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POR QUE TRABALHAR COM CASTRO ALVES? POR QUE TRABALHAR COM POESIA E COM POETAS? Para uma, no entanto, guardou ele suas melhores • considerado um gênio palavras, as mais doces, as mais ternas, as mais belas. • homem que ama e é amado Essa noiva tem um nome lindo, negra: Liberdade. • alguém que luta pela liberdade “Quero é escrever sobre Castro Alves com amor, rada à de seus antecessores. A figura feminina, antes “Pretendo que a poesia tenha a virtude de, em O poeta José Paulo Paes evidencia a diferença Vê no céu, ele brilha, é a mais poderosa das estre- • poeta de seu tempo como um homem do povo, escrever com esse amor abstrata e idealizada, passa a ser concreta, real — na meio ao sofrimento e ao desamparo, acender uma entre ensinar prosa, narrativa mais direta, que moti- las. Mas o encontrarás também nas ruas de qualquer • poeta de valores humanitários que dá a verdadeira compreensão, que nos faz sen- maioria das vezes, inspirada em Eugênia Câmara, a luz qualquer, uma luz que não nos é dada, que não va a identificação dos alunos através das ações de cidade, no quarto de qualquer casa. Seja onde for que tir muito mais o que há de humano e de grande e grande paixão do poeta. Castro Alves era um perso- desce dos céus, mas que nasce das mãos e do espíri- seus personagens, e poesia, matéria mais apurada, haja jovens, corações pulsando pela humanidade, em A partir dessas características, elencadas no tex- de gênio num poeta, que todos os tratados de teo- nagem fascinante. Por onde quer que passasse, sua to dos homens.” pois a “poesia tende a chamar a atenção do leitor qualquer desses corações encontrarás Castro Alves.” to e identificadas pelos alunos, é que faremos a lei- ria poética, e que todos os arquivos, por mais volu- belíssima figura, o dom para a oratória, as idéias, para as surpresas que podem estar escondidas na lín- tura investigativa do livro: mosos, por mais bem fichados. Que, ao lado dos avançadas para a época, arrebanhavam imediata- gua que ele fala todos os dias sem se dar conta”. Puxa! Depois de um convite desse... só nos resta • Será que tudo que relata é ver- meticulosos historiadores, se danem os críticos e mente uma legião de admiradoras, que o adulavam, “O poeta é um fingidor. Esse ir e vir que a poesia exige promove uma am- ir buscar, no livro, as justificativas de tão comovente dade? CASTRO ALVES analistas. Castro Alves era feito doutro barro.” o admiravam e a cujos sentimentos, vez ou outra, ele Finge tão completamente pliação do ato de ler, desencadeia novas posturas e elogiosa descrição! • Será que realmente Castro Alves tocava fundo Jorge Amado correspondia com maior ou menor intensidade (exce- Que chega a fingir que é dor diante dos textos. Ao leitor não cabe mais aguardar De Myriam Fraga Partindo desse trecho, sugerimos que os alunos no coração das pessoas que o ouviam? ção sempre feita à atriz Eugênia Câmara). A dor que deveras sente” passivamente os acontecimentos; ao contrário, ele é identifiquem as principais características do poeta, • Será que um jovem pode mudar os anseios, os Temas como liberdade, amor, desilusão, enga- Fernando Pessoa chamado a descobrir os caminhos, a construir e re- relatadas por Jorge Amado: rumos, os pensamentos de uma época? jamento político e outros afins tocam de perto nos- Só por esses diferenciais, Castro Alves já ocupa- construir o poema a cada verso e crescer com ele! • homem valente so coração. Acrescente-se a isso uma personalidade ria lugar de destaque em nossas letras, mas dessas Caro colega professor A linguagem poética é gestada e construída de SUPLEMENTO DIDÁTICO • estrela que brilha no firmamento Só lendo para saber... forte, que rompeu vários tabus de sua época, uma posturas inovadoras surgem também novas formas modo muito intenso, muito condensado, é carre- • homem belo, justo, compromissado Vamos lá? figura que, além de bonita, era carismática e de trabalhar o texto poético, novos “tons”, novos Nos dias de hoje, parece-nos que cada vez mais gada de significação. É preciso ler e reler os poe- marcante. Um jovem idealista que amou e foi ama- apelos lingüísticos. Vejamos, então, outras caracte- os jovens afastam-se da poesia. Quais seriam as ra- mas, muitas vezes. É preciso conviver com os seus do por várias mulheres. Uma voz que contagiava as rísticas do autor e de sua obra. zões? Há inúmeras, com certeza, mas arriscaremos ritmos, suas pulsações. Conviver com as suas conste- massas e lotava as praças. Um poeta que prometia • A linguagem apelativa: Castro Alves era um ho- algumas: lações de imagens. Com as suas redes de significa- APROXIMAÇÃO DA OBRA ser um dos maiores nomes de nossa literatura, caso mem do seu tempo, e a poesia então cultivada era a • mesmo sem conhecer o texto poético, acabam ção. Como diria o mestre Drummond: “Convive com sua vida não fosse tão tragicamente interrompida. poesia oratória, aquela destinada a comover, incitar, por rotulá-lo como “careta”, coisa ultrapassada; teus poemas, antes de escrevê-los. Tem paciência, Sempre que entramos em contato com um livro • O que transmite a postura do poeta, represen- Elaborado por Temos aí algumas entre muitas outras razões para impressionar. Ele soube, como ninguém, manter sua • ao depararem com as características de tal tex- se obscuros. Calma, se te provocam”. pela primeira vez, devemos folheá-lo à vontade... tada nessa estátua? conhecer mais de perto esse notável jovem poe- platéia atenta, em permanente estado de alerta para to, estranham desde a forma até o conteúdo; É preciso ler de modo atento, conhecendo e re- Como é a capa? Quantas páginas? Há ilustra- • Quais dados já conhecidos, a partir do texto de ta, conhecido mundialmente como o “Poeta dos o que estava declamando. Seu mérito, pois, está em • durante a escolaridade entram mais em conta- Jô Fortarel (Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo, conhecendo as dimensões do poema: a dimensão ções? É dividido por capítulos? Essa primeira apro- Jorge Amado, podem ser verificados por essa ima- Escravos”. ter sabido utilizar magistralmente os recursos estís- to com textos em prosa do que com textos poéticos; professora de Literatura em escolas particulares e em cursinhos pré- da sonoridade, a das imagens, a dos significados. ximação física serve para quebrar o gelo, para que gem? Há dois aspectos relevantes, porque inovadores ticos da língua para cativar o leitor/ouvinte. • a prosa, menos hermética do que a poesia, é vestibulares). A linguagem poética não é linear, unívoca, de o aluno se aproprie mais do material, enfim, é o Solicite-lhes que registrem essas informações. e ousados, que devem ser ressaltados quando se • As figuras de linguagem: o poeta/declamador mais fácil de ser compreendida; a poesia, em con- apenas um significado. Ela tem muitas vozes, mui- início de um rico relacionamento... Em seguida, seria interessante que um dos alunos estuda Castro Alves: usou e abusou de antíteses, paradoxos, hipérboles, trapartida, exige de seu leitor um certo esforço tos sentidos. Essa plurivocidade é parte de sua ri- Após esse primeiro momento de exploração, fizesse a leitura do texto introdutório (página 2). O • É o primeiro poeta a apresentar temática so- prosopopéias, paralelismos, apóstrofes, exclama- para ser decifrada, um mergulhar nas ondas me- “Oh! Bendito o que semeia queza expressiva. Este é o desafio: “Trouxeste a peça a eles que observem atentamente a foto da objetivo é levá-los a perceber que seus registros não cial em suas produções. ções e amplificações, no intento de ser o porta-voz tafóricas. Livros... livros à mão cheia... chave?”. página 3: se distanciam muito do relato da autora. E manda o povo pensar! O Romantismo retrata o Brasil de maneira idea- de seu povo. A partir dessas hipóteses, talvez se imponha O leitor de poesia deve desenvolver sensibilida- lizada: nosso índio é herói, nossas terras têm pal- O livro caindo n’alma • A sonoridade das palavras: o poeta/declamador uma nova questão: por que o próprio professor de de para leitura dos símbolos, das novas relações meiras e sabiás etc. Castro Alves, principal repre- para atingir seu leitor/ouvinte torna-se um “compo- Língua Portuguesa acaba dando mais ênfase ao es- É germe — que faz a palma, sugeridas pelas palavras. A cada leitura, o poema sentante da 3a geração romântica, diferencia-se de sitor musical”, utilizando sem parcimônia recursos tudo da prosa em detrimento da poesia? se revela novo. O MOMENTO DA LEITURA DO LIVRO É chuva — que faz o mar. seus antecessores por apresentar uma visão mais que sugerem musicalidade, como a aliteração e a [...] ampla de seu papel como poeta: não se restringe assonância. Trabalhe primeiramente com os dados biográfi- Os grupos devem ler atentamente o texto, reco- Bravo! A quem salva o futuro à explosão de sentimentos líricos egocêntricos, o • A visualidade poética: há em sua poesia uma O MOMENTO DA SENSIBILIZAÇÃO: O PRIMEIRO CONTATO COM O LIVRO cos e, posteriormente, com os excertos poéticos ci- nhecer os dados mais importantes, tanto na vida Fecundando a multidão!... chamado culto do “eu”, mas lança-se a novos te- preocupação em fazer com que o leitor/ouvinte tam- tados no livro. pessoal como na vida profissional de Castro Alves, e Num poema amortalhada mas bem mais abrangentes, como os ideais repu- bém consiga “ver” os cenários descritos. Dessa forma, Outro baiano notável, o grande Jorge Amado ta-te aqui, dá-me a tua mão, vou te contar a histó- expor em sala, para que os amigos se apropriem do Nunca morre uma nação.” blicanos, o abolicionismo, a luta de classes, a igual- a natureza é presença marcante em sua obra, em seu (também presente na Coleção Mestres da Literatu- ria de um homem valente. Vês aquela estrela lá lon- 1a etapa do trabalho: dados biográficos conteúdo. Eles podem, inclusive, indicar quais da- dade de direitos, enfim, as questões sociais de seu ra), escreveu um livro com o claro intuito de apre- ge, mais além do navio fundeado, mais além do for- Castro Alves aspecto exuberante, majestoso, representando a li- dos os colegas devem grifar no texto, chamar a tempo. Daí ser classificado como poeta social, berdade e a grandeza, metaforizadas também no as- sentar seu conterrâneo às novas gerações. Em um te velho, da sombra das ilhas? Deve ser ele ilumi- Após essa sensibilização, acreditamos que os alu- atenção para as curiosidades etc. libertário, condoreiro, de onde deriva a denomi- pecto social: as montanhas muito altas, o condor (ave- trecho de sua obra ABC de Castro Alves, ele convi- nando o céu da . [...] nos se encontrem bastante motivados para a leitu- “O poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, nação de Poeta dos Escravos. símbolo), o céu, os mares e oceanos, as grandes flo- da o leitor a adentrar na vida do poeta. Nossa su- Há momentos no mundo em que todas as forças ra, uma vez que puderam perceber o quanto, só por 2a etapa do trabalho: excertos poéticos e a sua obra como um fim e não como um meio; como uma arma de • É o primeiro a apresentar uma visão erótica da restas, rios e cascatas. gestão é que você, professor, pegue “carona” nes- de uma nação se conjugam e, como uma nota mais meio do “convite” de Jorge Amado e do texto combate.” mulher em nossa poesia. se convite e transmita-o aos seus alunos: alta que todas, aparece, tranqüilo e terrível, demo- introdutório, eles se aproximaram da vida do poeta. Continuando a trabalhar com os grupos, distri- Jean-Paul Sartre Diferentemente das figuras idealizadas que só fa- Longe de esgotarmos aqui as principais caracterís- niacamente belo, justo e verdadeiro, um gênio. Nas- Sugerimos que a biografia seja ativamente traba- bua os excertos da obra do poeta citados no livro, ziam sofrer seus admiradores, o poeta nos apresenta ticas do autor, acreditamos que essa pequena relação “Senta-te aqui ao meu lado, amiga, e eu te con- ce dos desejos do povo, das necessidades do povo. lhada pelos próprios alunos. Você poderá dividir a cabendo a cada grupo analisar os textos em sala de uma mulher de carne e osso, sensual, com uma certa fornece elementos suficientes para um trabalho inte- tarei uma história. Faz tempo que não te conto uma Nunca morre, imortal, como o povo. sala em grupos para que cada um fique responsável aula, relacionando-os às fases do trabalho do poe- carga de erotismo. Ou seja, sua poesia lírica, tanto ressante e desafiador sobre a vida e a obra desse que história na beira deste cais. A noite está cheia de Este, cuja história vou te contar, foi amado e por uma fase da vida do autor, desde a infância até a ta. Tais poemas devem ser lidos em casa, para que quanto a social, representa uma evolução se compa- foi o nosso maior poeta social do século XIX. estrelas, são homens valentes que morreram. Sen- amou muitas mulheres. [...] morte prematura. Tal divisão fica a seu critério. essa primeira observação possibilite uma análise 2 3 4 POR QUE TRABALHAR COM CASTRO ALVES? POR QUE TRABALHAR COM POESIA E COM POETAS? Para uma, no entanto, guardou ele suas melhores • considerado um gênio palavras, as mais doces, as mais ternas, as mais belas. • homem que ama e é amado Essa noiva tem um nome lindo, negra: Liberdade. • alguém que luta pela liberdade “Quero é escrever sobre Castro Alves com amor, rada à de seus antecessores. A figura feminina, antes “Pretendo que a poesia tenha a virtude de, em O poeta José Paulo Paes evidencia a diferença Vê no céu, ele brilha, é a mais poderosa das estre- • poeta de seu tempo como um homem do povo, escrever com esse amor abstrata e idealizada, passa a ser concreta, real — na meio ao sofrimento e ao desamparo, acender uma entre ensinar prosa, narrativa mais direta, que moti- las. Mas o encontrarás também nas ruas de qualquer • poeta de valores humanitários que dá a verdadeira compreensão, que nos faz sen- maioria das vezes, inspirada em Eugênia Câmara, a luz qualquer, uma luz que não nos é dada, que não va a identificação dos alunos através das ações de cidade, no quarto de qualquer casa. Seja onde for que tir muito mais o que há de humano e de grande e grande paixão do poeta. Castro Alves era um perso- desce dos céus, mas que nasce das mãos e do espíri- seus personagens, e poesia, matéria mais apurada, haja jovens, corações pulsando pela humanidade, em A partir dessas características, elencadas no tex- de gênio num poeta, que todos os tratados de teo- nagem fascinante. Por onde quer que passasse, sua to dos homens.” pois a “poesia tende a chamar a atenção do leitor qualquer desses corações encontrarás Castro Alves.” to e identificadas pelos alunos, é que faremos a lei- ria poética, e que todos os arquivos, por mais volu- belíssima figura, o dom para a oratória, as idéias, para as surpresas que podem estar escondidas na lín- Ferreira Gullar tura investigativa do livro: mosos, por mais bem fichados. Que, ao lado dos avançadas para a época, arrebanhavam imediata- gua que ele fala todos os dias sem se dar conta”. Puxa! Depois de um convite desse... só nos resta • Será que tudo que Jorge Amado relata é ver- meticulosos historiadores, se danem os críticos e mente uma legião de admiradoras, que o adulavam, “O poeta é um fingidor. Esse ir e vir que a poesia exige promove uma am- ir buscar, no livro, as justificativas de tão comovente dade? CASTRO ALVES analistas. Castro Alves era feito doutro barro.” o admiravam e a cujos sentimentos, vez ou outra, ele Finge tão completamente pliação do ato de ler, desencadeia novas posturas e elogiosa descrição! • Será que realmente Castro Alves tocava fundo Jorge Amado correspondia com maior ou menor intensidade (exce- Que chega a fingir que é dor diante dos textos. Ao leitor não cabe mais aguardar De Myriam Fraga Partindo desse trecho, sugerimos que os alunos no coração das pessoas que o ouviam? ção sempre feita à atriz Eugênia Câmara). A dor que deveras sente” passivamente os acontecimentos; ao contrário, ele é identifiquem as principais características do poeta, • Será que um jovem pode mudar os anseios, os Temas como liberdade, amor, desilusão, enga- Fernando Pessoa chamado a descobrir os caminhos, a construir e re- relatadas por Jorge Amado: rumos, os pensamentos de uma época? jamento político e outros afins tocam de perto nos- Só por esses diferenciais, Castro Alves já ocupa- construir o poema a cada verso e crescer com ele! • homem valente so coração. Acrescente-se a isso uma personalidade ria lugar de destaque em nossas letras, mas dessas Caro colega professor A linguagem poética é gestada e construída de SUPLEMENTO DIDÁTICO • estrela que brilha no firmamento Só lendo para saber... forte, que rompeu vários tabus de sua época, uma posturas inovadoras surgem também novas formas modo muito intenso, muito condensado, é carre- • homem belo, justo, compromissado Vamos lá? figura que, além de bonita, era carismática e de trabalhar o texto poético, novos “tons”, novos Nos dias de hoje, parece-nos que cada vez mais gada de significação. É preciso ler e reler os poe- marcante. Um jovem idealista que amou e foi ama- apelos lingüísticos. Vejamos, então, outras caracte- os jovens afastam-se da poesia. Quais seriam as ra- mas, muitas vezes. É preciso conviver com os seus do por várias mulheres. Uma voz que contagiava as rísticas do autor e de sua obra. zões? Há inúmeras, com certeza, mas arriscaremos ritmos, suas pulsações. Conviver com as suas conste- massas e lotava as praças. Um poeta que prometia • A linguagem apelativa: Castro Alves era um ho- algumas: lações de imagens. Com as suas redes de significa- APROXIMAÇÃO DA OBRA ser um dos maiores nomes de nossa literatura, caso mem do seu tempo, e a poesia então cultivada era a • mesmo sem conhecer o texto poético, acabam ção. Como diria o mestre Drummond: “Convive com sua vida não fosse tão tragicamente interrompida. poesia oratória, aquela destinada a comover, incitar, por rotulá-lo como “careta”, coisa ultrapassada; teus poemas, antes de escrevê-los. Tem paciência, Sempre que entramos em contato com um livro • O que transmite a postura do poeta, represen- Elaborado por Temos aí algumas entre muitas outras razões para impressionar. Ele soube, como ninguém, manter sua • ao depararem com as características de tal tex- se obscuros. Calma, se te provocam”. pela primeira vez, devemos folheá-lo à vontade... tada nessa estátua? conhecer mais de perto esse notável jovem poe- platéia atenta, em permanente estado de alerta para to, estranham desde a forma até o conteúdo; É preciso ler de modo atento, conhecendo e re- Como é a capa? Quantas páginas? Há ilustra- • Quais dados já conhecidos, a partir do texto de ta, conhecido mundialmente como o “Poeta dos o que estava declamando. Seu mérito, pois, está em • durante a escolaridade entram mais em conta- Jô Fortarel (Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo, conhecendo as dimensões do poema: a dimensão ções? É dividido por capítulos? Essa primeira apro- Jorge Amado, podem ser verificados por essa ima- Escravos”. ter sabido utilizar magistralmente os recursos estís- to com textos em prosa do que com textos poéticos; professora de Literatura em escolas particulares e em cursinhos pré- da sonoridade, a das imagens, a dos significados. ximação física serve para quebrar o gelo, para que gem? Há dois aspectos relevantes, porque inovadores ticos da língua para cativar o leitor/ouvinte. • a prosa, menos hermética do que a poesia, é vestibulares). A linguagem poética não é linear, unívoca, de o aluno se aproprie mais do material, enfim, é o Solicite-lhes que registrem essas informações. e ousados, que devem ser ressaltados quando se • As figuras de linguagem: o poeta/declamador mais fácil de ser compreendida; a poesia, em con- apenas um significado. Ela tem muitas vozes, mui- início de um rico relacionamento... Em seguida, seria interessante que um dos alunos estuda Castro Alves: usou e abusou de antíteses, paradoxos, hipérboles, trapartida, exige de seu leitor um certo esforço tos sentidos. Essa plurivocidade é parte de sua ri- Após esse primeiro momento de exploração, fizesse a leitura do texto introdutório (página 2). O • É o primeiro poeta a apresentar temática so- prosopopéias, paralelismos, apóstrofes, exclama- para ser decifrada, um mergulhar nas ondas me- “Oh! Bendito o que semeia queza expressiva. Este é o desafio: “Trouxeste a peça a eles que observem atentamente a foto da objetivo é levá-los a perceber que seus registros não cial em suas produções. ções e amplificações, no intento de ser o porta-voz tafóricas. Livros... livros à mão cheia... chave?”. página 3: se distanciam muito do relato da autora. E manda o povo pensar! O Romantismo retrata o Brasil de maneira idea- de seu povo. A partir dessas hipóteses, talvez se imponha O leitor de poesia deve desenvolver sensibilida- lizada: nosso índio é herói, nossas terras têm pal- O livro caindo n’alma • A sonoridade das palavras: o poeta/declamador uma nova questão: por que o próprio professor de de para leitura dos símbolos, das novas relações meiras e sabiás etc. Castro Alves, principal repre- para atingir seu leitor/ouvinte torna-se um “compo- Língua Portuguesa acaba dando mais ênfase ao es- É germe — que faz a palma, sugeridas pelas palavras. A cada leitura, o poema sentante da 3a geração romântica, diferencia-se de sitor musical”, utilizando sem parcimônia recursos tudo da prosa em detrimento da poesia? se revela novo. O MOMENTO DA LEITURA DO LIVRO É chuva — que faz o mar. seus antecessores por apresentar uma visão mais que sugerem musicalidade, como a aliteração e a [...] ampla de seu papel como poeta: não se restringe assonância. Trabalhe primeiramente com os dados biográfi- Os grupos devem ler atentamente o texto, reco- Bravo! A quem salva o futuro à explosão de sentimentos líricos egocêntricos, o • A visualidade poética: há em sua poesia uma O MOMENTO DA SENSIBILIZAÇÃO: O PRIMEIRO CONTATO COM O LIVRO cos e, posteriormente, com os excertos poéticos ci- nhecer os dados mais importantes, tanto na vida Fecundando a multidão!... chamado culto do “eu”, mas lança-se a novos te- preocupação em fazer com que o leitor/ouvinte tam- tados no livro. pessoal como na vida profissional de Castro Alves, e Num poema amortalhada mas bem mais abrangentes, como os ideais repu- bém consiga “ver” os cenários descritos. Dessa forma, Outro baiano notável, o grande Jorge Amado ta-te aqui, dá-me a tua mão, vou te contar a histó- expor em sala, para que os amigos se apropriem do Nunca morre uma nação.” blicanos, o abolicionismo, a luta de classes, a igual- a natureza é presença marcante em sua obra, em seu (também presente na Coleção Mestres da Literatu- ria de um homem valente. Vês aquela estrela lá lon- 1a etapa do trabalho: dados biográficos conteúdo. Eles podem, inclusive, indicar quais da- dade de direitos, enfim, as questões sociais de seu ra), escreveu um livro com o claro intuito de apre- ge, mais além do navio fundeado, mais além do for- Castro Alves aspecto exuberante, majestoso, representando a li- dos os colegas devem grifar no texto, chamar a tempo. Daí ser classificado como poeta social, berdade e a grandeza, metaforizadas também no as- sentar seu conterrâneo às novas gerações. Em um te velho, da sombra das ilhas? Deve ser ele ilumi- Após essa sensibilização, acreditamos que os alu- atenção para as curiosidades etc. libertário, condoreiro, de onde deriva a denomi- pecto social: as montanhas muito altas, o condor (ave- trecho de sua obra ABC de Castro Alves, ele convi- nando o céu da Bahia. [...] nos se encontrem bastante motivados para a leitu- “O poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, nação de Poeta dos Escravos. símbolo), o céu, os mares e oceanos, as grandes flo- da o leitor a adentrar na vida do poeta. Nossa su- Há momentos no mundo em que todas as forças ra, uma vez que puderam perceber o quanto, só por 2a etapa do trabalho: excertos poéticos e a sua obra como um fim e não como um meio; como uma arma de • É o primeiro a apresentar uma visão erótica da restas, rios e cascatas. gestão é que você, professor, pegue “carona” nes- de uma nação se conjugam e, como uma nota mais meio do “convite” de Jorge Amado e do texto combate.” mulher em nossa poesia. se convite e transmita-o aos seus alunos: alta que todas, aparece, tranqüilo e terrível, demo- introdutório, eles se aproximaram da vida do poeta. Continuando a trabalhar com os grupos, distri- Jean-Paul Sartre Diferentemente das figuras idealizadas que só fa- Longe de esgotarmos aqui as principais caracterís- niacamente belo, justo e verdadeiro, um gênio. Nas- Sugerimos que a biografia seja ativamente traba- bua os excertos da obra do poeta citados no livro, ziam sofrer seus admiradores, o poeta nos apresenta ticas do autor, acreditamos que essa pequena relação “Senta-te aqui ao meu lado, amiga, e eu te con- ce dos desejos do povo, das necessidades do povo. lhada pelos próprios alunos. Você poderá dividir a cabendo a cada grupo analisar os textos em sala de uma mulher de carne e osso, sensual, com uma certa fornece elementos suficientes para um trabalho inte- tarei uma história. Faz tempo que não te conto uma Nunca morre, imortal, como o povo. sala em grupos para que cada um fique responsável aula, relacionando-os às fases do trabalho do poe- carga de erotismo. Ou seja, sua poesia lírica, tanto ressante e desafiador sobre a vida e a obra desse que história na beira deste cais. A noite está cheia de Este, cuja história vou te contar, foi amado e por uma fase da vida do autor, desde a infância até a ta. Tais poemas devem ser lidos em casa, para que quanto a social, representa uma evolução se compa- foi o nosso maior poeta social do século XIX. estrelas, são homens valentes que morreram. Sen- amou muitas mulheres. [...] morte prematura. Tal divisão fica a seu critério. essa primeira observação possibilite uma análise 2 3 4 POR QUE TRABALHAR COM CASTRO ALVES? POR QUE TRABALHAR COM POESIA E COM POETAS? Para uma, no entanto, guardou ele suas melhores • considerado um gênio palavras, as mais doces, as mais ternas, as mais belas. • homem que ama e é amado Essa noiva tem um nome lindo, negra: Liberdade. • alguém que luta pela liberdade “Quero é escrever sobre Castro Alves com amor, rada à de seus antecessores. A figura feminina, antes “Pretendo que a poesia tenha a virtude de, em O poeta José Paulo Paes evidencia a diferença Vê no céu, ele brilha, é a mais poderosa das estre- • poeta de seu tempo como um homem do povo, escrever com esse amor abstrata e idealizada, passa a ser concreta, real — na meio ao sofrimento e ao desamparo, acender uma entre ensinar prosa, narrativa mais direta, que moti- las. Mas o encontrarás também nas ruas de qualquer • poeta de valores humanitários que dá a verdadeira compreensão, que nos faz sen- maioria das vezes, inspirada em Eugênia Câmara, a luz qualquer, uma luz que não nos é dada, que não va a identificação dos alunos através das ações de cidade, no quarto de qualquer casa. Seja onde for que tir muito mais o que há de humano e de grande e grande paixão do poeta. Castro Alves era um perso- desce dos céus, mas que nasce das mãos e do espíri- seus personagens, e poesia, matéria mais apurada, haja jovens, corações pulsando pela humanidade, em A partir dessas características, elencadas no tex- de gênio num poeta, que todos os tratados de teo- nagem fascinante. Por onde quer que passasse, sua to dos homens.” pois a “poesia tende a chamar a atenção do leitor qualquer desses corações encontrarás Castro Alves.” to e identificadas pelos alunos, é que faremos a lei- ria poética, e que todos os arquivos, por mais volu- belíssima figura, o dom para a oratória, as idéias, para as surpresas que podem estar escondidas na lín- Ferreira Gullar tura investigativa do livro: mosos, por mais bem fichados. Que, ao lado dos avançadas para a época, arrebanhavam imediata- gua que ele fala todos os dias sem se dar conta”. Puxa! Depois de um convite desse... só nos resta • Será que tudo que Jorge Amado relata é ver- meticulosos historiadores, se danem os críticos e mente uma legião de admiradoras, que o adulavam, “O poeta é um fingidor. Esse ir e vir que a poesia exige promove uma am- ir buscar, no livro, as justificativas de tão comovente dade? CASTRO ALVES analistas. Castro Alves era feito doutro barro.” o admiravam e a cujos sentimentos, vez ou outra, ele Finge tão completamente pliação do ato de ler, desencadeia novas posturas e elogiosa descrição! • Será que realmente Castro Alves tocava fundo Jorge Amado correspondia com maior ou menor intensidade (exce- Que chega a fingir que é dor diante dos textos. Ao leitor não cabe mais aguardar De Myriam Fraga Partindo desse trecho, sugerimos que os alunos no coração das pessoas que o ouviam? ção sempre feita à atriz Eugênia Câmara). A dor que deveras sente” passivamente os acontecimentos; ao contrário, ele é identifiquem as principais características do poeta, • Será que um jovem pode mudar os anseios, os Temas como liberdade, amor, desilusão, enga- Fernando Pessoa chamado a descobrir os caminhos, a construir e re- relatadas por Jorge Amado: rumos, os pensamentos de uma época? jamento político e outros afins tocam de perto nos- Só por esses diferenciais, Castro Alves já ocupa- construir o poema a cada verso e crescer com ele! • homem valente so coração. Acrescente-se a isso uma personalidade ria lugar de destaque em nossas letras, mas dessas Caro colega professor A linguagem poética é gestada e construída de SUPLEMENTO DIDÁTICO • estrela que brilha no firmamento Só lendo para saber... forte, que rompeu vários tabus de sua época, uma posturas inovadoras surgem também novas formas modo muito intenso, muito condensado, é carre- • homem belo, justo, compromissado Vamos lá? figura que, além de bonita, era carismática e de trabalhar o texto poético, novos “tons”, novos Nos dias de hoje, parece-nos que cada vez mais gada de significação. É preciso ler e reler os poe- marcante. Um jovem idealista que amou e foi ama- apelos lingüísticos. Vejamos, então, outras caracte- os jovens afastam-se da poesia. Quais seriam as ra- mas, muitas vezes. É preciso conviver com os seus do por várias mulheres. Uma voz que contagiava as rísticas do autor e de sua obra. zões? Há inúmeras, com certeza, mas arriscaremos ritmos, suas pulsações. Conviver com as suas conste- massas e lotava as praças. Um poeta que prometia • A linguagem apelativa: Castro Alves era um ho- algumas: lações de imagens. Com as suas redes de significa- APROXIMAÇÃO DA OBRA ser um dos maiores nomes de nossa literatura, caso mem do seu tempo, e a poesia então cultivada era a • mesmo sem conhecer o texto poético, acabam ção. Como diria o mestre Drummond: “Convive com sua vida não fosse tão tragicamente interrompida. poesia oratória, aquela destinada a comover, incitar, por rotulá-lo como “careta”, coisa ultrapassada; teus poemas, antes de escrevê-los. Tem paciência, Sempre que entramos em contato com um livro • O que transmite a postura do poeta, represen- Elaborado por Temos aí algumas entre muitas outras razões para impressionar. Ele soube, como ninguém, manter sua • ao depararem com as características de tal tex- se obscuros. Calma, se te provocam”. pela primeira vez, devemos folheá-lo à vontade... tada nessa estátua? conhecer mais de perto esse notável jovem poe- platéia atenta, em permanente estado de alerta para to, estranham desde a forma até o conteúdo; É preciso ler de modo atento, conhecendo e re- Como é a capa? Quantas páginas? Há ilustra- • Quais dados já conhecidos, a partir do texto de ta, conhecido mundialmente como o “Poeta dos o que estava declamando. Seu mérito, pois, está em • durante a escolaridade entram mais em conta- Jô Fortarel (Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo, conhecendo as dimensões do poema: a dimensão ções? É dividido por capítulos? Essa primeira apro- Jorge Amado, podem ser verificados por essa ima- Escravos”. ter sabido utilizar magistralmente os recursos estís- to com textos em prosa do que com textos poéticos; professora de Literatura em escolas particulares e em cursinhos pré- da sonoridade, a das imagens, a dos significados. ximação física serve para quebrar o gelo, para que gem? Há dois aspectos relevantes, porque inovadores ticos da língua para cativar o leitor/ouvinte. • a prosa, menos hermética do que a poesia, é vestibulares). A linguagem poética não é linear, unívoca, de o aluno se aproprie mais do material, enfim, é o Solicite-lhes que registrem essas informações. e ousados, que devem ser ressaltados quando se • As figuras de linguagem: o poeta/declamador mais fácil de ser compreendida; a poesia, em con- apenas um significado. Ela tem muitas vozes, mui- início de um rico relacionamento... Em seguida, seria interessante que um dos alunos estuda Castro Alves: usou e abusou de antíteses, paradoxos, hipérboles, trapartida, exige de seu leitor um certo esforço tos sentidos. Essa plurivocidade é parte de sua ri- Após esse primeiro momento de exploração, fizesse a leitura do texto introdutório (página 2). O • É o primeiro poeta a apresentar temática so- prosopopéias, paralelismos, apóstrofes, exclama- para ser decifrada, um mergulhar nas ondas me- “Oh! Bendito o que semeia queza expressiva. Este é o desafio: “Trouxeste a peça a eles que observem atentamente a foto da objetivo é levá-los a perceber que seus registros não cial em suas produções. ções e amplificações, no intento de ser o porta-voz tafóricas. Livros... livros à mão cheia... chave?”. página 3: se distanciam muito do relato da autora. E manda o povo pensar! O Romantismo retrata o Brasil de maneira idea- de seu povo. A partir dessas hipóteses, talvez se imponha O leitor de poesia deve desenvolver sensibilida- lizada: nosso índio é herói, nossas terras têm pal- O livro caindo n’alma • A sonoridade das palavras: o poeta/declamador uma nova questão: por que o próprio professor de de para leitura dos símbolos, das novas relações meiras e sabiás etc. Castro Alves, principal repre- para atingir seu leitor/ouvinte torna-se um “compo- Língua Portuguesa acaba dando mais ênfase ao es- É germe — que faz a palma, sugeridas pelas palavras. A cada leitura, o poema sentante da 3a geração romântica, diferencia-se de sitor musical”, utilizando sem parcimônia recursos tudo da prosa em detrimento da poesia? se revela novo. O MOMENTO DA LEITURA DO LIVRO É chuva — que faz o mar. seus antecessores por apresentar uma visão mais que sugerem musicalidade, como a aliteração e a [...] ampla de seu papel como poeta: não se restringe assonância. Trabalhe primeiramente com os dados biográfi- Os grupos devem ler atentamente o texto, reco- Bravo! A quem salva o futuro à explosão de sentimentos líricos egocêntricos, o • A visualidade poética: há em sua poesia uma O MOMENTO DA SENSIBILIZAÇÃO: O PRIMEIRO CONTATO COM O LIVRO cos e, posteriormente, com os excertos poéticos ci- nhecer os dados mais importantes, tanto na vida Fecundando a multidão!... chamado culto do “eu”, mas lança-se a novos te- preocupação em fazer com que o leitor/ouvinte tam- tados no livro. pessoal como na vida profissional de Castro Alves, e Num poema amortalhada mas bem mais abrangentes, como os ideais repu- bém consiga “ver” os cenários descritos. Dessa forma, Outro baiano notável, o grande Jorge Amado ta-te aqui, dá-me a tua mão, vou te contar a histó- expor em sala, para que os amigos se apropriem do Nunca morre uma nação.” blicanos, o abolicionismo, a luta de classes, a igual- a natureza é presença marcante em sua obra, em seu (também presente na Coleção Mestres da Literatu- ria de um homem valente. Vês aquela estrela lá lon- 1a etapa do trabalho: dados biográficos conteúdo. Eles podem, inclusive, indicar quais da- dade de direitos, enfim, as questões sociais de seu ra), escreveu um livro com o claro intuito de apre- ge, mais além do navio fundeado, mais além do for- Castro Alves aspecto exuberante, majestoso, representando a li- dos os colegas devem grifar no texto, chamar a tempo. Daí ser classificado como poeta social, berdade e a grandeza, metaforizadas também no as- sentar seu conterrâneo às novas gerações. Em um te velho, da sombra das ilhas? Deve ser ele ilumi- Após essa sensibilização, acreditamos que os alu- atenção para as curiosidades etc. libertário, condoreiro, de onde deriva a denomi- pecto social: as montanhas muito altas, o condor (ave- trecho de sua obra ABC de Castro Alves, ele convi- nando o céu da Bahia. [...] nos se encontrem bastante motivados para a leitu- “O poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, nação de Poeta dos Escravos. símbolo), o céu, os mares e oceanos, as grandes flo- da o leitor a adentrar na vida do poeta. Nossa su- Há momentos no mundo em que todas as forças ra, uma vez que puderam perceber o quanto, só por 2a etapa do trabalho: excertos poéticos e a sua obra como um fim e não como um meio; como uma arma de • É o primeiro a apresentar uma visão erótica da restas, rios e cascatas. gestão é que você, professor, pegue “carona” nes- de uma nação se conjugam e, como uma nota mais meio do “convite” de Jorge Amado e do texto combate.” mulher em nossa poesia. se convite e transmita-o aos seus alunos: alta que todas, aparece, tranqüilo e terrível, demo- introdutório, eles se aproximaram da vida do poeta. Continuando a trabalhar com os grupos, distri- Jean-Paul Sartre Diferentemente das figuras idealizadas que só fa- Longe de esgotarmos aqui as principais caracterís- niacamente belo, justo e verdadeiro, um gênio. Nas- Sugerimos que a biografia seja ativamente traba- bua os excertos da obra do poeta citados no livro, ziam sofrer seus admiradores, o poeta nos apresenta ticas do autor, acreditamos que essa pequena relação “Senta-te aqui ao meu lado, amiga, e eu te con- ce dos desejos do povo, das necessidades do povo. lhada pelos próprios alunos. Você poderá dividir a cabendo a cada grupo analisar os textos em sala de uma mulher de carne e osso, sensual, com uma certa fornece elementos suficientes para um trabalho inte- tarei uma história. Faz tempo que não te conto uma Nunca morre, imortal, como o povo. sala em grupos para que cada um fique responsável aula, relacionando-os às fases do trabalho do poe- carga de erotismo. Ou seja, sua poesia lírica, tanto ressante e desafiador sobre a vida e a obra desse que história na beira deste cais. A noite está cheia de Este, cuja história vou te contar, foi amado e por uma fase da vida do autor, desde a infância até a ta. Tais poemas devem ser lidos em casa, para que quanto a social, representa uma evolução se compa- foi o nosso maior poeta social do século XIX. estrelas, são homens valentes que morreram. Sen- amou muitas mulheres. [...] morte prematura. Tal divisão fica a seu critério. essa primeira observação possibilite uma análise 2 3 4 POR QUE TRABALHAR COM CASTRO ALVES? POR QUE TRABALHAR COM POESIA E COM POETAS? Para uma, no entanto, guardou ele suas melhores • considerado um gênio palavras, as mais doces, as mais ternas, as mais belas. • homem que ama e é amado Essa noiva tem um nome lindo, negra: Liberdade. • alguém que luta pela liberdade “Quero é escrever sobre Castro Alves com amor, rada à de seus antecessores. A figura feminina, antes “Pretendo que a poesia tenha a virtude de, em O poeta José Paulo Paes evidencia a diferença Vê no céu, ele brilha, é a mais poderosa das estre- • poeta de seu tempo como um homem do povo, escrever com esse amor abstrata e idealizada, passa a ser concreta, real — na meio ao sofrimento e ao desamparo, acender uma entre ensinar prosa, narrativa mais direta, que moti- las. Mas o encontrarás também nas ruas de qualquer • poeta de valores humanitários que dá a verdadeira compreensão, que nos faz sen- maioria das vezes, inspirada em Eugênia Câmara, a luz qualquer, uma luz que não nos é dada, que não va a identificação dos alunos através das ações de cidade, no quarto de qualquer casa. Seja onde for que tir muito mais o que há de humano e de grande e grande paixão do poeta. Castro Alves era um perso- desce dos céus, mas que nasce das mãos e do espíri- seus personagens, e poesia, matéria mais apurada, haja jovens, corações pulsando pela humanidade, em A partir dessas características, elencadas no tex- de gênio num poeta, que todos os tratados de teo- nagem fascinante. Por onde quer que passasse, sua to dos homens.” pois a “poesia tende a chamar a atenção do leitor qualquer desses corações encontrarás Castro Alves.” to e identificadas pelos alunos, é que faremos a lei- ria poética, e que todos os arquivos, por mais volu- belíssima figura, o dom para a oratória, as idéias, para as surpresas que podem estar escondidas na lín- Ferreira Gullar tura investigativa do livro: mosos, por mais bem fichados. Que, ao lado dos avançadas para a época, arrebanhavam imediata- gua que ele fala todos os dias sem se dar conta”. Puxa! Depois de um convite desse... só nos resta • Será que tudo que Jorge Amado relata é ver- meticulosos historiadores, se danem os críticos e mente uma legião de admiradoras, que o adulavam, “O poeta é um fingidor. Esse ir e vir que a poesia exige promove uma am- ir buscar, no livro, as justificativas de tão comovente dade? CASTRO ALVES analistas. Castro Alves era feito doutro barro.” o admiravam e a cujos sentimentos, vez ou outra, ele Finge tão completamente pliação do ato de ler, desencadeia novas posturas e elogiosa descrição! • Será que realmente Castro Alves tocava fundo Jorge Amado correspondia com maior ou menor intensidade (exce- Que chega a fingir que é dor diante dos textos. Ao leitor não cabe mais aguardar De Myriam Fraga Partindo desse trecho, sugerimos que os alunos no coração das pessoas que o ouviam? ção sempre feita à atriz Eugênia Câmara). A dor que deveras sente” passivamente os acontecimentos; ao contrário, ele é identifiquem as principais características do poeta, • Será que um jovem pode mudar os anseios, os Temas como liberdade, amor, desilusão, enga- Fernando Pessoa chamado a descobrir os caminhos, a construir e re- relatadas por Jorge Amado: rumos, os pensamentos de uma época? jamento político e outros afins tocam de perto nos- Só por esses diferenciais, Castro Alves já ocupa- construir o poema a cada verso e crescer com ele! • homem valente so coração. Acrescente-se a isso uma personalidade ria lugar de destaque em nossas letras, mas dessas Caro colega professor A linguagem poética é gestada e construída de SUPLEMENTO DIDÁTICO • estrela que brilha no firmamento Só lendo para saber... forte, que rompeu vários tabus de sua época, uma posturas inovadoras surgem também novas formas modo muito intenso, muito condensado, é carre- • homem belo, justo, compromissado Vamos lá? figura que, além de bonita, era carismática e de trabalhar o texto poético, novos “tons”, novos Nos dias de hoje, parece-nos que cada vez mais gada de significação. É preciso ler e reler os poe- marcante. Um jovem idealista que amou e foi ama- apelos lingüísticos. Vejamos, então, outras caracte- os jovens afastam-se da poesia. Quais seriam as ra- mas, muitas vezes. É preciso conviver com os seus do por várias mulheres. Uma voz que contagiava as rísticas do autor e de sua obra. zões? Há inúmeras, com certeza, mas arriscaremos ritmos, suas pulsações. Conviver com as suas conste- massas e lotava as praças. Um poeta que prometia • A linguagem apelativa: Castro Alves era um ho- algumas: lações de imagens. Com as suas redes de significa- APROXIMAÇÃO DA OBRA ser um dos maiores nomes de nossa literatura, caso mem do seu tempo, e a poesia então cultivada era a • mesmo sem conhecer o texto poético, acabam ção. Como diria o mestre Drummond: “Convive com sua vida não fosse tão tragicamente interrompida. poesia oratória, aquela destinada a comover, incitar, por rotulá-lo como “careta”, coisa ultrapassada; teus poemas, antes de escrevê-los. Tem paciência, Sempre que entramos em contato com um livro • O que transmite a postura do poeta, represen- Elaborado por Temos aí algumas entre muitas outras razões para impressionar. Ele soube, como ninguém, manter sua • ao depararem com as características de tal tex- se obscuros. Calma, se te provocam”. pela primeira vez, devemos folheá-lo à vontade... tada nessa estátua? conhecer mais de perto esse notável jovem poe- platéia atenta, em permanente estado de alerta para to, estranham desde a forma até o conteúdo; É preciso ler de modo atento, conhecendo e re- Como é a capa? Quantas páginas? Há ilustra- • Quais dados já conhecidos, a partir do texto de ta, conhecido mundialmente como o “Poeta dos o que estava declamando. Seu mérito, pois, está em • durante a escolaridade entram mais em conta- Jô Fortarel (Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo, conhecendo as dimensões do poema: a dimensão ções? É dividido por capítulos? Essa primeira apro- Jorge Amado, podem ser verificados por essa ima- Escravos”. ter sabido utilizar magistralmente os recursos estís- to com textos em prosa do que com textos poéticos; professora de Literatura em escolas particulares e em cursinhos pré- da sonoridade, a das imagens, a dos significados. ximação física serve para quebrar o gelo, para que gem? Há dois aspectos relevantes, porque inovadores ticos da língua para cativar o leitor/ouvinte. • a prosa, menos hermética do que a poesia, é vestibulares). A linguagem poética não é linear, unívoca, de o aluno se aproprie mais do material, enfim, é o Solicite-lhes que registrem essas informações. e ousados, que devem ser ressaltados quando se • As figuras de linguagem: o poeta/declamador mais fácil de ser compreendida; a poesia, em con- apenas um significado. Ela tem muitas vozes, mui- início de um rico relacionamento... Em seguida, seria interessante que um dos alunos estuda Castro Alves: usou e abusou de antíteses, paradoxos, hipérboles, trapartida, exige de seu leitor um certo esforço tos sentidos. Essa plurivocidade é parte de sua ri- Após esse primeiro momento de exploração, fizesse a leitura do texto introdutório (página 2). O • É o primeiro poeta a apresentar temática so- prosopopéias, paralelismos, apóstrofes, exclama- para ser decifrada, um mergulhar nas ondas me- “Oh! Bendito o que semeia queza expressiva. Este é o desafio: “Trouxeste a peça a eles que observem atentamente a foto da objetivo é levá-los a perceber que seus registros não cial em suas produções. ções e amplificações, no intento de ser o porta-voz tafóricas. Livros... livros à mão cheia... chave?”. página 3: se distanciam muito do relato da autora. E manda o povo pensar! O Romantismo retrata o Brasil de maneira idea- de seu povo. A partir dessas hipóteses, talvez se imponha O leitor de poesia deve desenvolver sensibilida- lizada: nosso índio é herói, nossas terras têm pal- O livro caindo n’alma • A sonoridade das palavras: o poeta/declamador uma nova questão: por que o próprio professor de de para leitura dos símbolos, das novas relações meiras e sabiás etc. Castro Alves, principal repre- para atingir seu leitor/ouvinte torna-se um “compo- Língua Portuguesa acaba dando mais ênfase ao es- É germe — que faz a palma, sugeridas pelas palavras. A cada leitura, o poema sentante da 3a geração romântica, diferencia-se de sitor musical”, utilizando sem parcimônia recursos tudo da prosa em detrimento da poesia? se revela novo. O MOMENTO DA LEITURA DO LIVRO É chuva — que faz o mar. seus antecessores por apresentar uma visão mais que sugerem musicalidade, como a aliteração e a [...] ampla de seu papel como poeta: não se restringe assonância. Trabalhe primeiramente com os dados biográfi- Os grupos devem ler atentamente o texto, reco- Bravo! A quem salva o futuro à explosão de sentimentos líricos egocêntricos, o • A visualidade poética: há em sua poesia uma O MOMENTO DA SENSIBILIZAÇÃO: O PRIMEIRO CONTATO COM O LIVRO cos e, posteriormente, com os excertos poéticos ci- nhecer os dados mais importantes, tanto na vida Fecundando a multidão!... chamado culto do “eu”, mas lança-se a novos te- preocupação em fazer com que o leitor/ouvinte tam- tados no livro. pessoal como na vida profissional de Castro Alves, e Num poema amortalhada mas bem mais abrangentes, como os ideais repu- bém consiga “ver” os cenários descritos. Dessa forma, Outro baiano notável, o grande Jorge Amado ta-te aqui, dá-me a tua mão, vou te contar a histó- expor em sala, para que os amigos se apropriem do Nunca morre uma nação.” blicanos, o abolicionismo, a luta de classes, a igual- a natureza é presença marcante em sua obra, em seu (também presente na Coleção Mestres da Literatu- ria de um homem valente. Vês aquela estrela lá lon- 1a etapa do trabalho: dados biográficos conteúdo. Eles podem, inclusive, indicar quais da- dade de direitos, enfim, as questões sociais de seu ra), escreveu um livro com o claro intuito de apre- ge, mais além do navio fundeado, mais além do for- Castro Alves aspecto exuberante, majestoso, representando a li- dos os colegas devem grifar no texto, chamar a tempo. Daí ser classificado como poeta social, berdade e a grandeza, metaforizadas também no as- sentar seu conterrâneo às novas gerações. Em um te velho, da sombra das ilhas? Deve ser ele ilumi- Após essa sensibilização, acreditamos que os alu- atenção para as curiosidades etc. libertário, condoreiro, de onde deriva a denomi- pecto social: as montanhas muito altas, o condor (ave- trecho de sua obra ABC de Castro Alves, ele convi- nando o céu da Bahia. [...] nos se encontrem bastante motivados para a leitu- “O poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, nação de Poeta dos Escravos. símbolo), o céu, os mares e oceanos, as grandes flo- da o leitor a adentrar na vida do poeta. Nossa su- Há momentos no mundo em que todas as forças ra, uma vez que puderam perceber o quanto, só por 2a etapa do trabalho: excertos poéticos e a sua obra como um fim e não como um meio; como uma arma de • É o primeiro a apresentar uma visão erótica da restas, rios e cascatas. gestão é que você, professor, pegue “carona” nes- de uma nação se conjugam e, como uma nota mais meio do “convite” de Jorge Amado e do texto combate.” mulher em nossa poesia. se convite e transmita-o aos seus alunos: alta que todas, aparece, tranqüilo e terrível, demo- introdutório, eles se aproximaram da vida do poeta. Continuando a trabalhar com os grupos, distri- Jean-Paul Sartre Diferentemente das figuras idealizadas que só fa- Longe de esgotarmos aqui as principais caracterís- niacamente belo, justo e verdadeiro, um gênio. Nas- Sugerimos que a biografia seja ativamente traba- bua os excertos da obra do poeta citados no livro, ziam sofrer seus admiradores, o poeta nos apresenta ticas do autor, acreditamos que essa pequena relação “Senta-te aqui ao meu lado, amiga, e eu te con- ce dos desejos do povo, das necessidades do povo. lhada pelos próprios alunos. Você poderá dividir a cabendo a cada grupo analisar os textos em sala de uma mulher de carne e osso, sensual, com uma certa fornece elementos suficientes para um trabalho inte- tarei uma história. Faz tempo que não te conto uma Nunca morre, imortal, como o povo. sala em grupos para que cada um fique responsável aula, relacionando-os às fases do trabalho do poe- carga de erotismo. Ou seja, sua poesia lírica, tanto ressante e desafiador sobre a vida e a obra desse que história na beira deste cais. A noite está cheia de Este, cuja história vou te contar, foi amado e por uma fase da vida do autor, desde a infância até a ta. Tais poemas devem ser lidos em casa, para que quanto a social, representa uma evolução se compa- foi o nosso maior poeta social do século XIX. estrelas, são homens valentes que morreram. Sen- amou muitas mulheres. [...] morte prematura. Tal divisão fica a seu critério. essa primeira observação possibilite uma análise 2 3 4 mais apurada em sala de aula. Você poderá, então, ser ouvida, mais do que lida. Sugerimos então que Proposta 2 É noite, pois! Durmamos, Julieta! 2. Nas páginas 25 e 28, o livro nos conta que o 3. O livro ainda nos conta que foi durante aquela os alunos a compreender melhor os conceitos de mo, tédio, exaltação da morte e desprezo pela vida. conduzir um debate, visando não somente reconhe- os alunos leiam em voz alta os poemas que serão Rescende a alcova ao trescalar das flores, jovem poeta Castro Alves conseguiu ser rece- viagem que o poeta amadureceu a idéia de pu- igualdade, liberdade e fraternidade: Nela se destacam os poetas Álvares de Azevedo, cer as principais características do autor, como tam- analisados para que não se perca essa importante Como já ressaltamos na primeira parte deste Fechemos sobre nós estas cortinas... bido pelo grande romancista romântico José blicar um volume de versos a que daria o título - Danton, o processo da revolução. França, , e . bém estimular nos alunos o gosto e a curiosidade marca oratória, certamente objetivada pelo autor. suplemento, Castro Alves não inova apenas no as- São as asas do arcanjo dos amores.” de Alencar, que não só reconheceu nele um de Espumas flutuantes. De fato, em novembro 1982. Direção: Andrzej Wajda. 136 min. a pela leitura poética! Por esse motivo é comum nos referirmos ao poeta/ pecto social, ao apresentar em sua poesia uma vi- grande talento, como o recomendou ao escri- de 1870, o livro foi lançado com muito sucesso. Poletel. Romantismo (3 geração romântica) Formada Explicar para os alunos que o uso de nomes de tor . Vale a pena conferir Vejamos, a seguir, trechos de seu Prólogo: - Os miseráveis. EUA, 1998. Direção: Bille pelo grupo condoreiro, desenvolve uma poesia de Para uma análise mais detalhada, tanto do ponto declamador e ao leitor/ouvinte! são erotizada da mulher. A figura feminina deixa personagens famosas como Julieta, de Shakespeare, alguns trechos da citada correspondência en- August. 129 min. Cult Filmes. cunho social, político e libertário. Seu maior desta- de vista formal quanto do conteúdo trabalhado em Paralelamente a esse encaminhamento, seria in- de ser uma abstração, uma idealização, e passa a “Só e triste, encostado à borda do navio, eu nesse poema, seria uma forma carinhosa de elogiar tre José de Alencar e Machado de Assis sobre - Amistad. EUA, 1996. Direção: Steven que é o poeta Castro Alves, seguido de Tobias ser concreta. Além disso, segundo Luiz Roncari, seguia com os olhos aquele esvaecimento in- cada poema, recomendamos que você apresente aos teressante traçar o perfil de Castro Alves como o mai- sua paixão, sugerindo que ela é tão maravilhosa e o talento de Castro Alves. Spielberg. 155 min. CIC Vídeo. Barreto e Sousândrade. Castro Alves talvez seja quem melhor tenha reali- definido e minha alma apegava-se à forma va- alunos algumas das principais “marcas poéticas” do or expoente da terceira geração do Romantismo bra- amada quanto as mulheres mencionadas. zado uma nova concepção do amor, afinada com cilante das montanhas — derradeiras atalaias autor, já citadas anteriormente: a linguagem apelativa sileiro, caracterizada pela poesia social e libertária, No terceiro, um dos poemas mais famosos da “Tijuca [Rio de Janeiro], 18 de fevereiro de Arcadismo (Neoclassicismo) Escola literária, que as aspirações da nova mentalidade. E isso não ape- dos meus arraiais da mocidade. Castro Alves na Internet: utilizada, as figuras de linguagem mais recorrentes, a que, influenciada por , pode ser denomi- nas pela representação integral da mulher, pela nossa literatura, apresenta-se a evolução de um 1868 surgiu na Europa no século XVIII, o chamado Século É que lá, dessas terras do sul, para onde eu leva- www.bibvirt.futuro.usp.br/acervo/literatura obras.html sonoridade das palavras, a visualidade poética. nada geração hugoana, ou ainda condoreira, por ser caso amoroso: seu início ardente, a dura separação das Luzes, chegando ao Brasil, em 1768. Os árcades união dos planos espiritual e sexual, mas também Ilmo. Sr. Machado de Assis, va o fogo de todos os entusiasmos, o viço de to- e a posterior decepção: Nessa página você encontrará Espumas flutuantes voltam-se para a natureza em busca de uma vida Importante salientar que a poesia de Castro o condor o símbolo de liberdade adotado pelos jo- por superar a visão aristocrática do amor sublime Recebi ontem a visita de um poeta. — O Rio das as ilusões, os meus vinte anos de seiva e de e ‘‘ O navio negreiro‘‘. simples, bucólica e pastoril. Seus maiores represen- Alves é declamatória, grandiloqüente, própria para vens da época. sem cair na visão naturalista do amor puramente de Janeiro não o conhece ainda; muito breve mocidade, as minhas esperanças de glória e de “A vez primeira que eu fitei Teresa, www.secrel.com.br/jpoesia/calves.html tantes no Brasil foram: Tomás Antônio Gonzaga, biológico e carnal. Em Castro Alves o amor trans- o há de conhecer o Brasil. Bem entendido, falo futuro; [...] é que dessas terras do sul, onde eu Como as plantas que arrasta a correnteza, Oferece as obras completas de Castro Alves, além de Cláudio Manuel da Costa (líricos); Basílio da Gama e cende as condições sociais e as particularidades ra- do Brasil que sente; do coração e não do resto. penetrara “como o moço Rafael subindo as es- A valsa nos levou nos giros seus... biografia e de textos sobre o escritor e seu tempo. Santa Rita Durão (épicos). ciais da mulher amada. Para explorar essa outra [...] cadas do Vaticano”; [...] volvia agora silencioso e O MOMENTO POSTERIOR À LEITURA DO LIVRO E amamos juntos... . E depois na sala www.geocities.com/SoHo/5941 faceta do poeta, sugerimos a análise de alguns po- O Sr. Castro Alves é um discípulo de Vítor alquebrado [...] trazendo por única ambição — ‘Adeus‘ eu disse-lhe a tremer co’a fala... Apresenta o perfil do poeta por Afrânio Peixoto, emas: “Adormecida”, “Boa-noite” e “O ‘adeus’ de Hugo, na arquitetura do drama, como no co- a esperança de repouso em minha pátria. INDICAÇÕES PARA APROFUNDAR [...] e . Contém al- Proposta 1 empolgação por parte de seus declamadores. Va- Teresa”. Foi então que, em face destas duas tristezas — lorido da idéia. O poema pertence à mesma gumas poesias e fotografias de Castro Alves. OS TEMAS TRABALHADOS mos lá! No primeiro, citado no livro às páginas 26 e 27, escola do ideal; o estilo tem os mesmos toques a noite que descia dos céus, — a solidão que Quando voltei... era o palácio em festa!... Inicie apresentando o poema e pedindo aos alu- notamos o poeta ardendo de desejo pela mulher brilhantes. Imitar Vítor Hugo só é dado às in- subia do oceano —, recordei-me de vós, ó meus www.academia.org.br/cads/7/castro.htm Se você pretende continuar trabalhando com o au- E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra ALVES, Castro. Espumas flutuantes. Rio de Janei- nos que façam uma primeira apreciação formal: que está adormecida diante de seus olhos, teligências de primor. [...]‘‘ (José de Alencar. amigos! No site da Academia Brasileira de Letras, a biogra- tor, sugerimos que realize a leitura integral de um de Preenchiam de amor o azul dos céus. o ro: Ediouro, 1997. lângüida, com o roupão quase aberto...: In: ALVES, Castro. Obra completa. Rio de Ja- E tive pena de lembrar que em breve nada res- fia do patrono da cadeira n 7. seus poemas mais conhecidos, “Navio negreiro”, da • quantas partes ele apresenta; Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa! ———. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova neiro: Nova Aguilar, 1997.) taria do peregrino na terra hospitaleira, onde obra Os escravos, analisando cada uma de suas partes. • quantas estrofes há em cada parte; Foi a última vez que eu vi Teresa!... www.brasil.terravista.pt/albufeira/1822/index.htm Aguilar, 1997. “Uma noite, eu me lembro... Ela dormia vagara; nem sequer a lembrança desta alma, Texto integral de ‘‘O navio negreiro‘‘ e Espumas Como já foi citado anteriormente, a poesia de • quais os sinais de pontuação mais recorrentes etc. AMADO, Jorge. ABC de Castro Alves. São Paulo: Numa rede encostada molemente... ‘’Rio de Janeiro, 29 de fevereiro de 1868. que convosco e por vós vivera e sentira, gemera flutuantes para download. Inicie agora a leitura. Ao final de cada parte, E ela arquejando murmurou-me: ‘adeus!’” Record, 1987. Castro Alves deve ser explorada em sua sonorida- Quase aberto o roupão... solto o cabelo e cantara... peça que eles identifiquem e registrem o enfoque CANDIDO, Antonio. Formação da literatura bra- de, ou seja, deve ser declamada em alto e bom E o pé descalço do tapete rente.” Exmo. Sr. [...] Lembre-se: quando dissemos que a figura fe- GLOSSÁRIO sileira. Belo Horizonte: Itatiaia, 1981. tom. Para tanto, será necessário envolvimento e abordado (apreciação do conteúdo). É boa e grande fortuna conhecer um poeta; E o que são na verdade estes meus cantos?... minina deixa de ser uma abstração, uma GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: No segundo, notamos esse amor já concretiza- melhor e maior fortuna é recebê-lo das mãos Como as espumas, que nascem do mar e do idealização, e parte para uma concretização, não Romantismo Escola literária, que surgiu na Euro- José Olympio. do e a difícil separação, mesmo que momentânea: de V. Exª, com uma carta que vale um diploma, céu, da vaga e do vento, eles são filhos da a falamos apenas sobre o enfoque erótico assumi- pa no final do século XVIII, chegando ao Brasil já JORDÃO, Rose e OLIVEIRA, Clenir Bellezi de. Lin- 1 parte: 11 estrofes de 4 versos. com uma recomendação que é musa — este sopro do alto; do coração — este do, mas também, como visto nesse poema, sobre uma sagração. em nosso período pós-colonial. Forte lirismo, pessi- guagens: estrutura e arte. São Paulo: Moderna, Enfoque: descrição do cenário, exaltação do belo natural, paisagens amplas. pélago da alma. “Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora. o caráter transitório do amor. Com a partida, com A musa do Sr. Castro Alves não podia ter mais mismo, extremo nacionalismo e busca da liberda- 1999. 2a parte: 4 estrofes de 10 versos. feliz intróito na vida literária. Abre os olhos [...] A lua nas janelas bate em cheio. a ausência do amante, a mulher se entrega a ou- de. Iniciou-se em 1836 com a obra Suspiros Poéti- LAJOLO, Marisa e CAMPEDELLI, Samira. Castro Enfoque: descrição e elogio aos marinheiros de diferentes nacionalidades que se lançam aos desafios das Mas, como as espumas flutuantes levam, boi- Boa-noite, Maria! É tarde... é tarde... tro homem, contrariando-se aquela visão de em pleno Capitólio. Os seus primeiros cantos cos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. Alves — Literatura comentada. São Paulo: Abril Cul- viagens marítimas por outras terras. Exaltação do belo humano. obtêm o aplauso de um mestre. ando nas solidões marinhas, a lágrima saudo- tural, 1980. Não me apertes assim contra teu seio. “amor eterno” cultivada pelos românticos da se- a a [...] sa do marujo [...] possam eles, ó meus amigos! Romantismo (1 geração romântica) Naciona- 3 parte: 1 estrofe de 6 versos. [...] gunda geração. PAES, José Paulo. Poesia para crianças –– um de- Enfoque: visão panorâmica do que acontece dentro do navio. Horror, indignação. Em contraposição ao Não podiam ser melhores as impressões. Achei — efêmeros filhos de minh’alma — levar uma lista, indianista, ufanista, saudosista e religiosa. poimento. São Paulo: Giordano. Nela se destacam os poetas Gonçalves de Maga- descrito anteriormente, o poeta, chocado com a realidade, agora não mais idealizada, expressa sua revolta uma vocação literária, cheia de vida e robustez, lembrança de mim às vossas plagas! PESSOA, Fernando. Poemas escolhidos. CIDADEl: deixando antever nas magnificências do pre- lhães e Gonçalves Dias. e repudia o que vê. ANTOLOGIA DE APOIO Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses, 1986. a sente as promessas do futuro. Achei um poeta S. Salvador, fevereiro de 1870” RONCARI, Luiz. Literatura Brasileira –– Dos pri- 4 parte: 6 estrofes de 6 versos. a original. [...] Romantismo (2 geração romântica) Marcada meiros cronistas aos últimos românticos. São Paulo: Enfoque: descrição dos horrores que ali acontecem. O sofrimento dos escravos, a vileza e a maldade dos 1. Conforme registrado na página 32 do livro, papel da heroína para sua amada Eugênia O poeta explica o dramaturgo. Reaparecem no 4. Indicamos a seguir algumas formas de enri- pelo mal-do-século, apresenta egocentrismo, pessimis- Edusp, 1995. marinheiros. Castro Alves escreveu um drama denominado Câmara). drama as qualidades do verso; as metáforas quecer a dinâmica em sala. Anote aí e bom tra- a 5 parte: 9 estrofes de 10 versos. Gonzaga ou A revolução de Minas, inspirado Importante salientar que Castro Alves, gran- enchem o período; sente-se de quando em balho!! Enfoque: continua a indignação do poeta, que recorre até a Deus. Descreve a vida daquelas pessoas antes de nos amores do poeta inconfidente Tomás An- de poeta do século XIX, homenageia, nessa quando o arrojo da ode. Sófocles pede as asas CD Livro, de Caetano Veloso, outro baiano irem para o navio negreiro e o inferno em que agora vivem. Antítese entre liberdade e escravidão. tônio Gonzaga (pseudônimo Dirceu) pela bela obra, outro grande poeta. Trata-se de Tomás a Píndaro. Parece ao poeta que o tablado é pe- a homenagear o autor na faixa 9, em que, jun- 6a parte: 3 estrofes de 8 versos. jovem Maria Dorotéia de Seixas Brandão (a Antônio Gonzaga, nosso maior representan- queno; rompe o céu de lona e arroja-se ao es- to com Maria Bethânia e Carlinhos Brown, de- Enfoque: o poeta lamenta e critica sua pátria por servir-se de atos infames como a escravidão. “Marília” de suas Liras). te da estética vigente no século XVIII, o paço livre e azul. A peça apresenta quatro atos: os três primei- Arcadismo. Apaixonado pela jovem a quem [...] clama de maneira inspirada alguns versos de ros passam-se em Minas Gerais e o último, no denomina Marília (pseudônimo de Maria Tais foram as impressões que me deixou este “Navio negreiro”. Após a análise da forma e do conteúdo desse ou algo do gênero. O que importa é que eles per- Rio de Janeiro. O tempo do drama é de três Dorotéia de Seixas), o agora “pastor” Dirceu drama viril, estudado e meditado, escrito com Filmografia: A poesia condoreira e libertária de belíssimo poema, os alunos devem “criar” uma ma- cebam que a poesia declamatória sempre é dirigida anos: de 1789 a 1792. (pseudônimo do autor) dedica-lhe inúmeras calor e com alma. A mão é inexperiente, mas a Castro Alves, que trata das questões sociais, surge neira bem empolgante para declamá-lo: no palco, a várias pessoas com o intuito de fazê-las “acordar” A obra confere a seu autor fama e inúmeros liras amorosas, compiladas no volume Marília sagacidade do autor supre a inexperiência. a partir dos anseios da Revolução Francesa. Sen- em cima de um banco no meio do pátio da escola para algum tipo de problema ou questão social. elogios (logicamente Castro Alves reserva o de Dirceu. [...].” (Machado de Assis, idem, ibidem.) do assim, sugerimos alguns filmes que auxiliariam

5 6 7 mais apurada em sala de aula. Você poderá, então, ser ouvida, mais do que lida. Sugerimos então que Proposta 2 É noite, pois! Durmamos, Julieta! 2. Nas páginas 25 e 28, o livro nos conta que o 3. O livro ainda nos conta que foi durante aquela os alunos a compreender melhor os conceitos de mo, tédio, exaltação da morte e desprezo pela vida. conduzir um debate, visando não somente reconhe- os alunos leiam em voz alta os poemas que serão Rescende a alcova ao trescalar das flores, jovem poeta Castro Alves conseguiu ser rece- viagem que o poeta amadureceu a idéia de pu- igualdade, liberdade e fraternidade: Nela se destacam os poetas Álvares de Azevedo, cer as principais características do autor, como tam- analisados para que não se perca essa importante Como já ressaltamos na primeira parte deste Fechemos sobre nós estas cortinas... bido pelo grande romancista romântico José blicar um volume de versos a que daria o título - Danton, o processo da revolução. França, Junqueira Freire, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela. bém estimular nos alunos o gosto e a curiosidade marca oratória, certamente objetivada pelo autor. suplemento, Castro Alves não inova apenas no as- São as asas do arcanjo dos amores.” de Alencar, que não só reconheceu nele um de Espumas flutuantes. De fato, em novembro 1982. Direção: Andrzej Wajda. 136 min. a pela leitura poética! Por esse motivo é comum nos referirmos ao poeta/ pecto social, ao apresentar em sua poesia uma vi- grande talento, como o recomendou ao escri- de 1870, o livro foi lançado com muito sucesso. Poletel. Romantismo (3 geração romântica) Formada Explicar para os alunos que o uso de nomes de tor Machado de Assis. Vale a pena conferir Vejamos, a seguir, trechos de seu Prólogo: - Os miseráveis. EUA, 1998. Direção: Bille pelo grupo condoreiro, desenvolve uma poesia de Para uma análise mais detalhada, tanto do ponto declamador e ao leitor/ouvinte! são erotizada da mulher. A figura feminina deixa personagens famosas como Julieta, de Shakespeare, alguns trechos da citada correspondência en- August. 129 min. Cult Filmes. cunho social, político e libertário. Seu maior desta- de vista formal quanto do conteúdo trabalhado em Paralelamente a esse encaminhamento, seria in- de ser uma abstração, uma idealização, e passa a “Só e triste, encostado à borda do navio, eu nesse poema, seria uma forma carinhosa de elogiar tre José de Alencar e Machado de Assis sobre - Amistad. EUA, 1996. Direção: Steven que é o poeta Castro Alves, seguido de Tobias ser concreta. Além disso, segundo Luiz Roncari, seguia com os olhos aquele esvaecimento in- cada poema, recomendamos que você apresente aos teressante traçar o perfil de Castro Alves como o mai- sua paixão, sugerindo que ela é tão maravilhosa e o talento de Castro Alves. Spielberg. 155 min. CIC Vídeo. Barreto e Sousândrade. Castro Alves talvez seja quem melhor tenha reali- definido e minha alma apegava-se à forma va- alunos algumas das principais “marcas poéticas” do or expoente da terceira geração do Romantismo bra- amada quanto as mulheres mencionadas. zado uma nova concepção do amor, afinada com cilante das montanhas — derradeiras atalaias autor, já citadas anteriormente: a linguagem apelativa sileiro, caracterizada pela poesia social e libertária, No terceiro, um dos poemas mais famosos da “Tijuca [Rio de Janeiro], 18 de fevereiro de Arcadismo (Neoclassicismo) Escola literária, que as aspirações da nova mentalidade. E isso não ape- dos meus arraiais da mocidade. Castro Alves na Internet: utilizada, as figuras de linguagem mais recorrentes, a que, influenciada por Victor Hugo, pode ser denomi- nas pela representação integral da mulher, pela nossa literatura, apresenta-se a evolução de um 1868 surgiu na Europa no século XVIII, o chamado Século É que lá, dessas terras do sul, para onde eu leva- www.bibvirt.futuro.usp.br/acervo/literatura obras.html sonoridade das palavras, a visualidade poética. nada geração hugoana, ou ainda condoreira, por ser caso amoroso: seu início ardente, a dura separação das Luzes, chegando ao Brasil, em 1768. Os árcades união dos planos espiritual e sexual, mas também Ilmo. Sr. Machado de Assis, va o fogo de todos os entusiasmos, o viço de to- e a posterior decepção: Nessa página você encontrará Espumas flutuantes voltam-se para a natureza em busca de uma vida Importante salientar que a poesia de Castro o condor o símbolo de liberdade adotado pelos jo- por superar a visão aristocrática do amor sublime Recebi ontem a visita de um poeta. — O Rio das as ilusões, os meus vinte anos de seiva e de e ‘‘ O navio negreiro‘‘. simples, bucólica e pastoril. Seus maiores represen- Alves é declamatória, grandiloqüente, própria para vens da época. sem cair na visão naturalista do amor puramente de Janeiro não o conhece ainda; muito breve mocidade, as minhas esperanças de glória e de “A vez primeira que eu fitei Teresa, www.secrel.com.br/jpoesia/calves.html tantes no Brasil foram: Tomás Antônio Gonzaga, biológico e carnal. Em Castro Alves o amor trans- o há de conhecer o Brasil. Bem entendido, falo futuro; [...] é que dessas terras do sul, onde eu Como as plantas que arrasta a correnteza, Oferece as obras completas de Castro Alves, além de Cláudio Manuel da Costa (líricos); Basílio da Gama e cende as condições sociais e as particularidades ra- do Brasil que sente; do coração e não do resto. penetrara “como o moço Rafael subindo as es- A valsa nos levou nos giros seus... biografia e de textos sobre o escritor e seu tempo. Santa Rita Durão (épicos). ciais da mulher amada. Para explorar essa outra [...] cadas do Vaticano”; [...] volvia agora silencioso e O MOMENTO POSTERIOR À LEITURA DO LIVRO E amamos juntos... . E depois na sala www.geocities.com/SoHo/5941 faceta do poeta, sugerimos a análise de alguns po- O Sr. Castro Alves é um discípulo de Vítor alquebrado [...] trazendo por única ambição — ‘Adeus‘ eu disse-lhe a tremer co’a fala... Apresenta o perfil do poeta por Afrânio Peixoto, emas: “Adormecida”, “Boa-noite” e “O ‘adeus’ de Hugo, na arquitetura do drama, como no co- a esperança de repouso em minha pátria. INDICAÇÕES PARA APROFUNDAR [...] Manuel Bandeira e Euclides da Cunha. Contém al- Proposta 1 empolgação por parte de seus declamadores. Va- Teresa”. Foi então que, em face destas duas tristezas — lorido da idéia. O poema pertence à mesma gumas poesias e fotografias de Castro Alves. OS TEMAS TRABALHADOS mos lá! No primeiro, citado no livro às páginas 26 e 27, escola do ideal; o estilo tem os mesmos toques a noite que descia dos céus, — a solidão que Quando voltei... era o palácio em festa!... Inicie apresentando o poema e pedindo aos alu- notamos o poeta ardendo de desejo pela mulher brilhantes. Imitar Vítor Hugo só é dado às in- subia do oceano —, recordei-me de vós, ó meus www.academia.org.br/cads/7/castro.htm Se você pretende continuar trabalhando com o au- E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra ALVES, Castro. Espumas flutuantes. Rio de Janei- nos que façam uma primeira apreciação formal: que está adormecida diante de seus olhos, teligências de primor. [...]‘‘ (José de Alencar. amigos! No site da Academia Brasileira de Letras, a biogra- tor, sugerimos que realize a leitura integral de um de Preenchiam de amor o azul dos céus. o ro: Ediouro, 1997. lângüida, com o roupão quase aberto...: In: ALVES, Castro. Obra completa. Rio de Ja- E tive pena de lembrar que em breve nada res- fia do patrono da cadeira n 7. seus poemas mais conhecidos, “Navio negreiro”, da • quantas partes ele apresenta; Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa! ———. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova neiro: Nova Aguilar, 1997.) taria do peregrino na terra hospitaleira, onde obra Os escravos, analisando cada uma de suas partes. • quantas estrofes há em cada parte; Foi a última vez que eu vi Teresa!... www.brasil.terravista.pt/albufeira/1822/index.htm Aguilar, 1997. “Uma noite, eu me lembro... Ela dormia vagara; nem sequer a lembrança desta alma, Texto integral de ‘‘O navio negreiro‘‘ e Espumas Como já foi citado anteriormente, a poesia de • quais os sinais de pontuação mais recorrentes etc. AMADO, Jorge. ABC de Castro Alves. São Paulo: Numa rede encostada molemente... ‘’Rio de Janeiro, 29 de fevereiro de 1868. que convosco e por vós vivera e sentira, gemera flutuantes para download. Inicie agora a leitura. Ao final de cada parte, E ela arquejando murmurou-me: ‘adeus!’” Record, 1987. Castro Alves deve ser explorada em sua sonorida- Quase aberto o roupão... solto o cabelo e cantara... peça que eles identifiquem e registrem o enfoque CANDIDO, Antonio. Formação da literatura bra- de, ou seja, deve ser declamada em alto e bom E o pé descalço do tapete rente.” Exmo. Sr. [...] Lembre-se: quando dissemos que a figura fe- GLOSSÁRIO sileira. Belo Horizonte: Itatiaia, 1981. tom. Para tanto, será necessário envolvimento e abordado (apreciação do conteúdo). É boa e grande fortuna conhecer um poeta; E o que são na verdade estes meus cantos?... minina deixa de ser uma abstração, uma GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: No segundo, notamos esse amor já concretiza- melhor e maior fortuna é recebê-lo das mãos Como as espumas, que nascem do mar e do idealização, e parte para uma concretização, não Romantismo Escola literária, que surgiu na Euro- José Olympio. do e a difícil separação, mesmo que momentânea: de V. Exª, com uma carta que vale um diploma, céu, da vaga e do vento, eles são filhos da a falamos apenas sobre o enfoque erótico assumi- pa no final do século XVIII, chegando ao Brasil já JORDÃO, Rose e OLIVEIRA, Clenir Bellezi de. Lin- 1 parte: 11 estrofes de 4 versos. com uma recomendação que é musa — este sopro do alto; do coração — este do, mas também, como visto nesse poema, sobre uma sagração. em nosso período pós-colonial. Forte lirismo, pessi- guagens: estrutura e arte. São Paulo: Moderna, Enfoque: descrição do cenário, exaltação do belo natural, paisagens amplas. pélago da alma. “Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora. o caráter transitório do amor. Com a partida, com A musa do Sr. Castro Alves não podia ter mais mismo, extremo nacionalismo e busca da liberda- 1999. 2a parte: 4 estrofes de 10 versos. feliz intróito na vida literária. Abre os olhos [...] A lua nas janelas bate em cheio. a ausência do amante, a mulher se entrega a ou- de. Iniciou-se em 1836 com a obra Suspiros Poéti- LAJOLO, Marisa e CAMPEDELLI, Samira. Castro Enfoque: descrição e elogio aos marinheiros de diferentes nacionalidades que se lançam aos desafios das Mas, como as espumas flutuantes levam, boi- Boa-noite, Maria! É tarde... é tarde... tro homem, contrariando-se aquela visão de em pleno Capitólio. Os seus primeiros cantos cos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. Alves — Literatura comentada. São Paulo: Abril Cul- viagens marítimas por outras terras. Exaltação do belo humano. obtêm o aplauso de um mestre. ando nas solidões marinhas, a lágrima saudo- tural, 1980. Não me apertes assim contra teu seio. “amor eterno” cultivada pelos românticos da se- a a [...] sa do marujo [...] possam eles, ó meus amigos! Romantismo (1 geração romântica) Naciona- 3 parte: 1 estrofe de 6 versos. [...] gunda geração. PAES, José Paulo. Poesia para crianças –– um de- Enfoque: visão panorâmica do que acontece dentro do navio. Horror, indignação. Em contraposição ao Não podiam ser melhores as impressões. Achei — efêmeros filhos de minh’alma — levar uma lista, indianista, ufanista, saudosista e religiosa. poimento. São Paulo: Giordano. Nela se destacam os poetas Gonçalves de Maga- descrito anteriormente, o poeta, chocado com a realidade, agora não mais idealizada, expressa sua revolta uma vocação literária, cheia de vida e robustez, lembrança de mim às vossas plagas! PESSOA, Fernando. Poemas escolhidos. CIDADEl: deixando antever nas magnificências do pre- lhães e Gonçalves Dias. e repudia o que vê. ANTOLOGIA DE APOIO Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses, 1986. a sente as promessas do futuro. Achei um poeta S. Salvador, fevereiro de 1870” RONCARI, Luiz. Literatura Brasileira –– Dos pri- 4 parte: 6 estrofes de 6 versos. a original. [...] Romantismo (2 geração romântica) Marcada meiros cronistas aos últimos românticos. São Paulo: Enfoque: descrição dos horrores que ali acontecem. O sofrimento dos escravos, a vileza e a maldade dos 1. Conforme registrado na página 32 do livro, papel da heroína para sua amada Eugênia O poeta explica o dramaturgo. Reaparecem no 4. Indicamos a seguir algumas formas de enri- pelo mal-do-século, apresenta egocentrismo, pessimis- Edusp, 1995. marinheiros. Castro Alves escreveu um drama denominado Câmara). drama as qualidades do verso; as metáforas quecer a dinâmica em sala. Anote aí e bom tra- a 5 parte: 9 estrofes de 10 versos. Gonzaga ou A revolução de Minas, inspirado Importante salientar que Castro Alves, gran- enchem o período; sente-se de quando em balho!! Enfoque: continua a indignação do poeta, que recorre até a Deus. Descreve a vida daquelas pessoas antes de nos amores do poeta inconfidente Tomás An- de poeta do século XIX, homenageia, nessa quando o arrojo da ode. Sófocles pede as asas CD Livro, de Caetano Veloso, outro baiano irem para o navio negreiro e o inferno em que agora vivem. Antítese entre liberdade e escravidão. tônio Gonzaga (pseudônimo Dirceu) pela bela obra, outro grande poeta. Trata-se de Tomás a Píndaro. Parece ao poeta que o tablado é pe- a homenagear o autor na faixa 9, em que, jun- 6a parte: 3 estrofes de 8 versos. jovem Maria Dorotéia de Seixas Brandão (a Antônio Gonzaga, nosso maior representan- queno; rompe o céu de lona e arroja-se ao es- to com Maria Bethânia e Carlinhos Brown, de- Enfoque: o poeta lamenta e critica sua pátria por servir-se de atos infames como a escravidão. “Marília” de suas Liras). te da estética vigente no século XVIII, o paço livre e azul. A peça apresenta quatro atos: os três primei- Arcadismo. Apaixonado pela jovem a quem [...] clama de maneira inspirada alguns versos de ros passam-se em Minas Gerais e o último, no denomina Marília (pseudônimo de Maria Tais foram as impressões que me deixou este “Navio negreiro”. Após a análise da forma e do conteúdo desse ou algo do gênero. O que importa é que eles per- Rio de Janeiro. O tempo do drama é de três Dorotéia de Seixas), o agora “pastor” Dirceu drama viril, estudado e meditado, escrito com Filmografia: A poesia condoreira e libertária de belíssimo poema, os alunos devem “criar” uma ma- cebam que a poesia declamatória sempre é dirigida anos: de 1789 a 1792. (pseudônimo do autor) dedica-lhe inúmeras calor e com alma. A mão é inexperiente, mas a Castro Alves, que trata das questões sociais, surge neira bem empolgante para declamá-lo: no palco, a várias pessoas com o intuito de fazê-las “acordar” A obra confere a seu autor fama e inúmeros liras amorosas, compiladas no volume Marília sagacidade do autor supre a inexperiência. a partir dos anseios da Revolução Francesa. Sen- em cima de um banco no meio do pátio da escola para algum tipo de problema ou questão social. elogios (logicamente Castro Alves reserva o de Dirceu. [...].” (Machado de Assis, idem, ibidem.) do assim, sugerimos alguns filmes que auxiliariam

5 6 7 mais apurada em sala de aula. Você poderá, então, ser ouvida, mais do que lida. Sugerimos então que Proposta 2 É noite, pois! Durmamos, Julieta! 2. Nas páginas 25 e 28, o livro nos conta que o 3. O livro ainda nos conta que foi durante aquela os alunos a compreender melhor os conceitos de mo, tédio, exaltação da morte e desprezo pela vida. conduzir um debate, visando não somente reconhe- os alunos leiam em voz alta os poemas que serão Rescende a alcova ao trescalar das flores, jovem poeta Castro Alves conseguiu ser rece- viagem que o poeta amadureceu a idéia de pu- igualdade, liberdade e fraternidade: Nela se destacam os poetas Álvares de Azevedo, cer as principais características do autor, como tam- analisados para que não se perca essa importante Como já ressaltamos na primeira parte deste Fechemos sobre nós estas cortinas... bido pelo grande romancista romântico José blicar um volume de versos a que daria o título - Danton, o processo da revolução. França, Junqueira Freire, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela. bém estimular nos alunos o gosto e a curiosidade marca oratória, certamente objetivada pelo autor. suplemento, Castro Alves não inova apenas no as- São as asas do arcanjo dos amores.” de Alencar, que não só reconheceu nele um de Espumas flutuantes. De fato, em novembro 1982. Direção: Andrzej Wajda. 136 min. a pela leitura poética! Por esse motivo é comum nos referirmos ao poeta/ pecto social, ao apresentar em sua poesia uma vi- grande talento, como o recomendou ao escri- de 1870, o livro foi lançado com muito sucesso. Poletel. Romantismo (3 geração romântica) Formada Explicar para os alunos que o uso de nomes de tor Machado de Assis. Vale a pena conferir Vejamos, a seguir, trechos de seu Prólogo: - Os miseráveis. EUA, 1998. Direção: Bille pelo grupo condoreiro, desenvolve uma poesia de Para uma análise mais detalhada, tanto do ponto declamador e ao leitor/ouvinte! são erotizada da mulher. A figura feminina deixa personagens famosas como Julieta, de Shakespeare, alguns trechos da citada correspondência en- August. 129 min. Cult Filmes. cunho social, político e libertário. Seu maior desta- de vista formal quanto do conteúdo trabalhado em Paralelamente a esse encaminhamento, seria in- de ser uma abstração, uma idealização, e passa a “Só e triste, encostado à borda do navio, eu nesse poema, seria uma forma carinhosa de elogiar tre José de Alencar e Machado de Assis sobre - Amistad. EUA, 1996. Direção: Steven que é o poeta Castro Alves, seguido de Tobias ser concreta. Além disso, segundo Luiz Roncari, seguia com os olhos aquele esvaecimento in- cada poema, recomendamos que você apresente aos teressante traçar o perfil de Castro Alves como o mai- sua paixão, sugerindo que ela é tão maravilhosa e o talento de Castro Alves. Spielberg. 155 min. CIC Vídeo. Barreto e Sousândrade. Castro Alves talvez seja quem melhor tenha reali- definido e minha alma apegava-se à forma va- alunos algumas das principais “marcas poéticas” do or expoente da terceira geração do Romantismo bra- amada quanto as mulheres mencionadas. zado uma nova concepção do amor, afinada com cilante das montanhas — derradeiras atalaias autor, já citadas anteriormente: a linguagem apelativa sileiro, caracterizada pela poesia social e libertária, No terceiro, um dos poemas mais famosos da “Tijuca [Rio de Janeiro], 18 de fevereiro de Arcadismo (Neoclassicismo) Escola literária, que as aspirações da nova mentalidade. E isso não ape- dos meus arraiais da mocidade. Castro Alves na Internet: utilizada, as figuras de linguagem mais recorrentes, a que, influenciada por Victor Hugo, pode ser denomi- nas pela representação integral da mulher, pela nossa literatura, apresenta-se a evolução de um 1868 surgiu na Europa no século XVIII, o chamado Século É que lá, dessas terras do sul, para onde eu leva- www.bibvirt.futuro.usp.br/acervo/literatura obras.html sonoridade das palavras, a visualidade poética. nada geração hugoana, ou ainda condoreira, por ser caso amoroso: seu início ardente, a dura separação das Luzes, chegando ao Brasil, em 1768. Os árcades união dos planos espiritual e sexual, mas também Ilmo. Sr. Machado de Assis, va o fogo de todos os entusiasmos, o viço de to- e a posterior decepção: Nessa página você encontrará Espumas flutuantes voltam-se para a natureza em busca de uma vida Importante salientar que a poesia de Castro o condor o símbolo de liberdade adotado pelos jo- por superar a visão aristocrática do amor sublime Recebi ontem a visita de um poeta. — O Rio das as ilusões, os meus vinte anos de seiva e de e ‘‘ O navio negreiro‘‘. simples, bucólica e pastoril. Seus maiores represen- Alves é declamatória, grandiloqüente, própria para vens da época. sem cair na visão naturalista do amor puramente de Janeiro não o conhece ainda; muito breve mocidade, as minhas esperanças de glória e de “A vez primeira que eu fitei Teresa, www.secrel.com.br/jpoesia/calves.html tantes no Brasil foram: Tomás Antônio Gonzaga, biológico e carnal. Em Castro Alves o amor trans- o há de conhecer o Brasil. Bem entendido, falo futuro; [...] é que dessas terras do sul, onde eu Como as plantas que arrasta a correnteza, Oferece as obras completas de Castro Alves, além de Cláudio Manuel da Costa (líricos); Basílio da Gama e cende as condições sociais e as particularidades ra- do Brasil que sente; do coração e não do resto. penetrara “como o moço Rafael subindo as es- A valsa nos levou nos giros seus... biografia e de textos sobre o escritor e seu tempo. Santa Rita Durão (épicos). ciais da mulher amada. Para explorar essa outra [...] cadas do Vaticano”; [...] volvia agora silencioso e O MOMENTO POSTERIOR À LEITURA DO LIVRO E amamos juntos... . E depois na sala www.geocities.com/SoHo/5941 faceta do poeta, sugerimos a análise de alguns po- O Sr. Castro Alves é um discípulo de Vítor alquebrado [...] trazendo por única ambição — ‘Adeus‘ eu disse-lhe a tremer co’a fala... Apresenta o perfil do poeta por Afrânio Peixoto, emas: “Adormecida”, “Boa-noite” e “O ‘adeus’ de Hugo, na arquitetura do drama, como no co- a esperança de repouso em minha pátria. INDICAÇÕES PARA APROFUNDAR [...] Manuel Bandeira e Euclides da Cunha. Contém al- Proposta 1 empolgação por parte de seus declamadores. Va- Teresa”. Foi então que, em face destas duas tristezas — lorido da idéia. O poema pertence à mesma gumas poesias e fotografias de Castro Alves. OS TEMAS TRABALHADOS mos lá! No primeiro, citado no livro às páginas 26 e 27, escola do ideal; o estilo tem os mesmos toques a noite que descia dos céus, — a solidão que Quando voltei... era o palácio em festa!... Inicie apresentando o poema e pedindo aos alu- notamos o poeta ardendo de desejo pela mulher brilhantes. Imitar Vítor Hugo só é dado às in- subia do oceano —, recordei-me de vós, ó meus www.academia.org.br/cads/7/castro.htm Se você pretende continuar trabalhando com o au- E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra ALVES, Castro. Espumas flutuantes. Rio de Janei- nos que façam uma primeira apreciação formal: que está adormecida diante de seus olhos, teligências de primor. [...]‘‘ (José de Alencar. amigos! No site da Academia Brasileira de Letras, a biogra- tor, sugerimos que realize a leitura integral de um de Preenchiam de amor o azul dos céus. o ro: Ediouro, 1997. lângüida, com o roupão quase aberto...: In: ALVES, Castro. Obra completa. Rio de Ja- E tive pena de lembrar que em breve nada res- fia do patrono da cadeira n 7. seus poemas mais conhecidos, “Navio negreiro”, da • quantas partes ele apresenta; Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa! ———. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova neiro: Nova Aguilar, 1997.) taria do peregrino na terra hospitaleira, onde obra Os escravos, analisando cada uma de suas partes. • quantas estrofes há em cada parte; Foi a última vez que eu vi Teresa!... www.brasil.terravista.pt/albufeira/1822/index.htm Aguilar, 1997. “Uma noite, eu me lembro... Ela dormia vagara; nem sequer a lembrança desta alma, Texto integral de ‘‘O navio negreiro‘‘ e Espumas Como já foi citado anteriormente, a poesia de • quais os sinais de pontuação mais recorrentes etc. AMADO, Jorge. ABC de Castro Alves. São Paulo: Numa rede encostada molemente... ‘’Rio de Janeiro, 29 de fevereiro de 1868. que convosco e por vós vivera e sentira, gemera flutuantes para download. Inicie agora a leitura. Ao final de cada parte, E ela arquejando murmurou-me: ‘adeus!’” Record, 1987. Castro Alves deve ser explorada em sua sonorida- Quase aberto o roupão... solto o cabelo e cantara... peça que eles identifiquem e registrem o enfoque CANDIDO, Antonio. Formação da literatura bra- de, ou seja, deve ser declamada em alto e bom E o pé descalço do tapete rente.” Exmo. Sr. [...] Lembre-se: quando dissemos que a figura fe- GLOSSÁRIO sileira. Belo Horizonte: Itatiaia, 1981. tom. Para tanto, será necessário envolvimento e abordado (apreciação do conteúdo). É boa e grande fortuna conhecer um poeta; E o que são na verdade estes meus cantos?... minina deixa de ser uma abstração, uma GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: No segundo, notamos esse amor já concretiza- melhor e maior fortuna é recebê-lo das mãos Como as espumas, que nascem do mar e do idealização, e parte para uma concretização, não Romantismo Escola literária, que surgiu na Euro- José Olympio. do e a difícil separação, mesmo que momentânea: de V. Exª, com uma carta que vale um diploma, céu, da vaga e do vento, eles são filhos da a falamos apenas sobre o enfoque erótico assumi- pa no final do século XVIII, chegando ao Brasil já JORDÃO, Rose e OLIVEIRA, Clenir Bellezi de. Lin- 1 parte: 11 estrofes de 4 versos. com uma recomendação que é musa — este sopro do alto; do coração — este do, mas também, como visto nesse poema, sobre uma sagração. em nosso período pós-colonial. Forte lirismo, pessi- guagens: estrutura e arte. São Paulo: Moderna, Enfoque: descrição do cenário, exaltação do belo natural, paisagens amplas. pélago da alma. “Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora. o caráter transitório do amor. Com a partida, com A musa do Sr. Castro Alves não podia ter mais mismo, extremo nacionalismo e busca da liberda- 1999. 2a parte: 4 estrofes de 10 versos. feliz intróito na vida literária. Abre os olhos [...] A lua nas janelas bate em cheio. a ausência do amante, a mulher se entrega a ou- de. Iniciou-se em 1836 com a obra Suspiros Poéti- LAJOLO, Marisa e CAMPEDELLI, Samira. Castro Enfoque: descrição e elogio aos marinheiros de diferentes nacionalidades que se lançam aos desafios das Mas, como as espumas flutuantes levam, boi- Boa-noite, Maria! É tarde... é tarde... tro homem, contrariando-se aquela visão de em pleno Capitólio. Os seus primeiros cantos cos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. Alves — Literatura comentada. São Paulo: Abril Cul- viagens marítimas por outras terras. Exaltação do belo humano. obtêm o aplauso de um mestre. ando nas solidões marinhas, a lágrima saudo- tural, 1980. Não me apertes assim contra teu seio. “amor eterno” cultivada pelos românticos da se- a a [...] sa do marujo [...] possam eles, ó meus amigos! Romantismo (1 geração romântica) Naciona- 3 parte: 1 estrofe de 6 versos. [...] gunda geração. PAES, José Paulo. Poesia para crianças –– um de- Enfoque: visão panorâmica do que acontece dentro do navio. Horror, indignação. Em contraposição ao Não podiam ser melhores as impressões. Achei — efêmeros filhos de minh’alma — levar uma lista, indianista, ufanista, saudosista e religiosa. poimento. São Paulo: Giordano. Nela se destacam os poetas Gonçalves de Maga- descrito anteriormente, o poeta, chocado com a realidade, agora não mais idealizada, expressa sua revolta uma vocação literária, cheia de vida e robustez, lembrança de mim às vossas plagas! PESSOA, Fernando. Poemas escolhidos. CIDADEl: deixando antever nas magnificências do pre- lhães e Gonçalves Dias. e repudia o que vê. ANTOLOGIA DE APOIO Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses, 1986. a sente as promessas do futuro. Achei um poeta S. Salvador, fevereiro de 1870” RONCARI, Luiz. Literatura Brasileira –– Dos pri- 4 parte: 6 estrofes de 6 versos. a original. [...] Romantismo (2 geração romântica) Marcada meiros cronistas aos últimos românticos. São Paulo: Enfoque: descrição dos horrores que ali acontecem. O sofrimento dos escravos, a vileza e a maldade dos 1. Conforme registrado na página 32 do livro, papel da heroína para sua amada Eugênia O poeta explica o dramaturgo. Reaparecem no 4. Indicamos a seguir algumas formas de enri- pelo mal-do-século, apresenta egocentrismo, pessimis- Edusp, 1995. marinheiros. Castro Alves escreveu um drama denominado Câmara). drama as qualidades do verso; as metáforas quecer a dinâmica em sala. Anote aí e bom tra- a 5 parte: 9 estrofes de 10 versos. Gonzaga ou A revolução de Minas, inspirado Importante salientar que Castro Alves, gran- enchem o período; sente-se de quando em balho!! Enfoque: continua a indignação do poeta, que recorre até a Deus. Descreve a vida daquelas pessoas antes de nos amores do poeta inconfidente Tomás An- de poeta do século XIX, homenageia, nessa quando o arrojo da ode. Sófocles pede as asas CD Livro, de Caetano Veloso, outro baiano irem para o navio negreiro e o inferno em que agora vivem. Antítese entre liberdade e escravidão. tônio Gonzaga (pseudônimo Dirceu) pela bela obra, outro grande poeta. Trata-se de Tomás a Píndaro. Parece ao poeta que o tablado é pe- a homenagear o autor na faixa 9, em que, jun- 6a parte: 3 estrofes de 8 versos. jovem Maria Dorotéia de Seixas Brandão (a Antônio Gonzaga, nosso maior representan- queno; rompe o céu de lona e arroja-se ao es- to com Maria Bethânia e Carlinhos Brown, de- Enfoque: o poeta lamenta e critica sua pátria por servir-se de atos infames como a escravidão. “Marília” de suas Liras). te da estética vigente no século XVIII, o paço livre e azul. A peça apresenta quatro atos: os três primei- Arcadismo. Apaixonado pela jovem a quem [...] clama de maneira inspirada alguns versos de ros passam-se em Minas Gerais e o último, no denomina Marília (pseudônimo de Maria Tais foram as impressões que me deixou este “Navio negreiro”. Após a análise da forma e do conteúdo desse ou algo do gênero. O que importa é que eles per- Rio de Janeiro. O tempo do drama é de três Dorotéia de Seixas), o agora “pastor” Dirceu drama viril, estudado e meditado, escrito com Filmografia: A poesia condoreira e libertária de belíssimo poema, os alunos devem “criar” uma ma- cebam que a poesia declamatória sempre é dirigida anos: de 1789 a 1792. (pseudônimo do autor) dedica-lhe inúmeras calor e com alma. A mão é inexperiente, mas a Castro Alves, que trata das questões sociais, surge neira bem empolgante para declamá-lo: no palco, a várias pessoas com o intuito de fazê-las “acordar” A obra confere a seu autor fama e inúmeros liras amorosas, compiladas no volume Marília sagacidade do autor supre a inexperiência. a partir dos anseios da Revolução Francesa. Sen- em cima de um banco no meio do pátio da escola para algum tipo de problema ou questão social. elogios (logicamente Castro Alves reserva o de Dirceu. [...].” (Machado de Assis, idem, ibidem.) do assim, sugerimos alguns filmes que auxiliariam

5 6 7 mais apurada em sala de aula. Você poderá, então, ser ouvida, mais do que lida. Sugerimos então que Proposta 2 É noite, pois! Durmamos, Julieta! 2. Nas páginas 25 e 28, o livro nos conta que o 3. O livro ainda nos conta que foi durante aquela os alunos a compreender melhor os conceitos de mo, tédio, exaltação da morte e desprezo pela vida. conduzir um debate, visando não somente reconhe- os alunos leiam em voz alta os poemas que serão Rescende a alcova ao trescalar das flores, jovem poeta Castro Alves conseguiu ser rece- viagem que o poeta amadureceu a idéia de pu- igualdade, liberdade e fraternidade: Nela se destacam os poetas Álvares de Azevedo, cer as principais características do autor, como tam- analisados para que não se perca essa importante Como já ressaltamos na primeira parte deste Fechemos sobre nós estas cortinas... bido pelo grande romancista romântico José blicar um volume de versos a que daria o título - Danton, o processo da revolução. França, Junqueira Freire, Casimiro de Abreu e Fagundes Varela. bém estimular nos alunos o gosto e a curiosidade marca oratória, certamente objetivada pelo autor. suplemento, Castro Alves não inova apenas no as- São as asas do arcanjo dos amores.” de Alencar, que não só reconheceu nele um de Espumas flutuantes. De fato, em novembro 1982. Direção: Andrzej Wajda. 136 min. a pela leitura poética! Por esse motivo é comum nos referirmos ao poeta/ pecto social, ao apresentar em sua poesia uma vi- grande talento, como o recomendou ao escri- de 1870, o livro foi lançado com muito sucesso. Poletel. Romantismo (3 geração romântica) Formada Explicar para os alunos que o uso de nomes de tor Machado de Assis. Vale a pena conferir Vejamos, a seguir, trechos de seu Prólogo: - Os miseráveis. EUA, 1998. Direção: Bille pelo grupo condoreiro, desenvolve uma poesia de Para uma análise mais detalhada, tanto do ponto declamador e ao leitor/ouvinte! são erotizada da mulher. A figura feminina deixa personagens famosas como Julieta, de Shakespeare, alguns trechos da citada correspondência en- August. 129 min. Cult Filmes. cunho social, político e libertário. Seu maior desta- de vista formal quanto do conteúdo trabalhado em Paralelamente a esse encaminhamento, seria in- de ser uma abstração, uma idealização, e passa a “Só e triste, encostado à borda do navio, eu nesse poema, seria uma forma carinhosa de elogiar tre José de Alencar e Machado de Assis sobre - Amistad. EUA, 1996. Direção: Steven que é o poeta Castro Alves, seguido de Tobias ser concreta. Além disso, segundo Luiz Roncari, seguia com os olhos aquele esvaecimento in- cada poema, recomendamos que você apresente aos teressante traçar o perfil de Castro Alves como o mai- sua paixão, sugerindo que ela é tão maravilhosa e o talento de Castro Alves. Spielberg. 155 min. CIC Vídeo. Barreto e Sousândrade. Castro Alves talvez seja quem melhor tenha reali- definido e minha alma apegava-se à forma va- alunos algumas das principais “marcas poéticas” do or expoente da terceira geração do Romantismo bra- amada quanto as mulheres mencionadas. zado uma nova concepção do amor, afinada com cilante das montanhas — derradeiras atalaias autor, já citadas anteriormente: a linguagem apelativa sileiro, caracterizada pela poesia social e libertária, No terceiro, um dos poemas mais famosos da “Tijuca [Rio de Janeiro], 18 de fevereiro de Arcadismo (Neoclassicismo) Escola literária, que as aspirações da nova mentalidade. E isso não ape- dos meus arraiais da mocidade. Castro Alves na Internet: utilizada, as figuras de linguagem mais recorrentes, a que, influenciada por Victor Hugo, pode ser denomi- nas pela representação integral da mulher, pela nossa literatura, apresenta-se a evolução de um 1868 surgiu na Europa no século XVIII, o chamado Século É que lá, dessas terras do sul, para onde eu leva- www.bibvirt.futuro.usp.br/acervo/literatura obras.html sonoridade das palavras, a visualidade poética. nada geração hugoana, ou ainda condoreira, por ser caso amoroso: seu início ardente, a dura separação das Luzes, chegando ao Brasil, em 1768. Os árcades união dos planos espiritual e sexual, mas também Ilmo. Sr. Machado de Assis, va o fogo de todos os entusiasmos, o viço de to- e a posterior decepção: Nessa página você encontrará Espumas flutuantes voltam-se para a natureza em busca de uma vida Importante salientar que a poesia de Castro o condor o símbolo de liberdade adotado pelos jo- por superar a visão aristocrática do amor sublime Recebi ontem a visita de um poeta. — O Rio das as ilusões, os meus vinte anos de seiva e de e ‘‘ O navio negreiro‘‘. simples, bucólica e pastoril. Seus maiores represen- Alves é declamatória, grandiloqüente, própria para vens da época. sem cair na visão naturalista do amor puramente de Janeiro não o conhece ainda; muito breve mocidade, as minhas esperanças de glória e de “A vez primeira que eu fitei Teresa, www.secrel.com.br/jpoesia/calves.html tantes no Brasil foram: Tomás Antônio Gonzaga, biológico e carnal. Em Castro Alves o amor trans- o há de conhecer o Brasil. Bem entendido, falo futuro; [...] é que dessas terras do sul, onde eu Como as plantas que arrasta a correnteza, Oferece as obras completas de Castro Alves, além de Cláudio Manuel da Costa (líricos); Basílio da Gama e cende as condições sociais e as particularidades ra- do Brasil que sente; do coração e não do resto. penetrara “como o moço Rafael subindo as es- A valsa nos levou nos giros seus... biografia e de textos sobre o escritor e seu tempo. Santa Rita Durão (épicos). ciais da mulher amada. Para explorar essa outra [...] cadas do Vaticano”; [...] volvia agora silencioso e O MOMENTO POSTERIOR À LEITURA DO LIVRO E amamos juntos... . E depois na sala www.geocities.com/SoHo/5941 faceta do poeta, sugerimos a análise de alguns po- O Sr. Castro Alves é um discípulo de Vítor alquebrado [...] trazendo por única ambição — ‘Adeus‘ eu disse-lhe a tremer co’a fala... Apresenta o perfil do poeta por Afrânio Peixoto, emas: “Adormecida”, “Boa-noite” e “O ‘adeus’ de Hugo, na arquitetura do drama, como no co- a esperança de repouso em minha pátria. INDICAÇÕES PARA APROFUNDAR [...] Manuel Bandeira e Euclides da Cunha. Contém al- Proposta 1 empolgação por parte de seus declamadores. Va- Teresa”. Foi então que, em face destas duas tristezas — lorido da idéia. O poema pertence à mesma gumas poesias e fotografias de Castro Alves. OS TEMAS TRABALHADOS mos lá! No primeiro, citado no livro às páginas 26 e 27, escola do ideal; o estilo tem os mesmos toques a noite que descia dos céus, — a solidão que Quando voltei... era o palácio em festa!... Inicie apresentando o poema e pedindo aos alu- notamos o poeta ardendo de desejo pela mulher brilhantes. Imitar Vítor Hugo só é dado às in- subia do oceano —, recordei-me de vós, ó meus www.academia.org.br/cads/7/castro.htm Se você pretende continuar trabalhando com o au- E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra ALVES, Castro. Espumas flutuantes. Rio de Janei- nos que façam uma primeira apreciação formal: que está adormecida diante de seus olhos, teligências de primor. [...]‘‘ (José de Alencar. amigos! No site da Academia Brasileira de Letras, a biogra- tor, sugerimos que realize a leitura integral de um de Preenchiam de amor o azul dos céus. o ro: Ediouro, 1997. lângüida, com o roupão quase aberto...: In: ALVES, Castro. Obra completa. Rio de Ja- E tive pena de lembrar que em breve nada res- fia do patrono da cadeira n 7. seus poemas mais conhecidos, “Navio negreiro”, da • quantas partes ele apresenta; Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa! ———. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova neiro: Nova Aguilar, 1997.) taria do peregrino na terra hospitaleira, onde obra Os escravos, analisando cada uma de suas partes. • quantas estrofes há em cada parte; Foi a última vez que eu vi Teresa!... www.brasil.terravista.pt/albufeira/1822/index.htm Aguilar, 1997. “Uma noite, eu me lembro... Ela dormia vagara; nem sequer a lembrança desta alma, Texto integral de ‘‘O navio negreiro‘‘ e Espumas Como já foi citado anteriormente, a poesia de • quais os sinais de pontuação mais recorrentes etc. AMADO, Jorge. ABC de Castro Alves. São Paulo: Numa rede encostada molemente... ‘’Rio de Janeiro, 29 de fevereiro de 1868. que convosco e por vós vivera e sentira, gemera flutuantes para download. Inicie agora a leitura. Ao final de cada parte, E ela arquejando murmurou-me: ‘adeus!’” Record, 1987. Castro Alves deve ser explorada em sua sonorida- Quase aberto o roupão... solto o cabelo e cantara... peça que eles identifiquem e registrem o enfoque CANDIDO, Antonio. Formação da literatura bra- de, ou seja, deve ser declamada em alto e bom E o pé descalço do tapete rente.” Exmo. Sr. [...] Lembre-se: quando dissemos que a figura fe- GLOSSÁRIO sileira. Belo Horizonte: Itatiaia, 1981. tom. Para tanto, será necessário envolvimento e abordado (apreciação do conteúdo). É boa e grande fortuna conhecer um poeta; E o que são na verdade estes meus cantos?... minina deixa de ser uma abstração, uma GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro: No segundo, notamos esse amor já concretiza- melhor e maior fortuna é recebê-lo das mãos Como as espumas, que nascem do mar e do idealização, e parte para uma concretização, não Romantismo Escola literária, que surgiu na Euro- José Olympio. do e a difícil separação, mesmo que momentânea: de V. Exª, com uma carta que vale um diploma, céu, da vaga e do vento, eles são filhos da a falamos apenas sobre o enfoque erótico assumi- pa no final do século XVIII, chegando ao Brasil já JORDÃO, Rose e OLIVEIRA, Clenir Bellezi de. Lin- 1 parte: 11 estrofes de 4 versos. com uma recomendação que é musa — este sopro do alto; do coração — este do, mas também, como visto nesse poema, sobre uma sagração. em nosso período pós-colonial. Forte lirismo, pessi- guagens: estrutura e arte. São Paulo: Moderna, Enfoque: descrição do cenário, exaltação do belo natural, paisagens amplas. pélago da alma. “Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora. o caráter transitório do amor. Com a partida, com A musa do Sr. Castro Alves não podia ter mais mismo, extremo nacionalismo e busca da liberda- 1999. 2a parte: 4 estrofes de 10 versos. feliz intróito na vida literária. Abre os olhos [...] A lua nas janelas bate em cheio. a ausência do amante, a mulher se entrega a ou- de. Iniciou-se em 1836 com a obra Suspiros Poéti- LAJOLO, Marisa e CAMPEDELLI, Samira. Castro Enfoque: descrição e elogio aos marinheiros de diferentes nacionalidades que se lançam aos desafios das Mas, como as espumas flutuantes levam, boi- Boa-noite, Maria! É tarde... é tarde... tro homem, contrariando-se aquela visão de em pleno Capitólio. Os seus primeiros cantos cos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. Alves — Literatura comentada. São Paulo: Abril Cul- viagens marítimas por outras terras. Exaltação do belo humano. obtêm o aplauso de um mestre. ando nas solidões marinhas, a lágrima saudo- tural, 1980. Não me apertes assim contra teu seio. “amor eterno” cultivada pelos românticos da se- a a [...] sa do marujo [...] possam eles, ó meus amigos! Romantismo (1 geração romântica) Naciona- 3 parte: 1 estrofe de 6 versos. [...] gunda geração. PAES, José Paulo. Poesia para crianças –– um de- Enfoque: visão panorâmica do que acontece dentro do navio. Horror, indignação. Em contraposição ao Não podiam ser melhores as impressões. Achei — efêmeros filhos de minh’alma — levar uma lista, indianista, ufanista, saudosista e religiosa. poimento. São Paulo: Giordano. Nela se destacam os poetas Gonçalves de Maga- descrito anteriormente, o poeta, chocado com a realidade, agora não mais idealizada, expressa sua revolta uma vocação literária, cheia de vida e robustez, lembrança de mim às vossas plagas! PESSOA, Fernando. Poemas escolhidos. CIDADEl: deixando antever nas magnificências do pre- lhães e Gonçalves Dias. e repudia o que vê. ANTOLOGIA DE APOIO Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses, 1986. a sente as promessas do futuro. Achei um poeta S. Salvador, fevereiro de 1870” RONCARI, Luiz. Literatura Brasileira –– Dos pri- 4 parte: 6 estrofes de 6 versos. a original. [...] Romantismo (2 geração romântica) Marcada meiros cronistas aos últimos românticos. São Paulo: Enfoque: descrição dos horrores que ali acontecem. O sofrimento dos escravos, a vileza e a maldade dos 1. Conforme registrado na página 32 do livro, papel da heroína para sua amada Eugênia O poeta explica o dramaturgo. Reaparecem no 4. Indicamos a seguir algumas formas de enri- pelo mal-do-século, apresenta egocentrismo, pessimis- Edusp, 1995. marinheiros. Castro Alves escreveu um drama denominado Câmara). drama as qualidades do verso; as metáforas quecer a dinâmica em sala. Anote aí e bom tra- a 5 parte: 9 estrofes de 10 versos. Gonzaga ou A revolução de Minas, inspirado Importante salientar que Castro Alves, gran- enchem o período; sente-se de quando em balho!! Enfoque: continua a indignação do poeta, que recorre até a Deus. Descreve a vida daquelas pessoas antes de nos amores do poeta inconfidente Tomás An- de poeta do século XIX, homenageia, nessa quando o arrojo da ode. Sófocles pede as asas CD Livro, de Caetano Veloso, outro baiano irem para o navio negreiro e o inferno em que agora vivem. Antítese entre liberdade e escravidão. tônio Gonzaga (pseudônimo Dirceu) pela bela obra, outro grande poeta. Trata-se de Tomás a Píndaro. Parece ao poeta que o tablado é pe- a homenagear o autor na faixa 9, em que, jun- 6a parte: 3 estrofes de 8 versos. jovem Maria Dorotéia de Seixas Brandão (a Antônio Gonzaga, nosso maior representan- queno; rompe o céu de lona e arroja-se ao es- to com Maria Bethânia e Carlinhos Brown, de- Enfoque: o poeta lamenta e critica sua pátria por servir-se de atos infames como a escravidão. “Marília” de suas Liras). te da estética vigente no século XVIII, o paço livre e azul. A peça apresenta quatro atos: os três primei- Arcadismo. Apaixonado pela jovem a quem [...] clama de maneira inspirada alguns versos de ros passam-se em Minas Gerais e o último, no denomina Marília (pseudônimo de Maria Tais foram as impressões que me deixou este “Navio negreiro”. Após a análise da forma e do conteúdo desse ou algo do gênero. O que importa é que eles per- Rio de Janeiro. O tempo do drama é de três Dorotéia de Seixas), o agora “pastor” Dirceu drama viril, estudado e meditado, escrito com Filmografia: A poesia condoreira e libertária de belíssimo poema, os alunos devem “criar” uma ma- cebam que a poesia declamatória sempre é dirigida anos: de 1789 a 1792. (pseudônimo do autor) dedica-lhe inúmeras calor e com alma. A mão é inexperiente, mas a Castro Alves, que trata das questões sociais, surge neira bem empolgante para declamá-lo: no palco, a várias pessoas com o intuito de fazê-las “acordar” A obra confere a seu autor fama e inúmeros liras amorosas, compiladas no volume Marília sagacidade do autor supre a inexperiência. a partir dos anseios da Revolução Francesa. Sen- em cima de um banco no meio do pátio da escola para algum tipo de problema ou questão social. elogios (logicamente Castro Alves reserva o de Dirceu. [...].” (Machado de Assis, idem, ibidem.) do assim, sugerimos alguns filmes que auxiliariam

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