一期一会 Na Vida, Única Vez
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL 一期一会 NA VIDA, ÚNICA VEZ FABRICANDO FAMÍLIAS E RELACIONALIDADES ENTRE DECASSÉGUIS NO JAPÃO VICTOR HUGO MARTINS KEBBE DA SILVA São Carlos, 2012 2 一期一会 NA VIDA, ÚNICA VEZ FABRICANDO FAMÍLIAS E RELACIONALIDADES ENTRE DECASSÉGUIS NO JAPÃO 3 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL 一期一会 NA VIDA, ÚNICA VEZ FABRICANDO FAMÍLIAS E RELACIONALIDADES ENTRE DECASSÉGUIS NO JAPÃO Victor Hugo Martins Kebbe da Silva Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Antropologia Social. Orientador: Igor José de Reno Machado São Carlos, 2012 Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitária/UFSCar Silva, Victor Hugo Martins Kebbe da. S586vu Na vida, única vez fabricando famílias e relacionalidades entre decasséguis no Japão / Victor Hugo Martins Kebbe da Silva. -- São Carlos : UFSCar, 2013. 298 f. Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2012. 1. Antropologia social. 2. Brasil - Japão - migração dekassegui. 3. Família. 4. Nikkey. 5. Nipo-brasileiros. 6. Transnacionalismo. I. Título. CDD: 306 (20a) 5 AGRADECIMENTOS Esta pesquisa contou com a colaboração e auxílio contínuo de várias pessoas e instituições, tanto no Brasil quanto no Japão. Primeiramente, agradeço ao suporte constante de meus pais Afonso e Soraya, pela motivação sempre presente e mesmo com vários quilômetros de distância, além da paciência sem fim. Aos meus irmãos Pedro e Raissa, avós Eduardo e Elza e meus tios-avós, Izabel, Ivone, Jorge e Victor, por terem apoiado as minhas decisões. Por fim, agradeço aos meus tios Leonardo (pelos constantes toques sobre a vida acadêmica) e Eduardo (por sempre me ajudar em minhas andanças em São Paulo). Agradeço ao financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), cujo suporte no Brasil foi imprescindível para a produção desta tese. Gostaria de agradecer ao meu orientador, Prof.Dr. Igor José de Renó Machado pela constante supervisão e paciência. Agradeço também à UFSCar, aos professores e staff do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, pelo incentivo e por tornarem esta casa o meu porto seguro durante toda a minha trajetória acadêmica. Agradeço aos professores Luiz Henrique Toledo e Piero de Camargo Leirner pelos importantíssimos insights que me ofereceram e ainda oferecem desde tempos da minha graduação. Agradeço também a Profa.Dra. Marina Denise Cardoso pelos incontáveis anos de tutela e supervisão. Agradeço imensamente a Japan Foundation pelo financiamento desta pesquisa no Japão e por ter me aceito em seu programa de Fellowship para Estudos Japoneses. Foi a Japan Foundation e seu staff tanto no Japão quanto no Brasil que me incentivaram para a realização de um estudo desta magnitude, além de me propiciar a realização de um sonho pessoal e profissional de tantos anos. Gostaria de deixar registrada a minha profunda gratidão aos membros da Matriz em Tokyo, da Seção Américas, do JFIC, do Escritório da Fundação Japão em São Paulo, seu Departamento de Estudos Japoneses e sua Biblioteca. Destes, agradeço a Tadashi Ogawa, Mitsuru Suzuki, Tomoaki Shimane, Goki Yamashita, Aya Mori, Kie Kajihara, Yutaka Honma, Erika Satsuki Ishii, Cecília Suzuki, Minori Miyake e Grace Nakata, todos estes imensamente prestativos e que sem sombra de dúvidas ajudaram a solidificar as bases para a minha trajetória dentro dos Estudos Japoneses. Agradeço a minha orientadora no Japão, a Profa.Dra. Lúcia Emiko Yamamoto, sempre paciente, sempre prestativa e sempre presente, por quem felizmente nutri uma grande amizade durante a minha estadia no Japão. Agradeço à Universidade de Shizuoka, a Faculdade de Educação, Hirohisa Takenoshita e Hiroko Kumai pelo suporte e motivação. Agradeço também a Universidade Nanzan de Nagoya, seu Instituto de Antropologia e o Prof. Akira Goto pelo acolhimento e prestatividade. Agradeço ao Prof. Benjamin Dorman e sua esposa Tomoko Dorman, pessoas que desde antes da minha ida ao Japão acompanham os meus esforços na área. Agradeço a todos os meus amigos no Brasil e no Japão, sendo praticamente impossível nomear a todos individualmente neste texto. Deles, devo minha gratidão ao Aron Palo, Giovana Palo, Daniel Gobato Rohm, Aline Rohm, Diego de Freitas Rodrigues, Natália Toma, Francine Uesugi, Daba Hayashi, Alessandra Mayumi Hirashima, Luciana Tonaki, Renato Nishimura, Sandra Massae Kaibara, Osvaldo Kado, Eduardo Massao Wakizaka, Yashiro Yamamoto, Juliana Kiyomura, Célia Sakurai, Célia Oi, Michiko Okano, Jo Takahashi, Elisa Massae Sasaki, Lili Kawamura, Oswaldo Truzzi, Eliza Atsuko Tashiro Perez, Mariana Okuyama Stephenson, Bryan Stephenson, Rogério Dezem, Paula Akiti Dezem, Emílio Tamura, Miho Miike, Hideiti Omori, Igor Massami, Maka Kido, Eric Nagasawa, Karen Yokoyama, Mika Fukushima, Rubi Sakata, Celso Saito, Grasiela Saito, Rosa Chiba, Kaori Hakamata, Yumiko Yamazaki, Saori Shoji, Dulce Sugawara, Taiguara Sugawara, Mariana Kayoko Kanashiro, Yasue Sasaki, Eri Kaneko, Peter Johnsen, Naomi Makuda, Maria Lucina Akimoto, Tatiana Kieko Ishii, Nádia Fujiko Luna Kubota, Gil Vicente Lourenção, Rita 6 Takara, Farah Tullio, Paulo Sprovieri, Cristiano Bergo, Marcus Vinícius Pilleggi, Bruno Sichieri, Alexandre Colli Souza, Cláudia Winterstein, Antônio Guerreiro Júnior, Marina Pereira Novo, Cristina Rodrigues da Silva e Tatiana Massaro. Agradeço por fim aos meus amigos na Associação Cultural e Esportiva Nipo- Brasileira de São Carlos, a Associação Brasileira de Cultura Japonesa, às mestres do Centro Chado Urasenke do Brasil, Grupo Tomonokai e Associação São Carlos de Kendo. Peço desculpas a todos os demais que por ventura ficaram de fora desta longa lista. A todos vocês, muito obrigado. São Carlos, 3 de outubro de 2012 7 haru ya koshi toshi ya yukiken kotsugomori Chega a primavera Ainda que do ano seja O penúltimo dia. Bashô (1644-1694) 8 RESUMO O “Fenômeno Decasségui” é um fluxo migratório que causa dentro da “comunidade nipo- brasileira” a fragmentação de várias famílias com descendentes de segunda e terceira geração migrando para o Japão, muitas vezes deixando pais, filhos e/ou esposas no Brasil. Nesse sentido, o surgimento do Fenômeno Decasségui obrigou – e ainda obriga – estas pessoas a reordenarem suas próprias relações familiares que agora estão distendidas entre dois países, obrigadas a contornar a distância e alterar a própria rotina dentro de casa, trazendo evidentemente uma série de questões para pensarmos nas Teorias de Parentesco. Caracterizada na Teoria Antropológica contemporânea como uma “família transnacional” justamente por ser constituída por membros que vivem separados em mais de um país, as famílias de decasséguis convivem dentro de um paradoxo e ainda são pouco estudadas na Antropologia: dada uma série de razões, econômicas, culturais, políticas, etc, para a família se manter unida é necessária a separação dos membros familiares e o envio destes para outro país. Esta pesquisa propõe o estudo das famílias decasséguis vivendo na cidade de Hamamatsu, Shizuoka, conhecida por abrigar o maior contingente de brasileiros vivendo no Japão. O principal objetivo desta tese é compreender como estes nipo-brasileiros constroem suas relações não apenas entre si como também com os familiares que ficaram no Brasil, visando o melhor entendimento das dinâmicas internas deste fluxo migratório que tem mais de 20 anos. Palavras-chave: Decasségui, Família Transnacional, Nikkei, Nipo-Brasileiros, Japão 9 ABSTRACT The “Dekasegi Phenomenon” reveals a migratory flow that has caused suffering in the “Japanese Brazilian community” by fragmenting several families, with second and third generation descendants migrating to Japan, leaving behind parents, children and/or wives in Brazil. In this context we face several changes of previous roles and functions of each family member at home, forcing these people to overcome the distance and change their routines at home, rising questions to ponder in Social Anthropology, especially in its Kinship Theories. Characterized in contemporary Anthropological Theory as “transnational families” precisely for being constituted of members living apart in more than one country, dekasegi families live with a paradox and are still little studied in Anthropology: a series of economic, cultural, political, and other reasons makes it necessary for family members to be separated and sent to another country in order to keep the family united. This research proposes a study of dekasegi families living in Hamamatsu city, Shizuoka, known for being home to one of the largest contingents of Brazilians living in Japan. The main objective of this thesis is to shed light on how these Japanese Brazilians build their relationships not only with one another but also with family members left behind in Brazil aiming a better understanding of the internal dynamics of this migratory flow that has lasted for more than 20 years. Keywords: Dekasegi, Transnational Family, Nikkei, Japanese Brazilian, Japan 10 Sumário 1. Introdução .............................................................................................................................13 1.1 Universo Nipo-Alguma-Coisa..............................................................................................13 1.2 Decasséguis em questão.......................................................................................................23