A Intolerância Entre Irmãos Em Machado De Assis E Milton Hatoum

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A Intolerância Entre Irmãos Em Machado De Assis E Milton Hatoum A INTOLERÂNCIA ENTRE IRMÃOS EM MACHADO DE ASSIS E MILTON HATOUM Adriana Paes Vieira 1 Júlio César da Silveira 2 Mírian Lúcia Brandão Mendes 3 RESUMO O confronto entre grupos humanos é um fato presente ao longo dos tempos, derivado, quase sempre, do medo de comprometimento das suas capacidades de sobrevivência. Ao lado desse fenômeno, as relações conflituosas entre indivíduos de um mesmo grupo familiar são acontecimentos recorrentes. A natureza e a causa da intolerância entre irmãos, em todos os tempos e em todas as culturas, continuam chamando a atenção de estudiosos do comportamento humano. Este trabalho procura similaridade entre as motivações que desencadearam os dramas narrados em Esaú e Jacó (ASSIS, 1994) e Dois Irmãos (HATOUM, 2013). Para refletir essa questão, trabalhou-se com o dialogismo e a intertextualidade de Bakhtin (2006) e as relações de texto e contexto apresentadas por Cândido (1995). Palavras–chave : Dois Irmãos. Esaú e Jacó. Intolerância. Dialogismo. ABSTRACT The conflict between human groups is present in our history, sometimes due the fear of compromising their survival skills. Alongside this phenomenon, the conflicting relationships between individuals of the same family group are recurring events. The nature and cause of intolerance among siblings, in all times and in all cultures, continue drawing the attention of scholars of human behavior. This work seeks similarity between the motivations that led the dramas narrated in Esaú e Jacó (ASSIS, 1994) and Dois Irmãos. (HATOUM, 2013). To think this issue, we worked with intertextuality and dialogism of Bakhtin (2006) and the relationship of text and context presented by Cândido (1995). Keywords : Dois Irmãos. Esaú e Jacó. Intolerance. Dialogism. Introdução Grande parcela do noticiário veiculado pelos nossos meios de comunicação é dedicada às desavenças inconciliáveis entre pessoas, grupos étnicos, seitas religiosas e nações. Relatos de conflitos humanos atravessam o tempo e chegam até nós, espelhando o ambiente que nos rodeia, em casa, no trânsito, nos escritórios, nas escolas. 1 Graduada em Letras pelo Centro Universitário Newton Paiva. 92 2 Graduado em Letras pelo Centro Universitário Newton Paiva. 3 Doutoranda em Estudos Linguísticos – UFMG - Professora no Centro Universitário Newton Paiva. Página Revista de Letras Dom Alberto, v. 1, n. 5, jan./jul. 2014 A produção literária não tem ficado alheia a esses acontecimentos e ganha força ao narrar confrontos que comprometem a coexistência entre irmãos. De fato, não são poucos os autores que se debruçaram sobre esses conflitos, exercitando o dialogismo e a polifonia caracterizados por Bakhtin (2006). A recorrência do tema interessa à ciência social e, em especial, ao profissional da área de Letras e, como profissionais desta área, julgamos procedente a busca do entendimento das causas que levam irmãos a se odiarem desde tenra idade, mal saídos do berço. Há pouco mais de cem anos, Machado de Assis, em Esaú e Jacó, usou a rivalidade entre os irmãos Pedro e Paulo para nos apresentar e esboçar os primeiros passos do Conselheiro Aires. Recentemente, Milton Hatoum também visitou esse mesmo tema com Dois Irmãos , enfocando as desavenças entre os gêmeos Yaqub e Omar. Diante dessa similitude temática, pode-se dizer que a narrativa contemporânea de Hatoum se entrecruza num diálogo intertextual com o romance de Machado de Assis, observação que encontra respaldo na concepção bakhtiniana, “Tudo se reduz ao diálogo, à contraposição dialógica enquanto centro. Tudo é meio, o diálogo é o fim. Uma só voz nada termina, nada resolve. Duas vozes são o mínimo de vida”. (BAKHTIN, 2006, p. 257). Mas como o autor sempre precede a sua obra, faz-se necessário tecer algumas considerações importantes sobre os dois romancistas antes de falar sobre o dialogismo. O autor e seu meio Cento e treze anos, quatro mil quilômetros, incontáveis invenções tecnológicas e eventos políticos que mudaram hábitos e costumes, separam as existências de Machado de Assis (Rio de Janeiro, 1839 - 1908) e Milton Hatoum (Manaus, 1952-). Machado de Assis nasceu em área suburbana do Rio de Janeiro, onde teria passado a sua infância. Afortunadamente, a sua boa índole concorre para que, desde tenra idade, encontre pessoas que a ele se afeiçoam e o ajudam a superar as dificuldades naturais impostas por uma sociedade segregacionista, apegada às distinções de classe: 93 Página Revista de Letras Dom Alberto, v. 1, n. 5, jan./jul. 2014 Se analisarmos a sua carreira intelectual, verificaremos que foi admirado e apoiado desde cedo, e que aos cinquenta anos era considerado o maior escritor do país, objeto de uma reverência e admiração gerais, que nenhum outro romancista ou poeta brasileiro conheceu em vida, antes e depois dele. (CANDIDO, 1995, p.1). Em 1856, aos 17 anos, é aceito como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, início do seu contato efetivo com o mundo das letras. Assis vive a época dourada dos folhetins, quando os autores são apresentados ao grande público em capítulos, através das páginas dos jornais - um meio barato para se testar a reação do leitor, a aceitação ou a rejeição do autor. É, sem dúvida, um período de grande brilho da literatura universal. A Europa Ocidental, que já assimilara Stendhal ( O Vermelho e o Negro , 1830) e Balzac ( A Mulher de 30 Anos , 1831), se escandaliza com Flaubert (Madame Bovary, 1857) e aplaude Victor Hugo ( Os Miseráveis , 1862). Dostoievski ( Crime e Castigo , 1866) e Tolstoi (Anna Karenina, 1873) ajudam a consolidar o prestígio da literatura russa. Em Portugal, Eça de Queiróz, com O Crime do Padre Amaro (1876) e O Primo Basílio (1878), abraça o realismo modelado por Balzac. A genialidade de Rodin, Monet, Renoir, Matisse revoluciona as artes plásticas. Gauguin foge de Paris e corre o mundo, pintando paisagens exuberantes e mulheres exóticas, atiçando o imaginário europeu. Van Gogh mergulha em sua loucura de onde retira cores e formas intrigantes. No Brasil, Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire, Fagundes Varela marcam a poesia romântica, enquanto Castro Alves empresta a sua pena das asas de um condor beligerante que investe contra as injustiças sociais. A prosa, fiel ao estilo romântico, é enriquecida por Joaquim Manoel de Macedo ( A Moreninha , 1844), Manuel Antônio de Almeida ( Memórias de um sargento de milícias, 1854), Bernardo Guimarães ( Escrava Isaura , 1875) e José de Alencar que, ao publicar Senhora (1875), coloca um pé na escrita realista. O jovem Assis passeia pelas veredas da linha romântica ( Ressurreição, 1872; A mão e a luva, 1874; Helena, 1876; Iaiá Garcia, 1878) até 1881, quando inaugura o realismo brasileiro com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas . 94 Página Revista de Letras Dom Alberto, v. 1, n. 5, jan./jul. 2014 Naquele mesmo ano, 1881, Aluísio Azevedo escreve O Mulato , marco do movimento naturalista, consolidado nove anos mais tarde com a publicação de O Cortiço . Olavo Bilac, Coelho Neto, Graça Aranha, José Veríssimo e Euclides da Cunha são nomes que, também, convivem com Machado de Assis, lustram sua época. Notável, entretanto, que a produção artística brasileira daquele período, notadamente as artes plásticas, não se desgarra do rigor acadêmico, talvez, por seus compromissos com a ordem estabelecida. Milton Hatoum é precedido pela abertura de novos caminhos por onde transitaram modernistas e regionalistas de todos os cantos do país: os poetas Manoel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade; os romancistas Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Raquel de Queiróz, Guimarães Rosa, Jorge Amado; artistas plásticos bem representados por Di Cavalcanti, Portinari, Tarsila do Amaral e Carybé. O cenário internacional conheceu Proust, Faulkner e Steinbeck; acompanhou as andanças de T. S. Eliot, James Joyce, Scott Fitzgerald, John dos Passos, Ernest Hemingway – a Geração Perdida, embalada pelo jazz e mergulhada no absinto; viu nascer e morrer o gênio de Camus. Criadores de tipos e de obras que continuam influenciando bons autores. Paris, então, se colocava no centro do universo, ponto de convergência de artistas de todos os cantos, todos os ofícios, todos os quilates. Pablo Picasso, Salvador Dali, Pablo Casals, expoentes da arte espanhola, ali buscaram refúgio. Esse é o terreno de relevos variados que o amazonense Hatoum, arquiteto e professor universitário, tem sabido aproveitar para erguer o seu edifício literário, fazendo boa companhia a nomes já consagrados como Autran Dourado, Ferreira Gullar, Clarice Lispector, Moacyr Scliar, João Ubaldo Ribeiro. Os romances de ambos os autores, apesar da diferença de época em que foram escritos, dialogam entre si no que diz respeito à temática central que envolve a trama. O dialogismo Segundo Bakhtin (2006), o discurso é dialógico pelo fato de que ele se constrói 95 entre, pelo menos, dois interlocutores que, por sua vez, são seres sociais e estabelecem Página Revista de Letras Dom Alberto, v. 1, n. 5, jan./jul. 2014 relações com outros discursos que configuram uma sociedade, uma comunidade, uma cultura. Segundo ele, o ser humano é inconcebível fora das relações que o ligam ao “outro”: Não tomo consciência de mim mesmo senão através dos outros, é deles que eu recebo as palavras, as formas, a tonalidade que formam a primeira imagem de mim mesmo. Só me torno consciente de mim mesmo, revelando-me para o outro através do outro e com a ajuda do outro. (TODOROV, 1981, p. 148) O “outro”, mencionado por Todorov (1981), pode também envolver o destinatário, para quem o sujeito ajusta a sua fala. Isso porque a fala é produzida a partir das representações de um tempo histórico e de um espaço social. Por essa razão, o sujeito, ao produzir enunciados, situa o seu discurso em relação ao discurso do “outro”. Mas também há outra dimensão do sentido do dialogismo que não o reduz às relações entre os sujeitos nos processos discursivos, mas que se refere ao permanente diálogo entre os diversos discursos que configuram uma sociedade, estabelecendo, então, uma relação intertextual que pode ser percebida no interdiscurso. Essa é a dimensão do dialogismo que evidencia a natureza interdiscursiva e a similitude temática entre as obras Esaú e Jacó, de Machado de Assis, e Dois Irmãos de Milton Hatoum e que pretendemos analisar neste trabalho.
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