Terra Incognita: Liberdade, Espoliação
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INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DOUTORADO EM SOCIOLOGIA Terra incognita: liberdade, espoliação. O software livre entre técnicas de apropriação e estratégias de liberdade FRANCISCO ANTUNES CAMINATI CAMPINAS 2013 ii iii iv v vi Dedico esse trabalho aos sonhos de liberdade do Cacique Apow'ẽ e de Richard M. Stallman. vii viii AGRADECIMENTOS: TODO MEU RESPEITO E GRATIDÃO: À FAPESP E AO POVO DO ESTADO DE SP, por apoiarem este trabalho de pesquisa durante 5 anos. AO IFCH E À UNICAMP, A TODOS OS PROFESSORES, FUNCIONÁRIOS E COLEGAS; E A TODA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA E DE BARÃO GERALDO, por proporcionarem um verdadeiro encontro com o mundo. AO PROFESSOR PEDRO PEIXOTO FERREIRA pelo apoio decisivo na reta final e na defesa. AO PROFESSOR LAYMERT GARCIA DOS SANTOS por incentivar meu trabalho desde o início e pelas experiências de pensamento e pelos experimentos de criação que realizamos juntos. AOS PROFESSORES: IMRE SIMON (in memoria) e MAURO W. B. ALMEIDA pela participação no exame de qualificação que marcou a passagem da pesquisa de Mestrado para Doutorado (2007); RICARDO ANTUNES e SÉRGIO AMADEU DA SILVEIRA por participarem do segundo exame (2011) que, anos depois, habilitou a realização da defesa. AOS PROFESSORES: SÉRGIO SILVA, NÁDIA FARAGE, VANESA LEA, RENATO ORTIZ, MARIA FILOMENA GREGORI, MARCELO RIDENTI, OSWALDO SEVÁ, OMAR RIBEIRO e JORGE TÁPIA. AOS COLEGAS E PARCEIROS DO GRUPO DE PESQUISA CTeMe; DA REDE LATA – LABORATÓRIO DE ANTROPOLOGIA, TERRITÓRIO E AMBIENTE; E DO LABORATÓRIO DE CARTOGRAFIA DO CERES. À RÁDIO MUDA E AO COLETIVO SARAVÁ.ORG – por proporcionarem, a partir da superação da especialização técnica e da propriedade sobre o saber, experiências de cruzamento de conhecimentos e de práticas voltados para a transformação social e invenção de novos mundos, que foram a escola política de mais de uma geração. AO POVO A'WUÊ UPTABI DA ALDEIA WEDERÃ, E A TODAS AS ALDEIAS DA T. I. PIMENTEL BARBOSA-MT; À CASA DE CULTURA TAINÃ e À REDE MOCAMBOS; À FÁBRICA RECUPERADA FLASKÔ; E À POPULAÇÃO DA RESEX ALTO DO RIO JURUÁ, por mostrarem que existem outros mundos e, principalmente, outros modos de viver e de construir o mundo. AOS COLEGAS DO ISA PHD LAB MOSCOW 2008: Vishal Jadhav, Asuka Kawano, Zharaa McDonald, Claudia Mullen, Lou Antolihao, Daniel Woodman, Anna Chursina, Tanya Butnor, Vera Bobkova, Alla Vaselova e Holland Wilde; OS COORDENADORES DO LABORATÓRIO: Isabela Barlinska, Nikita Pokrovsky, Tatiana Venedictova, Maria Soukhotina, Valentina Shilova, Stephen Brier, Marcel Fourneir e Michael Burawoy; E À INTERNATIONAL SOCIOLOGICAL ASSOCIATION e À FUNDAÇÃO FULLBRIGHT por possibilitarem minha participação nesse interessante projeto. AOS ORGANIZADORES E PARTICIPANTES DOS EVENTOS: “Mídia, Tecnologia e Liberdade” (SESC-SP, 2010); “Direitos, Culturas e Conflitos Territoriais na Amazônia” (UFPR, 2010); “Software Livre – Filosofia e Prática” (UNICAMP, 2011); “II Seminário do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar: Sociedade e Subjetividade” (UFSCar, 2011); "'ESC – Espectro, Sociedade ix e Comunicação” (UNICAMP, 2011); “Outros Mapas: Cartografia e Pesquisa Social” (FUNDAJ, 2012); “Oficina de Trabalho: Redes de Educação à Distância Como Instrumento de Proteção Da Amazônia” (CENSIPAM, 2012). À MINHA FAMÍLIA, AOS AMIGOS E AOS VIZINHOS DE SANTOS, GUARUJÁ, SÃO PAULO, NOVA ODESSA, LUCÉLIA, PRUDENTE, SÃO CARLOS, CAMPINAS, BRASÍLIA E MATO GROSSO. *** Algumas pessoas merecem agradecimentos especiais pois, por motivos diversos e em alguns casos mesmo sem saber, foram fundamentais para a realização deste trabalho: Augusto Postigo, Fábio Candotti, Paulo Tavares, Pedro Peixoto Ferreira, Paulo José Lara, André La Salvia, Samuel Leal, Rafael Diniz, Silvio Rhatto são grandes amigos e foram os principais parceiros e interlocutores durante a pesquisa. Rafael Diniz e Silvio Rhatto merecem um agradecimento a mais pela iniciação tecnológica no Software Livre via seu submundo – tivessem sido outros os primeiros guias, certamente não teria me interessado tanto pelo tema e certamente os caminhos tomados seriam outros Rafael Gomes Banto Palmarino pelas indicações bibliográficas que a universidade branca simplesmente não poderia fornecer; pelas conversas libertadoras sobre racismo, descolonização e tecnologia; e pela manutenção da plataforma wiki onde estão publicados alguns anexos da Tese Maria Christina Faccioni, Secretária do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, por sempre resolver tudo com habilidade, agilidade e competência impressionantes, mesmo diante do excesso de trabalho que a lógica do produtivismo acadêmico e do sucateamento das condições de trabalho na Universidade impõe. Estendo o agradecimento a todas as secretárias e secretários da Pós-Graduação e dos Departamentos do IFCH, que desempenham uma função tão importante quanto pouco valorizada por parte da Instituição. Paty Carrión, Fabricio Astudillo e Quiliro Ordoñez, pelo apoio e amizade durante a realização de pesquisa de campo em Quito (Equador); Alexandre Oliva e a rede da FSFLA foram fundamentais para o estabelecimento dos contatos certeiros para a viagem e para a pesquisa. À Paola Miño agradeço pela indicação do Encontro de Cultura Livre da FALCSO. À Catherine Walsh agradeço pela entrevista inspiradora. A Santiago Cordovilla, Javier López Narváez e Marcelo Bonilla, agradeço pelas entrevistas e por apresentarem, respectivamente, a Subsecretaria de Tecnologia da Informação, o Ministério da Cultura e a Escola de Constitucionalismo e Direito do Instituto de Altos Estudos Nacionais. Cipassé, Severiá Idiorê, Clara Rewai'õ, Caimi Waiassé, Leandro Parinai'á, Andréia, Wanderley e especialmente aos anciãos Wazaé, Cidaneri, Maurício e Fernanda (in memorian), e demais moradores de Wederã; Eurico, Josimar, Benedito, Jorge Protodi, Johny, Jamiro e demais moradores de Etenhiritipá, e a todos e todas que vivem, praticam, continuam, levam adiante e expandem o sonho de liberdade e de resistência dos antigos. Nilsão, Seu Luiz, Benê, Benezinho (in memorian), Rogério Morcego,Priscila, Benetti, Santos, Suely (eventos), Suely (biblioteca), Muchacho, Júnior, Dunguinha, Seu Geraldino, Seu Marcelino Corinthiano (deve estar feliz da vida!), Deti, Seu Zé Negão (in memorian), as trabalhadoras x terceirizadas da faxina. Família Carniça e todas as agremiações da Copa Muchachão. Os antigos Verdinho do Ataliba Nogueira e todos e todas que, além de manterem a UNICAMP de pé e na ativa, transformam-na em um lugar muito mais humano. Fernando Farah Torres, Raphael Cessa, Rafael Cruz e Freire, Caio Bosco (e Cerebral), Andressa Passetti, Cássio Quitério, Fernando Bragança Mukeka, Thiago Galletta, Bruno Amaro, Carlos Filadelfo de Aquino, David Coturnada, Raul Ortiz, Gustavo Alemão, Gabriel Fontan, Ricardo Terner, Dj Paulão, Chirs, Samuel Leal, Didi Helene, Mendigo, Luiz Fernando Lima e Silva, Fábio, Maitê, Juba, Bruna, Letícia, Roberto Rezende, Piru, Ana, Odete, Ricardo Zollner, Morita, Daniel Manzatto, Roxo, Hidalgo, Alice, Elisa Ximenes, Paulinha Saes, Lauren... por estarem sempre por perto, mesmo quando longe, fazendo aquilo que só os amigos fazem. Famílias Hasegawa e Itikawa, como todo meu respeito e gratidão. Vó Rosa, Tio Antonio e Tia Cecília Volpim, Tia Dita, Marcio, Cá, Deja, Carol, Ricardo, Renata, Pai, Mãe, Nando e Telma, obrigado por tudo! Vocês fizeram toda a diferença desde sempre. Duas pessoas merecem agradecimentos ainda mais especiais: Fernando Antunes Caminati, meu irmão, que desde sempre me estimulou a conhecer o mundo; e foi decisivo em alguns dos momentos mais difíceis da caminhada. Aline Yuri Hasegawa foi certamente a pessoa mais importante nesse processo. Guerreira, esteve sempre ao meu lado me mostrando que com trabalho, humildade e amor vencemos qualquer coisa, juntos. xi xii Irrealizáveis nessa ordem social, realizáveis numa outra, essas propostas, que constituem apenas uma consequência natural do desenvolvimento técnico, servem à propagação e formação dessa outra ordem... BERTOLD BRETCH Discurso sobre a função do rádio 1932 xiii xiv RESUMO: Esta Tese apresenta os resultados de uma pesquisa de Sociologia da Tecnologia que aborda as inovações tecnológicas, as implicações geopolíticas e as possibilidades ecológicas do Software Livre. A pesquisa explorou o papel operatório das ideias e das práticas de liberdade e de abertura associadas, respectivamente, aos conceitos de Free Software e de Open Source. O objetivo foi analisar a ambivalência da relação que, ao longo de sua evolução histórica, o Software Livre estabeleceu com o Mercado: num primeiro momento, confrontou-o para garantir a possibilidade de liberdade, posteriormente, aliou-se para fortalecer e expandir essa liberdade. O objetivo era investigar até que ponto a liberdade pode se expandir através dessa aliança com o mercado, e quais as consequências para expansão ou retração do meio técnico e informacional compartilhado através dela. Com o intuito de demarcar conflitos e limites precipitados pela conciliação do Software Livre com tecnologias que restringem liberdades e com regimes de apropriação que remetem a relações de espoliação, e de proporcionar o entendimento da característica que está por trás da aparente convergência sinergética entre uma nova forma de liberdade inaugurada pelo SL e uma nova forma de apropriação praticada por um capitalismo open source, a Tese apresenta o conceito de Terra Incognita. Foi realizado um estudo de caso sobre a NOKIA e o modo como constituiu e mobilizou uma comunidade de trabalho em rede para desenvolver de maneira colaborativa o sistema operacional e os programas de uma linhagem