Cunhal Não Foi Carrilo? Estratégia E Táctica Do Partido Comunista
HISPANIA. Revista Española de Historia, 2012, vol. LXXII, núm. 242, septiembre-diciembre, págs. 669-698, ISSN: 0018-2141 CUNHAL NÃO FOI CARRILO? ESTRATÉGIA E TÁCTICA DO PARTIDO CO- MUNISTA PORTUGUÊS DURANTE A CRISE REVOLUCIONÁRIA DE 1975 • RAQUEL CARDEIRA VARELA Universidade Nova de Lisboa RESUMO: Vários autores têm acentuado a divergência política entre a estratégia do Partido Comunista Português na Revolução dos Cravos em Portugal (1974-75) e a política ‘eurocomunista’ seguida pelo Partido Comunista de Espanha. Este artigo, realizado a partir de fontes primárias nacionais e in- ternacionais, traça a história da política do PCP durante o «Verão Quen- te» de 1975. Focar-nos-emos na relação histórica do partido com os mo- vimentos sociais, por um lado, e, por outro, na sua relação com o Governo. Finalmente, compara-se a política do PCP liderado por Álvaro Cunhal e a política do PCE dirigido por Santiago Carrillo, acentuando as semelhan- ças —defesa da coexistência pacífica, acordo com os partidos socialistas ibéricos, influência nos principais sindicatos— e as diferenças, que na nos- sa óptica se centram sobretudo na defesa de uma ordem capitalista forte- mente regulada por parte do PCP, com a concretização de uma reforma agrária e um processo de nacionalizações de um sector importante da eco- nomia, por oposição à aceitação dos Pactos da Moncloa por parte do PCE, que assumem uma forma de economia de mercado de cunho mais li- beral. Finalmente, a questão do regime (republicano ou monárquico) dis- tingue também a política dos dois partidos. PALAVRAS-CHAVE: Partido Comunista Português. Revolução dos Cra- vos. Partido Comunista Espanhol.
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