países da Europa Ocidental ainda sem um empreendimento do Inaugurado em 1972, o Autódromo do nasceu género. Corria o ano de 1968 e, como as burocracias não são de da Silva agora e estavam a demorar as decisões, Fernanda Pires do sonho e da visão de Fernanda Pires da Silva ejoi decidiu, ela própria, avançar com as obras sem as necessárias umprojeto ambicioso e revolucionário que acabou autorizações. As obras revelaram-se difíceis e complicadas; o terreno original revelou-se insuficiente e foi preciso anexar, por ficar pela metade. Ainda assim ali se viveram comprando-as aos donos, pequenas parcelas que, em conjunto, de automobilismo momentos inesquecíveis chegaram aos 823 530 metros quadrados. Para tornar as coisas ainda piores, na zona onde a pista iria ser implantada existia uma pedreira de mármore e o terreno era muito duro. Mas a palavra desistir não fazia parte do léxico de Fernanda Pires da Silva. Contratou o brasileiro Ayrton João Cornelsen, ele que tinha já uma ampla experiência de obras no género: foi quem desenhou e construiu os autódromos de Jacarepaguá e Curitiba, no Brasil e de Luanda, este inaugurado pouco antes do Estoril, a 28 de maio de 1972. Além disso, embora sem nunca ter registado as patentes respetivas, é a ele que se devem as caixas de areia das escapatórias e os elevadores panorâmicos nos hotéis - a sua outra dedicação, tendo construído um total doN_Estoril estava num muito mais abrangente. de 33 hotéis, muitos deles em . integrado projeto então dos mais Na sua génese, incluía empreendimentos de índole turística e Joaquim Filipe Nogueira, um pilotos foi habitacional, com luxos e mordomias que, garantem, apenas admirados em Portugal e jornalista especializado, designado do eram possíveis por fazerem parte do sonho de uma mulher promotor projeto. Fernanda Pires da Silva era o seu nome dessa mulher. Emigrada no Brasil, era empresária de sucesso e foi naquele Pista multtftinçftes visionário a idealizadora do do país que, pela primeira vez, viu um autódromo. A sua rara visão Tão como projeto Cornelsen de imediato as para o futuro interrogou-se por que razão não existia uma Autódromo, Ayrton percebeu semelhante zona estrutura semelhante em Portugal, que a viu nascer em 1926 e enormes vantagens de um complexo numa turística. Para o que, nessa altura - finais da década de 60 - era um dos poucos tão potencialmente ele, projeto original Uma cavalariça de automóveis

DOMINGOS Piedade desfila um sonho: criar no uma... 'cavalariça de automóveis': "Não estou a inventar nada: é uma coisa que já existe por esse mundo fora, trata-se de um sítio onde grandes carros, grandes clássicos, como , Porsche 908, possam estar guardados, à disposição dos seus donos quando estes quiserem dar uma volta com eles." E adianta: "Sei que, na região de Lisboa, em e arredores, existem 400 ou 500 automóveis destes, parados em auto-sitos ou em garagens." Assim, uma 'cavalariça de automóveis' no Circuito do Estoril até faria todo o sentido: "Aqui, os carros estariam guardados, seriam cuidados por mecânicos e aprendizes especializados, que teriam assim uma oportunidade única de fazerem um tirocínio naquilo que seria, também, uma escola prática, com estágios quase perfeitos. De uma assentada, criar-se-iam postos de trabalho, pois os carros necessitam de manutenção permanente." As

pista diferente...), da motonáutica e da vela. Um lago artificial, com 800 metros de comprimento por 100 de largura, seria construído. Além disso, Cornelsen projetou ainda um parque de campismo e um heliporto, um hotel e campos de ténis. Um outro hotel, de categoria internacional e quatro estrelas, bem como um centro de diversões anexo e um centro comercial com 88 estabelecimentos de todo o tipo, estavam também previstos.

O presente e o futuro do Autódromo inclui diversos outros projetos de menor dimensão, como No ano de 2000, a Autodril cedeu o controlo do Autódromo hotéis e parques residenciais. Porém, o polo principal seria do Estoril ao Estado português, depois de anos em que a sempre o Autódromo - que deveria incluir serviços como uma sua quota era já maioritária - 51 por cento, contra os 49 por escola de condução, local para teste de carros, pneus e outros cento da Autodril. Hoje, sob tutela do Ministério das Finanças componentes da indústria automóvel e uma escola de formação e inserido no universo da Parpública, faz parte "do setor de pilotos de competição. Com tantas vantagens aparentes, o empresarial do Estado, o que significa a impossibilidade projeto foi imediatamente aprovado e a primeira fase das obras de estarmos no mercado aberto, como os outros circuitos", foi um anel de velocidade. A partir daqui, desenhou-se a pista conforme explica Domingos Piedade, administrador daquela propriamente dita, com duas versões - uma maior que a outra infraestrutura: "Os nossos custos fixos são inferiores aos - bem como as fases seguintes: as instalações (boxes, garagens modernos circuitos, o nosso staffnão cresceu, somos uma privativas, torre de controlo, stands de exposição e venda de empresa pequena, com 17 elementos, apenas dois dos quais acessórios); e as bancadas, formadas por dois grandes corpos fazem parte da administração." Reconhecendo que "é verdade principais, um deles coberto, com 20 mil lugares; e outro, que os nossos preços de aluguer são inferiores", Domingos maior, capaz de levar 50 mil espetadores. Piedade explica que, no lado oposto, "todos os outros serviços são pagos, o que não acontece noutros locais." Por exemplo: Inaugurado em 1972 segurança, comissários, serviços médicos e de socorra, As obras, que começaram em 1971. O complexo desportivo, catering... além da pista para corridas de automóveis, deveria ter locais E remata, com uma convicção que apenas uma mente que próprios para a prática do karting, do motociclismo (seria uma sabe bem aquilo que quer e onde se movimenta, pode assumir: "Os autódromos não são para fazer corridas de automóveis! conferência que juntou mais de 3000 delegados e um corporate Se o fossem, já tínhamos fechado!" E explica melhor: "Como meetingde três dias." No horizonte imediato, já em 2013, promotor, não há qualquer hipótese de fazer uma corrida estão "um congresso com mais de 8500 participantes (não quis de automóveis sem apoios. Talvez somente o Moto GP e a Fl entrar em pormenores...) e um Festival de Carros Históricos". - mas, mesmo aqui, era preciso que o Turismo de Portugal Quanto a isto, não tem dúvidas: "Só temos vantagens!" E avançasse com 30 milhões à cabeça! Sem isso, não funciona - enumera-as, contando pelos dedos das duas mãos: "Aqui à tudo é prejuízo. Não podemos viver de organizar corridas. Dou volta, existem mais de 70 mil camas, hotéis de luxo, casino, um exemplo: para fazermos aqui uma corrida, seja do que for, aeroporto a 20 minutos, aeródromo com voos internacionais temos que entregar o autódromo limpo de toda a publicidade, a 8 minutos. Ótimas estradas, que têm sido preservadas pelas com exceção da institucional. Uma licença para organizar uma câmaras de e de Cascais. É certo que um construtor não corrida nacional custa, junto da FPAK, mais de 5 mil euros e pode fazer uma apresentação apenas num autódromo, mas uma internacional, mais de 10 mil euros. Depois, existem os nós temos a logística e a envolvente necessárias. Até mesmo serviços médicos, ambulâncias, limpeza, segurança... Tudo isso atravessar o Tejo e rumar à Arrábida..." Desvantagens? Menos, custa dinheiro e posso dizer que, para fazer aqui uma prova, muito menos: "Estamos no meio do tráfego e não podemos temos de investir nunca menos de 300 mil euros." fazer barulho." Por isso, Domingos Piedade não hesita, quando assinala Um pavilhão de congressos que "o futuro depende de o autódromo ser ou não privatizado. E a solução é: "Organizar congressos, apresentações, testes. Se fosse, teríamos maiores hipóteses de fazermos o que É disso que um autódromo tem de viver." Este ano, já passaram gostaríamos de fazer. Hoje em dia, o Governo de Portugal pelo Estoril a concentração internacional da Harley Davidson, está mais preocupado com outras coisas sem serem corridas que reuniu mais de 7 mil motos, mas já houve também "uma de automóveis. Istojá era assim antes do FMI vir para cá,

Recordar os heróis mortos

APESAR dos seus 40 anos de vida, foi parar a um fosso, quase no Cascais E o que envolveu os comissários do felizmente forma escassas as tragédias Shopping, com um Renault? Ou, enfim, o posto situado na longa curva que existe na vividas na pista do Circuito do Estoril. de , quando quase levou reta Interior, durante uma prova da Copa Acidentes espetaculares, com maior consigo a passerelle superior, na reta da Renault espanhola, em 1987, e que foi fatal ou menor gravidade, sempre existiram meta? a José Paulo Cadeireiro Ferreira. - desde a Fl aosTurismos e às corridas Mas acidente mortal, numa corrida de Além destes, há ainda que lamentar nacionais. Quem nãos e lembra do automóveis, existiram somente dois: o a morte de Domingos Monteiro, 16 anos 'capotanço' múltiplo de José Zamith, nos que foi fatal a Clemente Ribeiro da Silva, e de Fernando Jorge, ambos em 1982, finais da década de 80, no final da reta da durante a prova a contar para o Europeu em provas do Campeonato Nacional meta, durante uma prova do Trofeu Visa? de Turismo, em 1977, quando, em plena de Motociclismo. E a de Pedro Mathias, Ou de Sidónio Cabanelas, no mesmo local, reta da meta, já depois da prova terminar, durante umas 24 Horas de Karting, em mas antes, quando ainda não existia ati a foi atropelado quando atravessava a pista, 1995 - mas esta foi relacionada com escapatória? Ou de Derek Warwick, que pelo carro vencedor. problemas cardíacos. Ai agora ainda é pior." E aposta: "Há que existir flexibilidade. A pista tem todas as condições para se fazerem testes, mas isso não chega. O nosso futuro passa por termos um museu, uma escola de condução defensiva, outra de condução energética. E um kartódromo, que seria ótimo para as marcas fazerem apresentações, pois não massacra tanto os carros como uma pista grande." Os dados ficam lançados: há que esperar, para ver MARQUES DOS SANTOS

A pista ideal para testes

A PISTA DO ESTORIL continua a ser palco de grandes corridas e sua vez, estavam mesmo junto ao muro de terra. Os acidentes, também um dos locais de eleição para testes o que lhe garante aí, eram sempre violentos e, por vezes, complicados - que o diga uma excelente taxa de ocupação durante o ano Pedro Lamy, protagonista de uma saída de pista durante testes Com curvas para todos os gostos e velocidades, muito com a , em 1995. completa em termos de traçado, desde sempre foi considerada, Mais adiante, a zona da Curva do Tanque, então feita a pelos pilotos, como muito técnica. E, pelas equipas, como ideal fundo (lembram-se do acidente em que Alex Caffi partiu uma para testes - por este motivo, por exemplo, foi eleita, pela perna?) e que dava uma cesso direto e rapidíssimo aos "S", que Bridgestone, como "pista de testes oficiais". Também pelas suas controlavam a entrada na mais carismática curva do Estoril qualidades, é palco, desde 1987, dos testes oficiais de várias - e uma das mais belas e difíceis de todo o Mundo: a Curva equipas do DTM. A sua mais evidente característica é a longa Parabólica, de acesso à reta da meta. reta da meta, com mais de um quilómetro e que, durante muito tempo, foi a maior na Europa e, quando o traçado acolheu o Em nome da segurança Mundial, ers a mais longa da Fl. Hoje, muito do carisma do traçado original já não existe. Foi No seu traçado original, destacavam-se, pelo empenho que desvirtuado pela histeria em prol da segurança, que se viveu depois exigiam aos pilotos e pelas capacidades de equilíbrio e eficácia dos acidentes mortais de Ratzenberger e de Senna. Nessa altura, necessárias nos automóveis, duas ou três zonas emblemáticas. A quase todas as grandes pistas foram profundamente modificadas. primeira, logo no final da longa reta da meta, com uma travagem O Estoril não escapou a essa senha destruidora. fortíssima a exigir cuidados milimétricos, pois seguia-se uma A Curva 1 recuou uns metros e tornou-se mais apertada e, Curva 2 muito rápida, a roçar as barreiras metálicas - que, por portanto, bem mais lenta e desinteressante. A Curva 2 foi afastada da barreira e ficou, também, mais lenta. Mas o pior de tudo foi a introdução de uma Variante, feita em primeira velocidade, deixando de se fazer a Curva do Tanque e passando a chegar-se aos 'SS' muito mais lentamente do que dantes. Felizmente, a Curva Parabólica não foi assassinada e ainda mantém as suas principais características, muito embora tenha sofrido algumas alterações no seu traçado, em especial na saída, que ficou mais aberta e, agora, atira menos os carros para a areia das escapatórias. Que, essas sim e ainda bem, foram melhoradas e aumentadas, em todo o perímetro do traçado. Apesar disto, o circuito do Estoril continua a ser uma das pistas preferidas das equipas. Infelizmente, e como diz, com alguma mágoa, Domingos Piedade, "fica a mais de 1500 quilómetros do CP mais próximo. E a 3000 km de onde tudo se passa, no que diz respeito ao desporto automóvel."** Entre 1984 e 1996 tiveram lugar 13 Grandes Prémios de OAutódromo do Estoril de 13 foi palco provas Portugal de Fl. Cada um, com a sua história, a sua glória e, bastas do Campeonato do Mundo de Fl. Momentos vezes, o seu drama. Vamos tentar recordar, em poucas palavras, cada um deles. desde vitória de Senna inesquecíveis a primeira ao a 1984 - Foi a 16 e última jornada do campeonato e decidia terrível acidente de Patrese, passando pela esperança o título. precisava de ser 2° para ser campeão e conseguiu-o quando fez um pião a 18 voltas do fim. portuguesa com Pedro Lamy Alam Prost venceu, mas perdeu o título por meio ponto. 1985 - Ficou na história por ter sido palco da primeira vitória na Fl de , imperial na tempestade que se abateu sobre a pista nodia da corrida. 1986- Ayrton Senna fez a polé, mas ficou sem gasolina e deixou o a vitória a Nigel Mansell, terminando em 4 lugar. 1987- Prost assinou a sua 28 a vitória na Fl, ultrapassando o recorde de Jackie Stewart. A corrida foi marcada por um acidente múltiplo na largada, provocado por Piquet e Alboreto e que envolveu mais sete carros. Apenas não pôde GP DE PORTUGAL DE Fl regressou alinhar na segunda partida. em 1984, após uma ausência de mais de duas décadas. Palco 1988- Foi uma corrida polémica. Teve três partidas. Numa escolhido: o Autódromo do Estoril, então a única pista permanente delas, Senna apertou Prost contra o muro das boxes e iniciou em Portugal capaz de albergar corridas de Fl. Durantel3 anos, a 'oficialmente' a sua relação de ódio com o francês. Mansell acertou prova realizou-se religiosamente, sempre no final da temporada no McLaren de Senna, quando ambos tentavam passar Jonathan - com exceção da segunda edição, em 1985, que decorreu em Palmer e desistiu, com o brasileiro a atrasar-se. Venceu Prost, mas abril. Depois da morte de Ayrton Senna, as exigências da FIA o herói foi , V com o March equipado com um motor relativamente à segurança das pistas que podiam organizar atmosférico. Grandes Prémios condenou a continuação da corrida portuguesa. 1989- A corrida do célebre toque entre Mansell e Senna, no

A sua última edição, em 1996, coincidiu - ou talvez não... - com o final da reta da meta , numa altura em que o britânico tido já desaparecimento de César Torres, o grande mentor e responsável recebido bandeira preta, por ter feito marcha atrás nas boxes, pela existência, em Portugal, de provas dos dois principais ignorando-a deliberadamente. , alheio a estas campeonatos do Mundo: Fl e Ralis. confusões, aproveitou para vencer, na frente de Prost e de um As memórias do Rali de Portugal não perduram apenas

nas serras de Sintra, Açor' nu Fqfe. Durante décadas, a

prova portuguesa terminou em apoteose com o slalom dn Auiódimno do Estmil, onde. apalavin de ardem em

proporcionar espetáculo a milhares de entusiastas que enchiam as bancadas para assistir a um recital de acele- rações, derrapagem e muita borradw queimada...

complementar de slalom. O conceito não era novo: desde a sua primeira edição, o Rallye TAP contava com a realização de uma prova de slalom no final da competição, nos jardins do , mas quando o primeiro circuito permanente abriu as portas, passou a ser o local escolhido para o acontecimento. 0 slalom decorria após a chegada ao final do rali e não contava para a classificação, havendo no entanto uma pontuação com atribuição de prémios específicos para os mais rápidos. s Naquele ano de 72, o britânico Robert Bean, conduzindo um f^^r e, à partida, um circuito e uma prova Ford Escort MXI, levaria para casa a taça do vencedor e um de estrada terão pouco em comum, a verdade é que o Rali prémio monetário de 5000 Escudos (25 €)! O "TAP" gozava já de Portugal assentou a sua história numa forte ligação ao de elevada popularidade e nessa manhã de domingo, o ainda Autódromo do Estoril. Em outubro de 1972, apenas quatro jovem autódromo registava uma das maiores afluências de meses volvidos sobre a inauguração, o autódromo recebia os público, dando assim o mote para que, até ao final da década de concorrentes do VI Rallye Internacional TAP para a disputa 80, ali fosse cumprida a tradição da festa do slalom do Rali de de uma Prova de Classificação e, três dias depois, para a prova Portugal. COMPETIÇÃO Formato original A SÉRIO Durante os anos em que o Estoril foi o centro nevrálgico do Rali de Portugal, o EM QUATRO OCASIÕES, o Autódromo do Estoril serviu autódromo assumiu um papel preponderante igualmente de palco a Provas de Classificação do Ralí de Portugal. na estrutura da prova. Se inicialmente A primeira aconteceu logo em 1972. No final da segunda etapa, e era apenas o palco da chegada, passou a em 5 séries com cerca de duas dezenas de carros, os concorrentes partir de 1976, a ser igualmente o local percorreram sete voltas ao circuito. Debaixo de uma forte chuvada, Bernard Darniche, em Renault AllO foi o mais de partida e acolhendo durante vários Alpine rápido, deixando o seu companheiro lean Pierre Nicotas a 1 anos, as verificações técnicas aos veículos segundo. participantes. Não é por isso de estranhar que Entre 1987 e 89, a Super Especial do Autódromo do Estoril a construída da Serra de Sintra tenha servido de pista no sopé abriria as hostilidades do rali, constituindo uma espécie de fraca pano de fundo a alguns dos episódios mais marcantes da vida consolação para a ausência da ronda de Sintra, em consequência do rali. A imagem de Markku Alen, cumprimentando Hannu do trágico acidente de 86. Apesar de ser o primeiro troço, onde Mikkola, em 1978, instantes depois de terem protagonizado pouca coisa haveria para contar, a verdade é que as voltas do Estoril histórias interessantes: em um um duelo sem precedentes em Sintra, contrasta com a dos guardam algumas 1987, jovem de Madrid, escolheu Portugal para fazer a estreia no carros oficiais, parados junto às boxes, em 1986, de onde já Mundial, ao volante de um Ford Sierra RS . Ao fazer o não arrancariam, na sequência do acidente de Joaquim Santos tempo de 6m275, o espanhol venceu a sua primeira classificativa, na Lagoa Azul. saindo do Estoril na liderança da prova. Até aos nossos dias, slalom autódromo ficaria Seria contudo através do que o haveria de triunfar em mais 755 troços e o seu nome, Carlos Sainz, ligado ao êxito daquele que já foi considerado o melhor rali está gravado a ouro na história do WRC. No ano seguinte, Marfeku do mundo. Com as demonstrações de perícia das grandes Alen perseguia a sexta vitória entre nós, mas um problema de Lancia Delta durante estrelas dos ralis, a equipa liderada por César Torres pretendia transmissão no Integrale obrigou-o a parar a Especial, sendo rebocado até ao final da classificativa. O dar visibilidade e aumentar o retorno media tico da prova Super finlandês hipotecou no Estoril as suas aspirações, mas continua na portuguesa, promovendo ao mesmo o fascínio da modalidade sua posse o recorde de cinco vitórias no Ralí de Portugal. As junto do público. O slalom tornou-se rapidamente num espetáculo com estatuto próprio, levando famílias inteiras às bancadas do circuito, numa iniciativa sem paralelo nas restantes provas do campeonato do mundo. No entanto, a evolução operada nos ralis na segunda metade dos anos 80, no sentido da uniformização das provas de estrada, deixava cada vez menos espaço para este tipo de iniciativas e no final da década, o Rali de Portugal ficava órfão do seu slalom. Curiosamente, a FIA voltou a refletir sobre a importância destas ações e os road show que acontecem nos dias de hoje, um pouco por todo o mundo, herdaram o princípio básico do velho slalom do autódromo, onde muitos dos que hoje cultivam a paixão pelos ralis, foram contagiados pela mestria de Alen, Biasion, Quim Santos e 'companhia' a queimar borracha na reta do Estoril... As nuno branco Só grandes corridas

O Circuito do Estoril de foi palco grandes competições última volta da última manga, deixou o seu colega Peter Koene de equipa passar, oferecendo-lhe o triunfo e dando assim uma inlernaàonuis que, ficaram gravadas na memória 'dobradinha' à equipa. Só que as suas contas saíram furadas: os dos milhares de adeptos costumavam encher que dois ficaram empatados em número de pontos, mas o campeão bancadas bom foi tinha sido o mais nos treinos o as nos velhos tempos Koene, porque rápido , que funcionou como fator de desempate.

F3OOO

Logo na sua primeira temporada, a F3OOO - que substituiu a F em2 1985 - teve uma prova disputada no Estoril, a 21 de abril de 1985, A prova foi ganha por John Nielsen (), a uma média de 168,640 km/h. A segunda vez que a F3OOO correu no Estoril foi apenas a 25 de setembro de 1994, precisamente o ano a seguir à saída, como vicecampeão, de Pedro Lamy. A prova, que foi a penúltima do calendário, foi ganha por Jean-Christophe Circuito do Estoril foi palco Boullion, que se sagrou campeão nesse ano, depois de vencer as

de centenas de corridas, de diversas categorias e modalidades. três últimas corridas, com dois pontos de vantagem sobre Franck Desde 2 Fórmula monolugares, como a Fl , F ou Renault, Lagorce, que tinha dominado a primeira parte da temporada. aos carros de Turismo, GT ou Sport Protótipos, muitos venceu a 24 de setembro de 1995 e foram também de setembro de 1996 Pedro Couceiro foi 8 0 os campeonatos, mundiais, europeus ou a 21 - ano em que , simplesmente... campeonatos, que visitaram a pista. Algumas com o carro da Madgwiek International. A F3OOO, que então corridas fizeram história; outras, encontram lugar à parte nesta acompanhava a Fl, deixou o circuito do Estoril juntamente com a pequena galeria do Circuito do Estoril. Mas algumas outras têm categoria principal, já não se realizando em 1997. que ficar aqui, reduzidas a um tamanho menos nobre, mas ainda assim presente. GTe Sport Quase tudo o que é corrida de Sport e GT visitou, numa Mundial de Karting (197») qualquer ocasião, a pista do Estoril. Sem desprimor para O Campeonato do Mundo de Karting teve lugar no Estoril, qualquer outra, os nossos destaques vão para as jornadas 1979. Usou-se então um traçado desenhado na zona das boxes, incluídas nos diversos campeonatos de Endurance, cuja primeira passando junto à base da torre de controlo e também parte da edição teve lugar em 1977 e pontuou para o Campeonato do pista principal. Ayrton Senna foi um dos pilotos que participaram Mundo de Sportscar (Grupo 6). Arturo , com um Alfa na jornada e, após dominar, cometeu um erro de cálculo: na RomeoT33 da Autodelta, foi o vencedor. última jornada (tripla...) no Estoril e os vencedores das corridas foram e, na categoria principal, YvanMuller e Matt Neal. foi então coroado campeão de Superturismo. Mais tarde, em 2006, a Taça da Europa disputou-se em jornada única, decorrendo no Estoril, e o vencedor foi Ryan Sharp (SEAT Leon TFSI) na categoria principal, a Super 2000.

World Serie» by Renault/Finais Renault As Finais Renault tiveram o Circuito do Estoril como palco várias vezes. A foi em trazendo mais por primeira 2003 , uma

enchente à pista. A corrida principal foi a Fórmula Renault V Euroseries,6 jornada dupla ganha por José Maria López e Em 2001, as provas de resistência voltaram, agora com uma KosukeMatsuura. prova de 1000 km, integrada na European LeMans Series. O Pelo meio, assinalem-se duas presenças da Fórmula triunfo foi para o Courage C6O/Peugeot da Pescarolo Sport, Nissan. Em 2001, sob o nome Open Telefónica by Nissan, as

partilhado por Jean-Christophe Boullion, Laurent Rédon e Boris corridas foram ganhas por e Andrea Belicchi . Derichebourg. Nos dois anos seguintes, a prova contou para o Em 2004, a jornada chamou-se World Series by Nissan e campeonato FIA de Sportscar - em 2002, venceu o Dallara LMP/ as corridas principais foram ganhas por Olivier Pia e Tiago do Team , conduzido por e Nicolas Monteiro. Minassian; em 2003, Jean-Christophe Boullion voltou a subir Este foi o primeiro e último ano das World Series com ao lugar mais alto do pódio, agora acompanhado por Stéphane material Nissan: a partir de 2005. a competição designou-se Sarrazin, oferecendo o segundo triunfo a , com o World Series by Renault e substituiu as célebres Finais Renault.

Courage C6oEvo/ Peugeot. Nesse ano, Andrea Zuber e Felix Porteiro ganharam as corridas A última vez que as grandes corridas vieram ao Estoril foi de FR 3.5 V e Kamui6 Kobaysahi a prova da FR 2.0 Eurocup. em 2011, numa edição de seis horas, incluída no calendário A série regressou em 2007, ano em que Miguel Molina e da LeMans Series. A equipa de Pescarolo voltou a vencer, mas Milos Pavlovic venceram na FR 3.5 V6. Álvaro Parente, que viria o agora com um Pescarolo 01 Evo/Judd, entregue a Emmanuel a ser o campeão, terminou uma corrida em 6 e a outra em 7°. Collard e Julienjousse. dominou a FR 2.0 Eurocup. Além disso, por várias vezes, nos últimos anos, o Campeonato O ano de 2008 foi o último que as World Series by Renault de Espana de GT visitou a pista do Estoril, originando sempre visitaram a pista do Estoril. Fábio Carbone e Miguel Molina espetaculares corridas, com grelhas interessantes, embora na ganharam na FR 3.5 V6, enquanto na FR 2.0 Eurocup os maioria formadas por equipas ou pilotos portugueses. vencedores foram Daniel Ricciardo e .

Europeu de Turismos (Anos 70) ETtl Taça Opel das Xaçoes Os campeonatos com carros de Turismo foram um dos A Taça das Nações de Fórmula Opel teve lugar uma única vez balões de oxigénio dos primeiros anos do Circuito do Estoril. no Estoril, em 1992. Após duas vitórias consecutivas da equipa Quem não se lembra das lutas que envolveram carros como portuguesa, formada por Pedro Lamy e Diogo Castro Santos, as o BMW 3.0 Coupé CSL, Rover 3500 Vitesse, Ford Sierra expectativas eram enormes para Pedro Couceiro e Manuel Gião, Cosworfh, Ford Capri RS, Volvo 240 Turbo ou Jaguar XJS - que compunham nesse ano a formação nacional. Por isso, o claro que em alturas e corridas diferentes? Quem não se lembra público encheu por completo as bancadas e o 'Peão' do circuito, da Luigi Racing ou da TWR? Ou pilotos como Umberto Grano, algo que não se via desde os tempos do Rali de Portugal. Porém, CarloFacetti, Dieter Quester, , Martino Gião e Couceiro tiveram que se contentar com o segundo lugar, Finotto, ou Helmut Kelleners? atrás da equipa holandesa, composta por e Em 2001, o Campeonato da Europa de Turismo teve a sua Martijn Koene. As marques dos santos O Circuito do Estoril continua a ser um local se estreou, mas sempre integrada no calendário do ITC (International Touring Car), um campeonato realizado fora da privilegiado para testes do DTM, mas o Campeonato Alemanha, com os mesmos carros e equipas do DTM e que não Alemão de Turismo jã visitou o nosso país para passou de uma tentativa (frustrada) de salvar o cada vez mais caro alemão. algumas corridas a sério campeonato O ITC chegou ao Estoril a 6 de maio de 1995 - como quarta e penúltima ronda de um calendário que passou ainda por Mugello, Helsínquia, Donington e Magny-Cours. Bernd Schneider venceu a primeira corrida, na frente dejan Magnussen, ambos com um AMG-MercedesC-Klasse. A seguir, ficaram dois Alfa RomeoV6 Ti, com na frente de Giancarlo Fisichella. Ni Amorim, comum Opel Calibra V6, foi o melhordos dois

portugueses presentes, terminando em 18°, um lugar à frente de Pedro Couceiro (Alfa Romeo 155 V TI)6 . Na segunda corrida, N Magnussen terminou na frente de Schneider, seguindo-se a verdade, existe uma relação de Dario Franchitti e Alexander Grau, também em AMG- amor entre o Circuito do Estoril e o DTM, que vem testar, Mercedes C-Klasse. O primeiro Alfa Romeo foi apenas 5° e sem interrupção, todos os anos à pista portuguesa, desde foi o de Stefano Modena. Amorim foi 15° e Couceiro ficou pelo dezembro de 1986. Porém, somente em 1995 é que a competição caminho.

Escola de talentos NA DÉCADA DE 70 a F era2 a fórmula de acesso à Fl e o Circuito do Estoril foi patco de algumas animadas corridas onde despontaram talentos como René Arnoux, lacques Laffite, Keke RosbergeAlainProst. A Fórmula 2 foi um campeonato importante na década de 70, altura em que era considerado como uma porta de acesso à Fl. Pois foi precisamente nesse tempo dourado que visitou o Circuito do Estoril por quatro vezes: 1973 e 1975. Designadas

I, 11, 111 e IV Grande Prémio do Estoril, a primeira edição teve lugar a 21 de outubro de 1973, a segunda a 9 de março de 1975, a terceira a 8 de agosto de 1976 e a quarta a 2 de outubro de 1977. Em 1973, lean-Pierre Jarier dominou os acontecimentos, depois de ter ganho as duas mangas que compunham o evento, ao volante do March 732 da equipa oficial, lacques Coulon S terminou em 2 , noutro Mach, na frente de , 3 2 com um BT4O da FINA. 'Nicha' Cabral foi 89, com outro dos March oficiais, na frente doseu colega de equipa, Hans-Joachim Stuck. Em 1974 estava prevista uma segunda edição, em data

indefinida, mas os acontecimentos políticos inviabilizaram a

sua realização, tendo sido adiada para o ano seguinte. Assim, a jornada do Estoril do campeonato da Europa de F foi2 a que abriu o calendário e disputou-se sob chuva intensa. foi o

vencedor, com um Martini MKI6/BMW, na frente dos March de Jo Vonlanthen e e do de Ciorgio Francia.

Mário Silva colega de equipa de Prost René Arnoux ganhou a terceira edição, com o Martini MKI9 da Écurie Elf subindo ao lugar mais alto de um pódio composta ainda porlean-PierreJabouille (Elf 2J/Renault) em 2 e e o brasileiro Alex Dias Ribeiro e (March 762/BMW oficial) em 3 . O IV Grande Prémio do Estoril foi palco de uma dobradinha da De IMannini a Albers Martini, através de e de René Arnoux, que bateram A segunda jornada do ITC teve lugar a 20 de maio de 1996, e facilmente o Ralt RTI/BMW de e o Chevron 840 de

Keke voltou a primeira das duas corridas foi dominada pelos Alfa Romeo 155 Rosberg. Portugal a ter um representante, no caso 6 Mário então falhou V TI, com Alessandra Nannini na frente de Giancarlo Fisichella. Silva, mas o jovem piloto a qualificação, com o /Renautt da equipa oficial, onde o primeiro piloto era O pódio ficou completo com o primeiro de quatro Opel Calibra

então um rapaz de 22 anos chamado Alam Prost...

V Klaus 6, pilotado por Ludwig. 2 Depois deste ano, a F nunca mais voltou ao Estoril. Ainda Nannini voltou a vencer na mas na segunda prova, agora existiram provas previstas para as temporadas de 1979 e 1980, frente de e , ambos em Opel. Ao mas foram canceladas. As contrário do sucedido no ano anterior, nenhum piloto português participou nesta jornada, que teve 18 carros na grelha e uma monumental carambola na Curva 2, envolvendo vários carros,

com o maior prejuízo para Gianni Giudici e , ambos em Alfa Romeo 155 V TI.6 Este ano significou o fim do ITC e uma pausa no DTM, que foi reativado somente em 2000. O Campeonato Alemão de Turismo voltou a visitar o nosso país em 2004, numa corrida de tributo a Ayrton Senna, em que foi inaugurada a Praça Ayrton Senna no Circuito do Estoril. A corrida foi vencida por Christjan Albers em Mercedes Classe C, que bateu o sueco Mattias Ekstrom (Audi A 4) após uma fantástica ultrapassagem na reta da meta. As desse ano Kenny Roberts Jr (2° com a ), a Yamaha de Max o o Com saída da Fórmula 1 em 1996, o Mundial Biaggi (4 ) e as de Alex Crivillé (6 ), (13°) e (10°). Igualmente difícil de esquecer foi o vencedor de MotoGPfoi a prova-cartaz do Circuito do Estoril das duas primeiras corridas de 25Occ, o malogrado , entre 2000 e 2012. Ano o após ano, espetando que viria a falecer poucos anos depois num acidente em Suzuka. do motoàclismo atraiu milhares Ascensão e qneda Por Ricardo S. Arai\jo O fenómeno já estava em plena ebulição quando venceu pela primeira vez no Estoril, em 2001, o ano do seu primeiro título na classe-rainha. Durante quatro temporadas nenhum outro piloto venceu a corrida portuguesa, com Rossi a arrastar multidões para as bancadas e a ser o único que conseguia superar os pilotos espanhóis entre a aficción do Estoril. A explicação é simples, pois se o Grande Prémio é disputado no interior das fronteiras portuguesas, é inegável que esta é uma F ronda 'ibérica' do os espécie de Mundial, com adeptos espanhóis a serem sempre a maioria nas bancadas e os próprios pilotos do do _^^L^_^fl ra um sonho antigo dos adeptos país vizinho a deixarem uma marca inigualável no palmares Fonsi Pablo Toni portugueses do motociclismo. O Grande Prémio de Portugal de Estoril. , Nieto, Nieto, Elias, MotoGP só se estreou em território nacional em 2000, depois da Héctor Barberá, Álvaro Bautista, Héctor Faubel, Pol Espargaró, Pedrosa 17 das 39 inusitada venda dos direitos da prova portuguesa aos circuitos Marc Márquez, e Dani venceram espanhóis de Jerez de Ia Frontera ejarama, em 1987 e 1988, corridas 'mundialistas' disputadas em Portugal. boas entre a respetivamente. Com a saída da Fórmula 1 do Estoril no final Entretanto, as relações pessoais administração da de 1996, a histórica pista portuguesa precisava de uma prova do Circuito, liderada por Domingos Piedade, e o presidente Carmelo foram facilitando a dos impactante que justificasse o estatuto internacional construído Dorna, Ezpeleta, renovação do Grande ao longo de várias décadas. Foi assim que os responsáveis contratos para a realização Prémio, sempre com Foi assim nacionais conseguiram atrair o Campeonato do Mundo de o imprescindível apoio do Estado português. que o constituindo Motociclismo de Velocidade, promovido pela empresa espanhola Estoril ganhou uma certa tradição no calendário, o das duas Dorna Sports desde 1992. principal evento para os adeptos portugueses rodas, que A 3 de setembro de 2000, um total de 22 pilotos alinharam na também se habituaram à ideia de ter uma ronda do Mundial de Mundial de grelha da primeira corrida de MotoGP (então sOOcc) realizada Superbikes em Portimão e uma prova do Motocross em Portugal. Na polé position estava a Yamaha Red Buli do em Águeda. Só faltava mesmo um piloto nacional com talento e eventual vencedor, o memorável Garry McCoy, o tal que pilotava capacidade para integrar a 'escada' do MotoGP. Isso aconteceu construída as brutais 500cc a dois tempos em power slide, como se estivesse através de , que depois de uma carreira numa dirt track da Austrália ou dos Estados Unidos. Nessa em Espanha se tornou o primeiro português a competir no rookie da Honda Mundial de 125cc (wildcards à continuando este ano na grelha também estavam umjovem e talentoso parte) , o do Mundo estreante classe de Moto 3. chamado Valentino Rossi (3° no final) , campeão