As Epopeias De Homero E Virgílio Em "A Semana" De Machado De Assis (1892 a 1897)
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
IONARA SATIN AS MUSAS CLÁSSICAS AO RÉS-DO-CHÃO: as epopeias de Homero e Virgílio em "A Semana" de Machado de Assis (1892 a 1897) ASSIS 2013 IONARA SATIN AS MUSAS CLÁSSICAS AO RÉS-DO-CHÃO: as epopeias de Homero e Virgílio em "A Semana" de Machado de Assis (1892 a 1897) Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP – Universidade Estadual Paulista para a obtenção do título de Mestre em Letras (Área de conhecimento: Literatura e Vida Social) Orientadora: Profa. Dra. Daniela Mantarro Callipo ASSIS 2013 Catalogação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina. Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) S253m Satin, Ionara. As musas clássicas ao rés-do-chão : as epopeias de Homero e Virgílio em “A Semana” de Machado de Assis (1892 a 1897) / Ionara Satin. - Londrina, 2013. 164f. Orientador: Daniela Mantarro Callipo. Dissertação (Mestrado em Letras) − Universidade Estadual de Londrina, Centro de Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras, 2013. Inclui bibliografia. 1. Assis, Machado de, 1839-1908 - Teses. 2. Crônicas brasileiras - História e crítica - Teses. 3. Intertextualidade - Teses. 4. Literatura comparada - Teses. I. Callipo, Daniela Mantarro. II. Universidade Estadual de Londrina. Centro de Letras e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras. III. Título. CDU 869.0(81)-4.09 Para Maria e Odair, meus pais, minha essência. AGRADECIMENTOS Este trabalho não seria possível sem a presença de Daniela Mantarro Callipo, minha orientadora. Primeiramente, agradeço por ter acreditado na minha pesquisa e me aceitado tão prontamente já na iniciação científica em uma viagem para Itália. Sou grata a sua orientação preciosa e por impedir que desistisse dos caminhos machadianos, ter me ensinado de uma maneira segura a desenvolver essa pesquisa e, sobretudo, não me deixar perder o entusiasmo. Nesses anos de convivência, passei a admirá-la ainda mais, tanto no âmbito profissional quanto pessoal. Agradeço as conversas sempre otimistas, as preocupações, os valiosos conselhos, o sorriso amigo, o carinho e a sensibilidade com que sempre me ouviu e me amparou nessa trajetória. Também gostaria de expressar minha gratidão à professora Patrícia Peterle, responsável por ter me mostrado o caminho da pesquisa de uma maneira inspiradora nos primeiros anos da graduação. Aos professores Álvaro Santos Simões Júnior e Carlos Eduardo Mendes de Moraes pelas importantes observações apontadas no exame de qualificação. À professora Silvia Maria de Azevedo, agradeço as reflexões despertadas na disciplina da pós-graduação a respeito de Machado de Assis e, sobretudo, por mostrar o encanto da teoria no início da graduação. Agradeço também à professora Silvia e à professora Lúcia Granja a valiosa leitura que fizeram do trabalho. Meus agradecimentos a Luis Felipe Mortarotti que, mesmo nesses anos de distância, nunca deixou de estar ao meu lado, com seu incentivo, mostrando-me o bem da tranquilidade e, acima de tudo, seu amor. Agradeço a prontidão de me fazer sorrir quando as preocupações me atormentavam e o seu companheirismo nas lutas e nas conquistas. À Roberta Donega, agradeço a cumplicidade amiga a qualquer momento, por me ouvir tão gentilmente tantas vezes, me receber em sua casa e, sobretudo, por me mostrar o som da poesia, comparando em alta voz as edições da Odisseia. Sou grata por compartilhar comigo momentos da escrita dessa dissertação, a ponto de analisar poemas juntas e me emprestar um pouco da sua Cecília. Obrigada por dividir e tornar mais leve essa minha travessia. À Glaucia Fernandes, agradeço o sorriso, ou melhor, a gargalhada mais gostosa, a simpatia com que sempre me ouviu, pronta para me tirar forças já consideradas inexistentes. À Mariana do Vale, uma das pessoas mais bonitas que já conheci, sou grata por me fazer apaixonar ainda mais pela literatura clássica, contando com um jeito doce suas histórias sobre mitologia e por me presentear com o primeiro livro sobre a Ilíada. À Beatriz Simonaio Birelli, agradeço, primeiramente, por não me deixar desistir e pelo seu incentivo constante. Pela sua companhia nesses anos e por em pouco tempo se tornar tão próxima e querida. À Marcia Rorato, agradeço a amizade, o carinho e, juntamente com seu marido Valdinei Ferreira de Araújo (in memoriam), por ter me acolhido tão familiarmente em sua casa. Serei eternamente grata por tudo que fizeram por mim nesses anos. Obrigada pela agradável companhia e pelo incentivo. Sou grata a todos meus amigos que de uma maneira muito especial souberam entender minha distância nesses últimos anos. Agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) o financiamento de minha pesquisa. E por fim, expresso minha imensa gratidão a minha família, pelo amor, carinho e confiança, essenciais para o resultado desse trabalho. Não se vive só de política. As musas também nutrem a alma nacional. Foi o nosso Gonzaga que escreveu com grande acerto que as pirâmides e os obeliscos arrasam-se, mas que as Ilíadas e as Eneidas ficam. (Machado de Assis, “A Semana”, 07.07.1895) SATIN, Ionara. AS MUSAS CLÁSSICAS AO RÉS-DO-CHÃO: as epopeias de Homero e Virgílio em "A Semana" de Machado de Assis (1892 a 1897). 2013. 164 f. Dissertação (Mestrado em Letras). Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Universidade Estadual Paulista, Assis, 2013. RESUMO A crônica é um texto leve, fluente e sintético, apresenta-se por um modo de ser natural, é feita de uma linguagem que fala de perto, com a “sensibilidade de todo dia”. Se comparada ao romance, à dramaturgia ou à poesia, a crônica não oferece cenários sublimes, carregados de adjetivos e períodos cadentes, fala do “miúdo” e mostra uma grandeza, a beleza de um singular jamais suspeitado. (CANDIDO, 1992). Por se abrigar em um veículo transitório como o jornal, ocupa-se do “espírito do tempo” devido as suas características formais, como também pelo conteúdo, pela relação que nela se instaura entre ficção e história. Machado de Assis é um notável representante desse gênero: em suas crônicas, tece o dia-a-dia da cidade, por meio de uma linguagem intertextual e marcada pela oralidade. Dialoga com outras culturas e literaturas, dentre elas a literatura clássica. Em sua colaboração para a coluna dominical “A Semana” do jornal Gazeta de Notícias este fio clássico é muito recorrente, sobretudo a presença Homero e Virgílio. Nesse sentido, este trabalho visa analisar exclusivamente os intertextos tecidos por Machado de Assis com esses dois autores e as referências explícitas as suas epopeias. Todo esse entrelaçar de fios homéricos e virgilianos e a sua atualização no contexto da época será pensado quanto à formação de um novo tecido-texto: a crônica machadiana. Sendo esse diálogo estabelecido em um texto cujo habitat é o jornal, deve se levar em consideração a relação desses intertextos com os acontecimentos do momento em questão e, obviamente, os leitores da época. Palavras-chave: Crônicas; Epopeias; Intertextualidade; Literatura Comparada; Machado de Assis. SATIN, Ionara. LE MUSE CLASSICHE AL “RÉS-DO-CHÃO”: i poemi epici di Omero e diVirgilio nella “A Semana” di Machado de Assis (1892-1897) 2013. 164 f. Tese di Master. (Master in Lettere). Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Universidade Estadual Paulista, Assis, 2013. RIASSUNTO La cronaca è un testo leggero, fluido e sintetico, si presenta in un modo naturale di essere, è scritta in un linguaggio che parla da vicino, con la “sensibilità di tutti i giorni”. Se comparata al romanzo, alla drammaturgia o alla poesia, la cronaca non offre paesaggi sublimi, carichi di aggettivi e di periodi cadenti, ma parla delle “cose piccole” e mostra una grandezza, la bellezza di qualcosa di una singolarità mai sospettata. (CANDIDO, 1992). Proprio perché si rifugia in un veicolo transitorio come il giornale, si occupa dello “spirito del tempo”, a causa delle sue caratteristiche formali, così come del contenuto, del rapporto che si stabilisce tra finzione e storia. Machado de Assis è un notevole rappresentante di questo genere: nelle sue cronache, racconta il quotidiano della città, attraverso un linguaggio intertestuale e segnato dalla oralità. Dialoga con altre culture e letterature, tra le quali la letteratura classica. Nei suoi scritti per il domenicale “A Semana” del quotidiano Gazeta de Notícias questo stile classico è molto ricorrente, in particolare la presenza di Omero e Virgilio. In questo senso, questo lavoro si propone di analizzare gli intertesti tessuti da Machado de Assis, con questi due autori e i riferimenti espliciti ai loro poemi epici. Tutto questo ‘intreccio di filati’ omerici e virgiliani e il suo aggiornamento nel contesto dell’epoca sarà pensato in relazione alla formazione di un nuovo ‘tessuto- testo’: la cronaca ‘machadiana’. Poiché si tratta di un dialogo stabilito in un testo il cui habitat è il giornale, si deve prendere in considerazione il rapporto di questi intertesti con gli eventi del momento in questione, e, naturalmente, con i lettori dell’epoca. Parole Chiave: Cronache; Poemi epici; Intertestualità; Letteratura Comparata; Machado de Assis. SUMÁRIO Introdução ................................................................................................................................11 Capítulo Primeiro – O CRONISTA MACHADO DE ASSIS E OS POETAS HOMERO E VIRGÍLIO ................................................................................................................................17 1.1 A crônica.............................................................................................................................17