Animais Peçonhentos E Os Desafios Na Educação Do Campo
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Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014 Título: Animais Peçonhentos e os Desafios na Educação do Campo Autor: Adriana Spironello Disciplina/Área:(ingresso no Ciências PDE) Escola de Implementação do Colégio Estadual do Campo de Rio da Prata, Projeto e sua localização: Ensino Fundamental e Médio Município da escola: Nova Laranjeiras Núcleo Regional de Educação: Laranjeiras do Sul Professor Orientador: Professora Dra. Ana Lúcia Crisostimo Instituição de Ensino UNICENTRO – GUARAPUAVA Superior: Relação Interdisciplinar: Arte e língua portuguesa Resumo: A presente Unidade didática tem como tema “Animais Peçonhentos” com o título “Animais Peçonhentos e os Desafios na Educação do Campo”. Esta produção propõe atividades lúdicas e abordagens diferenciadas sobre a temática proposta, incluindo visita de estudos orientada, e os jogos didáticos como alternativas metodológicas. Este material didático visa alertar os alunos para o problema de saúde pública, que são os acidentes causados por animais peçonhentos. Objetiva-se informar a comunidade escolar, que vive no campo, sobre as formas de prevenção de acidentes causados por animais peçonhentos, os primeiros socorros e a importância da manutenção da biodiversidade. Assim, pretende-se despertar o interesse dos alunos de 7º ano do Ensino fundamental, para o estudo do conteúdo: Classificação dos seres vivos. 1 Palavras-chave:(3 a 5 palavras) Animais peçonhentos, jogos didáticos, ciências. Formato do Material Didático: Unidade didática Público: Alunos (as), do 7º ano do Ensino Fundamental. APRESENTAÇÃO A presente Unidade Didática que tem como tema “Animais Peçonhentos” com o título “Animais Peçonhentos e os desafios na Educação do Campo”. Destina-se ao trabalho com alunos do 7º ano do Ensino Fundamental, na disciplina de Ciências. O tema, animais peçonhentos, pode ser inserido ao abordar o Conteúdo Estruturante biodiversidade, mais especificamente no conteúdo básico classificação dos seres vivos de acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais – DCEs (2008) da disciplina de Ciências. Apesar de sua importância, da variedade de temas que abrange e o interesse que pode despertar, o ensino de ciências tem sido frequentemente conduzido de forma pouco eficiente, principalmente quando se utiliza de abordagens por meio de conceitos, definições e classificações. Isso faz com que a disciplina perca parte de sua essência, que é despertar no aluno o interesse pela observação e investigação, além de contrariar as principais concepções de aprendizagem humana. Observou-se as dificuldades que os professores vivenciam em sala de aula, assim como a mudança no perfil dos alunos, a falta de motivação para os estudos, e a defasagem no processo de ensino-aprendizagem. Isso vem ocorrendo na grande maioria dos conteúdos abordados, mas quando se trata do conteúdo estruturante biodiversidade, de acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais – DCEs (2008, p. 67) da disciplina de Ciências, esse deve ser entendido para além da mera 2 diversidade dos seres vivos, espera-se que o estudante entenda o sistema complexo de conhecimentos científicos que interagem num processo integrado e dinâmico envolvendo a diversidade de espécies atuais e extintas; as relações ecológicas entre outras. Para que ocorra esse entendimento, faz-se necessário aulas práticas e abordagens dinâmicas que realizem uma ponte entre os conteúdos científicos e os adquiridos em suas vivências ou práticas do cotidiano, principalmente por se tratarem de alunos do campo. Nota-se a falta de cuidados e informações que os educandos apresentam com relação aos problemas de saúde e ambientais. Um dos fatores agravantes é o desconhecimento por parte da comunidade escolar de muitas espécies peçonhentas e nocivas à saúde e seus hábitos, que frequentemente tem provocado acidentes no campo, envolvendo pessoas e animais. Esses acidentes ocorrem devido à alta interação em meios considerados de risco como matas, pastagens, lavouras e beiras de rio. Além dos acidentes ocorre a morte desnecessária de muitos exemplares de diversas espécies consideradas perigosas, porém muito importantes para o equilíbrio ecológico. Através desta unidade didática, em suas propostas de ações educativas, com a intenção de disseminar o conhecimento buscou-se formas de trabalhar os conteúdos relacionados aos animais peçonhentos, e suas relações com o ambiente, por meio de abordagens dinâmicas, tornando o ambiente de aprendizagem atrativo e agregando valores conservacionistas. Objetivou-se também proporcionar ao aluno descobrir a importância do aprendizado para a sua vida, compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações no local onde vive. Segundo Crisostimo e Kiel (2012, p. 15), a educação contemporânea passa por inúmeros desafios, o maior destes, é promover um ensino de qualidade que possibilite o diálogo, as discussões e a construção de conhecimentos, superando o ensino reprodutivista. Para atingir este propósito o papel do professor é orientar os alunos propondo situações interessantes e uma aprendizagem significativa. Em uma dimensão mais ampla a escola deve contribuir para a formação da integridade pessoal, com o entendimento da saúde como um valor pessoal e social. 3 Diante das novas demandas do ensino de ciências a presente unidade tem como objetivo, buscar alternativas de apoio ao aprendizado de zoologia de uma forma lúdica, com desenvolvimento das capacidades cognitivas, que favoreçam o conhecimento dos conteúdos científicos de forma que os alunos possam fazer o uso efetivo desses conhecimentos em sua vida. Objetiva-se algumas mudanças de atitudes por parte dos alunos em suas ações cotidianas, como a prevenção de acidentes por animais peçonhentos, e a preservação da biodiversidade, conhecendo a importância dos ofídios e aracnídeos para o equilíbrio ecológico. Portanto, é um desafio para a educação, considerar a diversidade, pôr em prática a inclusão, e integrar as diferentes visões de mundo presente nas escolas, principalmente por se tratar de Escola do Campo e para alunos do campo. 1 INTRODUÇÃO Muitos animais produzem substâncias tóxicas mas não inoculam diretamente na vítima, essas são usadas principalmente para defesa ou predação. Essas substâncias são chamadas de veneno. Assim esses animais são considerados como animais venenosos. Dentre eles podemos citar o sapo, que possui a glândula de veneno, mas só é contaminado quem tocar na sua pele diretamente. Existem outros animais que além de produzirem toxinas, têm capacidade de inoculá-las. Neste caso, o veneno ou a peçonha, dá origem ao termo animais peçonhentos. (CANDIDO, NANNI e KNYSAK, 2012, p. 3). São considerados peçonhentos animais que por meio de um mecanismo de caça e defesa são capazes de injetar em suas presas ou predadores uma substância tóxica produzida em seus corpos, diretamente de glândulas especializadas como dentes, ferrão, aguilhão por onde passa o veneno. Esses animais agem geralmente ao se sentirem ameaçados, eles estão presentes nos meios rurais e urbanos, provocando vários acidentes, são exemplos: cobras, aranhas e escorpiões. O interesse por animais peçonhentos foi registrado por diversas civilizações antigas, que trataram de aspectos zoológicos, toxicológicos e terapêuticos, a 4 exemplo dos romanos ou que tiveram estes animais como objeto de veneração, como os egípcios, que cultuavam escorpiões e os etruscos e provavelmente os povos pré-colombianos, que consideravam as aranhas sagradas. Entre os animais peçonhentos, as serpentes, aranhas e escorpiões são os que causam maior número de acidentes, tratando-se muitas vezes de graves intoxicações. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Serão abordados os temas Educação ambiental, Educação do Campo, biodiversidade, além dos conteúdos específicos sobre: Aranhas, Escorpiões e serpentes. 2.1 Educação Ambiental Na sociedade contemporânea, a temática ambiental faz parte das discussões no cenário político, econômico, educacional e cada vez mais é tema nos diversos meios de comunicação. Diariamente nos deparamos com assuntos que envolvem o lixo, a poluição dos rios, mares, queimadas, desmatamento e degradação da natureza. Desenvolver uma consciência ambiental é um desafio, principalmente para a escola que agrega funções de educar e formar os estudantes e não apenas ensinar conteúdo. Tamaio (2002, p. 17) explicita que quando falamos de natureza, não falamos só das coisas, ou dos bichos, das plantas, dos rios e das montanhas, mas também da maneira como vemos essas coisas, em particular integradas a um conceito que nós criamos. 5 Os conceitos que elaboramos são resultados de nossas experiências de vida, das informações que adquirimos sobre conhecimento científico, cultural, religioso e até mesmo, do senso comum. Esses conceitos são concepções prévias sobre determinados assuntos e que poderão ser modificados com a aquisição dos conteúdos escolares. Portanto, uma proposta de educação ambiental que busca auxiliar na construção de uma estrutura social digna para todos, que vise organizar ações humanas transformadoras junto ao meio ambiente, para obter melhor qualidade de vida a todos, toca diretamente na relação entre o ser humano e a natureza. Esta educação poderá ser mais efetiva quando trabalharmos dando ênfase ao ser humano como parte integrante da natureza. O homem inserido como parte da natureza nos traz um novo paradigma que, para Capra