Debate Sobre O Expressionismo
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UM CAPÍTULO DA HISTÓRIA DA MODERNIDADE ESTÉTICA: DEBATE SOBRE O EXPRESSIONISMO Um_capitulo_da_historia_da_modernidade_estetica__(MIOLO)__PROVA-1a.indd 1 03/11/2014 20:54:24 FUNDAÇÃO EDITORA DA UNESP Presidente do Conselho Curador Mário Sérgio Vasconcelos Diretor-Presidente José Castilho Marques Neto Editor-Executivo Jézio Hernani Bomfim Gutierre Superintendente Administrativo e Financeiro William de Souza Agostinho Assessores Editoriais João Luís Ceccantini Maria Candida Soares Del Masso Conselho Editorial Acadêmico Áureo Busetto Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza Elisabete Maniglia Henrique Nunes de Oliveira João Francisco Galera Monico José Leonardo do Nascimento Lourenço Chacon Jurado Filho Maria de Lourdes Ortiz Gandini Baldan Paula da Cruz Landim Rogério Rosenfeld Editores-Assistentes Anderson Nobara Jorge Pereira Filho Leandro Rodrigues Um_capitulo_da_historia_da_modernidade_estetica__(MIOLO)__PROVA-1a.indd 2 03/11/2014 20:54:24 CARLOS EDUARDO JORDÃO MACHADO UM CAPÍTULO DA HISTÓRIA DA MODERNIDADE ESTÉTICA: DEBATE SOBRE O EXPRESSIONISMO ANÁLISE E DOCUMENTOS (TEXTOS DE ERNST BLOCH, HANNS EISLER, GEORG LUKÁCS, BERTOLT BRECHT E THEODOR ADORNO) Um_capitulo_da_historia_da_modernidade_estetica__(MIOLO)__PROVA-1a.indd 3 03/11/2014 20:54:24 © 1996 Editora Unesp O copyright de Georg Lukács foi gentilmente cedido pela Editora Luchterhand, Neuwied; e os de Ernst Bloch, Hanns Eisler e Bertolt Brecht, pela Suhrkamp, Frankfurt a. M. Agradecemos ao Sr. Frank Benseler por ter nos facilitado os contatos editoriais. Direitos de publicação reservados à: Fundação Editora da Unesp (FEU) Praça da Sé, 108 01001-900 – São Paulo – SP Tel.: (0xx11) 3242-7171 Fax: (0xx11) 3242-7172 www.editoraunesp.com.br www.livrariaunesp.com.br [email protected] CIP – Brasil. Catalogação na publicação Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ M129c 2.ed. Machado, Carlos Eduardo Jordão Um capítulo da história da modernidade estética: debate sobre o expres- sionismo / Carlos Eduardo Jordão Machado. – 2.ed. – São Paulo: Editora Unesp, 2014. ISBN 978-85-393-0519-3 1. Expressionismo (Arte). 2. Estética. 3. Artes – Aspectos políticos. I. Título 14-10803 CDD: 709.04 CDU: 7.036 Editora afiliada: Um_capitulo_da_historia_da_modernidade_estetica__(MIOLO)__PROVA-1a.indd 4 03/11/2014 20:54:24 Aos meus pais Antonio de Lisboa Machado e Edméa Laboissière Jordão (em memória), ao meu irmão Antonio Carlos e à minha filha Fernanda. Um_capitulo_da_historia_da_modernidade_estetica__(MIOLO)__PROVA-1a.indd 5 03/11/2014 20:54:24 Um_capitulo_da_historia_da_modernidade_estetica__(MIOLO)__PROVA-1a.indd 6 03/11/2014 20:54:24 SUMÁRIO 9 Introdução 13 1 A posição de Gottfried Benn diante do nacional-socialismo 21 2 Considerações sobre a trajetória político-intelectual de lukács na década de 1930 Considerações sobre o período 1929-1935 O “Grande Hotel ‘Abismo’” O ensaio contra o expressionismo 49 3 Sobre a Herança deste tempo de Ernst Bloch A “não contemporaneidade” A montagem “imediata” e a montagem “mediata” 89 4 A crítica de Lukács à Herança deste tempo 97 5 Digressão sobre Benjamin A “montagem literária” 109 6 Antecedentes políticos O “Congresso dos escritores pela defesa da cultura” A criação da revista Das Wort (1935) A exposição “Arte degenerada” (entartete Kunst – 1937) 135 7 A polêmica na revista Das Wort O “caso Benn” e o debate na revista Das Wort Um_capitulo_da_historia_da_modernidade_estetica__(MIOLO)__PROVA-1a.indd 7 03/11/2014 20:54:24 O exemplo de Bloch e Benjamin: o teatro épico de Brecht A crítica de Brecht a Lukács Lukács-Bloch: as diferenças de opinião sem parque nacional protegido 173 8 O “debate sobre o expressionismo” como chave interpre- tativa da polêmica Adorno x Lukács 1. O livro de Lukács e a crítica de Adorno 2. Crítica do conceito de decadência 3. Adorno: progresso e envelhecimento do material artístico 4. Forma, estilo e técnicas 5. “Normal” e patológico 6. Crítica do solipsismo e negatividade estética 7. Engajamento 217 Traduções 219 Ernst Bloch Discussões sobre o expressionismo O expressionismo visto agora 241 Georg Lukács Trata-se do realismo! 279 Em memória de Hanns Eisler Por conta do terceiro ano da morte do compositor em 6 de setembro de 1965 Georg Lukács 285 Ernst Bloch/ Hanns Eisler A arte e a sua herança 291 Bertolt Brecht O debate sobre o expressionismo Sobre o caráter formalista da teoria do realismo Observações sobre um ensaio Notas sobre uma teoria formalista do realismo Observações sobre o formalismo Sobre o realismo O caráter popular da arte e o realismo 319 Theodor W. Adorno Reconciliação extorquida. A propósito da Significação atual do realismo crítico de Georg Lukács 349 Referências bibliográficas Um_capitulo_da_historia_da_modernidade_estetica__(MIOLO)__PROVA-1a.indd 8 03/11/2014 20:54:24 INTRODUÇÃO Para esta segunda edição de Um capítulo da história da moderni- dade estética: debate sobre o expressionismo, além dos sete capítulos que compõem a 1ª parte do estudo, foi incluído o capítulo “O ‘debate sobre o expressionismo’ como chave interpretativa da polêmica Adorno X Lukács”, como também acrescentamos às traduções o ensaio de Adorno, “Reconciliação extorquida”, publicado original- mente na revista Der Monat, em novembro de 1958, e o de Lukács, “Em memória de Hanns Eisler”, publicado no jornal Die Zeit – em setembro de 1965. Das três partes que compunham originalmente este trabalho, da segunda parte, sobre as aporias do “debate sobre o expressionismo” nas obras de juventude de Ernst Bloch e Georg Lukács, foi publicado o capítulo sobre “O espírito da utopia” no livro Capítulos do marxismo ocidental (Editora Unesp, 1998), organizado por Isabel Loureiro e Ricardo Musse e, ainda este ano, será publicado o capítulo sobre a estética de Heidelberg do jovem Lukács, “Alie- nação X sujeito-objeto idêntico na esfera estética”, no livro Georg Lukács: estética e ontologia (Alameda Editorial), organizado por Ester Veisman. No mais, a edição segue a original que reproduzimos aqui. O “debate sobre o expressionismo” é analisado da seguinte maneira: trata-se de reconstruir os pressupostos teórico-políticos historicamente imediatos ao debate, isto é, são discutidas as Um_capitulo_da_historia_da_modernidade_estetica__(MIOLO)__PROVA-1a.indd 9 03/11/2014 20:54:24 10 CARLOS EDUARDO JORDÃO MACHADO posições de Gottfried Benn, Georg Lukács, Ernst Bloch e também Walter Benjamin, o Congresso dos Escritores pela Defesa da Cul- tura, a criação da revista Das Wort, a exposição “Arte degenerada” e o próprio debate; para tanto, retomo sumariamente quase todas as intervenções significativas, sobretudo as de Brecht, Lukács e Bloch. Com isso, pretendo chamar atenção, antes de tudo, para o caráter político do debate: não apenas o fato de alguns representantes significativos das vanguardas históricas como Marinetti, G. Benn, E. Nolde e outros terem se comprometido com o nazifascismo, que toma de assalto a Europa a partir dos anos 1920, mas, sobretudo, ressaltar também o erro histórico dos comunistas, hegemônicos na revista Das Wort, ao reduzir a quase totalidade do que foi produzido de mais avançado pelas vanguardas e pelo expressionismo alemão, em particular, ao “caso Benn”. A posição de Lukács neste contexto é inequívoca: ele se torna a partir de então um dos críticos mais ferrenhos das vanguardas. Seu “antivanguardismo” está em conexão direta com suas posições políticas. Mas certamente seria falso explicar suas concepções esté- ticas pelas suas ideias políticas. Ao contrário, o antivanguardismo de Lukács é anterior às suas posições políticas como marxista, isto é, é historicamente contemporâneo à experiência explosiva das van- guardas nos anos 1910. Sua complexa defesa da autonomia da obra de arte, entendida como realidade coerente, harmônica e distan- ciada da realidade da vivência (Erlebniswirklichkeit), corresponde em contrapartida à experiência de transformação da obra de arte pelas vanguardas. A defesa intransigente de Bloch do expressionismo e das vanguardas históricas em O espírito da utopia (1918-1923) vem reforçar a nossa hipótese. Assim, tento evidenciar como as aporias do “debate sobre o expressionismo” já estão ativamente presentes nas obras de juventude de ambos os filósofos. As aporias do “debate sobre o expressionismo”, arte de van- guarda X arte realista, são retomadas de modo potenciado na polêmica travada entre Adorno e Lukács no final dos anos 1950. O erro estético de Lukács ao opor Kafka ou Thomas Mann corres- ponde ao erro político de Adorno ao desconhecer a difícil situação política de Lukács, na ocasião expulso do PCH e proibido de publi- car em alemão. Ao confrontarmos as posições estéticas de Lukács às de Adorno, fechamos um ciclo histórico, ou melhor, demarcamos Um_capitulo_da_historia_da_modernidade_estetica__(MIOLO)__PROVA-1a.indd 10 03/11/2014 20:54:24 UM CAPÍTULO DA HISTÓRIA DA MODERNIDADE ESTÉTICA 11 um capítulo da história da modernidade estética desde O espírito da utopia de Bloch até a Teoria estética de Adorno, isto é, aquele capítulo da chamada “teoria marxista da literatura” que tem como fim repensar esteticamente a experiência das vanguardas históricas. Por último, gostaria de lembrar que este trabalho faz parte da minha dissertação de mestrado, defendida em junho de 1991 no Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo, sob a orientação do Prof. Paulo Eduardo Arantes, a quem agradeço, em primeiro lugar. Este livro contém a primeira parte e um capítulo da terceira parte da dissertação, como já foi dito no início, e inclui, juntamente com a tradução dos textos de Ernst Bloch, Hanns Eis- ler, Georg Lukács, Bertolt Brecht