Revista Brasileira de Geociencias Mario Sergio de Melo et al. 34(4):56 1-570, dczembro de 2004

A GEOLOGIA NO PLANO DE MANEJO DO PARQUE ESTADUAL DE VILA VELHA, PR*

MARIOSERGIODEMELO, LUIZCARLOS GODOY,PAULA MARIELEMENEGUZZO& DIEGOJURASKIPEREIRA DA SILVA

Abstract GEOLOG Y IN THE MANA GEMENT PLANOFTHE VILA VELHA STATE PARK. SOUTHERN As a requirementof the managementplanof the Vila Velha State Park(PEVV), ParanaState,Southern Brazil, studiesincludedgeological andgeomorphological mapping, and photointepretationof geological and relief features in several scales(1:70.000 to I:2.000, with fin al maps I:40.(00). The field works and data analysis emphasised main aspects related to the conservation unit. The PEVV is situated inthe easternedgeof the Parana Basin, in a regionstrongly affec ted byfaults, fracturesand dikes related to Mesozoic activity in the PontaGrossa Arch. The geological units present are the Furnas and formations (Devonian), the Itarare Group (Carboniferous-Permian), Serra Geral diabase dikes (Lower Cretaceous)and Quaternary alluvial and coluvial sediments. Singular landforms in the PEVV are escarpments, inselbergs, ruiniform landscapes, towers,pinnacles, grikes,corridors, labyrinths, 'furnas' (sinkholes), humiddepressions, ponds, waterfalls, rapids, 'tafoni', solution pans, 'Iapies', alveolus, anastomosed tunnels,corrosion cones, polygonal fractures and termite perforations. The main results of the geological studies concern the indication of specific interest areas or themes for visitation, protection of special areas, recoveryof degraded areas, utilization of adequate construction material, indicationofhazardoussituations,indicationofspecificequipments,indicationof areasfornewattractivcnesscsdevelopment, indicationofthemes for newscientificresearch, indication of priority areas forthe enlargement of the protected perimeter, indication of activities for environmental interpretation, information for the production of printed material and human resources training.

Keywords:Vila VclhaState Park, management plan, Furnas Formation, Vila Vel haSandstone.

Resumo Estudos geol6gicos realizados no Parquc Estadual de Vila Velha (PEVV) para subsfdio ao plano de manejo ind ufram fotcintepretacao em diversas escalas,trabal hos de campo e producao de mapas geol6gicose geomorfol6gicos em cscala 1:40.000, enfatizando-se aspectos de interesse paraa unidade de conscrvacso. 0 PEVVsitua-sc na borda oriental da Baciado Parana, emarea fonemente afetada porfalhas, fraturas e diques relacionados aatividade mesoz6ica no Arco de PontaGrossa. As unidadesgeologicas que aparecem no parque sao: formacoes Furnas e Ponta Grossa (Devoniano); Grupo Itarare (Carbonlfero-Permiano): diques de diabasio SerraGeral(Eocretacec);sedimentosaluviaisc coluviaisquaternaries. Peicoesde relcvosingularesdo PEVV,que constitucm sua principal razzo de ser, sao: escarpamentos, morros testemunhos, rclevos miniformes; torres e pinaculos; fcndas, corredores e lahirintos:fumas;dcpressces umidas, secase lagoas;cachoeirase corredeiras;lapas:entalhesde base de paredesrochosas;cancluras oucanalctas: bacias de dissoluczo: alvcolos: nineisanastomosadosc cones de erosao:juntas poligonais; pcrfuracoes produzidas por cupins, Os principals subsfdios da Geologia para 0 plano de manejo do PEVV foram: indicacao de areas ou temas de interesse cspecffico paravisitacao;protecac de areascspeciais; rccuperacaode areasdegradadase prcvencaode novos impactos: utilizacao de rnatertais de consrrucaoadequados; indicacao de posslvcis situacocsde risco; tndtcacao de equipamentos especfflc os: indicacjlode areas para descnvolvimentode novos atrativos; indicacao de temas paranovas pesquisas cientificas; indicacao de eventuais areas de amphacao da unidade de conservacao; tndtcacao de atividadcs de lnterpretacac ambiental; producao de material de inform acao, divulgacaoe treinamento;treinamentode recursos humanos.

Palavras-chave: Parque Estadual de Vila Velha, plano de manejo, FormacaoFurnas,Arenito Vila Velha.

INTRODUC;ii.O Vila Velha ea denorninacao de um notavel ras tectonicas e atect6nicas, processos internpericos e erosivos agrupamento de releva ruiniforme esculpida em arenitos, de gran­ atuantes, dentre outros. Citada como exemplo de a<;ao de proces­ de apelocenico e valor cientifico para a Geologia e Geomorfologia, sos e6licos, este eurn dos mais consagrados equivocos da Iitera­ bern como para estudos arnbientais, vista que 0 relevo de excecao tura geologica e geomorfol6gica brasileira. abriga ecossisrernas tfpicos dos Ca mpos Gerais do Parana, inclu­ Situada cerca de 80 km a WNW de Curitiba e a 20 km a ESE de indo especies da flora e fauna endemicas da regiao, Ponta Grossa (Fig. 1),Vila Velha ha muito tempo notab ilizou-se As esculturas naturais em arenito tern recebido denorninacoes como irnportante p610 de visitacao turfstica, contabilizando-se diversas sugeridas pelo irnaginario dos visitantes leigos: cidade media de 200.000 visitantesla no ao lange da decada de 1990. A cicl6pica, camelo, esfinge, praa do navio, garrafa, tartaruga e a singularidade das esculturas em arenito levou acriacao do Parque taca,estaa simbolo de Vila.Velha, alem de dezenas de outras, cujas Estadual de Vila Velha (PEVV),com 3.122,II ha, pela Lei Estadual alturas variam de poueos metros a cerca de 20 m, distribuidas n" 1.292, de 12 de outubro de 1953. Alern do relevo ruiniforme em numa area corn cerca de 10 ha. a conjunto principal corn relevo arenitos, a parque criado incluiu ainda outras feicoes notaveis, ruiniforme e urn notavel aflorarnento de arenitos periglaciais, de como as furnas e a Lagoa Dourada. genese discutida, onde as esculturas refletem a interacao de vari­ o PEV V foi 0 primeiro parque estadual do Parana . Se por um os fatores:caracterfsticas litol6gicas da rocha sedimentar, estrutu- lado essa antiguidade co ntribuiu para a preservacao de alguns de

UEPG - DEGEO, Av. Carlos Cavalcanti 4748, CEP 84.030·900, Ponta Grossa, PR, Brasil, msmelo @uepg.br '" - Trabalho desenvolvido com apoio da Fundacao Araucarin, CNPq c SEMA -Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hfdricos do Parana

Revista Brasileira d,e Geodenciee, Volume 34, 2004 561 A geologia no plano de manejo do Parque Estadual de Vila vetne. PR-

seus aspec tos naturais, por outre dificultou a adaptacao 11 legisla­ 1:25.ooo e 1:2.000,que apoiaram levantamentos de campo realiza­ c;aoambiental, relativamente recente, Ate 0 ana 2000 0 PEVV ain­ dos entre abril e junho de 2rtY2 . Para dar suporte ao planejamento da era administrado por tres instituicoes com obje tivos muito dis­ do uso da unidade de conservacao (IBAMA 2002), ale m do tintos (turismo, pesquisa agropecuaria e protecao ambiental), e mapeament o de unidades geolog icas foi realizado tarnbem nan existia plano de manejo que disciplinasse sua utilizacao. mapeamento de feicoes geornorfologicas de destaque e de unida­ A partir de 2000, iniciou-se urn esforco de revitalizacao do des de relevo, com mapas finais em escala 1:40.000 (UEPG 2002). PEVV, visando adequa-lo 11 legislacao atual, e dota-lo de plano de a s rnapeamentos e levantamentos foram orientados para atender manejo e infra-estrutura compativelcom a grande visitacao obser­ as diretrizes gerais dos pianos de manejo. vada. Foi neste contexto de revitalizacao que foram realizados os estudos geol6gicos aqui apresentados . GEOLOGIA REGIONAL 0 PEVV localiza-se proximo 11 borda o Decreto n°4.340de2"}J08f2rtY2,que regulamenla lei anterior oriental da Bacia do Parana, cerea de 10 km a oeste do contato que dispoe sobre 0 SNVC - Sistema Nacional de Vnidades de erosivo das unidad es se dimenta res pal eoz6icas sabre 0 Conservacao, indica caracteristicas gerais do plano de manejo: embasamento proterozoico, que aparece a nordeste da area estu­ cstabclecimento dos limites da VC; compatibi lizacao , integracao e dada. Este embasamento ercpresentado por rochas mctamorficas otirnizacao das atividadcs desenvolvidas; regularnentacao da con­ de grau baixo a medic do Supergropo Acungui (Gropo Itaiacoca e cessao de usa pelas populacoes tradicion ais; uniforrnizacao de Formacao Agua Clara, Meso a Neoproteroz6ico, Campanha & conceitos e metodologias; fixacao de diretrizes para 0 diagnostico Sadowski 1998) e vastos cornplexos granit6ides calco-alcalinos da UC; zoneamento; programas de manejo ; estabelecimento de associados (Cunhaporanga, a noroeste da Faixa Itaiacoca, e Tres fases de implerncntacao e de prazos de avaliacao e revisao;carater C6rregos, a sudeste desta faixa). As unidades da Bacia do Parana participativo no manejo; desenvolvimento de pesquisas necessa­ presentes na area estudada sao as formacoes Furnas e Ponta Grossa rias para 0 manejo da DC e area de amortecimento.Tendo em vista (Devoniano), e a base do Gropo Itarare (Ca rbonifero Superior). estas diretrizes gerais. devem ser orientados os levantamentos, Estas unidades estao incluidas nas duas rnegassequen cias basais inclusive os de natureza geologica e geomorfologica, da Bacia do Parana (Assine 1996, Milani et af. 1998). Os estudos geol6gicos nealizados no PEVV nfio diferiram sig­ nificativamente dos procedi mentos usuais em mapeamentos geo­ Formacao Furnas A Formacao Furnas assentadiscordantemen­ 16gicos: foram ulilizadas fotografias aereas em escalas 1:70.000, te sobre rochas do embasamento cristalino ou da Formacao Iapo,

r: F • A,u nu du lalhe y..... AreGde Po nla GIII$$1

rlUba

+ 2 5'30· ) . 49'3 0'

Figura 1 - Mapa geologico regional e localiiacdo do Parque Estadual de Vila velha. 1: embasamento proterozoico; 2: Formaciio Furnas ID); 3: Formaciio POllia Grossa ID); 4: Grupo itarare IC-P); 5: sedimentos da Bacia de Curitiba IT); 6: diques de diabosio do Magmatismo Serra Geral (K); 7: principaisfaiham entos; 8: localizacdo do PEVV; 9: areas urbanas; 10: postciio da se({;oda Fig. 2 (modificado de MfNEROPAR, 1989),

562 Revista BrasiJeira de Geocienclee, Volume 34, 2004 Mario sergiode Melo et al.

enquanto a passagem para as unidades sobrepostase gradacional, e folhelhos), depositada sob condicoes fluvio-glaciais, glacio­ quando passa para a Formacao Ponta Grossa, au discordante, marinh as e marinhas, em consequencia do degelo das geleiras quando rochas do Grupo Itarare sucedem 0 Arenito Furnas. desenvolvidas sobre ex tensa area da margem meridional do Econstitufda dominantementede arenitos medics a grossos Gondwana (Milani et al. 1994). de coloracac clara, feldspaticos elo u caulfnicos, com graos angu­ Adivisao cstratigrafica do Grupo Itarare tern sido mui to discu­ losos a subangulosos, regularm ente selecionados. a s arenitos tida, Com base em dados de afloramentos, Schneider et at. (1974) estao dispostos emsetscomespessuras de0,5a 5,0 mcomgeome­ propuseram subdivisao em tres formacoes (Campodo Tenente, tria tabular, lenticulare cuneifonne, com rnarcante estratificacao Mafra e Rio do Sui), aplicavel aos estados de Santa Catarina e cruzada planar, tangencial na base ou acanalada (Assine 1996). Na Parana. Franca & Potter (1988), com base em dados de testernu­ parte inferior da formacao predominarn arenitos grossos, imatu­ nhos de sondagens, propuseram nova subdivisao, nas formacoes res, com ocorrencias dcscontinuas de arenites conglomeraticos c LagoaAzul,Campo Mourito e Taciba.Estes autoresmantiveram a conglomerados quartzosos. Em dirccao ao topo, predominam de nominacao de For macao Aquidauana para as sedimentos arenitos mais finos,com niveis de siltitos argilosos micaceos. Al­ terrfgenos avennelhados da porcao norte-noroeste da bacia. guns autores (Assine 1996, Borgui 1996) tern sugerido a possibili­ A Formacao Lagoa Azul, composta par arenitos, folhelhos e dade de subdivisao da Formacao Furnas com base nestas varia­ diamictites, constitui a unidade basal e nao-afforante do Grupe <;5es de facies sedimentares. Itarare da regiao centro-suI do Estado de Sao Paulo, norte do A idade da Formacao Furnas e considerada como estenden­ Estado de Parana e sudeste do Estado de Mato Grosso do Sui do-sedo Nco-Siluriano (pridoliano)ao Eo-Devoniano(Lockovianol (Franca & Potter 1988). Repousando sobre a Formacao Lagoa Praguiano),segundo Assine (1996) e Bergamaschi (1999). A inter­ Azulouunidades mais antigas, ocorre aFormacao CampoMourao, pretacao do ambiente deposicional tern suscitado muitas discus­ constitufdadominantemente porarenitos com folhelhos, siltitos. soes. Bigarella et al. (1966) e Lange & Pelri (1967) consideraram diamictitos e lamitos seixosos subordinados.De acordo corn Milani origem marinha paraa formacao,Northfleet et al. (1969)e Schneider et al. (1994), a Formacao Campo Mourao equivaleria as formacoes el al. (1974) admitiramorigem fluvial. Assine et al. (1994) propuse­ Campo do Tenenle e Mafra de Schneider et at. (1974). As rochas ramque a Formacao Furnas foi depositada em sistemas de deltas do Grupo Itarare no PEVV,dentre as quais 0 Arenito Vila Velha construfdos por rios entrelacados, Borgui (1996) e Assine (1996) (Maack 1946), pertenceriam a formacao Campo Mourao. considerarama formacao como resultado do retrabalhamento ma­ ri nho de paleocorrentes fluvio-costeirns. lntrusivas basicasa intermedlarias (FormacaoSerra Geral) Nas rochas paleoz6icas da Bacia do Parana ocorrem rochas intrusivas Formacao Penta Grosso A Formacao Ponta Grossa assenta-se basicas a intermediarias rnesozoicas relacionadas ao Magmatismo sobrea Formacao Furnas,ern contato gradacional,e e sobreposta Serra Geral (Grupo Sao Bento), represenladas principalmente por porrochas do Grupo Itarare, atraves de contatos discordantes. diques e soleiras de diabasio, de idade eocretacea. Apresentam Lange & Petri (1967) subdividiram a Formacao Ponta Grossa, co loracao cinza escura a preta e granulacao milimetrica a da base para 0 topo, em tres membros: Jaguariaiva, Tibagi e Sao submilimerrica. Aespessura dos corposfgneos variade subrnetrica Domingos. a MembroJaguariafva (cerca de 100mde espessura) e a dezenas de metros. Sua origem esta ligada ao Arco de Ponta constitufdo de folhelhos laminados fossiliferos e bioturbados,com Grossa, o qual provocou fraturas profundas, paronde ascendeu 0 lentes de arenitos finos subordinadas, depositados num contexto magmabasico, testemunhando intensaatividade vulcanicadurante de plataform a marinh a rasa, de idade corr espondente ao intervalo a fragmentacao do Gondwana. A direcfio preferencial dos diques Praguiano a Frasniano (Assine 1996; Bergamaschi 1999). aMem­ de diabasio eN40o-60oW, longitudinal ao eixo do arqueamento, bro Tibagi (20 a 35 m de espessura) e constitufdo de arenitos finos a muito finos lenticulares, fossiliferos, entremeados em folhelhos a Areo de Ponta G rossa A regiao do PEVV situa-se no flanco silticos, depositados emsistemas marinhos plataformais sobac;ao sudoeste do Arco de Ponta Grossa (Figs. 1 e 2), importante de ondas (Assine el al. 1998), de idade eifeliana (Daemon et al. estruturade direcao NW-SEda Baciado Parana.Eum altoestrutural 1967 e Lange & Petri 1967). a Mernbro Sao Domingos (90 m de comeixo inclinado para NW, ativodesde 0 Paleoz6ico, mas palco espessura na area-tipo) e constitufdo de folhelhos laminados de de intensa atividade tectonica sobretudo no Mesoz6ico. Nesta corcinzacomarenites finos subordinados,depositados em ambi­ epoca,os movimentos verticais ao lange doarqueamentoatingiram ente marinho no Eifeliano-Frasniano (Lange e Petri 1967;Daemon seu apogeu, e profundas fraturas longitudi nais deram passagem el al. 1967). ao magma basaltico,aarqueamento foiconsiderado porHerz(1977) A Formacao Ponta Grossae conhecida pelo seu rico conteii­ como urn ramo abortado dejuncfio triplice durantea fragrnentacao do fossilifero, que inclui bivalves. gastr6podes, trilobitas, do Gondwa na e abertura do Atlantico SuI. braquiopodes, cricoconarfdeos, dentre outros, diversificados so­ a Arco de Ponta Grossa e responsavel por algumasdas feicoes bretudo nos dois membros inferiores, constituindo a denominada geologicas e geomorfol6gicas nota veis do flanco leste da Bacia fauna da"provincia malvinocdfrica" (BoUCOI& Gill 1956).aMern­ do Parana: bro Sao Domingos e menos fossilifero e corn menor rnimcro de a) fraluras, falhas e enxames de diques de direcao NW-SE, os especies que os inferiores, faltand o-Ihe form as tipicamente quais contro lam 0 rclevo e a hidrogra fia; malvinocafricas, 0 que einterpretado como consequencia do aque­ b) co ncavidade (em mapa) do co ntato dos sedimentos cimento das aguas pelo dcslocamento para norte do Gondwana paleoz6icos sobre 0 embasamento, e exposicao de unidades Ocidental durante 0 Devoniano Medic (Isaacson 1996). inferiores nao aflorantes em rnuitos locais da bacia; c) escalonamento do relevo em planaltos de origemerosiva. Gru po Ita rare a Grupo Itarare, unidade basal do Supergrupo Tubarao,de idade permo-carbonffera,corresponde a umacomple­ Outras estruturas geol6gicas Recanhecem-se tres direcoes xa associacao de litotipos (e.g. tilitos,diamictitos, varvitos,arenitos principais de estruturas nipteis tectonicas na Bacia do Parana

Revista Brasifeira de Geociencias, Volume 34, 2004 563 A geologia no plano de manejo do Parque Estadual de Vila veme, PRo

Segundo Planalto Pa ra naense

sw NE A _ _..- B ::: : ~, ~~ :.~~?g :~:f ::} /t ~ ... :::::::1:1: :l:U: :-Il;;\r-1J~1i ..-. -.: .....:::: :: ::: :: :::: ::::: :::: ::; ::.. 400 : :::: : ::: : :: : :: :: : :::: : : : ; :: : :: : ......

20 40 60 km

Figura 2 - Serriio esquemd tica que mostra a retacdo do Parque Estadual de Vila Velha com a estrutura geologica regional (ver localizaciio lIaFig. II. l: embasamento proterozoico; 2: Formacao Furnas(DI;3: Formacao Pontu Grossa (DI;4: Grupo Itarare (C­ PI;5: diques de diabasio do MagmatismoSerra Geral(KI; PG:A,m de Pollia Grossa; ED: Escarpa Devoniana; Vv.· PEW,' TI: Rio 7ibagi.

(Zalanetal. I99I): aflorarnento do Aren ite Furnas no Segundo Planalto Paranacnse, a) NE-SW. corresponde nte as direcoes do embasame nto as maiores co m ate tres centenas de metros de diam etrc e proteroz6ico da bacia, reativadas recorrentemente, com movimentos profundidade co nhecida de ate 110 m. horizontais e verticais; b) NW -SE. preexistentes e reativadas principal mente no GEOLOGIA DO PEVV As unidades que aparecem no PE VV Neojurassico e Eocretaceo, com movimentos verticais dorninantes; sao apresentadas na figu ra 4. As mais antigas enco ntram -se assoc iarn-se aruptura do Gondwana e magmatisrno da Formacao truncad as por estruturas nipreis, que tern forte influencia no de­ Serra Geral; senvolvimento das feicoese co mpartirnentacao do relevo . c) E-W. supostamente originadas a partir do Triassico, ligadas aabert ura do Atlantica Sui, em vista do para lelismo com as zonas Formacao Fu rnas OCOITC na porcao oeste do PEVV, e tam bem de fratura s oceiinicas. nos terrenos mais bai xos ao lan ge do vale do Rio Quebra-Perna e Toda s estas direcoes estruturais prineipais foram reativadas da porcao de montante do arro io que faz 0 limite leste do PEVV. durante os movimentos ao lange do Arco de Ponta Grossa no afluente do Rio Guabiroba. Mesozoico, e ocorrem na regiao do PEVV. impondo marcante As melhores exposicoes da Formacao Furnas estao nas fum as controle estrutural da drenagern, sobretudo do Rio Quebra Perna. n" 1 e 2 (Fig. 5). e tam bern ao longo de faixa de afloramentos na Falhas e fraturas do sistema NW-SE muitas vezes encontram-se margem esquerda do Rio Quebra-Pema. Nestes ultirnos locais, penetradas por intrusoes basicas relacion adas ao Ma gmatismo formam -se as caracterlsticas lapas, com tetos rochosos e paredes Serra Gera l. Outros doi s eo nj untos de fra tura s ocorrem nos controlados pelas estrut uras sed imentares tipicas dos arenites, e principais plates de arenitos de Vila Velha (Melo & Coimbra 1996): tam bern estruturas nipteis associadas. Estas lapas constituem a) subverticais com distribuicao co ncentrica, paralelamente as abrigos naturais,e nas pro ximidades do PEVV nelas foram encon­ bordas dos plates arenfticos: trados muitos sftios arqu eo l6gicos (v. g. Chmyz 1976. Rocha etal, b) suborizontais parcialment c controladas pela estratificacao s.d.•Santana & Melo 200 I). e originadas por alivio de carga. Na area de exposicao, a Fo rmacao Furnas ex ibe as caracteristi­ cas que Ihe sao tipicas: predom inam arenitos finos a medics, com GEOMO RFOLOGIA REGIONAL 0 PEV V situa-seem ~iio niveis conglorneraticos restritos, caulfnicos, 0 que Ihes confere co linosa, co m morros testemunhos sustentados por are nitos , colo racao clara, e co m marcant es estruturas sedi rnentares , princi­ incluida no Segundo Planalto Paranaense. Este planalto co nstitui palmente es tratificacoes plan o-paralelas e cruzadas tabu lares. um dos compartime ntos do relevo esca lonado do Estado do Parana Aparec em ta rnbe rn m arcas o nd u ladas ind ieati vas d as (Fig. 3). co m topos nivelados entre 1100 e 800 rn, com suave paleocorrentes que depositaram os arenitos . caimento para oeste. Os arenitos da Formacao Furna s, assim co mo aqueles do Gru­ Rochas sedimentares paleoz6icas da Bacia do Parana. com pe Itara re, ex ibem form as singulares resultantes da associacao de intru sivas basicas assoc iadas, sustentarn 0 Segundo PIanalto processos de dissolucao e erosao mecanica , os chamados relevos Paranaen se. Este IS delimitado por dais marcantes degraus ruiniformes (Melo & Co imbra 1996). Particularmente, a Formacao topograficos, cada urn deles com ate cerea de 300 m de desni vel, Furnas co ndicio na 0 aparecime nto das grandes depressoes, que representad os pe la Esca rpa Devon ian a a lest e (localmente inclu em as furnas, lagoas, depressoes secas ou iimidas, result an­ denominada Serra de Sao Luis do Puruna) e Serra Geral a oeste. tes de processos erosivos subterraneos que ocorrern em grande Uma feicao tfpica do reverso da Escarpa Devoniana na borda pro fundidade. do Segundo Planalto Paranaense e representada pelas "furnas", depress5es erosivas que dao nome a Formacao Furnas. Trata-se Form adio Ponta G rossa Rochas tipicas da Formacao Ponta de feicoes de desabamento, atribuidas principalmente a fenomenos Grossa ocorrem somente em locais do extreme leste dentro dos de erosao subterrfmea do arenito, favorecida ao longo de estruturas limites do PEV V.Nos mapas preexistentes, erroneamente conside­ nipteis e sed imentares (Ma ack 1946 e 1956. Soares 1989. Melo rou-se diamictites do Grupo Itara re como pcrtencentes a Form a­ 1999). Existem dezenas de furna s co nhec idas na regiao de ~ ii o Ponta Grossa (Fig. I). Esta compreende folhelhos silto-argilo-

564 Revista Bras;/eira de Geoci~ncia s , Volume 34, 2004 Mario Sergio de Melo et al.

B A CIA DO PAR ANA Embasam ento •

Ter cel ro P lan all o Pa ra n aen se Seg u nd o pta n attc

W NW ES E

1200m a UA

'00

PA"' 0RA~' ~A--.5?~' eAR c .' ...,' , o. 50 1QO 150 km . .

Figura 3 - Secdo esquematica WNW-ESE da estrutura do relevo do Estado do Parana. PAR: Paranagud; SM: ;CTB: Curitiba; ED: Escarpa Devoniana; PEVV: Parque Estadual de Vila velha; SG: Serra Geral; GUA : Guarapuava.

...... "' I" ~ ! '

l'=f==j"._...l" m ...... , t· , ·, · ~ -_ · · - '1

Figura 4 - Mapa geologico do Parque Estadual de Vila vetha. I: Formaciio Furnas (Devoniano); 2: Formacao Ponta Grossa (Devoniano); 3: rochas indiferenciadas do Grupo Itarare (Carbonifero-Permiano); 4: arenitos do Grupo Itarare (Carbonifero­ Permiano); 5: diques de diabdsio do Magmatismo Serra Geral (Cretaeeo); 6: sedimentos aluviais e coluviais quatenui rios; 7:fa lha normal; 8: principals lineamentos; 9: limites do PEVV. sos micaceos, cinzentos, ap resenta ndo f6sseis (mo ldes) de Grupo Itarare As rochas sedimentares da parte leste do PEVV braquiopodes,Embora 0 afloramenlo de folhelho seja relativa­ bern como as que sustentam a s plates, morros testemunhos que mente pequeno, constitui a iinica exposicao co m f6sseis tipicos se destacam na topografia tanto no parque como em areas vizi­ da Formacao Ponta Grossa dentro do PEVV. nhas (Fortaleza, Toquinhas, Arcos) pertencem ao Grupo Itarare. Estratigraficamente a Formacao Ponta Grossa posiciona-se Estas sao de natureza variada, refletindo as muitos sub-ambicntes entre a Formacao Furnas sotoposta, mais antiga, e a Grupo Itarare, do ambiente glacial em que foram formadas. Oeorrem na area do sobreposto. Erosao ocorrida entre 0 final da deposicao da Forma­ PEVV diamictitos, ritrnitos, argilites, folhelhos e arenitos. Nos tra­ c;ao Ponta Grossa e 0 inicio da deposicao do Grupo Itarare foi balhos realizados, foi possfvel separar as rochas sedimentares do responsavel pelo desaparecimento da Formacao Ponta Grossa em Grupo Itarare ern duas unidad es, representadas na figura 4: toda a porcao oeste do PEVV. - unidade basal contendo diamictitos, argilitos, folhelhos e

Revista Brasileira de Geodencies. Volume 34, 2004 565 A geologia no plano de manejo do Parque Estadual de Vila veme, PR·

Figura 5 - Princ ipals acessos, instalacoes e felciies de interesse geologico no PEVV. J) Rodovia (B R-376); 2) Ferrovia (America Latina Logistica); 3) Acessos intemos do parqu e; 4) Instalacdes - A) Administraciio, recepciio. estacionamento; B) Antigos mus eu e piscina; C) Antigo camping; D) Capela; E) Aloj amento de pesquisa (antiga casa do guarda-parque); F) Poltcia Florestal e antigo [APAR; G) Recepcdo e estacionamento dasfurnas ; Ii) Estacionamento e recepcdo da Lagoa Dourada; I: Posto de abastecimento ; 5) Rede de drenag em; 6) Lagos e lagoas; 7) Platos areniticos - J: Vila Velha; K: Fortaleza; 8) Princ ipais feicoes de interesse geologico - L) Furna II' I ; M) Fuma II' 2;N) Furno II' 3; 0) Fuma II' 4; P) Lagoa Dourada; Q) Lagoa Tarunui ; R) relevos ruiniformes; 5) "tafa "; T) ocorrencia de fosseis devonia nos; U) pseudo-estratificacoes no A renite Vila Velha; V)fraturas no A renito Vila Velha com franja s botrioidais de oxidos deferro e manganes; W) oreas-de-emprestimo de solo; X) erosiio ao longo de acelro; Y) trilha sui do plato de Vila 'velha revestida com cascalho de folhelhos de vonianos; Z) Gruta da Pedra Suspensa.

areni tos subord inados, ind icados na figura 4 co mo roe ha s ressedim en tacao per f1 uxos gra v itac io nais s ubaq uo so s . inJi ferenciadas do Grupo Itarare; Estratificacoes cruzadas de baixo angulo e marcas onduladas indi­ - unidade de topo co nte ndo domina nteme nte os arenites cam a, ao de co rrentes aquosas (Franca et al. 1996) , talvez num a ve rm elhados qu e suste nta rn os plate s do re le vo local ; ambiente marinho raso sob influencia de mares (Canuto et al. 1997). corresponde ao Arenito Vila Velha de Maack (1946). o tom rosado dos arenitos ede vido a cimento ferruginoso, 0 qual A sucessao dos diversos tipos de rochas do Gru po Itarare, determ ina tam bern a ex istencia de horizontes com diferentes resis­ que apre senta m diferentes resistencias aerosao, ern litossomas tencias a erosao, 0 que co ntribu i para a bizarria das formas de aproximadamente horizontais, determina 0 aparecim ento de rnui­ erosao observadas. tas corntjas no relevo local. Ca raeterfstica marcante do Arenito Vila Velha e a presencado Urnacaracteristica dos diam ictitos do Grupo Itarare e 0 fato de relevo ruinifonne (Me lo & Coimbra 1996), marcado par rica associ­ apresentarem regolito contend o muitas co ncrecoes lirnonfticas, acao de form as incluindo cane luras, bac ias, alveolos, tuneis resulta ntes de sua decornposicao internperica. Es tas co ncrecoes ana stom osados, co nes de dissolucao, topos pontiagudos, flancos sao comumente exploradas como fonte de cascalho para 0 leito de convex os, etc ., que originam esc ulturas natura is singulares, das estradas ou outros tipos de ate rro.Caixas-de-ernprestirno deste quais a "taca" eurn exem plo. Tais feicoes deriva m sobretudo da tipo foram observadas ern ci nco locais. Emboraja nao exploradas, acao das ag uas pluviais, do calor do sol e da atividade organ ica a exposicao de horizontes inferiores do solo, pela remocao do sobre roehas, estas portad oras de desconti nuidades, tais como material superficial, causa processos ero sivos significativos (sul­ fraturas, estruturas sedimentares, textura e cimentacao diferencia­ cos, ravinas), que determinam a necessidade de procedimentos das, qu e co laboram nas omamentacoes. para recuperacao dessas areas. Ou tra caracteristica marcante do Aren ite Vila Velha e represen­ Os arenites rosado s do topo do Grupo Itarare na area consti­ tada por pseudo-estratificacoes, resultantes de d iferenciacoes na tuem 0 denom inado Arenito Vila Velha (Maack 1946), que susten­ cimentacao par oxidesde ferro e manganes de solucoes petcolantes ta os mOITOs testemun hos que dominam a paisagem local. Este a partir de estru turas ni pteis (Melo ct al. 1999). arenito apre senta es tratificacao incip ien te, freq uente aspecto ma­ cico e presenca de intraclastos argilosos, atributos que sugerem Diques de Diabasio do Magmatismo Serra Gcral Fora m identi-

566 Revista Brasileira de Geocienciee. Volume 34, 2004 Mario Sergio de Melo et al.

ficados dois diques dc diabdsio de direcao N80W na area do PEVV. jusante encontra-se na cota 780 m, faz 0 limite sui do PEVV. Varies Some nte no leito do Rio Q uebra-Perna foi possfvel observar a afluenles da margem direita do Guabiroba aparecem naarea do roeha pouco alterada. Apresentatextura fina, e coloracao escura PEVV, destacando-se, de leste para oeste, 0 Rio Barrozinho (limite hornogenea. a s diques sao pouco espessos, estimando-se leste do parque), 0 Rio Q uebra-Perna (principal rio no interior do possanca de cerca de 5 m para a dique maior, que estende-se por parque), 0 Arrcio da Roca e 0 Arroio Capac Grande (limite oeste ce rca de 6 km ao longo do parqu e (Fi g. 4) . do parque). As roehas e as estruturas geol6g ieas influeneiam Sedimentos Aluviais e Co luviais Q uaternaries 0 Rio Guabiroba, marcadamenteos principais tracos do relevodo PEVV.eneaixando o Quebra-Pern a e seus principaisafluentes apresentam planicies a drenagem, co ntrolando a distribuicao de setores hornogeneos aluviais relativamente exte nsas, Essas planicies muitas vezes (Muratori el at. 2002), co ndic ionando feicoes de relevo particula­ gradam lateralmente para rampassuavemente inclinadas, indican­ res, em diversas escalas de tamanh o (Me lo & Co imbra 1996; Melo do que tratarn-se de complexas associacoes de dep6sitos aluviais

Revista Brasifeira de Geocifmcias, Volume 34, 2004 567 A geologia no plano de manejo do Parque Estadual de Vila Ve/ha, PR·

- ca ncluras ou ca naletas(runnels, karren, Iapies, guttcs; rills): tervencao do espec ialista ad virta para os prejuizos e riscos que pequenas feicoes e canais de drena gem for mados por d issolucao podem resultar. No PEVV uma situacao destc tipoea antiga trilha elou erosao meciinica diretamente pelas ag uas mete6ricas; sa bre pseudo-estratificacoes no Are nite Vila Velha, origi nada s - bacias dedlssolucao (solution basins. grammas. weathering por franjas diferenciadas de 6xidos de ferro e rnanganesa partir de pans, pits, opferkessel, rock tanks}: peq uenas depressoes com fratura s (Fig. 5) . 0 local de exposicao vern sendo erodido edegra­ fundo ap lainado em rochas silicosas (e outras), atribuidas a disso­ dado pelo pisoteio e inscricoes dos visitantes, sendo necessaria lu<; ilo dornin ante, pela a<;ilo de aguas pluviais estagnadas; podem orientacao sobre 0 significado das estruturas e importancia de sua coalescer a u interligar-se por canaletas ; ocorrem nos arenitos da protecao, bern co mo realocacao das trilhas e uso de equipam entos Formac ao Furnas e Grupo Itarare; alternativos, co mo passarelas suspensas. - alveo los itofoni): escavacoes superficia is promovidas pelas aguas pluviais, por a~ ao de erosao rnecanica e dissolucao; Rec uperacaodeareas d egradadas e p reven cao Por tratar-se de - tuneis a nastomosados e cones de erosao: feicoes originadas area visitada ha muito tempo, e administrada por instituicoes corn por erosao mecanica e dissolucao, co ntroladas par juntas hori­ objetivos e proced ime ntos muito distintos, 0 PEVV apresenta al­ zo ntais : guns problemas sui generis. E 0 caso de duas areas degradadas - juntas po ligonais: abertura, por efeito de dissotucao/erosao pela remocao do hori zonte superficia l do solo, para uso em ater­ mecanica, de juntas poligonais formadas aparenteme nte pela in­ ros, que mostram solo exposto so b a~ao de processos erosivos solacao; (Fig, 5) . Uma outra situacao dedegradacao eobservada em alguns - perfuracaes produzid as porcupins: perfuracoes em rochas, dos caminhos internos utilizados para acesso e vigilancia do par­ sobretudo arenitos, atribuid as a cupin s (tubas term iticos); a ori­ que, que vern apresentando processos erosivos, e m consequen­ gem einterpretada pelos pad roes construtivos (geometria. orien­ cia da escolha de tracados inadequados, em pend entes das en­ tacao, diametro), costas, ou sobre so los muito frageis (Fig. 5). Nestes dais casos, Urn notavel equfvoco consagra do nos Iivros de ensino funda­ alern da or ientacao tecnica na recupe racaodas area s degradadas e mental e medic e mesm o em livros geo logicos relacio na-se co m a possivel extrair criterios para e vitar novas degradacoes, genese de algumas formas tipicas do PEVV, como e0 caso da torre representada pela "taca". escultura sfmbolo do parque, Em bora Utiliza-;ao de materiais de construca o A hist6ria recente do desde trabalh os pioneiro s (Ta unay 1890) a a<;ilo d as ag ua s PEVV tarnbem oferece urn exemplo contundcnte de usa inadequa­ meteoricas sejaapontada co mo a responsavel pelas formas de Vila do de materiais de construcao, as vezes necessaries para a estabi­ Velha, freqUentemente a "taca" ereferida como form a resultante lizacfio de trilhas e outros equipamentos. Diante da necessidade da a~ ao do vento. Na verdade sua or igem ede vida a uma combina­ de melhorar a piso de uma das trilhas (trilha sui do plato arenftico r;ao de fatores, incluindo variacao faciologica do arenito, presenca principal,Fig. 5). rnuito um ida, escorregadia e sujeita ii erosao, foi de estruturas rupteis e a<;ilo de aguas pluviais (Me lo 2002 ). utilizado urn casca lho pro ven ien te do intempcrismo de folhelhos da Formacao Ponta Grossa, onde alcm dos atributos da roc ha, AG EOLOG IA NO PLANO DE MA NEJO DO P EVV Nos ainda era possivel enco ntrar mo ldes de f6sseis devonianos. Ou pianos de manejo de unidades de conservacao, os principais ob­ seja,os trabalhos de melhoria da trilha criaram uma situacao inusi­ jetivos sao a diagn6stico dos pote nciai s e frag ilidades da area, e 0 tada de inversilo estratigrafica, co locando folhelhos com f6sse is zoneamento que ap6ie 0 disciplinamento das formas de utilizacao devonianos so bre 0 are nito carbonifero. (lBAMA 2002). No caso do PEVV, cujos principais atrativos silo Outro exemplo de utilizacao indevida de mater iais no PEVVfoi geol6gicos e geo morfol6gicos, a avaliacao geo l6gica assumiu re­ o lancamento de latossolos de folhelhos da Formacao Ponta Gros­ levancia relativamente a outros aspectos. Iigados a fatores bi6ticos. sa em trilhas em erosao pe lo uso intensive. Embora os latossolos Os principai s subsidios da Geologia para 0 plano de manejo sao constituam materiais sujeitos a co mpac tacao, mais estaveis, sao descritos a seg uir. totalmentc estranhos apaisagem natural do parqu e. Pode-se citar tarnbem uma discussao que cercou, ha algum Areas ou temas de interesse especifico para visita-;ao Trata-se tempo, a necessidade de escolha de material rochoso res istente, da identifi cacao de ocorrencias ou exposicoes sing ulares de as­ para reforco de algumas trilhas e mu ros do parque. Entre as op­ pectos geo l6g icos ou geo mo rfolog icos , que podem constituir-se ~6es , falou-se em abrir uma pedreira em arenites da regiao, ou em atrativos para visitacoes de leigos ou especialistas , co m finali­ utilizar 0 Arenito Botucatu , do qu al ex iste m ped reiras no norte do dade didatica. Alem de co nstilufrem assuntos de interesse no meio Estado do Parana. Esta ultima opcao apresenta algumas conveni­ acadcmico e estuda ntil, edesejavel que as exposicoes na unidade encias, pais 0 Arenito Botucatu e resistente, ja e explorado e, de conservacao sejam excepcionalme nte favoraveis. No PEVV embora tenh a idade, origem e alguns atributos muito diferentes, pode-se destacar, entre outros, varies tem as ou areas es pec ificas: tern urn aspecto geral, averrnelhado, seme lhante ac Aren ito Vila - expos icoes de alributos das roch as sedimentares (Fo rmacao Velha. Jaa op<;ilo de abertura de pedreira parece incon veniente, Fumas c Arenito Vila Velha) e inte rpretacao dos processes forma­ pai s trata-se de rochas reconhecidamente frageis, c a nov a lavra dores: imp licaria em fonte de impactos numa regiao destinada apreserva­ - f6sseis devonianos da For macao Ponta Grossa (Fi g. 5); ~ao. Alternativa preferivel seria a utilizacao do Aren ito Lapa, ge­ - pseudo-estrat ificacoes no Arenito Vila Velha (Fi g. 5); neticamente associado ao arenite Vila Velha, e do qualj a existem - processos e for mas de erosao dos are nitos Furnas e Vila lavras nas prox imidades da cidadeda Lapa, situada ce rca de 80 km Velha. a sudoeste de Ponta Grossa .

P ro te-;ao de a reas espcciais Algumas s i t ua~6es que exp6em de Indica-;ao de possiveis situa-;oes de r isco Em quatro locais do forma privilegiada aspectos geo l6gicos e geo morfol6gicos de in­ PEVV foram observados blocos rochosos instaveis, desca lr;ados teresse podem vir a SCI' prej udicadas pelos equipame ntos e insta­ em dccorrencia de processos erosivos naturais. 0 mais notorio l a ~ oe s na unidaete de conservm;ao. Rntan e necessario quc a i n ~ destes hlocos ea chamada "pedra suspcnsa", na "gruta" homtlOi -

568 Revista Brasifeira de GeocienciBs, Volume 34, 2004 Mario Sergio de Melo et al.

rna (Fig . 5), na reaJidade urn sistema de fendas, mu ita visitada. E mata e ca mpo nativos, necessario que estes blocos sejam alvo de ensa ios de estabilida­ de e, se for a caso, procedirnentos de es tabilizacno a u restricao de Indicaeao deatividades de interprern9iaambiental Uma tenden­ acesso, de modo a garantir a seg uranca dos visitantes. cia que enfeixa as preocupacoes das atividades praticas tao ne­ Outra situacao de risco eassociada aos desn ivcis em felcoes cessarias em Geo logia e os principios da Ed ucacao Amb iental ea geo morfol6gicas como as furnas, fendas e esca rpam entos. Neste interp retacao arnbiental, que visa moti var os participantes na des­ caso, as proximidades da fuma n"4. do sistema de fendas proximo coberta dos mecan ism as arnbientais atraves da observacao e co m­ ii Gruta da Pedra Suspensa e das escarpas do plato principal de preensao de cvidencias coletadas, por exemplo, ao longo de tri­ Vila Velha e da Fa rtaleza sao as principais lacais de risco (Fig. 5). Ihas na unidade de conservacao (Wood & Wood 1990). Algun s aspec tos Iigados aos fatores abioticos poderao ser Indicm;ao de equipamentos especificos Varies equipamentos abordados nas atividades de interpretacao ambiental, tais como a es pec fficos podern ser indicados para orientar, di vulgar e/o u pro­ origem das formas de Vila Velha, 0 desenvolvimento dos proces­ teger as exposicoes de interesse geo l6g ico. Eo caso das passare­ sos erosivos, passiveis relacoes entre roehas, solos, dinamica da las para preservacao das pseudo-estratificacoes, de coberturas agua e vegetacao, para protecao de area de exposicao de f6sseis devonianos e pai­ neis ilustrativos e explicativos das principais feicoes expostas. Produeao de material de informacao, divulgaeao e trelnamento a PEVV tarnbern a fereee bo ns exe mp los de prod ucao de material Indica9iadearea'l paradesenvalvimentadenovos atrativQS Varias de informacao, divulgacao e treina mento contendo informacoes novas possibilidades de atra tivos faram identificadas dentro do inadeq uadas a u equivoc adas. a principal .0 a j. mencian ada fala­ perfmetro do PEVV (Fig. 5): ocorrencia de f6sseis devonianos na cia de que as formasde relevo resultam de erosao e6 lica. Existern Formacao Ponta Grossa, excepcionais exposicoesdos arenitos da outros equivocos co nsagrados, tais como a atribuicao do nome Formacao Fumas, labirinta de fendas do plato arenitico nas proxi­ da Lagoa Dourada, na verdade uma alusao ao reflexodo sol visi­ rnidades da Gruta da Pedra Suspensa (arnbiente cavernicola sin­ velem certas ha ras do dia, ii abundante presenca de mica brilhante gular dentro das limites do parq ue). Es tas areas poderao ser de­ no seu sedimento de fund o e confusoes envolvendo a idade de senvolvidas, pela pesqu isa de se us rmiltiplos atrib utos e adeq ua­ formacao das rochas e das formas elabo radas sabre elas, c;ao de acessos e orientacao, para constituir-se em novas atrati­ vos para os visitantes do parque. Treinamcnto de recursos humanos Todas estas consideracoes sobre aspectos geol6gicos relacionados com 0 manejo do PEV V [ n dica~ao de tcmas pa ra novas pcsquisas a s le vantarnentos le va a uma conclusao natural: enccessario que 0 usa do parque realizados indicaram alguns tern as que poderao vir a ser objeto de pelos visitantes, sejam estes especia listas au turistas, seja orien­ novas pesquisas. Entre eles, pod e-se destacar: tado por pessoal com treinament o adequado, que so pode ser - co ntro le estrutura l e litol6gico da s feic;oes ero sivas subterra­ a ferecida po r pro fissia nais qua lificadas. a s aspeetas geo l6gicos neas e suas correspond entes superficiais (furnas, lagoas, depres­ do PEVV devem ser ap resentados por quem tenha suficie nte co­ soes, etc.); nheci me nto so bre eles , assim como os as pectos botanicos, - poss fvel ocorrencia de sitios arqueo l6gicos nos muitos abri­ faunfsticos. clirnaticos , etc. deverao ser apresentados pclos res­ gos naturais na Formacao Furn as na margem esq uerda do Rio pectivos profissionais de area . Quebra-Perna; - sisternatizacao das e videnc ias dos processos deposicionais CONC LUSOES A hist6r ia rcce nte do PEVV afercce mu itas das are nitos Furnas e Vila Velha; exernplos de aspec tos geal6g icas e geo marfa l6gicas canduzidas - sisternatizacao dos processes e formas erosivas supcrficiais equivocadarnente : degradacao de feicoes de interesse (pseudo­ nos arenites : estratificacoes), usa de materials aloctones indevidas (fa lhelha • investigacao de registros pa leoclimaticos e pa leoamb ientais devoniano, latossolos), areas degradadas por caixas de ernpres ti­ no pree nchimento sedirnentar de lagoas e de press5es do parque. mo, divulgacao de infor rnacoes erroneas (erosao e6lica, mica na Lagaa Dourada , idade das rocha s e das formas). Indica, aade eventuais areasde llm pJia9ia da UC Como usual­ Mas e na ampliacao das atividades reali zaveis nas unidades mente os limites das unidades de co nservacao nao sao naturais, de conservacao qu e esta a maior possibilidade de contribuicao da mas respo ndem a fatores fundiarios ou outros, e co mum que os Geologia: proposicao de novas pesqui sas, desenvolvimento de levantamentos de maior detalhe revelem feicoes de interesse que atrativos para publico leigo e especi alizado, proposicao de ativi­ se prolanguem para alem da area protegida. No casa do PEV V, dades de interpretacao da natu reza, treiname nto de pcssoal, pro­ se ria mu ito oportuna a arnpliac ao da area protegida para as nas­ ducao de materia lde divulgacao co m informacao tec nica e cientl­ ce ntes do Rio Q uebra-Pern a, para norte dos limites atua is do par­ fica adequada . que. La ocorrem sftios singulares (Sumido uro, Buraco do Padre, Furnas Ge meas, Fuma Grande. escarpa rnentos, lajeados, sitios Agradecimentos Aas revisares da RHG pelas suges toes ao arq ueologicos), e significa tivos remanescentes preser vados de ma nuscrito.

Referencias

Ass inc M.L. 1996. Aspectos da estratigrafia das seqiiencias pre­ scdimcntarcs mesopaleoz6icas da Bacia do Parana, suI do Brasil. carboniferas da /Jacia do Parana ' 10 Brasil. Sao Paulo, Tcse de Sao Paulo, Rev. Bras. Geoc., 24:77-89. Doutorado. IG-USP, 2071'. Assinc M,L., Pcrinotto lA.J., Pulfaro Vr.. Petri S. 1998. Progradacao Assinc M.L., Soares P.C., Milan i EJ. 1994, Scqucnclas tectono- dcltaica Tibagi no Devoniano Medic da Bacia do Parana.Sao Paulo,

Revista Brasileira de Geodenctss, Volume 34, 2004 569 A geologia no plano de manejo do Parque Estadual de Vila vetne. PRo

Nev. Bras. Geoc.. 2S : J 2 5 ~ 1 34 . Melo M.S. & Coirnbra A.M. 1996. Ruinifonn relief in sandstones: the exampleof Vila Velha,Carboniferousof the ParanaBasin.Southern Bergamaschi S. 1999. Anal ise Estratigrafica do Siluro-Devoniano Brazil. Acta Geologica Hispanica, 31 : 2 5 ~ 40 . tFormacaes Furnas e Ponta Grosso}da Sub-Bacia de Apucarana, Bacia do Parana, Brasil. Tese de Doutorado, I G ~ U S P, I67p. Melo M.S.,Coimbra A.M., Sayeg I.J., Giannini Pc.F., Atencio D. 1999. Fringed cryptomelane I hollandite in the Vila VcJha Sandstone BigarelJa J.1.,SalamuniR., Marques Filho P.L. 1966. Estruturase texturas telogenesis. Aeta Microscopica , 8{A):35-36. da FormacaoFurnase suasignificaciio palcogeograflca. Bol. UFPR, 18:1-114.(Geologia). Melo M.S., Giannini P.C.E , Pessenda L.C.R. 2000. Genese e cvolucno da LagoaDourada. Ponta Grossa, PRo Rev. do tnst. Geot.. 21:1 7-31. Borgui L. 1996. AFormacao Furnas revisada no bordo leste da Baciado Paran'. III :PMPG-UEPG-UFPR,Simp.Sul-Americano do Siluro­ Melo M.S., Bosctti E.P , Godoy L.C., Pilaui F. 2002. Vila Vclha, PR: Devoniano, Penta Grossa, Anais, p.I3 -28. impressionan te relcvo ruiniforrnc. In: C. Schobbcnhaus, D.A . Campos, E.T. Queiroz, M. Winge. M. Berbert-Bom (eds.) Sitios Boucot A.1 . & Gill E.D. 1956. Australocoelta. a new Lower Devonian Geo/6gicos e Paleontologicos do Brasil. Brasilia, DNPM-CPRM­ brachiopod from South Africa, South America and Australia. 1. SIGEP, pp.: 269-277. I'aleont.. 30: 11 73- 1178. Milani E.J.. Franca A.B.. Schneider R.L. 1994. Bacia do Parana. /10/. CampanhaG.A. & SadowskiG.R. 1998.Tectonics of the southern portion Geoc. PETROIJRAS,8:69-82. ofthe Ribeira Bell (Apia!Domain).J.AfricanEarthSci. ,27:220-22 1. Milani EJ., Faccini U.F., Scherer C.M.. Araujo L.M., Cupertino l A. Canuto Lk., Rocha-Campos A.C.. Sato P E.S. 1997.The Late Paleozoic 1998. Sequences and stratigraphic hierarchy of the Parana Basin Lapa Sandstone (Itarare Subgroup): a possible tunnel-valley fiJi ? (Ordovician to Creraceousj.SoutbernBrazil./lol. IG-USP,29:125-1 73. Anais Acad. Bras. Cisn., 69 : 275 ~ 27 6 . Muratori A M., Melo M.S., Godoy L.c., Kossovski E.L., Meneguzzo Chmyz I. 1976. Nota previa sobrc 0 sftio PR PG I: abrigo-sob-rocha P.M., Silva DJ . 2002. Geomorfologia do Parque Estadual de Vila Cambiju. Curitiba. Estudos Brasileiros. 2:231-246. Velha.ln:4 JomadaCientfficade Geografiada UEPG, PontaGrossa. Daemon R.F., Quadros L.P., Silva A. 1967. Devonian palynology and 2002. Bo/. Resumos. p.101-103. biostraigraphy ofthe Parana Basin. III :Bigarella,J.J. (ed.). Problems Ncrthfleet A.A., Medeiros R.A., MUhlmann fl . 1969. Reevaltacao dos in brazilian Devonian geology. Bol. Paran. Geoci.•21/22: 99-132. dados geol6gicos da Bacia do Parana. Bol. Geoci. Pf..7ROBRAs, Franca A B. & Potter P.E. 1988. Estratigrafia, ambiente deposicional e 12:291-346. analise de rescrvat6riodo Grupe Itarare (Penno-Carbonffero), Bacia RochaC.lJ..Michalizen v.,Pontes Filho A. (Coords.) Plano de intcgruciio do Parana. Bol. Geoci. PETROBRAS, 2:147-191. Parque Estadual de Vila Velha - Rio Sao Jorge. Ponta Grossa. Franca A.B.. Winter W.R., Assine M.L. 1996. Arenitos Lapa-Vila Vclha: ltupahva - PMPG. s.d. urn modelo de trato de sistemas subaquosos ca nal-lobes sob Santana A.C. & Melo M.S. 200 1. Sumidouro do Rio Quebra-Pcma, influencia glacial, GruJ'K> Itarare ( C ~ P) , Bacia do Parana. Rev. Bras. Ponla Grosse. PR: urn complexo de informacoes gccgraficas. In: Geoc.. 26:43-56. UEPG, 3 Jornada Ciemlflca de Geografla. Bol. Resumos, p.70-72. Herz N. 1977. Timing of spreading in South Atlantic: information from Schneider R.L., Muhlmann H., Tommasi E..Medeiros R.A., Daemon brazilian alkalic rocks. Geol. Soc. Am. Buli.. 88:10 1-102. R.F., NogueiraA.A. 1974. Revisao cstratigraficada Baciado Parana. IBAMA.2002. RoteiroMelodol6gicoe Planejamento - Parques Nocionais, I,,: SBG, Congr. Bras. Geo!. 28, Porto Alegrc.l\llais, v. I, p.4I-65. ReservaBiol6gicae Esla¢ o & ol6gica. Brasilia, 136 pp. Soares a . 1989. Furnas dos Campos Gerais. Parana. Curitiba, Scicnua Isaacson P.E. 1996.Devonian biogeography and paleogeography of et Labor, 82p. (Editora da UFPR, Serie Didatica). western Gondwana: malvinokafric endemism, faunalmigration.and Universidade Estadualde PontaGrossa. 2002. Geologiae Geomorfologia organic microfossil provincialism. Ill : PMPG-UEPG-UFPR, Simp. p .193 ~ 21 7 . do Parque Estadualde Vila Velha. RclatorioCicntff ico. PentaGrosse. Sul-Amer. Siluro-Devoniano, Ponta Gmssa,Anais, UEPG-DEGEO, 35p. Lange F.W. & PetriS. 1967.The Dcvonianof Paran:1 Basin. Bol. Parana­ Wood 0 .5. & Wood D.W. 1990. Como planificar un programa de ense de Geoc., 21122:5-55. education am bie ntal. Washington. Center for International Maack R. 1946.Geologiae geograflada regiilo deVila \\: Ihae consideracoes Development and Environment of the World Resources Institute sobreaglaciacaocarbonnera do Brasil.Arq. Museu Paran., 5:305p. and the United Stales Fish and Wild Life Service, 46p. Maack R. 1947. Breves notfcias sobre a geologiades estados do Paranae Wray R.A.L. 1997. A global review of solutional weathering forms on Santa Catarina. Cuririba. IBPT, Arq. /Jio/. Tecnologla, II: 63·154. q UUl1Z sandstones. Earth Science Reviews, 42:137-160. Maack R. 1956. Fcro rrenoscars ntormes dc naturczaclimaticac cstrutural Zalan P.V., Wolff S., Conceicao J.C.J., Marques A.. Astolf M.A.M., nas regioes de arenitos do Estado do Parana. Curinba, IBPT, Arq. Vieira 1.5.. Appi V.T., Za nonc a .A 1991. Bacia do Parana. Bioi. TeCllo/., XI:151-162. InGabagliaG.R. & Milani EJ . (Eds .) Origem e evolucao de bocias sedimentares. , PETROBRAs , pp.: 135-168. Melo M.S. 1999. /vui lise sedimentoiog ica das depositos da La goa Dourada, Vila Velha, POllia Grosse. PRoRclat6rio de pcsquisa, UEPG-DEGEO, Pontu Grossa, 74p. Manuscrito A-1445 Recebidn em 12 dejunho de 2003 Melo M.S. 2002. Vila Velha, PR - rcsultado do trabalho do vcnto? Revista Revisiio dos autores em 28 de julho de 2004 Publicatio UEPG- Ciencias Exatas c da Terra,Cicncias Agnirias e Revtsno aceita em 30 de julho de 2004 Engcnharia,8:7-26.

570 Revista Srasi/eira de Geoaencies. Volume 34, 2004