Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014 Título: Animais Peçonhentos e os Desafios na Educação do Campo

Autor: Adriana Spironello

Disciplina/Área:(ingresso no Ciências PDE)

Escola de Implementação do Colégio Estadual do Campo de Rio da Prata, Projeto e sua localização: Ensino Fundamental e Médio

Município da escola: Nova Laranjeiras

Núcleo Regional de Educação: Laranjeiras do Sul

Professor Orientador: Professora Dra. Ana Lúcia Crisostimo

Instituição de Ensino UNICENTRO – GUARAPUAVA Superior:

Relação Interdisciplinar: Arte e língua portuguesa

Resumo: A presente Unidade didática tem como tema “Animais Peçonhentos” com o título “Animais Peçonhentos e os Desafios na Educação do Campo”. Esta produção propõe atividades lúdicas e abordagens diferenciadas sobre a temática proposta, incluindo visita de estudos orientada, e os jogos didáticos como alternativas metodológicas. Este material didático visa alertar os alunos para o problema de saúde pública, que são os acidentes causados por animais peçonhentos. Objetiva-se informar a comunidade escolar, que vive no campo, sobre as formas de prevenção de acidentes causados por animais peçonhentos, os primeiros socorros e a importância da manutenção da biodiversidade. Assim, pretende-se despertar o interesse dos alunos de 7º ano do Ensino fundamental, para o estudo do conteúdo: Classificação dos seres vivos.

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Palavras-chave:(3 a 5 palavras) Animais peçonhentos, jogos didáticos, ciências.

Formato do Material Didático: Unidade didática

Público: Alunos (as), do 7º ano do Ensino Fundamental.

APRESENTAÇÃO

A presente Unidade Didática que tem como tema “Animais Peçonhentos” com o título “Animais Peçonhentos e os desafios na Educação do Campo”. Destina-se ao trabalho com alunos do 7º ano do Ensino Fundamental, na disciplina de Ciências.

O tema, animais peçonhentos, pode ser inserido ao abordar o Conteúdo Estruturante biodiversidade, mais especificamente no conteúdo básico classificação dos seres vivos de acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais – DCEs (2008) da disciplina de Ciências.

Apesar de sua importância, da variedade de temas que abrange e o interesse que pode despertar, o ensino de ciências tem sido frequentemente conduzido de forma pouco eficiente, principalmente quando se utiliza de abordagens por meio de conceitos, definições e classificações. Isso faz com que a disciplina perca parte de sua essência, que é despertar no aluno o interesse pela observação e investigação, além de contrariar as principais concepções de aprendizagem humana.

Observou-se as dificuldades que os professores vivenciam em sala de aula, assim como a mudança no perfil dos alunos, a falta de motivação para os estudos, e a defasagem no processo de ensino-aprendizagem. Isso vem ocorrendo na grande maioria dos conteúdos abordados, mas quando se trata do conteúdo estruturante biodiversidade, de acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais – DCEs (2008, p. 67) da disciplina de Ciências, esse deve ser entendido para além da mera

2 diversidade dos seres vivos, espera-se que o estudante entenda o sistema complexo de conhecimentos científicos que interagem num processo integrado e dinâmico envolvendo a diversidade de espécies atuais e extintas; as relações ecológicas entre outras. Para que ocorra esse entendimento, faz-se necessário aulas práticas e abordagens dinâmicas que realizem uma ponte entre os conteúdos científicos e os adquiridos em suas vivências ou práticas do cotidiano, principalmente por se tratarem de alunos do campo. Nota-se a falta de cuidados e informações que os educandos apresentam com relação aos problemas de saúde e ambientais. Um dos fatores agravantes é o desconhecimento por parte da comunidade escolar de muitas espécies peçonhentas e nocivas à saúde e seus hábitos, que frequentemente tem provocado acidentes no campo, envolvendo pessoas e animais. Esses acidentes ocorrem devido à alta interação em meios considerados de risco como matas, pastagens, lavouras e beiras de rio. Além dos acidentes ocorre a morte desnecessária de muitos exemplares de diversas espécies consideradas perigosas, porém muito importantes para o equilíbrio ecológico. Através desta unidade didática, em suas propostas de ações educativas, com a intenção de disseminar o conhecimento buscou-se formas de trabalhar os conteúdos relacionados aos animais peçonhentos, e suas relações com o ambiente, por meio de abordagens dinâmicas, tornando o ambiente de aprendizagem atrativo e agregando valores conservacionistas. Objetivou-se também proporcionar ao aluno descobrir a importância do aprendizado para a sua vida, compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações no local onde vive. Segundo Crisostimo e Kiel (2012, p. 15), a educação contemporânea passa por inúmeros desafios, o maior destes, é promover um ensino de qualidade que possibilite o diálogo, as discussões e a construção de conhecimentos, superando o ensino reprodutivista. Para atingir este propósito o papel do professor é orientar os alunos propondo situações interessantes e uma aprendizagem significativa. Em uma dimensão mais ampla a escola deve contribuir para a formação da integridade pessoal, com o entendimento da saúde como um valor pessoal e social.

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Diante das novas demandas do ensino de ciências a presente unidade tem como objetivo, buscar alternativas de apoio ao aprendizado de zoologia de uma forma lúdica, com desenvolvimento das capacidades cognitivas, que favoreçam o conhecimento dos conteúdos científicos de forma que os alunos possam fazer o uso efetivo desses conhecimentos em sua vida. Objetiva-se algumas mudanças de atitudes por parte dos alunos em suas ações cotidianas, como a prevenção de acidentes por animais peçonhentos, e a preservação da biodiversidade, conhecendo a importância dos ofídios e aracnídeos para o equilíbrio ecológico.

Portanto, é um desafio para a educação, considerar a diversidade, pôr em prática a inclusão, e integrar as diferentes visões de mundo presente nas escolas, principalmente por se tratar de Escola do Campo e para alunos do campo.

1 INTRODUÇÃO

Muitos animais produzem substâncias tóxicas mas não inoculam diretamente na vítima, essas são usadas principalmente para defesa ou predação. Essas substâncias são chamadas de veneno. Assim esses animais são considerados como animais venenosos. Dentre eles podemos citar o sapo, que possui a glândula de veneno, mas só é contaminado quem tocar na sua pele diretamente.

Existem outros animais que além de produzirem toxinas, têm capacidade de inoculá-las. Neste caso, o veneno ou a peçonha, dá origem ao termo animais peçonhentos. (CANDIDO, NANNI e KNYSAK, 2012, p. 3).

São considerados peçonhentos animais que por meio de um mecanismo de caça e defesa são capazes de injetar em suas presas ou predadores uma substância tóxica produzida em seus corpos, diretamente de glândulas especializadas como dentes, ferrão, aguilhão por onde passa o veneno. Esses animais agem geralmente ao se sentirem ameaçados, eles estão presentes nos meios rurais e urbanos, provocando vários acidentes, são exemplos: cobras, aranhas e escorpiões.

O interesse por animais peçonhentos foi registrado por diversas civilizações antigas, que trataram de aspectos zoológicos, toxicológicos e terapêuticos, a

4 exemplo dos romanos ou que tiveram estes animais como objeto de veneração, como os egípcios, que cultuavam escorpiões e os etruscos e provavelmente os povos pré-colombianos, que consideravam as aranhas sagradas.

Entre os animais peçonhentos, as serpentes, aranhas e escorpiões são os que causam maior número de acidentes, tratando-se muitas vezes de graves intoxicações.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Serão abordados os temas Educação ambiental, Educação do Campo, biodiversidade, além dos conteúdos específicos sobre: Aranhas, Escorpiões e serpentes.

2.1 Educação Ambiental

Na sociedade contemporânea, a temática ambiental faz parte das discussões no cenário político, econômico, educacional e cada vez mais é tema nos diversos meios de comunicação. Diariamente nos deparamos com assuntos que envolvem o lixo, a poluição dos rios, mares, queimadas, desmatamento e degradação da natureza. Desenvolver uma consciência ambiental é um desafio, principalmente para a escola que agrega funções de educar e formar os estudantes e não apenas ensinar conteúdo.

Tamaio (2002, p. 17) explicita que quando falamos de natureza, não falamos só das coisas, ou dos bichos, das plantas, dos rios e das montanhas, mas também da maneira como vemos essas coisas, em particular integradas a um conceito que nós criamos.

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Os conceitos que elaboramos são resultados de nossas experiências de vida, das informações que adquirimos sobre conhecimento científico, cultural, religioso e até mesmo, do senso comum. Esses conceitos são concepções prévias sobre determinados assuntos e que poderão ser modificados com a aquisição dos conteúdos escolares.

Portanto, uma proposta de educação ambiental que busca auxiliar na construção de uma estrutura social digna para todos, que vise organizar ações humanas transformadoras junto ao meio ambiente, para obter melhor qualidade de vida a todos, toca diretamente na relação entre o ser humano e a natureza. Esta educação poderá ser mais efetiva quando trabalharmos dando ênfase ao ser humano como parte integrante da natureza.

O homem inserido como parte da natureza nos traz um novo paradigma que, para Capra (1997, p. 25) é chamado de visão de mundo holística. Ou seja, que concebe o mundo como um todo integrado e reconhece a interdependência fundamental, entre todos os seres e fenômenos ocorridos a sua volta. Enquanto indivíduos e sociedade, estamos todos encaixados nos processos cíclicos da natureza (CAPRA, 1997, p. 25).

Portanto, quando tratamos o ser humano como parte da natureza, precisamos ter em mente que, o que fazemos ao meio onde vivemos pode refletir-se na nossa saúde e na qualidade de vida.

Segundo (REIGOTA, 1997, apud, ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, 2013, p. 3273) a educação em âmbito formal, informal, familiar ou ambiental, é completa quando o ser humano alcança a capacidade de pensar por si próprio. Partindo desta premissa, a Educação Ambiental é um processo de formação dinâmico, permanente e participativo, no qual as pessoas passam a agenciar transformações, participando de forma ativa na busca por alternativas para a redução de impactos ambientais.

O tema “Educação Ambiental”, levando-se em conta inicialmente os problemas locais é uma forma de contribuir para melhoraria do ensino- aprendizagem.

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Na concepção de Guimarães (2000, p. 84).

Uma Educação Ambiental crítica aponta para transformações radicais nas, relações de produção, nas relações sociais, nas relações homem-natureza, na relação do homem com sua própria subjetividade, num processo de construção coletiva de uma nova cultura, novos conhecimentos. Processos estes assumidos por sujeitos individuais e coletivos que desvelam a necessidade da construção de novo modelo de relacionamento com a natureza e de intervenção na história.

2.2 Educações do Campo

No atual contexto é um desafio para a educação, considerar a diversidade e integrar as diferentes visões de mundo presentes nas escolas, principalmente por se tratar de Escola do Campo, e para alunos do campo.

Para compreendermos a trajetória e a temática educação do/no campo, na presente situação de pesquisa, torna-se válido relatar alguns passos da Educação do Campo no cenário Brasileiro.

A história da educação no Brasil mostra que desde o início da colonização quando chegaram os padres jesuítas com o objetivo de catequizar os indígenas a educação assumiu um caráter elitista.

De acordo com Aranha, (2001, p. 101).

As primeiras escolas reúnem os filhos dos índios e dos colonos, mas a tendência da educação jesuítica é separar os “catequizados” e os “instruídos”. A ação sobre os índios se resume na cristianização e na pacificação, tornando-os dóceis para o trabalho. Com os filhos dos colonos porém a educação tende a ser mais ampla, estendendo-se além da escola elementar de ler e escrever.

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O modelo educacional adotado pelo Brasil privilegiou ao longo do tempo os interesses da população urbana, desconsiderando os interesses e necessidades das populações que vivem no campo. Este modelo, marcado pela lógica capitalista marcou também as políticas educacionais e reforçou a ideia de que, para a população do campo bastava uma educação rudimentar, já que, sempre foram vistos como pessoas atrasadas em termos culturais.

A Educação do Campo tem sua origem vinculada com os Movimentos Sociais e Organizações Populares do Campo ligados às lutas pelo direito à terra e garantia de sobrevivência no campo. Assim, refletir sobre Educação do Campo exige compreender a diversidade dos povos do campo e suas especificidades, assegurando que o processo educacional possibilite a formação humana. É preciso garantir o direito a escolarização no e do campo, com o envolvimento dos sujeitos aos quais se destina.

Para os autores, (CALDART, CERIOLI e FERNANDES, apud ARROYO, CALDART e MOLINA, 2004, p. 23)

A educação do campo precisa ser uma educação específica e diferenciada, isto é, alternativa. Mas, sobretudo deve ser educação, no sentido amplo de processo de formação humana, que constrói referências culturais e políticas para a intervenção das pessoas e dos sujeitos sociais na realidade, visando uma humanidade mais plena e feliz.

Pensar na Educação do Campo é pensar em um modelo de educação com qualidade, que atinge e perpassa todos os níveis de educação de acordo com as necessidades e especificidades desta população e ao mesmo tempo atenda cada especificidade da própria educação.

Os sujeitos do campo têm direito a uma educação pensada, desde o seu lugar e com a sua participação, vinculada a sua cultura e as necessidades humanas e sociais, Paraná (DCEs – 2010, p. 9). Cabe aos educadores analisar e reconhecer quem são esses sujeitos do campo.

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Na visão de (MUNARIN, 2008, p. 2).

São considerados povos do campo, as populações que pertencem a grupos indenitários, cuja produção da existência se dá fundamentalmente a partir da relação com a natureza, direta ou indiretamente, vivam estas populações nas sedes dos pequenos municípios, ou nas florestas, ou nas ribanceiras, ou nas comunidades pesqueiras ou nas propriedades da agricultura familiar, ou nos assentamentos de reforma agrária, ou nas áreas remanescentes de quilombos, ou em outros espaços geográficos de igual apelo cultural e de produção de vida.

O que de fato caracteriza e pode identificar os povos do campo conforme Paraná (DCEs – 2010, p. 24) é o jeito peculiar de se relacionarem com a natureza, o trabalho na terra, a organização das atividades produtivas ... Cultura e valores que enfatizam as relações familiares e de vizinhança que valorizam as festas comunitárias.

A garantia de educação de qualidade no campo, além de necessidade e direito dos camponeses deve ser também compromisso dos profissionais que atuam nas escolas do campo, como também compromisso dos órgãos governamentais responsáveis pela educação e pela administração pública. Um desafio é posto à Educação do Campo: Considerar a cultura dos povos do campo em sua dimensão empírica e fortalecer a educação escolar como processo de apropriação e elaboração de novos conhecimentos. Paraná (DCEs – 2010, p. 26).

No entanto é papel da escola, oferecer aos alunos acesso ao conhecimento sistematizado, condições de se reconhecer como parte de uma sociedade que se expande para além dos limites do campo, despertar nos educandos a capacidade de conhecer, reconhecer, lutar e fazer valer os direitos básicos de cidadão que são de todos, se a educação historicamente foi comprometida com as elites na atualidade deve ser comprometida com a classe trabalhadora.

Para promover a educação de qualidade, as escolas do campo devem também considerar a organização de currículos que contemplem conteúdos de

9 interesse da população camponesa, é papel do professor reorganizar a sua prática educativa, tornando-a cada vez mais próxima da realidade dos sujeitos do campo, e que possibilitem a aquisição de conhecimentos significativos.

2.3 Jogos didáticos e o lúdico

Hoje não se ensina mais como antigamente, professor falando e aluno anotando. Na escola nem sempre o ato de aprender é atrativo. Os métodos tradicionais geralmente são mecânicos e repetitivos, e por muitas vezes maçantes para o aluno e o professor. Talvez seja esse o motivo pelo qual muitos alunos percam o interesse por conhecer, descobrir e refletir sobre algo novo que lhes é apresentado durante as aulas. É preciso rever as formas de ensinar e aprender, para que sejamos capazes de atender às demandas da sociedade e do conhecimento.

Frizzo e Marin (1989) assinalam que uma das principais mudanças que devem acontecer no ensino de ciências diz respeito às metodologias de ensino. Em outras palavras, faz-se necessário encontrar alternativas metodológicas mais atraentes e dinâmicas, que despertem o interesse dos professores e educandos, ao mesmo tempo em que são instigados a pensar criticamente.

No entanto existem formas pedagógicas incluindo os jogos, dinâmicas em grupo, visitação e aulas de campo. Que podem contribuir significativamente para instigar o interesse do aluno pelo conhecimento. Nesse sentido a ludicidade como ato de aprender contribui para a integração entre sujeito-objeto e melhora a socialização, além de valorizar o processo ensino aprendizagem.

O jogo permite uma maior socialização do grupo escolar, sendo positivo para a aprendizagem. De acordo com (MORATORI, 2003, apud, CRISOSTIMO e KIEL 2012, p. 45) o uso da atividade lúdica pode favorecer ao educador conhecer melhor grupo escolar onde se trabalha o que pode ser fundamental para estimular o aprendizado por parte dos alunos. Nesse sentido, reafirma a importância dos jogos didáticos com as seguintes contribuições. Segundo Miranda (2001), mediante o jogo

10 didático, vários objetivos podem ser atingidos, relacionados à cognição: o desenvolvimento da inteligência e da personalidade, fundamentais para a construção de conhecimentos; afeição: desenvolvimento da sensibilidade e da estima no sentido de estreitar laços de amizade e afetividade; socialização: simulação de vida em grupo; motivação: envolvimento da ação, do desafio e mobilização da curiosidade e criatividade. O uso de diferentes tipos de jogos proporciona uma rica variedade de oportunidades de aprendizagem. O jogo é conhecido como um poderoso mediador para a aprendizagem no decorrer da vida dos escolares, possibilitando o entendimento dos conteúdos, relacionando os com a vida cotidiana. A utilização de metodologias de ensino diferenciadas em sua prática pedagógica, tais como dinâmicas, jogos, aulas de campo entre outras proporcionam uma mobilização em busca do conhecimento, da formação de valores e na mudança de atitudes, em resposta às necessidades impostas pelo meio. Mas para que os objetivos da atividade proposta sejam atingidos é necessário, que sejam planejados com antecedência e seja aplicado de uma forma organizada. Para os autores: (WARD, RODEN, HEWLETT E FOREMAN, 2010 p. 163).

Os benefícios de usar jogos como estratégia positiva na sala de aula podem ser enormes. Todavia, apenas deixar que os alunos joguem para tornar a aula mais interessante não é a resposta. O jogo deve ser planejado e controlado. Para que o jogo seja usado de forma produtiva, os alunos devem estar atentos e concentrados na atividade, e os jogos devem ser motivadores e divertidos.

Isso tudo nos faz refletir sobre as diversas formas de aprendizagem humana, e nos levam a alguns questionamentos e reflexões. Conforme: (FOUREZ, 1995, p. 223)

Sem certas representações que permitem aprender o que está em jogo no discurso dos especialistas, as pessoas arriscam-se a se verem tão indefesas quanto os analfabetos em meio a uma sociedade onde reina a escrita.

2.4 Biodiversidade

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A biodiversidade resulta de milhões de anos de evolução biológica e, é o componente do sistema de suporte à vida de nosso planeta. Além do valor intrínseco de cada espécie, seu conjunto, bem como o de interações entre espécies e destas com o meio físico-químico, resultam em serviços ecossistêmicos imprescindíveis para manter a vida na Terra. No entanto no decorrer dos anos, muitas espécies animais e vegetais já foram extintas, devido a fenômenos ambientais, assim como novas espécies foram surgindo e ainda estão sendo descobertas.

Hoje a diversidade de espécies vegetais e animais é muito vasta, conforme cita: Helene e Marcondes (2005, p. 8)

Atualmente, cerca de 1,4 milhão de espécies de seres vivos estão identificados pela ciência. Desse total, mais de 750 mil são espécies de insetos, 250 mil de plantas vasculares e briófitas, 74 mil de fungos e algas, 37 mil de microrganismos, 41 de vertebrados. Entre esses últimos, há 19 mil de espécies de peixes, 10 mil de anfíbios e répteis, 9 mil de aves e 4 mil de mamíferos. Tais números, no entanto, estão longe de cobrir todas as espécies que realmente existem no planeta. Na verdade, estima-se que vivam na Terra cerca de 10 milhões de espécies de seres vivos.

Toda essa variedade de espécies é extremamente importante para a manutenção dos ecossistemas. No entanto, se considerarmos nosso planeta como um grande ecossistema, podemos compreender que quanto maior a diversidade biológica, maior a complexidade e maior a resistência ao desequilíbrio.

Dias (2005, p. 57), afirma que:

A conservação da biodiversidade é vital para a sobrevivência e bem-estar dos seres humanos, pois nos oferece produtos essenciais, incluindo alimentos, medicamentos e matérias primas às indústrias. As plantas e animais são úteis no controle de pestes e enchentes, na manutenção do clima e a produtividade do solo, na degradação do lixo, purificação do ar e na manutenção da qualidade da água. Como vemos as interações entre a biodiversidade é o que mantém o equilíbrio do ambiente global.

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Sendo a biodiversidade responsável pela manutenção da vida na terra e pela interação entre os seres vivos, cada vez que uma espécie entra em extinção, todos demais seres vivos, incluindo o ser humano se tornam mais vulneráveis aos impactos ambientais.

Hoje, um dos maiores problemas para a manutenção da biodiversidade é o homem com suas ações e a cultura de exterminar algumas espécies, sendo os motivos variados que vão da caça esportiva ao instinto de defesa, o que acontece muito com os animais peçonhentos que são considerados perigosos, e sempre que são avistados, a primeira reação humana é matá-los.

Torna-se necessário rever esse pensamento, pois nos dias atuais é imprescindível formar novos conceitos sobre a importância desses animais para o equilíbrio ecológico. Onde esse terror por certos animais ocorre pelo simples desconhecimento dos seus hábitos. Devemos difundir os conceitos científicos sobre a preservação dos “Animais Peçonhentos” e que esses, venham a contribuir com a aprendizagem dos nossos alunos, valorizando conceitos já assimilados pelas vivências em seu cotidiano de forma que se tornem significativos. Desmistificando certos “mitos” que estes animais trazem sobre si próprio. Com tamanha importância para o meio ambiente, é preciso evitar a perda da biodiversidade.

Faz-se necessário um melhor aprofundamento teórico sobre essas espécies de animais, que são as aranhas, escorpiões e serpentes destacando as características, formas de identificação e aspectos gerais relevantes. Serão abordados temas específicos de interesse em saúde, juntamente com medidas preventivas e adequadas em caso de acidente.

2.5 Aranhas

As aranhas compõem a ordem mais numerosa dos aracnídeos. Aranhas e escorpiões pertencem ao filo Artrópodes e correspondem a mais de 80% das

13 espécies animais existentes. Dentre os principais grupos, estão os aracnídeos, dos quais fazem parte as aranhas e os escorpiões. (CANDIDO, NANNI e KNYSAK, 2012, p. 16).

Segundo (BARNES,1990, apud KIEL e CRISOSTIMO, 2013, p. 72). No Brasil, cerca de 20 espécies de aranhas podem causar sérios danos à saúde humana, dentre elas os gêneros Loxosceles (aranha marron), Phoneutria (aranha armadeira), enquanto as picadas causadas por Lycosa (aranha-de-grama) e pelas caranguejeiras (família Theraphosidae) ocasionam acidente de menor gravidade, (CUPO; AZEVEDO-MARQUES e HERING, 2003, apud KIEL e CRISOSTIMO, 2013, p. 72). Conforme dados do Ministério da Saúde, o coeficiente de incidência dos acidentes araneídeos situa-se em torno de 1,5 casos por 100.000 habitantes, com registro de 18 óbitos no período de 1990-1993. A maioria das notificações de acidentes, provem das regiões Sul e Sudeste (FUNASA, 2001, p. 45).

2.5.1 Características gerais das aranhas

São predadoras, animais carnívoros, mas só ingerem alimentos líquidos, assim após capturar uma presa injetam suco gástrico dentro do organismo da vítima e depois ingerem o caldo resultante, alimentam-se principalmente de insetos, tem vida livre e geralmente solitárias. As aranhas segregam um óleo nas suas patas assim não ficam presas a sua teia quando se locomovem. Todas produzem seda, mas nem todas constroem teia, que possui finalidade de: capturar suas presas, moradia e proteção a seus ovos. São dotadas de um exoesqueleto que contém quitina (polissacarídeo, cadeia longa de açúcar). Ele é produzido pela epiderme, limita o crescimento do e por isso ocorrem as mudas ou ecdises para que possa crescer. As aranhas necessitam realizar periodicamente a troca de pele, de 5 a 7 vezes, durante o período de crescimento. Os pelos que fazem o revestimento externo do corpo das aranhas funcionam como uma espécie de sensor para que o animal possa perceber o deslocamento de ar. A boca da aranha localiza-se entre os palpos e entre a boca e o estômago tem uma estrutura revestida por milhares de

14 finíssimos pelos que apresentam a função de uma espécie de filtro que seguram todas as partículas que apresentam um tamanho inferior a 1μm. Assim, ela está protegida contra bactérias e vírus.

As aranhas também possuem os seus inimigos naturais que se encontram na natureza e são eles: lagartixas, escorpiões, rãs, parasitas diversos, lagartos, sapos e muitos pássaros.

Anatomia externa de uma aranha

Fonte: Instituto Butantan, 2012

2.5.2 Aranha-marrom (Loxosceles)

Possui coloração marrom, por vezes avermelhada. A parte dianteira do corpo (carapaça) é achatada. Seu tamanho característico é de cerca 1,5 cm de corpo ou 4 cm incluindo as pernas e ocorrem em todo o território Brasileiro. (CANDIDO, NANNI e KNYSAK, 2012, p. 20).

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Fonte:http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=2

Essas aranhas constroem teias irregulares e densas, lembrando algodão desfiado, em fendas de barrancos, sob cascas de árvores, bambuzais, telhas e tijolos empilhados, atrás de quadros e móveis, cantos de parede, sempre ao abrigo da luz direta. Não são aranhas agressivas, picando apenas quando comprimidas contra o corpo. No interior de domicílios, ao se refugiar em vestimentas, acabam provocando acidentes. Conforme (FUNASA, 2001, p. 47,48), a maioria dos acidentes notificados se concentra no sul do país, particularmente no Paraná e Santa Catarina. O acidente atinge mais comumente adulto, com discreto predomínio em mulheres, ocorrendo, intradomiciliar. Observa-se uma distribuição centrípeta das picadas, acometendo mais a coxa, tronco ou braço. Os primeiros sintomas de envenenamento são a sensação de queimadura e formação de ferida no local da picada. É a única aranha que causando acidente vai requerer obrigatoriamente, um tratamento soroterápico, independente da condição de saúde da pessoa ou de sua idade.

Lesão característica: dor em queimação, lesões hemorrágicas focais, mescladas com áreas pálidas de isquemia (placa marmórea) e necrose. Geralmente o diagnóstico é feito nesta oportunidade. As picadas em tecido frouxo, como na face, podem apresentar edema e eritema exuberantes.

2.5.3 Aranha-armadeira (Phoneutria)

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Possui coloração marrom, e no abdome uma sequência de pequenos pontos mais claros. Pode atingir o tamanho de até 17 cm. Não constrói teias. Percorre pequenas distâncias, buscando alimento e refúgio. É chamada armadeira pelo fato de se “armar”. São encontradas em locais com acúmulo de material de construção, terrenos baldios, bananeiras em zonas rurais junto às residências. (CANDIDO, NANNI e KNYSAK, 2012, p. 20).

Fonte: Adriana Spironello, 2015

Quadro clínico: Predominam as manifestações locais. A dor imediata é o sintoma mais frequente, em apenas 1% dos casos os pacientes se apresentam assintomáticos após a picada. Sua intensidade é variável, podendo se irradiar até a raiz do membro acometido. Outras manifestações são: edema, eritema, parestesia e sudorese no local da picada, onde podem ser visualizadas as marcas de dois pontos de inoculação (FUNASA, 2001, p. 46).

2.5.4 Aranhas Caranguejeiras (Mygalomorphae)

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São temidas devido à aparência, no entanto não possuem glândulas de veneno, assim, utilizam como mecanismo de defesa o bombardeamento de pelos com ação irritante em direção ao inimigo, e consiste em atrair vigorosamente as patas traseiras no abdômen, (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2009, apud KIEL e CRISOSTIMO, 2013, p. 72,73).

Fonte:http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php foto=666&evento=2#menu-galeria

2.5.5 Aranha-de-jardim (Lycosidae)

Fonte: Adriana Spironello, 2015

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São conhecidas como aranha de grama ou aranha de jardim. Os acidentes, apesar de frequentes, não constituem problema de saúde pública. São aranhas errantes, não constroem teia e frequentemente são encontradas em gramados e jardins. Podem variar de tamanho, sendo que as maiores atingem até 3 cm de corpo por 5 cm de envergadura de pernas. Há um grande número de espécies descritas para todo o Brasil (FUNASA, 2001, p. 48).

2.5.6 Viúva-negra (Latrodectus)

As fêmeas possuem abdome globular, apresentando no ventre um desenho característico em forma de ampulheta em tons de laranja ou vermelho. A fêmea pode chegar a 1,5 cm de tamanho enquanto o macho atinge alguns milímetros (CANDIDO, NANNI e KNYSAK, 2012, p. 21).

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=2&start=8

2.6 Escorpiões

Os escorpiões existem comprovadamente há mais de 400 milhões de anos (fósseis do Carbonífero) sendo considerados os aracnídeos mais antigos que se

19 conhece (CRUZ, 1994, apud, BIOTA NEUTROPICA, 2007, p. 358). Embora represente um grupo bastante homogêneo quanto às suas características morfológicas, a ordem Scorpiones pode ser considerada razoavelmente diversa, apresentando 1500 espécies conhecidas, distribuídas em 14 famílias e 163 gêneros.

Os acidentes com escorpiões são importantes em virtude da grande frequência com que ocorrem, e da sua potencial gravidade, principalmente em crianças picadas pelo Tityus serrulatus. Os escorpiões são animais terrestres e carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, como grilos ou baratas. Eles apresentam hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob pedras, troncos, dormentes de linha de trem, em entulhos, telhas ou tijolos. Muitas espécies vivem em áreas urbanas, onde encontram abrigo dentro e próximo das casas, bem como alimentação farta. Eles podem sobreviver vários meses sem alimento e mesmo sem água, o que torna seu combate muito difícil. Os escorpiões de importância médica no Brasil pertencem ao gênero Tityus, que é o mais rico em espécies, representando cerca de 60% da fauna escorpiônica neotropical. “Onde destacam-se as espécies Tityus serrulatus: (escorpião amarelo) e Tityus bahiensis (escorpião preto)” (CUPO; AZEVEDO-MARQUES e HERING, 2003, apud, KIEL e CRISOSTIMO, 2013, p. 73).

Morfologia externa do escorpião

Fonte: FUNASA, 2001

Os escorpiões apresentam o corpo formado pelo tronco (prosoma e mesosoma) e pela cauda (metasoma). O prosoma dorsalmente é coberto por uma

20 carapaça indivisa, o cefalotórax, e nele se articulam os quatro pares de pernas, um par de quelíceras e um par de pedipalpos. O mesosoma apresenta sete segmentos dorsais, os tergitos, e cinco ventrais, os esternitos. A cauda é formada por cinco segmentos e no final da mesma situa-se o telso, composto de vesícula e ferrão (aguilhão). A vesícula contém duas glândulas de veneno. Estas glândulas produzem o veneno que é inoculado pelo ferrão. Os escorpiões inoculam o veneno pelo ferrão ou télson, localizado no último segmento da cauda.

Anatomia externa de um escorpião

Fonte: Instituto Butantan, 2012

2.6.1 Escorpião amarelo (Tityus serrulatus)

Possui tronco marrom-escuro; pedipalpos e patas amarelados, a cauda, que também é amarelada, apresenta uma serrilha dorsal nos dois últimos segmentos (assim o nome Tityus serrulatus) e, uma mancha escura no lado ventral da vesícula, com comprimento de 6 a 7 cm. Geograficamente sua distribuição encontra-se da seguinte forma: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo (FUNASA, 2001, p. 38).

21

http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=2&start

A picada do escorpião amarelo (Tityus serrulatus) provoca dor intensa no local, que se irradia. Podem ocorrer sudorese (suores), vômitos, alterações cardíacas e choque.

2.6.2 Escorpião marrom (Tityus bahiensis)

Fonte:http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=2 &start=260

Suas características são, tronco marrom-escuro, patas com manchas escuras; pedipalpos com manchas escuras nos fêmures e nas tíbias. Comprimento

22 de 6 a 7 cm. Geograficamente sua distribuição encontra-se da seguinte forma: Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina (FUNASA, 2001, p. 38).

Quadro Clínico: Acidentes por T.serrulatus são os mais graves. A dor no local pode ser sentida como: ardor, queimação ou agulhada. Pode ser acompanhada por parestesias, aumentar de intensidade e irradiar-se para a raiz do membro acometido. Ponto(s) de inoculação nem sempre são visíveis, na maioria dos casos, há apenas discreto eritema e edema, podendo-se observar também sudorese e pilo ereção local. Nos acidentes moderados e graves, principalmente em crianças, após minutos até poucas horas (2-3h), podem surgir manifestações sistêmicas.

Manifestações Sistêmicas: Gerais: hipo ou hipertermia e sudorese profusa. Digestivas: náuseas, vômitos e mais raramente: dor abdominal e diarreia. Cardiovasculares: arritmias cardíacas, hiper ou hipotensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e choque. Respiratórias: taquipneia, dispneia e edema pulmonar agudo. Neurológicas: agitação, sonolência, confusão mental, hipertonia e tremores.

A gravidade do quadro clínico, depende de vários fatores como espécie e tamanho do animal agressor, quantidade de veneno inoculado, número de picadas, massa corporal da vítima e sensibilidade ao veneno, tempo decorrido entre o acidente e o tempo de atendimento médico.

2.7 As Serpentes

Serpente é um grupo de répteis que apresenta o corpo alongado, revestido por escamas, desprovido de membros e sem pálpebras. As serpentes necessitam de fontes externas de calor para regular a temperatura (SANT`ANNA, GREGO e PUORTO, 2012, p. 4). Por ter a visão deficiente, as serpentes contam com outros órgãos sensoriais para compensarem esta deficiência.

As serpentes ou até mesmo ofídios pertencem ao reino Animalia, Filo Chordata, Subfilo Vertebrata, Ordem quamata, Subordem Ophidia, (PAULA, 2010, p.

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21). E desde os mais remotos tempos, exercem simultaneamente enorme fascínio e imenso temor nos seres humanos, pois despertam tanto a curiosidade como o medo

Conforme dados, existem cerca de 3.315 espécies de serpentes conhecidas em todo planeta, distribuídas pelos cinco continentes, em ilhas e mares, sendo a incidência de espécies maior nas regiões tropicais.

Segundo a Sociedade Brasileira de Herpetologia, há no Brasil 371 espécies de serpentes catalogadas. Em relação ao número total de espécies, cerca de 55 são peçonhentas.

Em algumas linhagens de serpentes houve a evolução de dentes inoculadores de peçonha. Para Bernarde (2009, p. 90) essas serpentes, são peçonhentas, pois possuem glândulas de peçonha desenvolvidas com função primária de subjugar (matar e digerir) suas presas. As serpentes peçonhentas possuem duas glândulas supra labiais e volumosas, localizadas lateralmente na cabeça, próximas ao maxilar, além de eficiente mecanismo inoculador de peçonha.

Estas serpentes são consideradas de interesse em Saúde, pela capacidade de causar morte ao ser humano, e em virtude de sua grande frequência e gravidade (FUNASA, 2001, p. 9). As serpentes peçonhentas de tal interesse no Brasil são divididas em duas famílias: (jararaca, cascavel e surucucu) e Elapidae (coral-verdadeira); e quatro genêros: Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca), Crotalus (cascavel), Lachesis (surucucu) e Micrurus (coral-verdadeira).

2.7.1 Identificação das serpentes

Serpentes pertencentes ao gênero Bothrops possuem cauda lisa e fosseta loreal, um órgão sensorial termo receptor a Micrurus e exceção entre as serpentes peçonhentas por não possuírem fosseta loreal. São encontradas em todo o país; o gênero Crotalus possui um guizo na ponta da cauda e fosseta loreal, é encontrado com maior frequência em campos, áreas abertas e secas. Já serpentes do gênero Lachesis possuem escamas eriçadas na ponta da cauda e fosseta loreal.

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2.7.2 Características dos gêneros de serpentes peçonhentas no Brasil

Fosseta loreal presente:

Olho

Narina

Presas

Fosseta Loreal

(fig. 1) (fig.2) Fonte: Funasa, 2001

A fosseta loreal, órgão sensorial termorreceptor, é um orifício situado entre o olho e a narina, daí a denominação popular de “serpente de quatro ventas” (fig. 1). Indica com segurança que a serpente é peçonhenta e é encontrada nos gêneros Bothrops, Crotalus e Lachesis. Todas as serpentes destes gêneros são providas de dentes inoculadores bem desenvolvidos e móveis situados na porção anterior do maxilar (fig. 2).

A identificação entre os gêneros referidos também pode ser feita pelo tipo de cauda (fig.3).

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Guizo ou chocalho Escamas eriçadas Cauda lisa

Crotalus Lachesis Bothrops

Fig.3

Fonte: Funasa, 2001

Fosseta loreal ausente: As serpentes do gênero Micrurus não apresentam fosseta loreal (fig. 4) e possuem dentes inoculadores pouco desenvolvidos e fixos na região anterior da boca (fig. 5).

Olho

Narina Presas

Fig.4

Fonte: Funasa, 2001

2.7.3 Jararaca (Bothrops)

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Possui fosseta loreal ou lacrimal, tendo a extremidade da cauda com escamas e cor geralmente parda. Nomes populares: Caiçaca, Jararacuçu, Urutu, Jararaca de Rabo Branco, Cotiara, Cruzeira e outros. Algumas espécies são mais agressivas, são responsáveis por 70% dos acidentes ofídicos no Estado do Paraná. As diferentes espécies de jararaca são encontradas em vários ambientes: nos campos, nas matas e até nas periferias de cidades. Vivem no chão e as vezes, sobre a vegetação, podendo atingir até 1,5 m. Estão distribuídas em todo território brasileiro.

Fonte:http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.phpfoto=666 &evento=2#menu-galeria

Quadro Clínico: Manifestações Locais como: dor e edema endurado no local da picada, de intensidade variável, geralmente de instalação precoce e caráter progressivo. Equimoses e sangramentos no ponto da picada são frequentes. Enfartamento ganglionar e bolhas podem aparecer na evolução, acompanhados ou não de necrose.

2.7.4 Cascavel (Crotalus)

Possui fosseta loreal ou lacrimal; a extremidade da cauda apresenta guizo ou chocalho de cor amarelada na ponta da cauda. Essas serpentes são menos

27 agressivas que as Jararacas e, encontram-se geralmente em locais secos e abertos. Distribuem-se de maneira irregular pelo país, determinando as variações com que a frequência de acidentes é registrada. Responsáveis por cerca de 7,7 % dos acidentes ofídicos registrados no Brasil, e 11% dos acidentes ofídicos no Estado do Paraná podendo representar até 30% dos acidentes em algumas regiões. Não são encontradas em regiões litorâneas. Apresentam o maior coeficiente de letalidade dentre todos os acidentes ofídicos (1,87%), pela frequência com que evoluem para insuficiência renal aguda.

Fonte: Adriana Spironello, 2014

As principais ações do veneno crotálico são: neurotóxica, miotóxica e coagulante.

Ação neurotóxica: Produzida principalmente pela fração crotoxina, uma neurotoxina de ação pré-sináptica que atua nas terminações nervosas inibindo a liberação de acetilcolina. Esta inibição é o principal fator responsável pelo bloqueio neuromuscular, do qual decorrem as paralisias motoras apresentadas pelos pacientes.

Ação miotóxica: Produz lesões de fibras musculares esqueléticas (rabdomiólise) com liberação de enzimas e mioglobina para o soro, que são posteriormente excretadas pela urina. Não está identificada a fração do veneno que produz esse efeito miotóxico sistêmico. Há referências experimentais da ação miotóxica local da crotoxina e da crotamina. A mioglobina, e o veneno como

28 possuindo atividade hemolítica “in vivo”. Estudos mais recentes não demonstram a ocorrência de hemólise nos acidentes humanos.

Ação coagulante: Decorre de atividade do tipo trombina que converte o fibrinogênio diretamente em fibrina. O consumo do fibrinogênio pode levar à incoagulabilidade sanguínea. Geralmente não há redução do número de plaquetas. As manifestações hemorrágicas, quando presentes, são discretas.

Manifestações locais: São pouco importantes, diferindo dos acidentes biotrópico e laquético. Não há dor, ou esta pode ser de pequena intensidade. Há parestesia local ou regional, que pode persistir por tempo variável, podendo ser acompanhada de edema discreto ou eritema no ponto da picada.

Gerais: mal-estar, prostração, sudorese, náuseas, vômitos, sonolência ou inquietação e secura da boca podem aparecer precocemente e estar relacionadas a estímulos de origens diversas, nos quais devem atuar o medo e a tensão emocional desencadeados pelo acidente.

Neurológicas: decorrem da ação neurotóxica do veneno, surgem nas primeiras horas após a picada, e caracterizam a fácies miastênica (fácies neurotóxica de Rosenfeld) evidenciadas por ptose palpebral uni ou bilateral, flacidez da musculatura da face, alteração do diâmetro pupilar, incapacidade de movimentação do globo ocular (oftalmoplegia), podendo existir dificuldade de acomodação (visão turva) e/ou visão dupla (diplopia). Como manifestações menos frequentes, pode-se encontrar paralisia velo palatina, com dificuldade à deglutição, diminuição do reflexo do vômito, alterações do paladar e olfato.

Musculares: A ação miotóxica provoca dores musculares generalizadas (mialgias) que podem aparecer precocemente. A fibra muscular esquelética lesada libera quantidades variáveis de mioglobina que é excretada pela urina (mioglobinúria), conferindo-lhe uma cor avermelhada ou de tonalidade mais escura, até o marrom. A mioglobinúria constitui a manifestação clínica mais evidente da necrose da musculatura esquelética (rabdomiólise).

2.7.5 Coral verdadeira (Micrurus)

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Não possui fosseta loreal (Atenção: ausência de fosseta loreal é característica de não venenosas. As Corais são exceção).

Possui desenhos de anéis ao longo do corpo. Nomes populares: Coral, Coral Verdadeira, Boicorá, etc. São encontradas em tocas - hábitos subterrâneos. Essas serpentes não são agressivas. Seus acidentes são raros, porém, pelo risco de insuficiência respiratória aguda, devem ser considerados como graves.

A maioria das 18 espécies do gênero Micrurus (serpentes corais) possuem, um padrão de cor representado por anéis corporais em uma combinação de vermelho (ou alaranjado), branco (ou amarelo) e preto. A presença da cor vermelha é uma indicação de perigo (coloração aposemática) para potenciais predadores, especialmente pássaros. A letalidade corresponde a 0,4%.

Fonte:http://ww.biologia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php? foto=719&evento=4w

2.7.6 Surucucu pico-de-jaca

Essas serpentes são encontradas principalmente em matas densas vivem no chão. Podem atingir até 2,5 m. A distribuição fica restrita à faixa litorânea da Mata Atlântica e Floresta Amazônica. Os acidentes com serpentes do gênero Lachesis são raros. No Brasil, o gênero , conhecido popularmente como surucucu, pico-de-jaca, surucutinga, malha de fogo, possui duas subespécies:

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Lachesis muta muta e Lachesis muta rhombeata. (SANT`ANNA, GREGO e PUORTO, 2012, p. 9)

Fonte: Instituto Butantan, 2012

2.7.7 Conservação e importância das serpentes para o meio ambiente

O Brasil é um dos países que concentra uma grande riqueza em sua biodiversidade. Entre essas riquezas, estão as serpentes, que são de grande importância, pois além de participar da cadeia alimentar e do equilíbrio ambiental, podem ser muito úteis ao homem. As serpentes se alimentam dos mais variados animais, desde aranhas e insetos, até vertebrados como roedores e anfíbios. Portanto, elas têm um importante papel no equilíbrio ecológico, sendo corresponsáveis pela manutenção do tamanho de certas populações de pragas e servindo de alimento para mamíferos e aves.

Se por um lado, o veneno pode ter consequências graves ao ser humano em caso de acidente, por outro lado ele também pode ser benéfico. Pesquisas com venenos revelam o grande potencial que estas substâncias escondem em suas composições. A partir desses componentes isolados já foram descobertos analgésicos, controladores de pressão arterial, colas biológicas, entre outros. Para que novas descobertas aconteçam é necessário conservar as serpentes em seu hábitat.

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2.8 Cuidados para se evitar acidentes com animais peçonhentos

A- Aranhas e Escorpiões

 Manter jardins e quintais limpos;  Evitar folhagens densas junto a paredes e muros das casas;  Manter a grama aparada;  Vedar frestas e buracos de portas janelas e paredes;  Afastar camas e berços da parede, evitar que as roupas de cama encostem no chão;  Não deixar as roupas no chão, ou penduradas em paredes e sacudi-las antes de vestir;  Sacudir os calçados antes de calçá-los e jamais colocar a mão dentro;  No ambiente rural, preservar os inimigos naturais: como corujas, lagartos sapos, galinhas, gansos, joão-bobo e quatis.  Não colocar as mãos em buracos como tocas, sob pedras ou em madeiras podres;

B- Serpentes

 Oitenta por cento das picadas atingem as pernas, abaixo dos joelhos. Use bota ou botinas de preferência de cano alto nos trabalhos do campo.

 Dezenove por cento das picadas atingem as mãos ou antebraços.

 Use luvas de aparas de couro para remexer em montes de lixo, folhas secas, buracos, lenhas ou palhas. Afaste galhos com um pedaço de pau.

 Cobras gostam de se abrigar em locais quentes, escuros e úmidos. Cuidado ao mexer em pilhas de lenha, folhas secas, palhas de feijão, milho ou cana e montes de lixo.

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 Não colocar as mãos em buraco, cuidado ao revirar cupinzeiros.

 Onde tem rato, tem cobra. Não deixe acumular lixo e entulhos. Limpe paióis e terreiros. Feche buracos de muros, portas e janelas.

 Atenção ao calçar sapatos e botas. Animais peçonhentos podem se refugiar dentro deles.

 Lembre-se: na natureza não há vilões. Não mate cobras simplesmente por estarem vivas. Elas mantêm o equilíbrio natural, comendo roedores, que transmitem doenças e dão prejuízos nas casas, plantações e paióis. (Instituto Butantan)

2.9 Medidas a serem tomadas em caso de acidentes

A- Aranhas e Escorpiões

O tratamento dos acidentes causados por aranha armadeira e escorpião na maioria das vezes é voltado para o controle da dor. Inicialmente com compressas mornas na região que auxiliam no alívio da dor, em seguida procurar atendimento médico onde será avaliada a necessidade ou não de soro.

B- Serpentes

Muitos procedimentos, embora não recomendados, são ainda amplamente empregados como medidas visando retardar a absorção no veneno. Boa parte deles pode na verdade contribuir para a ocorrência de complicações no local da picada.

 Não amarrar o membro acometido: O torniquete ou garrote dificulta a circulação do sangue, podendo produzir necrose ou gangrena e não impede que o veneno seja absorvido.  Não cortar o local da picada: alguns venenos podem inclusive provocar

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hemorragias e o corte aumentará a perda de sangue.  Não chupar o local da picada: não se consegue retirar o veneno do organismo após a inoculação. A sucção pode piorar as condições do local atingido.  Lavar o local da picada somente com água e sabão: Não colocar substâncias no local da picada, como folhas, querosene, pó de café, pois elas não impedem que o veneno seja absorvido, pelo contrário, podem provocar infecção.  Evitar que o acidentado beba querosene, álcool ou outras bebidas: Além de não neutralizarem a ação do veneno, podem causar intoxicações. Manter o acidentado em repouso: Se a picada tiver ocorrido em pé ou perna, procurar manter a parte atingida em posição horizontal, evitando que o acidentado ande ou corra.  Levar o acidentado o mais rapidamente possível a um serviço de saúde: É difícil estabelecer um prazo para o atendimento adequado, porém o tempo decorrido entre o acidente e o tratamento é um dos principais fatores para o prognóstico.  O soro é o único tratamento eficaz para o acidente ofídico, e deve ser específico para cada tipo de serpente.

3. METODOLOGIA

Neste material didático propomos o desenvolvimento de atividades e ações educativas com a intenção de disseminar o conhecimento em relação aos animais peçonhentos, e suas relações com o ambiente.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES DIDÁTICAS:

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3.1 Atividade - 1

QUESTIONAMENTO DE SONDAGEM SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS

Modalidade: Sondagem, pré-teste.

Local: Sala de aula

Duração: Aproximadamente 2 aulas

Objetivo: Verificar os conhecimentos que os alunos do 7º ano do Ensino Fundamental apresentam em relação ao conteúdo animais peçonhentos.

Metodologia: Propomos ao professor a aplicação de um questionário denominado pré-teste, como abordagem pedagógica inicial do tema, onde o (a) professor (a) deverá elaborar um questionário com questões relevantes, para ser aplicado aos educandos. Este será composto por diversas questões sendo elas objetivas e discursivas, que pode ser usado com o objetivo de despertar no aluno o interesse pelo assunto e verificar o conhecimento que os mesmos apresentam sobre o tema.

Sugestão de Pré-teste:

MARQUE UM X APENAS NA ALTERNATIVA QUE CONSIDERAR CORRETA

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1- Você sabe o que significa a palavra peçonhento?

( ) – Sim ( )- Não

2- Você sabe quais animais são considerados peçonhentos?

A- ( ) Rato, gafanhoto, piolho e pernilongo.

B- ( ) Onça, leão, gavião e tigre.

C- ( ) Piranha, jiboia, tubarão e dourado.

D- ( ) Aranhas, escorpiões, cobras e vespas.

3- Você considera os animais peçonhentos importantes para o equilíbrio ecológico?

( ) – Sim ( )- Não ( )- Talvez

4- Por qual desses motivos as cobras peçonhentas costumam a levantar sua cabeça?

A- ( ) Quando por algum motivo se sentem ameaçadas.

B- ( ) Para enxergam mais longe.

C- ( ) Para ouvir melhor os barulhos.

D- ( ) Para caçar passarinho.

5- Qual das serpentes brasileiras citadas abaixo tem o veneno mais tóxico para o ser humano?

A- ( ) Sucuri

B- ( ) Cascavel

C- ( ) Coral verdadeira

D- ( ) Cobra-de-vidro

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6- Qual a medida correta a se tomar quando uma pessoa sofre um acidente ofídico: é picada por uma cobra?

A- ( ) Passar álcool no local da picada.

B- ( ) O paciente deve ser tranquilizado e levado a unidade de saúde mais próxima.

C- ( ) Fazer um torniquete (amarrar o local com um pano).

D- ( ) Perfurar o local até sair sangue, e passar o couro da cobra.

7- Qual das aranhas é a causadora dos acidentes mais graves ao ser humano?

A- ( ) Aranha-Caranguejeira.

B- ( ) Aranha-armadeira.

C- ( ) Aranha-de-jardim.

D- ( ) Aranha-marrom.

8- Você considera importante o estudo das cobras, aranhas e escorpiões?

( ) Sim ( ) Não

9- Como tratar uma pessoa em casos de acidentes com escorpiões?

A- ( ) Fazer compressas mornas e analgésicos.

B- ( ) Não levar a um serviço de saúde.

C- ( ) Deixar a pessoa esperando melhorar em casa.

D- ( ) Deixar o paciente no local do acidente.

10- Qual a forma correta de prevenir acidentes com aranhas?

A- ( ) Passando inseticida na casa.

B ( ) Matando todas as aranhas que avistar.

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C- ( ) Manter o quintal limpo, sacudir as roupas e sapatos antes de usá-los.

D- ( ) Encostar as camas na parede, não cortar grama, espantar as galinhas, sapos e corujas de perto de casa.

11 – Qual das atitudes abaixo a respeito dos animais peçonhentos você considera correta?

A- ( ) Destruir toda a vegetação para que os animais peçonhentos mudem de lugar.

B- ( ) Conhecer os hábitos de vida desses animais, e aprender as formas de prevenção de acidentes.

C- ( ) Matar todas as cobras e aranhas que forem avistadas.

D- ( ) Tentar domesticar esses animais para diminuir o perigo.

12- Você sabe a forma correta de prevenir acidentes, causados por animais peçonhentos? bem como os primeiros socorros em caso de acidente?

( ) Sim ( ) Não

13- Todas as serpentes são peçonhentas?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

14- O que você faria se encontrasse um animal peçonhento?

( ) Mataria ( ) Fugia ( ) Pediria ajuda ( ) Não sei

3.2 Atividade 2

APRESENTAÇÃO DO TEMA ANIMAIS PEÇONHENTO

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Modalidade: Vídeo

Local: Sala de aula

Tempo: Aproximadamente 2 aulas

Objetivo: Motivar e sensibilizar os alunos para o tema a ser explorado, enriquecendo o tema em estudo por meio da visualização.

Justificativa: Os recursos audiovisuais formam, portanto, a combinação simples porém muito valiosa que oferece condições para a aprendizagem. Ver e ouvir são formas básicas para a aquisição do conhecimento, o que se vê e ouve-se tem acentuada influência sobre o nosso comportamento, bem como nas ações futuras. As tecnologias, em especial o vídeo, significam novos modos de aprender e de ensinar em nosso cotidiano, especialmente quando são utilizadas como ferramentas de reflexão e/ou recurso didático-pedagógico.

Metodologia: Abordar o tema animais peçonhentos com o uso de vídeos de curta duração, promovendo a formação de conceitos a partir dos recursos audiovisuais, no final de cada vídeo, propiciar momentos de reflexões e tira dúvidas. Em seguida o professor distribui material em forma de pequenos textos, contendo com os conceitos principais sobre o assunto.

Sugestões de vídeos:

Animais peçonhentos: Traz o conceito, quem são e como costumam agir esses animais. https://www.youtube.com/watch?v=3MZvlsNKv0U https://www.youtube.com/watch?v=lBfFBWC

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Conheça as aranhas mais perigosas para a nossa saúde. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=otAjAIxTh5U Aula sobre o escorpião amarelo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0MGvxqOkvrU

Vídeo sobre morfologia, habitat, principais espécies de interesse médico e medidas de prevenção e primeiros socorros. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YAri10iBklk

3.3 Atividade 3

DOMINÓ DOS PEÇONHENTOS

Modalidade: Jogo educativo

Local: Sala de aula

Tempo: Aproximadamente 4 aulas

Objetivo: Fixar o conteúdo pelo uso da imagem, associando o nome a figura, reconhecendo e diferenciando visualmente uma espécie peçonhenta de outra.

Justificativa: Se jogar dominó já é divertido, imagine então brincar com um jogo, que em vez de números usa figuras de animais que estão em estudo. É esta a proposta do dominó com animais peçonhentos. Que diverte, ensina e promove a socialização entre os alunos. Enquanto você procura escorpiões, aranhas e cobras que se encaixem corretamente com seus pares. Cada qual tem a oportunidade de

40 visualizar como são estes animais, associando o nome a imagem, por meio de suas características visuais fica fácil reconhecê-los.

Metodologia: O jogo será confeccionado em sala de aula com material pré selecionado pela professora. Consta de 28 peças cada uma com duas faces formada cada uma delas por imagens de animais peçonhentos conhecidos e de preferência os que estão em estudo.

O jogo de Dominó é muito famoso no Brasil e jogado por milhares de pessoas. Em vários momentos, enfim jogar Dominó é sempre uma diversão. Então aproveitamos esse gosto popular pelo jogo para aprender brincando. O Dominó não possui uma regra oficial e universal, portanto as regras aqui apresentadas foram criadas e adaptadas a partir das regras mais utilizadas atualmente.

O JOGO

Número de Jogadores: 2 ou 4 jogadores.

Total de Pedras: São 28 pedras possuem imagens em cada uma de suas duas faces que indicam a imagem e o nome de um animal peçonhento. No verso as cartas apresentam dicas e informações sobre animais peçonhentos. Exemplo: Os animais peçonhentos atacam ao se sentirem ameaçados, esses animais participam do equilíbrio ecológico, não mate animais peçonhentos simplesmente por estarem vivos.

Início da partida: São divididas 7 pedras para cada jogador.

Começar: Na primeira partida o jogador que possuir a pedra: Jararaca – jararaca dá início a partida.

Observação: caso a pedra indicada para início do jogo ainda esteja na mesa as opções seguintes são: 2ª opção Jararaca – cascavel, 3ª opção jararaca – coral. A

41 partir da segunda partida o jogador vencedor começa.

Rodada: O jogo roda no sentido horário e cada jogador deve tentar encaixar uma de suas pedras nas extremidades do jogo na mesa, quando o jogador consegue encaixar uma pedra ele passa a vez, caso ele não consiga ele deve comprar do monte, se não houver pedras no monte ele passará a vez

Fim de Jogo: O jogo acaba quando alguém bate (ficar sem pedras na mão) ou quando o jogo fica fechado, ou seja, quando não é mais possível baixar pedras.

Pontuação: Cada pedra é composta de duas figuras, uma em cada ponta sendo que algumas tem a mesma figura em cada ponta, o valor de cada pedra corresponde a soma das duas figuras.

Cada imagem equivale a seguinte pontuação:

Jararaca: 6 pontos Cascavel: 5 pontos Coral: 4 pontos Aranha marrom: 3 pontos Aranha armadeira: 2 pontos Escorpião amarelo: 1 ponto Escorpião marrom: 0 ponto

Contagem:

Por Pontos: Quando um jogador bate, ele recebe pontos equivalentes as pedras nas mãos dos adversários, caso o jogo seja fechado o jogador que possuir menos pontos é o vencedor, e ganha todos os pontos dos jogadores adversários, no caso de empate os jogadores que empataram ganham os pontos dos adversários.

Por Batidas: Apenas uma batida simples ganha o jogo. Se o jogo for fechado o jogador que possuir menos pontos será o vencedor. No caso de empate os

42 jogadores que empataram dividem as fichas.

Jogo adaptado das seguintes fontes: http://netcartas.com.br/domino/regras.jsp Acesso em: 03/11/14 http://www.copel.com/hpcopel/root/nivel2.jsp?endereco=%2Fhpcopel%2Froot%2Fpa gcopel2.nsf%2Fdocs%2F1024589BAF5122B803257AE100445887 Acesso :02/09/14

No site da copel a jogos disponíveis para baixar.

Imagem do jogo de dominó

Fonte:Adriana Spironello, 2015

Atividade sugerida após o jogo de dominó: Caça palavras com animais peçonhentos.

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Sugestão de caça palavras:

A S E N G I A O A C A C A S C A V E L P E D E I Ç O W

C E Q U O I A W E I O P F G E O R I N P O E U R U T U A R A N H A-M A R R O M O U T E D W F O I M P A X E R R J A R A R A C A E T E S C O R P I Ã O - P R E T O P O

A E T G O E Z Y I P O A R M A D E I R A W E R O A C V N E F T I O K J S E R A D P O L J G F D E A Z L R U I A

GE Y I O X D E T E S C O R P I Ã O-M A R R O M E A Z

U D F V I U V A - N E G R A E R F E W P L K J U Y H G E S C O R P I Ã O - A M A R E L O H F E A S E D F R E R J F O P I U J G E C E S A W E R O U J O I R T Y V S L L

E R W S C I S U R U CU C U W A Z D O S E R A D R A A I E R Q A P Ç J U R E D O P M R F A P Y R E I R A T I R

RI N G I ME R A P L K A R A N H A D E G R A M A E R QO

A B O L H A G E R E D S A Z O I U Y T G B K L Ç P J B C

Fonte: Adriana Spironello, 2015

3.4 Atividade 4

INVESTIGANDO OS ANIMAIS PEÇONHENTOS PASSO A PASSO.

Modalidade: Pesquisa

Local: Sala de aula, biblioteca e laboratório de informática

Tempo: Aproximadamente 4 aulas

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Objetivos:

 Despertar o interesse dos alunos do ensino fundamental, para o tema: animais peçonhentos.  Incentivar aos educandos a pesquisa.  Auxiliar o estudante a interpretar e construir conceitos, visando a construção do conhecimento.  Promover a identificação dos animais peçonhentos em geral.

Justificativa: O tema: animais peçonhentos, é considerado de grande interesse, tanto escolar quanto de saúde pública. Ele contempla hábitos de cada espécie, forma de vida, curiosidades, os acidentes causados pelos componentes desta classe e forma de prevenção de acidentes

Metodologia: Para abordagem inicial do conteúdo em sala de aula, o professor pode apresentar algumas das espécies de animais peçonhentos interesse médico, com suas características principais, e morfologia geral, especificar o conteúdo fazendo uso de diversas imagens, como banner e slides montados pelo professor.

No segundo momento: organiza os alunos em grupos de 3 ou 4 alunos e busca-se a construção de bases teóricas e conceituais, a partir da leitura de textos fornecidos pelo professor, livros, revistas e da realização de pesquisas orientadas, na biblioteca e sites na internet. Juntando informações e fazendo um relato que será socializado e debatido em sala.

Elaborar material para compor a atividade de número 7, periódico mural com o propósito de socializar as informações com a comunidade escolar.

Pesquisar sobre:

 Aranhas, escorpiões e serpentes;

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 Índices de acidentes com os animais em estudo ocorridos em nosso Município, juntamente com dados do Paraná e a nível nacional.  As formas de prevenção de acidentes com animais peçonhentos e os primeiros socorros.  Curiosidades.

3.5 ATIVIDADE 5

JOGO CUBOS LÓGICOS NO ENSINO DE ARTROPODES

Modalidade: Jogo didático

Local: Sala de aula

Tempo: Aproximadamente 3 aulas

Objetivos: Reconhecer as principais espécies de aracnídeos de interesse médico, relacionar a imagem a sua descrição, aprender as formas de prevenção de acidentes com esses animais, os seus hábitos e os principais sintomas da picada.

Justificativa: O jogo pode contribuir significativamente para instigar o interesse do aluno pelo conhecimento. Nesse sentido a ludicidade como ato de aprender contribui para a integração entre sujeito-objeto e melhora a socialização, além de valorizar o processo ensino aprendizagem.

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Metodologia: Apresentar uma introdução teórica sobre as características gerais dos artrópodes e a caracterização morfológica, utilizando textos imagens e recursos audiovisuais, exemplificar com as espécies que farão parte do jogo, explicar sobre os seus hábitos, habitat, acidentes que ocasionam e as formas de prevenção desses. Após explanação do tema sugere a confecção e aplicação de um jogo didático denominado Estudo dos artrópodes com cubos lógicos, a fim de contribuir para o processo de ensino aprendizagem.

Elaboração do jogo didático: O jogo de cubos lógicos para o estudo dos artrópodes, é composto por 3 cubos grandes. Sugestão de tamanho 6x6 cm em cada face. Cada um dos 3 cubos é constituído por um conjunto de informações diferentes distribuídas em cada lado do cubo. No cubo 01, dispõem-se as imagens das seguintes espécies de artrópodes Phoneutria sp (aranha armadeira); Loxoxcele SP (aranha marron); Lycosa S (aranha de grama) Theraphosidae (aranha caranguejeira) e Tityus serrulatus e Tityus bahiensis (escorpiões: amarelo e marron). No segundo cubo, são contempladas as características de cada animal e, no terceiro cubo consta os modos de prevenção de acidentes com as espécies citadas.

Para elaboração do jogo, são necessários os seguintes materiais: papel cartão, cola imagens das espécies de animais citadas, para cada grupo de 5 ou 6 alunos, confeccionar um jogo com os três cubos.

Como jogar: Para a realização do jogo, será necessária a organização de grupos de trabalho constituídos por cinco ou seis alunos. Três cubos contendo cada um, suas características (representado pelas figuras 1, 2 e 3) é dado a cada grupo. Separados os grupos, o professor dará a voz de comando para começar as atividades. Cada grupo, com o cubo de imagens (figura 1) dos aracnídeos, jogará para ver qual animal será sorteado. Sendo sorteado, joga-se o cubo das características (figura2). Com a probabilidade de cair uma determinada espécie e sua característica correspondente é pequena, podem ser realizadas várias tentativas, ou seja, na tentativa e erro. Acertando a característica do animal, será a vez de jogar o cubo com a descrição dos sintomas devido a picada de cada espécie (figura 3). Como os sintomas pode ser igual para algumas espécies, não é

47 necessário jogar várias vezes o cubo. Deve ser feita vistoria nos grupos, por parte do professor, para certificar se estão realizando a atividade de forma correta.

Construir tabela para computar acertos e erros do grupo a critério do professor, junto com as possíveis formas de avaliação quanto à apreensão dos conteúdos.

Imagens dos cubos:

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49

Fonte do jogo dos cubos:

O modelo de jogo educativo: Cubos lógicos foi retirado do livro “diálogos com a escola” das autoras: Kiel, Cristiane A. e Crisostimo, Ana L. (2013)

Autores do artigo: Ana Lúcia Crisostimo, Celina Maria Klosovski Likes, Gabriela Ronchi Salomon e Samara Videira Zorzato

Sugestão de sites para pesquisa: http://pt.slideshare.net/deisefire/cit-rs-peonhentos-bombeiros http://pt.slideshare.net/SEGPRIVDOBRASIL/manual-de-primeiros-socorros- 13353854

3.6 ATIVIDADE 6

A COBRA DA VEZ

Modalidade: Jogo de Cartas

Local: Sala de aula

Tempo: Aproximadamente 3 aulas

Objetivos: Reconhecer as principais espécies de serpentes peçonhentas e suas principais características; em um contexto de aprendizagem significativo. Compreender a relação entre as serpentes e o equilíbrio ecológico tem a finalidade de facilitar o estudo das diversas serpentes peçonhentas de uma maneira divertida, que garanta aos alunos: O desenvolvimento de um pensamento estratégico de seleção, reunindo os dados relevantes e descartando aqueles não relacionados.

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Justificativa: Acreditando que a sensibilização do aluno diante das questões ambientais deve ocorrer através de um processo dinâmico, levando em consideração a faixa etária dos alunos e os diversos níveis de aprendizagem. Optou- se por confeccionar o jogo didático, pois os jogos podem atuar como mediadores na aprendizagem e são capazes de motivar e despertar o interesse dos alunos, de modo a contextualizar com a realidade local.

Metodologia: O baralho das serpentes, será confeccionado e utilizado como forma de intervenção didática, juntamente com os alunos, após uma aula ministrada sobre as características das serpentes em jogo.

Sugestão de vídeos e sites para pesquisa:

As dez mais, refere-se as serpentes: https://www.youtube.com/watch?v=KvalGaymSSI

As serpentes do Brasil o vídeo, relaciona as serpentes ao equilíbrio ecológico; https://www.youtube.com/watch?v=jfqHFCWWeeg http://www.cobrasbrasileiras.com.br/soros-fabricacao.html http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22227

O Baralho das serpentes: Possui 16 cartas, divididas em 4 conjuntos de quatro cartas, sendo cada conjunto representado por uma serpente. Sendo elas: Cascavel, jararaca, coral e surucucu.

Em cada conjunto as cartas estão numeradas de 1 a 4, sendo que possuem imagens e contém características específicas da espécie.

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Número de jogadores: O baralho animal deve ser aplicado para grupos de 4 alunos.

Modo de jogar: 1. Embaralhar as cartas.

2. Distribuir para cada jogador quatro cartas. Cada jogador deve manter as cartas na sua mão de forma a ocultá-las dos adversários.

3. Em cada rodada, cada jogador deverá passar uma de suas cartas para o jogador à sua esquerda.

Todos os jogadores deverão passar suas cartas simultaneamente. Dessa forma, a carta recebida só pode ser passada na rodada seguinte.

Quem ganha o jogo?

Ganha o jogo quem conseguir reunir primeiro as quatro cartas referentes a mesma serpente.

Desafio e Enigma do Jogo: O desafio colocado ao jogador é o de conseguir reunir, antes dos demais participantes, o conjunto de 4 cartas relacionadas a um determinado grupo animal de sua própria escolha.

O enigma está no fato dos jogadores não terem conhecimento da escolha da serpente feita pelo adversário.

Cartas do Baralho das serpentes:

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POSSUI GUIZO OU CHOCALHO NA NOME CIENTIFICO: PONTA DA CAUDA. CROTALUS

NOME COMUM: CASCAVEL

2 1

OCUPA O PRIMEIRO LUGAR NO NÚMERO DE MORTES CAUSADAS POR ACIDENTES COM MORDIDAS DE COBRAS. REPRESENTA 11% ATÉ 30% DOS ACIDENTES NO PR. 3 4

4

3

3

NOME CIENTIFICO: POSSUI CALDA LISA E FOSSETA BOTHROPS LOREAL.

NOME COMUM: JARARACA

2 1

53

ALGUMAS ESPÉCIES SÃO MAIS AGRESSIVAS. SÃO RESPONSÁVEIS POR 70% DOS ACIDENTES NO PR. 4 3

4

POSSUI NOME CIENTIFICO: DESENHOS DE ANÉIS NO CORPO. MICRURUS NÃO POSSUI NOME COMUM: FOSSETA LOREAL. CORAL VERDADEIRA

1 2

NÃO SÃO AGRESSIVAS.

SEUS ACIDENTES SÃO RAROS, PORÉM GRAVES.

3 4

4 54

NOME CIENTIFICO: PODE ATINGIR ATÉ LACHESIS 2,5 m. A CALDA TEM ESCAMAS NOME COMUM: ERIÇADAS. SURUCUCU

PICO-DE-JACA

1 2

SÃO ENCONTRADAS EM MATAS DENSAS.

SEUS ACIDENTES SÃO RAROS.

3 4

Fonte do jogo: Adriana Spironello, 2015

3.7 ATIVIDADE 7

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Modalidade: Periódico Mural

Local: Sala de aula, biblioteca, laboratórios e mural do Colégio.

Tempo: Aproximadamente 3 aulas

Áreas de conhecimento envolvidas: Equipe pedagógica, Ciências, Português e artes.

Objetivos: Informar o público-alvo: alunos do sétimo ano e comunidade escolar a respeito do tema animais peçonhentos. Abordando o tema por meio de notícias, infográficos, ilustrações, tira-dúvidas e curiosidades, sendo utilizada uma linguagem clara, concisa e de fácil entendimento.

Expor para a comunidade escolar que vive no campo sobre as formas de prevenção de acidentes causados por animais peçonhentos, os primeiros socorros e a importância da manutenção da biodiversidade.

Justificativa: A comunicação através do periódico mural tem o caráter informativo-educativo, desempenhando um papel fundamental no processo de educação e informação, na medida em que coloca sempre em pauta temáticas relevantes para serem expostas ao seu público. Como é o caso dos animais peçonhentos

A partir do acesso às informações, o público-alvo pode realizar uma reflexão sobre o tema específico, fazendo uma leitura concisa e rápida, porém completa sobre determinado assunto.

Metodologia: O jornal-mural é utilizado como estratégia dinâmica, pois atinge o leitor com informações rápidas. Assim serão afixadas neste, informações coletadas em pesquisas anteriores. Como imagens das espécies, hábitos, índices de

56 acidentes com os animais em estudo ocorridos em nosso Município. As formas de prevenção de acidentes com animais peçonhentos os primeiros socorros, curiosidades entre outros.

Sugestão de vídeo:

Vídeo prevenção de acidentes com animais peçonhentos O vídeo retrata os principais aspectos que caracterizam estas ocorrências, salientando os acidentes com serpentes, aranhas, escorpiões. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=d-AaC3tQ864

3.8 ATIVIDADE 8

UM TUR PELA BIODIVERSIDADE

Modalidade: Visita de estudos orientada

A participação ativa no processo de ensino-aprendizagem requer dos educandos curiosidade e interesse, que podem ser promovidos através de situações desafiadoras. Essa modalidade de atividade é uma visita orientada pelo professor e monitores do zoológico e do museu. Durante a visita são apresentadas as espécies e explanados vários conhecimentos específicos como: habitat, alimentação, reprodução e outros. É importante preparar os alunos antes da visita, informar as normas de conduta, organizar o grupo para evitar dispersão, estabelecer objetivos com clareza, atribuir tarefas como: Relatórios, questionário, e captura de imagens.

Local: Zoológico e museu da biodiversidade de Cascavel PR.

Tempo: Aproximadamente 4 aulas

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Objetivos: A visita ao zoológico proporcionara situações de aprendizagem e maior contato com os animais nativos da fauna brasileira estudados em sala. Obtendo melhor percepção de diversidade, habitat de suas principais características, por meio da observação e do registro de imagens.

 Visualizar e reconhecer as espécies de serpentes presentes no local.

 Visitar o museu da biodiversidade, em anexo ao zoológico, observar as amostras de animais em exposição.

Justificativa: Essa visita tem caráter motivador permite a formação e a informação científica através de formas diferenciadas, lúdicas e interativas, contribuindo com a aprendizagem devido a interação entre a prática e teoria.

Os zoológicos, museus e centros de exposição constituem janelas para a alfabetização científica. Podem ser apontadas como uma eficiente estratégia para agregar um valor conservacionista ao grupo. A Educação Ambiental deve ser um processo contínuo e permanente na construção de conhecimento e a escola é um espaço essencial para o desenvolvimento de práticas ambientais voltadas a preservação do ambiente e da biodiversidade.

Metodologia: Será organizada a viagem, inicialmente tomando todas as providências necessárias, tais como: Alimentação, autorização dos pais, equipe pedagógica e NRE, solicitação de transporte escolar do colégio até o Município de Cascavel- Pr. Além de orientações de como se portar no ambiente, uso de roupas e calçados confortáveis etc.

No local os alunos se dirigirão aos recintos dos animais, a fim de obter o maior número de informações possíveis através da observação dos animais, ambientes, placas notas. Durante a observação serão propiciadas discussões entre o grupo, realizando registros fotográficos, filmagens e anotações.

3.9 ATIVIDADE 9

58

A BIODIVERSISADE EM QUADRINHOS

Modalidade: Produção de história em quadrinhos

Local: Sala de aula e biblioteca

Tempo: Aproximadamente 6 aulas

Disciplinas: Arte, Ciências e Língua Portuguesa.

Objetivos: auxiliar o trabalho em sala de aula de maneira lúdica, para que os educandos desenvolvam maior autonomia. Juntando informações científicas as técnicas de histórias em quadrinhos, no sentido de despertar o gosto pela arte, leitura e escrita. Essas novas técnicas favorecem o processo de desenvolvimento cognitivo do educando, associando os conhecimentos sobre biodiversidade de forma interdisciplinar. Levando-os a uma prática produtiva para a vida cotidiana, promovendo a produção de conhecimento e conceitos consolidados como conhecimento novo.

Justificativa: A história do desenho antecede a história da escrita. Mesmo antes de conhecer o código escrito, o homem já desenhava fatos cotidianos, pois a necessidade de expressão comunicativa acompanha o ser humano desde a pré- história. As histórias em quadrinhos podem ter diversas aplicações como como veículo de comunicação visual e impressa, assim a utilização das histórias em quadrinhos como ferramenta pedagógica constitui um rico material para se trabalhar em sala de aula as questões ambientais.

Sendo assim o ensino da Educação Ambiental, para ser efetivo não tem necessidade de ser algo formal e repleto de conceitos e questionamentos. É necessária uma aproximação ao problema, para que se criem as condições que facilitem o processo de aprendizagem, com a construção do próprio conhecimento e

59 da conscientização ambiental. Esse processo pode ser dinâmico e motivador, para tal as histórias em quadrinhos são uma ótima opção de atividade.

Metodologia: Serão utilizadas as técnicas de histórias em quadrinhos, associando conhecimento científico, aliado as práticas de leitura e escrita, linguagem verbal e não verbal, com um toque de arte, para as produções de histórias individuais, acerca do tema desenvolvido ao longo das atividades do projeto de implementação.

Modelo de história em quadrinhos:

60

61

Fonte: Adriana Spironello, 2015

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3.10 ATIVIDADE 10

QUESTIONAMENTO DE SONDAGEM SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS

Modalidade: Sondagem, pós-teste.

Local: Sala de aula

Duração: Aproximadamente 1 aula

Objetivo: Verificar os conhecimentos que os alunos do 7º ano do Ensino Fundamental adquiriram, com a implementação da Unidade Didática em relação ao tema animais peçonhentos.

Metodologia: Como abordagem pedagógica ao final do tema animais peçonhentos o (a) professor (a) deverá fazer uso do mesmo questionário do pré- teste. Este será composto por diversas questões sendo elas objetivas e discursivas, que pode ser usado com o objetivo de averiguar o grau de conhecimento adquirido pelos alunos, sobre a temática. Assim como a eficácia das atividades propostas nesta unidade

SUGESTÃO DE PÓS-TESTE IDEM ATIVIDADE 1

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com essa produção Didático-Pedagógica espera-se ter contribuído de forma relevante para a assimilação dos conceitos básicos referente aos animais peçonhentos, informando a comunidade escolar, do campo sobre as formas de prevenção de acidentes de acidentes causados por animais peçonhentos, os primeiros socorros em caso de acidentes. Visando a apropriação de conteúdos de forma significativa para a vida.

Espera-se que os professores da área de ciências se apropriem de informações que possam vir a contribuir em suas práticas pedagógicas.

“No Brasil a música, o futebol e a religião são populares, e a Ciência?” (GIL,1998, p. 84).

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