Margem De Certa Maneira. O Maoísmo Em Portugal: 1964-1974
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Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Margem de Certa Maneira O maoísmo em Portugal: 1964-1974 Miguel Gonçalo Cardina Codinha Tese apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra para a obtenção do Grau de Doutor em História, na especialidade de História Contemporânea, orientada pelo Professor Doutor Rui Manuel Bebiano do Nascimento Coimbra, 2010 Investigação realizada com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (SFRH/BD/22796/2005) ÍNDICE INTRODUÇÃO. Rubra Impaciência .............................................................................................. 12 O caso português…………………………...………………………………………………………………13 A ruptura chinesa……………………………………………………………………………………….....18 O maoísmo como fenómeno internacional………………………………………………………22 História, Memória, Oralidade………………………………………………………………………….30 Organigrama das organizações maoístas em Portugal……………………………………..43 PARTE I . O COMPLEXO DA ORGANIZAÇÃO ………………………………………………………….44 CAPÍTULO 1. A génese da extrema-esquerda m-l em Portugal ................................................................ 45 1.1 Francisco Martins Rodrigues e a ruptura com o PCP…………………………………..47 1.2 A FAP e o CMLP………………………………………………………………………………………..55 1.3 A luta é no «interior»………………………………………………………………………………..60 1.4 O «crime de Belas»…………………………………………………………………………………...63 CAPÍTULO 2. Refundar o Partido: da FAP e do CMLP ao PCP (m-l) ....................................................... 67 2.1 Uma área política estilhaçada……………………………………………………………………71 2.2 O «movimento Marxista-Leninista Português»…………………………………………..73 2.3 As conferências no «exterior»…………………………………………………………………...75 2.4 A «reorganização» do Partido…………………………………………………………………...82 2.5 UEC (m-l): a base militante no país……………………………………………………………85 2.6 Escolher o rival………………………………………………………………………………………...89 CAPÍTULO 3. MRPP: Criar na luta o Partido que nunca existiu ............................................................... 96 3.1 A Esquerda Democrática Estudantil…………………………………………………………..96 3.2 Criar na luta o partido que nunca existiu…………………………………………………100 3.3 O assassinato de Ribeiro dos Santos………………………………………………………..104 3.4 Influência operária e influência estudantil………………………………………………107 3.5 Guerra do Povo à Guerra Colonial!..................................................................................109 3.6 A presença em O Tempo e o Modo e nas cooperativas……………………………….113 3.7 Activismo aguerrido, moralismo «proletário»………………………………………….115 CAPÍTULO 4. Voluntarismo e populismo na OCMLP ................................................................................... 120 4.1 A ambiência oposicionista radical no Porto……………………………………………..120 4.2 A estruturação de O Grito do Povo …………………………………………………………...122 4.3 Os CRECs e os Núcleos Sindicais……………………………………………………………...125 4.4 O federalismo de O Comunista …………………………………………………………………127 4.5 Populismo e anticolonialismo na OCMLP…………………………………………………137 4.6 Das prisões na direcção ao «golpe Matos-Viriato»……………………………………138 CAPÍTULO 5. A URML e a crítica da deserção .................................................................................................. 144 5.1 Evolução das estruturas dirigentes…………………………………………………………146 5.2 Rejeitar a deserção…………………………………………………………………………………149 5.3 A atenção nos meios operários………………………………………………………………..151 CAPÍTULO 6. A luta dos CCR (m-l) contra o «atraso ideológico» .......................................................... 154 6.1 Contra os «bonecos de cera»…………………………………………………………………..157 6.2 Presença estudantil e intervenções em meio operário……………………………..159 6.3 Os golpes da PIDE…………………………………………………………………………………..160 6.4 Conflitos ideológicos no topo da estrutura………………………………………………161 CAPÍTULO 7. Da vontade de unificar ao exílio italiano: O Bolchevista ............................................. 163 7.1 Buscar a unidade perdida……………………………………………………………………….164 7.2 Da vida em comum à fuga para Itália……………………………………………………….165 7.3 A erosão no «interior»……………………………………………………………………………167 CAPÍTULO 8. O CRML: entre Económicas e o Sindicato dos Químicos .............................................. 169 8.1 A origem em Económicas e os Comités Guerra Popular……………………………169 8.2 A direcção do Sindicato dos Químicos……………………………………………………..172 CAPÍTULO 9. Outros grupos «marxistas-leninistas» .................................................................................. 176 9.1 O Comité Comunista de Portugal e a União Comunista (Marxista-Leninista)…………………………………………………………………………………….176 9.2 A Acção Revolucionária Comunista…………………………………………………………177 9.3 O Comité de Apoio à Reconstrução do Partido (marxista-leninista)………….179 9.4 Outros grupos……………………………………………………………………………………….180 PARTE II. A TRAMA DO IMAGINÁRIO .......................................................................................... 183 CAPÍTULO 10. Imaginários Sociais ......................................................................................................................... 184 10.1 A dimensão social do imaginário…………………………………………………………..186 10.2 O imaginário e a história………………………………………………………………………190 CAPÍTULO 11. O Império do Meio e outras visões ......................................................................................... 194 11.1 A China: viagens e relações políticas……………………………………………………...195 11.2 Imaginar o mundo novo: a China (e a Albânia)………………………………………199 11.3 Outras geografias…………………………………………………………………………………209 11.4 O friso do comunismo…………………………………………………………………………..213 CAPÍTULO 12. Camponeses e Operários ............................................................................................................. 217 12.1 Em busca do camponês………………………………………………………………………...219 12.2 Aliados subalternos……………………………………………………………………………...224 12.3 Ecos das virtudes do campo………………………………………………………………….229 CAPÍTULO 13. Em busca do proletariado ............................................................................................................ 232 13.1 O inquérito maoísta e a primazia operária……………………………………………..233 13.2 Sindicalismo, classe e clandestinidade…………………………………………………..236 13.3 A crítica ao «chauvinismo das massas»………………………………………………….240 13.4 A exaltação do povo……………………………………………………………………………...241 CAPÍTULO 14. Servir o Povo: a «implantação» ................................................................................................. 247 14.1 O établissement …………………………………………………………………………………….248 14.2 A «implantação» em Portugal………………………………………………………………..251 CAPÍTULO 15. O revolucionário em construção .............................................................................................. 257 15.1 As forjas dos revolucionários………………………………………………………………..258 15.2 Militância, activismo e entrega……………………………………………………………...267 15.3 Moralidade e intimidade……………………………………………………………………….270 CAPÍTULO 16. A arte da política ................................................................................................................................ 276 16.1 Cultura Popular……………………………………………………………………………………281 16.2 Teatro na emigração…………………………………………………………………………….284 16.3 A cantiga é uma arma…………………………………………………………………………...289 CAPÍTULO 17. Guerra à Guerra: oposições e anticolonialismo ............................................................... 292 17.1 As oposições perante a guerra colonial………………………………………………….293 17.2 Desertar, não desertar, como desertar…………………………………………………..297 17.3 O activismo anticolonial………………………………………………………………………..299 CAPÍTULO 18. Da deserção ao exílio ...................................................................................................................... 305 18.1 Emigração e exílio………………………………………………………………………………...307 18.2 Duas deserções colectivas…………………………………………………………………….309 18.3 Encontrar a política no exterior…………………………………………………………….312 18.4 Comités de Desertores na Holanda, Suécia e Dinamarca…………………………318 CAPÍTULO 19. Tortura e Silêncios .......................................................................................................................... 324 19.1 Silêncios e Poder……………………………………………………………………………….....325 19.2 A voz da vítima…………………………………………………………………………………….330 19.3 A questão do porte……………………………………………………………………………….331 19.4 O silêncio difícil……………………………………………………………………………………335 CAPÍTULO 20. A Política na Prisão ......................................................................................................................... 339 20.1 Conflito entre a «linha russa» e a «linha chinesa»……………….………………….340 20.2 Greves de fome…………………………………………………………………………………….343 20.3 Peniche, 27 de Abril de 1974………………………………………………………………...347 CONCLUSÕES. Um maoísmo português? ............................................................................... 350 Lista de Acrónimos ………………………………………………………………………….……………….359 Fontes e Bibliografia ………………….……………………………………………………….…………….362 RESUMO O presente estudo procura analisar o impacto do maoísmo em Portugal no último decénio da vigência do Estado Novo. Examinam-se aqui as diferentes constelações organizativas dimanadas deste corpo ideológico, iniciando o percurso na estruturação da Frente de Acção Popular e do Comité Marxista-Leninista Português, em 1964, em torno de pressupostos teóricos e políticos que se apresentavam como alternativos aos definidos pelo Partido Comunista Português. Antigo membro do Comité Central e da Comissão Executiva do PCP, Francisco Martins Rodrigues foi o condutor fundamental dessa demarcação, centrada no papel da violência na transformação social,