem sacrifícios CRISE -los é o Governo! objetivos definidos em 2011 do investimento, da moderniza- Caras e caros leitores: só há uma maneira de derrotar a mentira: é desmasca- para 2015, bem como os que ção e da proteção social”. ^ rá-la com a verdade dos factos. ^ 14 | N.o 1397 | MAIO 2015

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BASÍLIO HORTA ELEITO PRESIDENTE DO AUTARCAS SOCIALISTAS GOVERNO FAZ NÚMERO QUEREM REPOSIÇÃO CONSELHO METROPOLITANO DE LISBOA POLÍTICO COM TARIFA DAS 35 HORAS SOCIAL A Associação Nacional dos Autarcas O presidente da câmara municipal de O PS acusa o Governo de estar a fa- Socialistas (ANA/PS) vai interpelar o Sintra, Basílio Horta, é o novo presiden- zer um número político ao retomar o Governo para retomar as 35 horas de te do Conselho Metropolitano de Lis- anúncio do alargamento dos descon- trabalho semanal na Administração boa, órgão deliberativo da Área Metro- tos na eletricidade para as famílias Pública, garantiu José Luís Carneiro, politana de Lisboa (AML), cargo onde carenciadas. Uma iniciativa que os à margem da assembleia geral desta sucede a António Costa. socialistas dizem não passar de uma estrutura, realizada em Elvas. Na eleição da passada quinta-feira, o reciclagem de uma promessa não Citando uma das conclusões primor- autarca de Sintra, independente eleito cumprida e retomada agora em vés- diais de um estudo do Centro de In- pela lista do Partido Socialista, recolheu peras de eleições. vestigação da Universidade do Minho o apoio de nove das 18 câmaras, repre- Num projeto de resolução apresen- que indica que a redução do horário sentando 67,13% dos eleitores da AML. tado no Parlamento, o PS defende e a sua flexibilização tem impactos O novo presidente do Conselho Metro- que os serviços do Instituto da Se-

“muito positivos” e “determinantes” politano anunciou que vai ser feito um jorge ferreira gurança Social comuniquem direta- na forma como as famílias concebem trabalho de identificação “dos grandes mente aos beneficiários de apoios a possibilidade de virem a ter filhos, temas que todos afetam”, entre eles o lização de competências da adminis- sociais o direito que lhes assiste de o presidente da ANA-PS sublinhou o da reabilitação urbana. Basílio Horta tração central desde que os municípios acesso à tarifa social de energia e empenho e a determinação dos au- defendeu ainda que só será possível as- tenham os meios “para as levar a bom ao apoio extraordinário ao consumi- tarcas socialistas na defesa da auto- sumir responsabilidades na descentra- porto”. dor de energia, face aos elementos nomia do poder local, nomeadamente que possuem, nomeadamente pela no que diz respeito à reposição das 35 “identificação dos beneficiários do horas laborais. Direita trava Unidades Rendimento Social de Inserção”. de Saúde Familiar MÁQUINA FISCAL É mais uma confirmação que o atual Go- PS QUER OBSERVATÓRIO DESUMANA verno convive mal com o sucesso de al- DA SEGURANÇA Numa altura em que ainda perma- gumas medidas da governação socialis- NAS ESCOLAS necem na memória coletiva as po- ta. O Ministério da Saúde travou a fundo Na sequência dos acontecimentos de lémicas em torno do “imperfeito” a criação de novas Unidades de Saúde violência entre jovens alunos na Fi- percurso contributivo e fiscal do pri- Familiar (USF), um modelo elogiado pe- gueira da Foz, o Grupo Parlamentar meiro-ministro, Pedro Passos Coelho, los profissionais e utentes e previsto no do PS apresentou um requerimento a máquina fiscal mostra-se cada vez acordo assinado com a troica. dirigido ao Ministério da Educação e

mais descontrolada, desproporcional Este ano, até maio, abriu apenas uma D R Ciência onde pede a reativação do e desumanizada. USF, apesar de haver 50 candidaturas primários aprovada em 2006 pelo então Observatório da Segurança em Meio Só entre 2012 e 2014, o Fisco du- ativas, pode ler-se num relatório publi- ministro Correia de Campos que tinham Escolar. plicou o número de penhoras a con- cado no site da Administração Central por objetivo ser uma versão mais moder- Face à crise económica e social “com tribuintes, passando de 927 mil para dos Sistemas de Saúde. na dos centros de saúde tradicionais, com que muitos agregados familiares se dois milhões. Recorde-se que a criação das USF resul- uma estrutura mais flexível, e que visava debatem”, os deputados do PS con- ta de uma reforma dos cuidados de saúde dar médico de família a mais pessoas. sideram que é obrigação do Ministé- rio da Educação “assegurar as con- PS propõe ADSE dições para um ambiente escolar gerida por Governo EDUARDO PEREIRA seguro e disciplinado”. e sindicatos O PS pretende que a ADSE deixe de Eduardo Pereira, antigo ministro de dois ser uma direção-geral e passe a ser dos governos liderados Mário Soares e NÃO DESISTIMOS um instituto público, sob a tutela do antigo deputado socialista, faleceu no DE UM PAÍS MENOS Ministério da Saúde, passando a sua passado sábado. Contava 87 anos. DESIGUAL gestão a ser assumida em conjunto Engenheiro civil de formação académica, “Não desistirmos de um Portugal pelo Governo e sindicatos do sector. Eduardo Pereira foi ministro da Habita- mais desenvolvido”, que “ambiciona Nesse sentido, O Grupo Parlamentar ção, Urbanismo e Construção no primei- aproximar-se dos países mais de- do PS apresentou um projeto de lei, ro Governo Constitucional (1976/1978) senvolvidos e menos desiguais”, foi com o objetivo de entrar em vigor a 1 e ministro da Administração Interna do a ideia defendida no dia 18 de maio

de janeiro de 2016 Governo PS/PSD (1983/1985). Foi tam- D R pela deputada Sónia Fertuzinhos Os deputados socialisats consideram bém presidente da Federação de Setú- como um imperativo do Partido So- que os beneficiários da ADSE “devem bal do Partido Socialista e deputado em em meu nome pessoal e em nome do PS cialista na estratégia de luta contra assumir, através de representantes várias legislaturas. as nossas mais sentidas condolências à a pobreza. institucionais, uma intervenção efe- António Costa sublinha que o PS perde família, cuja dor compartilhamos”, refe- A vice-presidente da bancada do PS tiva na condução dos destinos deste “uma referência” com a morte de Eduar- re o líder socialista numa nota de pesar. intervinha numa mesa redonda so- serviço, através da assunção de um do Pereira, destacando a sua compe- Já a presidente da Federação de Setúbal bre o tema “Compromisso para a de- conjunto de competências, quer no tência reconhecida e dedicação à causa do PS, Ana Catarina Mendes, lamentou finição de uma Estratégia nacional que se refere às orientações gerais pública. “Com o seu desaparecimento, a morte do antigo deputado e ministro de Erradicação da Pobreza”, inicia- de ação e aos objetivos a prosseguir, o PS perde uma referência e um gran- socialista, "uma figura de relevo no dis- tiva da Rede Europeia Anti-Pobre- quer ao nível da organização e funcio- de camarada que nunca virou a cara à trito e no país”, tendo destacado o seu za, que teve lugar na Assembleia da namento ou em matéria orçamental”. luta e que deixa uma memória indelével papel na institucionalização da demo- República. a quem com ele contactou. Apresento cracia em Portugal. N.o 1397 | MAIO 2015 | 15 jorge ferreira Sustentabilidade da Segurança Social

PS indisponível para jorge ferreira cortar nas pensões TRÊS PERGUNTAS A António Costa reafirmou a total indisponibilidade do PS para ser parceiro do Governo num corte de pensões, garantindo que os atuais e futuros pensionistas Secretário nacional podem ter confiança num Governo socialista. para a Organização O secretário-geral do para com eles”, disse. reafirmado que o PS não será PS falava no dia 27 de maio Na sua intervenção, António parceiro da estratégia do Go- A “máquina” socialista está pronta a responder aos exi- no encerramento de um coló- Costa fez questão mais uma verno de redução das pensões gentes desafios do ponto de vista organizativo que se vão quio, no Fórum Lisboa, sobre a vez de dissipar dúvidas sobre Na sua intervenção, Vieira da colocar até às próximas eleições legislativas? sustentabilidade da Seguran- qualquer possibilidade de en- Silva recusou liminarmente os O Partido Socialista encontra-se motivado e mobilizado, como se ça Social, no qual participaram tendimento com o Governo que apelos da direita de associar demonstrou no comício do Palácio de Cristal, no mês passado, com o ex-ministro Vieira da Silva, conduza a um corte de pensões. o Partido Socialista a uma es- milhares e militantes e simpatizantes (como não se via há muitos o coordenador do cenário ma- “Que fique claro, para o PS tratégia de redução das pres- anos), bem como em todos os encontros que temos vindo a reali- croeconómico socialista, Mário não há qualquer disponibilida- tações sociais, que, frisou, “já zar por todo o país. Centeno, o presidente da FAUL, de para, hoje ou amanhã, fazer provou ser orçamentalmente A tarefa de organizar as actividades de preparação do partido para Marcos Perestrello, e o verea- qualquer tipo de compromisso ineficaz e economicamente de- a campanha eleitoral é exigente mas estamos preparados. Os elei- dor da Câmara de Lisboa, Ma- que conduza ao corte de pen- sastrosa. Não somos parceiros tores sabem que somente o PS está em condições de ser a Alter- nuel Salgado. sões proposto pelo Governo. para essa estratégia”. nativa de Confiança”! O PS, afirmou António Costa, Nós não aceitamos esse corte O deputado socialista consi- Qual o segredo, na sua opinião, para António Costa nas di- recusa um novo corte definiti- de pensões”, frisou. derou que “não é socialmente versas iniciativas socialistas em que tem participado ter vo de 600 milhões de euros nas Por outro lado, o líder do PS aceitável, nem economicamen- sempre conseguido fortes mobilizações de militantes e pensões em pagamento, con- defendeu a necessidade de te justificável que se renove a simpatizantes? forme pretende o Governo, e reduzir temporariamente as ameaça de cortar mais as pen- Em primeiro lugar, destaco a sua imagem de credibilidade e rigor, o considera que é necessário o contribuições dos trabalhado- sões atribuídas. Não somos seu carisma, a proximidade às pessoas, o seu trabalho incansável cumprimento escrupuloso das res para a Segurança Social parte de uma política que já e a sua determinação em ganhar as próximas eleições e devolver a decisões do Tribunal Constitu- (TSU), visando “o aumento do está a provocar mais instabili- dignidade aos portugueses. cional, garantido o cumprimen- rendimento disponível das fa- dade e mais incerteza nas fa- Depois, a sua mensagem clara e um discurso com que as pessoas to da proteção de confiança. mílias”, que considerou funda- mílias e na economia”. se identificam. Não é um homem de meias palavras. “O PS garante as pensões já mental “para o relançamento Vieira da Silva acusou ainda o formadas, as pensões em pa- da economia”. Governo de, com as “erradas Que mensagem quer deixar aos militantes socialistas em gamento e garante o princípio políticas de ajustamento ins- relação aos desafios que o partido tem pela frente? da confiança, com a certeza Não seremos parceiros piradas no logro da austerida- O meu pedido é que os militantes se envolvam na campanha, na que garantir aos pensionistas da estratégia do de expansionista”, ter produzi- construção da mudança e nas atividades do partido. Apesar das de hoje a confiança que conti- Governo do uma “brutal destruição” de sondagens favoráveis, sabemos que as eleições só se ganham nas nuarão a receber as suas pen- Um dia antes, no debate de ur- 600 mil empregos, uma que- urnas. Estamos a construir o nosso programa mas depois é essen- sões é também garantir aos gência na Assembleia da Re- da acentuada e prolongada dos cial passar a nossa mensagem. pensionistas de amanhã que pública requerido pelo Grupo salários e uma maior precari- O combate à retórica da direita e à abstenção devem ser as nossas podem ter confiança num sis- Parlamentar socialista sobre zação das relações laborais. E maiores preocupações. Cada militante deve dar o seu contributo, tema que honra hoje as suas a “ameaça de cortes nas pen- tudo isto, explicou, “retirou mi- com a sua força, a sua presença e a sua disponibilidade para um obrigações como honrará ama- sões pelo atual Governo”, já o lhares de milhões de euros ao cabal esclarecimento e mobilização dos eleitores, colocando aci- nhã as obrigações que tiver deputado Vieira da Silva tinha sistema de Segurança Social”. ma de tudo o interesse do PS e de Portugal. ^ J.C. castelo Branco

diretora Edite Estrela // conselho de redação António Correia de Campos, Hugo Mendes, José Manuel dos Santos, Maria José Leitão, Maria Manuel Leitão Marques, Mariana Vieira da Silva, Paulo Pedroso // redação J.C. Castelo Branco (chefe de Redação), Mary Rodrigues, Rui Solano de Almeida // fotografia Jorge Ferreira // layout, paginação e edição internet Gabinete de Comunicação do Partido Socialista // redação, administração e expedição Partido Socialista, Largo do Rato 2, 1269-143 Lisboa; Telefone 21 382 20 00; depósito legal issn impressão Propriedade do Partido Socialista do Partido Propriedade Fax 21 382 20 33 // [email protected] // 21339/88 // 0871-102X // Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas,SA

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Este jornal é impresso em papel cuja produção respeita a norma ambiental ISO 14001 e é 100% reciclável. Depois de o ler colabore com o Ambiente, reciclando-o. 16 | N.o 1397 | MAIO 2015 ara azeve d o jorge ferreira cl jorge ferreira PROGRAMA ELEITORAL DO PS Um processo rigoroso participado e planeado

A apresentação da ver- Assim, em novembro de do por um grupo de 12 econo- eleitoral do PS, que passou mento da votação pelos cida- são final do programa eleito- 2014, António Costa apre- mistas coordenado por Mário por uma discussão alargada dãos no âmbito do programa ral do PS, que decorrerá nos sentou a Agenda para a Dé- Centeno, que identificou uma com os militantes socialistas participativo entre 25 e 29 dias 5 e 6 de junho, no Coliseu cada do PS, um documento margem financeira para fa- e os cidadãos. de maio; e o final do perío- dos Recreios, em Lisboa, du- com uma perspetiva de longo zer uma política diferente. Nesse sentido, seguiram-se do de receção e discussão de rante a Convenção Nacional prazo para o país, a 10 anos. Já em maio, o Grupo de Es- as seguintes fases: aprecia- propostas e comentários en- “Alternativa de Confiança” é o Seguiu-se, em abril de 2015, tudos do PS, coordenado por ção e votação do programa viados por militantes e cida- culminar de um processo rigo- a apresentação do cenário João Tiago Silveira, apresen- eleitoral pela Comissão Na- dãos, entre 29 de maio e 2 de roso, participado e planeado. macroeconómico, elabora- tou o projeto de programa cional, a 24 de maio; lança- junho. ^