III 6 O Mundo Espiritual

III 6 - O Mundo Espiritual

1 III 6 O Mundo Espiritual

E disse Jesus Cristo:"Saiba o que está na sua frente e o que está escondido de você será revelado a você.

Pois não há nada oculto que não seja revelado. E não há nada enterrado que não seja levantado”.

do Evangelho Gnóstico de Tomás

"O Verdadeiro Líder Espiritual será capaz de mostrar às suas congregações como e porque as mentalidades modernas criaram as calamidades e os horrores que foram criados na 'consciência' e estão apenas começando a fazer com que eles se tornem totalmente sentidos em seu meio como diversas formas de peste e terremotos, inundações, fome, guerras, revolução e outras tragédias. Seja assegurado! Nenhum mal que vem à sua terra é um "desastre natural". Tudo que é hostil ao seu perfeito bem-estar é criado primeiro em sua "consciência humana" e, em seguida, dado forma dentro de sua experiência global. Isso é o que eu tentei dizer aos judeus quando andei na terra e chorei, quando eles riram e se recusaram a acreditar. Eles me chamavam de louco”.

"É a evolução espiritual da 'consciência humana' que produz a evolução mental e física em sua vida pessoal e global e leva a humanidade a estados cada vez mais harmoniosos de bem-estar".

dos textos Cartas de Cristo

2 III 6 O Mundo Espiritual III 6.1 - Introdução

Apresento como introdução deste capítulo, um artigo que escrevi.

Cidades de Luz

Da janela do quarto do hotel eu olhava a cidade vazia, de manhã bem cedo, uma bela cidade, apesar de relativamente pequena era limpa, organizada, esteticamente bonita, e imaginava o que nós podíamos construir com trabalho e dedicação, certamente havia também muito amor ali. Ao mesmo tempo, sabia que provavelmente em algumas daquelas construções, edifícios, estabelecimentos comerciais, governamentais, deveria ter algo de errado embutido, de mazelas da humanidade. Na véspera estava pesquisando sobre Lúcifer e Satã, o Portador da Luz e o Inimigo. E pensava sobre o porquê da dicotomia bem e mal, não só num sentido estrito, mas mais amplamente em nível universal.

Lúcifer um anjo, um ser que não tem corpo material, segundo a lenda liderou uma revolta de anjos, e decaiu. Não existe um consenso sobre Satã, mas acho que o chamado Príncipe das Trevas é o ,Hêlêl or Heylel) o que trás a luz) הֵילֵל mesmo Lúcifer, após a queda. Lucifer em hebraico conforme Isaias, ou em grego (Ἑωσφόρος) - heósforos - estrela da manhã. Foi o responsável pela tentação de Jesus Cristo no deserto - O diabo, levando-o para mais alto, mostrou-lhe num instante todos os reinos da terra e disse-lhe: “Eu te darei todo este poder com a glória destes reinos, porque ela me foi entregue e eu a dou a quem eu quiser. Por isso, se te prostrares diante de mim, toda ela será tua”. Conforme Huberto Rohden: "O mundo está posto no maligno. Esse príncipe do mundo é um poder de grande inteligência, dono de forças mágicas, em face das quais toda a força e inteligência humana é irrisoriamente pequena”. O mesmo que nos ensina a Gnose (1), que este mundo foi criado pelos Archons do Demiurgo e não pelos Eons, seres de luz. Sobre isso o Cristo disse: “Vem o Príncipe deste Mundo, mas sobre Mim, não tem poder algum, porque eu venci o Mundo”.

Para mim naquele instante, em que observava os prédios da cidade, percebi que, como em todo o universo material, pelo menos, as duas vertentes coexistem, a do bem que edifica com amor e a do mal que induz a corrupção da harmonia.

A parábola bíblica é elucidativa, tanto em relação ao mundo em que vivemos quanto a constatação de que temos que vence-lo, para evoluirmos e nos re-integrarmos às esferas mais altas, além deste mundo.

Também pensei nos dados cosmológicos em que o Universo a partir do Big Bang tem 13.8 bilhões de anos de idade e nosso planeta Terra, 3.8 bilhões de anos. Se pensarmos que as chamadas estrelas com metalicidade (Z), onde o Hidrogênio e o Hélio não são os únicos componentes, são a segunda e a terceira geração de estrelas, na evolução do universo, podemos imaginar que a vida na Terra é adequada a esta escala de tempo, considerando inclusive outras possíveis civilizações, neste horizonte.

Para mim, faz sentido a teoria Antrópica (2), segundo a qual nosso universo é a consequência da nossa consciência e da vida mais simples que nos precedeu. Ou seja, a consciência da vida, realizando o que nos mostra a Mecânica Quântica (3), foi modificando a realidade Universal no sentido de viabilizar a sua própria existência. No experimento da Fenda Dupla - Apagador Quântico de Escolha Retardada ou The delayed choice quantum eraser, mostra-se que o observador modifica o passado da função de onda quando esta é colapsada, pela simples observação de um ser consciente. No caso local, este passado está muito próximo, mas se 3 III 6 O Mundo Espiritual considerarmos a observação da função de onda da luz de uma estrela, a bilhões de anos luz da Terra, e que esta pode mudar o passado, este passado está a bilhões de anos luz de nosso presente. Assim também fazem sentido os Multiversos, da Teoria das Cordas, ou seja, existem infinitos universos, que abrigam todas os possíveis cenários da evolução e seus desdobramentos. Como disse o Cristo: “A casa do meu Pai tem muitas moradas”.

A probabilidade de formação deste nosso universo com estrutura de Carbono, base da nossa vida, e diversas outras varáveis como as constantes universais da Física, é da ordem de 1 sobre 10-120, ou seja, extremamente pequena. Assim faz sentido a hipótese Antrópica de que influenciamos na nossa própria formação, e faz também sentido supormos que somos, pelo menos em parte, nossos próprios co-criadores.

O que nos diferenciou dos nossos ancestrais foi o Sapiens de nossa espécie, que denota discernimento, sensibilidade, sabedoria e consciência. Na verdade, o poder da imaginação coletiva em nossa espécie é o que nos diferenciou dos antepassados. Inteligência Social é a capacidade de conhecer a si mesmo e de conhecer os outros. Ross Honeywill acredita que a inteligência social é uma medida agregada de autoconsciência e consciência social, crenças e atitudes sociais evoluídas e uma capacidade e apetite para administrar uma mudança social complexa. O psicólogo Nicholas Humphrey acredita que é a inteligência social, e não a inteligência quantitativa, que define quem somos como seres humanos.

Apesar das diferenças anatômicas de nosso cérebro, notadamente o neocórtex, isto não explica o efeito da interação social em nossa inteligência. A inteligência e a capacidade de estar ciente de ter inteligência, ou observar a sua própria consciência, perceber o inconsciente coletivo, é a fronteira, ao meu ver, como o aspecto não material de ser, o que se chama de espiritual.

Como disse Rupert Sheldrake: "A abordagem que estou apresentando é muito semelhante à ideia de Jung do inconsciente coletivo. A principal diferença é que a ideia de Jung foi aplicada principalmente à experiência humana e à memória coletiva humana. O que estou sugerindo é que um princípio muito semelhante opera em todo o universo, não apenas nos seres humanos. Se o tipo de mudança radical de paradigma de que falo se passa dentro da biologia - se a hipótese da ressonância mórfica é mesmo aproximadamente correta -, a idéia de Jung do inconsciente coletivo se tornaria uma idéia dominante. Os campos morfogênicos e o conceito do inconsciente coletivo mudariam completamente o contexto da psicologia moderna”. E explicou também que o que acontece quando morremos é como os sonhos lúcidos onde as pessoas se tornam conscientes de que estão sonhando e podem controlar seu sonho. Esta é uma experiência fora do corpo físico, no que ele chama de Corpo de Sonho ou Corpo Sutil ou Astral com outros chamam.

Assim, imaginava naquela manhã, o nosso Universo, do qual somos co-criadores, uma consequência de nossas consciências ou o produto de nosso livre-arbítrio. Pensei na individualidade, na minha existência única e pessoal como consequência de um longo processo de evolução antrópica que nos levou à diferenciação de um espírito coletivo e a uma consciência individual, mas totalmente interligada a todo o Universo. Pude naquele momento até visualizar um modelo matemático que podia sistematizar estas ideias, esta filosofia cosmológica que unia o Big Bang ao mundo espiritual.

Pensei na evolução. Acho que o amor é a força que nos agrega, que reverte a entropia, a tendência natural para a desorganização do universo ou do caos. O mundo criado pelo Demiurgo tende naturalmente à desarmonia, ao caos. Por outro lado, o amor nos permite reverter este processo, harmonizar os inter-relacionamentos entre os seres vivos e materiais, que também são 'vivos'

4 III 6 O Mundo Espiritual como os cristais e metais que se estruturam de acordo com a hereditariedade mórfica dos campos descritos por Shaldrake.

No Homo Sapiens atual que deve continuar evoluindo para o Homo Spiritualis, onde viveremos no mundo dos sonhos, do pensamento, ou do espírito como nos mostram os milhares de casos de NDE ou Near Death Experiences, reportados por médicos e cientistas ao longo do tempo.

Neste mundo, então, imaginei naquele instante, viveremos em Cidades de Luz, que construiremos com o mesmo amor que se construiu a pequena cidade que eu observava, em conjunto e harmonia. Foi a visão que tive naquele amanhecer, ao observar aquela cidade, da varanda do quarto do hotel onde estava.

(1) - Gnose - De gnosis ou conhecimento em Grego, os Gnóscos, um movimento religioso iniciado na mesma época do Crisanismo, e que desenvolveu-se em grande parte paralelamente e de modo velado à Igreja Católica, segundo o qual, Jesus Cristo, connuou aparecendo para certos discípulos até 11 anos após a ressureição. Os Gnóscos acreditam que o mundo em que vivemos foi criado pelo Demiurgo através dos Arcontes ou Archons, seres angelicais ou demoníacos, para 'prender' o homem decaído criando um ambiente para assim impedir a sua ascensão ao mundo divino superior, o que só poderia ser obdo através da gnose ou conhecimento. Segundo o oculsmo do século XVIII, este movimento é chamado de re-integração ao mundo espiritual superior.

A Igreja Católica ao longo do tempo, destruiu todos os textos que não fossem dos 4 evangelistas ‘oficiais’, assim como perseguiu os Gnóscos, sendo um dos eventos mais marcantes o extermínio dos Cátaros na França no século XIII. Porém no ano de 1945, descobriu-se me Nag Hamadi no Egito, os chamados Evangelhos Gnóscos ou Apócrifos, uma coleção de textos Gnóscos e Cristãos primivos.

São 52 textos distribuídos em 13 Códices, sendo considerado um dos mais importantes o Evangelho de Tomás. Acredita-se que esses códices podem ter pertencido a um mosteiro Pacomiano e terem sido enterrados depois que Santo Atanásio condenou o uso de livros não canônicos em sua Carta de 367 DC. A descoberta desses textos influenciou significavamente a busca e o conhecimento do crisanismo primivo e do gnoscismo.

(2) - Teoria Antrópica - "No início haviam somente probabilidades. O Universo só poderia exisr se alguém o observasse. Não importando se o observador fizesse isso bilhões de anos depois. O Universo existe porque estamos conscientes dele” - Marn Rees.

Segundo esta teoria, a probabilidade de nosso Universo existir (e existe porque estamos nele) é tão pequena que de alguma forma interferimos para que ele viesse a ser o que é, permitindo assim a nossa existência. E vai mais além…

O termo "princípio antrópico" foi introduzido pela primeira vez na literatura científica em 1974 por Brandon Carter. Ao discutir as coincidências do "grande número", de evidências na física e na cosmologia, Carter usou o termo para se referir ao fato de que qualquer observação científica depende necessariamente de uma consciência e por consequência de nossa existência. Em 1986, o astrónomo John Barrow e o astrofísico Frank Tipler publicaram o trabalho histórico The Anthropic Cosmological Principle, que elaborou o princípio antrópico e as 'coincidências cósmicas' em detalhes técnicos consideráveis.

(3) - Mecânica Quânca e o experimento do Apagador Quânco de Efeito Retardado.

5 III 6 O Mundo Espiritual A Mecânica Quânca mostra que uma parcula só é formada ou colapsada quando uma função de onda é observada por um observador consciente.

A experiência da dupla fenda, consiste em enviar parculas como elétrons ou fótons através de um obstáculo com duas fendas paralelas. Estas são detectadas em um filme colocado após o obstáculo com as duas fendas. Se não ocorre uma observação consciente o que se vê no filme é um padrão de interferência de ondas, se houver observação o que é registrado no filme são parculas que se agrupam em duas bandas correspondentes as fendas.

Interferência de ondas é quando por exemplo jogamos ao mesmo tempo, duas pedras em um lago. Cada uma produz uma série de círculos concêntricos que se distanciam gradavamente. A interferência ocorre nos pontos em que estas ondas se encontram.

Enviando apenas um fóton de cada vez através da barreira com duas fendas, não há como produzir um padrão de interferência, mas isto acontece! um padrão de interferência é mostrado no filme. Só podemos concluir que o fóton atravessa simultaneamente as duas fendas e interfere consigo mesmo após passar pela barreira, produzindo o padrão de interferência observado. Ou seja o fóton se divide em um par entrelaçado em superposição de duas posições simultâneas, que interferem depois da barreia, isto se chama de Superposição Quântica.

O efeito do Observador - Agora observando este mesmo experimento, o que se vê não é mais um padrão de interferência, mas duas bandas formadas pelas fendas, ou seja os fótons quando observados, passam a atuar como partículas independentes.

Isto pode ser feito com duas caixas, capazes de reter os fótons dentro, uma atrás de cada fenda, de modo que só vamos saber o que acontece após abrir estas caixas. É como o gato de Schrödinger, só podemos saber se está morto ou vivo, após abrir a caixa. Neste caso o que acontece é que quando abrimos uma caixa vamos encontrar o fóton ou não. Se ele estiver numa não estará na outra e vice versa, sempre. Nunca aparecerão dois fótons ou nenhum fóton. Concluímos então que ao abrir uma caixa, colapsamos a função de onda do fóton, e ele estará em uma caixa ou na outra.

Como o apagador quântico reescreve o passado - Na experiência que acabamos de descrever, se quisermos saber qual fenda o átomo atravessa, e colocarmos um meio para observar isto, seja qual for o meio, o padrão de interferência é destruído, e as partículas ao invés de formarem um padrão de interferência no filme, como no caso anterior, dividem-se como se cada uma não interferisse uma na outra, projetando duas áreas iluminadas, uma para cada fenda. As partículas não mais atravessam as duas fendas simultaneamente e permanecem individualizadas. Independentemente da localização do dispositivo de observação, na frente ou atrás da barreira com as duas fendas o padrão de interferência acaba.

No caso em que o dispositivo de observação é colocado após a barreira, é como se a função de onda fosse colapsada retroativamente, ou seja, após passarem pela barreira e se dividirem, ao serem observadas após este evento, voltam a atuar como partículas independentes. Seu passado foi mudado ? É como se o Universo estivesse dizendo: bem amigas partículas, como estão nos observado, vamos agir como partículas o tempo todo. Então podemos concluir que as partículas que são funções de onda, colapsam apenas quando observadas. Este experimento onde se tenta verificar em qual fenda passa o fóton é chamado de Qual Caminho - Which Way Experiment. E se o dispositivo de observação for colocado atrás da barreira com as fendas é chamado de Escolha Retardada - Delayed Choice Experiment.

6 III 6 O Mundo Espiritual III 6.2 - As Principais Religiões

Observar o Mundo Espiritual implica em estudar as Religiões - sistemas culturais. morais. éticos, metafísicos e de práticas rituais que agregam mais de 80% da humanidade.

Aqui vamos estudar a linha do tempo das principais religiões, para nos situarmos na sua história.

Linha do Tempo das Religiões

OCIDENTE PERÍODO EMERGENTE ORIENTE

Politeísmo Sumeriano 4000 AC Politeísmo Egípcio 3500 AC Judaísmo 2000 – 1800 AC Polisemo Grego 1800 – 1500 AC Hinduísmo Zoroastrismo 1200 – 600 AC Politeísmo Romano 700 – 500 AC Budismo, Confucionismo, Taoismo Crisanismo 33 DC Islamismo 622 DC

As Principais Religiões

A Civilização do Vale Indo - Indus Valley 2800 B.C - 2000 B.C

A Civilização do Vale do Indo era uma antiga civilização localizada no que hoje é o Paquistão e o noroeste da Índia, na fértil planície de inundação do rio Indo e suas proximidades. Evidências de práticas religiosas nessa área datam aproximadamente de 5500 AC. Os assentamentos agrícolas começaram por volta de 4000 AC e por volta de 3000 aC surgiram os primeiros sinais de urbanização. Em 2600 AC, dezenas de cidades haviam sido estabelecidas e, entre 2500 e 2000 AC, a Civilização do Vale do Indo estava no auge.

Judaísmo 2,085 AC

Yehudah, "Judá"; via latim e grego) é a religião do ,יהודה O judaísmo (originalmente do hebraico povo Judeu. É uma religião antiga, monoteísta e abraâmica, com a Torá como texto fundacional. Abrange a religião, filosofia e cultura do povo judeu.

Judeus Ortodoxos - O que unifica vários grupos sob o guarda-chuva 'Ortodoxo' é a crença central de que a Torá, incluindo a Lei Oral, foi dada diretamente de Deus a Moisés no Monte Sinai e se aplica em todos os tempos e lugares. Como resultado, todos os judeus ortodoxos são obrigados a viver estritamente de acordo com os mandamentos e a lei judaica.

7 III 6 O Mundo Espiritual A Cabala - A Cabala é um método esotérico, disciplina e escola de pensamento que se originou no .(מְקובָל) judaísmo. Um cabalista tradicional no judaísmo é chamado de Mekubal

Hinduísmo 1,500 A.C

O hinduísmo é uma religião e Dharma Indianos, ou um modo de vida amplamente praticado no subcontinente indiano. O hinduísmo tem sido chamado de a religião mais antiga do mundo, e alguns praticantes e estudiosos se referem a ele como Sanātana Dharma, 'a tradição eterna', ou o 'caminho eterno', além da história humana.

O hinduísmo é a religião da maioria das pessoas na Índia e no Nepal. Diferentemente da maioria das outras religiões, o hinduísmo não tem um único fundador, nem uma única escritura, nem um conjunto comum de ensinamentos.

Darma (em sânscrito: ममर, transliterado Dharma; em páli: म, transliterado Dhamma) é um conceito- chave com significados nas religiões indianas - hinduísmo, budismo, siquismo e jainismo. Não há tradução de uma palavra única para "darma" nas línguas ocidentais, mas originalmente é tida como a Verdade contida nos ensinamentos do Buddha Gautama - a 'Lei Natural' ou a ‘Lei Cósmica’, num sentido amplo de toda a existência e não apenas o da realidade material visível. O dharma Indiano também guarda semelhanças com o Tao Chinês e com o logos Ocidental.

O hinduísmo, significa dever, virtude, moralidade e religião, e refere-se ao poder que sustenta o universo e a sociedade. Na história Hindu, a classe mais alta, os brâmanes, aderiu a essa doutrina varnashrama-dharma.

Os hindus acreditam que a existência é um ciclo de nascimento, morte e renascimento, governado pelo Karma. Também acreditam que a alma passa por um ciclo de vidas sucessivas e sua próxima encarnação é sempre dependente de como a vida anterior foi vivida.

Confuicionismo 600 A.C.

O confucionismo é uma tradição filosófica chinesa anciente que se originou com o filósofo Confúcio. Questionou a China antiga durante um período de corrupção entre governantes poderosos e dominantes e os homens submissos e fracos de classe baixa. Com intenções de prosperidade, o Confucionismo foi capaz de modificar significativamente a exploração que ocorreu entre a animosidade das classes na China.

A ética confuciana é caracterizada pela promoção de virtudes, englobadas pelas Cinco Constantes, wǔcháng (五常) em chinês, elaboradas por estudiosos confucionistas a partir da tradição herdada durante a dinastia Han. As cinco constantes são: Rén (仁, benevolência, humanidade); Yì (義 / 义, justiça); Lǐ (禮 / 礼, rito adequado); Zhì (智, conhecimento); Xìn (信, integridade).

Confúcio disse que de cada cidadão desempenha seus deveres divinos, esta seria a chave para a harmonia. O respeito dos superiores e inferiores era fundamental para a busca da paz dentro de uma 8 III 6 O Mundo Espiritual civilização. Semelhante ao budismo, para o Confucionismo a importância das inter-relações entre um e outro é fundamental para alcançar a harmonia feliz.

Budismo 560 B.C

(Budismo) um ensinamento religioso propagado pelo Buda e seus seguidores, que declara que, destruindo a ganância, o ódio e a ilusão, que são as causas de todo sofrimento, o homem pode alcançar a iluminação perfeita.

O ensinamento de Siddhartha Gautama de que a vida é permeada pelo sofrimento causado pelo desejo, que o sofrimento cessa quando o desejo cessa, e que a iluminação obtida pela conduta correta, sabedoria e meditação liberta alguém do desejo, sofrimento e renascimento. Este ciclo pode ser encerrado através do karma.

Karma é basicamente a reação as boas e más ações que se pratica durante a vida. Más ações levam a um karma negativo que se reflete na vida atual ou nas próximas e deve ser reparado. Boas ações geram um karma positivo que permite a evolução espiritual.

O Budismo Tibetano sustenta que existem duas maneiras de alguém renascer após a morte. O primeiro é renascer involuntariamente, sob a influência do 'karma', atraído de volta à vida por emoções e desejos destrutivos. Este é o destino da maioria de nós.

O karma e o Ciclo do Renascimento ou Roda das Encarnações -Samsara, afirma que os homens morrem mas seus espíritos voltam a se re-encarnar ciclicamente até que a evolução permita sair deste ciclo.

Sua prática principal é a meditação que leva a estados de consciência mais elevados que transcendem o mundo o ego e dos pensamentos para o acesso à consciência Divina.

Cristianismo - Jesus Cristo 4 A.D - 30 A.D

Cristianismo significa os sistemas religiosos, dogmas ou práticas dos cristãos, em várias formas de práticas religiosas de denominações, como Catolicismo, Protestantismo, Mormonismo, etc. O termo mais comum para descrever a religião e seus seguidores é o Cristianismo. A religião Católica, começou há 2.000 anos, embora Cristo não tenha sido seu fundador.

O princípio central do cristianismo é a crença em Jesus como o Filho de Deus e o Messias (Cristo). Os cristãos acreditam que Jesus, como o Messias, foi ungido por Deus como salvador da humanidade e defende que a vinda de Jesus foi o cumprimento das profecias messiânicas do Antigo Testamento.

A doutrina cristã é baseada na Bíblia que inclui o Velho Testamento - Antes de Cristo ou a Torá para os Judeus e o Novo Testamento escrito pelos discípulos de Jesus Cristo.

A Igreja Católica crê na existência de ‘santos' - A palavra santo vem da palavra grega hagios, que significa 'consagrado a Deus, santo, sagrado, piedoso'.

Senhor, eu ouvi de muitos sobre isto. homem, quanto dano causou aos teus santos em Jerusalém "(Atos 9:13)."

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Ora, Pedro estava viajando por todas aquelas regiões, e desceu também aos santos que viviam em Lida "(Atos 9:32). "E isso é exatamente o que fiz em Jerusalém; não só tranquei muitos dos santos nas prisões ... ”(Atos 26:10).

Islammismo - Maomé - Muhammad 570 C.E - 632 C.E

Islamismo é uma religião monoteísta que acredita que Muhammad foi o último profeta de Deus.

Os Muçulmanos acreditam que Deus - Alá, é um e incomparável e que o propósito da existência é amar e servir a Alá.

O Islamismo como um fenômeno incorpora um amplo espectro de comportamentos e crenças. No sentido mais amplo, grupos islâmicos acreditam que a lei islâmica ou os valores islâmicos devem desempenhar um papel central na vida pública. Eles acham que o Islã tem coisas a dizer sobre como a política deve ser conduzida, como a lei deve ser aplicada e como outras pessoas - não apenas elas mesmas - devem se comportar moralmente.

Salafismo: Salafismo é a idéia de que o Islã mais autêntico e verdadeiro é encontrado no exemplo vivido das primeiras gerações justas de muçulmanos, conhecidos como Salaf, que eram os mais próximos em ambos os tempos e proximidade com o Profeta Muhammad. Os salafistas - freqüentemente descritos como “ultraconservadores” - acreditam não apenas no “espírito”, mas na “letra” da lei, que é o que os diferencia de seus correspondentes tradicionais. No mundo árabe de hoje, salafistas são conhecidos por tentar imitar os hábitos particulares dos primeiros muçulmanos, como se vestir como o Profeta (algemando as calças até o tornozelo) ou escovando os dentes como ou سواك :o Profeta (com uma limpeza natural dos dentes), com um miswaak, siwak, sewak, árabe .é um galho de limpeza de dentes feito da árvore Salvadora persica, conhecida como arāk (مسواك

Jihadismo: O Jihadismo é movido pela idéia de que a Jihad (guerra sancionada religiosamente) é uma obrigação individual (fard 'ayn) de todos os muçulmanos, e não uma obrigação coletiva realizada por representantes legítimos da comunidade muçulmana (fard kifaya), como era tradicionalmente entendido na era pré-moderna.

Eles são capazes de fazer isso argumentando que os líderes muçulmanos hoje são ilegítimos e não comandam a autoridade para ordenar a violência justificada. Na ausência de tal autoridade, argumentam eles, todo muçulmano capaz deve assumir o manto da Jihad.

Sufismo - O misticismo islâmico é chamado taṣawwuf (literalmente, “vestir-se de lã”) em árabe, mas tem sido chamado de sufismo nas línguas ocidentais desde o início do século XIX.

Uma palavra abstrata, o Sufismo deriva do termo árabe para um místico, ṣūfī, que é por sua vez derivado de ṣūf, “lã”, plausivelmente uma referência à roupa de lã dos primeiros ascetas islâmicos. Os sufis também são geralmente conhecidos como "os pobres", fuqarāʾ, plural do árabe faqīr, em darvīsh persa, de onde as palavras inglesas faquir e dervish.

O Sufismo no Islamismo é similar a Cabala Judáica.

O Islã é uma das principais religiões do mundo, tem cerca de 1,57 bilhões de adeptos e a que mais cresce atualmente, como podemos ver nos quadros seguintes.

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11 III 6 O Mundo Espiritual A Redenção sem Intermediários

O objetivo final do caminho espiritual é alcançar a redenção, ou seja redimirmo-nos de todos nossos pecados para purificados podermos retornar à Divindade. Outro nome para este processo é reintegração.

No Apocalipse, João, mostra o homem inicialmente como besta - Homem Animal, depois como Satanás - Homem Mental e finalmente como Cristo - Homem Espiritual.

O que nos diferencia dos animais é o ego, o elemento físico-mental-emocional que chamamos de pessoa, personalidade ou do latim persona - máscara.

O ego é chave no ser humano, primeiro pela sobrevivência e depois pelo poder de exercer o livre- arbítrio que nos permite evoluir. Por outro lado é através dele que pecamos em todos os sentidos, a partir do egocentrismo. Lúcifer ou Satã age justamente no campo mental do homem, e nascemos em seus domínios, portanto transcender o ego é tarefa que requer sacrifício, concentração e vontade.

O grande trabalho é portanto ultrapassar o ego passando para o mundo anímico.

Isto não pode ser feito mentalmente pelo ego, pois como poderia o pecador redimir o pecado? Como poderia Lúcifer purificar Lúcifer? Também a redenção não é heterônoma, ou seja um processo de fora para dentro, deve ser autônoma pois deve se originar em nós. O que temos em comum com a Divindade á a alma, o espírito, assim através desta é que alcançaremos a redenção.

Citando Huberto Rohden em O Cristo Cósmico e os Essênios - “Pecado e redenção dependem da soberania que este ou aquele elemento prevalecer no homem. Se o ego Satânico prevalecer, trona-se o homem pecador; se o Eu Crístico nele prevalecer, torna-se o homem remido, justo, santo.

São os dois eus de que fala a epístola de S. Paulo aos romanos, a ‘lei da carne’- ego e a ‘lei do espírito’ - Eu. Está em mim querer o bem, mas não o poder; pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero. Ora se faço o mal que não quero, não sou eu que ajo, meu Eu Divino, mas sim o pecado em mim - ego humano. Infeliz de mim. Quem me libertará deste corpo mortífero? A graça de Deus, por Jesus Cristo - o Eu Divino”.

Mostrado que a redenção é um processo autônomo, ou seja realiza-se dentro do próprio indivíduo, a nível anímico / espiritual e não do ego, isso coloca um sério obstáculo para todas as religiões, pois apesar do significado latino de religare ou recompor a ligação homem / divindade, estas na verdade tentam atuar como intermediários entre estes, o que como vimos não é possível pois o processo é autônomo e interno.

O próprio Cristo, quando encarnado em Jesus, não fundou nenhuma igreja, apenas pregou aos homens.

12 III 6 O Mundo Espiritual III 6.3 - O Plano Místico

O homem - Homo Sapiens, é o ser vivo com o mais alto grau de consciência, em nosso planeta Terra. Evoluiu desde o estágio mineral, cujo nível de consciência é mínimo, ao vegetal que está acima do mineral e já pode sentir e interagir com o meio ambiente, fazendo em alguns casos simbiose com outros seres e interagindo também com o mundo animal. O mundo animal possui um nível de consciência bem mais sofisticado que o dos vegetais, os animais além da consciência possuem um nível significativo de inteligência. Entretanto o homem é o primeiro a ter uma consciência individual de si mesmo o que se pode chamar de ego-consciência; e mais significativo ainda possui a capacidade de livre-arbítrio ou seja liberdade de escolher o que quer fazer, de optar. Ainda mais acima o homem é capaz de imaginar, ou criar cenários não fisicamente existentes, de sonhar. É também capaz de criar coisas novas, instrumentos, máquinas, computadores, inteligência artificial e naves espaciais.

Neste estágio é capaz de compreender o bem e o mal, o que o torna eticamente responsável por seus atos conscientes. É também capaz de imaginar a Divindade e praticar a magia, de perceber o mundo espiritual, meditando e orando. O homem tornou-se um ser universal, a partir de nosso planeta Terra. O homem é um cidadão do Universo, um filho de Deus consciente.

Do ponto de vista místico, o homem saiu do jardim do Éden, o paraíso terrestre, na época em que possuía apenas uma consciência mental um pouco mais evoluída que a consciência rudimentar dos animais, ao comer do fruto da árvore do conhecimento. Assim entrou no mundo superior onde pode buscar conhecer e explorar o Universo, sentir a Divindade e evoluir. Ao mesmo tempo entrou no mundo da serpente ou de Lúcifer o portador da luz, ao ganhar inteligência e a consciência de si mesmo, e se tornar ego-consciente e depois egocêntrico, egoísta. Adão ou Adam do sânscrito - Aham - Adi - primeiro e Aham - ego.

O homem percebeu a sua dimensão espiritual, expandido o seu horizonte para um universo espiritual, que evolui em direção ao criador, à consciência universal, a que chamamos Deus. Esta noção está dentro de nós mesmos e a percebemos através da intuição, da meditação e da oração que nos leva a esta dimensão, as revelações e visões em nosso próprio interior e mensagens dos profetas e seres do mundo espiritual que vieram nos ajudar como o Cristo o filho de Deus e Buda aquele que está consciente.

Percebemos interiormente a fronteira entre nosso mundo material e intelectual e o mundo espiritual que nos permeia, mais sutilmente, e para onde estamos evoluindo. Os orientais representam essa ligação simbolicamente com a misteriosa flor de Lotus de mil pétalas. Suas raízes estão presas no lodo escuro do fundo dos lagos, na terra. Suas hastes crescem e ultrapassam a superfície líquida das águas e lançam-se no ar a região mais etérea. Finalmente a sua flor, desdobra absorvendo a luz do sol que a ilumina conferindo-lhe a imortalidade.

A maior parte de nós, os homens, presentemente possuímos apenas rudimentos da consciência espiritual, que ainda é tão fraca que não exerce influência decisiva sobre a nossa grande maioria na vida quotidiana. Enquanto essa consciência espiritual que está ligada ao amor, ao perdão e ao altruísmo não se desenvolver mais, não haverá melhora significativa na sociedade humana, que é a soma dos indivíduos que a constituem.

Mas estamos andando na direção de descobrir em nós mesmos esta realidade em um nível superior, ultra-físico e ultra-intelectual, a parte de nosso ser ligada mais diretamente ao Criador. Vejo nosso estágio atual como crianças que no início são egocêntricas e precisam de ajuda e de amor para

13 III 6 O Mundo Espiritual poderem se tornarem adultos bem desenvolvidos. Na criança existe a inteligência potencial, latente, ainda não manifestada, no homem existe a espiritualidade potencial.

Teilhard de Chardin disse - "a evolução é uma ascensão em direção à consciência", dando a encefalização como um exemplo de estágio inicial e, portanto, significa um aumento contínuo em direção ao 'Ponto Omega' que, para todas as intenções e propósitos, é Deus. A Noosfera é a contrapartida mental de cada homem e da humanidade, uma camada invisível de pensamento ao redor da Terra que é a soma total do estado mental e espiritual da humanidade, toda cultura, amor e conhecimento. Aqui o mesmo conceito que Akasha, Inconsciente Coletivo e Ressonância Mórfica.

À medida que a humanidade se tornar mais auto-reflexiva, será capaz de apreciar seu lugar no espaço e no tempo, sua evolução começará realmente a se mover com grandes saltos, em vez de uma lenta subida. No lugar do ritmo glacial da seleção natural física, haverá um refinamento superalimentado de idéias que acabariam por nos libertar completamente da fisicalidade. Nós nos moveremos irresistivelmente para um novo tipo de existência, no qual todo o potencial seria alcançado. Chardin chamou isso de 'Ponto Omega'. Estamos em pleno desenvolvimento da intelectualidade mental, na noosfera e caminhamos para a espiritualidade na logosfera a zona da racionalidade do mundo espiritual e da razão. A razão opera diretamente, sem dispositivos materiais, sem tecnologia, somente pela força intrínseca de sua própria natureza. A razão é essencialmente uma força creadora (*), e é nisto que está a sua divindade ou semelhança com Deus.

(*) Segundo Rohden, crear é a manifestação da essência em forma de existência e criar é a transição de uma existência para outra existência.

O verbo se fez carne para que a carne pudesse fazer-se verbo. O espírito se materializou para que a matéria pudesse espiritualizar-se.

Na Árvore da Vida (Sephiroth) da Cabala vemos os dois caminhos: o de descida onde a Divindade se materializa e o de subida, onde a matéria se diviniza. Este é chamado o caminho do meio. Em cima, Kether - a Coroa é a esfera Divina. Em baixo, Malkut - o Reino é a esfera do mundo material. Daat é o véu que separa os dois mundos, a ponte entre a idéia, os conceitos e a realidade. Tiferet é a Beleza, a espiritualidade, equilíbrio e compaixão. Yesod é a Fundação, está relacionado com a Lua e é chamada a esfera das emoções, das memórias e dos sonhos. Equivale ao mundo Astral.

Teremos que passar por uma trans-mentalização ou metanóia - meta (trans) e nóia (de nous, mente). Isto significa que devemos passar através de nossas mentes, ir para além de suas fronteiras para encontrar esse mundo espiritual.

E este processo não é material nem mental, portanto, não pode ser ensinado, transmitido nem recebido, exige-se que os ultrapassemos individualmente para chegarmos ao mundo da luz, espiritual.

14 III 6 O Mundo Espiritual Como disse Huberto Rohden – “Abisma-te intensa e assiduamente, nesse vasto silêncio, lá onde expiram todos os ruídos do mundo periférico dos sentidos e da mente, lá onde vive, reina e impera o eloquente silêncio, a luminosa escuridão, o exuberante deserto do espírito de Deus, o reino de Deus dentro de tua alma… Morre – e ressuscita!”.

Os Planos ou ‘Mundos' da Humanidade

O que chamamos mundos aqui são esferas de evolução. Sabemos e a ciência convencional aceita, que vivemos num mundo material /mental. Quais? e se de fato existem são as outras esferas?

Para elucidar este assunto, vamos ver um capítulo de “O Triunfo da Vida sobre a Morte" de Huberto Rohden, uma mestre do Cristianismo.

"Vem o Príncipe deste Mundo, mas Sobre Mim não tem Poder Algum, Porque eu Venci o Mundo"

" Vai, através de todo o Evangelho e dos livros sacros em geral, a constante afirmação de que este mundo está sob o poder do "príncipe das trevas", inimigo de Deus e dos seus enviados.

E o próprio 'príncipe das trevas', que, no deserto, aparece a Jesus corno sendo o 'tentador', confirma esta verdade, dizendo: "Eu te darei todos os reinos do mundo e sua glória, porque são meus e eu dou a quem eu quero – se te prostrares em terra e me adorares." O mundo está posto 'no maligno'.

Esse príncipe do mundo é um poder de grande inteligência, dono de forças mágicas, em face das quais toda a força e inteligência humana atual é irrisoriamente pequena. Tem às suas ordens outros seres, também invisíveis, que por Jesus são apelidados de "instrumentos" skeua, em grego; vasa, em latim) e 'armadura' (panoplia, em grego arma, em latim).

O 'príncipe das trevas', ou 'príncipe deste mundo' aparece também com o nome hebraico de satan (adversário), com o nome grego diabolos (em latim diabolus), que quer dizer opositor ; uma ou outra vez é chamado beelzebub ou beelzebul, que significa literalmente 'rei da impureza' ou 'rei das moscas' (que gostam de impurezas). Os 'instrumentos' e ‘armas' desse 'príncipe das trevas' aparecem, no Evangelho, como 'demônios', 'espíritos impuros', 'espíritos malignos'.

Segundo livros sacros, satã é um ser de alta mentalidade, senhor do mundo material e cheio de orgulho e arrogância — ao passo que os demônios são seres de um mundo muito inferior, que alguns chamam elemental, outros astral, seres que não possuem consciência ética, sendo moralmente neutros, podendo, todavia, instalar-se no corpo humano e até em corpos animais, desequilibrando-lhes as funções mentais e vitais.

A linguagem popular, e, infelizmente, também os teólogos eclesiásticos e os escritores (sem excetuar Giovanni Papini), confundem 'diabo' com 'demônio', usando estes termos como homônimos, o que é inteiramente contrário ao espírito do Evangelho e do bom senso. Chegam ao absurdo de afirmar que Jesus foi tentado pelo 'demônio' e põem na boca desses seres covardes e fracos as palavras de satan que revelam estupendo poder e incrível arrogância, qualidades possíveis só no plano de alta mentalidade e magia intelectual. Na cena da tentação, satã exige que Jesus o adore como Deus, presunção que nunca passou pela primitiva consciência de um demônio. Os demônios tremem à aproximação do Cristo e, covardes, até pedem permissão para entrarem rios corpos de uma manada de porcos, e tão fracos se revelam que nem conseguem manter em vida esses seus vínculos primitivos. Satã nunca fez pedido tão humilhante, mas desafia, com suprema arrogância, aquele homem em que ele suspeita um 'filho de Deus': 'Se tu és filho de Deus'... (O texto grego não diz 'o filho de Deus'; o latim, por falta de artigo definido e indefinido, deixa dúvida no sentido). O que o tentador entende por 'filho de Deus' uni ser humano da mais alta evolução espiritual. 15 III 6 O Mundo Espiritual A mentalidade de satã move-se inteiramente no plano dos interesses pessoais, do mundo objetivo, externo, físico-mental, com se vê através das três fases da tentação; os seus reinos são deste mundo, nada sabe de um reino de Deus dentro do homem.

'Mundo', na linguagem de Jesus, não é termo geográfico; não significa alguma área de terra com determinada extensão: diante de Pilatos, frisa Jesus esse caráter do seu reino: "O meu reino não é deste mundo... se deste mundo fosse o meu reino... mas o meu reino não é daqui." A palavra 'reino' (basiléia, regnun) vem de 'reger', isto é, 'abranger' indica aquilo que o poder da consciência pode atingir. 'Reino' é um estado de consciência de maior ou menor intensidade.

O 'reino deste mundo' representa um estado de consciência físico-mental; o 'reino que não é deste mundo' indica um estado de consciência espiritual, contacto consciente com uma Realidade além de todas as realidades, ou pseudo-realidades, que as vibrações fisico-mentais possam abranger.

Afirma Jesus que "Vem O príncipe deste mundo, mas sobre mim não tem poder algum”. Vem ? não está aqui ? se o mundo material é dele ?

Da mesma forma que "o reino dos céus está dentro de vós", mas, apesar disto, somos convidados a orar sem cessar 'venha nós o Teu reino', assim também está entre nós, e até dentro de nós, o reino de satã mas ainda não em evolução. De semi-manifesto que é, se tornará pleno-manifesto entre os homens. O príncipe deste mundo virá e exercerá tremendo poder sobre os homens que se lhe entregarem incondicionalmente, adorando-o como se fosse a suprema divindade. É ele o 'anti- Cristo', o 'contra Cristo' persuadindo os homens a estabelecerem aqui na Terra o seu definitivo céu.

A humanidade de hoje está longe desse tempo. A nossa inteligência depende ainda da matéria. Estamos numa evolução material-mental. Algum dia entraremos na zona astral-mental, realizando as nossas concepções intelectuais diretamente pelas energias invisíveis das leis da natureza, sem a necessidade de concretizarmos as nossas ideias em máquinas e aparelhos materiais. Seremos capazes de transformar pedra em pão pela força da magia mental, anular o peso do nosso corpo, lançado-nos de qualquer ‘pináculo' abaixo sem perigo de vida, e apoderar-nos de todos os reinos e sua glória, sem necessidade de canhões, metralhadoras, bombas atômicas, e outras infantilidades da nossa atual civilização material-mental. Como Moisés o maior dos magos mentais que a história conhece, seremos capazes de matar os nossos inimigos através de algum invisível 'anjo exterminador' que a nossa mente mágica mandará de casa em casa.

Esse é o império máximo do príncipe deste mundo, o 'poder das trevas'. Esse 'falso profeta' virá com todo o seu poder. A humanidade da Era Atômica é apenas uma etapa preliminar e um trampolim ara esse advento do poder das trevas, que tem poder sobre todos os que não se entregaram de corpo e alma ao Cristo, cujo reino não é deste mundo. “Sobre mim não tem poder algum, porque eu venci o mundo”.

O homem mental de hoje venceu, em grande parte, embora precariamente, o mundo material, mas quase nada sabe do mundo espiritual, e por isto não tem poder sobre o príncipe deste inundo.

O poder vem da experiência íntima, o contato direto com o Infinito. Quem entra em contacto com o Infinito pela experiência "eu e o Pai somos um”, esse tem poder sobre o mundo inteiro e sobre o próprio príncipe deste mundo, porque "tudo é possível àquele que tem fé". Ter fé, no Evangelho, não quer dizer aderir a uma determinada doutrina teológica, mas sim contacto íntimo com a Infinita Realidade, Deus. O homem que tem essa experiência está redimido do poder de satã, porque é um homem crístico, e pode dizer com o Cristo: "Vem o príncipe deste mundo, mas sobre mim não tem poder algum, porque eu venci o mundo."

16 III 6 O Mundo Espiritual Demônio, Lúcifer, Lógos…

Convém não esquecer que estes três nomes representam três mundos dentro de cada um de nós, o mundo do sub-consciente (Demônio), o mundo do consciente (Lúcifer) e o mundo do super- consciente (Lógos, Cristo). Conforme o grau de despertamento e prevalescêneia de um desses estados evolutivos, é o homem determinado ou pelo mundo elemental (Demônio), ou pelo mundo mental (Lúcifer) ou pelo mundo racional (Lógos, Cristo). Quando o mundo elemental domina soberano, sem intervenção do mundo mental e racional, vive o homem no plano do subconsciente, corno os seres infra-humanos, dos reinos mineral, vegetal e animal; esse estado, natural nos seres desses reinos, é desnatural no homem; não representa apenas uma ausência, mas uma privação.

Quando o mundo mental domina sobre o mundo elemental, mas não sabe do mundo racional, então vive o homem no plano luciférico, isto é, simplesmente intelectual; mas quando esse homem mental se opõe conscientemente ao mundo racional e o rejeita, então entra ele na zona da oposição, que em hebraico se chama satan, e em grego diabolos. Satânico ou diabólico não é o Lúcifer em si, mas apenas na sua atitude de anti-racional ou anti-crístico.

Quando o mundo racional do homem consegue dominar sobre os mundos inferiores, elemental e mental, então entra o homem na zona espiritual; se a atitude do homem procura eliminar os mundos inferiores em vez de os integrar na consciência superior, então pratica ele uma espiritualidade mística, isolante; mas, se consegue integrar na consciência superior todos, os mundos inferiores, então atinge ele as alturas do homem crístico, que é o homem integral ou cósmico.

Os mundos fora de nós exercem sobre nós uma atuação diretamente proporcional à receptividade do nosso mundo de dentro, porquanto 'o recebido está no recipiente segundo a capacidade do recipiente'. Todo homem é afetado por um objeto externo na medida que esse objeto encontra eco e ressonância dentro dele, ou seja, segundo o grau da sua consciência subjetiva. Um objeto do qual eu não tenho consciência alguma não existe para mim, é totalmente inexistente para mim, embora possa existir em si, objetiva e ontologicamente. O meu único mundo é o mundo da minha experiência subjetiva; de um outro mundo, meramente objetivo, nada sei. Se o mundo material me afeta exclusivamente, então é este o meu único mundo, como acontece com os seres do mundo mineral, vegetal e animal. Se o mundo mental, predomina em o mim, meu mundo principal é este. Se o mundo racional (espiritual) atua como mundo central em mim, então os outros mundos — mental e material — recuam para planos secundários, vagos, longínquos, podendo chegar ao ponto de se extinguir completamente, isto é, para mim, embora em si continuem a existir.

O plano de consciência que foi vencido por mim, isto é, ultrapassado, não tem poder sobre mim; mas o que não foi vencido por mim, tem poder sobre mim. Eu sou senhor de tudo quer ultrapassei — eu sou escravo de tudo que não ultrapassei.

O homem racional, que atingiu as alturas do Cristo, não pode ser derrotado pelos planos mental on material, porque já venceu esses planos.

O plano mental-material, do intelecto e dos sentidos, é, nos livros sacros, chamado 'o mundo'. O homem espiritual venceu o mundo, desertando do mundo, o que não é ainda uma vitória completa e integral, porque deserção supõe medo e fraqueza, embora seja sinal de boa vontade; a vitória completa é a do homem que superou o mundo de tal modo que possa viver no mundo sem ser do mundo; o homem cujo reino não é deste mundo, embora esteja ainda neste mundo.

Esse é o homem crístico, integral, o homem cósmico.

17 III 6 O Mundo Espiritual Vem o príncipe deste mundo, toda a mentalidade luciférica, mas sobre esse homem não tem poder, porque ele venceu o mundo.

O homem que venceu o mundo não é escravo do mundo nem desertor do mundo, mas senhor do mundo".

Neste texto Rohden descreve 3 Planos: O plano Mental, o plano Astral ligados à mente e o plano Espiritual ligado ao logos ou razão - racional. Na Cabala temos a criação do mundo em seis dias

Percorrendo o caminho inverso, de volta à esfera Divina - Kether a Coroa, a primeira Sephirah acima de Malkut, o Reino, o plano material / mental, temos Yesod, a Fundação ou o mundo Astral.

O homem material / mental tem que percorrer todo o caminho de volta, mas o homem que atinge o estado do corpo glorioso, que não re-encarnará mais, ou os seres espirituais superiores, ascendem pelo ‘caminho do meio’ - Malkut, Yesod, Tiferet e Kether.

Como vimos até aqui o homem atualmente encontra-se na fase Material Mental, ainda longe a fase Astral Mental, entretanto já possui a noção da fase Racional Espiritual. A maioria da literatura disponível refere-se ao mental atual versus o espiritual, pouco se referindo ao estágio Astral Mental onde segundo Rohden lidaremos com o anti-Cristo, referido no Apocalipse. Outros dizem que nossa evolução se faz nos âmbitos Físico, Emocional, Mental e Espiritual.

Muitas vertentes místicas e religiosas, talvez a maioria, acreditam na re-encarnação, outras como o Catolicismo crêem em uma única existência física e iremos para o Inferno ou para o Céu, neste último caso, passando ou não pelo Purgatório.

Os planos de existência na cosmologia esotérica, segundo a Wikipedia, são concebidos como um estado, nível ou região sutis da realidade, correspondendo cada plano a algum tipo ou categoria de ser ou diversos seres. Essa interpenetração de planos culmina no próprio universo como uma expressão física estruturada, dinâmica e evolutiva, emanada através de uma série de etapas cada vez mais densas, tornando-se progressivamente mais material e incorporada.

A emanação é concebida, de acordo com ensinamentos esotéricos, por ter-se originado, no alvorecer 18 III 6 O Mundo Espiritual da manifestação do universo, no Ser Supremo que enviou - do Absoluto não-manifesto além da compreensão - a força dinâmica da energia criativa, como vibração sonora a Palavra ou o Verbo, no abismo do espaço. Alternativamente, afirma que esta força dinâmica está sendo enviada, através das eras, enquadrando todas as coisas que constituem e habitam o universo.

O conceito de planos de existência pode ser visto como derivado de ideias mitológicas, xamânicas e tradicionais de um eixo vertical - por exemplo, uma montanha cósmica, árvore ou pólo (como Yggdrasil ou Monte Meru) - ou uma concepção filosófica de uma Grande Corrente do Ser, organizada metaforicamente de Deus até a matéria inanimada.

No entanto, a fonte original da palavra "plano", neste contexto, é de Proclo, neoplatonista, que se refere a platos, "amplitude", que foi o equivalente do uso teosófico do século XIX.

Na magia ritual ocidental, opera-se no Plano Astral, onde se encontram os elementais e muitos outros espíritos inclusive demônios. Acredito que os Orixás do Candomblé também estejam neste plano.

Na era medieval encontramos referência a quatro mundos, Olam, na Cabala, ou cinco no Sufismo chamados de Tanazzulat ou descendentes. Na Cabala, os quatro mundos estão distribuídos nos dez Sefirot da Árvore da Vida - Etz Ha Haim.

Os Quatro Mundos na Cabala

• Atziluth - O flash inicial de inspiração (conceito)

• Beriah - A ampliação do conceito (desenvolvendo o conceito em detalhes)

- Envolvimento emocional e desenho de planos reais

• Assiyah - Praticidades (construção)

O primeiro nível de conceituação é o estágio inicial em que as Sefiroth se manifestam. Este nível é chamado o mundo de Atzilut. A palavra Atzilut vem da palavra hebraica Aitzel, que significa 'próximo a', ou 'emanado de'. Este mundo é o próximo estágio após o Tzimtzum do Or . Uma vez que a possibilidade de criação finita se tornou possível através do Tzimtzum, foi então possível delinear diferentes características ou atributos de Deus. A Torá usa diferentes nomes hebraicos para Deus. Eles são, na verdade, nomes que descrevem as diferentes Sefiroth.

A Sefirah dominante no mundo de Atzilut é Chochmah. O mundo de Atzilut é o potencial revelado da criação futura.

Na próxima etapa, o conceito inicial é elaborado e os planos para a criação são desenvolvidos. Dentro da mente, o edifício assumiu alguma forma de existência independente.

Algo foi criado, embora apenas em teoria. Este mundo é chamado o mundo de Beriah (criação). A palavra 'criação' sempre implica criar algo (yesh) do nada (ayin).

Em Beriah, o conceito inicial de Atzilut foi ampliado, tanto em extensão quanto em profundidade. A letra Hey corresponde à Sefirah de , que é a Sefirah predominante em Beriah. Binah pega o conceito inicial de Chochmah e o desenvolve em todos os seus detalhes.

O próximo estágio é o mundo de Yetzirah (formação). É nesse mundo que planos finitos são elaborados para a criação real.

19 III 6 O Mundo Espiritual As Sefiroth predominantes neste mundo são as seis Sefiroth emocionais de Chessed a Yesod. Elas correspondem à letra Vav no nome Iod Hey Vav Hey (Vav numericamente igual ao número 6).

Este mundo é onde o apego emocional ao projeto se forma e assume um momento próprio. O projeto inteiro não é mais apenas um conceito e medidas concretas estão sendo tomadas para atualizar a ideia. Aqui existe o Jardim do Éden inferior, a morada das almas que merecem se aquecer em sua Luz Divina.

Finalmente, o quarto mundo é Assiyah (o mundo da ação), onde a criação é atualizada. O fluxo divino criativo do mundo de Yetzirah flui através dos anjos para a criação dos quatro reinos: Mineral, Vegetal, Animal e Humano. A Sefirah predominante no mundo de Assiyah é Malchut. Malchut sugere soberania - a idéia de um rei distante que governa os sujeitos dispostos. Assiyah é o mundo no qual a criação assume uma forma de independência total, mas o lugar onde os sujeitos aceitam Deus como Rei.

O mundo de Assiyah é um pouco contrário. O Mestre Criador, que é um artista supremo, criou a mais bela e diversificada criação. É uma criação de Deus sozinho, mas Deus está oculto no grau em que Suas criações não estão conscientes de seu Criador. De alguma forma, é possível neste mundo negar totalmente a presença de Deus, pois Ele está completamente oculto. É essa total ocultação que permite que este mundo seja um reino de livre escolha, onde uma pessoa pode optar por servir ou ignorar, assim como o reino do desafio, onde a mão de Deus é às vezes aberta e em outras vezes encoberta. . Este mundo é o propósito final da criação, e é aqui que Deus deseja que Suas criaturas criem uma morada para ele. Isto é conseguido através da adesão à Torá e Mitzvot. Na Torá, Deus comunicou a verdade da criação e forneceu um caminho através do qual as pessoas podem navegar pelas águas agitadas da vida. Isto é realizado em todas as fases, ligando-se a Ele através da Mitzvot.

Os Planos na Idade Média

Os alquimistas da Idade Média propuseram idéias sobre a constituição do universo por meio de uma linguagem hermética, cheia de palavras, frases e sinais esotéricos destinados a encobrir seu significado daqueles que não eram iniciados nos caminhos da Alquimia. Em seu "Physica" (1633), o alquimista rosacruciano Jan Baptist van Helmont, escreveu: "Ad huc spiritum incógnitum Gas voco" q.e., "Este espírito até então desconhecido eu chamo Gás". Mais adiante, no mesmo trabalho, ele diz: "Esse vapor que chamei de Gás não está muito longe do Caos de que os antigos falaram". Mais tarde, idéias semelhantes evoluiriam em torno da ideia de éter.

No final do século XIX, o termo metafísico 'planos' foi popularizado pela teosofia da H.P. Blavatsky, que em A Doutrina Secreta e outros escritos propôs uma cosmologia complexa que consiste em sete planos e sub-planos, baseada em uma síntese de idéias orientais e ocidentais.

No início do século 20, Max Heindel apresentou no The Rosicrucian Cosmo-Conception uma cosmologia relacionada ao esquema da evolução em geral e a evolução do sistema solar e da Terra em particular, de acordo com os Rosacruzes. Ele estabelece, através das concepções apresentadas, uma ponte entre a ciência moderna (atualmente iniciando a pesquisa sobre o plano etérico mais sutil da existência por trás do físico) e a religião, para que esta última possa responder às questões internas do homem levantadas pelo avanço científico.

Os Sete Planos

Nos ensinamentos ocultos e como defendido por médiuns e outros autores esotéricos, existem sete planos de existência.

20 III 6 O Mundo Espiritual A maioria dos ensinamentos ocultistas e esotéricos concordam que existem sete planos de existência; entretanto, muitas escolas ocultas e metafísicas diferentes rotulam os planos da existência com terminologias diferentes.

O Plano Físico

O plano físico ou universo físico, na metafísica emanacionista ensinada no Neoplatonismo, Hermetismo, Hinduísmo e Teosofia, refere-se à realidade visível do espaço e tempo, energia e matéria: o universo físico no Ocultismo e cosmologia esotérica é o mais baixo ou mais denso de uma série de planos de existência.

Plano Astral

As esferas astrais foram pensadas como sendo planos de existência angélica intermediária entre a Terra e o céu.

O plano astral, também conhecido como plano emocional, é onde a consciência vai após a morte física. Segundo a filosofia ocultista, o homem possui um corpo astral. O plano astral foi postulado por filosofias clássicas particularmente neoplatônicas, medievais, orientais e esotéricas e religiões de mistério. É o mundo das esferas planetárias, atravessado pela alma em seu corpo astral no caminho de nascer e depois da morte. Se diz ser povoado por anjos, espíritos ou outros seres imateriais. No final do século XIX e início do século XX, o termo foi popularizado pela Teosofia e pelo neo-rosacrucianismo.

O ocultista George Arundale escreveu:

No mundo astral existem temporariamente todas aquelas entidades físicas, homens e animais, para quem o sono envolve uma separação do corpo físico por um tempo dos corpos superiores. Enquanto 'dormimos', vivemos em nossos corpos astrais, ou totalmente conscientes e ativos, ou parcialmente conscientes e semi-adormecidos, conforme o caso, de acordo com nosso crescimento evolutivo; quando acordamos, os corpos físico e superior são novamente interligados e deixamos de ser habitantes do mundo astral.

Alguns escritores afirmaram que o plano astral pode ser alcançado sonhando. Sylvan Muldoon e o pesquisador psíquico Hereward Carrington em seu livro A projeção do corpo astral (1929) escreveram:

"Quando você está sonhando você não está realmente no mesmo mundo de quando você está consciente - no físico - embora os dois mundos se fundam um no outro. Enquanto você sonha, você realmente está no plano astral, e geralmente seu corpo astral está em a zona de quietude ".

Diz-se também que quando acordamos com a sensação de ter caído de uma altura grande, estamos voltando de uma viagem Astral. Quando se faz uma viagem Astral, o corpo fica ligado a alma através de um cordão de energia, o Cordão de Prata.

Plano Mental

O plano mental, também conhecido como plano causal, é o terceiro plano mais baixo de acordo com a Teosofia. O plano mental é dividido em sete sub-planos.

Charles Webster Leadbeater escreveu:

No mundo mental, formula-se um pensamento e é transmitido instantaneamente para a mente do outro, sem qualquer expressão na forma de palavras. 21 III 6 O Mundo Espiritual Annie Besant escreveu que "O plano mental, como o próprio nome indica, é aquele que pertence à consciência funcionando como pensamento; não da mente enquanto trabalha através do cérebro, mas como funciona através de seu próprio mundo, livre da matéria física do espírito.

Uma descrição detalhada do plano mental, juntamente com o corpo mental, é fornecida por Arthur E. Powell, que compilou informações nos trabalhos de Besant e Leadbeater em uma série de livros sobre cada um dos corpos sutis.

Plano Búdico ou Plano de Unidade

O plano Búdico ou de Buda, é descrito como um reino de consciência pura. De acordo com a Teosofia, o plano Búdico existe para desenvolver a consciência búdica que significa se tornar altruísta e resolver os problemas do ego. Charles Leadbeater escreveu que no plano Búdico o homem elimina a ilusão do eu - ego, e entra na realização da unidade.

Annie Besant definiu o plano Búdico como consciência espiritual persistente e consciente. Esta é a plena consciência do nível Búdico ou intuitivo. Esta é a consciência perceptiva que é a característica marcante da Hierarquia. O foco de vida do homem muda para o plano Búdico. Este é o quarto ou médio estado de consciência

Plano Espiritual

George Winslow Plummer escreveu que o plano espiritual é dividido em muitos sub-planos e que nesses planos vivem seres espirituais que são mais avançados em desenvolvimento e status do que o homem comum. De acordo com os ensinamentos metafísicos, o objetivo do plano espiritual é obter conhecimento e experiência espirituais.

Como o Tao é o fundamento de todo ser, todo plano tem uma conexão direta com ele. O Tao é inerente a qualquer frequência vibracional; aqueles em qualquer plano podem chegar a ele indo ou vindo; aumentando sua frequência para 'toda a frequência' ou diminuindo para 'sem frequência'.

No plano físico, ao transcender as ilusões materiais ao redor e entrar em um espaço sem espaço e um tempo sem tempo, você experimenta o Tao. Você pode chegar lá descendo através da vibração da Terra ou ascendendo através da vibração do céu. Os entes sólidos geralmente consideram o primeiro mais fácil. Os entes fluidos consideram o último mais fácil. No entanto, qualquer ente pode fazer as duas coisas. Isto está disponível somente quando o equilíbrio e desapego são alcançados.

Plano Divino

De acordo com alguns ensinamentos ocultistas, todas as almas nascem no plano divino e depois descem pelos planos inferiores; no entanto, as almas trabalharão de volta ao plano divino. No plano divino, as almas podem ser abertas à comunicação consciente com a esfera do divino conhecida como o Absoluto e receber conhecimento sobre a natureza da realidade

O Rosacrucianismo ensina que o plano divino é o lugar onde Jesus habitou na consciência de Cristo.

Plano Logóico

O Plano logóico, é também conhecido como plano monádico.

O plano logóico é o plano mais alto, foi descrito como um plano de total unidade, a "Presença EU SOU". Joshua David Stone descreve o plano como unidade completa com Deus.

22 III 6 O Mundo Espiritual O plano monádico (hiperplano) ou continuum / universo, envolvendo e interpenetrando hiper- planos mais densos, respectivamente, é o plano no qual a mônada, Espírito Santo ou super alma é dita existir.

Os Entes Espirituais, Astrais e Elementais

Nancy Coller nos diz: "Nós não somos seres humanos tendo uma experiencia espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana. A maioria de nós já ouviu essas palavras do filósofo francês Pierre Teilhard de Chardin. E para a maioria de nós, há algo sobre essa ideia que ressoa em um nível muito primordial. Algo em nós sabe, profundamente no intestino ou no coração, talvez em um nível inconsciente, que somos feitos de mais do que apenas a soma total de nossos pensamentos, sentimentos e a situação de vida que estamos vivendo no momento. Temos a sensação de sermos maiores ou mais infinitos do que apenas o nosso pequeno 'eu'. E, para a maioria de nós, a ideia de que nós humanos somos mais vastos do que apenas egos finitos e pessoais nos dá alívio, mesmo que não consigamos acessar diretamente o conhecimento deles.

Há uma história de uma criança de cinco anos, cuja mãe acabara de dar à luz um novo bebê. O garotinho pedia para passar algum tempo sozinho com sua nova irmã. Quando seus pais lhe perguntaram por que ele queria esse tempo sozinho com o novo bebê, o menino de cinco anos disse que precisava disso porque estava começando a esquecer Deus”.

Os entes espirituais ou elementais que habitam os diversos planos, não são classificados de forma estruturada em muitas fontes. Muito embora tenha encontrado referências esparsas principalmente sobres os Elementais, Anjos e entes malignos.

Uma destas é a classificação de Paracelsus, Em seu livro Sereias, Silfos, Gnomos e Salamandras: Diálogos com os Reis e Rainhas da Natureza, William R. Mistele introduz esses seres míticos, contextualizando seu simbolismo para estabelecer um esquema de relações psico-comportamentais.

Os gnomos, os seres mais intimamente ligados à terra, incorporam o desejo de trabalhar com a matéria física, transformando o mundo para que as coisas possam ter um valor verdadeiramente duradouro. Eles são os baluartes, o anseio, o apoio, o calor de uma casa. Às vezes a fidelidade deles pode parecer teimosa, mas eles são sempre corajosos.

Sereias - ou ondinas -, os espíritos da água, aumentam a capacidade de sentir e ter acesso ao amor - a água é o meio supremo de transmissão e amplificação. Eles são seres de uma sensualidade refinada, ligada aos sonhos e à aparência lúdica da natureza (sedução, alegria erótica e ocultação).

As sílfides, os seres e os espíritos do ar, são expressões arrogantes da palavra, da energia ascendente; sublime, invisível e leve. São seres de grande beleza e harmonia, físicos e intelectuais, geralmente dominam as artes. Clareza, transparência e desapego são algumas das suas qualidades.

Salamandras, manifestações de fogo, são a expressão da vontade, poder, intensidade e ardor (espiritual e erótico). Sua natureza incendiária pode torná-los voláteis e perigosos para aqueles que interagem com elas - se elas não tiverem qualidades terrenas.

23 III 6 O Mundo Espiritual

Os quatro elementos

Seres Elementais - Paracelso

Elemento Seres Propósito Qualidade de Água Ninfas Vida Qualidade de Ar Sildes Espaço Manifestação Terra Gnomos Física Fogo Salamandfras Transformação

Marko Pogacnik em seu livro "Espíritos da Natureza e Seres Elementais” explora este mundo em grande detalhe, relatando por exemplo que alguns dos elementais da natureza são conhecidos também como Guardiões das Sementes, que serão usadas no novo mundo, após a destruição deste. Diz ter ouvido de um deles: “Você sobreviverá ao colapso do antigo espaço da Terra. Durante quarenta dias, a confusão reinará. Nesse tempo, criaremos o novo espaço terrestre a partir de sementes como essas. Seja consolado, a vida continua”.

Em outra passagem, sobre os elementais do Fogo: "De novo e de novo a imagem do fluxo de luz foi enviada para mim até que pude entender que o fogo não é apenas chamas e combustão, mas também irradia luz, e também tem a ver com a iluminação e com o mundo tornado visível através da luz. De repente, pude entender a imensa profundidade do papel dos espíritos do fogo como criadores do 'mundo tornado visível'.

24 III 6 O Mundo Espiritual Esse papel foi atribuído somente ao Deus Todo-Poderoso, sem considerar que alguém deve cumpri- lo aqui e agora em cada momento, a fim de que possamos desfrutar do mundo como realidade manifesta.

A consciência de que os três elementos da terra, ar e água, tão facilmente percebidos e muito valorizados, só podem existir em estreita relação com a fina crosta do planeta, e tem sido um período de tempo relativamente curto desde o começo de seu desdobramento. O elemento do fogo com sua poderosa força vital, com sua vontade incondicional de ser - determina o que a Terra é em seu sentido mais profundo de ser. Os seres de fogo existem na superfície da Terra e em seu nível mais profundo de evolução, há os espíritos no centro da Terra que presidem o destino de nosso planeta".

Uma comparação de como a energia de vários elementais está distribuída em diferentes níveis de seresis Pogacnik, Marko. Nature Spirits & Elemental Beings: Working with the Intelligence in Nature

Seres Minerais Pantas Animais Elementais Anjos Humanos Espiritual Metal Emocional Energia Vital Material

Elementais da Terra do Ar da Água do Fogo Nível Superior Anjos Quarto nível de desdobramento Musas Tercei nível de Deva Mestre, do Rainha das Pan Espíritos de Luz desdobramento lugar e ritual Ninfas Ninfas do Lugar Segundo nível de A amada Espíritos da Fadas do lugar Ninfas desdobramento velhinha Maturidade Deva das Plantas O sábio Ninfas do bem e Transformação e da Floresta Primeiro nível de Espíritos do Faunos Sildes Sereias desdobramento Centro da Terra Elementais Fadas Ondinas se animais Homens da água e homens Espírito de equilíbrio Duendes, Anões Elfos e Gnomos

25 III 6 O Mundo Espiritual Evolução nos Reinos Elementais

Diz ainda Marko que a evolução dos seres elementais ocorre em uma dimensão paralela à nossa própria realidade. No entanto, eles não estão ligados às mesmas leis do tempo e do espaço que governam nossa própria existência. Há alguma ordem no mundo dos elementais que se assemelha ao nosso ritmo do tempo.

Após um período intermediário em que quase todo o planeta foi submerso em água e gelo, a civilização do elemento aquoso se desenvolveu. A Atlântida não era apenas um continente agora afundado no Oceano Atlântico, mas sim uma civilização espalhada por todo o planeta. Em vez de matéria física, usava uma substância aquosa para o seu desenvolvimento. Os elementais da água se desenvolveram nesse período como um acréscimo aos elementais do fogo que haviam evoluído antes.

Na terceira fase do desenvolvimento da Terra, o nível material de nosso planeta estava finalmente pronto para permitir aos seres humanos o desdobramento passo a passo de seu corpo biofísico. A civilização do elemento terra evoluiu e estamos atualmente em sua fase final.

Quase imperceptivelmente a futura quarta era do elemento ar está começando a se manifestar, pois acabamos de começar a testemunhar o colapso dos fundamentos materiais da civilização do elemento terra. Em comparação com o elemento terra, o elemento ar nos dá total liberdade dos grilhões da matéria e traz uma nova consciência holística.

Os elementais passam pelas mesmas grandes transformações de uma civilização para a seguinte; eles criaram a estrutura anterior durante o desenvolvimento da fase do elemento terra. Este é o sistema de experiência passo a passo dos quatro elementos dentro do contexto de diferentes ciclos de evolução.

Da mesma forma que o fluxo do tempo é entendido de maneira diferente no reino elemental comparado ao nosso mundo, que é definido pela matéria, também seria errado falar de uma estrutura espacial no reino elemental. O que definimos como espaço é, na verdade, apenas um dos relacionamentos criados continuamente pelos elementais dentro de nossas dimensões espaciais e mantidos por eles de geração em geração.

O Elemental Pessoal de Animais e Humanos

Dois tipos de fluxos evolutivos, animais e seres humanos, têm um impacto profundo na paisagem, já que ambos são convidados no Planeta Terra.

Na história da Terra, os animais apareceram primeiro, mas a natureza expansiva das civilizações humanas fez com que, dentro de alguns milhares de anos, os humanos vissem os animais como rivais dos recursos da natureza e tentassem domá-los e subjugá-los, expulsá-los de seus território de origem, ou para erradicá-los completamente.

Esse comportamento agressivo dá origem a muitas formas de pensamento confusas. Uma dessas formas de pensamento é a visão de que o mundo animal é inferior à humanidade. Infelizmente, isso ainda determina nossa atitude em relação aos animais, mas distorce a verdade. Em termos morais, não há desculpa para isso, pois se dermos status igual a todos os níveis da natureza, não haveria alternativa senão compreender os verdadeiros papéis das diferentes espécies animais.

Tal esforço contribuiria para superar formas erradas de pensamento e traria um vislumbre de esperança para a comunidade de animais, que sofre muito. Qual é o verdadeiro papel desempenhado pelos animais? Cada uma das numerosas espécies tem uma função específica e uma tarefa no nível 26 III 6 O Mundo Espiritual vital-energético em sua relação com a Terra. Alguns deles cuidam das energias de ancoragem, outros regulam as tensões energéticas dentro de uma área, e outros cuidam da conexão entre a Terra e as esferas espirituais.

Sua relação com os seres humanos é diferente. Nossa consciência é bastante independente, ativa tanto no nível emocional quanto no nível mental, de modo que não precisamos do apoio direto de um elemental dessa maneira, mas isso não significa que podemos fazer inteiramente sem a ajuda dos elementais. enquanto estamos em um corpo físico no planeta Terra.

O campo de ação do nosso elemental pessoal está nos níveis das estruturas do corpo físico e energético. O 'eu elementar' é um aspecto dentro da totalidade do ser humano, e que os humanos precisam de alguma ajuda de um elemental durante o período de sua encarnação. O indivíduo T do ser humano, que também é chamado de alma e é um ser espiritual cósmico, seria incapaz de lidar com a matéria se não recebesse o apoio do mundo elementar. Na realidade, os elementais são perfeitos em seu domínio de lidar com a matéria manifestada no planeta Terra, e são os mais bem equipados para dirigir a complicada composição do corpo humano multidimensional, por meio de impulsos dados pela alma.

Desde 1997, nossa realidade diária vem ocorrendo em dois planos completamente diferentes que existem simultaneamente. Sem que percebêssemos, a realidade de cada momento desde então foi tecida a partir dessas duas dimensões mundiais.

Por um lado, vivemos em um mundo instável e turbulento, identificado pelas cicatrizes e traumas infligidos a ele por milênios de desenvolvimento humano e especialmente pela agressividade incomum dos séculos passados. Estamos olhando para uma dimensão mundial cuja existência está seriamente ameaçada por danos ecológicos e pela inundação emocional do sofrimento humano.

Por outro lado, uma segunda realidade paralela já está pulsando em nossos corpos e ambiente. Está sendo estabelecido pela intervenção espiritual da Alma Terrestre e pelos esforços concentrados dos seres elementais, que são unidades de sua consciência.

A 'nova' realidade (o novo espaço) está sendo criado pela transformação das antigas e exauridas estruturas de poder. Embora ainda invisível, o novo espaço de realidade já pode ser percebido pelos nossos sentimentos que nos dizem continuamente: “Tudo é para o melhor; olhe ao seu redor, veja como a vida está começando a brilhar. Além disso, observa-se que um tipo especial de ser elementar apareceu, se desenvolveu especificamente para ajudar na mudança da Terra. Poderíamos chamar esses seres de "parteiras da nova dimensão mundial". Eles são distintos dos outros seres elementais: primeiro, eles não são categorizados em nenhum dos quatro elementos; segundo, eles se distinguem por uma vibração extremamente pura que é melhor descrita pela cor branca. São os elementais do quinto elemento.

Conclui Marko "A terra vai despertar completamente em sua presença, e nós estamos nos preparando para ajudá-la a se tornar completamente ela mesma”.

Outras Classificações

Em uma classificação diferente, como vimos, Huberto Rohden descreveu os planos como: O mundo elemental ou sub-consciente (Demônio), o mundo do mental ou consciente (Lúcifer) e o mundo racional ou super-consciente (Lógos, Cristo).

27 III 6 O Mundo Espiritual M. Alan Kazlev no site Kepher nos apresenta uma outra, de certa forma complementar a de Rohden:

"A consciência representa a faculdade interior de Gaia, em oposição ao aspecto exterior ou 'sem' ou organo-físico. O aspecto exterior de Gaia é uma parte do plano físico mundano e, portanto, passível de estudo científico racionalista. O aspecto interior é, na melhor das hipóteses, a província da etnologia e da psicologia e, na pior das hipóteses (do ponto de vista reducionista), algo que só pode ser deduzido através do esoterismo e da investigação oculta. Segundo Teilhard, a evolução cósmica, guiada pela consciência, procede do topo externo interno.

Com relação às classes de seres espirituais e ocultos, existem três graus gerais: Elementais, Daimons e Deuses.

Elementais

Ao tentar entender a natureza dos Elementais, temos que lembrar que não estamos lidando com um único tipo de ser (ou mesmo quatro ou cinco tipos), mas com inúmeras ordens e hierarquias de seres. Assim como existem hierarquias e graus de Deuses, existem hierarquias e graus de elementais. Para nossos propósitos, três hierarquias distintas ou meta-reinos de elementais podem ser distinguidos:

Elementais dos planos inferiores psíquicos (ou "astrais inferiores"). Estes são os seres contatados pelos magos cerimoniais. Entidades dessa classe às vezes tendem a se ligar como parasitas a psiques humanas, e se alimentam de nossas emoções e baseiam desejos.

Elementais dos planos físicos "etéricos" ou sutis intermediários entre o psíquico e o físico. Parece haver dois tipos de planos etéricos, o "superior", que são supra-físicos, criativos e holísticos por natureza, e os "inferiores", sub-físicos e preocupados com forças puramente materialistas.

Nas perguntas seguintes a uma de suas palestras - A Etherização do Sangue, o teosofista cristão Rudolph Steiner refere-se a esses últimos "éteres caídos" como a contra-reflexão dos planos superiores. É a partir desses planos inferiores, ele afirma, que as forças da eletricidade, do magnetismo e do que ele chamou de "forças terríveis de destruição" (que foram tomadas para se referir à energia nuclear) se originam.

Finalmente, existem os elementais ou consciências sutis da matéria física grosseira. Estes são os gnomos, ondinas, etc. retratados por Paracelsus e outros.

Todos esses seres "elementares" não podem mais ser considerados "mortais" do que uma onda na superfície do oceano. O termo simplesmente não é aplicável. Assim como uma onda aparece na superfície do oceano, então retorna para a massa indiferenciada de água da qual ela vem, para reaparecer em outro lugar, assim esses "elementais" emergem do continuum indiferenciado da "essência elementar" (para dar termo teosófico) e voltar a ele novamente.

Daimons

Cada uma dessas classes de seres elementais e 'dévicos' é a expressão mais ínfima dos seres maiores, que eu chamo de daimons (no grego e no pensamento neoplatônico, os daimons são as hierarquias de seres intermediários entre o homem e os deuses). Esses daimons são, por sua vez, as

28 III 6 O Mundo Espiritual expressões e emanações mais baixas de deuses derivados ou secundários. Os deuses derivados, por sua vez, originam dos deuses primários.

Deuses

Os Deuses são Inteligências pré-existentes que devem ser distinguidas dos Deuses feitos pelo homem. Os deuses feitos pelo homem - seja indiano, egípcio, grego, judeu-cristão ou qualquer outro panteão - são construídos por meio dos quais a consciência coletiva humana, que existe nos planos psíquicos ('astral' e 'mental'), pode receber e incorporar as emanações dos Deuses verdadeiros ou reais, que existem no Plano Divino ou 'Atzilutico' na ou ainda ‘Noético' no Neoplatonismo. Os Deuses Verdadeiros não têm forma que possamos conceber, por isso eles requerem uma forma de pensamento feita pelo homem (como "Jesus", "Zeus", etc.), caso entrem em contato conosco.

Mas nem sequer são as emanações dos deuses Atzilutico / Noético que se manifestam através de formas-pensamento religiosas e memes, mas sim emanações provenientes de uma hierarquia inferior, os Deuses Psíquicos. São esses deuses psíquicos que podem ser percebidos por clarividentes excepcionais, mas não por alguém cuja clarividência se limita aos planos mentais astral e inferior. Eles constituiriam, portanto, os devas ou 'Brilhantes' antes mencionados como distintos dos devas como espíritos da natureza ou elementais. Eles também constituem aquelas forças ou entidades mito-poéticas - geradoras de mitos, que Carl Jung chamou de Arquétipos; isto é, os Arquétipos-em-si, distintos das formas que os arquétipos têm em memórias culturais e raciais humanas coletivas específicas.

Assim, para resumir, os 'elementais' e 'devas' são as expressões ou extensões mais baixas dos daimons, os daimons são as expressões, extensões ou emanações dos deuses secundários, e os deuses secundários ou derivados são por sua vez as emanações ou extensões dos deuses primários”.

Kazlev classifica os planos de existência como a seguir:

• Plano Físico • Físico Bruto • Parafísico • Físico Sutil • Emetional Etérico • Mental • Físico Causal • Físico Transcendente

• Orético / Astral • Noético • Plano mental (mente abstrata) • Plano Noético Médio (Angélico) • Plano Noético Médio Superior (Arcanjo) • Plano Noético Superior (Arcanjo Arcaico / Archai) • Plano Noético Maior (Divino-Angélico) • Divino • Divino Transcendente

29 III 6 O Mundo Espiritual Demônios

Em 1409-1410, The Lanterne of Light, atribuído a Wycliffe, enunciou um sistema de classificação baseado nos Sete Pecados Capitais, estabelecendo que cada um dos demônios mencionados tentava pessoas por meio de um desses pecados.

1. Lúcifer - Orgulho

2. Belzebu - Inveja

3. Satan ou Sathanas: Ira

4. Abaddon - Preguiça

5. Mammon - Ganância

6. Belphegor - Gula

7. Asmodeus - Luxúria

Em De Occulta Philosophia (1509-1510), Cornelius Agrippa propôs várias classificações para os demônios. Uma é baseada no número quatro e nos pontos cardeais, com os demônios dominantes sendo Oriens (leste), Paymon (oeste), Egyn (norte) e Amaymon (sul).

Os mesmos quatro demônios aparecem nas Semiforas e Schemhamforas. Outra classificação, baseada no número nove, tem as seguintes ordens de demônios: Espíritos Falsos, Espíritos da mentira, Vasos da iniqüidade, Vingadores da iniqüidade, Malabaristas, Poderes aéreos, Fúrias semeando travessuras, Sifters ou triers, Tentadores ou captadores.

Em 1613, Sebastien Michaelis escreveu um livro, Admirable History - História Admirável, que incluía uma classificação de demônios, como foi dito a ele pelo demônio Berith quando ele estava exorcizando uma freira, de acordo com o autor. Essa classificação é baseada nas hierarquias pseudo- dionisíacas, de acordo com os pecados que o diabo tenta para cometer, e inclui os adversários dos demônios (que sofreram a tentação sem cair).

Primeira hierarquia

A primeira hierarquia inclui anjos que eram Serafins, Querubins e Tronos.

Belzebu era um príncipe dos serafins, logo abaixo de Lúcifer. Belzebu, junto com Lúcifer e Leviatã, foram os primeiros três anjos a cair. Ele tenta os homens com orgulho e se opõe a São Francisco de Assis.

Leviatã também foi um príncipe dos Serafins que tenta as pessoas a se entregarem à heresia, e tem a oposição de São Pedro.

Asmodeus também era um príncipe dos Serafins, ardendo com o desejo de seduzir os homens à devassidão. Ele é contrariado por São João Batista.

30 III 6 O Mundo Espiritual Berith era um príncipe dos querubins. Ele tenta homens a cometer homicídio e a ser briguento, contencioso e blasfemo. Ele é combatido por São Barnabé.

Astaroth era um príncipe dos tronos, que tenta os homens a serem preguiçosos e tem a oposição de São Bartolomeu.

Verrine também era o príncipe dos tronos, logo abaixo de Astaroth. Ele tenta homens com impaciência e tem a oposição de São Domingos.

Gressil foi o terceiro príncipe dos tronos, que tenta os homens com a impureza e se opõe a São Bernardo.

Soneillon foi o quarto príncipe dos tronos, que tenta os homens a odiar e é desafiado por Santo Estêvão. [14]cSegunda hierarquia

A segunda hierarquia inclui Poderes, Domínios e Virtudes.

Carreau era um príncipe dos Poderes. Ele tenta homens com dureza de coração e tem a oposição de São Vicente e Vicente Ferrer.

Carnaval também foi um príncipe dos Poderes. Ele tenta os homens à obscenidade e falta de vergonha, e tem a oposição de João Evangelista.

Oeillet era um príncipe dos domínios. Ele tenta homens para quebrar o voto de pobreza e se opõe a St. Martin.

Rosier foi o segundo na ordem dos domínios. Ele tenta homens contra a pureza sexual e tem a oposição de São Basílio.

Belias foi o príncipe das virtudes. Ele tenta homens com arrogância e mulheres para serem vaidosas, criar seus filhos como devassos e fofocar durante a missa. Ele é contrariado por São Francisco de Paula.

Terceira hierarquia

A terceira hierarquia inclui Principados, Arcanjos e Anjos.

Olivier era o príncipe dos arcanjos. Ele tenta os homens com crueldade e crueldade para com os pobres e é contra o St. Lawrence.

Luvart era o príncipe dos anjos. Na época da escrita de Michaelis, acreditava-se que Luvart estava no corpo de uma irmã Madeleine. [15]

Verrier foi o príncipe dos principados. Ele tenta homens contra o voto de obediência e tem a oposição de São Bernardo.

Muitos dos nomes e patentes desses demônios aparecem nas ladainhas das bruxas do sábado, de acordo com a Histoire de Ia magie en France, de Jules Garinet, e Dictionnaire Infernal, de Collin De Plancy.

31 III 6 O Mundo Espiritual Francis Barrett, em seu livro The magus (1801), ofereceu esta classificação de demônios, tornando- os príncipes de alguma atitude má, pessoa ou coisa:

Belzebu: Deuses Falsos - idólatras Pythius: Espíritos da Mentira - mentirosos Belial: Navios de Iniquidade - inventores de coisas más Asmodeus: Vingança dos Fracos Satan: Imitadores dos Milagres - bruxas malvadas e feiticeiros Merihem: POderes Aéreos - fornecedores de pestilência Abaddon: Fúrias - semeadores de discórdia Astaroth: Caluniadoress - inquisidores e acusadores fraudulentos Mammon: Malignos - tentadores e assassinos

Swedenborg e os Maus Espíritos

Quanto mais aprendemos sobre o escuro, mais fácil é se mover para a luz. Com essas palavras, o apresentador Curtis Childs lança um episódio sobre o lado sombrio das experiências espirituais de Swedenborg. Ao lado de convidados em destaque, Curtis explora o que Swedenborg descobriu sobre como o lado sombrio pode influenciar nossos pensamentos - e o que podemos fazer para detê- lo.

A Dinâmica

O mal pode ser inquietante, mas não precisa consumir nossos pensamentos. As forças opostas do céu e do inferno são imensamente poderosas, mas elas se equilibram o suficiente para que sua influência em nossas vidas possa ser invisível. No entanto, assim como saber que os raios UV existem, pode nos inspirar a usar protetor solar, saber do mal, pode nos inspirar a tomar medidas para nos proteger.

Todos os espíritos, incluindo o mal, são agrupados em seus próprios tipos e espécies. (Experiências Espirituais) Swedenborg escreve que cada pessoa auto-seleciona um destino na vida após a morte, dependendo do que mais amava enquanto estava na Terra. Aqueles que se tornam espíritos malignos são pessoas que amam coisas como poder e riqueza e até mesmo são cruéis para com os outros à custa de tudo o mais. Depois da morte, essas pessoas afastam tudo o que é bom dentro delas e se concentram completamente naquilo que valorizam acima de tudo - elas se tornam suas emoções em forma tangível. Os espíritos são agrupados em sociedades de acordo com o que amam.

As sociedades às vezes competem pelos pensamentos de uma pessoa, isto é, boas sociedades e pessoas más. Swedenborg diz que aprendeu por experiência real, como as sociedades celestes estavam competindo por meus pensamentos. Espíritos preocupados com preocupações corporais estavam do lado de fora, um pouco acima, tentando criar pensamentos e desejos de tudo o que confrontava meus sentidos. Às vezes eles buscam tudo o que vêem. Uma boa sociedade estava obviamente tentando me atrair para si. Eu senti o puxão. Enquanto isso, eles falaram sobre se venceriam. (Experiências Espirituais) Em outras palavras, quando temos pensamentos positivos, estamos em conexão com boas sociedades na vida após a morte; se estamos tendo pensamentos negativos, estamos em conexão com os malvados. Todos os dias, esses espíritos afetam a maneira como pensamos e sentimos - cada um tentando nos puxar para o lado deles.

32 III 6 O Mundo Espiritual Vingança

A primeira categoria de espíritos malignos é espíritos de vingança. Esses espíritos são compostos do impulso negativo de vingança. A professora de psicologia Dra. Erica Goldblatt Hyatt discute como a vingança se tornou um problema ao longo da história. Esse espírito perpetua um ciclo de violência e até leva os indivíduos a perderem contato com a realidade à medida que se afundam cada vez mais em sua narrativa de vingança.

Há alguns que têm tanto prazer em vingar que, como eles mesmos descrevem, nada é mais delicioso do que se vingar, ser tomado por uma paixão pela vingança. Eles até chamam de “delícias” e dificilmente querem expressá-lo por qualquer outro termo. (Experiências Espirituais) Esses espíritos estão freqüentemente focados em matar o objeto de sua vingança - matando no sentido espiritual, isto é, o que significa corromper uma alma ou afastá-la da bondade divina.

O que esse tipo de ódio transforma em você? Se suas emoções determinam sua aparência no mundo espiritual, então como são esses espíritos? Swedenborg escreve que tais espíritos podem inicialmente parecer agradáveis ou gentis, mas isso muda com o tempo e eles começam a se ligar um ao outro.

Swedenborg compara a estrutura do céu e todas as comunidades dentro dele com a forma humana - uma forma humana única, na verdade, que é chamada de Grande Homem ou Humano Universal (veja nosso passado). Comunidades diferentes têm diferentes funções espirituais que correspondem às funções do corpo humano. Espíritos de vingança, diz Swedenborg, correspondem a muco.

Enquanto isso, [um espírito de vingança que Swedenborg encontrou] não estava pensando internamente em nada além de vingança, e de fato tão secretamente que eu não vi nada do que ele estava pensando. Ele levantou em cada um os seus próprios assuntos. De minha mente, ele levantou tudo o que podia distorcer em mal e depois em ódio, e assim se alimentou continuamente. Ele até manteve os pensamentos de outros espíritos tão ligados que eles não poderiam se soltar de tudo o que ele havia espalhado. Notei isso no meu caso também, isto é, que ele era capaz de manter meus pensamentos internos praticamente fixados e manipulá-los - o que é essa viscosidade do muco. (Experiências Espirituais)

A tradutora da New Century Edition, Lisa Hyatt Cooper, lança luz sobre a frase “levantada em cada um de seus assuntos”, explicando que Swedenborg estava falando sobre objetos ou tópicos que as pessoas pensam. Swedenborg continua descrevendo a aparência e o comportamento do espírito, explicando como um espírito de vingança pode ligar outros espíritos à sua causa.

A vingança é perigosa e a pesquisa mostra que o perdão é muito mais poderoso com o tempo. Essa atitude é como você derrota a vingança.

Manipulação

Manipulação é seu próprio tipo de mal. O professor de psicologia Dr. Soni Werner discute como as estratégias manipulativas podem fazer de você um bom jogador de xadrez, mas o uso imoral dessas habilidades é impulsionado pelo desejo de dominar. Swedenborg chama os espíritos que se dedicam à manipulação de 'sirenas', referindo-se a um tipo específico de criatura da mitologia grega que atraía marinheiros para as rochas para matá-los. A Dra. Wendy Closterman, especialista em história grega, dá algum contexto sobre quem e o que são as sirenas.

Swedenborg escreve sobre sirenas com frequência, e descreve-as como tendo uma ampla gama de características, mas a única coisa que liga todas elas é essa característica de manipulação. 33 III 6 O Mundo Espiritual

As sereias poderiam roubar os sentimentos de qualquer pessoa, fingindo ser como eles, buscando sua indulgência de modo a ser bem-vinda. Mas as sereias iam de um lugar para o outro comportando-se assim, como moscas em latrinas, aparentemente de um brilho dourado, mas sendo interiormente imundas, não tendo outra intenção senão dominar, por ganchos ou por trapaceiros - especialmente por um pretexto retidão para com o bem - para cativar suas mentes, as quais, tendo-se mantido cativas, conduzem aonde querem, assim, em modos de vida vergonhosos e imundos. (Experiências Espirituais).

As sirenas usam informações que aprenderam - até mesmo os pensamentos de uma pessoa - para manipular as pessoas e podem alterar sua aparência para aparecer como amigos ou guias confiáveis. Sirenas podem trabalhar em conjunto com outros tipos de espíritos para espalhar confusão e escuridão.

Podemos até ver paralelos com isso em nosso mundo - pessoas que entortam os outros à sua maneira de pensar e os influenciam para seu próprio benefício.

“Inúmeros tipos e espécies”

O editor da série New Century Edition, Jonathan Rose, junta-se para discutir os muitos outros espíritos que Swedenborg encontrou. Alguns tinham rostos como tochas - parecia que suas cabeças estavam em chamas. Estas são pessoas que são a personificação total de um certo tipo de desejo ou desejo.

Outros espíritos são apenas cabelos sem rosto. Eles carecem de recursos humanos, porque se tornaram mais como bestas - eles perderam todo o senso de restrição pessoal e compaixão para com os outros, em vez disso, agiram apenas para satisfazer seus próprios desejos.

Um espírito tem "algo ósseo" no lugar de um rosto. Ossos nos escritos de Swedenborg representam algo sem vida, e assim, quando ele descreve um esqueleto, ele está falando sobre uma pessoa sem vida espiritual. Swedenborg também descreve espíritos para quem apenas os dentes são visíveis, indicando que eles gostam de derrubar a verdade. Estas são pessoas que gostam de fazer comentários mordazes.

Essas são todas representações de uma mentalidade - um tipo de comportamento desumano que começa na Terra e piora na vida após a morte.

O poder do conhecimento

Agora que sabemos sobre esses espíritos, o que podemos fazer sobre eles?

Também precisa ser reconhecido que todo o mal flui do inferno e toda a bondade do Senhor através do céu. A única razão pela qual o mal é atribuído a nós como o nosso é que acreditamos e nos convencemos de que pensamos e fazemos por conta própria. Então nós fazemos o nosso. Se acreditássemos no fato da questão, não seríamos designados maus, mas bondade que vem do Senhor. Isso porque, no momento em que o mal fluía, pensávamos: Isto vem dos espíritos malignos conosco e, quando o fizemos, os anjos o desviavam e o deixavam de lado. A influência angélica age sobre o que sabemos e acreditamos, não sobre o que não sabemos ou acreditamos. Ela só é atribuída quando há algo em nós para nos unirmos. (Segredos do Céu).

34 III 6 O Mundo Espiritual Por causa do livre arbítrio, nada pode nos fazer ou sentir algo que não seja parte de nós. Conhecer a origem dos pensamentos sombrios nos permite desafiá-los diretamente. Reconhecer os espíritos e invocar os bons espíritos pode fazer toda a diferença.

Anjos

Anjos são seres de luz, sobrenaturais encontrados em várias religiões e mitologias. Em muitas religiões ocidentais de certa forma ligadas ao Zoroastrismo - Judaísmo, Cristianismo, Gnosticismo e Islamismo, os anjos são freqüentemente descritos como seres celestiais benevolentes que agem como intermediários entre Deus ou o Céu e a Humanidade.

A principal atuação dos anjos é proteger, guiar, orientar e iluminar os seres humanos em nome do bem de Deus. Nestas religiões os anjos são frequentemente organizados em hierarquias, embora tais classificações possam variar entre as seitas de cada religião, e recebem nomes ou títulos específicos, como Gabriel o 'Anjo Destruidor'.

O termo "anjo" também foi expandido para várias noções de espíritos ou figuras encontradas em outras tradições religiosas. O estudo teológico dos anjos é conhecido como Angelologia. Alguns anjos que foram expulsos do Céu são referidos como anjos caídos, e a razão principal alegada é o orgulho.

מלאך יהוה ,(malāk ̠ elohim; mensageiro de Deus) מלאך אלהים (A Torá usa os termos (hebraico Ha) הקודשים Bene Elohim; filhos de Deus) e) בני אלהים ,(malak YHWH; mensageiro do Senhor) kdoshim; os santos) para se referir aos seres angelicais.

malāk)̠ ou mensageiro, é usado nos livros do Tanakh. Dependendo do contexto, a) מלאך O termo palavra hebraica pode se referir a um mensageiro humano ou a um mensageiro sobrenatural. Um mensageiro humano pode ser um profeta ou sacerdote, como Malaquias, 'meu mensageiro'; a tradução grega do Livro de Malaquias afirma que foi escrito 'pela mão de seu mensageiro'. Exemplos de um mensageiro sobrenatural são o 'Malak YHWH', que é um mensageiro de Deus, um aspecto de Deus (como o Logos), ou o próprio Deus como mensageiro.

Anjos na Cabala

Na Cabla Judáica, Maimonides, em seu Yad ha-Chazakah: Yesodei ha-Torah, conta dez fileiras de anjos na hierarquia angélica judaica, começando pelo mais alto:

35 III 6 O Mundo Espiritual Chayot Hakodesh - Estes são os anjos que Ezekiel viu em sua visão da carruagem divina ou Merkabah no primeiro capítulo do livro de Ezequiel. Merkabah é o trono-carruagem de Deus, de quatro rodas, veículo dirigido por quatro 'chayot' - Criaturas Vivas (hebraico), cada um com quatro asas e as quatro rostos de um homem, leão, boi e águia. A palavra Merkabah também é encontrada 44 vezes no Antigo Testamento.

Ophanim (singular Ophan) são uma classe de anjos que aparecem pela primeira vez no livro de Enoch com os Querubins e Serafins, como nunca dormindo, mas observando (ou guardando) o trono de Deus. Com relação ao nome do Ophanim em si, é a antiga palavra hebraica para roda, uma palavra que se encaixa bem com a forma como esses seres são descrito no Antigo Testamento da Bíblia.

No Livro de Ezequiel Ezequiel 1: 15-21, e novamente em Daniel 7: 9, os Ophanim foram cobertos de olhos gigantes, rodas de fogo, é por isso que às vezes são referidas como as rodas de gagallin, chama de fogo e 'fogo ardente' das quatro rodas cobertas de olhos, que se movem ao lado dos querubins alados, sob o trono de Deus. A escritura afirma que havia quatro ophanim ao redor do trono de Deus, e que essas rodas gigantes são completamente cobertas de olhos, que vêem toda a verdade de Deus. Estes são também referidos como os "muitos olhos" no segundo livro de Enoch.

Ocasionalmente, os Ophanim são considerados a mesma classe cristã de anjos conhecidos como os Tronos, que também são descritos como grandes rodas no céu Daniel 7: 9. No entanto, muitos estudiosos discordam dessa conclusão e declaram que os Ophanim são um grupo totalmente separado de espíritos livres liberados, enquanto os Tronos são rodas reais sobre trono de Deus. Enoque 61:10, 71: 7, Segundo Livro de Enoque 20: 1, 21: 1, Daniel 7: 9 Ezequiel 1: 15-21

Aralim ou Erelim, são uma categoria de anjos na Cabala judaica e religião Cristã que são o equivalente cabalístico dos Tronos. O nome é visto como "o valente / corajoso". Eles geralmente são vistos como o terceiro mais alto posto divino dos seres / anjos abaixo de Deus. Em Midrash Konen, eles são os anjos descritos como o gênio de folhagem, impulsionando o crescimento das plantas (2:25). Erelim aparentemente tem a responsabilidade de recuperar as almas dos justos mortos.

Hashmallim (singular Hashmal) é uma entidade angélica tanto no judaísmo como no cristianismo. Eles aparecem no Bíblia hebraica em Ezequiel 1: 4 - Eu vi e eis que ali era um vento tempestuoso vindo do norte, um grande nuvem com fogo e um brilho ao seu redor.

A Cor do Hashmal muitas vezes traduzida como electrum, uma liga natural de ouro e prata, do meio do fogo, e em seu meio havia o semelhança de quatro Chayot (criaturas vivas).

Serafim literalmente 'queimando' são uma classe alta de seres celestes. Muitos estudiosos preferem derivar do substantivo hebraico saraph, uma serpente ardente e voadora. Subseqüentes referências aos Serafins, em seguida, aparecem mais na escritura religiosa hebraica, onde se tornaram ligeiramente mais desenvolvidos, e descritos como tendo um formato humano.

Em Isaías 6: 6, um dos serafins é representado como carregando fogo celestial do altar para purificar o Lábios do Profeta. Isaías também usa a palavra em associação próxima com palavras para descrever cobras. Serafim aparecem no século II a.C. Livro de Enoch onde eles são designados como drakones (serpentes).

Durante os períodos bíblicos posteriores, os Serafins também passaram para os escritos cristãos, onde eventualmente seriam incorporados na hierarquia angélica cristã, e listados como a mais alta 36 III 6 O Mundo Espiritual ordem de anjos, seres de pura luz e tem comunicação direta com Deus. Eles aparecem também no texto gnóstico cristão "Sobre a Origem do Mundo”, descrito como "anjos em forma de dragão”. Na Torah - Números (21: 6-8), Deuteronômio (8:15), Isaías (6: 1-3, 6: 2-6, 6: 6, 14:29, 30: 6).

Malachim (singular Malakh) é um mensageiro de Deus, um enviado angelical ou um anjo em geral. É o Anjos mais freqüentemente mencionado nas Escrituras hebraicas. Eles apareceram para Abraão, Isaac, Moisés e Jacó. Isaías fala do "Anjo da Presença de Deus” (Malakh Panay), e Salmos, também fala dos Malaquim. No hebraico moderno, é agora o palavra aceita como 'Anjo'.

Elohim (singular Eloha) reflete uma família de seres divinos. Elohim tem origem etimológica comum com palavra Allah. Na Bíblia, a palavra para Deus no O hebraico mais usada é Elohim. O livro de Enoque tem muitos casos em que Elohim pergunta ao conselho angélico sobre assuntos no plano terrestre. Existem outros seres no Antigo Testamento que são chamados Elohim além de Yahweh e os deuses do conselho divino. Demônios e os espíritos do ser humano mortos também são chamados Elohim nos textos hebraicos (Samuel 28:13) "Agora eu sei que o Senhor é maior que todos os outros Elohim (Êxodo 18:11). Fez dele (homem) um pouco menor que o Elohim ".

Bene Elohim é traduzido como os Filhos de Deus, que até o século IV, foi unanimemente entendido como os Anjos. O Livro de Enoque do século III aC transforma os "filhos de Deus" em anjos caídos, referidos como Vigilantes, que vieram à Terra e tiveram filhos com mulheres humanas, resultando em uma raça de seres meio-anjo, meio humanos conhecidos como os "gigantes" (Nephilim). No Livro dos Jubileus e no Livro de Enoch, que são factualmente consistentes com o Gênesis e uns com os outros, descrevem os 'Bene Elohim' como seres angélicos mais baixos que Jeová Elohim.

A visão mais recente que tem sido a posição majoritária na igreja desde Santo Agostinho no quarto século é que os Filhos de Deus referem-se a linha temente a Deus de Seth; e as filhas dos homens se refere as filhas da linha filhas descrentes de Caim.

Entre as igrejas que ensinam que os "filhos de Deus" eram anjos caídos hoje são as Testemunhas de Jeová. Entre as igrejas que ensinam que o "filhos de Deus" eram homens são a Igreja Católica e outras Igrejas de Cristãs.

Cherubim (singular Kerub) são criaturas sobrenaturais associadas ao trono de Deus. A palavra (kerub) é sem raiz ou igual na língua hebraica. Na língua assírio-babilônica karâbu significa "estar perto" ou "alguém que intercede ".

Querubim também é cognato com o termo assírio karabu (grande, poderoso). Em algumas regiões o termo assírio-babilônico veio a referir-se em em particular aos espíritos que serviam aos deuses, particularmente ao "Shedu" ou "Lammasu" (touros alados com cabeça humana).

O profeta Ezequiel descreve querubins como um quadra de criaturas vivas, cada um com quatro faces: de um homem, um leão, um boi e uma águia. Dizem que eles têm a estatura e as mãos de um homem, pés de um bezerro e quatro asas cada.

A tradição semítica primitiva concebia os querubins como guardiões, sendo desprovida de sentimentos humanos e cumprindo um dever, tanto para representar os deuses quanto para guardar os santuários de intrusos. No livro de Gênesis, querubins são descritos como guardando o caminho para a Árvore da Vida armado com espadas flamejantes (Gn 3:24). 37 III 6 O Mundo Espiritual Na teologia Católica, os querubins são o segundo grau mais alto na hierarquia angélica, seguindo os Serafins. Gênesis 3:24 Samuel (4: 4, 6: 2, 22:11) Crônicas 13: 6 Salmos 18:10

Ishim ou Ashim é o coro dos anjos que agem como intermediários entre Deus e humanidade. Eles são o coro celestial mais próximo dos humanos que trabalham incessantemente para guiá-los e protegê-los. De acordo com a Cabala, eles são 'as belas almas dos homens justos' (os santos).

Os anjos da guarda são aqueles Ishim que são considerados como os espíritos de proteção das criaturas e nações. Acredita-se que a cada um de nós é atribuído um ou mais anjos da guarda no nosso nascimento. 'Asin' é o nome de origem árabe, que significa 'protetor', ‘guarda'.

Anjos no Misticismo Ocidental

No Misticismo Ocidental temos diversas versões da Hierarquia dos Anjos. A seguir uma delas:

A hierarquia das famílias angélicas é dividida em três esferas:

A primeira esfera contém os anjos que atuam como 'conselheiros celestes'. Eles são:

• Os Serafins • Os Querubins • Os Tronos

A segunda esfera contém os 'Governadores Celestes'. Eles são:

• As Dominações • As Virtudes • Os Poderes

A missão dos anjos da terceira esfera é atuar como 'mensageiros celestes':

• Principados • Os Arcanjos • Os anjos

Agora, vamos entrar em detalhes no que diz respeito à hierarquia angelical.

Os 'assessores celestes'

• Os Serafins

Dizem que os Serafins cercam o Trono de Deus. Eles pertencem à mais alta ordem na hierarquia angelical. Só eles podem cantar a música do céu.

• Os Querubins

Os querubins são os guardiões da luz e das estrelas. Eles são a luz divina, a luz que é filtrada por eles, a própria luz que você recebe sempre que sentir alegria, amor e inspiração dentro de você.

• Os Tronos

Os tronos correspondem aos planetas. Tradicionalmente, dizem que são sete: um para cada dia da semana. O Anjo do coração, por exemplo, é dito que vem de Vênus, aparece na sexta-feira e traz amor… 38 III 6 O Mundo Espiritual Os 'Governadores Celestes'

• As Dominações

As 'Dominações' são os gerentes do mundo celestial. Embora eles não estejam diretamente em contato conosco, humanos, eles trabalham em seu próprio caminho para estabelecer contatos entre o mundo celestial e o mundo terrestre.

• As Virtudes

Este é um grupo angélico particular em que sua vocação é liberar mais e mais energia e chamar outros anjos. Eles são amplificadores de energia divina.

• Os Poderes

Eles são os portadores da consciência da humanidade. Eles são os Guardiões do templo sagrado onde a história coletiva está. Eles são os anjos do nascimento e da morte.

Os “Mensageiros Celestes” relacionados à hierarquia dos anjos:

• Principados

Os Principados estão acima dos Arcanjos na hierarquia. Eles são os Anjos da Guarda de todas as comunidades: cidades, nações, empresas. Eles são defensores de uma ordem internacional.

• Os Arcanjos

Os Arcanjos são 'anjos extremamente luminosos'. São eles que garantem o cumprimento dos maiores objetivos e dos maiores destinos humanos.

• Os Anjos

Estritamente falando, eles são os membros mais próximos do mundo dos homens: eles são os que estão 'no fundo'…

Eles são mais familiares para nós. De todos os seres celestes, eles são os mais afetados pelos problemas que os humanos enfrentam: estritamente falando, eles são nossos Anjos da Guarda. Eles são nossos 'Companheiros-Anjos', nossos guias para nos iluminar o caminho.

A Natureza dos Anjos

Hidelgard de Bingen, abadessa Beneditina, que viveu nos século XII, escreveu que Deus é a fonte do Fogo Angélico:

"O fogo original do qual os anjos queimam e vivem, isto é Deus Ele mesmo Esta esfera é toda a glória da qual o mistério dos mistérios vem adiante. Os anjos cercam a Deus em seu fogo incandescente, e são luz viva. Eles não têm asas como pássaros, mas estão pairando como chamas de Deus.

Deus é a fonte viva original que enviou as ondas. Quando elefalou as palavras: ‘Faça-se a luz' criou seres iluminadores?

39 III 6 O Mundo Espiritual Sua natureza é uma chama brilhante. eles queimam a partir de Deus, que é a raiz do fogo. Através de nenhum outro eles podem ser inflamados ou extintos. No amor de Deus este fogo queima inextinguivelmente".

Os anjos possuem força para exercer os desígnios Divinos, e esta força é o amor. Sto. Tomás de Aquino diz: “Sua vontade é por natureza o amor”. Não são seres de intelecto abstrato, são seres portadores de sabedoria, compreensão e amor. Seu conhecimento é o do coração, é sabedoria não apenas conhecimento.

Seu domínio é o entendimento, o saber, o amor, compaixão e a profecia. São nosso professores espirituais. Sua tarefa cósmica além disso inclui a oração. Sempre que estivermos orando, pelo menos um anjo estará entre nós.

O que diferencia o demônio dos anjos é que demônio não reza. A humanidade a partir do século XVII voltou-se ao mecanicismo Newtoniano, e a ciência ao achar que o universo era como uma máquina obedecendo leis universais e imutáveis tornou-se orgulhosa e arrogante, ao imaginar que já conhecia tudo, levando o mundo a afastar-se das religiões, das orações. No final do século XVIII os físicos achavam que tinham equacionado o funcionamento do universo, faltando pequenos detalhes que seriam solucionados em pouco tempo.

A humanidade passou a idolatrar esse conhecimento e o poder que dele emanava e suas consequências, a industrialização e o poder do dinheiro que se espalhou na sociedade burguesa.

No início do século XX Albert Einstein com as suas teorias da Relatividade Restrita e mais tarde Geral, ultrapassou a física mecânica de Newton e também a idéia de que o tempo era constante, no âmbito macro-cósmico.

Logo depois a equação de Schrödinger consolidou a Mecânica Quântica que revolucionou a física do micro-cosmo das partículas e sub partículas, trazendo consigo uma série de constatações experimentais que revolucionaram não só a física mas a filosofia e todas as outras ciências.

Em meados deste mesmo século XX, a religiosidade voltou a se expandir na humanidade.

Sendo os Anjos seres luminosos, porque todos nós não os vemos? Quem já teve um filho, percebeu por vezes, o olhar inocente e iluminado dos bebês. Dizem que eles podem ver os anjos. Mas nós não… As crianças, antes de desenvolver a inteligência mental que domina nosso estado atual, possuem a capacidade de perceber coisas que os adultos geralmente não conseguem.

Um fato que aconteceu comigo, me mostrou isso, indiscutivelmente. O irmão de um dos meus melhores amigos, faleceu fora do Brasil, em circunstâncias trágicas. Fomos então passar o final de semana com ele. De manhã estávamos a beira da piscina, quando meu filho, na época com 3 anos, perguntou: – Mãe que é aquele moço barbudo ali? Na mesma hora fiquei arrepiado, pois o irmão do meu amigo que tinha falecido, usava barba.

O mecanismo da nossa visão, não é totalmente explicado pela ciência atual, o que vemos está memorizado, no âmbito do cérebro, fora dele ou em ambos os lugares? O acesso a memórias é seletivo e obedece a mecanismos que também não sabemos explicar. Mas sabemos, por exemplo, que escondemos psiquicamente determinados fatos e ocorrências traumáticas, involuntariamente.

Esta é uma hipótese. Muitas outras são pertinentes. Por exemplo na Teoria das Cordas, estas ocorrem matematicamente em 9 dimensões. Os anjos, seres luminosos podem muito bem ter mais

40 III 6 O Mundo Espiritual do que as três dimensões que percebemos, e aí não os veríamos, assim como a grande maioria do espectro de ondas fora do que podemos ver, do vermelho ao violeta.

A meu ver, o mesmo acontece com os mundos Espiritual, Astral e Elemental, usualmente fora de nosso campo de visão.

Em seu livro “Angels in my Hair” Lorna Byrne numa passagem diz: – "Eu nunca entendo", eu disse a Joe. “É quase como se a energia fosse ligada e desligada, apenas para ser vista fisicamente com o olho humano em determinados momentos”.

Em outro trecho diz: "Nós nos tornamos muito materialistas como uma sociedade, e tão freqüentemente olhamos para a morte e perguntamos: “É isto? Apodrecerei e não há mais nada? Garanto que há mais - muito mais. Espero que através dos livros que escrevo eu possa comunicar isso e ajudar as pessoas a entender. Acredite no que eu digo. Acredite que, sim, há mais, muito mais, mesmo que eu possa não ser capaz de provar ou mostrar para você agora; Está provado para todos quando eles morrem. Algumas pessoas acham que é tarde demais - se tiverem que esperar para morrer para ver a prova, as pessoas recebem provas enquanto estão vivas, mas às vezes, elas precisam olhar ou escutar muito para reconhecê-las".

Doze maneiras de se comunicar com o seu Anjo da Guarda - Lorna Byrne

1 - Suspenda sua descrença

Enquanto você se senta lendo isto, reconheça o fato de que há um anjo ao seu lado. Se você acha isso difícil de fazer, basta suspender seu cinismo por um curto período de tempo e imaginar.

Tenha um pouco de fé e esteja aberto à possibilidade de que haja alguém ao seu lado que nunca deixe nem por um segundo, alguém esperando e querendo ajudá-lo. Mesmo que tenha medo de fazer isso, reconheça seu anjo da guarda e dê as boas vindas.

2 - Peça ajuda ao seu Anjo da Guarda

Deus nos deu livre arbítrio e seu anjo da guarda não vai ultrapassar isso. Se você ignorá-los ou mandá-los embora, eles não intervêm. Mas eles ficarão ao seu lado esperando que você mude de idéia. Você é a prioridade número um do seu anjo da guarda - eles querem fazer todo o possível para fazer você feliz. Ao pedir ajuda ao seu anjo da guarda, permita que ele o ajude. Nós os capacitamos para nos capacitar.

3 - Não se esqueça de ouvir o seu anjo da guarda

Os anjos se esforçam para tentar atrair a atenção dos humanos. Eu vi anjos puxando as roupas das pessoas ou fazendo-as largar coisas, tentando ser notados. Temos tanta ajuda disponível, tantos anjos querendo nos ajudar, mas muitos de nós não querem ou estão ocupados demais para ouvir.

Acreditamos que podemos fazer tudo sozinhos. Quantas vezes você teve uma experiência como essa? Você está indo para algum lugar e vira à direita ao invés da esquerda. Lá no fundo você sabia que deveria ter ido embora e chutar a si mesmo pelo erro.

Mas isso seria o seu anjo ou sussurrando em seu ouvido que você deveria ir para a esquerda.

Cada vez que algo assim acontece, lembre-se de ouvir. Muitas vezes ignoramos nosso anjo da guarda e depois reclamamos que as coisas não funcionam para nós. Deus quer que sejamos felizes e desfrutemos de nossas vidas, mas precisamos ouvir nosso anjo da guarda.

41 III 6 O Mundo Espiritual 4 - Permita que seu anjo da guarda seja seu professor

Os anjos são professores brilhantes e, se estiver aberto para aprender, eles mostrarão como se comunicar com eles. Uma das grandes coisas sobre os anjos é que eles nunca desistem. Podemos desistir de nós mesmos, mas os anjos nunca o fazem.

Eu não sei de onde eles tiram a paciência. No estágio inicial de ensinar você a se comunicar, eles usarão coisas triviais. Talvez depois de sair da sua casa você se sinta como se tivesse esquecido alguma coisa, mesmo que tenha certeza de que tem tudo o que precisa. Bem, volte e verifique. Mais do que provavelmente você vai descobrir que realmente há algo que você esqueceu ou algo que precisa ser feito.

É assim que os anjos ensinam as pessoas. Eles estão tentando chegar até você e querem que você responda. Freqüentemente eles fazem isso com coisas que não têm nenhum significado. Nós, humanos, andamos à procura de significado em tudo. Pare de procurar significado o tempo todo. Não complique demais os assuntos. Os anjos lhe dirão quando procurar por significado.

5 - Pergunte ao seu Anjo da Guarda por um sinal

Os anjos são muito bons em dar sinais. Se você está apenas começando a desenvolver sua comunicação, peça um pequeno sinal - algo simples. E continue perguntando. Talvez você possa pedir que um amigo em particular com quem você não entrou em contato ligue para você ou pode pedir que as luzes do seu quarto pisquem quando você estiver pensando ou falando com seu anjo da guarda.

Fique atento - frequentemente perdemos os sinais. Uma pessoa pedindo ajuda pode sentir uma suave brisa fluindo pela sala. Às vezes um anjo pode tocar sua mão ou você pode sentir uma sensação de alfinetes e agulhas do nada.

Esses pequenos sinais são o jeito do anjo dizer que eles estão lá e podem ouvi-lo. Um sinal dos anjos, por mais trivial que pareça, é um símbolo de esperança, levantando seu coração e lembrando que você não está sozinho, não importa o que esteja acontecendo em sua vida.

Precisamos de sinais porque somos apenas humanos e não importa quantas vezes Deus e seus anjos nos dêem sinais, precisamos sempre ter certeza de que eles estão lá. Deus nos dá muitos sinais e, se nos mantivermos abertos, eles nos ajudarão a preencher nossa vida com esperança, alegria e riso.

6 - Não tente muito!

Nós fomos condicionados pelo mundo a acreditar que tudo deveria ser preto e branco. Mas Deus e os anjos não fazem as coisas da maneira que queremos que elas sejam feitas. Um anjo não vai pegar uma caneta e escrever algo para você, a menos que, por algum motivo, esse anjo em particular possa se comunicar dessa maneira, o que é muito raro.

Às vezes eu explico às pessoas como se conectar com um anjo e elas dizem que tentaram e tentaram e nunca conseguiram fazer isso. Eu digo a eles para pararem de tentar tanto. Mais tarde, eles me disseram que pararam de tentar de fazer a conexão e, em vez disso, começaram a acreditar e acreditar que isso aconteceria. E então aconteceu.

42 III 6 O Mundo Espiritual 7 - Continue perguntando!

Os anjos respondem a ser incomodados. O próprio processo de importunar parece capacitá-los mais. Não tenha medo de continuar pedindo alguma coisa. Assim como as crianças vão importuná-lo até que você lhes dê o que eles querem, nós estamos destinados a incomodar nossos anjos para nos dar o que queremos.

Seja feliz sabendo que eles estão sempre lá, sempre prontos para ajudar. Eu não sei porque é que temos que perguntar muitas vezes - tudo que eu sei é que os anjos me dizem que temos que continuar perguntando, repetidamente.

8. Busque a ajuda do seu anjo da guarda em tempos bons e ruins

Seu anjo da guarda não está lá apenas para resolver seus problemas, também está lá para garantir que realmente apreciemos e apreciemos o prazer de estarmos vivos. Os anjos me dizem que as pessoas estão esquecendo o que realmente é a vida. Tantas pessoas correm tentando fazer coisas e cumprir prazos. Muitos de nós são obcecados por coisas materiais. Não é disso que a vida deveria ser. A coisa mais importante na vida é nossa felicidade e nosso amor e cuidado uns pelos outros. Peça ao seu anjo da guarda para ajudá-lo a ver a beleza e a bondade nas pessoas e na vida, e para lembrá-lo de parar por um momento, respirar fundo e saborear a vida.

9 - Peça ao seu anjo da guarda para enviar um anjo especial para ajudar com uma tarefa específica

Seu anjo da guarda está com você desde o início dos tempos. É o porteiro de sua alma e pode convidar outros anjos para vir e nos ajudar - anjos especialistas que podem nos ajudar com coisas específicas, como fazer um exame, tornar-se um pai ou se apaixonar.

O anjo da fé é um grande anjo para pedir. Chame esse anjo para ajudá-lo a desenvolver a crença em si mesmo e sua capacidade de lidar e crescer. Pedir por o anjo da força e aquele anjo estará lá ao seu lado instantaneamente. O anjo da coragem lhe dará coragem. O anjo dos milagres permitirá que as coisas aconteçam para você. Se você é uma mãe estressada, pode precisar do anjo da paciência para ajudá-la com seus filhos. Há centenas e milhões de anjos de todos os tipos, e muitos deles estão procurando emprego. Tudo o que você precisa fazer é pedir ao seu anjo da guarda que peça para ajudá-lo.

10 - Não tenha medo

Às vezes, as pessoas sentem medo de fazer contato com seus anjos da guarda.

Sentimos medo porque não entendemos os anjos, eles estão além da nossa compreensão. Mas lembre-se sempre que seu anjo da guarda é um presente de Deus e te ama. Nenhum anjo jamais lhe fará mal ou lhe pedirá que faça algo errado.

Algumas pessoas me disseram que pediram um sinal específico para um anjo e ficaram com medo porque realmente aconteceu. Se um sinal particular o incomodar, peça aos anjos que não deixem esse sinal aparecer novamente. Não tenha medo. Não há razão para ter.

11 - Lembre-se de dizer "obrigado!"

Dar graças é importante - não apenas porque reconhece o que seu anjo da guarda fez, mas porque lembra o que ele fez. Isso ajuda você a ter fé na existência e poder desta maravilhosa criatura dada a você por Deus.

43 III 6 O Mundo Espiritual 12 - Pergunte ao seu Anjo da Guarda Seu nome

“Qual é o nome do meu anjo da guarda?” É a pergunta mais frequente. Na verdade, os anjos não são tão parecidos com nomes quanto nós humanos, e freqüentemente eu apenas chamo os anjos ao meu redor de "Anjos". Mas nós gostamos de nomes e os anjos estão felizes em obedecer. Eles me disseram que todos em seu coração sabem o nome do seu anjo da guarda.

Que é um nome que eles amam ou que continua a atravessar a sua mente.

Uma mulher me disse que enquanto ela estava dirigindo, ela continuou cantando parte de uma música que não conseguia tirar da cabeça e acabou percebendo que estava chamando um nome. Ficou claro para ela que esse devia ser o nome de seu anjo da guarda. Ela sabia em seu coração que ela estava se comunicando com seu anjo. Como eu disse antes, não tente muito e fique atento aos sinais.

Enquanto isso, chame seu anjo com qualquer nome que desejar - ou simplesmente "Meu Anjo da Guarda".

Anjos na Eucaristia de Matthew Fox em "The Physics of Angels".

…Quando o sacerdote, vestido com as vestes sagradas, subiu ao altar para a celebração dos mistérios divinos, um brilhante esplendor de luz de repente caiu dos céus. Anjos desceram e a luz inundou o altar. Permaneceu assim até depois a conclusão da oferta sagrada quando o padre se retirou.

Depois que o Evangelho da paz foi lido e as ofertas foram colocadas sobre o altar para a consagração, o sacerdote cantou o louvor do Deus onipotente: "Santo, Santo, Santo, Senhor Deus Sabaoth!” e ele começou aquele mistério impronunciável.

Neste momento o céus abriram. Um clarão ardente de claridade indescritivelmente brilhante caiu sobre as ofertas e correu através deles com a sua majestade, assim como o sol penetra com sua luz quando flui sobre um objeto. ... Os anjos descem e a luz inunda o altar. ... Espíritos celestes se curvam em direção ao santo serviço “.

Nesta passagem de seu primeiro livro, Scivias, Hildegard descreve uma experiência espiritual que ela teve durante a missa. Ao fazê-lo, ela invoca uma antiga tradição de que parte do trabalho dos anjos é estar presente para adoração. Isso está profundamente enraizado na tradição judaica.

E realmente esta passagem na liturgia ocidental que Hildegard invoca é judeu em origem e diz respeito aos anjos: "Santo, santo, santo, Senhor Deus dos Exércitos, o céu e a terra estão cheios de sua glória, hosana no mais alto “.

Bem no ponto alto da liturgia ocidental há essa invocação dos anjos. Hildegard não apresenta isso como teologia ou teoria, mas fala sobre sua própria experiência.

Foi muito poderosa a experiência para ela, e é uma experiência que as pessoas anseiam hoje.

Se o elogio é uma parte importante do trabalho dos anjos, é também um importante parte da vida espiritual da humanidade. Como Rabino Heschel diz: “Louvor precede a fé. "Precisamos dessas inovações que levam a fé além inteligência em experiência. E que lugar melhor do que onde a comunidade se reúne para louvar e invocar todos os seres do universo, incluindo os anjos.

44 III 6 O Mundo Espiritual As pessoas nativas ensinam que o centro do universo é o centro de um círculo de oração. Isto também era um ensinamento judaico - o templo era o centro do universo.

Hoje estamos redefinindo o centro do universo não como um único lugar, mas como muitos lugares onde a energia é alta. Nós precisamos descubrir como a adoração é um lugar central para o universo.

Hildegard ensina isso também. Ela diz que o altar é o centro do universo. Anjos estariam lá, pois gostam de estar onde está a ação divina.

Adoração saudável abre os canais de comunicação entre anjo e ser humano na presença de elogiar e honrando a divindade. Temos que recriar formas de adoração para permitir que os anjos acessem novamente e permitam que os seres humanos abram o coração para cima, então o elogio pode acontecer. Precisamos ir além da cabeça para todos os chakras, para que todas as energias do universo possam estar presentes, microcosmo e macrocosmo".

Anjos no século XXI

Apresentamos aqui a conclusão de "The Physics of Angels" de Matthew Fox e Rupert Sheldrake.

O que está acontecendo hoje não é meramente um renascimento do interesse pelos anjos. a nova cosmologia levanta novas questões e aumenta muito o escopo para ação angélica no universo. Nós temos hoje uma grande necessidade para entender o papel da consciência além dos reinos humanos.

Esses desafios exigem uma revisão da angelologia, uma nova fase na nossa compreensão e relacionamento com os reinos angélicos.

Precisamos fazer um balanço do que podemos aprender com nossa tradição sobre anjos. O que Dionísio, o Areopagita, Hildegarda de Bingen, e São Tomás de Aquino tem que nos ensinar hoje sobre os anjos? Algumas lições que aprendemos com esses diálogos são:

• Anjos são muito numerosos; eles existem em números astronômicos. • Existem muitos outros tipos de consciência no cosmos além da consciência humana. • Anjos estão presentes desde a origem do universo. • Eles existem em uma ordem hierárquica de níveis aninhados dentro de níveis. • Eles são as inteligências governantes da natureza. • Eles têm um relacionamento especial com a luz, fogo, chamas e fótons. Existem paralelos espantosos entre Tomás de Aquino e Einstein em relação à natureza dos anjos e dos fótons: em sua locomoção e modo de movimento, sua intemporalidade, e sendo sem massa. • Eles são musicais por natureza e trabalham em harmonia de relacionamento um com o outro. • A maioria é amigável, mas não todos. Cristo tem poder sobre os anjos. • Eles têm um relacionamento especial com a consciência humana. Nós, seres humanos, ajudamos a ligar o mundo terrestre com as inteligências do mundo cósmico. • Os anjos podem ter desempenhado um papel especial no nascimento da linguagem. • Eles inspiram profetas e despertam a imaginação humana e intuição e, portanto, fazer amizade com o artista de uma maneira especial. • Anjos estão maravilhados conosco e nossas ações através dos anjos pode afetar todo o cosmos. • Seu papel principal é o louvor. • Eles têm uma variedade de funções em seu relacionamento com seres humanos, incluindo inspiradores, portadores de mensagens, proteger e orientar. • Eles estão presentes no culto sagrado. • Tanto anjos bons como maus agem na arena da nossa consciência e tomada de decisão.

45 III 6 O Mundo Espiritual • Eles não têm corpos materiais, mas podem assumir temporariamente a aparência de corpos humanos ou outros, para se comunicar-se e ajudar os seres humanos. • Eles acompanham as pessoas desta vida para a próxima.

Perguntas para o futuro

Em um tempo como o nosso, não é suficiente recorrer aos ensinamentos tradicionais de religião e angelologia. Uma nova cosmologia, assim como uma nova crise terrestre demanda mais trabalho criativo por parte daqueles que herdam tradições religiosas. E assim concluímos nossa discussão não com um declaração de sabedoria herdada, mas com perguntas que nos chegam do futuro sobre a relação da humanidade com os anjos.

• Como podemos entender a consciência de planetas, estrelas, e galáxias?

• À luz da cosmologia contemporânea, pode a compreensão ytradicional das inteligências celestes nos ajuda a interpretar poderes auto-organizadores de planetas, estrelas e galáxias?

• Os anjos têm um papel a desempenhar na dinâmica auto-organizada? do mundo microscópico?

• Num universo evolutivo e em expansão, novas espécies de anjos surgirão com novas formas, estruturas e campos?

• Que papel os anjos desempenham na orientação do processo evolutivo?

• Os anjos evoluem?

• Com que rapidez os anjos podem se comunicar através da vastidão do universo?

• Os anjos caídos trazem o mal em outros organismos conscientes que residem em outras partes do universo?

• Como podemos ser amigos dos anjos bons?

• Pode a experiência e crença em anjos, compartilhada por todas as tradições espirituais, promover o ecumenismo profundo?

• Os anjos podem nos guiar através dos males sociais e ecológicos que nos cercam e ameaçam gerações ainda não nascidas?

• Os anjos podem nos ajudar a revivificar nossas formas de adoração para que o verdadeiro louvor possa inspirar visão profética e ação correta?

• O nosso despertar para os anjos pode aumentar a capacidade de comunhão?

• Como os anjos podem ajudar a re-sacralizar o trabalho dos artistas?

• Como podemos, com os anjos, re-sacralizar o mundo?

46 III 6 O Mundo Espiritual III 6.4 - A Ciência e o Mundo Espiritual

Iniciemos por algumas visões sobre o tema:

Teilhard de Chardin - “A ciência, com toda a probabilidade, será cada vez mais impregnada pelo miscismo”.

"Este livro é o resultado de uma longa jornada através dos reinos da ciência, história, filosofia, práca espiritual, teologia e religião…” primeiro parágrafo em: Sheldrake, Rupert. Ciência e Prácas Espirituais: Reconexão através da experiência direta.

Uma visão desintegrada por Anand Silodia no site Quora.

"A ciência é o corpo do conhecimento reunido usando o método cienfico, enquanto o miscismo é a busca de uma experiência pessoal de comunhão com algum aspecto da realidade.

Eles são compaveis? É como perguntar se minhas experiências visuais são compaveis com a teoria da óca. A teoria da ópca pode explicar-me como as imagens se formam na minha rena, mas não tem nada a dizer sobre as experiências estécas subjevas que tenho quando vejo uma linda flor, uma linda mulher ou uma pilha de lixo. Uma é a explicação de um fenômeno objevo e a outra é a experiência subjeva causada pelo fenômeno objevo. Um não refuta o outro, porque não se pode refutar o outro. Eles são como maçãs e laranjas. Não há base comum para compará- los”.

Estascas e Estudos Cienficos

Estascamente algumas religiões tradicionais como o Crisanismo estão perdendo adeptos, e outras como o Islamismo estão ganhando. Por outro lado a quandade de pessoas que relatam ter do um experiência mísca tem aumentado. Uma pesquisa na Inglaterra sobre - “Você já experimentou uma presença ou poder, quer você chame de Deus ou não, o que é diferente do seu eu codiano?" Em 1978, trinta e seis por cento disseram que sim; em 1987, quarenta e oito por cento; e em 2000, mais de setenta e cinco por cento dos entrevistados disseram que estavam "cientes de uma dimensão espiritual em sua experiência". Em 1962, a organização Gallup perguntou aos americanos se eles já nham "uma experiência religiosa ou mísca" e vinte e dois. cento por cento disseram sim; em 1994, trinta e três por cento; e em 2009, quarenta e nove por cento.

Religiosamente Afiliados e Não afiliados

Apesar das tentavas de descrever o século XX como um século "secular", a maioria das pessoas que viveram durante esse período eram, de fato, afiliadas a uma religião.

Em 1910, 99% da população mundial era afiliada religiosamente. Até 2010 o número caiu abaixo de 89%, mas essa tendência de 100 anos esconde o fato de que a ponto alto para os não-religiosos foi por volta de 1970, quando quase 20% da população era agnósca ou ateísta. O colapso do comunismo europeu no final do século XX foi acompanhado por um ressurgimento da religião, tornando o mundo mais religiosamente filiado em 2010 do que em 1970. Embora a afiliação religiosa não seja uma indicação direta de como religiosamente as pessoas são, os cienstas polícos Pippa Norris e Ronald Inglehart apontam: “Os públicos de virtualmente todas as sociedades industriais avançadas têm caminhado para orientações mais seculares durante os úlmos cinquenta anos. 47 III 6 O Mundo Espiritual

Mesmo assim. o mundo como um todo agora tem mais pessoas com visões religiosas tradicionais do que nunca - e eles constuem uma proporção crescente da população do mundo”.

Agnóscos - Connentes e Regiões - (ONU)

48 III 6 O Mundo Espiritual Religiosos e Místicos - Índices de Melhora de Doentes

Em seu livro: "Religion and Health, where Science and Spirituality meets" - Religião e Saúde, onde a Ciência e a Espiritualidade se encontram, o médico Harold Koenig conclui que a maioria dos estudos demonstra associações entre religiões ou práticas místicas e funções imunológicas ou endócrinas têm sido administrados em populações vulneráveis, como idosos, pacientes com câncer avançado, ou aqueles que são HIV-positivos ou têm AIDS. A exceção aparece em estudos de meditação oriental que são muitas vezes feito em adultos saudáveis. A maioria dos estudos é transversal, embora existam alguns estudos longitudinais impressionantes (particularmente aqueles conduzido na Universidade de Miami pelo grupo de Gail Ironson) e um número de ensaios clínicos envolvendo meditação "mindfulness" ou Meditação Transcendental que relatam melhorias significativas em funções imunes e endócrinas. Muitos dos últimos estudos, entretanto, não foram randomizados, e alguns envolveram experientes meditadores sem um grupo de controle. Embora muito mais pesquisas precisem ser feitas, e pesquisas resultados nem sempre são consistentes, as evidências até o momento sugerem que comportamentos religiosos e espirituais são geralmente associados com melhor funcionamento imunológico e endócrino. Isto é verdade para a práticas religiosas e, até certo ponto, para práticas religiosas orientais também.

Diversos estudos de influência à distante por meditadores a grupos de pessoas doentes, apresentaram resultados de melhora superiores aos grupos de controle que não receberam as influências. O mesmo também foi feito através de orações, mas em menor grau.

Três Áreas Extensivamente Estudadas

A seguir comentaremos três áreas sobre o mundo anímico espiritual que foram extensivamente estudadas, relatadas, reportadas estatisticamente, e continuam a ser experimentadas e estudadas atualmente.

As observações sobre cada um dos temas estão na Wikipedia:

NDE - Near Dead Experiences ou EQM - Experiências de Quase Morte

Uma experiência de quase morte (EQM / NDE) é uma experiência pessoal associada à morte ou morte iminente. Tais experiências podem abranger uma variedade de sensações, incluindo o desapego do corpo, sentimentos de levitação, total serenidade, segurança, calor, a experiência da dissolução absoluta e a presença de uma luz. As EQMs são uma parte reconhecida de algumas crenças transcendentais e religiosas em vida após a morte.

Modelos diferentes foram descritos para explicar as EQMs. Pesquisas em neurociência sugerem que uma EQM é um fenômeno subjetivo resultante da "integração multissensorial corporal perturbada" que ocorre durante eventos com risco de vida.

OBE - Out of Body Experiences ou EFQ - Experiências Fora do Corpot

Uma experiência fora do corpo (EFC ou às vezes OBE) é uma experiência que tipicamente envolve a sensação de flutuar fora do corpo e, em alguns casos, a sensação de perceber o corpo físico como se estivesse fora do corpo - autoscopia .

O termo experiência fora do corpo foi introduzido em 1943 por GNM Tyrrell em seu livro Apparitions, e foi adotado por pesquisadores como Celia Green e Robert Monroe como uma alternativa aos rótulos centrados na crença, tais como como "projeção astral", "viagem da alma" ou "caminhada espiritual". As EFCs podem ser induzidas por traumas cerebrais, privação sensorial, 49 III 6 O Mundo Espiritual experiências de quase morte, drogas dissociativas e psicodélicas, desidratação, sono e estimulação elétrica do cérebro, [4] entre outros. Também pode ser deliberadamente induzido por alguns. Uma em cada dez pessoas tem uma EFC uma vez, ou mais comumente, várias vezes em sua vida. [6

Neurocientistas e psicólogos consideram as EFCs como experiências dissociativas decorrentes de diferentes fatores psicológicos e neurológicos.

Hipnose Regressiva.

A regressão a vidas passadas é uma técnica que usa a hipnose para recuperar o que os praticantes acreditam ser memórias de vidas passadas ou encarnações, embora outras as considerem fantasias ou delírios ou um tipo de confabulação.

A regressão a vidas passadas é tipicamente empreendida em busca de uma experiência espiritual ou em um ambiente psicoterapêutico.

A maioria dos defensores adere vagamente às crenças sobre a reencarnação, embora as tradições religiosas que incorporam a reencarnação geralmente não incluam a idéia de memórias reprimidas de vidas passadas.

A técnica usada durante a regressão a vidas passadas envolve o sujeito respondendo a uma série de perguntas enquanto hipnotizado para revelar identidade e eventos de supostas vidas passadas, um método similar àquele usado na terapia de memória recuperada e um que similarmente deturpa a memória como um registro fiel de eventos, em vez de um conjunto construído de lembranças.

O uso de hipnose e questões sugestivas pode tender a deixar o sujeito particularmente propenso a guardar memórias falsas ou distorcidas.

A fonte das memórias é mais provável criptomnésia e confabulações que combinam experiências, conhecimento, imaginação e sugestão ou orientação do hipnotizador que recordação de uma existência anterior.

Uma vez criadas, as memórias são indistinguíveis das memórias baseadas em eventos que ocorreram durante a vida do sujeito.

As memórias relatadas durante a regressão a vidas passadas foram investigadas e revelaram imprecisões históricas que são facilmente explicadas através de um conhecimento básico da história, elementos da cultura popular ou livros que discutem eventos históricos.

Experimentos com sujeitos submetidos à regressão a vidas passadas indicam que a crença na reencarnação e as sugestões do hipnotizador são os dois fatores mais importantes em relação ao conteúdo das memórias relatadas.

50 III 6 O Mundo Espiritual III 6.4.1 - NDE - Near Dead Experience ou Experiência de Quase-Morte

Comecemos com a experiência do Dr. Eben Alexander que escreveu “The Proof of Heaven” ou "A Prova do Céu", que resumimos aqui.

Parte de seu currículo com ele mesmo descreve - “ Depois de concluir uma bolsa de estudos em neurocirurgia cérebro-vascular em Newcastle-Upon-Tyne, no Reino Unido, passei quinze anos na faculdade de medicina de Harvard como professor associado de cirurgia, com especialização em neurocirurgia.

Durante esses anos, operei em inúmeros pacientes, muitos deles com condições cerebrais graves e potencialmente fatais. A maior parte do meu trabalho de pesquisa envolveu o desenvolvimento de procedimentos técnicos avançados, como a radio-cirurgia estereotáxica, uma técnica que permite aos cirurgiões guiar precisamente os feixes de radiação para alvos específicos no fundo do cérebro, sem afetar as áreas adjacentes. Também ajudei a desenvolver procedimentos neuro-cirúrgicos guiados por imagem de ressonância magnética que são fundamentais para reparar condições cerebrais de difícil tratamento, como tumores e distúrbios vasculares.

Durante esses anos, também escrevi ou participei de mais de 150 capítulos e artigos para revistas médicas revisadas por pares e apresentei minhas descobertas em mais de duzentas conferências médicas em todo o mundo. Em suma, dediquei-me à ciência. Usar as ferramentas da medicina moderna para ajudar e curar as pessoas, e para aprender mais sobre o funcionamento do corpo e do cérebro humano, era o chamado da minha vida”.

Este médico teve uma experiência de NDE, que relatou no livro acima citado. Ele a descreve assim:

"Em 10 de novembro de 2008, aos cinquenta e quatro anos, minha sorte parecia ter acabado. Eu fui atingido por uma doença rara e fiquei em coma por sete dias. Durante esse tempo, todo o meu neocórtex - a superfície externa do cérebro, a parte que nos torna humanos - foi desativado. Inoperante. Em essência, ausente.

Quando seu cérebro está ausente, você também está ausente. Como neurocirurgião, ouvi muitas histórias ao longo dos anos de pessoas que tiveram experiências estranhas, geralmente depois de sofrerem parada cardíaca: histórias de viagens para paisagens maravilhosas e misteriosas; de falar com parentes mortos - até mesmo de conhecer o próprio Deus.

Coisas maravilhosas, sem dúvida. Mas tudo isso, na minha opinião, era pura fantasia. O que causou os tipos de experiências sobrenaturais que tantas pessoas relatam tantas vezes? Eu não pretendia saber, mas sabia que eles eram baseados no cérebro. Toda a consciência é. Se você não tem um cérebro em funcionamento, você não pode estar consciente. Isso ocorre porque o cérebro é a máquina que produz a consciência em primeiro lugar. Quando a máquina quebra, a consciência pára. Por mais complicada e misteriosa que seja a mecânica real dos processos cerebrais, em essência, a questão é tão simples quanto isso. Puxe o plugue e a TV se apaga. O show acabou, não importa o quanto você tenha gostado.

Ou então eu teria dito a você antes do meu próprio cérebro cair. Durante meu coma, meu cérebro não estava funcionando de forma inadequada - não estava funcionando. Eu agora acredito que isso poderia ter sido o responsável pela profundidade e intensidade da experiência de quase-morte (NDE) que eu mesmo passei durante ela.

Muitas das NDEs relatadas acontecem quando o coração de uma pessoa é desativado por algum tempo. Nesses casos, o neocórtex é temporariamente inativado, mas geralmente não é muito danificado, desde que o fluxo de sangue oxigenado seja restaurado por ressuscitação cardio- 51 III 6 O Mundo Espiritual pulmonar ou reativação da função cardíaca em aproximadamente quatro minutos. Mas no meu caso, o neocórtex estava fora de cena. Eu estava encontrando a realidade de um mundo de consciência que existia completamente livre das limitações do meu cérebro físico. A minha foi, de certa forma, uma tempestade perfeita de experiências de quase morte.

Como neurocirurgião experiente, com décadas de pesquisa e trabalho prático na sala de operações atrás de mim, eu estava em uma posição melhor do que a média para julgar não apenas a realidade, mas também as implicações do que aconteceu comigo. Essas implicações são tremendas além da descrição. Minha experiência me mostrou que a morte do corpo e do cérebro não é o fim da consciência, que a experiência humana continua além do túmulo.

Mais importante, continua sob o olhar de um Deus que ama e se preocupa com cada um de nós e sobre onde o próprio universo e todos os seres dentro dele estão indo em última análise.

O lugar que eu fui era real. Real de uma forma que torna a vida que estamos vivendo aqui e agora completamente onírica em comparação. Isso não significa que eu não valorizo a vida que estou vivendo agora, no entanto, eu valorizo mais do que antes. Eu faço isso porque agora vejo em seu contexto verdadeiro.

Esta vida não é sem sentido. Mas não podemos ver esse fato daqui - pelo menos a maior parte do tempo. O que aconteceu comigo enquanto eu estava nesse coma é a história mais importante que vou contar. Mas é uma história difícil de contar porque é tão estranha ao entendimento comum. Eu não posso simplesmente gritar dos telhados. Ao mesmo tempo, minhas conclusões baseiam-se em uma análise médica de minha experiência e em minha familiaridade com os conceitos mais avançados em estudos sobre ciência e consciência do cérebro.

Depois que eu percebi a verdade por trás da minha jornada, eu sabia que tinha que contar. Fazê-lo corretamente tornou-se a principal tarefa da minha vida. Isso não quer dizer que eu abandonei meu trabalho médico e minha vida como neurocirurgião. Mas agora que tive o privilégio de entender que nossa vida não termina com a morte do corpo ou do cérebro, vejo como meu dever, meu chamado, contar às pessoas sobre o que vi além do corpo e além desta terra.

Eu estou especialmente ansioso para contar minha história para as pessoas que poderiam ter ouvido histórias parecidas com as minhas antes e que queriam acreditar eles, mas não foram capazes de fazê-lo totalmente. É para essas pessoas, mais do que qualquer outra, que eu dirijo este livro e a mensagem dentro dele. O que eu tenho para te dizer é tão importante quanto qualquer coisa que alguém te dirá, e é verdade".

O sub-Mundo

Dr. Eben relata que a primeira experiência depois de entrar em coma foi de estar, nas suas palavras em um sub-mundo – Escuridão, mas uma escuridão visível - como estar submerso na lama e também ser capaz de enxergar através dela. Ou talvez uma gelatina suja descreva melhor. Transparente, mas de uma maneira turva, embaçada, claustrofóbica e sufocante.

Consciência, mas consciência sem memória ou identidade - como um sonho em que você sabe o que está acontecendo ao seu redor, mas não tem uma ideia real de quem ou o quê você é.

O som também: uma batida profunda e rítmica, distante mas forte, de modo que Cada pulso vai direto através de você. Como um batimento cardíaco? Um pouco, mas mais escuro, mais mecânico - como o som do metal contra o metal, como se um ferreiro gigante subterrâneo estivesse batendo numa bigorna em algum lugar ao longe: batendo com tanta força que o som vibra na terra, ou na lama. ou onde quer que você esteja. 52 III 6 O Mundo Espiritual Eu não tinha um corpo - não do qual eu soubesse de qualquer maneira. Eu estava simplesmente ... ali, neste lugar de pulsante e pulsante escuridão. Na época, eu poderia tê-lo chamado de "primordial". Mas no momento em que estava acontecendo, eu não conhecia essa palavra. Na verdade, eu não conhecia nenhuma palavra. As palavras usadas aqui foram registradas muito mais tarde, quando, no mundo, eu escrevia minhas lembranças…

Mas quanto mais eu pensava sobre essa explicação (e novamente, isso era tudo muito, muito mais tarde), menos sentido ela fazia. Porque, por mais difícil que seja imaginar se você mesmo não esteve nesse lugar, minha consciência não estava embaçada ou distorcida quando eu estava lá. Foi apenas ... limitado. Eu não era humano enquanto estava neste lugar. Eu não era nem animal. Eu era algo antes e abaixo de tudo isso. Eu era simplesmente um ponto solitário de consciência em um mar vermelho-castanho intemporal.

Quanto mais eu ficava nesse lugar, menos confortável me tornava. No começo eu estava tão profundamente imerso nele que não havia diferença entre "eu" e o elemento meio assustador e meio familiar que me rodeava. Mas, gradualmente, essa sensação de imersão profunda, atemporal e sem fronteiras deu lugar a outra coisa: uma sensação de que eu realmente não fazia parte desse mundo subterrâneo, mas estava preso nele. Rostos de animais grotescos saíam da lama, gemiam ou gritavam, e depois desapareciam novamente. Eu ouvi um rugido surdo ocasional. Às vezes, esses rugidos mudavam para cantos obscuros e rítmicos, cantos que eram aterrorizantes e estranhamente familiares - como se em algum momento eu os conhecesse e os pronunciasse sozinho.

Então me dei conta de um cheiro: um pouco parecido com fezes, um pouco como sangue e um pouco como vômito. Um cheiro biológico, em outras palavras, mas de morte biológica, não de vida biológica. À medida que minha consciência ficava mais e mais afiada, eu me aproximava cada vez mais do pânico. Quem ou o que quer que eu fosse, eu não pertencia aqui.

Eu precisava sair. Mas aonde eu iria? Quando fiz essa pergunta, algo novo emergiu da escuridão acima: algo que não era frio, ou morto, ou escuro, mas o exato oposto de todas essas coisas. Se eu tentasse pelo resto da minha vida, eu nunca seria capaz de fazer justiça a essa entidade que agora se aproximou de mim ... para chegar perto de descrever como era bonito. Algo havia aparecido na escuridão. Virando-se devagar, irradiava filamentos finos de luz branco- dourada e, ao fazê-lo, a escuridão ao meu redor começou a estilhaçar-se e a se romper. Então ouvi um novo som: um som vivo, como a música mais rica, mais complexa e mais bonita que você já ouviu. Crescendo em volume à medida que uma luz branca pura descia, obliterou a monótona pressão mecânica que, aparentemente por eras, tinha sido minha única companhia até então.

A luz aproximava-se cada vez mais, girando e girando ao redor e gerando aqueles filamentos de pura luz branca que eu agora via tingidos, aqui e ali, com toques de ouro. Então, no centro da luz, algo mais apareceu. Eu concentrei minha atenção, tentando descobrir o que era. Uma abertura. Eu não estava mais olhando para a luz giratória, mas através dela. No momento em que entendi isso, comecei a subir. Rápido. Houve um som agudo e, num piscar de olhos, passei pela abertura e me encontrei em um mundo completamente novo. O mundo mais estranho e mais bonito que eu já vi. Brilhante, vibrante, em êxtase, deslumbrante ... Eu poderia usar um adjetivo após o outro para descrever o que esse mundo parecia e sentir, mas todos ficariam aquém. Eu senti como se estivesse nascendo. Não renascer ou nascer de novo. Apenas ... nascido.

Um mundo de sonhos lindo e incrível ... Só que não era um sonho. Embora eu não soubesse onde estava nem o que era, tinha absoluta certeza de uma coisa: aquele lugar em que de repente me encontrara era completamente real.

Multiplique esse sentimento mil vezes, e você ainda não estará nem perto do que se sente onde eu estava. Eu não sei quanto tempo, exatamente, eu voei junto. (O tempo neste lugar era diferente do 53 III 6 O Mundo Espiritual tempo linear simples que experimentamos na Terra e é tão difícil de descrever como todos os outros aspectos dele.) Mas em algum momento, percebi que não estava sozinho lá em cima. Alguém estava ao meu lado: uma linda garota de maçãs do rosto salientes e profundos olhos azuis.

Ela olhou para mim com um olhar que, se você a visse por alguns momentos, faria toda a sua vida até aquele ponto valer a pena, não importando o que tivesse acontecido até agora. Não foi um olhar romântico. Não foi um olhar de amizade. Era um olhar que estava de alguma forma além de todos esses ... além de todos os diferentes tipos de amor que temos aqui na terra. Era algo mais elevado, mantendo todos aqueles outros tipos de amor dentro de si mesmo, sendo ao mesmo tempo mais genuínos e puros do que todos eles.

Sem usar nenhuma palavra, ela falou comigo. A mensagem passou por mim como um vento, e eu imediatamente entendi que era verdade. Eu o sabia da mesma maneira que eu sabia que o mundo ao nosso redor era real - não era uma fantasia, passageira e insubstancial. A mensagem tinha três partes, e se eu tivesse que traduzi-las em linguagem terrena, eu diria que elas diziam algo assim: “Você é amado e querido, querido, para sempre.” “Você não tem nada a temer.” “Não há nada que você possa fazer de errado. ” A mensagem me inundou com uma sensação vasta e louca de alívio. Era como receber as regras para um jogo que eu joguei toda a minha vida sem nunca entender completamente. "Vamos mostrar-lhe muitas coisas aqui", disse a menina - mais uma vez, sem realmente usar essas palavras, mas dirigindo sua essência conceitual diretamente para mim. "Mas, eventualmente, você vai voltar." Para isso, eu tinha apenas uma pergunta. Voltar para onde?

Embora eu ainda tivesse pouca fluência na linguagem, pelo menos quando pensamos sobre isso na Terra, comecei a fazer perguntas a esse vento - e ao ser divino que senti no trabalho por trás ou dentro dele. Onde é este lugar? Quem sou eu? Por que estou aqui?

Cada vez que eu silenciosamente colocava uma dessas perguntas, a resposta veio instantaneamente em uma explosão de luz, cor, amor e beleza que soprou através de mim como uma onda quebrando. O que era importante sobre essas explosões era que elas simplesmente não silenciavam minhas perguntas, sobrecarregando-as. Eles responderam, mas de uma maneira que contornou a linguagem.

Os pensamentos me penetraram diretamente. Mas não foi pensado como nós experimentamos na terra. Não era vago, imaterial ou abstrato. Esses pensamentos eram sólidos e imediatos - mais quentes que o fogo e mais úmidos do que a água - e, quando os recebi, pude entender instantaneamente e sem esforço conceitos que me levariam anos para compreender plenamente minha vida terrena.

Minha situação era, estranhamente, algo parecido com o de um feto no útero. O feto flutua no útero com o parceiro silencioso da placenta, que o nutre e medeia sua relação com a mãe presente e, ao mesmo tempo, invisível. Neste caso, a “mãe” era Deus, o Criador, a Fonte que é responsável por fazer o universo e tudo nele. Este Ser estava tão perto que parecia não haver nenhuma distância entre Deus e eu. No entanto, ao mesmo tempo, eu podia sentir a infinita vastidão do Criador, podia ver quão completamente minúsculo eu era em comparação.

Ocasionalmente usarei Om como o pronome para Deus porque usei originalmente esse nome em meus escritos depois do meu coma. "Om" foi o som que eu lembrei de ouvir associado àquele Deus onisciente, onipotente e incondicionalmente amoroso, mas qualquer palavra descritiva é insuficiente.

“Há, alguns dizem, em Deus uma escuridão profunda mas deslumbrante ...”

54 III 6 O Mundo Espiritual Era exatamente isso: uma escuridão escura que também estava cheia de luz. As perguntas e as respostas continuaram. Embora eles ainda não tenham aparecido na forma da linguagem como a conhecemos, a "voz" desse Ser foi calorosa - e, por mais estranho que eu saiba, isso possa parecer pessoal. Entendia os humanos e possuía as qualidades que possuímos, apenas em medida infinitamente maior. Ela me conheceu profundamente e transbordou de qualidades que durante toda a minha vida eu sempre associei com seres humanos e seres humanos sozinhos: calor, compaixão, pathos ... até ironia e humor.

Om me disse que não existe um universo, mas muitos - na verdade, mais do que eu poderia conceber -, mas que o amor está no centro de todos eles. O mal também estava presente em todos os outros universos, mas apenas nos mínimos traços. O mal era necessário porque sem ele o livre- arbítrio era impossível, e sem livre-arbítrio não poderia haver crescimento - nenhum movimento para frente, sem chance de nos tornarmos o que Deus desejava que fôssemos. Horrível e todo- poderoso como o mal às vezes parecia estar em um mundo como o nosso, na imagem maior, o amor era predominantemente dominante e, em última análise, seria triunfante.

Eu vi a abundância de vida através dos incontáveis universos, incluindo alguns cuja inteligência foi avançada muito além da humanidade. Vi que há inúmeras dimensões superiores, mas a única maneira de conhecer essas dimensões é entrar e vivenciá-las diretamente.

Eles não podem ser conhecidos ou entendidos a partir do espaço dimensional inferior. Causa e efeito existem nesses reinos mais elevados, mas fora de nossa concepção terrena deles. O mundo do tempo e do espaço em que nos movemos neste reino terrestre está firmemente e intrincadamente entrelaçado nesses mundos superiores. Em outras palavras, esses mundos não estão totalmente separados de nós, porque todos os mundos são parte da mesma Realidade divina abrangente. A partir desses mundos superiores, poder-se-ia acessar qualquer hora ou lugar em nosso mundo.

Vai levar o resto da minha vida, para descompactar o que aprendi lá em cima. O conhecimento que me foi dado não foi “ensinado” da maneira que uma lição de história ou um teorema de matemática seria.

Os insights aconteceram diretamente, em vez de precisarem ser persuadidos e absorvidos. O conhecimento foi armazenado sem memorização, instantaneamente e para sempre. Ele não desapareceu, como acontece com as informações comuns, e até hoje eu ainda possuo tudo isso, muito mais claramente do que possuo as informações que ganhei durante todos os meus anos na escola.

Isso não quer dizer que eu possa chegar a esse conhecimento assim. Porque agora que estou de volta aqui no reino terrestre, tenho que processá-lo através do meu corpo físico e cérebro limitado. Mas está aí eu sinto isso, colocado no meu próprio ser.

Para uma pessoa como eu, que passou toda a sua vida trabalhando duro para acumular conhecimento e compreender a maneira antiga, a descoberta desse nível mais avançado de aprendizado foi, sozinha, o suficiente para me dar uma ideia para o futuro. Infelizmente para minha família e meus médicos de volta à Terra, a situação era muito diferente.

Após voltar do coma, sem nenhum tipo de sequela, Dr. Eben relata diversas impressões, mas uma me chamou a atenção, e tem a ver com muito do que falamos e discutimos sobre a Física e a Consciência:

Na década de 1920, o físico Werner Heisenberg (e outros fundadores da ciência da mecânica quântica) fez uma descoberta tão estranha que o mundo ainda não chegou a um acordo completo com ela. 55 III 6 O Mundo Espiritual Ao observar fenômenos subatômicos, é impossível separar completamente o observador (isto é, o cientista que faz o experimento) do que está sendo observado. No nosso dia-a-dia, é fácil perder esse fato.

Nós vemos o universo como um lugar cheio de objetos separados (mesas e cadeiras, pessoas e planetas) que ocasionalmente interagem uns com os outros, mas que, no entanto, permanecem essencialmente separados.

No nível subatômico, no entanto, esse universo de objetos separados acaba sendo uma ilusão completa.

No reino do super-super-pequeno, todo objeto no universo físico está intimamente ligado a todos os outros objetos.

Na verdade, realmente não há "objetos" no mundo, apenas vibrações de energia e relacionamentos.

O que isso significava deveria ser óbvio, embora não fosse para muitos. Era impossível perseguir a realidade central do universo sem usar a consciência. Longe de ser um subproduto sem importância dos processos físicos (como eu pensara antes de minha experiência), a consciência não é apenas muito real - é na verdade mais real do que o resto da existência física e, muito provavelmente, a base de tudo isso.

Mas nenhum desses insights foi verdadeiramente incorporado à imagem da realidade da ciência. Muitos cientistas estão tentando fazê-lo, mas até o momento não existe uma “teoria de tudo” unificada que possa combinar as leis da mecânica quântica com as da teoria da relatividade de uma maneira que comece a incorporar a consciência. Todos os objetos no universo físico são compostos de átomos. Os átomos, por sua vez, são compostos de prótons, elétrons e nêutrons. Estes, por sua vez, são (como os físicos também descobriram nos primeiros anos do século XX) todas as partículas. E partículas são compostas de ... Bem, francamente, os físicos não sabem realmente. Mas uma coisa que sabemos sobre as partículas é que cada uma está conectada a todas as outras do universo. Eles são todos, no nível mais profundo, interconectados.

Antes da minha experiência fora, eu estava geralmente ciente de todos estes idéias científicas modernas, mas eram distantes e remotas.

No mundo em que vivi e me mudei - o mundo de carros e casas e mesas de operação e pacientes que se saíram bem ou não, dependendo em parte se eu os operava com sucesso -, esses fatos da física subatômica foram rarefeitos e removidos.

Eles podem ser verdade, mas eles não dizem respeito à minha realidade diária. Mas quando deixei meu corpo físico para trás, experimentei esses fatos diretamente. Na verdade, sinto-me confiante em dizer que, embora eu nem soubesse o termo na época, enquanto estava no Portal e no Núcleo, na verdade estava “fazendo ciência”. Ciência que dependia da ferramenta mais verdadeira e sofisticada, para pesquisa científica que possuímos: Consciência em si.

Quanto mais eu cavava, mais me convenci de que minha descoberta não era apenas interessante ou dramática. Foi científica. Dependendo de com quem você fala, a consciência é o maior mistério que enfrenta a investigação científica ou um total não-problema.

O que é surpreendente é quantos cientistas pensam que é o último. Para muitos - talvez a maioria - dos cientistas, a consciência não vale a pena se preocupar porque é apenas um subproduto de processos físicos. Muitos cientistas vão além, dizendo que a consciência não é apenas um fenômeno

56 III 6 O Mundo Espiritual secundário, mas que, além disso, nem é real. Muitos líderes na neurociência da consciência e da filosofia da mente, no entanto, iriam implorar para diferir.

Nas últimas décadas, eles passaram a reconhecer o “difícil problema da consciência”. Embora a ideia tivesse se fundido por décadas, foi David Chalmers quem a definiu em seu brilhante livro de 1996, The Conscious Mind. O problema difícil diz respeito à própria existência da experiência consciente e pode ser destilada nessas questões: Como a consciência surge do funcionamento do cérebro humano? Como isso está relacionado ao comportamento que acompanha? Como o mundo percebido se relaciona com o mundo real?

O problema é tão difícil de resolver que alguns pensadores disseram que a resposta está completamente fora da ciência. Mas que está fora dos limites da ciência atual que de modo algum deprecia o fenômeno da consciência - na verdade, é uma pista sobre o seu papel insondável no universo.

A ascendência do método científico baseado apenas no reino físico nos últimos quatrocentos anos apresenta um grande problema: perdemos contato com o profundo mistério no centro da existência - nossa consciência. Foi (sob diferentes nomes e expresso através de diferentes visões de mundo) algo bem conhecido e mantido próximo das religiões pré-modernas, mas foi perdido para a nossa secular cultura ocidental à medida que nos tornamos cada vez mais apaixonados pelo poder da ciência moderna e tecnologia.

Para todos os sucessos da civilização ocidental, o mundo pagou caro o preço em termos do componente mais crucial da existência - nosso espírito humano. O lado sombrio da alta tecnologia - guerra moderna e homicídio e suicídio irrefletidos, deterioração urbana, desordem ecológica, mudanças climáticas cataclísmicas, polarização de recursos econômicos - já é bastante ruim.

Muito pior, nosso foco no progresso exponencial da ciência e da tecnologia deixou muitos de nós relativamente privados de significado e alegria, e de saber como nossas vidas se encaixam no grande esquema da existência por toda a eternidade.

Questões relativas à alma e vida após a morte, reencarnação, Deus e Céu provaram ser difíceis de responder através de meios científicos convencionais, o que implicava que eles poderiam não existir.

Da mesma forma, fenômenos ampliados da consciência, como a visão remota, a percepção extra- sensorial, a psicocinese, a clarividência, a telepatia e a precognição, parecem teimosamente resistentes a serem compreendidos por meio de investigações científicas "padrão".

Antes do meu coma, eu duvidava da veracidade deles, principalmente porque nunca os havia experimentado em um nível profundo, e porque não podiam ser facilmente explicados pela minha visão científica simplista do mundo. Como muitos outros céticos científicos, recusei-me a revisar os dados relevantes para as questões relativas a esses fenômenos. Eu julguei os dados, e aqueles que o forneceram, porque minha perspectiva limitada falhou em fornecer a noção mais insignificante de como tais coisas podem realmente acontecer.

Aqueles que afirmam que não há evidência de fenômenos indicativos de consciência ampliada, apesar da esmagadora evidência em contrário, são intencionalmente ignorantes. Eles acreditam que sabem a verdade sem precisar olhar para os fatos.

Para aqueles que ainda estão presos na armadilha do ceticismo científico, recomendo o livro "Mente Irredutível: Rumo a uma Psicologia do Século XXI", publicado em 2007. A evidência para a consciência fora do corpo é bem apresentada nesta rigorosa análise científica. 57 III 6 O Mundo Espiritual Mente Irredutível é um ponto de referência de um grupo altamente respeitável, a Divisão de Estudos de Percepção, com base na Universidade da Virgínia. Os autores fornecem uma revisão exaustiva dos dados relevantes, e a conclusão é inescapável: esses fenômenos são reais, e devemos tentar entender sua natureza se quisermos compreender a realidade de nossa existência.

Fomos seduzidos a pensar que a visão científica do mundo está se aproximando rapidamente de uma Teoria de Tudo - Theory Of Everything ou TOE, que não parece deixar muito espaço para nossa alma, ou espírito, ou para o Céu e Deus.

Minha jornada profunda em coma, fora deste reino físico humilde e na morada mais alta do Criador todo-poderoso, revelou o abismo indescritivelmente imenso entre o nosso conhecimento humano e o reino inspirador de Deus.

Cada um de nós está mais familiarizado com a consciência do que estamos com qualquer outra coisa, e ainda assim entendemos muito mais sobre o resto do universo do que sobre o mecanismo da consciência. É tão perto de casa que está quase para sempre além do nosso alcance.

Não há nada sobre a física do mundo material (quarks, elétrons, fótons, átomos etc.) e, especificamente, sobre a intrincada estrutura do cérebro, que dá a menor pista sobre o mecanismo da consciência.

De fato, a maior pista para a realidade do reino espiritual é esse profundo mistério de nossa existência consciente.

Essa é uma revelação muito mais misteriosa do que os físicos ou neurocientistas se mostraram capazes de lidar, e sua falha em fazê-lo deixou obscura a relação íntima entre a consciência e a mecânica quântica e, portanto, a realidade física.

Para realmente estudar o universo em um nível profundo, devemos reconhecer o papel fundamental da consciência na pintura da realidade. Experimentos em mecânica quântica chocaram os brilhantes pais do campo, muitos dos quais (Werner Heisenberg, Wolfgang Pauli, Niels Bohr, Erwin Schrödinger, Sir James Jeans, para citar alguns) se voltaram para a cosmovisão mística buscando respostas.

Eles perceberam que era impossível separar o experimentador do experimento e explicar a realidade sem consciência. O que descobri além é a imensidão e a complexidade indescritíveis do universo, e essa consciência é a base de tudo o que existe. Eu estava tão totalmente ligado a isso que muitas vezes não havia diferenciação entre “eu” e o mundo que eu estava passando.

Se eu tivesse que resumir tudo isso, eu diria primeiro, que o universo é muito maior do que parece ser se apenas olharmos para suas partes imediatamente visíveis. (Isso não é muito um insight revolucionário, na verdade, como a ciência convencional reconhece que 96 por cento do universo é composto de "matéria escura e energia". Quais são essas entidades escuras? Ninguém ainda sabe.

Mas o que fez a minha experiência incomum foi o imediatismo sacudido com o qual eu experimentei o papel básico da consciência, ou espírito. Não era teoria quando eu aprendi isso lá em cima, mas um fato, esmagador e imediato como uma explosão de ar ártico no rosto.

Nós - cada um de nós - estamos intrinsecamente ligados de forma irremediável ao universo maior. É o nosso verdadeiro lar, e pensar que este mundo físico é tudo o que importa é como se fechar em um pequeno armário e imaginar que não há mais nada além dele.

58 III 6 O Mundo Espiritual O poder crucial da crença em facilitar a “mente sobre a matéria”. Eu ficava confuso como estudante de medicina sobre o poder confuso do efeito placebo - que os estudos médicos tinham que superar os 30% de benefícios que foram atribuídos, para um paciente acreditando que ele estava recebendo remédio que o ajudaria, mesmo que fosse simplesmente uma substância inerte. Em vez de ver o poder subjacente da crença e como isso influencia nossa saúde, a profissão médica vê o copo como "meio vazio" - e que o efeito placebo era um obstáculo à demonstração de um tratamento.

No coração do enigma da mecânica quântica reside a falsidade de nossa noção de localidade no espaço e no tempo. O resto do universo - isto é, a grande maioria dele - na verdade não está distante de nós no espaço. Sim, fisicamente o espaço parece real, mas também é limitado. Todo o comprimento e altura do universo físico é como nada para o reino espiritual do qual se elevou - o reino da consciência (ao qual alguns podem se referir como “a força vital”).

Este outro universo, grandemente maior, não está "longe". Na verdade, é bem aqui, aqui mesmo onde estou, digitando essa frase e ali onde você está, lendo. Não está longe fisicamente, mas simplesmente existe em uma freqüência diferente.

Heaven is for Real - O céu é para valer: a história de um garoto de sua viagem ao céu e a volta - Todd Burpo, Sonja Burpo, Colton Burpo e Lynn Vincent

"Um vislumbre belamente escrito no céu que irá encorajar aqueles que duvidam e emocionam aqueles que acreditam."

Ron Hall, co-autor de Same Kind of Different as Me

"Você se lembra do hospital, Colton?" Sonja disse. "Sim, mamãe, eu lembro", disse ele. "É aí que os anjos cantaram para mim."

Quando Colton Burpo passou por uma apendicectomia de emergência, sua família ficou radiante com sua sobrevivência milagrosa. O que eles não esperavam, porém, era a história que surgiu nos meses que se seguiram - uma história tão linda quanto extraordinária, detalhando a viagem de seu filho para o céu e para trás.

Colton, que ainda não tinha quatro anos, disse a seus pais que ele deixou o corpo durante a cirurgia - e autenticou essa afirmação descrevendo exatamente o que seus pais estavam fazendo em outra parte do hospital enquanto ele estava sendo operado. Ele falou de visitar o céu e retransmitir histórias contadas a ele por pessoas que ele conheceu lá que ele nunca conheceu na vida, compartilhando eventos que aconteceram antes mesmo de ele nascer. Ele também surpreendeu seus pais com descrições e detalhes obscuros sobre o céu que combinavam exatamente com a Bíblia, embora ele ainda não tivesse aprendido a ler.

Com a inocência desarmada e a ousadia franca de uma criança, Colton fala de conhecer membros da família há muito abandonados. Ele descreve Jesus, os anjos, quão “realmente grandes” Deus é, e quanto Deus nos ama. Recontado por seu pai, mas usando as palavras singularmente singulares de Colton, Heaven Is for Real oferece um vislumbre do mundo que nos espera, onde, como diz Colton, "ninguém é velho e ninguém usa óculos".

59 III 6 O Mundo Espiritual NDE referências

Baseadas no trabalho The Holographic Universe de Michael Talbot

Atualmente, quase todo mundo já ouviu falar de experiências de quase morte, ou NDEs, incidentes nos quais indivíduos são declarados clinicamente "mortos", são ressuscitados, e relatam que durante a experiência eles deixaram seu corpo físico e visitaram o que parecia ser o reino de a vida após a morte.

Em nossa própria cultura, as EQMs surgiram pela primeira vez em 1975, quando Raymond A. Moody, Jr., um psiquiatra que também tem doutorado em filosofia, publicou sua investigação best- seller sobre o assunto,

Vida após a Vida. Pouco tempo depois, Elisabeth Kubler-Ross revelou que ela havia conduzido pesquisas semelhantes e duplicado as descobertas da Moody's.

De fato, à medida que mais e mais pesquisadores começaram a documentar o fenômeno, ficou cada vez mais claro que as EQMs não eram incrivelmente difundidas - uma pesquisa Gallup de 1981 descobriu que oito milhões de americanos adultos haviam experimentado uma EQM, ou aproximadamente uma pessoa em vinte. provas convincentes até à data para a sobrevivência após a morte.

As EQMs parecem ser um fenômeno universal. São descritos detalhadamente no Livro Tibetano dos Mortos do século VIII e no livro egípcio dos mortos, de 500 anos de idade.

No Livro X da República, Platão faz um relato detalhado de um soldado grego chamado Er, que veio vivo apenas alguns segundos antes de sua pira funerária ser acesa e disse que ele havia deixado seu corpo e passou por uma "passagem" para a terra dos mortos.

O Venerável Beda dá uma conta semelhante em sua obra do século VIII A History ofthe English Church and People, e, de fato, em seu recente livro Otkerworld Journeys, Carol Zaleski, professor de estudo da religião em Harvard, aponta que a literatura medieval está cheio de relatos de EQMs.

NDEs também não possuem características demográficas únicas. Vários estudos demonstraram que não há relação entre as EQMs e a idade, sexo, estado civil, raça, religião e / ou crenças espirituais, classe social, nível educacional, renda, freqüência de freqüência à igreja, tamanho da comunidade domiciliar ou área residencial. As EQMs, como os relâmpagos, podem atacar qualquer pessoa a qualquer momento. Os devotos religiosos não são mais propensos a ter uma EQM do que os não crentes.

Um dos aspectos mais interessantes do fenômeno NDE é a consistência que se encontra da experiência à experiência. Um resumo de uma EQM típica é o seguinte:

Uma pessoa está morrendo e de repente se encontra flutuando acima de seu corpo e observando o que está acontecendo. Em poucos momentos ela viaja a grande velocidade através de uma escuridão ou de um túnel.

Ela entra em um reino de luz ofuscante e é recebido calorosamente por amigos e parentes recentemente falecidos.

Frequentemente ouve-se música indescritivelmente bela e se tem visões - prados ondulantes, vales cheios de flores e riachos cintilantes - mais encantadores do que qualquer coisa que se tenha visto na Terra.

60 III 6 O Mundo Espiritual Neste mundo cheio de luz, não se sente dor ou medo e é impregnado de um sentimento irresistível de alegria, amor e paz.

A pessoa encontra um "ser (e / ou seres) de luz" que emanam um sentimento de enorme compaixão e é estimulado pelo (s) ser (es) a experimentar uma "revisão da vida", uma repetição panorâmica de sua vida. Ela fica tão arrebatada por sua experiência dessa realidade maior que deseja nada mais do que ficar. No entanto, o ser diz a ela que ainda não é sua hora e a persuade a voltar à sua vida terrena e reingressar em seu corpo físico.

Deve-se notar que esta é apenas uma descrição geral e nem todas as NDEs contêm todos os elementos descritos. Alguns podem não ter alguns dos recursos mencionados acima, e outros podem conter ingredientes adicionais.

As armadilhas simbólicas das experiências também podem variar. Por exemplo, embora as pessoas que experimentam a EQM nas culturas ocidentais tendam a entrar no reino da vida após a morte ao passar por um túnel, as pessoas que passam por outras culturas podem caminhar por uma estrada ou passar por cima de uma massa de água para chegar ao mundo além.

No entanto, há um surpreendente grau de concordância entre as EQMs relatadas por várias culturas ao longo da história. Por exemplo, a revisão de vida, uma característica que surge repetidas vezes nas EQMs dos dias modernos, também é descrita no Livro Tibetano dos Mortos, o Livro dos Mortos Egípcio, no relato de Platão sobre o que Er experimentou. durante a sua permanência no além, e nos escritos yogues de 2.000 anos do sábio indiano Patanjali.

A similaridade transcultural os laços entre as EQMs também foram confirmados em um estudo formal. Em 1977, Osis e Haraldsson compararam quase novecentas visões do leito de morte relatados pelos pacientes para médicos e outros profissionais médicos na Índia e os Estados Unidos e constataram que, embora houvesse diferenças culturais - por exemplo, os americanos tendem a ver ser de luz como uma personagem religiosa cristã e indianos percebido ser hindu - o "núcleo" da experiência foi substancialmente o mesmo e assemelhava-se às EQM descritas por Moody e Kubler-Ross.

Embora a visão ortodoxa das EQMs seja de que são apenas alucinações, há evidências substanciais de que esse não é o caso. Assim como nas EFCs - Experiências Fora do Corpo, quando as pessoas que passam pela NDE estão fora do corpo, elas são capazes de relatar detalhes que não possuem meios sensoriais normais de conhecimento.

Por exemplo, Moody relata um caso em que uma mulher deixou seu corpo durante a cirurgia, flutuou até a sala de espera e viu que sua filha usava roupas mal combinadas . Como se viu, a empregada a vestiu tão apressadamente que não tinha notado o erro e ficou surpresa quando a mãe, que não viu fisicamente a menina naquele dia, comentou sobre o fato.

Em outro caso, depois de deixar seu corpo, uma mulher que passou por uma NDE, foi até o saguão do hospital e ouviu seu cunhado dizer a um amigo que parecia que ele teria que cancelar uma viagem de negócios e, em vez disso, seria um dos carregadores do caixão da sua cunhada. Depois que a mulher se recuperou, ela repreendeu seu espantado cunhado por tentar despachá-la tão rapidamente.

E estes não são nem mesmo os exemplos mais extraordinários de consciências sensorial no estado fora do corpo de uma NDE.

61 III 6 O Mundo Espiritual Pesquisadores da EQM descobriram que mesmo pacientes que são cegos e não têm percepção da luz há anos podem ver e descrever com precisão o que está acontecendo ao redor deles quando deixam seus corpos durante uma EQM.

Kubler-Ross encontrou vários desses indivíduos e os entrevistou longamente para determinar sua precisão. "Para nosso espanto, eles foram capazes de descrever a cor e o design das roupas e joias que as pessoas presente usavam ", afirma.

As mais surpreendentes de todas são aquelas EQMs e visões do leito de morte de dois ou mais indivíduos. Em um caso, quando uma mulher que passou pela ENDE se viu passando pelo túnel e se aproximando do reino da luz, viu uma amiga dela voltar! Ao passarem, o amigo comunicou telepaticamente a ela que ele havia morrido, mas estava sendo "mandado de volta". A mulher também foi "mandada de volta" e, depois que ela se recuperou, descobriu que sua amiga havia sofrido uma parada cardíaca.

E se ainda houver alguma dúvida, outro argumento contra a ideia de que as EQMs são alucinações é sua ocorrência em pacientes com EEGs - Eletrocardiogramas planos. Em circunstâncias normais, sempre que uma pessoa fala, pensa, imagina, sonha ou faz praticamente qualquer outra coisa, seu EEG registra uma enorme quantidade de atividade.

Até as alucinações podem ser medidas no EGG. Mas há muitos casos em que pessoas com EEGs planos tiveram EQMs. Se as EQMs fossem alucinações simples, elas teriam se registrado em seus EEGs.

Em suma, quando todos esses fatos são considerados juntos - a natureza difundida da EQM, a ausência de características demográficas, a universalidade da experiência central, a capacidade das pessoas que passam por EQMs de ver e saber coisas que não têm meios sensoriais normais de ver e saber, e a ocorrência de EQMs em pacientes com EEGs planos - a conclusão parece inevitável: pessoas que têm EQMs não estão sofrendo de alucinações ou fantasias ilusórias, mas estão realmente fazendo visitas a um nível inteiramente diferente da realidade.

III 6.4.2 - OBE - Out of Body Experience - Experiência Fora do Corpo - EFC.

Segundo a Wikipedia, uma Experiência Fora do Corpo - EFC ou OBE é uma experiência que tipicamente envolve a sensação de flutuar fora do corpo e, em alguns casos, a sensação de perceber o corpo físico como se estivesse fora do corpo - autoscopia.

O termo experiência fora do corpo foi introduzido em 1943 por GNM Tyrrell em seu livro Apparitions, e foi adotado por pesquisadores como Celia Green e Robert Monroe como uma alternativa aos rótulos centrados na crença, tais como como "projeção astral", "viagem da alma" ou "caminhada espiritual".

As OBEs normalmente são naturais, alguns poucos indivíduos podem controlá-las e também podem ser induzidas por traumas cerebrais, privação sensorial, experiências de quase morte, drogas dissociativas e psicodélicas, desidratação, sono e estimulação elétrica do cérebro, entre outros.

Também podem ser deliberadamente induzidas por alguns. Uma em cada dez pessoas teve uma OBE pelo menos uma vez, ou mais comumente, várias vezes em sua vida.

Neurocientistas e psicólogos consideram as OBEs como experiências dissociativas decorrentes de diferentes fatores psicológicos e neurológicos. Os cientistas consideram as OBEs como sendo uma experiência de um estado mental, como um sonho ou um estado alterado de consciência, sem recorrer ao paranormal. 62 III 6 O Mundo Espiritual Charles Richet (1887) sustentou que as OBEs são criadas pelos processos de memória e imaginação do sujeito e não são diferentes dos sonhos.

James H. Hyslop (1912) escreveu que OBEs ocorrem quando a atividade da mente subconsciente dramatiza certas imagens para dar a impressão de que o sujeito está em um local físico diferente.

Eugéne Osty (1930) considerou as OBEs nada mais que o produto da imaginação.

Outros pesquisadores como Schmeing (1938) apoiaram teorias psicofisiológicas. G. N. M. Tyrrell interpretou EFCs como construções alucinatórias relacionadas aos níveis subconscientes de personalidade. Donovan Rawcliffe (1959) conectou a experiência da OBE com a psicose e a histeria.

Outros pesquisadores discutiram os fenômenos de OBE em termos de distorção da imagem corporal - Horowitz (1970) e despersonalização - Whitlock (1978).

Os psicólogos Nandor Fodor (1959) e Jan Ehrenwald (1974) propuseram que uma OBE é um mecanismo de defesa projetado para lidar com a ameaça de morte.

Segundo Irin e Watt (2007), Jan Ehrenwald descreveu a experiência fora do corpo (OBE) como uma confirmação imaginária da questão da imortalidade, uma tentativa ilusória de assegurar-nos de que possuímos uma alma que existe independentemente do indivíduo.

Os psicólogos Donald Hebb (1960) e Cyril Burt (1968) escreveram sobre a interpretação psicológica das OBEs envolvendo imagem corporal e imagens visuais.

Graham Reed (1974) sugeriu que a OBE é uma reação de estresse a uma situação dolorosa, como a perda do amor.

John Palmer (1978) escreveu que a OBE é uma resposta a uma mudança de imagem corporal que causa uma ameaça à identidade pessoal.

Seeing Myself - The New Science of Out of Body Experiences - Susan Blackmore

Em 2002, um artigo sobre OBEs foi publicado, não em um periódico obscuro ou especializado em parapsicologia, mas na Nature, possivelmente a mais prestigiosa revista científica do mundo. O título: "A parte do cérebro que pode induzir experiências fora do corpo foi localizada."

Essa descoberta ocorreu quase por acidente, com o trabalho do neurocirurgião suíço Olaf Blanke e seus colegas em Zurique (Blanke et al., 2002). Ele e sua equipe estavam operando uma mulher de 43 anos que sofria ataques epilépticos frequentes há onze anos. Sua condição não respondia às drogas e ela não podia ser tratada até que os cirurgiões encontrassem o foco epiléptico, um lugar no cérebro onde o processo se inicia.

Uma técnica avançada permite estimular, com grande precisão, muitos lugares na superfície do cérebro e depois medir as convulsões resultantes. Isso significava abrir o crânio o suficiente para inserir uma série de eletrodos na superfície do cérebro. Eles são chamados de "eletrodos subdurais" porque estão espalhados abaixo da dura-máter, a membrana externa resistente do cérebro.

Um destes estímulos, causou na paciente uma experiência de OBE - EFC, ou ela se viu acima de seu corpo, quando um determinado ponto foi estimulado.

A parte do cérebro que induziu OBEs no paciente epiléptico é mostrada na figura da superfície do hemisfério direito a partir de imagens de ressonância magnética. 63 III 6 O Mundo Espiritual Os pontos mostram a posição dos eletrodos subdurais. Os dois pontos indicados pela seta são as posições que, quando estimuladas em baixa intensidade, induzem distorções corporais e em alta intensidade produzem OBEs. Esta foi a descoberta de Blanke, quando tentava determinar o foco epiléptico de sua paciente.

Figuras do livro - Seeing Myself: The New Science of Out-of-body Experiences de Susan Blackmore

O ponto crucial está no giro angular direito, uma pequena área do cérebro na junção temporoparietal, ou TPJ - TemporoParietal Junction, no hemisfério direito.

Mas esta não foi a única experiência, outras anteriores forma observadas, por exemplo, na décadfa de 1930, sem drogas eficazes para tratar a epilepsia, o neurocirurgião canadense, Wilder Penfield, operava epilépticos quando nenhum outro tratamento era possível. Abrindo o crânio e usando eletrodos estimulava pontos nos cérebros expostos dos pacientes para tentar localizar o foco epiléptico. Em uma ocasião, ao tocar o lobo temporal direito do paciente, este gritou: "Oh Deus! Estou deixando meu corpo” (Penfield, 1955).

Pesquisadores suíços compararam nove pacientes que relataram OBEs com oito outros que não relataram. Em oito dos nove pacientes com OBE, o dano foi no córtex temporal e / ou parietal direito e, mais frequentemente, no TPJ.

Susan Balckmore relata: — Talvez isso não signifique nada. Você pode argumentar que ainda não podemos explicar a OBE só porque os cientistas descobriram o local que pode induzir um. Na verdade, essa descoberta poderia funcionar de qualquer maneira. Alguns alegarão isso como prova de que a OBE é perfeitamente natural, enquanto outros podem alegar que perturbar o cérebro libera o verdadeiro espírito de sua casca corporal. E talvez haja uma terceira possibilidade: que haja dois tipos de experiência totalmente diferentes; a OBE artificialmente induzida, baseada no cérebro, que é uma alucinação, e o tipo verdadeiramente espiritual, o que não é. Nesse caso, não devemos cometer o erro de confundi-los. Isso nos leva às duas teorias que podemos definir como a seguir, no contexto do que sabemos sobre o cérebro.

Aqui estão algumas sugestões para diferentes versões dos dois tipos principais:

A. Algo deixa o corpo (teorias dualistas em que todos temos alma, espírito ou corpo astral). 1. O cérebro sempre libera a alma após a morte e, se estimulado da maneira correta durante a vida, pode fazer o mesmo. 64 III 6 O Mundo Espiritual 2. 2. O cérebro é um recipiente ou canal para a alma e impede que ele saia até a morte, mas em algumas circunstâncias a alma pode ser acidentalmente liberada durante a vida.

B. Nada deixa o corpo (o dualismo é falso; mente e cérebro não são separados e não há alma, espírito ou corpo astral). 1. O cérebro às vezes pode criar a sensação, ou alucinação, de deixar o corpo e, quando estimulado da maneira correta, o faz. 2. 2. O cérebro constrói nossa sensação normal de estar dentro do corpo e quando ele funciona mal, temos a ilusão de deixar o corpo.

Existem dois tipos diferentes de OBE: OBEs "reais", nas quais algo sai do corpo, e "falsas", que são ilusões ou alucinações. Como podemos descobrir qual é o certo? Simplesmente encontrar o "ponto OBE" no cérebro não é suficiente para resolver o problema. De fato, essa descoberta lembra os argumentos sobre o chamado "ponto de Deus".

Quando MRI - Magnetic Resonance Imaging - Imagens de Ressonância Magnética, foram usadas para mostrar que as experiências espirituais estimulam determinadas áreas do cérebro. os meios de comunicação foram rápidos em proclamar que o "ponto Deus" havia sido encontrado.

Argumentos logo se polarizaram naqueles que achavam que isso mostrava que não há necessidade de um Deus (Ramachandran & Blakeslee, 1998), e outros que afirmavam o contrário - que Deus usa esse ponto no cérebro para fazer sua presença ser sentida, ou que "nós" usamos nossos cérebros para contatar o divino (Newberg & D'Aquili, 2001). Outros foram ainda mais longe, alegando que a "sede da alma" havia sido encontrada; ou "a parte do cérebro que literalmente se comunica com Deus"; "O lugar onde o mundo material e o espiritual se encontram" (Morse, 1990).

Entre os experimentos que provocaram o debate sobre God spot ou ponto de Deus, e lançaram as bases para o novo campo da neuroteologia, temos o de freiras Carmelitas que passaram por um scanner enquanto "subjetivamente em um estado de união com Deus" (Beauregard & Paquette, 2006). Outro testou freiras Franciscanas profundamente em oração e meditadores Budistas em seu estado mais profundo de meditação (Newberg et al., 2003). Usando um método chamado SPECT - Single Photon Emission Computer Tomography ou Tomografia Computadorizada de Emissão de Fóton Único, os neurocientistas Andrew Newberg e Eugene D'Aquili encontraram "uma redução acentuada nos níveis de atividade" em parte do lobo parietal posterior. Eles chamavam isso de "área de associação de orientação" porque orienta a pessoa no espaço físico e distingue seu próprio corpo do resto do mundo. Eles especularam que, quando privados de estímulos sensoriais durante a meditação profunda ou a oração, esta área não seria mais capaz de distinguir o eu do outro e a pessoa se sentiria unida a todos ou a Deus (Newberg & D'Aquili, 2001). A experiência é "biologicamente, observável e cientificamente real", declararam.

Isso sugere o início de uma explicação naturalista para o sentido místico de unidade ou não- dualidade, mas não é isso o que Newberg e D'Aquili quiseram dizer. Para eles, a experiência não é "um delírio causado pelos desentendimentos químicos de um feixe de células nervosas". Em vez disso, esses processos cerebrais evoluíram "para permitir que os seres humanos transcendessem a existência material e. . . conectar-se com uma parte mais profunda e espiritual de nós mesmos."

Percebemos que as conexões entre OBEs e experiências espirituais são profundas. Quer se tenha uma breve OBE ou uma profunda experiência religiosa, cabe a pergunta: Somos um espírito que pode deixar o corpo? Somos um com Deus ou com o universo? Se não, o que somos?

65 III 6 O Mundo Espiritual Nas OBEs, o eu ainda é uma entidade consciente separada, mesmo que pareça ter deixado o corpo, enquanto nas experiências místicas e religiosas, o sentido do eu pode ser completamente perdido na unicidade ou na não-separação.

As pessoas religiosas podem interpretar isso como uma fusão com Deus ou o divino. Os budistas podem vê-lo como uma realização de anatta ou não-eu - a idéia de que o eu não é uma essência eterna ou uma entidade persistente, mas impermanente como todo o resto.

Os não-religiosos podem pensar que sua experiência revela a interconexão de tudo no universo ou é uma realização da não-dualidade. Meditadores de longo prazo, seja em tradições religiosas ou seculares, freqüentemente relatam que seu senso de ser um eu persistente é radicalmente transformado por sua prática.

Podemos imaginar uma unicidade, onde o eu dissolve-se no mundo não deixando nenhuma distinção. Somos uma entidade consciente, pensante, habitando um corpo físico, ou isso é uma ilusão?

Do ponto de vista físico a TPJ está profundamente envolvida na constatação de nosso senso de identidade. As áreas em que os dois lóbulos se encontram estão idealmente posicionadas para reunir informações multi-sensoriais de nossos olhos, ouvidos, pele e músculos para construir um esquema corporal e uma imagem corporal (Decety & Lamm, 2007). Incorpora informações das emoções, da memória e dos sentidos através do sistema límbico, do tálamo e de partes do córtex e, especialmente, do córtex pré-frontal, para construir uma impressão de onde o nosso corpo está e o que está fazendo.

Consciência além do Cérebro

“ Eu estava encontrando a realidade de um mundo de consciência que existia completamente livre das limitações do meu cérebro físico. . . Minha experiência me mostrou que a morte do corpo e do cérebro não é o fim da consciência, que a experiência humana continua além do túmulo. . . O lugar que eu fui era real. Real de uma forma que torna a vida que estamos vivendo aqui e agora completamente onírica em comparação". Eben Alexander (2012).

Apesar da maioria dos cientistas explicar as OBEs como ilusões e fabricações mentais até mesmo patológicas, muitos outros não as consideram. Os estudos científicos atualmente principalmente da Neurociência, partem do princípio que a consciência, o mental e até o paranormal originam-se no cérebro humano que é responsável por todos estes fenômenos, incluindo os NDEs - Near Dead Experiences.

Susan Blakmore relata sua OBE:

"Eu tinha apenas dezenove anos quando tudo que eu achava que conhecia foi derrubado e minha vida mudou de direção. Se eu tivesse imaginado um futuro em algum trabalho universitário sensato, isso agora era impossível, pois estava determinado a entender o que havia acontecido comigo. Por apenas algumas horas eu não estava mais confinado a um corpo físico lento e pesado, mas escapei através de um túnel para um mundo de vôo, explorando o mundo de fora do meu corpo e finalmente entrando na experiência mística da unidade, da unidade com o mundo. universo.

Minhas lembranças daquela noite são curiosamente vívidas, como as pessoas costumam dizer sobre suas memórias de NDEs, OBEs e experiências místicas. É como se elas tivessem um brilho, proximidade e intensidade de sentimentos que outras memórias antigas não têm, e estudos de memórias NDE confirmam isso. 66 III 6 O Mundo Espiritual Certa Noite, em Novembro

Eu estava sentada de pernas cruzadas no chão, tarde da noite. Com o sono privado e cansada depois de horas de segurar meu braço no tabuleiro Ouija, minha mente já estava vagando quando as alucinações começaram.

Diferentemente de eventos posteriores, essas visões flutuantes não pareciam reais, o que significa que elas tecnicamente deveriam ser chamadas de "pseudo-alucinações". A música tocava em um toca-discos portátil, embora eu tenha esquecido o que era; provavelmente Pink Floyd, Led Zeppelin ou Grateful Dead. Fosse o que fosse, se transformou em padrões multicoloridos pulsando com os ritmos, entremeados com imagens incrivelmente nítidas e detalhadas de diferentes lugares que surgiram brevemente e desapareceram. Então um túnel se formou e eu comecei a correr ao longo dele, acompanhado por um ruído estrondoso como se eu fosse um cavalo galopando por uma avenida arborizada em direção a uma luz distante.

Eu escrevi que tudo isso durou… por cerca de meia hora - das 12:00 às 12:30 - e então veio a transição. Então fica claro que eu imediatamente senti a diferença entre o que eu tomei como efeitos de drogas familiares e algo bem novo. Meus pés pareciam estar longe e senti uma parede de brancura à deriva passando por mim. O que eu vi de olhos abertos deixou de fazer sentido, então eu os fechei e os mantive fechados enquanto me sentia como se estivesse subindo para o teto e gentilmente vagando.

Eu ainda podia ouvir a música e os outros conversando, mas eles pareciam muito distantes, e quando Vicki perguntou se eu gostaria de tomar um café, eu não pude responder. Então ela saiu do quarto. Sozinha com Kevin, ele me fez a pergunta mais estranha: "Onde você está, Sue?"

Enquanto eu tentava descobrir onde estava, tudo de repente desapareceu. Eu estava perto do teto e olhando para baixo. Eu poderia até me ver - o corpo abaixo - responder. Parecia capaz de controlar o corpo todo e vê-lo como se fosse outra pessoa, e continuei falando assim durante as próximas três horas. Eu escrevi: Eu era de alguma forma capaz de conceber estar nos dois lugares ao mesmo tempo, ou melhor, estar em um lugar, mas ainda ter o conhecimento e a percepção do corpo em outro. Minha visão agora não era nada parecida com essas alucinações. de cor e forma ou mesmo o túnel de folhas: era real.

Olhando para baixo de lá, a cena parecia tão real, ainda mais real, do que olhar para fora dos meus olhos parecia toda a minha vida. Logo vi o cordão de prata, um fio branco-acinzentado brilhante, curvando-me e movendo-me devagar. O "eu" lá em cima parecia ser feito de uma substância similar, apenas mais densa e sólida, e o cordão se esticava da minha barriga até o pescoço do corpo abaixo.

Tudo na sala parecia claro e normal e, com o incentivo de Kevin, parti para explorar o mundo lá fora. Eu assobiei através de outro quarto e para o céu noturno. Ao sobrevoar os telhados da faculdade, um pequeno lampejo de ceticismo me levou a dar uma boa olhada nas antigas calhas, nos tubos de descida e nas chaminés e depois parti. Algumas de minhas viagens são um tanto tediosas para contar enquanto eu voei por muito tempo no que eu tomei como sendo os planos astrais - mesmo assim imaginando se este era o mundo físico real ou algum tipo de versão astral criada pela mente que se parecia com o mundo físico. .

67 III 6 O Mundo Espiritual Meu encontro com uma ilha no Mediterrâneo se destaca em minha memória

Quando me aproximei da ilha, pude ver sua forma, que era quase em forma de estrela, com pontos muito afiados, mas a forma parecia estar mudando o tempo todo e pulsando com a música. Fiquei ainda mais animada e tentei contar aos outros o que eu estava vendo quando cheguei cada vez mais perto.

Foi neste momento que descobri o que seria de tal importância mais tarde - que eu poderia mudar de forma à vontade. Até agora eu estava ciente de que poderia produzir mãos à vontade, mas agora eu era capaz de perder completamente a minha forma corporal e ter qualquer forma que quisesse.

Eu me estiquei sobre a ilha e observei mudar de forma. Então, por ser uma forma plana e fina, pensei em descer entre as árvores. Pela primeira vez fiquei com um pouco de medo ao pensar que o cordão poderia ficar emaranhado e quebrado nas árvores: no entanto, logo descobri que ele poderia passar entre as árvores ou através delas sem nenhuma dificuldade e que eu não teria que me preocupar. sobre isso em tudo. Eu estava novamente um pouco assustada porque estava tudo escuro e. . . traiçoeiramente, sob as árvores.

Sentimentos de prazer e desprazer eram muito exagerados e a sensação de estar naquela escuridão era intensa. No entanto, assim que descobri que podia subir de novo à vontade, perdi o medo e estava gostando de entrar e sair das árvores. Outra impressão que tive da ilha foi que tinha cem árvores. Eu estava realmente empolgado com a ideia engraçada de haver exatamente esse número.

Aprender a controlar minha forma e tamanho significava que eu podia flutuar na superfície da água, deitar em pedras afiadas ou pular penhascos desmoronados sem tocá-los. E o tempo todo eu ainda podia ouvir a música no quarto de Vicki.

Isso não parecia estranho, "nem parecia difícil concentrar-se em tantas coisas ao mesmo tempo." Em certo momento, tive a forte impressão de que todos abaixo de mim, na terra comum, estavam trabalhando terrivelmente - que estavam se esforçando desnecessariamente…

Este novo mundo de pensamento parecia muito mais real do que o mundo de arrastar corpos ao redor e ficar exausto. Eu me senti extremamente arrependida por eles, ao mesmo tempo percebendo que teria que trabalhar assim novamente um dia.

Se eu não tivesse escrito isso, eu poderia ter esquecido essa pequena esquisitice porque parecia não ter significado na época. Agora eu vejo de forma diferente. Às vezes eu ficava assustada. Quando caí entre árvores ou entre prédios altos, a atmosfera era úmida e escura; Eu temia que nunca pudesse escapar.

Banhada por ondas, achei que poderia me afogar. Ainda eu estava aprendendo gradualmente como controlar meus movimentos e escapar de qualquer coisa que eu não gostei. Havia uma sensação de falta de esforço sobre tudo isso: tudo que eu tinha que fazer era pensar em alguma coisa ou em algum lugar e eu estaria lá.

No entanto, havia esquisitices sobre esse "viajar pelo pensamento". Se eu olhasse para baixo, me movia para cima e, se olhasse para cima, descia. Mas, para me mover horizontalmente, tive que olhar para onde queria ir.

68 III 6 O Mundo Espiritual Para distâncias mais curtas eu poderia pensar em onde eu queria estar e chegar lá quase instantaneamente ou em saltos curtos. Para distâncias mais longas eu voei alto e em grande velocidade com muito pouco controle.

Em uma dessas viagens, cheguei em Oxford e disse "olá" para Vicki e Kevin, que ainda estavam lá, ouvindo pacientemente meus comentários. Abri os olhos brevemente, mas o conflito com a minha visão interior era grande demais. Um pouco segura de que eu poderia voltar se quisesse, parti de novo.

Foi no segundo retorno ao meu corpo que tudo mudou novamente. Eu podia ver Vicki, Kevin e o quarto claramente, mas quando olhei para o meu próprio corpo, fiquei chocada. Era uma estranha cor marrom e tinha uma borda irregular ao redor do pescoço onde a cabeça estava. Intrigada, eu me encontrei pousando na borda como uma mosca, antes de entrar. Tudo isso, tanto quanto me lembro, foi muito divertido. Eu me aproximei, explorando o que parecia ser uma casca vazia, subindo e descendo as pernas e os pés.

Eu fiz tanto barulho que Vicki ficou com raiva e me disse para calar a boca, e então eu disse a ela para levar "aquele corpo" embora. Até agora eu tinha perdido a sensação de que esse corpo era realmente meu ou que eu poderia controlá-lo.

Suponho que foi o desejo de voltar ao normal que me levou a tentar ficar maior, a encher aquela concha vazia e recuperar o controle. Mas esta tentativa falhou espetacularmente. Em vez de crescer para o tamanho certo e assumir o controle do meu corpo novamente, eu simplesmente cresci e cresci, e continuei crescendo. Eu expandi através da sala e através de meus amigos, através do edifício e das ruas, através dos lugares subterrâneos de Oxford, toda a Inglaterra e, finalmente, a Terra.

Escrevi que "tive a maravilhosa experiência de poder olhar para a Terra ao redor dela", uma habilidade que só posso imaginar vagamente em retrospecto. E daí eu continuei expandindo até que não havia para onde ir. Expandindo cada vez mais rápido, mas indo a lugar nenhum, eu era simplesmente tudo o que era, e nada mais existia.

É difícil descrever esses estágios finais. Eles são, como muitos místicos dizem, inefáveis. Mas posso tentar dizer algo e esperar que não seja muito afetado por outras experiências que aconteceram desde então. Ser tudo era mais como ser um vasto espaço do que uma coleção de coisas - mais como estar em toda parte e em nenhum lugar como um espaço incognoscível em que tudo acontece, mas nada acontece.

Se isso parece estranho, posso dizer que nem o tempo nem o espaço tiveram seus significados comuns mais. As coisas aconteceram, mas não aconteceram em nenhuma estrutura reconhecível de tempo e localização. Era como se tudo fosse apenas como deveria ser e completar, mas ainda assim sempre mudando. Tive a sensação de saber coisas ou de aprender coisas sobre as quais agora não posso dizer nada. Eu tinha a sensação de que isso era obviamente como as coisas deveriam ser, embora eu nunca tivesse percebido isso antes - uma sensação de retidão e paz; nada a ser feito, nenhum lugar para ir.

A essa altura, Kevin estava preocupado e começou a fazer perguntas. O que eu estava fazendo? Eu poderia ver mais alguma coisa? O que veio depois? Eles pareciam perguntas bobas - afinal, isso era "isso". No entanto, de alguma forma eles mudaram tudo. Enquanto eu lutava para responder, parecia que eu estava nadando através de algum tipo de névoa branca ou nuvem para obter o menor vislumbre de outro mundo.

69 III 6 O Mundo Espiritual Através deste véu, parecia haver uma grande planície aberta e, de todos os lados, senti que alguém ou alguma coisa, ou algum tipo de consciência, estava observando minhas pequenas lutas patéticas com diversão amena e amável.

As palavras "o quão longe você for, há sempre algum lugar mais longe", ecoou em minha mente quando a planície desapareceu. E foi isso. Exausta, não aguentei mais.

Vicki estava ansiosa para dormir, mas não havia como eu simplesmente voltar ao normal. Com Kevin constantemente me incentivando, eu lutei e lutei para voltar para dentro do corpo. A princípio pareceu fácil, mas assim que abri os olhos, pareci sair do corpo de novo e terminar onde quer que estivesse olhando. Então eu tive que começar de novo para voltar, tente novamente, falhar; tente novamente. Os cantos apresentaram um desafio especial, pois pareciam incapazes de entender como três dimensões poderiam se encontrar em um só lugar.

Continuei falando comigo mesmo, dizendo: "Onde quer que você vá, você tem que levar o corpo com você." Ou "Você só pode estar em um lugar de cada vez." Então, gradualmente, depois de cerca de três quartos de hora, esse outro "eu" era mais ou menos coincidente com meu corpo físico e eu cuidadosamente me levantei.

O quarto parecia muito estranho e meus amigos também. O mesmo aconteceu com o meu próprio corpo. Olhando para mim mesmo, eu ainda podia ver as coisas esbranquiçadas de que eu havia sido feito. Foi mais ou menos coincidente com o meu corpo, mas não completamente e ainda levemente em movimento. Em volta dos outros havia um brilho pálido semelhante, como se também tivessem outro corpo ou uma aura viva. E mais longe do que isso era outro corpo que eu podia sentir com minhas mãos, mas não ver.

Ao redor de Kevin, ele se estendia por um longo caminho; em torno de Vicki, muito menos. Era essa a aura dos ocultistas que os médiuns podiam ver e as pessoas comuns não podiam? Meu terceiro olho foi aberto? Eu brinquei com essas sensações por algum tempo antes de cautelosamente dar alguns passos e voltar para o meu próprio quarto.

Vicki ficou muito aliviada. Kevin disse que seria perigoso ir dormir porque meu corpo astral poderia sair de novo e não conseguir voltar, então ele me manteve acordada até bem cedo na manhã seguinte.

Eu finalmente dormi e, até onde sei, meu corpo astral não fez nada disso. Mas eu me senti muito estranho de fato. Enquanto andava de bicicleta por Oxford, parecia estar me observando de um lado e quase caindo da minha bicicleta. Em um tutorial, dois dias depois, meu tutor bastante rígido me disse para me recompor e prestar atenção.

Como eu gravei no meu diário, ela disse: "Você parece estar flutuando em uma nuvem em algum lugar", e eu deixei escapar: "Eu sou!" E então senti que tinha que dar algum tipo de explicação. Ela parecia genuinamente interessada, então eu disse a ela mais ou menos sobre isso, até que, eventualmente, ela disse que éramos um pouco estúpidos por estarmos brincando com drogas em uma idade tão instável.

Então essa foi a experiência que mudou minha vida. Essa foi a experiência cuja memória continuou me cutucando nas décadas seguintes; lembrando-me que eu não entendi; fazendo-me insatisfeita com a nossa compreensão científica do mundo e da mente. Essa foi a experiência que me fez perguntas e mais perguntas. Ainda faz."

70 III 6 O Mundo Espiritual OBE - Referências Baseadas no trabalho The Holographic Universe de Michael Talbot

"O acesso à realidade holográfica torna-se experiencialmente disponível quando a consciência de alguém é libertada de sua dependência do corpo físico. Enquanto a pessoa permanece ligada ao corpo e às suas modalidades sensoriais, a realidade holográfica, na melhor das hipóteses, só pode ser uma construção intelectual. Quando alguém é libertado do corpo, ele o experimenta diretamente. É por isso que os místicos falam sobre suas visões com tanta certeza e convicção, enquanto aqueles que não experimentaram esse domínio para si mesmos são céticos ou até mesmo indiferentes". —Kenneth Ring, Ph.D.

O tempo não é a única coisa que é ilusória em um universo holográfico. O espaço também deve ser visto como um produto do nosso modo de percepção.

Isso é ainda mais difícil de compreender do que a ideia de que o tempo é uma construção, pois quando se trata de tentar conceituar "sem espaço" não há analogias fáceis, nem imagens de universos amebóides ou de futuros cristalizantes.

Somos tão condicionados a pensar em termos de espaço como um absoluto que é difícil para nós sequer começarmos a imaginar como seria existir num reino em que o espaço não existisse. Não obstante, há evidências de que, no final das contas, não estamos mais limitados pelo espaço do que somos pelo tempo.

Uma indicação poderosa de que isso é possível pode ser encontrada em fenômenos fora do corpo, experiências nas quais a percepção consciente de um indivíduo parece se separar do corpo físico e viajar para algum outro local.

Experiências fora do corpo, ou EFCs ou OBEs - Out of Body Experiences, foram relatadas ao longo da história por indivíduos de todas as esferas da vida. Aldous Huxley, Goethe, D.H. Lawrence, August Strindberg e Jack London relataram ter EFCs.

Estas experiências eram conhecidas pelos egípcios, índios norte-americanos, chineses, filósofos gregos, alquimistas medievais, povos oceânicos, hindus, hebreus e pelos muçulmanos.

71 III 6 O Mundo Espiritual Em um estudo transcultural de 44 sociedades não-ocidentais, Dean Shiels descobriu que apenas três não acreditavam em EFCs. Em um estudo similar, a antropóloga Erika Bourguignon analisou 488 sociedades mundiais - ou cerca de 57% de todas as sociedades conhecidas - e descobriu que 437 deles, ou 89%, tinham pelo menos alguma tradição em relação às EFCs.

Até hoje estudos indicam que OBEs ainda são difundidas. O falecido Dr. Robert Crookall, um geólogo da Universidade de Aberdeen e um parapsicólogo amador, investigou casos suficientes para preencher nove livros sobre o assunto. Na década de 1960, Celia Green, diretora do Instituto de Pesquisa Psicofísica em Oxford, entrevistou 115 estudantes da Southampton University e descobriu que 19% admitiram ter uma EFC. Quando 380 estudantes de Oxford foram igualmente questionados, 34% responderam afirmativamente.

Em uma pesquisa com 902 adultos, Haraldson descobriu que 8 por cento tinham experimentado estar fora de seus corpos em pelo menos uma vez na vida deles.

E uma pesquisa de 1980 conduzida pelo Dr. Harvey Irwin, da Universidade da Nova Inglaterra, na Austrália, revelou que 20 por cento dos 177 estudantes tinham experimentado uma OBE.

Como média, esses números indicam que aproximadamente uma em cada cinco pessoas terá uma EFC em algum momento de sua vida.

Outros estudos sugerem que a incidência pode estar mais próxima de uma em dez, mas o fato é que as EFCs são muito mais comuns do que a maioria das pessoas imagina.

A EFC típica é geralmente espontânea e ocorre com mais frequência durante o sono, a meditação, a anestesia, a doença e os casos de dor traumática (embora possam ocorrer também em outras circunstâncias). De repente, uma pessoa experimenta a sensação vívida que sua mente separou de seu corpo. Freqüentemente ele se encontra flutuando sobre seu corpo e descobre que ele pode viajar ou voar para outros locais. Como é encontrar-se livre do físico e olhar para baixo e ver seu próprio corpo?

Em um estudo de 1980 de 339 casos de viagens fora do corpo, o Dr. Glen Gabbardof tda Menninger Foundation em Topeka, o Dr Stuart Twemlow, do Centro Médico de Administração de Veteranos de Topeka, e o Dr. Fowler Jones, do Centro Médico da Universidade de Kansas, descobriram que impressionantes 85 por cento descreveram a experiência como agradável e metade deles disseram que era alegre.

Os Drs. Gabbard, Twemlow e Jones também estudassem o perfil psicológico dos EFCs e descobrissem que eram psicologicamente normais e, no geral, extremamente bem ajustados.

Na reunião da Associação Psiquiátrica Americana de 1980, eles apresentaram suas conclusões e disseram a seus colegas que os ressentimentos de que EFCs são ocorrências comuns e encaminhar o paciente a livros sobre o assunto podem ser "mais terapêuticos" do que o tratamento psiquiátrico. Eles até sugeriram que os pacientes poderiam ganhar mais alívio falando com um iogue do que com um psiquiatra!

Não obstante tais fatos, nenhuma quantidade de resultados estatísticos é tão convincente como relatos reais de tais experiências. Por exemplo, Kimberly Clark, assistente social de um hospital em Seattle, Washington, não levou as EFCs a sério até encontrar uma paciente coronariana chamada Maria. Vários dias depois de ser internada no hospital, Maria teve uma parada cardíaca e foi rapidamente revivida. Clark a visitou naquela tarde, esperando encontrá-la ansiosa com o fato de

72 III 6 O Mundo Espiritual que seu coração havia parado. Como ela esperava, Maria estava agitada, mas não pelo motivo que havia antecipado. Maria contou a Clark que havia experimentado algo muito estranho. Depois que seu coração parou, de repente ela se viu olhando do teto e observando os médicos e as enfermeiras trabalhando nela. Então, algo sobre a entrada da sala de emergência a distraiu e assim que ela "pensou lá, ela estava lá”.

Em seguida pensou em seu caminho até o terceiro andar do prédio e se viu olhando para o cadarço de um sapato como um tênis Era um sapato velho e ela notou que o dedo mínimo tinha um buraco no tecido. Ela também notou vários outros detalhes, como o fato de que o laço estava preso sob o calcanhar. Depois que Maria terminou sua cirurgia, ela implorou a Clark para ir até aquele local e ver se havia um sapato ali para que ela pudesse confirmar se a experiência dela era real ou não.

Cético, mas intrigado, Clark saiu e olhou, mas não viu nada. Ela subiu ao terceiro andar e começou a entrar e sair dos quartos dos pacientes. Finalmente, encontrou o tênis e confirmou as várias observações de Maria. "A única maneira que ela teria essa perspectiva era se ela estivesse flutuando muito perto do tênis", afirma Clark, que desde então se tornou um crente nas EFCs. "Isso foi uma evidência muito concreta para mim “.

Experimentar uma EFC durante uma parada cardíaca é relativamente comum. Tão comum que Michael B. Sabom, cardiologista e professor de medicina na Emory University e médico assistente do Centro Médico de Administração de Veteranos de Atlanta, se cansou de ouvir seus pacientes relatar essas "fantasias" e decidiu resolver o problema de uma vez por todas.

Sabom selecionou dois grupos de pacientes, um composto por 32 pacientes cardiopatas experientes que relataram EFCs durante os ataques cardíacos e um composto por 25 pacientes cardiopatas experientes que nunca haviam experimentado uma EFC. Ele então entrevistou os pacientes.

Aos que passaram por OBEs pediu que descrevessem sua própria ressuscitação que conforme viram no estado fora do corpo, e pediu aos que não experimentaram OBEs, que descrevessem o que eles imaginaram ter ocorrido durante sua ressurreição.

Dos que não experimentaram OBEs, 20 cometeram grandes erros quando descreveram suas ressuscitações, 3 deram descrições corretas, mas gerais, e 2 não tinham ideia do que havia acontecido.

Entre as pessoas que passaram pela experiência, 26 deram descrições corretas, mas gerais, 6 deram descrições altamente detalhadas e precisas de sua própria ressuscitação, e 1 deu uma explicação tão precisa que Sabom ficou atordoado.

Os resultados o inspiraram a aprofundar ainda mais as investigações sobre o fenômeno e, como Clark, ele se tornou um fervoroso crente e faz muitas palestras sobre o assunto. Parece "não haver explicação plausível para a precisão dessas observações envolvendo os sentidos físicos usuais", ele diz: "A hipótese OBE simplesmente parece se encaixar melhor com os dados que temos em mãos ".

Embora as EFCs experimentadas por tais pacientes sejam espontâneas, algumas pessoas dominam a habilidade o suficiente para deixar seu corpo à vontade. Um dos mais famosos desses indivíduos é um ex-executivo de rádio e televisão chamado Robert Monroe.

Quando Monroe teve sua primeira EFC no final dos anos 1950, ele achou que estava enlouquecendo e imediatamente procurou tratamento médico. Os médicos que ele consultou não acharam nada errado, mas ele continuou a ter suas experiências estranhas e continuou a ser muito perturbado por 73 III 6 O Mundo Espiritual elas. Finalmente, depois de aprender com um amigo psicólogo que os iogues indianos relataram ser capazes de deixar seus corpos, ele começou a aceitar seu talento inato. "Eu tive duas opções", lembra Monroe. "Um foi sedação para o resto da minha vida; outra era aprender algo sobre esse estado para que eu pudesse controlá-lo”.

Daquele dia em diante, Monroe começou a manter um diário escrito de suas experiências, documentando cuidadosamente tudo o que aprendeu sobre o estado fora do corpo.

Ele descobriu que podia passar por objetos sólidos e viajar grandes distâncias em um piscar de olhos simplesmente "pensando" ali mesmo. Ele descobriu que outras pessoas raramente estavam cientes de sua presença, embora os amigos a quem ele viajou para ver enquanto estava neste "segundo estado" rapidamente se tornaram crentes quando ele descreveu seu vestuário e atividade no momento em que estava fora do corpo.

Ele também descobriu que não estava sozinho em sua peregrinação e ocasionalmente encontrava outros viajantes desencarnados. Até agora ele catalogou suas experiências em dois livros, Journeys Out of Body e Far Journeys.

OBEs também foram documentadas em laboratório. Em um experimento, parapsicólogo Charles Tart foi capaz de obter uma pessoa capaz de ter OBE habilidosa que ele identifica apenas como Miss 2 para identificar corretamente um número de cinco dígitos escrito em um pedaço de papel que só poderia ser alcançado se ela estivesse flutuando no estado fora do corpo.

Em uma série de experimentos conduzidos na Sociedade Americana de Pesquisa Psíquica, em Nova York, Karlis Osis e a psicóloga Janet Lee Mitchell descobriram vários indivíduos superdotados que conseguiram "voar" de vários locais do país e descrever corretamente uma ampla gama de alvos. imagens, incluindo objetos colocados em uma mesa, padrões geométricos coloridos colocados em uma prateleira flutuante perto do teto e ilusões de ótica que só podiam ser vistas quando um observador espiava através de uma pequena janela em um dispositivo especial.

O Dr. Robert Morris, diretor de pesquisa da Psychical Research Foundation em Durham, na Carolina do Norte, até usou animais para detectar visitas fora do corpo.

Em um experimento, por exemplo, Morris descobriu que um gatinho pertencente a um talentoso indivíduo chamado Keith Harary, constantemente parava de miar e começava a ronronar sempre que Harary estava invisivelmente presente.

OBEs como um fenômeno holográfico

Em seu livro The Holographic Universe, Talbot, relaciona estes fenômenos com sua visão holográfica do universo, vejamos como:

Considerada como um todo, a evidência parece inequívoca. Embora nos ensinem que "pensamos" com nossos cérebros, isso nem sempre é verdade. Sob as circunstâncias certas, nossa consciência - o pensamento, percebendo parte de nós - pode se desprender do corpo físico e existir em qualquer lugar que deseje.

Nossa compreensão científica atual não pode explicar este fenômeno, mas torna-se muito mais tratável em termos da ideia holográfica.

74 III 6 O Mundo Espiritual Lembremos que em um universo holográfico, a localização é em si uma ilusão. Assim como uma imagem de uma maçã não tem localização específica em um pedaço de filme holográfico, em um universo que é organizado holograficamente, coisas e objetos também não possuem uma localização definida; tudo é, em última instância, não local, incluindo a consciência.

Assim, embora nossa consciência pareça estar localizada em nossas cabeças, sob certas condições, ela pode facilmente aparecer localizada no canto superior da sala, pairando sobre um gramado ou flutuando de um globo ocular para outro.

Se a idéia de uma consciência não-local parece difícil de entender, uma analogia útil pode ser encontrada novamente no sonho. Imagine que você está sonhando que está participando de uma exposição de arte lotada. Quando você vagueia entre as pessoas e olha as obras de arte, sua consciência parece estar localizada na cabeça da pessoa que você é no sonho. Mas onde está sua consciência realmente?

Uma análise rápida revelará que está de fato em tudo no sonho, nas outras pessoas que assistem à exposição, nas obras de arte, mesmo no próprio espaço do sonho. Em um sonho, a localização também é uma ilusão porque tudo - pessoas, objetos, espaço, consciência e assim por diante - estão se desdobrando na realidade mais profunda e fundamental do sonhador. "Outra característica notavelmente holográfica da EFC é a plasticidade da forma que uma pessoa assume quando está fora do corpo. Depois de se desprender do físico, os EFCs às vezes se encontram em um corpo fantasmagórico que é uma réplica exata de seu corpo biológico. Isso fez com que alguns pesquisadores no passado postulassem que os seres humanos possuem um "duplo fantasma" não muito diferente do doppelganger da literatura.

No entanto, descobertas recentes expuseram problemas com essa suposição. Embora alguns OBEers descrevam este duplo fantasma como nu, outros se encontram em corpos que estão completamente vestidos. Isso sugere que o duplo fantasma não é uma réplica de energia permanente do corpo biológico, mas sim um tipo de holograma que pode assumir muitas formas.

Esta noção é corroborada pelo fato de que as duplicatas fantasmas não são as únicas formas em que as pessoas se encontram durante as EFCs. Existem inúmeros relatos em que as pessoas também se percebem como bolas de luz, nuvens de energia disformes e até mesmo nenhuma forma visível.

Existe até evidência de que a forma que uma pessoa assume durante uma EFC é uma consequência direta de suas crenças e expectativas. Por exemplo, em seu livro de 1961, The Mystical Life, o matemático J. H. Whiteman revelou que experimentou pelo menos duas OBEs por mês durante a maior parte de sua vida adulta e registrou mais de dois mil incidentes desse tipo.

Ele também revelou que ele sempre se sentiu como uma mulher presa no corpo de um homem, e durante a separação isso às vezes resultou em se encontrar em forma feminina. Whiteman experimentou várias outras formas também durante suas aventuras de OBE, incluindo corpos de crianças, e concluiu que as crenças, conscientes e inconscientes, eram os fatores determinantes na forma assumida por este segundo corpo.

Monroe concorda e afirma que são os nossos "hábitos de pensamento" que criam nossas formas de OBE. Porque estamos tão habituados a estar em um corpo, temos uma tendência a reproduzir a mesma forma no estado OBE. Da mesma forma, ele acredita que é o desconforto que a maioria das pessoas sente quando está nua que faz com que os OBEers esculpam roupas inconscientemente para si quando assumem uma forma humana. "Eu suspeito que alguém possa modificar o Segundo Corpo em qualquer forma que seja desejada", diz Monroe.

75 III 6 O Mundo Espiritual Qual é a nossa verdadeira forma, se alguma, quando estamos no Estado desencarnado? Monroe descobriu que, uma vez que abandonamos todos esses disfarces, estamos no coração de um padrão vibracional composto de muitos estados interagindo e ressoando frequências.

Essa descoberta também é notavelmente sugestiva de que o holográfico algo está acontecendo e oferece mais evidências de que nós - como todas as coisas em um universo holográfico - somos, em última análise, um fenômeno de frequências que nossa mente converte em várias formas holográficas.

O que acrescenta credibilidade à conclusão de Hunt de que nossa consciência é contida, não no cérebro, mas em um campo de energia holográfica plasmática que tanto permeia quanto circunda o corpo físico.

A forma que assumimos enquanto no estado OB não é a única coisa que exibe essa plasticidade holográfica. Apesar da precisão das observações feitas por talentosos viajantes da OBE durante suas viagens desencarnadas, os pesquisadores há muito têm sido incomodados por algumas das imprecisões gritantes que surgem também.

A literatura está repleta de relatos de discrepâncias, casos em que viajantes de OBE descreveram com precisão uma sala distante cheia de pessoas, exceto que eles adicionaram uma pessoa extra ou perceberam um sofá onde realmente havia uma mesa.

Em termos da idéia holográfica, uma explicação pode ser que tais viajantes OBE ainda não desenvolveram completamente a capacidade de converter as freqüências que percebem, enquanto em um estado desencarnado, em uma representação holográfica completamente precisa da realidade consensual.

Em outras palavras, como os EFCs parecem estar confiando em um conjunto de sentidos completamente novo, esses sentidos ainda podem ser instáveis e ainda não proficientes na arte de converter o domínio da frequência em uma construção aparentemente objetiva da realidade.

Esses sentidos não-físicos são ainda mais dificultados pelas restrições que nossas próprias crenças auto-limitadoras colocam sobre eles. Um número de talentosos viajantes OBE notaram que uma vez que eles se tornaram mais a vontade em seu segundo corpo eles descobriram que podiam "ver" em todas as direções sem virar a cabeça.

Em outras palavras, embora vendo em todas as direções parece ser normal durante o estado OBE, eles eram tão acostumados a acreditar que só podiam enxergar através dos olhos … mesmo quando estavam em um holograma não físico de seu corpo - isso depois!

Essa crença a princípio os impediu de perceber que eles possuíam uma visão de 360 graus. Há evidências de que até mesmo nossos sentidos físicos foram vítimas dessa censura. Apesar de nossa convicção inabalável de que vemos com nossos olhos, persistem relatos de indivíduos que possuem "visão sem visão", ou a capacidade de ver com outras áreas de seus corpos.

Recentemente, David Eisenberg, MD, pesquisador clínico da Harvard Medical School, publicou um relato de duas irmãs chinesas em idade escolar em Pequim que podem "ver" bem o suficiente com a pele em suas axilas para ler anotações e identificar cores.

Na Itália, o neurologista Cesare Lombroso estudou uma garota cega que podia ver com a ponta do nariz e o lóbulo da orelha.

76 III 6 O Mundo Espiritual Na década de 1960, a prestigiada Academia Soviética de Ciência, investigou uma camponesa russa chamada Rosa Kuleshova, que podia ver fotografias e ler jornais com as pontas de seus dedos, e confirmou suas habilidades como genuínas.

Significativamente os soviéticos descartaram a possibilidade de que Kuleshova estivesse simplesmente detectando as quantidades variáveis de calor armazenado que diferentes cores emanam. Kuleshova podia ler um jornal preto e branco, mesmo quando estava coberto com uma folha de vidro aquecido.

Kuleshova ficou tão conhecida por suas habilidades que a revista Life acabou por publicar um artigo sobre ela.

Em suma, há evidências de que nós também não estamos limitados a ver apenas através de nossos olhos físicos. Não podemos deixar de nos perguntar se a visão sem visão é apenas mais uma evidência de que a realidade é maya, uma ilusão e nosso corpo físico, assim como todo o aparente absoluto de sua fisiologia, é tanto uma construção holográfica de nossa percepção como nosso segunda corpo. Talvez estejamos tão profundamente acostumados a acreditar que só podemos ver através de nossos olhos que, mesmo no físico, nos desligamos de toda a gama de nossas capacidades perceptivas.

Outro aspecto holográfico de EFCs é o desfoque da divisão entre passado e futuro que às vezes ocorre durante tais experiências. Por exemplo, Osis e Mitchell descobriram que, quando o Dr. Alex Tanous, um conhecido e talentoso viajante OBE do Maine, voou e tentou descrever os objetos de teste que colocaram em uma mesa, ele tinha uma tendência a descrever itens que foram colocados lá dias depois.

Isso sugere que o reino que as pessoas entram durante o estado de OB é um dos níveis mais sutis de realidade sobre os quais Bohm fala, uma região mais próxima do implicado e, portanto, mais próxima do nível de realidade em que a divisão entre passado, presente e futuro deixa de existir.

Em outras palavras, parece que, em vez de sintonizar as freqüências que codificam o presente, a mente de Tanous inadvertidamente se sintonizou em freqüências que continham informações sobre o futuro e as converteram em um holograma da realidade.

Essa percepção de Tanous da sala era um fenómeno holográfico e não apenas uma visão precognitiva que ocorria apenas em sua cabeça.

Sublinhada por outro fato - que no dia de sua agenda para produzir um OBE, Osis pediu à nova médium Christine Whiting para ficar na sala e tentar descrever qualquer sensação que ela pudesse ter de "ver" alguma presença no ambiente. Apesar da ignorância de Whiting de quem estaria voando em ou quando, quando Tanous fez sua visita OBE ela viu sua aparição claramente e descreveu-o como vestindo calças de veludo marrom com uma camisa de algodão branco, a roupa que o Dr. Tanous usava no Maine na época de sua experiência.

Harary também fez viagens ocasionais de OBE para o futuro e concorda que as experiências são qualitativamente diferentes de outras experiências pré-cognitivas. "OBEs para o tempo e espaço futuros diferem dos sonhos pré-cognitivos regulares em que eu estou definitivamente 'fora' e me movendo através de uma área negra e escura que termina em alguma cena futura iluminada", afirma.

Quando ele faz uma visita de OBE ao futuro, ele às vezes vê uma silhueta de seu futuro eu na cena, e isso não é tudo. Quando os eventos que ele testemunhou acabam por acontecer, ele também pode 77 III 6 O Mundo Espiritual sentir sua auto-viagem, viajando no tempo na cena real com ele. Ele descreve essa estranha sensação como "encontrar-me" atrás de mim mesmo como se eu fosse dois seres, é uma experiência que certamente é muito mais forte que déjà vus normal.

Há também casos registrados de viagens de OBE para o passado.

O dramaturgo sueco August Strindberg, ele próprio um frequente viajante de OBE, descreve um em seu livro Legends. O que ocorreu enquanto estava sentado em uma loja de vinhos, tentando convencer um jovem amigo a não desistir de sua carreira militar.

Para reforçar seu argumento, Strindberg evocou um incidente passado envolvendo os dois que aconteceram numa noite em uma taverna. Como o dramaturgo passou a descrever o evento, ele subitamente "perdeu a consciência" apenas para se encontrar sentado na taverna em questão e reviver a ocorrência. A experiência durou apenas alguns instantes, e então ele se viu abruptamente de volta ao corpo e ao presente.

Pode-se também argumentar que as visões retrocognitivas nas quais os clarividentes tem a experiência de estar realmente presentes durante e mesmo "flutuando", nas cenas históricas que estavam descrevendo, são também uma forma de projeção OBE no passado.

De fato, quando se lê a volumosa literatura agora disponível sobre o fenômeno OBE, repetidamente se percebe as semelhanças entre as descrições dos viajantes OBE sobre suas experiências e características que agora passamos a associar a um universo holográfico.

Além de descrever o estado de OBE como um lugar onde tempo e espaço não existem mais propriamente, onde o pensamento pode ser transformado em formas semelhantes a hologramas, e onde a consciência é um padrão de vibrações ou frequências, Monroe nota que a percepção durante EFCs parece baseada menos em "um reflexo de ondas de luz" e mais em "uma impressão de radiação", uma observação que sugere mais uma vez que quando alguém entra no reino OBE começa a entrar no domínio de Freqüência de Pribram, a qualidade de frequencia do Segundo Estado.

Por exemplo, Marcel Louis Forhan, um experenciador de OBE francês que escreveu sob o nome de "Yram", gasta grande parte de seu livro, Practical Astral Projection, tentando descrever as qualidades ondulatórias e aparentemente eletromagnéticas do reino OBE.

Outros ainda comentaram sobre o sentido de unidade cósmica que se experimenta durante o estado e resumiram-no como um sentimento de que "tudo é tudo" e "eu sou aquilo”.

Por mais holográfico que a EFC seja, é apenas a ponta do iceberg quando se trata de uma experiência mais direta dos aspectos de frequência da realidade.

Embora EFCs sejam experimentadas apenas por um segmento da raça humana, há outra circunstância sob a qual todos nós entramos em contato mais próximo com o domínio da frequência. É quando viajamos para aquele país não descoberto de onde nenhum viajante retorna.

O problema, com todo o respeito a Shakespeare, é que alguns viajantes retornam. E as histórias que eles contam estão cheias de características que mais uma vez chegam a fenômenos holográficos.

78 III 6 O Mundo Espiritual III 6.4.3 - Hipnose Regressiva

Michael Newton, Phd em Psicologia e Mestre certificado de Hipnoterapia, escreveu seu primeiro livro Jorney of the Souls - Jornada das Almas em 1994, com grande sucesso. Em seu segundo livro Destiny of Souls - O Destino das Almas, escreve na introdução: — Na introdução de Journey of Souls, expliquei meu histórico como um hipnoterapeuta tradicional e como eu era cético em relação ao uso da hipnose para a regressão metafísica. O texto a seguir é baseado em seu trabalho.

Em 1947, aos quinze anos, coloquei meu primeiro sujeito em hipnose, então eu definitivamente sou de uma velha escola e não da nova era - New Age. Assim, quando eu involuntariamente abri o portal para o mundo espiritual com um cliente, fiquei atordoado. Pareceu-me que a maioria dos regressionistas de vidas passadas pensam que a nossa vida entre as vidas era apenas um limbo nebuloso que só servia de ponte entre uma vida passada e outra.

Logo ficou evidente que eu tinha que descobrir por mim mesmo os passos necessários para alcançar e destravar a memória de um sujeito sobre sua existência neste lugar misterioso.

Após mais anos de pesquisa silenciosa, finalmente consegui construir um modelo de funcionamento da estrutura do mundo espiritual e percebi como esse processo poderia ser terapêutico para um cliente.

Também descobri que não importava se uma pessoa era ateu, profundamente religiosa ou acreditava em qualquer persuasão filosófica intermediária - uma vez que estavam no estado super-consciente adequado de hipnose, todos eram consistentes em seus relatos. Foi por essa razão que eu me tornei e acabei chamando de um regressionista espiritual. Isto é um hipnoterapeuta especializado em vida após a morte.

Eu escrevi Journey of Souls para dar ao público uma base de informação, apresentada em uma progressão firme e ordenada de eventos, de como é morrer e atravessar - quem nos encontra, aonde vamos e o que fazemos como almas em o mundo espiritual antes de escolher o nosso próximo corpo para a reencarnação.

Durante a década de 1980, enquanto eu estava formulando um modelo de trabalho do mundo entre vidas, fechei minha prática para todos os outros tipos de hipnoterapia. Eu me tornei obcecado em desvendar os segredos do mundo espiritual enquanto eu construía um grande volume de casos. Isso me deixou mais confortável com a validade e confiabilidade de minhas descobertas anteriores.

Destiny of Souls - O Destino das Almas destina-se a transportar os viajantes em uma segunda expedição ao longo do rio com viagens laterais para os principais afluentes para uma exploração mais detalhada. Durante nossas viagens juntas nesta segunda viagem, quero descobrir mais dos aspectos ocultos da rota para dar às pessoas uma perspectiva maior do todo.

A seguir resumimos o que diz Michael Newton sobre sua experiência com mais de 7.000 pacientes.

No momento da morte, a nossa alma sai do seu corpo hospedeiro.

Se a alma é mais velha e tem experiência em muitas vidas anteriores, ela sabe imediatamente que foi libertada e está indo para casa. Essas almas avançadas não precisam de ninguém para cumprimentá-las. No entanto, a maioria das almas com quem trabalho são atendidas por guias fora do plano astral da Terra.

79 III 6 O Mundo Espiritual Uma alma jovem, ou uma criança que tenha morrido, pode ficar um pouco desorientada até que alguém se aproxime do nível do solo para eles.

Há almas que escolhem permanecer no local da morte por um tempo. A maioria deseja sair imediatamente. O tempo não tem significado no mundo espiritual.

Os desencarnados que escolhem confortar alguém que está sofrendo, ou têm outras razões para ficar perto do local de sua morte por algum tempo, não sentem nenhuma perda de tempo. Isso se torna agora tempo para a alma, em oposição ao tempo linear.

À medida que se afastam da Terra, as almas experimentam uma luz cada vez mais brilhante em torno delas. Alguns verão brevemente uma escuridão acinzentada e perceberão a passagem por um túnel ou portal. As diferenças entre esses dois fenômenos dependem da velocidade de saída da alma, que por sua vez se relaciona com sua experiência.

A sensação de sermos puxados por nossos guias pode ser gentil ou forte, dependendo da maturidade da alma e capacidade de mudança rápida.

Nos estágios iniciais de sua saída, todas as almas encontram uma “nebulosidade fina” ao redor delas, que logo se torna clara, permitindo que elas olhem para uma grande distância. Este é o momento em que a alma comum vê uma forma fantasmagórica de energia vindo em sua direção. Esta figura pode ser uma alma gêmea amorosa ou duas, mas mais frequentemente é o nosso guia.

Em circunstâncias em que somos recebidos por um cônjuge ou amigo que passou antes de nós, nosso guia também está por perto para que eles possam assumir o processo de transição.

Em todos os meus anos de pesquisa, nunca tive um único paciente que fosse recebido por uma figura religiosa importante como Jesus ou Buda. Ainda assim, a essência amorosa dos grandes mestres da Terra está dentro dos guias pessoais que nos são designados.

Quando as almas se reorientam novamente para o lugar que chamam de lar, sua mundanidade mudou. Elas já não são mais humanos na forma como pensamos em um ser humano com uma composição emocional, temperamental e física específica. Por exemplo, eles não se entristecem com a recente morte física da maneira que seus entes queridos o farão. São nossas almas que nos fazem humanos na Terra, mas sem nossos corpos não somos mais Homo Sapiens.

A alma tem tal majestade que está além da descrição. Eu costumo pensar nas almas como formas inteligentes de energia. Logo após a morte, as almas sentem-se de repente diferentes porque não estão mais sobrecarregadas por um corpo hospedeiro temporário com cérebro e sistema nervoso central.

Alguns demoram mais para se ajustar do que outros. A energia da alma é capaz de se dividir em partes idênticas, semelhantes a um holograma. Pode viver vidas paralelas em outros corpos, embora isso seja muito menos comum. No entanto, devido à dupla capacidade de todas as almas, parte de nossa energia luminosa permanece sempre para trás no mundo espiritual. Assim, é possível ver sua mãe ao retornar de uma vida, mesmo que ela tenha morrido trinta anos antes e reencarnado novamente.

Os períodos de orientação com os nossos guias, que ocorrem antes de se juntarem ao nosso grupo ou cluster, variam entre almas e entre diferentes vidas para uma mesma alma. Este é um momento

80 III 6 O Mundo Espiritual tranquilo para aconselhamento, com a oportunidade de desabafar qualquer frustração que tenhamos sobre a vida que acabou de terminar.

A orientação destina-se a ser uma sessão de esclarecimento inicial com sondagem gentil por professores-guias perceptivos e atenciosos. A reunião pode ser longa ou curta dependendo das circunstâncias do que fizemos ou não realizamos em relação ao contrato de vida.

Questões cármicas especiais também são revisadas, embora elas sejam discutidas mais adiante nos mínimos detalhes em nosso grupo ou clusters de almas. A energia de retorno de algumas almas não será enviada de volta ao seu grupo de almas imediatamente. Estas são as almas que foram contaminadas por seus corpos físicos e se envolveram com atos malignos. Existe uma diferença entre transgressão sem desejo premeditado de ferir alguém e mal intencional. Os graus de dano a outros, do mal à malevolência, são cuidadosamente avaliados.

Aquelas almas que foram associadas ao mal são levadas para centros especiais que alguns clientes chamam de “unidades de terapia intensiva”. Aqui, me disseram, a energia deles é remodelada para torná-la inteira novamente. Dependendo da natureza de suas transgressões, essas almas poderiam retornar rapidamente à Terra. Eles podem escolher servir como vítimas dos atos malignos de outras pessoas na próxima vida. Ainda assim, se suas ações fossem prolongadas e especialmente cruéis ao longo de várias vidas, isso denotaria um padrão de comportamento ilícito. Tais almas poderiam passar um longo tempo em uma existência espiritual solitária, possivelmente mais de mil anos terrestres. Um princípio orientador no mundo dos espíritos é que as más ações, intencionais ou não intencionais, da parte de todas as almas precisarão ser reparadas de alguma forma em uma vida futura. Isto não é considerado punição ou até mesmo penitência, tanto quanto uma oportunidade para o crescimento cármico. Não há inferno para as almas, exceto talvez na Terra.

Algumas vidas são tão difíceis que a alma chega em casa muito cansada. Apesar do processo de rejuvenescimento de energia iniciado por nossos guias, que combinam sua energia com a nossa no portal - gateway, ainda podemos ter o fluxo de energia esgotado. Nestes casos, mais descanso e solidão podem ser convocados em vez de celebrações. De fato, muitas almas que desejam descanso recebem-no antes da reunificação com seus grupos.

Nossos grupos de almas podem ser turbulentos ou subjugados, mas respeitam o que passamos durante uma encarnação. Todos os grupos recebem de volta seus amigos à sua maneira com profundo amor e camaradagem.

O regresso a casa é um interlúdio alegre, especialmente depois de uma vida física em que pode não ter havido muito contacto cármico com as nossas almas íntimas.

A maioria dos meus clientes me diz que são recebidos de volta com abraços, risadas e muito humor, o que eu acho ser uma marca da vida no mundo espiritual. Os grupos realmente efusivos que planejaram celebrações elaboradas para a alma em retorno podem suspender todas as suas outras atividades.

Um dos meus clientes disse sobre o seu regresso a casa: Depois da minha última vida, o meu grupo organizou uma festa infernal com música, vinho, dança e canto. Eles organizaram tudo para parecer um festival romano clássico com salões de mármore, togas e todo o mobiliário exótico prevalente em nossas muitas vidas juntos no mundo antigo. Melissa (uma alma gêmea principal) estava esperando por mim bem na frente, recriando a era que eu mais me lembro dela e parecendo tão radiante como sempre.

81 III 6 O Mundo Espiritual Grupos de almas variam entre três e vinte e cinco membros, com a média tendo cerca de quinze. Há momentos em que almas de grupos próximos podem querer se conectar umas com as outras. Muitas vezes, essa atividade envolve almas mais antigas que fizeram muitos amigos de outros grupos com os quais foram associados durante centenas de vidas passadas.

Cerca de dez milhões de telespectadores nos EUA viram o programa de TV Sightings, produzido pela Paramount em 1995, que exibiu um segmento sobre o meu trabalho. Aqueles que assistiram a esse programa sobre a vida após a morte podem se lembrar de um das minhas clientes, chamada Colleen, que falou sobre uma sessão que tivemos juntos. Ela descreveu o retorno ao mundo dos espíritos depois de uma antiga vida para encontrar um espetacular baile de gala do século XVII em andamento.

Minha cliente viu mais de cem pessoas que vieram celebrar seu retorno. Um tempo e um lugar que ela amava eram reproduzidos de forma generosa, para que Colleen pudesse começar o processo de renovação em grande estilo.

Assim, o regresso a casa pode ocorrer em dois tipos de configurações. Algumas almas podem encontrar brevemente uma alma que está retornando no portal e então deixar em favor de um guia que as conduza através de alguma orientação preliminar. Mais comumente, o comitê de boas-vindas espera até que a alma retorne ao grupo espiritual.

Esse grupo pode ser isolado em uma sala de aula, reunido em torno dos degraus de um templo, sentado em um jardim, ou a alma que retorna pode encontrar muitos grupos em uma atmosfera de sala de estudo. As almas que passam por outros aglomerados no caminho para o seu próprio ancoradouro freqüentemente observam que outras almas com as quais foram associadas em vidas passadas olharão para cima e reconhecerão seu retorno com um sorriso ou um aceno.

O modo como um sujeito vê a sua configuração de grupo baseia-se no estado de avanço da alma, embora as lembranças de uma atmosfera de sala de aula sejam sempre muito claras.

No mundo espiritual, a colocação educacional depende do nível de desenvolvimento da alma. Simplesmente porque uma alma está encarnando na Terra desde a Idade da Pedra não é garantia de alta realização. Nas minhas palestras, costumo comentar sobre um cliente que levou 4.000 anos de vidas passadas para finalmente conquistar o ciúme. Eu posso relatar que ele não é uma pessoa invejosa hoje, mas ele fez pouco progresso em lutar contra sua própria intolerância.

Alguns alunos levam mais tempo para passar por certas lições, assim como nas salas de aula terrenas. Por outro lado, todas as almas altamente avançadas são velhas almas em termos de conhecimento e experiência.

Finalmente, quando chega a hora do nosso retorno, dizemos um adeus temporário aos nossos amigos e somos escoltados para o espaço de embarque para a viagem à Terra.

As almas juntam-se a seus hospedeiros designados no útero da mãe do bebê, algum tempo depois do terceiro mês de gravidez, para que tenham um cérebro suficientemente desenvolvido para trabalhar antes do prazo.

Como parte do estado fetal, eles ainda são capazes de pensar como almas imortais enquanto se acostumam aos circuitos cerebrais e ao alter ego de seu hospedeiro.

82 III 6 O Mundo Espiritual Após o nascimento, um bloco de memória amnésica se instala e as almas fundem seu caráter imortal com a mente humana temporária para produzir uma combinação de traços para uma nova personalidade.

Quando meus sujeitos da hipnose descrevem sua ascensão ao mundo espiritual como "subindo através de camadas nebulosas de luz translúcida", lembro-me dos planos astrais sobre os quais lemos nos textos orientais.

Devo confessar que não estou nem um pouco atraído pela rígida qualidade de degraus de exatamente sete planos de existência, de baixo a alto, que vêm da filosofia espiritual oriental. Isso se deve ao fato de meus clientes não verem evidências de todos esses planos.

É uma falha humana rotular conceitos como um meio de codificação. Nas minhas descrições sobre o mundo espiritual, sou tão culpado dessa prática quanto todo mundo. Talvez seja melhor simplesmente tomarmos aqueles preceitos que fazem sentido espiritual para nós e rejeitamos o resto, independentemente da idade de certas idéias ou de quem nos diz que são verdadeiras.

Nosso caminho espiritual

O conceito de nossa ressurreição em seres que pertencem ao reino da eternidade remonta à antiguidade humana. De nossas origens primitivas, acreditamos que a vida e a vida após a morte são sustentadas pela inteligência divina como um todo único e unificado.

Esses sentimentos vêm das memórias de muitas pessoas que regredi à Idade da Pedra. Desde então, desde então, pensamos no mundo da alma como um outro estado de consciência, em vez de um lugar abstrato.

A vida após a morte foi considerada apenas uma extensão de nossa vida física. Acredito que o mundo está retornando a esses conceitos, que foram maravilhosamente expressos por Spinoza, que disse: “Todo o cosmos é uma substância única da qual fazemos parte. Deus não é uma manifestação externa, mas tudo o que é ."

Considero lendas como a Atlântida e o Shangri-La como tendo suas origens no anseio eterno que sentimos por recapturar uma utopia que outrora existiu, mas que agora está perdida. Na mente superconsciente de todas as pessoas que já coloquei na hipnose profunda está a memória de um lar utópico.

Originalmente, o conceito de utopia pretendia ilustrar idéias, não uma sociedade. Meus súditos vêem o mundo espiritual como uma comunidade de idéias. Nesse sentido, a vida após a morte envolve a auto-purificação do pensamento.

Seres que ainda estão encarnando estão longe de serem perfeitos, como demonstrado pelos meus casos. No entanto, podemos justificadamente pensar em nossa existência no mundo espiritual como utópica, porque existe uma harmonia universal de espírito. Justiça, honestidade, humor e amor são os principais alicerces da nossa vida após a vida.

Depois de ler as informações contidas neste livro, sei que deve parecer cruel que a Utopia dos nossos sonhos exista dentro de todos nós, mas esteja bloqueada da memória consciente pela amnésia. Quando alguns desses bloqueios são superados através da hipnose, meditação, oração, canalização, ioga, imaginação e sonhos, ou um estado mental alcançado através do esforço físico, há um sentimento de fortalecimento pessoal. Há 2.400 anos, Platão escreveu sobre a reencarnação e

83 III 6 O Mundo Espiritual disse que as almas devem viajar sobre Lethe, o Rio do Esquecimento, cujas águas produzem uma perda de memória de nossa verdadeira natureza.

As verdades sagradas de nossa história etérica podem ser recuperadas hoje porque somos capazes de contornar a mente consciente e alcançar o inconsciente, que não estava imerso no Rio do Esquecimento.

Nosso Eu superior lembra nossos triunfos e transgressões passados de maneira seletiva, sussurrando para nós através do tempo e do espaço. Nossos guias espirituais pessoais se esforçam para nos dar o melhor dos dois mundos, o etéreo e o material.

A cada novo bebê é dado um novo começo com um futuro aberto. Nossos mestres espirituais desejam produzir oportunidades kármicas sem as restrições de sabermos as armadilhas que experimentamos em vidas passadas. Elas se tornam mais brandas de maneira seletiva com amnésia, enquanto nos envolvemos na autodescoberta. Este é o nosso melhor caminho para a sabedoria.

A pergunta foi bastante questionada sobre o motivo pelo qual os bloqueios de amnésia sobre nossa vida espiritual foram afrouxados para permitir a pesquisa no mundo espiritual. Eu penso muito sobre esta questão porque agora, no século XXI, espero que os hipnoterapeutas mais jovens possam ir muito além do que minha geração foi capaz de realizar ao destravar a mente espiritual. Sinto que as razões para a nossa capacidade de descobrir mais dos mistérios sobre a vida do outro lado são uma conseqüência direta da vida no século XX.

O avanço de técnicas inovadoras na hipnose teria que ser listado como uma consideração. No entanto, acredito que existam razões mais convincentes para que a nossa amnésia se tenha tornado menos restritiva nos últimos trinta anos.

Nunca antes tal variedade de drogas foi tão difundida na população humana. Esses químicos que alteram a mente aprisionam a alma dentro de um corpo sobrecarregado por um nevoeiro mental. A essência da alma é incapaz de se expressar através de uma mente quimicamente viciada. Sinto que os planejadores do outro lado perderam a paciência com esse aspecto da sociedade humana.

Existem outras razões também. À medida que o século XX chega ao fim, vivemos em um mundo frenético, cheio de raiva, superpovoado e ambientalmente degradado. A destruição em massa do nosso planeta nos últimos cem anos de todas as fontes é inigualável na experiência humana.

Eu não tenho uma visão sombria do futuro, apesar dos meus comentários. Pode ser verdade que para as pessoas que vivem em uma era, o tempo delas parece mais decadente do que o anterior. No entanto, fizemos grandes avanços culturais, políticos e economicos nos últimos cem anos. De muitas maneiras, o mundo é um lugar muito mais seguro do que era em 1950.

Internacionalmente, as nações têm mais consciência social e compromissos de trabalhar pela paz do que nunca em nossa longa história de monarquias e ditaduras, que ainda estavam em evidência no começo do vigésimo século.

O que enfrentamos no século XXI é a erosão do individualismo e da dignidade humana em uma sociedade superlotada dominada pelo materialismo. A globalização, a expansão urbana e a grandeza são uma fórmula para a solidão e a dissociação. Muitas pessoas acreditam em nada além do que na sobrevivência.

84 III 6 O Mundo Espiritual Eu acredito que a porta espiritual foi aberta para a nossa imortalidade, porque nos negar esse conhecimento provou ser contraproducente. No mundo espiritual da minha experiência, se algo na Terra não estiver funcionando, pode ser mudado.

Bloqueios amnésicos foram estabelecidos com seres humanos para evitar respostas pré- condicionadas a certos eventos kármicos. No entanto, os benefícios da amnésia não podem mais compensar as desvantagens das vidas existentes no vácuo da apatia induzida quimicamente.

Há muitas pessoas tentando escapar da realidade porque não vêem sua identidade como tendo propósito ou significado. Drogas e álcool à parte, em sociedades superlotadas e de alta tecnologia em todo o mundo, as pessoas têm um vazio de espírito porque são governadas por seus sentidos do ego corporal. Eles têm pouca ou nenhuma conexão com o seu Eu real.

Porque cada um de nós é um ser único, diferente de todos os outros, cabe aos que desejam a paz interior encontrar sua própria espiritualidade.

Quando nos alinhamos totalmente a sistemas de crenças baseados na experiência de outras pessoas, sinto que perdemos algo da nossa individualidade no processo. O caminho para a autodescoberta e a formação de uma filosofia pessoal não projetada pelas doutrinas das organizações exige esforço, mas as recompensas são grandes.

Existem muitos caminhos para esse objetivo que começa confiando em você mesmo. Camus nos diz: “Tanto o racional quanto o irracional levam ao mesmo entendimento. Verdadeiramente, o caminho percorrido pouco importa; a vontade de chegar é suficiente”.

Visões da vida após a morte estão dentro de cada um de nós como um santuário enquanto viajamos pelo labirinto dos caminhos da Terra. A dificuldade em descobrir fragmentos do nosso lar eterno é devida em grande parte às distrações da vida. Não é uma coisa ruim aceitar a vida como ela é, não fazer perguntas e assumir que, no final, o que deveria acontecer acontecerá.

No entanto, para aqueles com um desejo de saber mais, a simples aceitação da vida é totalmente insatisfatória. Para alguns viajantes, os mistérios da vida clamam por atenção, se estar vivo é ter algum significado. Na busca por nosso próprio caminho de espiritualidade, é sábio perguntar: – Em que tipo de código de conduta eu acredito? Alguns teólogos sugerem que pessoas não religiosas estão tentando se livrar da responsabilidade moral e ética ditada a nós nas escrituras de uma autoridade superior. No entanto, não somos avaliados após a morte por nossas associações religiosas, mas pela nossa conduta e valores. No mundo espiritual com o qual estou familiarizado, somos mais medidos pelo que fazemos pelos outros do que por nós mesmos. Se a atividade religiosa tradicional serve ao seu propósito e fornece sustento espiritual, provavelmente você está motivado pela crença nas escrituras e talvez pelo desejo de camaradagem na adoração.

As mesmas atrações são verdadeiras com pessoas que se juntam a grupos metafísicos e obtêm satisfação de seguir as idéias de textos espirituais prescritos com pessoas afins. Embora tais práticas possam ser reconfortantes e edificantes para o seu crescimento espiritual, é preciso reconhecer que esses caminhos não são adequados a todos.

Se não há paz interior, não importa que tipo de afiliação espiritual você tenha. O desengajamento na vida surge quando nos separamos de nosso poder interior, assumindo a posição de que estamos sozinhos, sem orientação espiritual, porque ninguém no andar de cima está ouvindo.

85 III 6 O Mundo Espiritual Tenho grande respeito por pessoas com fé permanente em alguma coisa, pois, em grande parte da minha vida, não tive base sólida de espiritualidade, apesar de minha busca.

Existem ateus e agnósticos que assumem a posição de que, uma vez que o conhecimento religioso e espiritual não pode ser baseado em evidências naturais ou comprovadas, é inaceitável.

Simplesmente ter fé não é um conhecimento verdadeiramente revelado para o cético. Eu me identifico com essas pessoas porque eu era uma delas. Minha fé no futuro lentamente começou como uma conseqüência da minha participação com os sujeitos em hipnose. Esta é uma disciplina em que acreditei profissionalmente antes das minhas descobertas de pesquisa. No entanto, minha própria consciência espiritual também foi o resultado de anos de meditação pessoal e introspecção sobre esta pesquisa.

A percepção espiritual deve ser uma busca individual ou não tem significado. Somos grandemente influenciados por nossa própria realidade imediata, e podemos agir de acordo com essa realidade, um passo de cada vez, sem a necessidade de enxergar longe demais na distância. Mesmo passos na direção errada nos dão uma visão dos muitos caminhos projetados para nos ensinar.

Para trazer a alma do Eu em harmonia com o nosso ambiente físico, nos é dada liberdade de escolha para exercer o livre arbítrio na busca das razões pelas quais estamos aqui.

No caminho da vida, devemos assumir a responsabilidade por todas as nossas decisões sem culpar outras pessoas pelos contratempos da vida que trazem infelicidade.

Como mencionei, para sermos eficazes em nossa missão, devemos ajudar os outros em seus caminhos sempre que possível. Ao ajudar os outros, nós nos ajudamos. Alcançar os outros é inibido quando alimentamos nossa própria singularidade de tal forma que nos tornamos totalmente auto- absorvidos.

No entanto, ser um senhorio ausente em sua própria casa o torna ineficaz como pessoa também. Você não recebeu seu corpo por uma chance da natureza. Ele foi selecionado para você por conselheiros espirituais e depois de visualizar as ofertas de outros corpos hospedeiros, você concordou em aceitar o corpo que tem agora. Assim, você não é uma vítima das circunstâncias.

Você está confiado com o seu corpo para ser um participante ativo na vida, não um espectador. Não devemos perder de vista a idéia de que aceitamos este contrato sagrado de vida e isso significa que os papéis que desempenhamos na Terra são realmente maiores que nós mesmos. Nossa energia da alma foi criada por uma autoridade maior do que podemos conhecer em nosso estado atual de desenvolvimento. Consequentemente, devemos nos concentrar em quem somos como pessoa para encontrar esse fragmento de divindade dentro de nós. As únicas limitações à percepção pessoal são auto-impostas.

Se os caminhos espirituais dos outros não têm relevância para você, isso não significa que o caminho para suas necessidades é inexistente. A razão de sermos quem somos é uma verdade importante na vida. Onde uma pessoa pode encontrar um aspecto dessa verdade que se manifesta a ela, ela não estará no mesmo lugar para outra.

Essencialmente, estamos sozinhos com a nossa alma, mas as pessoas que se sentem solitárias ainda não se encontraram. A autodescoberta da alma tem a ver com o autocontrole. A captura da nossa essência individual é como se apaixonar. Algo dentro de você que está adormecido é despertado em um ponto em sua vida por um estímulo. A alma flerta com você no começo, tentando você ir além com delícias que são vistas apenas à distância. 86 III 6 O Mundo Espiritual

A atração inicial da autodescoberta começa com um toque quase lúdico do consciente pela mente inconsciente. À medida que a intensidade de querer possuir plenamente o nosso Eu interior cresce, somos atraídos irresistivelmente para uma conexão mais íntima.

Conhecer nossa alma torna-se um casamento de fidelidade ao seu eu. O aspecto fascinante da autodescoberta é que, quando você ouve aquela voz interior, você a reconhece instantaneamente.

Baseado em minha prática, estou convencido de que todos neste planeta têm um guia espiritual pessoal. Guias espirituais falam à nossa mente interior se somos receptivos. Embora alguns guias sejam mais facilmente alcançados do que outros, cada um de nós tem a capacidade de convocar e ser ouvido por esses guias.

Não há acidentes na vida, mas as pessoas ficam confusas com o que percebem como aleatoriedade. É essa filosofia que trabalha contra pensamentos de ordem espiritual. Torna-se um próximo passo fácil sentir que não temos controle em nossas vidas e tentar nos encontrar é inútil, já que nada que fazemos é importante. Acreditar na aleatoriedade dos eventos influencia negativamente nossa reação às situações e nos permite evitar pensar em explicações para eles. Ter uma visão fatalista da vida dizendo “é a vontade de Deus” ou até mesmo “é o meu carma” contribui para a inação e a falta de propósito.

Aquilo que é significativo na vida vem em pequenos pedaços ou grandes pedaços de uma só vez. A autoconsciência pode nos levar além do que pensávamos ser nosso destino original. O karma é o cenário em movimento daquelas condições em nosso caminho que promovem o aprendizado.

O conceito de uma fonte orquestrando tudo isso não precisa ser pretensioso. O externalista espiritual espera pela reunificação com um Criador após a morte, enquanto o internalista se sente parte de uma Unidade a cada dia.

O discernimento espiritual chega até nós em momentos sutis, introspectivos e sutis que são manifestados pelo poder de um único pensamento. A vida é uma questão de constante mudança para a realização. Nosso lugar no mundo hoje pode ser diferente amanhã. Precisamos aprender a nos adaptar a essas diferentes perspectivas da vida, porque isso também faz parte do plano para o nosso desenvolvimento.

Ao fazê-lo, há uma transcendência do Self do processo de mascaramento de uma casca externa temporária para a que está profundamente dentro de nossa mente da alma permanente. Para elevar a mente humana dos sentimentos de desencantamento, precisamos expandir nossa consciência enquanto nos perdoamos pelos erros.

Eu acredito que é vital para a nossa saúde mental que nos rimos de nós mesmos e os impasses tolos que entramos ao longo do caminho.

A vida é cheia de conflitos e a luta, a dor e a felicidade que experimentamos são todas as razões para estarmos aqui. Cada dia é um novo começo. Eu tenho uma citação final que veio de um sujeito que estava se preparando para outra partida do mundo espiritual para uma nova encarnação na Terra. Eu acho que sua declaração oferece uma conclusão adequada para este livro:

"Vir para a Terra é sobre viajar longe de nossa casa para uma terra estrangeira. Algumas coisas parecem familiares, mas a maioria é estranha até nos acostumarmos a elas, especialmente as condições que são implacáveis. Nosso verdadeiro lar é um lugar de paz absoluta, total aceitação e

87 III 6 O Mundo Espiritual completo amor. Como almas separadas de nossa casa, não podemos mais presumir que essas belas características estarão presentes ao nosso redor.

Na Terra, devemos aprender a lidar com a intolerância, raiva e tristeza enquanto buscamos alegria e amor. Não devemos perder nossa integridade ao longo do caminho, sacrificando a bondade pela sobrevivência e adquirindo atitudes superiores ou inferiores àquelas que nos rodeiam.

Sabemos que viver em um mundo imperfeito nos ajudará a apreciar o verdadeiro significado da perfeição. Pedimos coragem e humildade antes de nossa jornada para outra vida. À medida que crescemos em consciência, também a qualidade de nossa existência. É assim que somos testados. Passar este teste é o nosso destino”.

III 6.5 - Os Campos de Energia Sutis, no Homem e no Universo

Vamos agora algumas teorias e idéias sobre as coisas do mundo não material, mas que interagem com ele, como o espírito, a alma, o amor, os pensamentos, as sensações e os sentimentos. Vamos imaginar que sejam, como tudo que conhecemos no Universo: Forças, Campos e Ondas. Aqui os chamamos de de Campos de Energia Sutas.

Estas energias sutis não estão desconectadas do mundo material nem dos seres vivos como nós, mas vão muito mais além, penetrando outros planos além do plano material. Nos tópicos seguintes discutiremos estes campos, ondas ou forças.

III 6.5.1 - A Física do Amor

A principal força do mundo espiritual é o amor. O amor é a força que organiza, agrega, que perdoa, que incentiva, que quer o bem para todos acima de tudo. O amor se propaga na Luz Divina, a emanação do próprio Criador, é o veículo de toda a criação, e o nosso objetivo final.

Minha mãe diz que o amor é de cima para baixo, ou seja, os pais amam mais os filhos do que estes amam os pais. E assim acontece com netos e bisnetos. Faz sendo para mim. Ninguém pode nos amar mais que nosso Criador, nosso Pai e Mãe.

A ausência de amor desagrega, torna cada ser egocêntrico, e tende ao caos, a desorganização completa, que tende a aumentar como a entropia do mundo material.

O que permite o não amor - o mal? A liberdade ou livre arbítrio. Tudo foi-nos dado pelo Criador. Nunca seremos capazes de entender completamente os desígnios da criação, estão muito acima de nossa limitada compreensão, mas o fato é que o livre-arbítrio, nossa capacidade única que nos permite voltar aos planos superiores da Consciência Universal e subentende que podemos optar.

Tudo que foi Creado (para usar o conceito de Huberto Roden) foi pelo Criador. Como nos diz o Evangelho de São João: "No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Tudo que foi criado, foi criado por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida e a vida era a Luz dos homens. E a Luz resplandece nas trevas, mas as trevas não a apreenderam”.

O Verbo ou Logos significa o princípio da razão cósmica, o Amor Divino em movimento. No nosso plano de existência o verbo é a palavra, constituída pelas Letras de Fogo descritas na Cabala, os veículos da criação. A criação se faz pelo Verbo - palavra - que é vibração. O eu no homem é a fala a linguagem, que é lógica. A alma e o espírito estão além deste, porém se integram em nosso ser.

88 III 6 O Mundo Espiritual O amor existe em todo o universo, é a emanação direta do Criador e permeia toda a criação fornecendo energia e inteligência a cada componente da Criação.

Nosso Universo não é um universo sólido, mas composto de espaço e energia. Para entendermos a existência é imprescindível considerarmos primeiro o Ser, e é também necessário compreender este "vazio aparente" fundamental, subjacente a todo o mundo criado.

O Ser ou Mente de Deus, do Criador, é tudo que existe. Toda a substância do Universo É parte Dele, É Ele Próprio, e tudo existe dentro do Criador. A verdadeira natureza da “Mente de Deus" é a mais alta forma do Amor Divino e isso pode ser visto consistentemente ativo dentro de cada coisa viva.

A ciência não pode dizer o que é a "Força Motivadora" que atrai partículas para a forma de elementos, moléculas, células… Tampouco a ciência pode dizer de onde essas partículas de energia vieram originalmente, a não ser para dizer que elas foram liberadas durante o tempo do Big Bang, que se acredita ter dado o primeiro ímpeto à criação.

Até que a ciência possa sondar e descobrir a realidade do "espaço" em que as partículas elétricas do "ser visível” estão apoiadas, a ciência permanecerá para sempre atrás das portas trancadas do materialismo. Será barrada à Verdade eterna e à sabedoria universal e aprisionada apenas no cativeiro da razão - razão que é unicamente o produto da atividade inita das células cerebrais.

A primeira célula viva merece a atenção de qualquer um que procure seriamente a dimensão espiritual e a "Fonte da Existência" - porque a primeira molécula viva e a primeira célula viva são a primeira evidência de há alguma atividade inteligente dentro da "matéria" no universo.

Deus, o Poder - a Consciência Universal é que realmente cria, move-se para dentro e apóia o universo visível e todas as outras dimensões além da percepção e da compreensão atuais.

Além disso, o pensamento humano, quando cheio de convicção ou emoção, pode afetar o processo de materialização das formas visíveis. Isto ocorre através de campos eletromagnéticos de alta frequência.

O amor, no nível humano, é também um sentimento, assim como alegria, felicidade, mas também a raiva, a inveja e o ciúme.

Sentimentos são estados da alma, e nos conectam diretamente a outro mundo, não material, assim não sabemos se é possível utilizar equações matemáticas para descrever ou operar com um sentimento, imagino que não, mas, o conhecimento a seguir está em Cartas de Cristo.

Qualquer que seja o poder que você dê a pensamentos ressentidos, esse poder enviará um fluxo elétrico direto da consciência à pessoa que o feriu - E o fluxo de consciência retornará, voltando para você no devido tempo, como um bumerangue.

Você deve saber que todo campo elétrico cria um campo magnético similar - os dois sempre trabalham juntos - de modo que 'o que vai, eventualmente retorna'.

Esta é uma lei científica da existência, mas o que a ciência ainda não admite é isto:

A força elétrica alimenta a mente; é o impulso da consciência de "seguir em frente" na mente. A força elétrica é uma faceta da consciência. 89 III 6 O Mundo Espiritual O magnetismo de dois polos, potencializa as emoções humanas e animais - "atrai" e "repele". É o impulso do amor humano e o impulso do ódio.

O magnetismo é experimentado por todos os seres vivos como emoção - sentimento.

Não apenas isso, o conhecimento médico científico descobriu que todos os pensamentos que tomam forma em seu cérebro descem à glândula pituitária através do hipotálamo, e a negatividade e o trauma emocional (vibrações diminuídas) que estes contêm é passado para seus órgãos, sangue e corpo inteiro, causando um esgotamento de energia e eventual doença.

Esse é o fenômeno que produz enfermidades psico-somáticas reconhecidas pela profissão médica.

Este tipo de conexão somente pode ser feita internamente, através da consciência, que não reside em nosso cérebro - sistema nervoso, embora interaja com estes, mas está relacionada ao mundo anímico e espiritual, que não compreendemos totalmente, só podemos sentir.

“A ligação da psique ao cérebro, ou seja, sua limitação espaço-temporal, não é mais tão auto- evidente e incontroversa como até agora fomos levados a acreditar. … Não é apenas permissível duvidar da validade absoluta da percepção espaço-temporal; é, em vista dos fatos disponíveis, até mesmo imperativo fazê-lo”. - Carl Jung, Psicologia e o Ocultismo.

O que sentimos não é disperso e inútil, mas é o que nos dirige, o que nos faz optar por como agir, ou nos faz desistir de algum tipo de comportamento ou ação ou até mesmo de um sentimento.

O que nos permite avaliar o que estamos sentindo e decidir se realmente queremos sentir o que estamos sentindo? Há algo em nós mesmos, num nível superior aos nossos sentimentos, aos nossos impulsos sejam eles reptilianos ou mais sofisticados. O que determina a nossa vontade, que é uma opção pessoal? Nossa consciência.

Assim como é necessária um consciência que observa para colapsar a função de onda como provou a mecânica quântica, podemos projetar nosso futuro. A vontade e a intenção puras, colapsarão o que determinarmos interiormente em nós mesmos.

A consciência está acima do plano material do plano mental e do intelecto, acima até mesmo dos sentimentos que o transcendem, é nossa essência e está conectada ao mundo anímico, espiritual e a consciência Universal.

Podemos imaginar a consciência como a função que permite a comunicação bi-direcional com este mundo anímico espiritual. Podemos captar e transmitir para este nível acima do plano material. Inclusive toda nossa experiência, sabedoria, enfim a nossa essência reside neste plano, em última instância, como espírito.

Através da intenção ou vontade podemos emanar ou transmitir sentimentos, para tudo que nos cerca, como mostrado na experiência dos cristais de gelo de Masaru Emoto, e outras que mostram que nossas emanações influenciam outros seres, sejam humanos, vegetais, animais ou minerais.

Esta emanação pode ser individual ou coletiva. Se coletiva ou seja grupos de pessoas com os mesmos ideais ou grupos de pessoas que oram unidas, projetam Erégoras, formadas por estes campos de energia coletiva, que também nos retro-alimentam. As Tradições são memórias ou hábitos que se formaram a partir de do que projetamos com nossas consciências.

90 III 6 O Mundo Espiritual Na esfera individual também projetamos entidades energéticas menores, como por exemplo, os vícios e maus hábitos podem tornar-se larvas Astrais, que são criadas por estas energias perniciosas e se alimentam delas, ou dependem delas para continuar existindo.

No tópico seguinte, de Rudolf Steiner, é mostrada a semelhança / diferença da alma e do espírito animal e humano. Sendo o homem dotado do eu ou self que se interpõe entre o corpo alma e o espírito.

O Espírito Humano e o Espírito Animal Trechos retirados da Palestra do Dr. Rudolf Steiner - Berlim, 17 de novembro de 1910

Entre os trabalhos de Goethe, dois poemas podem ser encontrados juntos. Cada um contém três linhas notáveis:

"Em todas as coisas o eterno está passando, Mas tudo deve acabar em nada no final, Se se quer persistir em ser".

Assim termina um poema e o outro começa:

"Nenhum ser pode chegar a nada finalmente! Pois o Eterno move-se em tudo. E ao ser reconhecido, serás abençoado”.

Deixe-me em poucas palavras recordar algumas das coisas tratadas na última palestra. Particularmente importantes para nós foram as visões que pudemos formar, a partir da observação imediata, sobre a diferença entre a vida humana da alma e a dos animais.

Percebemos que a vida da alma animal não pode ser distinguida da do homem de modo a justificar a afirmação de que o homem é superior ao animal em relação a certos atributos espirituais.

Para refutar tal visão, precisamos apenas apontar como certas realizações, obviamente alcançadas apenas pelo homem lutando para um estágio definido de inteligência, são trazidas objetivamente dentro do mundo animal na construção de suas moradas e em toda a sua vida. Assim, no que o animal faz, no que produz, no que cria, temos exatamente a mesma atividade inteligente que é mostrada pelo homem nas ferramentas e produtos que ele produz. Pode realmente ser dito: No que o animal faz, flui e congela a mesma inteligência que encontramos no homem. Portanto, podemos não falar da alma animal e da alma humana simplesmente dizendo que o animal está, até certo ponto, atrás do homem ou do homem, em certa medida, antes do animal.

Quando falamos da alma - e descrevemos a vida da alma como a vida interior, em contraposição à vida espiritual vista eminentemente em formação e desenvolvimento - nos referimos ao fato de descobrirmos quão intimamente ligada é a vida da alma da alma. animal com sua própria organização; e o que o animal pode experimentar em sua alma nos parece predeterminado por toda sua estrutura e todo o arranjo de seus órgãos.

Assim, deve-se dizer: a vida da alma do animal é determinada pela forma de sua organização e, em sua vida da alma, o animal vive, por assim dizer, dentro de si. Mas a característica essencial da vida da alma do homem está na alma humana emancipada em alto grau do organismo imediato, e no fato de que - peço que não me entenda mal, quero dizer relativamente só - independentemente da organização corporal que ele experimenta o espírito como tal, da maneira como o compreendemos; em outras palavras, que a alma humana é capaz de se entregar diretamente ao espírito.

91 III 6 O Mundo Espiritual Se nos elevarmos agora à consideração do espírito no homem e no animal, teremos que partir dos conceitos e idéias desenvolvidos em nossa consideração da alma no homem e no animal; teremos que nos preocupar mais profundamente com um fenômeno decorrente do que foi dito da última vez; a saber, que no animal todas as realizações espirituais imediatamente conectadas com seus órgãos e experimentadas em sua alma foram implantadas e ligadas ao que é hereditário em sua espécie.

Podemos também dizer que existe na alma do animal a parte que pertence à espécie, e como isso é hereditário, o animal vem à existência com a predisposição para todas as atividades condicionadas pelo espírito que pode ser experimentado através da sua natureza da alma. Por meio disso o animal entra na existência totalmente equipado, e lega a seus descendentes raciais as características herdadas que podemos chamar uma efusão do espírito animal. É diferente com o homem que em sua vida de alma se emancipa de seu organismo corporal. Mas porque no curso da natureza isso é transmitido através da descendência linear, ele entra na existência desamparado, até certo ponto, onde as funções que deveriam servi-lo na vida estão envolvidas.

Por outro lado, no entanto, esse desamparo é a única coisa que capacita o homem a desenvolver-se na alma e no espírito. Assim, achamos que é a coisa mais importante para o homem que, quando ele entra na vida através do nascimento, tudo determinado a partir de fora deve permanecer indeterminado.

Com isso, indicamos como devemos considerar a relação do espírito com a natureza corpórea do animal e do homem - a alma situada entre o espírito e a natureza corporal. Na maneira como o animal nos aparece como membro de uma espécie, atingindo gradualmente seus objetivos instintivos na vida, temos uma atividade direta do espírito na natureza orgânica do corpo. O corpo orgânico em que o animal experimenta sua vida de alma é, por assim dizer, o espírito que entrou na realidade.

Uma relação imediata existe no animal entre espírito e corpo. E se olharmos para o animal, estudá- lo - superficialmente como um leigo, ou mais completamente com todas as facilidades que a anatomia comparativa e fisiologia ou qualquer outra ciência pode oferecer - vemos em toda parte na forma animal, nas condições da vida animal, O espírito congelado é assim vivido nas espécies animais individuais. E a forma externa - a vida externa da mesma maneira - é para nós a impressão direta do que chamamos de espírito deitado atrás do animal, de modo que no animal temos que procurar a relação mais próxima entre espírito e natureza corporal.

Isso é bem diferente quando chegamos ao homem. E quando temos que chamar a atenção para as diferenças mais importantes entre homem e animal, é essencial não procurá-las muito longe. Ao considerar as coisas da maneira certa, o que é mais importante está tão próximo que não há necessidade de entrarmos em todos os detalhes íntimos da investigação.

Observando o homem, encontramos algo entre o espírito e a natureza corporal que não precisamos levar em consideração no animal. Isso é importante. Na forma e organização animal, o espírito funciona como se fosse diretamente.

No homem, não funciona diretamente; um membro intermediário empurra-se para dentro, o que pode ser facilmente observado na vida. Quando o homem nos confronta quando o observamos, esse membro intermediário, que provoca uma conexão mais frouxa entre o espírito e a natureza corpórea, é expresso no que chamamos de ego autoconsciente.

Não quero me referir agora ao modo como esse ego autoconsciente toma forma no corpo; Desejo apenas dizer: No modo como o homem nos aparece, na maneira como nos confronta como um fenômeno da alma, esse ego autoconsciente se interpõe entre seu espírito e sua natureza corpórea.

92 III 6 O Mundo Espiritual Certamente, do ponto de vista daqueles que acreditam estar no terreno firme da ciência natural, é brincadeira de criança encontrar objeções à expressão “ego autoconsciente”. Mas, no momento, estamos querendo dar seguimento a maneira pela qual esse ego autoconsciente está inserido entre o espírito e a natureza corpórea.

Aqui encontramos acima de tudo - nós chamamos a atenção para esta última vez - que o homem é dependente da vida de seu ambiente, do mundo exterior, em relação à sua linguagem, seu modo de pensar e também na medida em que ele desenvolveu uma consciência de si mesmo.

É um fato geralmente reconhecido que o homem, se excluído de todo contato com a humanidade, se for obrigado a crescer sozinho, nunca chegará a falar, nem a pensamento definido, nem a consciência de si mesmo; ele seria forçado a permanecer no estado de desamparo em que nasceu. Assim, vemos que no caso do animal todas as atividades necessárias para a vida animal, para a existência animal, chegam a ele através da hereditariedade.

E vemos que as atividades humanas surgem de tal maneira que elas não podem ser procuradas na linhagem da hereditariedade mais do que, digamos, o calor original necessário para a incubação de um ovo de galinha pode ser procurado dentro do ovo; tem que vir de fora.

Assim, descobrimos que as coisas de que o homem precisa para o seu desenvolvimento têm que ser adquiridas através de algo dentro dele; enquanto no caso do animal está impresso nele pelo espírito. Assim, permanecem abertas ao homem certas possibilidades de desenvolvimento nas quais ele assume forças organizadoras definidas através de seu ego autoconsciente. Pois, naturalmente, ninguém duvidará de que as mudanças na organização estão ligadas à aquisição gradual da fala, do pensamento, da consciência de si e das atividades ligadas a elas; de modo que as tendências possuídas pelo animal desde o início por meio de atividades hereditárias, são tomadas pelo homem do meio ambiente, assim como o calor é absorvido pelo ovo da galinha que está sendo incubado; em outras palavras, é introduzido de fora.

Assim, as possibilidades de desenvolvimento permanecem abertas ao homem no que diz respeito à interação do meio ambiente. Naturalmente, a Ciência Espiritual não adota a visão de que o homem poderia alcançar qualquer coisa sem órgãos. Portanto, devemos estar certos de que tudo que funciona no homem muda sua organização. Se investigarmos a organização humana de perto, vemos que esta organização é realmente mudada por forças vindas de fora, que têm que alcançar o homem por meio de seu ego.

E então vemos outra coisa - se considerarmos o homem como ele toma seu lugar no mundo, para se tornar o que ele é capaz de se tornar através da fala, através de seu modo de pensar e sua consciência de si, nós o apreendemos como se estivéssemos pólo, em uma extremidade. Devemos, no entanto, compreendê-lo também no outro extremo. Se penetrarmos nele com pensamento, isso não é tão fácil. Mas é de fato necessário agarrar-se ao outro lado do homem.

Assim, a observação direta nos mostra como, na realidade, o espírito vive nas formas animais. E como a vida da alma do animal está imediatamente ligada à sua organização, a vida instintiva sendo uma expressão dessa organização, sempre será possível ver por que algum instinto ou impulso particular deve aparecer no animal como parte de sua vida de sentimento. Por outro lado, pode-se dizer do homem que nele também vemos o espírito trabalhando em sua organização, mas a partir de dentro; também vemos, entretanto, que o que está na base do ego autoconsciente está em oposição à organização e força seu caminho para dentro dela, forçando, ao mesmo tempo, seu caminho para a obra do espírito.

Se experimentarmos as coisas dessa maneira, podemos dizer: Se não abordarmos o homem com conceitos abstratos, secos e prosaicos, mas o percebermos de uma maneira viva, veremos como o 93 III 6 O Mundo Espiritual ego é, o ser na ideia e o ser na fala-som , trabalhe diretamente na forma e no movimento externos. É como se, como cristalógrafos, estudássemos as forças formadoras de um cristal, descobríssemos que temos diante de nós um cubo no sal-gema, um octaedro no enxofre e, na granada, um rombododecaedro.

Assim como lá vemos como as forças internas derramam suas atividades em forma, ao perceber o homem de uma forma viva, vemos imediatamente vivendo em sua forma externa tudo o que ele realmente é, o que em seu ser nos impressiona - o que nos satisfaz Ideia do ego congelado, conceito ou concepção congelada e como senso de som congelado.

Deveríamos ser capazes de imaginar de maneira bastante vívida esse senso de som que nos encontra. Para esse intercurso com o espírito que o homem acalenta, talvez, da maneira mais íntima, que todo homem, artista ou não, é capaz de acalentar, que trabalha neste ser como as mais finas tecelagens de sua alma, esse intercurso é experimentado pelo homem em um maneira característica, toda a importância da qual para a vida do homem não deve ser negligenciada.

Não nos atrevemos, de fato, a negligenciá-lo em seu conteúdo, em sua natureza interna - não estou falando aqui de conteúdo de palavras - na natureza interna do "como" na palavra conteúdo, na natureza interna do caráter do som, ou na alma na linguagem. A linguagem não tem apenas o espírito expresso no conteúdo das palavras; a linguagem também possui uma alma. E muito mais do que pensamos, uma linguagem funciona sobre nós no caráter de seu som. Uma linguagem com muitos sons “ah” funciona de um jeito; uma linguagem que no caráter de suas palavras é mais propensa a "ee" ou "o" de outra maneira. Pois, no timbre do caráter sonoro, é derramado como se estivesse no inconsciente, a alma que flui sobre toda a humanidade. Isso nos edifica, trabalha sobre nós e se expressa na vida como um tipo especial de gesto.

Pois o discurso do homem é um tipo especial de gesto - não quanto às palavras, mas na medida em que tem alma - no modo como o homem vive em fala com sua alma e se expressa. Em tudo isso, deveríamos ser capazes de mencionar diferenças significativas.

No ano de 1894, Laurenz Müllner, grande admirador de Galileu, ao ser nomeado reitor da Universidade de Viena, pronunciou seu discurso inaugural, e nele chamou a atenção para um fato notável que, de fato, é muito interessante.

Ele apontou que em Galileu temos um espírito capaz de compreender as leis físicas da mecânica, as leis da oscilação, do movimento dos projéteis, da velocidade dos corpos em queda, do equilíbrio, que talvez - disse o professor Müllner - são expressos em o caminho mais grandioso na obra maravilhosa de Michelangelo - a cúpula elevada de São Pedro, em Roma.

Isso é verdade e deve ser admitido por qualquer pessoa sobre quem a obra de arte em questão tenha causado uma impressão. Assim, pode-se dizer - prosseguiu Laurenz Müllner: No intelecto de Galileu, essas leis surgem primeiro sob a forma de conceitos, que então vemos em Roma subindo aos céus na simetria e equilíbrio da gigantesca cúpula de São Pedro. Em Galileu, o homem aprendeu a compreender em conceitos o que é apresentado em São Pedro como a criação artística de Michelangelo. Somado a isso, temos o fato real de que o dia do nascimento de Galileu e o dia da morte de Michelangelo caíram no mesmo ano. Em 1564, Michelangelo morreu em 18 de fevereiro e no mesmo ano, quase no mesmo dia - 15 de fevereiro - Galileu nasceu, Galileu, que descobriu para a humanidade as leis físicas da mecânica.

Assim, vemos que, mesmo nessa direção, tudo aponta para o encontro do ego autoconsciente com o funcionamento do espírito. Através do instinto, o animal chega até a sentir a vida refletindo em sua inteligência o que ele coloca em seus edifícios, e assim por diante. Tomemos, por exemplo, o castor e o que ele constrói. Entre os castores, Michelangelos sempre será encontrado, mas nunca um 94 III 6 O Mundo Espiritual Galileu que entenda as mesmas leis às quais o castor dá forma em suas construções. No homem há algo que confronta seu ego autoconsciente, algo criado pelo espírito quando entra na organização.

A diferença entre homem e animal não pode ser encontrada em nenhum detalhe particular. Tem que ser encontrado inteiramente no modo como o espírito faz uso das coisas. Pois através disso nós vemos a relação do homem com o espírito, como ele se emancipou do que pertence ao corpo e é capaz de entrar em relações diretas com o espírito. Daí a diferença na sensação que experimentamos ao contemplar algo espiritual a partir do que experimentamos ao contemplar qualquer coisa física e material. Procuramos usar palavras de maneiras bem diferentes, dependendo de se olharmos para o espiritual ou o físico.

Se vemos a alma, se vemos o espírito na natureza corpórea, temos que dizer: se ela vivesse inteiramente no corpo, se se agarrasse ao corpo, então teria que cair no nada.

Assim, o estudo do espírito do animal e do espírito humano leva-nos gradualmente a uma premonição daquilo que na realidade pode ser chamado de espírito. Mas antes que se deseje encontrar a maneira pela qual o conhecimento sobre o espírito possa ser adquirido, é necessário conhecer a maneira pela qual o espírito brilha na alma humana que se liberta do corpo para que possa viver uma vida. independente da organização corporal, uma vida em sua própria esfera.

A Mente, Alma e Espírito do site Happy Science

As palavras Mente, Alma e Espírito são freqüentemente usadas de forma intercambiável. Na maioria dos casos, as pessoas têm apenas uma compreensão superficial dessas palavras e nenhuma ideia concreta de sua verdadeira natureza. Aqui, tentaremos dar uma resposta curta às perguntas: "o que é o Espírito?", "O que é a Alma?" E "o que é a Mente?”

“Seres humanos consistem de uma consciência, um espírito e uma alma, todos os quais foram criados através da vontade de Deus (Buda), e o núcleo central da alma é a mente” Do livro: As leis do sol

O que é espírito? "Espírito" é essencialmente energia inteligente sem forma, que se tornou individualizada pela divisão da energia de Deus. Essa energia espiritual é a fonte de todos os seres vivos: humanos, animais, plantas e até minerais. No entanto, os espíritos de animais e plantas não são tão individualizados e avançados quanto os humanos. Em outras palavras, cada espírito humano tem uma individualidade expressa e a capacidade de pensar, enquanto espíritos animais e vegetais geralmente vivem como consciências coletivas. Como eles se tornam individuais depende do nível da consciência de cada espírito.

O que é a alma? Chamamos de "Alma" a parte do espírito que assume a forma do corpo físico em que ela habita. É dessa forma que o espírito realiza o refinamento espiritual na Terra. O espírito é mais livre em forma comparado à alma que, estando alojada dentro do corpo humano, tem uma forma humana distinta e sua própria individualidade.

O que é a mente? A mente é o centro da alma e o núcleo do corpo espiritual. Para a visão espiritual, quando a mente está em seu estado original, parece uma bola de formato perfeito com cerca de um pé de diâmetro localizada no centro da alma, perto do coração. Diferentes áreas da mente governam vontade,

95 III 6 O Mundo Espiritual emoção, intelecto e razão. Correndo através do corpo do estômago, do coração e do cérebro é a parte que controla a sabedoria espiritual e conecta a pessoa com suas almas irmãs e irmãs no mundo espiritual, ou em outras palavras, sua “subconsciência.”

A verdadeira natureza da mente

A Alma se origina de Deus e possui essencialmente as mesmas qualidades que Deus. Deus é essencialmente a própria luz e essa luz não é como a luz de uma lâmpada; tem atributos como amor, compaixão, sabedoria e prosperidade, que brilham como as facetas de um diamante. A busca interna para entender a verdadeira natureza do diamante dentro de nós é o verdadeiro objetivo da disciplina espiritual.

O que é bem e o que é mal? A resposta para a pergunta: “É parte da natureza da alma pensar e fazer o mal?” É tanto “sim” como “não”. É “sim” porque a alma recebeu liberdade total para pensar e criar em qualquer direção.

Mas a resposta é “não” porque fazer o mal ou produzir o inferno não faz parte do objetivo original da alma. No entanto, podemos criar regiões escuras e úmidas em nossas mentes e nos isolarmos da luz de Deus (Buda) com pensamentos negativos, como reclamação, raiva, ciúme e inveja, bem como pensamentos egoístas e nosso desejo de autopreservação.

É como resultado de nossas próprias escolhas que criamos nuvens em nossa mente, bloqueamos a luz e vivemos na escuridão. É por isso que devemos refletir sobre nossos pensamentos e ações e remover essas nuvens de pensamento para restaurar nossa mente ao seu estado original e brilhante.

III 6.5.2 - A Energia no Homem - Corpo e Alma baseado no livro The Holographic Universe de Michael Talbot

"Nós, seres humanos, consideramos que somos feitos de "matéria sólida". Na verdade, o corpo físico é o produto final, por assim dizer, dos campos de informações sutis, que moldam nosso corpo físico e toda a matéria física. Esses campos são hologramas que mudam no tempo (e estão) fora do alcance de nossos sentidos normais. Isto é o que os clarividentes percebem como halos coloridos ou auras em torno de nossos corpos físicos". - Itzhak Bentov

Um fenômeno místico que parece envolver a capacidade de ver os aspectos de frequência da realidade é a aura, ou campo de energia humano. A noção de que existe um campo sutil de energia ao redor do corpo humano, um invólucro de luz semelhante a um halo, que existe além da percepção humana normal, pode ser encontrado em muitas tradições antigas.

Na Índia, escritos sagrados que datam de mais de cinco mil anos referem-se a essa energia vital como prana. Na China, desde o terceiro milênio a.C., tem sido chamado de Qi e acredita-se que seja a energia que flui através do sistema de meridianos de acupuntura. A Cabala, uma filosofia mística judaica que surgiu no século VI a.C., chama esse princípio vital de nefesh e ensina que uma bolha de iridescência em forma de ovo envolve todo o corpo humano.

Em seu livro Future Science, o escritor John White e o parapsicólogo Stanley Krippner listam 97 culturas diferentes que se referem à aura com 97 nomes diferentes.

Muitas culturas acreditam que a aura de um indivíduo extremamente espiritual é tão brilhante que é visível até para a percepção humana normal, razão pela qual tantas tradições, incluindo cristãs,

96 III 6 O Mundo Espiritual chinesas, japonesas, tibetanas e egípcias, retratam santos como tendo halos ou outros símbolos circulares. em torno de suas cabeças.

Em seu livro sobre milagres, Thurston dedica um capítulo inteiro a relatos de fenômenos luminosos associados a santos católicos, e ambos, Neumann e Sai Baba, relatam ter ocasionalmente auras visíveis de luz ao redor deles. Acredita-se que o grande místico sufi Hazrat Inayat Khan, que morreu em 1927, às vezes emitia tanta luz que as pessoas podiam realmente ler por ela.

Em circunstâncias normais, no entanto, o campo de energia humano é visível apenas para indivíduos que têm uma capacidade especialmente desenvolvida para vê-lo. Às vezes as pessoas nascem com a habilidade. Às vezes, ela se desenvolve espontaneamente em um certo ponto da vida de uma pessoa, como no meu caso, e às vezes se desenvolve como resultado de alguma prática ou disciplina, muitas vezes de natureza espiritual.

De acordo com algumas escolas de pensamento, o campo de energia humano possui várias camadas distintas. Diz-se que estas camadas são corpos de energia tridimensionais que ocupam o mesmo espaço que o corpo físico, mas são de tamanho cada vez maior, de modo que parecem apenas camadas ou estratos, à medida que se estendem para fora do corpo.

Muitos médiuns afirmam que existem sete camadas principais, ou corpos sutis, cada um progressivamente menos denso do que o anterior, e cada vez mais difícil de ver. Diferentes escolas de pensamento referem-se a esses corpos de energia por diferentes nomes.

Um sistema comum de nomenclatura refere-se aos quatro primeiros como corpo etérico; o corpo astral ou emocional; o corpo mental e o corpo causal ou intuitivo. Acredita-se geralmente que o corpo etérico, o corpo que está mais próximo em tamanho ao corpo físico, é um tipo de projeto de energia e está envolvido em guiar e modelar o crescimento do corpo físico. Como seus nomes sugerem, os próximos três corpos estão relacionados a processos emocionais, mentais e intuitivos.

Praticamente ninguém concorda em como chamar os três corpos restantes, embora seja comum concordar que eles tenham a ver com a alma e com o funcionamento espiritual mais elevado.

De acordo com a literatura iogue indiana, e também com muitos psíquicos, também temos centros especiais de energia em nosso corpo. Esses pontos focais de energia sutil estão conectados às glândulas endócrinas e aos principais centros nervosos do corpo físico, mas também se estendem para dentro do campo de energia. Por se assemelharem a vórtices giratórios de energia quando são olhados de frente, a literatura yogue se refere a eles como chakras, da palavra sânscrita para “roda”.

O chakra da coroa, um chakra importante que se origina na ponta mais alta do cérebro e está associado ao despertar espiritual, é frequentemente descrito pelos clarividentes como parecendo um pequeno ciclone girando no campo de energia no alto da cabeça. Ele varia de alguns centímetros a 30 ou mais de altura. Quando as pessoas estão em um estado de alegria, esse redemoinho de energia se torna mais e mais brilhante, e quando elas dançam, balança e balança como uma chama de vela.

O campo energético humano nem sempre é branco-azulado, mas pode possuir várias cores. De acordo com médiuns talentosos, essas cores, sua maciez ou intensidade e sua localização na aura estão relacionadas ao estado mental, ao estado emocional, à atividade, à saúde e a outros fatores.

Uma pessoa que possui habilidades avançadas é a terapeuta e curadora Barbara Brennan. Brennan começou sua carreira como fisioterapeuta trabalhando na NASA no Goddard Space Flight Center, e mais tarde se tornou conselheira. Seu primeiro indício de que ela era psíquica veio quando ela era

97 III 6 O Mundo Espiritual criança e descobriu que podia andar de olhos vendados pela floresta e evitar as árvores simplesmente sentindo seu campo de energia com as mãos.

Vários anos depois de se tornar conselheira, ela começou a ver halos de luz colorida ao redor da cabeça das pessoas. Depois de superar seu choque inicial e ceticismo, ela começou a desenvolver a habilidade e acabou descobrindo que tinha um extraordinário talento natural como curadora.

Brennan não apenas vê os chakras, camadas e outras estruturas sutis do campo energético humano com excepcional clareza, mas pode fazer diagnósticos médicos surpreendentemente precisos com base no que vê.

Depois de olhar para o campo de energia de uma mulher, Brennan disse a ela que havia algo anormal em seu útero. A mulher então disse a Brennan que seu médico havia descoberto o mesmo problema, e já havia causado um aborto espontâneo. De fato, vários médicos haviam recomendado uma histerectomia e era por isso que ela procurava o conselho de Brennan. Brennan disse a ela que se ela tirasse um mês e cuidasse de si mesma, seu problema seria resolvido. O conselho de Brennan mostrou-se correto e, um mês depois, a médica confirmou que o útero havia voltado ao normal. Um ano depois, a mulher deu à luz um menino saudável.

Como física, Brennan descreveu o campo energético humano em termos científicos e acredita que a afirmação de Pribram de que existe um domínio de frequência além do nosso campo de percepção normal é o modelo científico mais importante para a compreensão do fenómeno. "Do ponto de vista do universo holográfico, esses eventos [a aura e as forças curativas necessárias para manipular suas energias] emergem de freqüências que transcendem o tempo e o espaço; não precisam ser transmitidas. Elas são potencialmente simultâneas.

"O campo da energia humana existe em toda parte e não é local até ser arrancado do domínio da freqüência pela percepção humana, é evidenciado na descoberta de Brennan de que ela pode ler a aura de uma pessoa mesmo quando a pessoa está distante."

A leitura da aura de maior distância que ela fez até agora foi durante uma conversa telefônica entre Nova York e a Itália, e discute isso, assim como muitos outros aspectos de suas notáveis habilidades, em seu livro Hands of Light.

Outra psíquica talentosa que pode ver a aura em grande detalhe é a "consultora de campo de energia humana" de Los Angeles, Carol Dryer. Dryer diz que ela foi capaz de ver auras desde que consegue se lembrar, e de fato demorou algum tempo até perceber que outras pessoas não podiam ver auras.

Sua ignorância a esse respeito frequentemente a colocava em problemas quando criança, quando ela contava a seus pais detalhes íntimos sobre seus amigos, coisas que ela não tinha como saber.

Dryer pode fazer leituras da aura de longa distância, mas prefere estar na mesma sala com a pessoa. Ela também pode ver o campo de energia de uma pessoa com os olhos fechados e com os olhos abertos. Na verdade, ela geralmente mantém os olhos fechados durante uma leitura para ajudá-la a se concentrar apenas no campo de energia. Isso não significa que ela veja a aura apenas em sua mente. "É sempre na minha frente como se eu estivesse olhando para um filme ou uma peça", diz Dryer. "É tão real quanto o quarto em que estou. Na verdade, é mais real e mais colorido".

A eficácia do toque terapêutico também foi demonstrada em vários estudos. Por exemplo, a Dra. Janet Quinn, professora associada e diretora assistente de pesquisa em enfermagem da Universidade

98 III 6 O Mundo Espiritual da Carolina do Sul, em Columbia, decidiu verificar se o toque terapêutico poderia reduzir os níveis de ansiedade dos pacientes cardíacos.

Para conseguir isso, ela desenvolveu um estudo duplo-cego, no qual um grupo de enfermeiros treinados na técnica passaria as mãos sobre um grupo de corpos de pacientes cardíacos. Um segundo grupo sem treinamento passaria as mãos sobre os corpos de outro grupo de pacientes cardíacos, mas sem realmente realizar a técnica.

Quinn descobriu que os níveis de ansiedade nos pacientes tratados com autenticidade caíram 17% após apenas cinco minutos de terapia, mas não houve mudança nos níveis de ansiedade entre os pacientes que receberam o tratamento "falso".

O estudo de Quinn foi a matéria principal na seção Science Times da edição de 26 de março de 1985 do New York Times.

Nos últimos vinte anos, Valerie Hunt, fisioterapeuta e professora de cinesiologia na UCLA, desenvolveu uma maneira de confirmar experimentalmente a existência do campo energético humano.

A ciência médica há muito tempo sabe que os seres humanos são seres eletromagnéticos. Os médicos usam rotineiramente eletrocardiógrafos para fazer eletrocardiogramas (EKGs) ou registros, da atividade elétrica do coração, e eletroencefalógrafos para fazer eletroencefalogramas (EEGs) da atividade elétrica do cérebro.

Hunt descobriu que um eletromiograma, um dispositivo usado para medir a atividade elétrica nos músculos, também pode captar a presença elétrica do campo energético humano.

Embora a pesquisa original de Hunt envolvesse o estudo do movimento muscular humano, ela se interessou pelo campo energético depois de encontrar uma dançarina que dizia usar seu próprio campo de energia para ajudá-la a dançar.

Isso inspirou a Hunt a fazer eletromiografias (EMGs) da atividade elétrica nos músculos da mulher enquanto ela dançava, e também para estudar o efeito que os curadores exerciam sobre a atividade elétrica nos músculos das pessoas que estavam sendo curadas.

Sua pesquisa acabou se expandindo para incluir pessoas que pudessem ver o campo energético humano, e foi aqui que ela fez algumas de suas descobertas mais significativas.

A faixa normal de freqüência da atividade elétrica no cérebro está entre 0 e 100 ciclos por segundo - cps, com a maior parte da atividade ocorrendo entre 0 e 30 cps.

A frequência muscular aumenta para cerca de 225 cps e o coração sobe para cerca de 250 cps, mas é aí que a atividade elétrica associada à função biológica cai. Além disso, Hunt descobriu que os eletrodos do eletromiograma poderiam captar outro campo de energia irradiando do corpo, muito mais sutil e menor em amplitude do que as eletricidades do corpo tradicionalmente reconhecidas, mas com freqüências com uma média entre 100 e 1600 cps, e que às vezes subiam ainda mais. Além disso, em vez de emanar do cérebro, coração ou músculos, o campo era mais forte nas áreas do corpo associadas aos chakras. "Os resultados foram tão emocionantes que simplesmente não consegui dormir naquela noite", diz Hunt. "O modelo científico que eu havia acreditado em todo a minha vida simplesmente não conseguia explicar essas descobertas “.

99 III 6 O Mundo Espiritual Hunt também descobriu que quando um leitor de aura via uma determinada cor no campo de energia de uma pessoa, o eletromiógrafo sempre capturava um padrão específico de frequências que Hunt aprendeu a associar a essa cor.

Ela foi capaz de ver esse padrão em um osciloscópio, um dispositivo que converte ondas elétricas em um padrão visual em uma tela de vídeo monocromática. Por exemplo, quando um leitor de aura enxergava azul no campo de energia de uma pessoa, Hunt confirmava que estava azul observando o padrão no osciloscópio. Em um experimento, ela até testou oito leitores de aura simultaneamente para ver se eles concordariam com o osciloscópio, assim como entre si. Foi o mesmo em todos os casos.

De que é feito o campo de energia humana?

Apesar dos aspectos elétricos do campo de energia humano, Hunt não acredita que seja de natureza puramente eletromagnética. "Temos a sensação de que é muito mais complexo e, sem dúvida, composto de uma energia não descoberta ", diz ela.

O que é essa energia não descoberta? No momento não sabemos. Nossa melhor pista vem do fato de que quase sem exceção os psíquicos descrevem-na como tendo uma freqüência ou vibração mais alta do que a energia normal da matéria.

Dada a incrível precisão que os médiuns talentosos têm em perceber doenças no campo da energia, talvez devêssemos prestar muita atenção a essa observação. A universalidade dessa percepção - até mesmo a antiga literatura hindu afirma que o corpo de energia possui uma vibração mais elevada do que a matéria normal - pode ser uma indicação de que tais indivíduos estão intuindo um fato importante sobre o campo de energia.

A literatura hindu antiga também descreve a matéria como sendo composta de anu, ou "átomos", e diz que as sutis energias vibratórias do campo energético humano existem paramanu, ou literalmente "além do átomo".

Isso é interessante, pois Bohm também acredita que em um nível subquântico além do átomo existem muitas energias sutis ainda desconhecidas pela ciência. Ele confessa que não sabe se o campo da energia humana existe ou não, mas ao comentar sobre a possibilidade, ele afirma: "A ordem implicada tem muitos níveis de sutileza. Se nossa atenção pode ir para aqueles níveis de sutileza, então nós devemos ser capazes de ver mais de ver mais do que podemos normalmente ver.

Vale a pena notar que não sabemos o que um campo realmente é. Bohm disse: "O que é um campo elétrico? Não sabemos".

Descobrir um novo tipo de campo parece misterioso. Então rotulamos, nos acostumamos a lidar com eles e descrever suas propriedades. Isso não parece mais ser misterioso. Mas ainda não sabemos o que é um campo elétrico ou gravitacional. Como vimos nem sabemos o que são elétrons.

Nós só podemos descrever como eles se comportam. Isso sugere que o campo energético humano também será definido em termos de como ele se comporta, e pesquisas como a de Hunt apenas aumentarão nossa compreensão.

100 III 6 O Mundo Espiritual Medindo as Energias mais Sutis como a Alma Analisando o artigo Understanding the World de Chong You Quan, na Quora:

Muito se escreve sobre este tema, inclusive comparando a ciência tradicional com o mundo anímico, o que ao meu ver não é possível, pois o domínio deste último ocorre em um nível bastante mais sutil, o domínio da realidade não física.

Sabemos, por razões inexplicáveis por nosso intelecto, por exemplo que a velocidade da luz, não é um limite no mundo anímico como pode ser no mundo material…

Mas vejamos o que diz Quan: "Do ponto de vista da física, se a alma fosse uma forma de energia física, deveria ser mensurável. Como E = mc2 se a alma fosse realmente uma forma de energia, deveria ter massa, que deveria então ser mensurável.

Houve algumas experiências feitas na tentativa de pesar a alma após a morte, em animais e em humanos. No entanto, a maioria desses experimentos tinha problemas - falta de um tamanho de amostra grande o suficiente, falta de rigor experimental e falta de consistência dos resultados".

Conforme Quan - "se, de fato, a alma existe, e se é de fato uma forma de "energia", ela deveria ser manifestamente mensurável pelos nossos instrumentos físicos".

Não acho que isto seja possível, pois imagino que este tipo de energia sutil está pelo menos em um nível de frequência ou ocorrência diverso do plano material, talvez num plano paralelo, que interage com a matéria, mas não está no mesmo nível digamos de frequência ou mesmo natureza das ondas ou da energia.

Continua Quan: - "Existe uma forma de fotografia, conhecida como fotografia de Kirlian, que mostra capturar a aura dos seres vivos. Tais fotos também foram tiradas de plantas e animais. No entanto, ninguém sabe realmente o que a fotografia Kirlian capta - o campo eletromagnético ao redor do corpo, ou uma "alma", ou alguma outra coisa?"

Segundo a Wikipedia: A fotografia Kirliana é uma coleção de técnicas fotográficas usadas para capturar o fenômeno das descargas coronais elétricas. Semyon Kirlian, em 1939, acidentalmente descobriu que, se um objeto em uma chapa fotográfica é conectado a uma fonte de alta voltagem, uma imagem é produzida na placa fotográfica.

A técnica tem sido conhecida como "eletrografia", "eletrofotografia", "fotografia de descarga corona" (CDP), ”bioeletrografia", "visualização de descarga de gás (GDV)", "imagem eletrofotônica (EPI)", e, na literatura russa, “Kirlianography".

A fotografia Kirlian tem sido objeto de pesquisa científica, pesquisa parapsicológica e arte. Em grande medida, tem sido utilizado em pesquisa de medicina alternativa.

Uma prova famosa obtida com o uso deste tipo de fotografia é a de uma folha viva completa, onde aparece ao seu redor uma aura luminosa. Numa segunda foto da mesma folha, mas com um pedaço cortado, a aura luminosa da folha completa aparece. Em fotos consecutivas, esta aura luminosa vai desaparecendo, até que apenas a da folha cortada apareça.

Conclui Quan: - "Nas últimas décadas, ninguém nas principais universidades pesquisaria abertamente sobre esses problemas, uma vez que a ideia de uma alma não se encaixa na ciência dominante. 101 III 6 O Mundo Espiritual Por outro lado, há pessoas que experimentaram experiências de quase-morte, experiências fora do corpo, hipnose ou até mesmo meditação profunda, durante as quais às vezes experimentavam ver "bolas de energia luminosa" conversando com elas, ou eles próprios se tornando uma "bola de luz".

Isso poderia ser uma "prova" da alma ser energia pura, mas, infelizmente, esse tipo de experiência é muitas vezes inconsistente e difícil de realizar experimentos rigorosos. Eu diria que estas são maneiras de se ter uma "prova pessoal" do que a alma pode ser, ou que ela existe, mas seria difícil convencer qualquer outra pessoa dessa realidade além de si mesmo e provavelmente de pessoas próximas a você.

Eu diria que, se a alma existe, mesmo que seja de fato uma forma de energia, seria mais precisamente medida não por nossos instrumentos físicos, mas pelos corações dentro de cada um de nossos seres.

"O amor é como o vento, você não pode ver, mas você pode sentir isso." - Nicholas Sparks”.

O amor sim, é a força divina da criação, que aglutina e ordena o espaço ao seu redor. Se usarmos o mesmo paradigma da física convencional, energia, campo e ondas, colocaria o amor como uma energia que se propaga em um campo.

Mas definitivamente, como já comentamos, a experiência mística ou anímica não pode ainda ser descrita por nós, nem sei se necessita ser, tem que ser experimentada. Não temos como explicar, ainda. Imagino que temos que dominar outros níveis antes de poder entender a sua mecânica. Nos dizem inúmeros místicos ao longo de milênios que existe um véu isolando o mundo material do espiritual ou anímico.

Lei Espiritual de Freqüência e Vibração do site Body Soul Mind and Spirit

De acordo com a Lei Espiritual de Freqüência e Vibração.

… “Medo” é uma vibração muito pesada e tem uma frequência baixa. Em contraste, calma, paz, amor e harmonia são vibrações de luz e têm uma alta frequência.

A Lei Espiritual de Freqüência e Vibração nos diz que raiva e raiva são energias baixas, pesadas e vibracionais. A raiva e a raiva subjacentes são sempre baseadas no medo e derivam de sentimentos de vulnerabilidade e impotência.

De acordo com a Lei Espiritual de Freqüência e Vibração, quando nos mantemos centrados e calmos, sustentamos uma vibração elevada e somos fortalecidos. Quando mantemos essa energia, podemos viver com integridade e honestidade, falar nossas verdades e ser autênticos.

Os animais são seres espirituais, intuitivos e instintivos. Eles são capazes de responder às freqüências das quais nós humanos não estamos conscientes. Por exemplo, um cachorro rosna se tivermos medo dele. Um cavalo saberá imediatamente se temos medo dele e responderá de acordo. Quando nos sentimos confiantes, fortes e amorosos, todas as criaturas (sejam animais, plantas e humanos) respondem positivamente às altas frequências e vibrações que emitimos.

Anjos têm uma frequência vibracional extremamente alta. Quando pensamos nelas e / ou nos conectamos com elas, elevamos instantaneamente nossa frequência vibracional junto com nossa consciência.

102 III 6 O Mundo Espiritual Para fazer algo (ou não fazer alguma coisa) porque somos forçados, coagidos, pressionados ou sentimos que somos obrigados ou "devemos" fazer, é uma vibração muito pesada e de baixa frequência. Culpa e / ou obrigação não são boas razões para fazer as coisas, e isso diminui nossa vibração e frequência. Quando mudamos nossas atitudes e / ou tomamos a decisão de fazer o que realmente queremos fazer, irradiamos uma luz de alta frequência, energia e vibração.

De acordo com a Lei Espiritual de Freqüência e Vibração, quando vivemos nossas vidas com honestidade, graça, charme, generosidade, alegria (e todas as outras qualidades positivas), automaticamente dissolvemos as emissões de baixa frequência de outras pessoas, aumentando suas freqüências. Ao fazer isso, de acordo com a LEI ESPIRITUAL DO KARMA, coisas maravilhosas voltarão para você.

Todos os pensamentos negativos e sentimentos de raiva, ciúme, violência, culpa, abuso e afins, produzem vibrações escuras, pesadas e de baixa freqüência. As vibrações de amor, compaixão, alegria, perdão e coisas semelhantes, transmutam baixa energia e a elevam para uma vibração e energia de alta frequência. Lei Espiritual de Freqüência e Vibração

A doença e a doença têm fortes vibrações que bloqueiam o fluxo da força vital. A cura em todos os níveis ocorre quando a energia de alta frequência é canalizada e direcionada para o que (ou quem) precisa de cura. As vibrações e energias de alta frequência transmutam a forte vibração de doenças e enfermidades e permitem que o corpo físico retorne (e mantenha) boa saúde e vitalidade. Isto tem efeitos positivos em todos os níveis do corpo e alma, mente e espírito.

Nossos nomes também têm uma vibração. Quando nosso nome é falado, chama em nossas lições de vida. Antes de nosso nascimento físico no plano terrestre, escolhemos nosso nome e vibração específicos para adequar-nos a nosso propósito de vida e lições de alma. Nós então transmitimos telepaticamente este nome para nossos pais. Do ponto de vista Numerológico, nossos nomes carregam as energias e vibrações dos números relevantes e correlatos dos quais ele é composto.

Cada letra do alfabeto tem um número correspondente e a totalidade desses números nos dá o nosso "número de nome vibracional". Nós carregamos essa vibração ao longo de nossas vidas.

Para atrair luz e amor ao nosso planeta e a todos os seus habitantes, devemos invocar colunas de pura luz branca para permitir a entrada de anjos e seres superiores. Com nossos pensamentos, crenças e intenções, somos capazes de criar pontes de luz para pessoas e lugares, para que a assistência e a cura sejam concedidas a eles.

A Lei Espiritual de Freqüência e Vibração nos diz que vibrações baixas e pesadas sempre podem ser transmutadas e elevadas pela luz, altas vibrações de amor, compaixão, alegria e bondade.

III 6.5.3 - Consciência, a Energia da Cura e Além da Realidade dos Cinco Sentidos

Baseado nos pensamentos de Gary Zukav - Seat of The Soul, Spiritual Partnership: The Journey to Authentic Power, Dr. Bruce Lipton - The Biology of Belief, Marilyn Schlitz PhD - Consciousness & Healing, President Emeritus of the Institute of Noetic Sciences, Garret Moddel PhD, Materials Physicist, William Tiller PhD, Professor Emeritus at Stanford University, Dr Norm Shealy, MD - 90 Days to Self-Health, Dr Larry Dossey, MD - Beyond Healing, Adam Curry - pesquisador de PSI e empreendedor, Bill Bengston, PhD - The Energy Cure, Dr Stuart R. Hameroff — MD, Diretor do Centro de Estudos da Consciência, Lynne McTarggart, autora de The Field e Frank Huguenard. No documentário: Physics of The Soul Official Release, de Frank Huguenard.

103 III 6 O Mundo Espiritual "Se examinarmos cuidadosamente todas as evidências, e através do processo de eliminação, descartamos todas as possibilidades, exceto uma, e que esta possibilidade remanescente, não importa quão impossível possa ser, deve ser a verdade”. - Sir Arthur Conan Doyle.

Quando alguém com câncer e metástase é curado por uma pessoa que transmita energia de intenção de cura e amor, gerando um esforço para sua cura e que a doença regrida, então precisamos olhar seriamente para tudo que está tudo acontecendo biofisiologicamente. Não temos todas as respostas, ninguém realmente sabe disso, mas há informações detalhadas aqui para fornecer dados para que se chegue à sua própria conclusão. Quanto mais fundo olhamos para isso, e quanto mais pesquisas são feitas sobre estes fenômenos, poderemos chegar à conclusão de que a resposta - a cura e a conscientização desta, estão além do espaço e do tempo.

A física da Alma

Há uma enorme transformação ocorrendo na espécie humana, é a expansão de nossa compreensão dos fenômenos além de nossos cinco sentidos, e isso é um fator de mudança.

Nosso caminho evolucionário mudou para uma nova direção, tudo que proporcionou nossa evolução até recentemente, agora está mudando e não temos mapas, somos os cartógrafos somos os exploradores.

Isso não é especial, só significa que estamos chegando mais cedo onde os outros virão depois. Temos uma capacidade de captar percepções que vão atingir todo o mundo dentro de algumas gerações. Estamos no piso térreo de algo incrível. Estamos definitivamente na hora de uma mudança de paradigma, está acontecendo em muitas frentes, algo como a inteligência sócio-emocional, e isto está até na Hardware Business Review.

Houve uma mudança, também compreendendo a natureza da cura, estamos muito mais conscientes de nossas qualidades internas, que podem nos ajudar a induzir uma resposta de sentimento, sabemos que existem muitas curas médicas e também a capacidade individual inata de curar.

E a cura pode significar também o caminho para morrer de uma forma graciosa. Não significa necessariamente a cura de uma doença. Todos nós morremos, toda a vida morre, e assim é como nós abraçamos essa qualidade no ciclo da vida, para que a imbuímos, com o maior propósito e paixão que pudermos.

Isto desafia tudo o que sabíamos até agora, ou tudo o que podemos pensar, porque a nossa experiência como seres humanos está entrando agora no domínio da realidade não física, e a mente não pode compreender isso, não posso explicar, não pode acompanhar, porque o nosso intelecto foi desenhado para acompanhar os cinco sentidos, toma dados que os cinco sentidos fornecem, compara esses dados, analisa-os e tira conclusões que nos ajudarão a sobreviver e a viver mais confortáveis, isso é tudo que o intelecto pode fazer.

O intelecto tem limitações, como por exemplo as limitações das línguas, algumas línguas não podem ser comparáveis com algumas outras - simplesmente isso!

As experiências que vêm de além da personalidade, as experiências que agora estão entrando na percepção humana e se tornando parte do que e quem somos, vêm de além da mente, enquanto esta transformação toma conta, nós ainda somos parte do mundo físico, tecnológico, emocional. Estas percepções vem de um domínio além do tempo, espaço, matéria e dualidade.

104 III 6 O Mundo Espiritual Nós não deixamos nossos domínios reais enquanto experimentamos o novo, uma dimensão maior de experiência e existência, mas isso muda nossa compreensão, emoções e a maneira como interagimos neste mundo, ou realidade física.

Um dos aspectos mais importantes da evolução que estamos enfrentando agora é possuir a realidade de que somos mais do que apenas nossos corpos físicos, há um componente espiritual em nós. Nós falamos sobre isso em religião por gerações, milênios, mas ninguém realmente era dono do fato de que - sim você é uma entidade espiritual.

Que nos focamos neste plano físico, e perdemos nossa conexão, então a evolução é tão estranha quanto maior neste corpo físico.

Há uma riqueza crescente em informação, dados de várias disciplinas que sustentam que a conscientização é mais do que a fisicalidade. Podemos vê-lo nas áreas de NDE - Experiências de Quase Morte, OBE - Experiências Extracorpóreas, Encarnação, Mediunidade, Fenômenos Psíquicos, todas elas fornecem peças de um quebra-cabeça que começa a revelar uma nova compreensão de nossos potenciais humanos.

Todos precisam saber sobre essa expansão na consciência, porque milhões de pessoas a estão experimentando e podem ser úteis para elas saberem que não são insanas, para saber que, na verdade, existe uma dimensão em si que não é física, que existia antes delas terem nascido e que continuará a existir depois delas morrerem.

É saudável experimentar essas coisas, é bom começar a sentir o mundo como algo cheio de significado e não aleatório, que está nos oferecendo oportunidades contínuas de crescer na espiritualidade e isso significa tornar-se emotivamente consciente e auto-responsável. Essas oportunidades são sempre perfeitas para cada indivíduo envolvido, dada a sabedoria das escolhas que fizeram.

"Receber instrução e conhecimento é tão natural quanto receber a luz do Sol ... se um homem abrir sua mente" - Benjamin Whichcote. (*) Benjamin Whichcote era um inglês puritano, reitor do King's College, em Cambridge, e líder dos Platonistas de Cambridge. Ele sustentou que o homem é o "filho da razão" e, portanto, não completamente depravado pela natureza, como os puritanos afirmavam. Ele também argumentou pela tolerância religiosa.

A fonte do conhecimento

Quando se trata de compreender práticas alternativas de saúde, especialmente a cura com consciência, há muito o que desejar, e podemos cobrar até US $ 150,00 para acender algumas velas, tocar uma música new age e mover nossas mãos sobre o seu corpo…

Como sabemos que esses curadores sabem o que dizem saber? Nós não sabemos em quem confiar. Segundo os cientistas, a única maneira de realmente saber alguma coisa é através do método científico que pode ser replicado e verificado de forma independente.

Mas há outras maneiras de adquirir conhecimento e, como a consciência está fora das condições limite estabelecidas pela ciência, precisaremos nos basear em outro método, fora dos estudos controlados.

Um problema com estudos controlados é que estamos olhando para uma só variável, e nós não vivemos em isolamento, temos múltiplas variáveis em nossa vida. Então, para usar métodos

105 III 6 O Mundo Espiritual ayurvédicos, métodos chineses, acupuntura, eles olham para a pessoa como um todo, não uma única dose-resposta, mas sim uma gestalt inteira, e sentimos falta disso quando tomamos um ponto de vista experimental controlado.

Se voltarmos aos dias dos gregos, havia dois caminhos para o conhecimento: um era logos, o que significa olhar para fora de si mesmo, onde está essa natureza e havia mythos, mythos era olhar para dentro, para si mesmo, naquele aspecto da natureza. Também, conhecimento em grego é gnosis e sabedoria é sophia.

Experimentos controlados são uma ótima maneira de aprender sobre fenómenos específicos, mas não é a única maneira de conhecer as coisas e nós, cientistas, frequentemente somos cegos para essas outras formas de conhecer as coisas. Quais são as outras maneiras de entender o mundo e de dominar as coisas? Uma delas é olhar para a sabedoria antiga. A sabedoria antiga evoluiu ao longo de um período de tempo longo e é testada e verdadeira, as pessoas observaram ao longo dos anos e gerações se a medicina ayurvédica funcionou e o que é bom e o que é ruim e, assim, podemos encontrar uma droga na medicina ocidental para reduzir a pressão sanguínea, mas nós não sabemos a longo prazo quais são os efeitos colaterais. Alternativamente na medicina ayurvédica o efeito de várias ervas e suplementos foi testado e observado ao longo de milênios, esta sabedoria antiga é algo que devemos levar a sério.

Dr Norman Shelly relata que começou a receber informações de um ser angélico que lhe mostrou um ponto de acupuntura, até então desconhecido, que estimulava inequivocamente determinado tipo de hormônio.

Sobre isto o Dr Bruce Lipton diz que é assim que a ciência evolui , de repente temos uma idéia fenomenal nova que vem de algum lugar, e isto é muito interessante porque a ciência não recebe novas informações deste reino, mas estas vem de outro reino para este reino, ou seja, as novas idéias não vem do trabalho em si, mas são trazidas pela consciência e então são traduzidas para o trabalho.

Muitos cientistas dizem que não conseguem distinguir de onde vem as novas idéias, mas alguns guias espirituais dizem que são colocadas em outros níveis e a humanidade pode ou não recebê-las. Assim toda criatividade provem do cosmos. Quando se tem uma inspiração, esta é captada de múltiplas dimensões no universo.

De onde a informação vem para um determinado campo? De onde vem a história de Watson and Ckreek? Vem daquele campo ou evoluiu naquele campo? A informação está naquele campo, e eventualmente é captada.

“O estudo do anormal é o melhor caminho para entender o normal”. William James.

PSI - Parapsicologia - Nada é o que parece ser

A parapsicologia foi rejeitada pela comunidade científica ortodoxa por 150 anos, porque não é considerada internamente auto-consistente.

Os fenômenos para-psíquicos ou PSI, são de quatro tipos: três que são relacionados com percepção extra-sensorial - precognição, clarividência e telepatia, o quarto é a psicocinese, a capacidade de mover algo com a mente ou da mente interferir na matéria.

Existem hoje estudos consistentes, capazes de serem replicados por observadores independentes e estatisticamente comprovados sobre a natureza da consciência, que mostram que a consciência pode operar fora do corpo físico. 106 III 6 O Mundo Espiritual

Hoje se olharmos os estudos que foram publicados e seus dados, não existem dúvidas, estes fenômenos existem, inegavelmente. A pergunta é como reconciliar a sua existência com a ciência atual.

No caso do Paralab, por exemplo, que estudou os efeitos da consciência em geradores numéricos - REGa, precognição e coisas similares, há evidências de 1 para um trilhão em seus bancos de dados.

Atualmente sabemos que podemos usar nossas mentes para modificar as propriedades de materiais, e podemos interagir uns com os outros psiquicamente de diversas formas. Isto destrói a Física? Não não destrói a Física, é como a Física Newtoniana que ainda é válida após Relatividade de Einstein, mas é esta pequena abertura, que nos mostra que algo ainda não está completo em nosso entendimento da Física. Precisamos entender que nossa consciência pode afetar as coisas.

“99% do que somos é invisível e intocável”. R. Buckminster Fuller.

A Mente sobre a Matéria

Nos testes de novas drogas atualmente, um grupo de pessoas usa os medicamentos e outro grupo não usa, mas possui um percentual alto de cura. Isto não era esperado pela ciência convencional, mas acontece.

A cura - healing, é um grande mistério. Nós não sabemos como podemos curar uma ferida ou corrigir um desbalanceamento. Sabemos porém que podemos criar cadeias de reações para o processo da cura em seres vivos, através da mente.

O efeito placebo consegue ser tão bem sucedido como a droga física. O que nos leva a indagar o efeito da consciência em nossos corpos físicos. Tomemos por exemplo uma doença atual como a depressão. A melhor droga anti-depressão, consegue um efeito testado de 42% de efetividade, com 25% de complicações. É 7% melhor que o placebo usado nos mesmos testes. Isto é estranho, quando a comprado com resultado de curadores que conseguem percentuais de cura que vão a 85% de sucesso, sem o uso de drogas.

Placebos ficam mais efetivos, ou seja seus efeitos aumentam com a repetição, em qualquer lugar do mundo!

Por exemplo, se testa uma droga específica usando placebo em New York. Quando mesmo teste é feito na em Sydnei na Australia, o efeito no grupo placebo aumenta. Se repetirmos na Dinamarca, o efeito aumenta mais um pouco, até que eventualmente chega a 80% do efeito da droga.

Dizem que o efeito placebo é apenas uma sugestão. Mas se por exemplo, duplicarmos as quantidades no testes, o efeito placebo duplica.

"Forças naturais dentro de nós mesmos são verdadeiras curadoras da doença". Hipócrates.

Por volta de 1950, cientistas começaram a imaginar se podiam estudar coisas com cura psíquica em laboratórios controlados sob circunstâncias randomizadas. Bernad Grad, por exemplo, em feridas leves, testou se um curador ao colocar as mãos sobre a ferida conseguia que esta cicatrizasse em menor tempo que uma mesma ferida que não tivesse o mesmo tratamento, e obteve resultados bastante positivos usando a metodologia.

107 III 6 O Mundo Espiritual Outros experimentos por Lawrence LeShan, testaram este tipo de cura localmente e a distância, e seus resultados usando diversas técnicas como reiki, terapia de toque e outros métodos, e chegaram a resultados positivos.

Atualmente muitos experimentos de cura psíquica já foram realizados e existem muitos dados para comprová-los estatisticamente. Esses experimentos mostram que a intenção pode curar não só próprio corpo mas como o de outras pessoas localmente e a distância, mesmo que a pessoa sendo curada não saiba o que está sendo feito.

Bernard Grad, considerado o pai dos experimentos de cura psíquica fez experimentos controlados nos anos 50 e 60 sobre crescimento de plantas e cura de pessoas, com o psíquico húngaro Oskar Estebany, que podia fazer as plantas crescerem mais rápido e curar animais e pessoas feridas.

O estudo do biofeedback, também provou esta forte ligação mente-corpo. Elmer Green estudou casos de enxaqueca e obteve 84% de resultados positivos em pessoas fazendo biofeedback de temperatura nas mãos. Na enxaqueca, as mãos ficam frias pois o sangue flui para a cabeça causando a dor. Os pacientes procuravam com a mente aumentar a temperatura de suas mãos e isto funcionou 84% das vezes. Muitos experimentos provam que com biofeedback, pode-se com a mente, condicionar o corpo fisiologicamente, quimicamente e fisicamente.

O problema da ciência era que apesar dos resultados estatisticamente comprovadores da cura através da mente, ninguém conseguia explicar o porquê, nem o mecanismo. Mas por outro lado, temos a gravidade, que todos acreditam há muito tempo. Mas se colocarmos 10 cientistas numa discussão sobre o que é a gravidade, não haverá consenso além do que ninguém consegue explicá-la ainda. Não existe ainda uma teoria universal correta da gravidade.

Em ambos os casos, usamos a gravidade com grande precisão, mesmo sem saber o que ela é de fato, assim como usamos a cura através da mente, com excelentes resultados, mesmo sem saber como isto funciona.

"Eu considero a consciência como fundamental. Eu considero a matéria como uma forma derivada de consciência. Nós não podemos ficar atrás da consciência. Tudo de que falamos, tudo o que consideramos como existente, postula a consciência". Max Planck.

A primazia da Consciência

Para compreendermos a relação entre consciência e o mundo material pode-se tomar todas as teorias: a teologia, a filosofia, psicologia e as ciências exatas, em 3 diferentes categorias:

A primeira é chamada de materialismo, ou o reducionismo científico, é nessa teoria e que toda a ciência moderna está baseada, ou seja não existe nada além do mundo material, então a consciência é apenas um sub-produto ou um epifenômeno da função cerebral.

A segunda é o que chamamos de panpsiquismo e é a idéia de que a consciência permeia toda a criação e coexiste com o mundo material para prover as experiências que temos.

A terceira idéia é idealismo ou a a primazia da consciência ou a idéia de que a consciência é fundamental para a existência. O idealismo afirma que antes do universo, antes da criação havia a consciência, e tudo que experimentamos é um sub-produto da consciência.

108 III 6 O Mundo Espiritual Embora o idealismo nunca pôde ser provado cientificamente nós podemos excluir ambos o materialismo e o panpsiquismo analisando os dados, assim idealismo é a única conclusão lógica.

Quando a consciência vai para níveis mais profundos nas menores escalas do universo, mas também níveis mais altos de consciência ao mesmo tempo, em outras palavras, una maior intensidade em um tempo mais breve, maior interação não local interagindo a consciência com tudo ao redor, isto se torna cada vez mais como idealismo onde somos só um, interconectados, emaranhados, mais próximos, de fato um, com os valores embebidos no universo.

A visão materialista a consciência emerge de cálculos complexos tem sérios problemas, ela não faz previsões possíveis de testar de como a consciência pode vir de cálculos complexos, é completamente determinista e deixa de fora o livre arbítrio e não distingue coisas como um computador, um sistema complexo de padrões climáticos ou um cérebro. Afirma que o cérebro produz a consciência, mas não temos evidência de que computadores e sistemas de padrões climáticos tenham consciência.

Se nossas mentes, nossas consciências são uma ilusão de nossos cérebros, uma ilusão para quem? A consciência é necessária para sermos capazes de experimentar esta ilusão de consciência. Assim o argumento materialista de que a mente não é mais que um epifenômeno ou uma ilusão na verdade pressupõe a existência do que objetiva negar,

A idéia de que a consciência é a base da realizada em oposição a uma visão materialista é atualmente possível. A visão materializa com origem em Descartes e Perspectiva Cartesiana do mundo, se olharmos mais profundamente, antes disso, se olharmos para a sabedoria antiga, anterior a renascença, a visão materialista era minoritária enquanto que a visão da consciência central era a visão majoritária, não que maioria significa a verdade, mas estamos voltando a visão antiga, centrada na consciência.

Temos hoje um corpo de evidencias preponderante sobre a consciência como a interface entre a mente e o mundo físico. A perspectiva futura é de que olhemos mais profundamente sobre o que a consciência realmente é, e, se assumimos que a consciência é primaria, a única maneira de verificar o que é a consciência é com a própria consciência,

"Entender a consciência com quaisquer outros métodos que não a consciência é como tentar morder os seus dentes com os seus próprios dentes ou olhar os seus olhos com seus olhos”. Alan Watts, filósofo. O problema de usar a consciência para estudar a si mesma é que a objetividade sempre foi o paradigma da ciência e se a consciência é primária temos que analisar o que objetividade e subjetividade realmente são.

“Avanços são realizados respondendo questões. Descobertas são feitas questionando respostas”. Bernard Haish.

Falsificando Popper

Carl Popper considerado um dos maiores filósofos do século XX é conhecido por usar a falsificabilidade para definir uma boa teoria científica. De acordo com Popper, uma teoria é inútil antes que possa ser testada por falsidade. Por exemplo, a reencarnação que pode ser muito útil para obtermos um entendimento mais profundo desde a biologia evolutiva a sociologia e psicologia, não é teoria científica aceitável porque não podemos criar condições de previsibilidade para testá-la.

109 III 6 O Mundo Espiritual Por outro lado materialismo é uma teoria que é falsificável, de fato foi falsificada, inúmeros estudos no campo da consciência que provam sem dúvida que a consciência está em algum ponto além do plano físico. Mas no caso da reencarnação onde existem diversos experimentos que podem suportar a teoria, foi relegada ao campo da superstição e pseudo-ciência, ao passo que o materialismo que foi provado como incorreto, continua sendo acreditado.

É crítico, no mundo da pesquisa científica, que tenhamos nossos princípios básicos corretos, todas as nossas teorias, nossas pesquisas e até nossos fundos, são baseados nestes princípios básicos. E se vamos entender o que a cura e a consciência são realmente, é vital que entendamos o que é a consciência ou no mínimo, o que não é, e já provamos que a consciência não é um sub-produto da função cerebral.

É fundamental que os fundamentos da Ciência ultrapassem o materialismo atualmente vigente. Todos os cientistas que não são estritamente materialistas são considerados hereges ou pseudo cientistas no mínimo estranhos. Existem no mundo atual resultados de pesquisas e dados suficientes para esta mudança de paradigma. Sabemos que o homem e toda a vida possuem capacidades interiores que ultrapassam a visão de um mundo apenas material, que nos conectam, que nos transcende, levando a outras dimensões do conhecimento.

A visão Newtoniana do mundo está ultrapassada. Nossa consciência é mais que um sub-produto ou epifenômeno do cérebro, e suas potencialidades nos levam a novos horizontes que nos aproximam mais de uma visão mais holística do universo.

Esta visão trás consequências como questionar a legitimidade dos projetos experimentais, pode nos levar a uma explicação para os placebos, poderemos ser capazes de projetar algumas terapias usando esses novos métodos, enfim abre-se um novo horizonte para a Ciência.

Então a Física está incorreta? Não, temos esta pequena brecha que provou que a consciência interfere no mundo físico. Mas se estudarmos seus efeitos e consequências, talvez tenhamos o mesmo tipo de explosão que a advinda da teoria Quântica. Talvez possamos entender que a própria realidade é baseada na consciência. Temos que investigar quais os efeitos que os fenômenos PSI causarão da Física atual.

“A ciência é linda quando explica fenômenos de modo simples ou conexões entre observações diferentes”. Stephen Hawking.

Conhecimento Aplicado

Sir Isaac Newton foi um dos grandes cientistas da humanidade, todos reconhecemos isto. Mas ele não descobriu a força da gravidade, todos já sabíamos que os objetos caiam para a Terra. Ele criou as equações que explicam este fenômeno da Força de atração da Gravidade, na verdade criou um novo tipo de cálculo, o Cálculo Diferencial, que se mantem e é utilizado até hoje. Com ele explicou o movimento dos corpos sólidos, as órbitas dos planetas. Ele observou e estudou um evento na natureza para criar um modelo de como o universo funciona.

De modo similar, no mundo da consciência, há uma grande variedade de fenômenos que observamos que nos indicam o que a Ciência pode estudar. Estes incluem a reencarnação, NDEs, OBEs, Clarividência, Telepatia, e muitos outros tópicos.

Talvez como Newton foi capaz de estudar um fenômeno da natureza e aplicá-lo a tudo mais, nós possamos criar um modelo para mostrar como a cura energética funciona e usar o mesmo modelo para explicar como todos estes fenômenos funcionam. 110 III 6 O Mundo Espiritual

As Ciências convencionais baseiam-se no mundo físico, da Física Newtoniana. Por exemplo auto- controle deve ser explicado através de moléculas físicas que sinalizam para as células e organizam o comportamento das células, ou seja o foco é sempre baseado no mundo físico. A consciência é um fenômeno que se origina e se desenvolve no âmbito físico cerebral e do sistema nervoso.

Em 1925 a Física Quântica comprovou que tudo no universo é feito de energia e a energia é fundamental em formar o mundo físico. Assim, baseado nestes novos princípios, uma nova abordagem foi possível para as Ciências em geral, a de que forças invisíveis são as responsáveis por formar o mundo físico. Albert Einstein disse: O campo, e o campo provém da energia do mundo invisível, é a alma que governa o mundo das partículas. Ou seja o campo de energia é o agente que governa o mundo físico. Assim deve-se usar, por exemplo a Biologia Energética ao invés da Biologia Física.

O que é realmente diferente do que está surgindo com esta nova abordagem para a Ciência é que ela reconhece um papel central para a consciência humana. Onde a consciência é a criadora, a co- criadora e o elemento principal. Se excluirmos a consciência de qualquer investigação científica estaremos perdendo o ponto principal. Incluir o mundo energético invisível, inclui pensamentos, consciência e o que acontece com os campos ao nosso redor e tudo isto se aplica a por exemplo às células; se deixarmos estes componentes de fora da equação, para a vida, então estamos perdendo a parte mais importante para a Biologia.

Quando se adota este princípio, o objetivo maior não é mudar a natureza dos componentes físicos mas mudar os campos. Como então mudar estes campos? A resposta não é mecânica mas com outras formas de energia, e a energia interage ou interfere - chamamos de interferência o processo de se combinar duas ou mais energias. Assim ao invés de um caminho físico. temos uma variedade de possibilidades energéticas de modificar os processos e eventualmente chegar a um resultado comum. Em última análise devemos mudar o campo, e é o campo que forma o que somos.

“Aquele que segue a multidão, usualmente, nunca vai além da multidão. Aquele que caminha sozinho, pode encontrar-se em lugares onde nunca ninguém foi antes”. Albert Einstein.

A Evolução da Ciência

Quando olhamos a natureza da Ciência atualmente e a separação entre a mente e o corpo, por exemplo, sabemos que há grandes transformações e mudanças de paradigma ao longo da história. No passado houve uma negociação política entre os seguidores da doutrina de Descartes e a Igreja, onde a Ciência trataria do físico e a Igreja com a alma. Na época esta posição prevaleceu e daí por diante sem ser questionada. Este é o ponto onde atualmente ocorre a mudança de paradigma na Ciência.

A ciência surgiu muito tempo depois da espécie humana, tem cerca de cinco séculos apenas, e o nome do processo científico foi no início chamado de empírico ou baseado em, ou verificável pela observação ou experiência, em vez de teoria ou lógica pura.

Hoje estamos reconhecendo que existe muito mais do que os nossos sentidos podem ver e comprovar empiricamente e isto é inegável, é experimentalmente real e consensual. Isto não significa que todos tempos as mesmas experiências internas, mas há uma certa dinâmica de uma nova física emergente que está chegando e pode ser explorada.

111 III 6 O Mundo Espiritual Newton é considerado um dos precursores da física lógica e cartesiana, mas na verdade passou a maior parte de seu tempo dedicando-se a atividades consideradas místicas; ele se dedicou a Alquimia durante a maior parte de sua vida, e no processo alquímico utiliza-se uma combinação de processos mentais, conscientes e físicos. Assim ele usava a consciência juntamente com processos físicos. Charles Darwin era também uma pessoa espiritualizada, e o fato dos cinetistas seguidores de ambos considerarem apenas o lado da ciência, não considerando o lados metafísico e da crença espiritual de ambos denota algum tipo de prevenção. O mesmo acontece com alguns dos mais proeminentes físicos como Einstein e Schrödinger que declararam publicamente sua crença em um mundo superior.

"As respostas que se obtém dependem das perguntas que se faz”. Thomas Kuhn.

A maioria das pessoas acha que a Ciência é a verdade indiscutível, mas o fato é que a Ciência é só uma história, uma história que se desdobra capítulo por capítulo a medida que novas descobertas são feitas. Usa uma certa metodologia e apresenta uma certa vantagem e esta vantagem até agora, nos últimos séculos tem sido o materialismo, a idéia de que somos coisas separadas e operamos de uma maneira bem comportada de acordo com leis fixas no tempo e no espaço. Esta teoria agora está sendo provada errada, novas idéias estão surgindo que mudam nossa compreensão de como o mundo funciona.

Pagamos um alto preço, isolando a consciência do funcionamento do mundo, estamos presos a uma epidêmica ganância académica e egoísmo, e se quisemos sobreviver como espécie, teremos que mudar isto significativamente. Como fazer isso? É trazendo a consciência de volta para a equação.

Não mais podemos pensar que o mundo existe independentemente de nossa maneira de pensar e de nossas ações e comportamento. Se continuarmos pensando assim, nossa sobrevivência, neste planeta, está seriamente ameaçada.

“A sabedoria iniciasse por maravilhar-se”. Sócrates.

Nossas mentes são como paraquedas, só funcionam quando estão abertas. Muitas vezes quando se fala com cientistas sobre a cura energética, o que dizem é: Ah, eu não acredito nisto. Mas isto não é realmente o que estão dizendo, o que dizem é que já têm a sua cabeça programada em outra direção. Não se incomodam ou não se interessam em analizar os dados.

A Ciência é na verdade uma prática espiritual, é um profundo engajamento com o mistério. Os cientistas deveriam maravilhar-se com a sua prática e não isolar-se numa visão unidimensional, como o materialismo atual.

“É bem mais interessante viver sem saber do que ter respostas que podem estar erradas”. Richard Feynman.

A Ciência tem se baseado em assunções, hipóteses, a melhor opção para como o universo funciona, e essa hipótese é mantida até que outra prove que está errada, a hipótese materialista é uma das que mais perduram na ciência, e é significativo considerar que toda a civilização ocidental é altamente materialista. Todas as nossas escolas, universidades e até governos estão impregnadas desta visão materialista. Mas se vamos algum dia entender o que é a vida, teremos que substituir esta visão antiga do materialismo por outras melhores e mais abrangentes.

Pessoalmente acho que há um viés de arrogância no comportamento de alguns cientistas, ao terem que admitir que o que não podem fazer com seus anos de estudos e teses, pode ser feito por um 112 III 6 O Mundo Espiritual índio xamã da região Amazônica, queimando ervas da floresta e cantando mantras e acompanhando- se com um chocalho…

O físico Garret Moddel traz uma visão otimista sobre o problema: – Fiz um curso de piano Jazz, e o professor disse que para tocar Jazz são 3 estágios - o primeiro sentar no piano e tocar e tocar, no segundo, aprender a teoria e estudar e no terceiro estágio voltar ao primeiro com todo o ferramental aprendido no segundo. A Ciência deve fazer o mesmo, após viver desde sempre com a consciência como base da realidade, a rejeitou e desenvolveu o sofisticado materialismo, agora que temos estas ferramentas, devemos voltar ao estágio inicial centrado na consciência.

“Espiritualidade é a ciência da alma”. Swami Vivekananda.

Nas dimensões do espaço e do tempo, nós sempre pudemos contar com nossos cinco sentidos para nos ajudar a compreender e navegar no mundo em que vivemos. Mas na tentativa de navegar e conectar-nos com nossas almas estas ferramentas não são apenas inúteis ou ruído, mas elas abarrotam a mente com tanta informação que fazem o trabalho muito mais difícil, até para fazer a conexão. Mas temos acesso a outros tipos de informação sensoriais, que a ciência moderna pensa que é inútil, ou ruído, mas estas na física da alma são vitais para nos ajudar a chegar a um entendimento muito mais profundo sobre as verdades da natureza. E a mais importante destas ferramentas são as emoções.

As emoções são importantes porque iluminam a dinâmica interna em nós mesmos. Quando nos tornamos conscientes de nossas emoções também nos conscientizamos de partes de nossa personalidade que se originam no medo e partes da personalidade que se originam no amor. Isto pode ser verificado por nós mesmos, e isto só pode ser experimentado por nós mesmos, ninguém pode nos explicar ou dizer como é.

A alma está absolutamente além do espaço e do tempo, está no reino super humano da natureza, um reino real, não acreditado pela ciência ortodoxa, porque as suas ferramentas não podem discriminá- la, então para eles não possuem nenhuma experiência com ela que possa ser descrita em seus termos. Apesar disso, milhões de pessoas tem estas experiencias em suas vidas.

Eventualmente entenderemos que o amor é tudo, não há nada que não o amor. Escolher o amor ao invés do medo, requer cometimento, coragem, assim como ferramentas como percepção emocional e escolhas responsáveis. Então comerá a se fazer a conexão entre as escolhas e intenções com as experiências. Estamos entrando em um novo reino para a Ciência, ainda não é corrente, é apenas potencial, a física da alma.

“Para pequenas criaturas, como nós, a vastidão só é imaginável através do amor”. Carl Sagan.

A alma deseja harmonia, cooperação, compartilhamento e reverência à vida, as emoções mostram, uma por uma, as partes de sua personalidade que não desejam isto, em ouras palavras, as que impedem o alinhamento da personalidade com a alma. A raiva impede a harmonia e a cooperação, o ciúme exclui ia reverência pela vida, os sentimentos de superioridade e inferioridade excluem o compartilhamento, mas a alma quer estes sentimentos que impedimos ou excluímos, assim o sentido da vida é alinhar nossas emoções com nossas almas, esta parte de nossos seres que desejam amor, compartilhamento, reverência pela vida. Atingir isto é o poder autêntico, e para fazer isto temos que identificar as diversas partes de nossas personalidades, aquelas que se originam no amor e aquelas que se originam no medo. As que se originam no medo, não estão alinhadas com nossas almas, e se permanecem na consciência nos impedem de nos alinharmos com nossas almas.

113 III 6 O Mundo Espiritual Raiva, ciúme, procurando por sexo ou pornografia, comprando ou jogando, tudo que se pode pensar é o que outros vão achar, ou se alguém vai descobrir. Mas a maior descoberta é encontrar em si mesmo um poderoso espírito criativo, amoroso e cheio de compaixão.

O caminho para a evolução não é procurar fazer as coisas acontecerem como se quer ou deseja, mas aceitar o que é, apenas pelo que é.

O medo da morte, como a aniquilação completa do ser, provavelmente causou mais sofrimento do que todas as doenças na humanidade. Entretanto a visão da imortalidade, sugerida pelos novos estudos da consciência é um grande cura para esta grande doença que é o medo da morte.

“A afirmação para a qual estou preparado para anexar meu nome é a seguinte: que, conjugado com o lixo de muita ignorância e alguma deplorável tolice e fraude, existe um corpo de fatos bem estabelecidos, além da negação e de qualquer explicação filosófica; os fatos que prometem abrir um novo mundo de investigação e experiência humanas são, no mais alto grau, interessantes, e tendem a elevar as idéias da continuidade da vida e a reconciliar, talvez, o materialista e o metafísico". - Sir Edwin Arnold (1832-1904).

É muito fácil se sentir derrotado neste mundo complexo de nosso tempo, todas as notícias e todo o sofrimento que está acontecendo, mas ainda assim uma mudança é possível, inevitável, e podemos vê-la no que tem acontecido nas últimas décadas com movimentos como Os Direitos Humanos, Liberação da Mulher, Igualdade das Raças, Paz, Ecologia e Equilíbrio do Meio Ambiente, entre muitos outros. Olhar para o mundo de medicina da Mente e do Corpo, onde devemos procurar melhorar a higiene da mente para melhorar o corpo, fazer a conexão entre os dois. Mais e mais pessoas estão acordando para seu próprio sofrimento e de sua capacidade de crescer em meio ao sofrimento e se transformar, florescer, e elas estão famintas para encontrar mais e mais respostas que permitam aliviar o sofrimento e trabalhar em conjunto para melhorar a condição humana.

Aa crença de que o Universo está vivo e que co-criamos com ele e ele conosco, de maneiras significativas para criar as circunstâncias mais efetivas e oportunidades para crescermos espiritualmente, isto moverá nossas vidas no planeta na direção da evolução espiritual, onde naturalmente a importância das coisas materiais que veneramos dará lugar a estes novos objetivos.

Se acreditamos num universo de amor e compaixão, isto nos abrirá, nos elevará. Mas se acreditamos num universo vingativo, de luta e de medo, isto nos fecha, nos impede de progredir. Abrindo nossas mentes, naturalmente nossos corações se abrirão.

Se olharmos toda a raça humana como um único organismo, podemos imaginar um médico que diga – bem o paciente não está muito bem no momento, fisicamente, emocionalmente, mentalmente e mesmo espiritualmente. Infelizmente, especialmente aqui no Ocidente, se o paciente não está muito bem, a primeira coisa que fazemos é procurar ajuda médica ou da ciência para encontrar o ultimo remédio que cura tudo. Mas se as mesmas pessoas que procuramos para nos curar são as mesmas que nos fizeram adoecer, talvez seja hora de procurarmos outras alternativas de cura. É hora de nos curarmos, individualmente e coletivamente. É tempo da Mãe Terra ser curada também. E apesar de tudo que acontece em nosso planeta atualmente, este é verdadeiramente um grande tempo para estar vivo.

114 III 6 O Mundo Espiritual III 6.5.4 - Um Campo Vibratório que Une Tudo

Baseado no documentário Mundos Externos e Internos.

A seguir, a cosmologia milenar Hindu, que contém todas as bases da Física moderna, incluindo os conceitos básicos de matéria e energia negras, embutida numa visão profunda da consciência.

A sabedoria antiga sustentava que há um campo na base da consciência, é um campo vibratório que liga todas as coisas. Ele tem sido chamado de Akasha ou Campo Akásico (*). Ele contem toda a informação, toda experiência, de tudo que foi, tudo que é e tudo que será. É deste campo ou matriz, que tudo vem, das partículas sub-atômicas às galáxias, estrelas, planetas e toda a vida.

Tudo interage com ele o tempo todo. Este campo é considerado o próprio espaço que existe simultaneamente com as vibrações. Os dois são inseparáveis. Akasha é yin e o Prana é yang.

(*) Registro Akásico - Todeschi, Kevin J. em seu livro Edgar Cayce on the Akashic Records, define assim:

Registros Akashicos ou "O Livro da Vida" podem ser comparados ao sistema de supercomputadores do universo. "Akasha" vem de uma palavra sânscrita que significa "espaço sem fronteiras" e é igual ao depósito central de todas as informações para cada indivíduo que já viveu.

Mais do que apenas um reservatório de eventos, os Registros Akáshicos contêm todos os atos, palavras, sentimentos, pensamentos e intenções que ocorreram a qualquer momento na história do mundo. Muito mais do que simplesmente um depósito de memória, esses Registros Akashic são interativos; eles exercem uma tremenda influência sobre nossa vida cotidiana, nossos relacionamentos, nossos sentimentos e sistemas de crenças, e os potenciais e probabilidades que atraímos para nós.

Os registros Akáshicos contêm a história de cada alma desde o início da criação. Esses registros conectam cada um de nós um ao outro. Eles contêm o estímulo para todo símbolo arquetípico ou história mítica que já tocou profundamente padrões de comportamento e experiência humanos. Eles foram a inspiração para sonhos e invenções. Eles nos atraem ou nos afastam um do outro. Eles moldam e moldam os níveis da consciência humana. Eles são uma porção da Mente Divina. Eles são os imparciais juizes e júris que tentam orientar, educar e transformar cada indivíduo para se tornar o melhor que ele ou ela pode ser.

Eles incorporam um conjunto de fluidos em constante mudança de possíveis futuros que são chamados em potencial à medida que interagimos e aprendemos com os dados que já foram acumulados. Informações sobre esses Registros Akáshicos - este Livro da Vida - podem ser encontradas no folclore, no mito e em todo o Antigo e Novo Testamentos. É rastreável pelo menos até os povos semitas e inclui os árabes, os assírios, os fenícios, os babilônios e os hebreus. Entre cada um desses povos estava a crença de que existe algum tipo de tabuletas celestes que contêm a história da humanidade, assim como todo tipo de informação espiritual.

Os antigos mestres ensinavam a via Nada Brahma, onde o universo é som, vibração - em sânscrito nada significa som e Brahma um nome de Deus. O campo vibratório é a raiz de toda realidade, experiência espiritual. É o mesmo campo de energia que os santos, Budas, yogis, místicos, sacerdotes, xamãs e videntes têm observado, olhando dentro de si mesmos. Brahma é ao mesmo tempo o criador e a criação.

A meditação pode mostrar lapsos deste campo. A criação é composta de muitos planos que vão mudando, desta forma nunca podemos ver a sua totalidade, mas partes.

Um conceito moderno que ajuda a conceituar Akasha ou a substância original é a idéia de fractais, que se repetindo, produzem uma linha infinita de ocorrências. São limitadas, mas ao mesmo tempo infinitas. Cada parte contem a semente para recriar o todo ou seja, pode ser dividida em partes

115 III 6 O Mundo Espiritual semelhantes sucessivamente, o que é chamado de auto-similaridade. Os fractais de Mandelbrot são chamados de impressões digitais de Deus. Quando entramos em outro nível, os fractais são diferentes do original, esta transformação é chamada espiral cósmica. A inteligência embebida na matriz do espaço tempo.

Toda energia no universo é neutra, atemporal, sem dimensões. Nossa própria criatividade e capacidade de reconhecimento de padrões é a ligação entre o macro-cosmo e o micro-cosmo. O mundo atemporal das ondas e o mundo sólido das coisas.

A tradição dos índios norte-americanos e outras dizem que tudo possui espírito, o que é uma outra maneira de dizer que tudo está conectado a fonte original vibratória. Existe uma consciência, um campo, uma força que se move através de tudo. Este campo não está acontecendo ao nosso redor, mas através de nós e acontecendo como nós. Somos o eu no universo, somos os olhos através dos quais a criação vê a si mesma. quando acordamos de um sonho, tudo no sonho éramos nós mesmos.estávamos criando o sonho. A vida chamada real, é o mesmo, tudo e todos somos nós, a consciência única olhado através de cada olho, sob cada pedra, em cada partícula.

A observação é um ato de criação através das limitações inerentes ao pensamento. estamos criando a ilusão de solidez das coisas ao nomeá-las. O filósofo Kierkegaard disse: se me nomeares, me negas. Ao me dar um nome, um rótulo, me negas todas as outras coisas em que eu poderia me tornar. Assim trancamos uma partícula para ser uma coisa, dando a ela um nome, mas ao mesmo tempo estamos criando-a, definindo a sua existência.

A criatividade é nossa qualidade mais elevada. Com a criação das coisas, vem o tempo que cria a ilusão de solidez.

No espaço vazio, há um quantidade de energia incalculável. Richard Feynman disse que existe energia suficiente em um centímetro cúbico de espaço para ferver todos os oceanos da Terra.

Budha tinha um outro nome para a substância primordial - kalapas - pequenas partículas ou pequenas ondas que aparecem e desaparecem trilhões de vezes por segundo. A realidade é neste sentido uma série de frames - quadros, em uma câmera de filmar holográfica, movendo-se rapidamente para criar uma sensação de continuidade.

Quando a consciência torna-se completamente imóvel, a ilusão é compreendida, pois é a própria consciência que gera a ilusão.

A vibração arranja a matéria em muitas formas, através de simples ondas repetitivas. Uma vibração na água, parece ter a forma de um girassol, simplesmente mudando a frequência da vibração, obtemos outras formas, ou padrões diferentes. A água é uma substância misteriosa, é altamente impressionável, ou seja possui grande receptividade e capacidade de memorizar as vibrações. Por causa da sua alta capacidade e sensibilidade de ressonância e uma disposição interna para ressoar. A água responde instantaneamente a todos os tipos de ondas sonoras. Água e terra vibrantes, são a maior parte da massa das plantas e animais. É fácil de verificar que com simples vibrações na água, se consegue criar padrões naturais reconhecíveis. Quando adicionamos sólidos e aumentamos a amplitude, as coisas ficam mais interessantes. Por exemplo se adicionamos maisena conseguimos um fenômeno bem mais complexo. Talvez os princípios da vida em si, possam ser observados enquanto a vibração move a bolha de maisena em algo que parece ser um organismo vivo.

O princípio anímico do universo é descrito na maioria das religiões usando palavras que refletem a compreensão daquele período da história.

116 III 6 O Mundo Espiritual Na linguagem dos Incas, a palavra para o corpo humano é - alpa camasca - que significa literalmente ‘terra animada’. Na Cabala, o nome divino de Deus, o nome que não pode ser pronunciado. Não pode ser pronunciado pois é uma vibração que está em todo lugar, são todas as palavras, toda a matéria, tudo é a palavra sagrada.

A Geometria da Natureza

O tetraedro é a forma mis simples de um objeto de três dimensões. São necessários 4 pontos para definir um objeto em nossa realidade física. A estrutura triangular éo único padrão que se auto-equilibra na natureza.

No Velho Testamento a palavra Tetragramaton era usada para se referir a uma representação específica de Deus, ou o nome especial de Deus, Logos ou palavra primordial - Iud, Hey, Vav, Hei, em hebraico.

Desde as antigas civilizações, sabe-se que a estrutura base do nosso universo é o tetraedro. A partir desta forma, a natureza exibe um impulso fundamental em busca de equilíbrio: Shiva. Também contem um impulso fundamental em busca da mudança: Shakti,

A Natureza Vibratória do Universo

Na Bíblia, no evangelho de São João encontramos: No início era o verbo. Mas no texto original era logos,

Heráclito que viveu há cerca de 500 anos A.C. referiu-se ao logos como algo fundamentalmente incognoscível, a origem de toda repetição, padrão e forma. Os filósofos que o seguiram definiram logos como o princípio inspirador divino que impregna o universo.

No Sufismo, o logos está em todos os lugares e em todas as coisas. Está naquilo que torna o imanifesto em manifesto.

Na tradição Hindu - Shiva Nataraja quer dizer Senhor da Dança. Todo o cosmos dança ao tambor de Shiva. Tudo está embutido ou impregnado com a pulsação. Somente enquanto Shiva dançar o mundo poderá continuar a mudar e evoluir, de outro modo colapsará em direção ao nada. Shiva é representado por nossa consciência desperta.

A Criação Material

Shakti é a substância das coisas do mundo. Enquanto Shiva permanece em meditação, Shakti incita- o a se mover, a fazê-lo dançar. Como Yin e Yang, o dançarino e a dança existem como um só.

O Homem no Universo

O logos também significa verdade desvelada - aquele que conhece o logos, conhece a verdade.

117 III 6 O Mundo Espiritual Existem muitas camadas ou planos de confinamento no mundo humano, pois Akasha está sempre criando suas estruturas complexas (semelhantes aos fractais), ocultando a fonte de si mesma.

O Budismo ensina-se a rapidamente perceber o logos, o campo de mudança ou imoermanencia dentro de cada um, através da meditação. Quando se observa esse nosso mundo interno percebe-se sensações e energias sutis e cada vez mais sutis, enquanto a mente se torna cada vez mais concentrada e focada, através da compreensão direta da annica - ou impermanência no nível fundamental da sensação. Tornamo-nos livres do apego às formas externas e transitórias.

Uma vez que percebemos que existe apenas um campo vibratório, sentimos que esta é a raiz comum a todas as religiões. Como podemos dizer - minha religião ou esse é o meu Om primordial, meu campo quântico?

A crise em nosso mundo não é social, política ou econômica, nossa crise é uma crise de consciência, nossa inabilidade de experimentarmos diretamente nossa verdadeira natureza. Nossa inabilidade de reconhecer esta natureza em todos e em todas as coisas.

Na tradição Budista, Bodisatva é uma pessoa com a sua natureza de Buda desperta. Um Bodisatva se compromete em ajudar no despertar de cada ser no universo, entendendo que existe apenas uma consciência. Para despertar o seu verdadeiro eu, é necessário despertar todos os seres. Existem inúmeros seres conscientes no universo, me comprometo a todos em seu despertar. Minhas imperfeições são inesgotáveis, me comprometo a superá-las todas. O Dharma é incognoscível, me comprometo a conhecê-lo. O caminho para o despertar é inalcançável, me comprometo a alcança-lo.

Pitágoras insinuava de maneira enigmática que existia uma chave de ouro, que unifica todos os mistérios do universo. É com essa chave de ouro que retornaremos ao tempo, uma vez mais, através de nossa exploração. A chave de ouro é a inteligência do logos, a fonte do Om primordial. Podemos dizer que é a mente de Deus,.

Com nossos sentidos limitados, observamos apenas a manifestação externa da mecanica oculta da auto-similaridade. A fonte desta simetria divina é o maior mistério de nossa existência. Aquele que não o conhece e não se maravilha, paralisado em êxtase, é como se estivesse morto, seus olhos estão fechados.

III 6.6 - Jesus Cristo

O mistério da eterna fascinação do Cristo Texto de Huberto Hoden

Livros sem conta se têm escritos sobre o Cristo. Amor sem medida se tem jurado ao Cristo. E, no entanto, eternamente enigmático é o motivo dessa fascinação do Cristo. Tentaremos desvendar cautelosamente o porquê desse fascínio. Todo o homem é inconscientemente o que o Cristo é conscientemente — e o que nós somos potencialmente. A fascinação que sentimos em face do Cristo é a visão do nosso próprio Eu, se fosse plenamente realizado. Esse Eu do Cristo Interno, sempre realizável e sempre realizando, e jamais realizado... Fascina-nos o próprio ego humano na visão longínqua do Eu crístico. 118 III 6 O Mundo Espiritual Fascina-nos a planta dormente na semente. Sentimos o doloroso anseio de sermos explicitamente o que somos apenas implicitamente. Contemplamos o nosso "sopro divino" embrionário na adultez da "imagem e semelhança de Deus". Vislumbramos o que poderíamos ser — e ainda não somos. "Vós fareis as mesmas obras que eu faço, e fareis obras maiores do que estas." Como nos fascinam estas palavras! Soam como sinos a tanger em praias longínquas. Como convites para uma solenidade transcendental. Como enlevos de amor mesclados de dor. Como uma alvorada de luz num ocaso de trevas. O nosso Cristo-amor é um auto-amor em outra dimensão. É amar o nosso Cristo Interno no Cristo Eterno. Todo o autoamor, que parece aloamor, é um Teoamor. Se nunca ninguém se realizara plenamente, como poderíamos ansiar por nossa autorrealização? Agora vislumbramos em espelho e enigma o que esperamos contemplar face a face. Toda a fascinação do Cristo é uma auto-fascinação em ínfima potência. É uma resposta à eterna pergunta: Que é o Homem?

A Wikipedia nos diz: Jesus. (4 aC a 30 dC / 33), também conhecido como Jesus de Nazaré e Jesus Cristo, foi um pregador judeu do século I e líder religioso. Ele é a figura central do cristianismo. A maioria dos cristãos acredita que ele é a encarnação de Deus, o Filho e o esperado Messias (Cristo) profetizado no Antigo Testamento.

Praticamente todos os estudiosos modernos da antiguidade concordam que Jesus existiu historicamente, embora a busca pelo Jesus histórico tenha produzido pouco consenso sobre a confiabilidade histórica dos Evangelhos e sobre quão próximo o Jesus retratado na Bíblia reflete o Jesus histórico. Jesus foi um judeu da Galiléia que foi batizado por João Batista e subseqüentemente começou seu próprio ministério, pregando sua mensagem oralmente e muitas vezes sendo referido como Rabino.

Jesus debateu com outros judeus sobre a melhor maneira de seguir a Deus, envolvido em curas, ensinou em parábolas e reuniu seguidores. Ele foi preso e julgado pelas autoridades judaicas, entregue ao governo romano, e foi posteriormente crucificado por ordem de Pôncio Pilatos, o prefeito romano. Após sua morte, seus seguidores acreditavam que ele ressuscitou dos mortos e a comunidade que eles formaram acabou se tornando a Igreja primitiva.

O nascimento de Jesus é celebrado anualmente em 25 de dezembro (ou várias datas em janeiro por algumas igrejas orientais) como um feriado conhecido como Natal. Sua crucificação é honrada na sexta-feira santa e sua ressurreição é celebrada na Páscoa. A era civil amplamente utilizada "AD", do latim Anno Domini ou no ano do Senhor, e a alternativa CE - Commom Era, ou Era Comum, baseiam-se na data de nascimento aproximada de Jesus.

As doutrinas cristãs incluem as crenças de que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu de uma virgem chamada Maria, realizou milagres, fundou a Igreja, morreu crucificado como um sacrifício para alcançar a expiação, ressuscitou dos mortos e ascendeu ao céu, de onde ele retornará.

A maioria dos cristãos acredita que Jesus permite que as pessoas se reconciliem com Deus. O Credo Niceno afirma que Jesus julgará os vivos e os mortos antes ou depois de sua ressurreição corporal, um evento ligado à Segunda Vinda de Jesus na escatologia cristã.

119 III 6 O Mundo Espiritual A grande maioria dos cristãos adora a Jesus como a encarnação de Deus Filho, a segunda das três pessoas da Trindade. Uma minoria de denominações cristãs rejeita o trinitarismo, total ou parcialmente, como não bíblico.

Jesus também figura em religiões não-cristãs e em novos movimentos religiosos. No Islã, Jesus (comumente transliterado como Isa) é considerado um dos profetas importantes de Deus e o Messias. Os muçulmanos acreditam que Jesus era um portador das escrituras e nasceu de uma virgem, mas não era o Filho de Deus. O Alcorão afirma que o próprio Jesus nunca reivindicou a divindade. A maioria dos muçulmanos não acredita que ele foi crucificado, mas acredita que ele foi fisicamente elevado ao céu por Deus. Em contraste, o judaísmo rejeita a crença de que Jesus era o esperado Messias, argumentando que ele não cumpriu as profecias messiânicas, e que não era divino nem ressuscitado.

Etimologia

Yehoshua יהושע Yeshua ou ישוע - Hebraico

Aramaico - Yeshu

Grego - Ἰησοῦς - Ieosus

Latim - Iesus

Um judeu típico no tempo de Jesus tinha apenas um nome, às vezes complementado com o nome do pai ou a cidade natal do indivíduo. Assim, no Novo Testamento, Jesus é comumente referido como "Jesus de Nazaré”. Outros nomes que era chamado: "o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago e José, e Judas e Simão”, "o filho do carpinteiro" ou "filho de José”, "Jesus, filho de José de Nazaré"

O nome Jesus é derivado do latim Iesus, uma transliteração do grego Ἰησοῦς Iesous. [

יהושע Yeshua), uma variante do nome anterior) ישוע A forma grega é uma tradução do hebraico (Yehoshua), ou em inglês, "Joshua".

O nome Yeshua parece ter sido usado na Judéia na época do nascimento de Jesus. As obras do historiador do século I Flavius Josephus, que escreveu em grego koiné, a mesma linguagem que o Novo Testamento, referem-se a pelo menos vinte pessoas diferentes com o nome de Jesus (ou seja, Ἰησοῦς). A etimologia do nome de Jesus no contexto do Novo Testamento é geralmente dada como "Yahweh que significa a salvação”. Desde o início do cristianismo, os cristãos geralmente se referem a Jesus como "Jesus Cristo”.

Jesus, Cristo, Deus e Divindade Baseado em Huberto Roden

É erro tradicional afirmar que o Cristo fundou o cristianismo, ou até uma Igreja; não fundou Igreja nem cristianismo, que é obra de seus discípulos. O Cristo viveu, aqui na Terra, a sua grande experiência divina e dela falou durante três anos, como sendo "o reino de Deus dentro do homem".

Não fundou religião nem sociedade — viveu e manifestou uma grande experiência divina.

120 III 6 O Mundo Espiritual Há quase 2.000 anos que os teólogos se digladiam em torno da controvérsia sobre Cristo ser Deus ou não. Confunde-se Deus com a Divindade. O Cristo nunca se identificou com a Divindade, mas identificou-se com Deus e chegou a ponto de dizer que também nós somos deuses.

A Divindade — que ele sempre chama Pai — é a única, eterna e infinita Realidade; mas, quando essa Realidade Universal se manifesta em facticidades individuais, essas manifestações individuais são chamadas de "Deus", quando conscientes e livres.

O Cristo é Deus e nós somos deuses — mas nem ele nem nós somos a Divindade. "Eu e o Pai somos um; eu estou no Pai e o Pai está em mim — mas o Pai é maior do que eu. O Pai também está em vós, e vós estais no Pai.”

Neste sentido, escreve Paulo de Tarso que Cristo é o protótokos, o primogênito de todas as creaturas; ele é creatura, assim corno Deus é creatura; somente a Divindade não é creatura, mas unicamente creadora.

O Cristo é o "Unigênito do Pai", segundo João, o único gerado da Divindade; nós somos os "Cristos-gênitos", porque "por ele foram feitas todas as coisas, e nada do que foi feito foi feito sem ele".

III 6.6.1 Relatos Místicos sobre Jesus Cristo Baseados no livro O caminho dos Essênios - A Vida oculta de Cristo revelada, de Anne e Daniel Meurois Vivaudan.

Segundo ordens vindas das estrelas, reunimo-nos em conselho durante três vezes sete dias, pois o triplo setenário transcende o humano e toda matéria em trabalho de purificação.

Éramos sete, conhecendo-nos por via que o homem comum ignora. Nossas almas tinham-se falado muitas vezes fora das camadas de carne, na região onde a alma conversa com a alma e pode conceber o avanço cíclico das eras.

Sabíamos que deveríamos receber um ser entre nós, um ser que faria o setenário de uma civilização agonizante passar para o signo da Eternidade através do renascimento. Assim, sempre transmitimos a tocha, assim impelimos o sete na direção do oito. Este homem, nós o sabíamos, voltava de uma longa viagem. Nós próprios tínhamos preparado seu itinerário desde o início. Era uma viagem de dezessete anos segundo a vontade dos Irmãos de Lua-Sol, uma viagem em que ele teria a possibilidade de submeter seu corpo e sua alma a todas as afinações que a matéria supõe suportar.

Guardai bem o número dezessete, pois ele resume o octângulo tão caro ao povo de Ishtar, como o testemunham as pequenas estrelas de oito pontas que desde o início vedes brilhar até nas moradas mais humildes de nosso povo. Este ser de que vos falo seguiu, pois, seu caminho inscrito no pergaminho do zodíaco, etapa após etapa. Isto, Irmãos, não para que pudesse aprender o que ignorava. Todo o raciocínio seria falseado através de um discurso como este. Seu coração e sua alma transcendente sabiam, após uma infinidade de existências...

Isto aconteceu para que ele unisse, como Ísis, que reúne as parcelas do corpo de seu esposo, todos os vestígios da antiga sabedoria que o homem conseguiu preservar para o mundo. Ele atuou co- mo o eleito de um novo Osíris, para recolher o cadáver espiritual da luz que iluminava os velhos sábios de Atl e de Ma.

121 III 6 O Mundo Espiritual Quero falar do saber confiado à Terra para que o humano se transforme em Homem, do saber que gerações de turbas ignorantes abafaram sob montes de superstição de colorações variadas.

Cinco vezes, até hoje, a cor desses desvios mudou de acordo com os ventos que varreram as quase cinco eras passadas de nossa humanidade e segundo as cinco raças que se sucederam até o presente.

Vosso pensamento, Irmãos, penetrou no meu e não ignorais, agora, que o Grande Enviado de Lua- Sol que eu proclamo está entre nós há pouco tempo.

Foi o José de uma pequena aldeia que alguns conheceram, o José inscrito nas muralhas do Krmel - um Templo incrustado nas montanhas onde se iniciavam os Essênios - e que depois partiu para as terras distantes.

Sete, tivemos o privilégio de reconhecê-lo na terra dos Faraós. Foi com a acácia na mão, rebelde a qualquer análise, que, aos dezessete anos, surgiu vestindo o manto de peregrino, acompanhado por dois magos da fraternidade Essênia.

A razão essencial da sua caminhada chamava-se "Reino de Ishwar", encruzilhada dos pensamentos, das raças do homem e, finalmente, cadinho por excelência da humanidade.

Ele não tinha mais de quatorze anos quando seus passos o levaram a uma grande cidade branca batizada como Ie-Nagar, que significa "Fogo elevando-se do Criador". Naquela cidade ensinava o grande sacerdote Lamaas, ele próprio buscando uma síntese vivificante dos mais belos conhecimentos.

Quando viu o Irmão Jesus chegando a ele, reconheceu nos seus olhos um grande Avatar dos tempos remotos. Lembrou-se do importante legislador do povo de Atl, depois da sabedoria de Zoroastro, que em outras épocas tinha enchido sua alma.

Foram reencontros, e Jesus, o Mestre de outrora, aceitou ser de novo aluno, para transcender ao que já tinha realizado. Só os verdadeiros Mestres sabem que continuarão sempre a ser alunos, não vos esqueçais disto, Irmãos.

A verdadeira humildade jamais pode gerar humilhação... Era assim que Jesus pensava, e estudou com Lamas os textos deixados por Gautama. Assim, o aluno voltou a ser mestre e pôde voltar a usar a juba do leão a fim de penetrar nos seus refúgios mais resguardados. Os sacerdotes daquela região, filhos de Indra, concordaram em aceitá-lo e foi entre eles que ele aprendeu o Verbo de Krishna, suas técnicas de cura, a reorganização dos átomos de vida, extraindo no reservatório fluidos da natureza, e finalmente a transmutação dos elementos.

Agora guardai bem isto: Indra era a abóbada celeste, mas era também a noite. Havia jóias pulsando no seu firmamento, imagens de conhecimento que permitem dirigir o mundo e o ser, mas havia também a escuridão, a escuridão do dogma querendo absorver tudo, a das castas separando tudo.

Então Jesus separou-se dos sacerdotes e foi ao encontro do povo para falar-lhe do Sem Nome. Foi por ocasião de seu vigésimo-primeiro ano. O Ganges e Varanasi - Benares - recolheram suas primeiras palavras de fogo. Elas varriam barreiras, sopravam um vento de amor, mas também de reflexão.

"Sabei reconhecer o Eterno — anunciavam. — Não façais mais o bem apenas por temer o mal." "Aqui e ali o povo quis sublevar-se e sacudir os entraves brâmanes. Só Lamas e alguns outros compreendiam… 122 III 6 O Mundo Espiritual

Eles também sabiam que o Mestre ainda aprendia e que aquela terra de Ishwar não podia ser a sua naquele tempo.

"Jesus então se retirou e aperfeiçoou-se na arte de manejar imagens sonoras, de modelar as silhuetas exatas que envolvem o mental. Mas ele tinha falado demais entre aquele povo, e, quando um sacerdote tentou tirar-lhe a vida, ele compreendeu que seu caminho o levava além.

Não, Irmãos, não penseis que a luz penetra o homem uma só e única vez, estando ele acima do mais puro entre todos. O ser que agora guiará vossa vida, se o desejardes, não foi sempre invariavelmente como o conhecereis.

Tornou-se o que é porque sabia que nada do que é autêntico é transmitido de improviso. Ele sabia que devia tornar-se alquimista de seus próprios corpos se quisesse ser o pó de rubi dos outros, tal como lhe pediam.

O sábio compreende o sentido desta verdade: 'Não existe eleito'. Nada é oferecido a um e não ao outro pelo Sem Nome. Nada predestina melhor os seres do que o que realizaram outrora e do que o que concordam em construir hoje. Assim, meus Irmãos, não existe acaso.

Jamais deveis dizer: 'Esse aí tem sorte porque o Pai o escolheu por suas obras'. E se gostais da palavra sorte, sabei que esta sorte não tem a aparência de uma graça divina; cada um a edificou e continua a edificá-la para si com suas próprias mãos. —"Nenhuma hierarquia neste mundo e na multidão dos outros está excluída desta lei. Toda criatura é o arquiteto dos seus templos presentes e futuros e o foi dos templos do passado...

Vosso Irmão Jesus nem sempre soube exatamente que tarefa precisa lhe caberia, nem onde a empreenderia. Ele teve que aprender a conhecer sua origem e sua força adormecendo, teve que abrir seu coração aos ouvidos dos outros até conseguir afirmar: 'Os outros estão dentro de mim mesmo, não além. Se eu não for Um com eles em espírito, proclamarei falsamente a Palavra do Pai'. Estas palavras, afirmo-vos, são as realmente pronunciadas por Aquele que hoje merece o título de Mestre. Ele as articulou entre os sete na sala real da Grande Pirâmide, há poucas luas..."

Manéton interrompeu sua narrativa por algum tempo, pois chegávamos às cercanias de um vilarejo abrigado num encaixe no sopé de uma colina rochosa. Havia um olival e lá fizemos alto para a noite.

O Irmão do anel azul finalmente retomou a palavra, sob o crepitar de um fogo. Um de nós, segundo o costume, pôs uns grãos de resina para derreter e o ar começou a embalsamar-se...

Depois de ter deixado Lamas, Jesus se dirigiu para o Norte, lá onde a terra parece conversar com os céus. E uma região montanhosa onde o ar é rarefeito e onde muito poucos penetram. Jesus sabia o que encontraria lá.

Muitas vezes antes, sua alma tinha visitado aqueles lugares e tinha trazido de lá elementos suplementares para a compreensão de sua missão. Assim, não ia lá para completar seus conhecimentos, mas para receber vibrações cuja força seu corpo reclamava. Compreendei que há terras como os homens, cada qual se pretende igualmente portadora de mensagens e energias.

Não deveis fugir dos lugares que vos atraem. Às vezes eles se tornam por si sós os reveladores do nosso ser e mostram-se capazes de mudar até nossa natureza sutil. Não são apenas palavras, podeis 123 III 6 O Mundo Espiritual crer... Jesus viveu vários anos naquelas altas regiões. Seu corpo, em união cada vez mais perfeita com o Todo pela prática de certas disciplinas baseadas no domínio da respiração, pôs-se a vibrar de modo diferente e os altos cimos o receberam freqüentemente tanto em seu estado etéreo como carnal.

Aquele ponto de nossa Terra, já vos ensinaram, é um dos seus centros vitais, o coração, poderíamos dizê-lo por analogia. Em seu éter estende-se uma região em que os seres regulam os acontecimentos de nossas sociedades. Dão-lhe muitos nomes, mas aqui, para nós, é a Estrela Branca, devido à sua radiação total e à sua pureza. É a guardiã de todas as tradições das estrelas, é a mãe de nossa Fraternidade, a fonte do que motiva nossos atos.

Desde a Aurora dos Tempos, Seres-Radiações lá vivem, trabalham e amam, deixando aos reis a ilusão de que governam.

Cada um desses seres está associado a uma chama de cor diferente. Esta atribuição não é arbitrária, ela corresponde à luz, ao som melodioso que emana de cada um deles. São a concretização da qualidade que encarnam com toda a perfeição que a Terra pode suportar.

Sem dúvida vos parece, Irmãos, que estou narrando um conto como os que se tem prazer em narrar entre os nômades do deserto, enquanto o vento fustiga o rosto e reúne os homens sob a tenda. Não é, eu vos afirmo. Este lugar é mais verdadeiro do que estas montanhas por onde andamos. São nossos olhos que não conseguem captá-lo e nós não conseguimos representá-lo mais do que o cego de nascença que tenta imaginar o azul do céu.

Há matéria e matéria! Ignorante é o nome de quem a limita ao que suas mãos podem agarrar! As coisas só podem ser reveladas muito lentamente neste domínio, Irmãos, pois, durante muito tempo, o homem ainda manterá o hábito de conspurcar o que seu pensamento não pode esperar nem aceitar.

"De tudo isto, recordai que foi nesses lugares que o Mestre Jesus compreendeu plenamente o papel que lhe era confiado. Desde então, ele deixou o continente de Ishwar e voltou sobre seus passos com alguns de seus antigos instrutores... para grande desespero de todo um povo que só sonhava em retê-lo, mas que ele teria conduzido ao que menos desejava: à revolta armada.

Pessoalmente, ele me afirmou que suas palavras não eram bem compreendidas quando ele pronunciava o nome da 'Terra de lesse', uma Terra cuja substância só pode ser concebida pelos corações que viajam além das palavras.

"Jesus então conheceu a Caldéia e a Babilônia, reencontrando os traços do que tinha sido outrora, folheando os textos do Superior Solará, retomando a essência já embotada por séculos de sacerdócio. Faltava uma palavra, uma só, que faria avançar a revelação progressiva organizada de longe, de muito longe, além das estrelas... mas também de tão perto de nós, dele.

"Uma cultura ainda aguardava o Mestre antes que recebesse a consagração suprema. Os sacedotes de Orfeu o acolheram então na Grécia, e entre eles o sábio Fílon. Era preciso analisar os inconvenientes e as vantagens da forma de politeísmo que os seres da Estrela Branca haviam instalado outrora. Isso foi feito e veio juntar-se a todos os conhecimentos adquiridos.

Mas não imagineis, meus Irmãos, que os Mestres das altas montanhas tivessem pedido a Jesus uma simples síntese dos grandes sistemas de pensamento já existentes. A síntese nunca passa de urna espécie de compilação; possibilita que quem busca enxergue melhor, mas só poderia ter a força de uma repetição desnecessária; ela não cria, em caso algum, o grau suplementar que permite elevar-se a um nível superior de consciência. Ela satisfaz o intelecto e o ego, raramente mais. 124 III 6 O Mundo Espiritual

"Não, não era aquela a tarefa d'Aquele que todos esperávamos. Nossa Fraternidade ensinou-nos que os diferentes corpos do homem são também edifícios que se superpõem e se encaixam. Sabeis que eles se desenvolvem em função da idade que atingimos, mas também, e principalmente, em função do trabalho interior ao qual nos submetemos.

Estes corpos são como sete chamas sucessivas que é conveniente fazer com que cresçam depois de pó-las em contato umas com as outras. Elas têm o valor de uma cadeia de ouro, ininterrupta, entre a consciência suprema e vós, nisso reside a pura ligação de amor sem obstáculo, que permite que as energias ditas inferiores e superiores se fundam.

O Homem que entra em ligação permanente com os sete vínculos de seu ser nada mais tem a ver com o mundo da matéria. Ele dominou suas leis e leva o nome de Adepto. Mas, entendamos bem, pois não ignorais que a ascensão do ser não pára aí. Há outras chamas de consciência a conquistar para atingir o umbral da morada do Pai. São estas outras chamas que, desde o seu nascimento, Jesus teve por missão reunir de modo a aperfeiçoar um corpo e uma alma transcendentes, que alguns já consideravam perfeitos e que, através de honrarias, poderiam fazer estagnar.

O estágio capital da sublimação foi completado, como já vos disse, no coração da Grande Pirâmide, no local exato em que todas as energias podem ser focalizadas num ponto que liga o átomo-germe de todo ser com o Espírito desta criação. Assim, o espírito de Kristos penetrou no espírito de Jesus.

Isto não poderia acontecer de outra forma nem em outro lugar, estava previsto desde a chegada de Melquisedeque a esta Terra.

O que faltava era que um deles fosse capaz de ir até o fim do compromisso assumido, sem diminuir a marcha.

Com efeito, não vos enganeis, quem desce a este mundo faz aliança com Satã e submete-se de certa forma à sua lei. Satã não é outro senão o grande adversário cujo outro nome é densidade; entendo, com isso, que todo ser nascido nesta Terra veste uma pesada túnica que torna penoso seu avanço. A encarnação de um Avatar seria um sofrimento indizível para ele, se não houvesse o amor incomensurável como energia primeira.

Imaginai por um momento, Irmãos, que vossa consciência, vossa razão, vossa vontade, em resumo, que vossa alma de repente fosse encerrada no corpo de um animal. Imaginai as ações que serieis capazes de realizar, os pensamentos que só poderíeis transmitir diminuídos…

Assim, analogamente, os humildes reconhecerão que há tanta diferença entre o Mestre e eles, como entre eles e o animal.

A alma do Mestre Jesus não nasceu neste mundo, compreendestes. Ela voou de Ishtar com outras, há muito, muito tempo, quando as criaturas da Terra falharam num giro da sua evolução.

A alma do Mestre Jesus, entretanto, faz parte da mesma onda de vida que nos criou, emanada do Pai deste universo.

A verdade se resume no fato de existirem alunos mais ou menos lentos... Há os que preferem a infância ao estado adulto, a ponto de se recusarem a sair das portas da ilusão que construíram para si mesmos.

125 III 6 O Mundo Espiritual A aventura e o drama dos filhos desta Terra se resumem nisso, Irmãos... e a dificuldade surge do fato de algumas crianças se atribuírem poderes de adultos.

Reavivamos um pouco o fogo que estava se extinguindo e, corno Manéton começasse a guardar certo mutismo, achamos que tinha terminado sua narrativa.

Foi então que uma pergunta escapou dos lábios de um de nós, pergunta talvez ingênua, mas que sem dúvida todos alimentávamos em nossos corações:

— Irmão, agora devemos seguir o Mestre Jesus já que, segundo vós, ele é o único homem nesta Terra que acendeu em si todas as lâmpadas da consciência além, mesmo, dos sete níveis?

— Estás certo, mas não é ao Mestre Jesus que seguireis. Este Mestre dorme, tal como José esfumou-se um dia. Não é unicamente Kristos que ouvireis, é também o Espírito Solar do Logos de nosso universo, Aquele que, nesta mesma manhã, diante de vossos olhos, assumiu o corpo de Jesus Kristos. Entendestes bem? Compreendestes bem o valor daqueles momentos em que todos bebemos da mesma taça de alegria?

Novamente Manéton calou-se e o silêncio pairou sobre nosso pequeno grupo. Todos pareciam esmiuçar dentro de si mesmos. Vi pupilas cintilando, perdidas nas brasas da fogueira, pálpebras fechando-se, ombros encolhendo-se sob os mantos...

Que significavam as palavras ouvidas?

As Escrituras bem que nos tinham falado de Kristos, do Ungido dos povos... finalmente pensávamos compreender, encontrá-lo simplesmente na pessoa de José, daquele José que ainda não conseguíamos chamar de Jesus. E agora faltava compreender o Logos…

— Kristos é diferente do Mestre Jesus... Manéton recomeçava lentamente, destacando bem sílaba por sílaba, como se para gravar eternamente em nós palavras-chave.

— Kristos é o mestre mais avançado de uma onda de vida que o Eterno emitiu antes da nossa. É o regente do nosso universo, o homem realizado, tão luminoso, tão sublimado que sua entrada direta na matéria densa criaria cataclismas. Quanto ao Logos, os "átomos" de seu ser poderiam pulverizar os nossos pela rapidez da sua dança.

Mihaêl, esta é a transcrição terrestre do seu nome cósmico. Guardai bem isso em vossos corações, porque devemos evitar dispersar jóias onde não conseguem reconhecê-las.

Esta continua a ser uma das regras fundamentais da nossa Fraternidade, não esqueçais. Mihaêl, eis o que podeis saber a respeito de quem investiu Kristos. Sabei que a sílaba 'Mi' de seu nome é a base vibratória dos exercícios que permitem a todos os filhos de Essânia adquirirem a prática da voz doce.

O que nosso coração ouve em 'Mi' continua a ser para sempre a segunda vibração da triplicidade do Sem Nome. É o próprio reflexo do sopro criador7. Eis uma das forças que nos ligam a ele, e também uma das forças que devemos partilhar com o próximo.

Assim, agora compreendestes, só a perfeição dos veículos do Mestre Jesus podia permitir que fosse investido com a presença contínua de Kristos e do Logos.

126 III 6 O Mundo Espiritual A partir desta manhã, meus Irmãos, três grandes seres vivem num único corpo, o terceiro irradiando os dois primeiros a ponto de dar-lhes uma força ilimitada, uma capacidade de amor que se expandirá em nós como mil torrentes.

A partir deste momento cabe a vós saber o que devereis fazer. Muitas almas estão a ponto de atravessar um umbral... Mas estareis entre os que as ajudarão a compreender?

As coisas são assim porque, se uma era de respostas começa hoje, a era das perguntas também se inicia... Não se oferece liberdade a quem não quer nem escolha nem decisão...

A partir desse momento, ninguém deu mais um passo que não tivesse um único motivo: rever Aquele que tinha chegado.

O Milagre

— Há dois anos que ele está assim — disse um dos homens, adiantando-se. — Depois de febres muito fortes, nunca mais conseguiu andar nem erguer-se.

O homem jovem limitou-se a sorrir e a cumprimentar-nos, ignorando, evidentemente, a identidade da grande silhueta branca que já segurava sua mão. No entanto, seu olhar mudou de expressão quando o mestre ajoelhou-se ao seu lado. Vimos então, estreitamente confundidas, a interrogação e a surpresa. Quem eram aqueles nazaritas que atravessavam assim a soleira de sua casa?

Vimos o Mestre levar sua mão esquerda à altura do coração e a direita apertar com mais força ainda a mão que estava segurando. Fechou os olhos e o paralítico estendeu-se bruscamente, como se um choque acabasse de obrigá-lo a isso, deixando em seu corpo sinais de profundo calafrio.

Estávamos a postos para entoar algum canto para assistir o Mestre, como se fazia na Fraternidade, mas o punho já tinha afrouxado, os olhos já estavam abertos. O homem jovem apoiava-se de novo nos cotovelos enquanto duas lágrimas lhe brilhavam nos cantos dos olhos. Com um leve sorriso e erguendo os supercílios, fez uma cara de espanto, mas a extrema palidez do seu rosto mostrava a que ponto ele estava abalado.

Então o Mestre se levantou e chamou decidido: — Vem!

O eco de sua voz ressoou nos terraços vizinhos, onde notamos que pequenos grupos de homens e mulheres tinham-se formado aqui e ali.

Sempre percorrido por longos arrepios, o paralítico pôs os dois pés no chão e, num esforço supremo, levantou-se sobre as pernas.

O silêncio era total, parecendo estender-se sobre toda a cidade. Era um silêncio vivo, que tinha tragado até o grito estridente das nuvens de pássaros que planavam sobre o lago.

Então, o jovem homem deu um passo, dois passos, aos arrancos, depois pôs-se a andar por todo o terraço com a expressão de uma criancinha começando a caminhar.

Finalmente, um dos três homens que nos tinham escoltado conseguiu emitir um som: — Rabi, Rabi!... 127 III 6 O Mundo Espiritual — Guarda bem isto: basta que um só homem peça ao Pai para que seja atendido, basta que três homens peçam em meu nome, com a mesma força do coração, para que seu desejo se realize... Eu te afirmo!

Um outro dia, ao indagar ao Mestre sobre o milagre, ele nos disse:

— Que milagre, Simão? A resposta, pronunciada em voz baixa, calou-nos. — Esqueceste tão depressa os ensinamentos do Krmel?

O que o Pai hoje põe em mim não deve fazer-te esquecer que a lei da natureza continua a ser sempre idêntica para todos nós. O verdadeiro milagre, o único, é a vida que respiramos, a verdadeira desesperança é que todos os seres desta Terra não percebem. Passam através dela sem captar todos os pequenos fermentos que anseiam apenas transformar-se em forças reparado-as.

Milagre é para o cego de coração, meus Irmãos, não finjais que esquecestes... Toda a força do mundo fervilha ao alcance de vossa mão. Às vezes a vedes cintilar na cavidade do peito quando meditais e orais. Dai uma vontade, dai mãos ao vosso coração, assim a dirigireis para o ponto onde é exigida, no momento em que exigida.

Não a dirigireis com vosso mental, pois ela é rebelde a qualquer ordem. Eu vos afirmo, para manejar toda onda de vida, é preciso ser seu eterno amante, é preciso transformar-se na própria vida sem olhar para trás ou ao redor de si.

Podeis extraí-la à vontade, meus Irmãos, porque o Pai pôs esta onda fresca à vossa disposição no grande reservatório cósmico que vos engloba. Assim, tende certeza, vós estais na Força. É a consciência de serdes vós mesmos, pequeno ser isolado dos outros, e vossa razão demasiado crítica que vos impedem de captá-la num relâmpago e depois insuflá-la na matéria que a reclama!

Não esqueçais minha palavra, homens que procurais! As técnicas são a disciplina do corpo e do mental, elas podem mudar o curso das coisas e dos seres, mas de quanto tempo necessitam? Vós as seguireis assim até certo ponto... aspirando, talvez, à técnica do coração. O coração é simplesmente todo-poderoso e para sempre. O homem sufoca-o ou escuta-o. Com muita freqüência, infelizmente, o homem pensa ouvi-lo quando mal o deixa respirar sob as razões e as desculpas do mental.

Vós sabeis que não estou falando do coração que pulsa em nós ao ritmo das estações. Falo do sol interior que nos liga à cadeia dos mundos transcendentes. Estais no universo do ser, Irmãos, então ficai agora no universo do futuro. Aboli as barreiras, pois elas vos sujeitam às técnicas e ao tempo. Sabei simplesmente pedir sem preocupar-vos com a resposta, pois a resposta é sempre a mesma: sim. A força de meu Pai vos é concedida incondicionalmente, assim como a todo homem. Não escuteis só o eco de seu eterno querer, de sua presença em vós...

Sobre a Alimentação

Lembro-me de um evento, quando o pequeno mercado das arcadas acordava. Os mercadores, com suas roupas largas cor de terra, ainda desempacotavam seus gêneros, e os pescadores, com suas túnicas curtas, dispunham sobre as grandes lajes seus carregamentos de peixes prateados. Finalmente, camelos e asnos arrastavam-se, indesejáveis em qualquer lugar para onde fossem levados.

128 III 6 O Mundo Espiritual O Mestre parou diante de um balcão onde, sob o sol ainda fresco, alguns homens disputavam as partes de um carneiro. — Agrada ao Pai que vos empenheis assim na aplicação da sua palavra — disse ele, com um divertido ar de provocação. Esta observação alegrou bastante os compradores. Desandaram a rir e logo formou-se um pequeno círculo em torno do "Rabi" que gostava de brincar.

— Meu gracejo não é uma zombaria, meus Irmãos, aprecio vosso ardor em procurar o alimento. Meu Pai gosta de ver-vos manter o corpo que vos deu para suporte de vossa alma.

Aquelas palavras surpreenderam, pois imediatamente instalou-se o mais completo silêncio. O hábito exigia que os sacerdotes, os doutores e os "outros" pregassem o jejum. — Vede, meus Irmãos, a casa grande e bela que edificastes para o Eterno — disse ele, apontando para um ângulo da sinagoga —, olhai para suas colunas, sob as quais ouvis discorrerem sobre a lei.

Vós as vedes daqui; observai como são robustas. Pensai no amor e na força que vós ou vossos Pais empregastes para talhar as pedras da sua base. Pois bem, digo-vos, vosso corpo é semelhante àquela casa que se eleva para os céus. Ele possui todo o valor e todas as promessas de uma pedra angular. Assim, o homem deve trabalhar a base que lhe permite elevar-se até ao Reino.

No entanto, que pensaríeis de um construtor que resumisse sua arte no fato de empilhar todas as variedades de pedras sem discernimento? Que pensaríeis de um construtor que desprezasse o sentido do corte, que ignorasse o uso do esquadro e do cinzel que dão à obra o acabamento que ela merece…

Vós o chamaríeis de insensato. Também vos afirmo, meus Irmãos, agi de modo a fazer com que o Pai que vive em vós não tenha do que se queixar de sua morada. Não prego para a dimensão nem para a quantidade de pedras que fazeis vossas, prego para o coração que vos permite estimar seu sentido e destinação.

Falo também para o coração que vos ajuda a compreender sua proveniência. Assim, não destruireis pelo que vosso corpo reclama sem ter-vos assegurado da finalidade construtiva desse gesto.

Apreciais a carne do animal, mas tende cuidado para que o animal não impregne demais vossa carne e não introduza nela sua vitalidade primeira.

É a força que vossa alma ainda impõe a esta terra que vos faz desejar tal alimento. Que os que conseguirem se lembrem das palavras da antiga Escritura: 'Dou-vos todas as ervas que contêm semente e que existem em toda a superfície da Terra, e toda a árvore que dá fruto com semente: será este o vosso alimento’.

— Quereis dizer, Rabi, que devemos banir toda carne?

— Quero dizer que um coração pronto acha por si só o caminho e pode manter-se nele sem que isto lhe seja pesado. Se teu corpo reclama carne de animal, dá-lhe carne de animal, mas saibas que nela, como em qualquer coisa, absorves uma parcela do Pai, um grão de sua Vida que germinou com amor e te é dado com amor.

Estas palavras, que refletiam a opinião da Fraternidade, criaram um certo remoinho no agrupamento. Alguns chegaram a esboçar um gesto de humor ou de zombaria, e partiram.

129 III 6 O Mundo Espiritual Perguntas pipocaram por todos os lados, mas o que devia ser caduceu impôs a sua. — Como podes dizer, Rabi, que o Eterno reside no fundo de todas as coisas? Se fosse assim, como me atreveria a continuar comendo?

Alguns homens riram e o Mestre abriu a multidão para aproximar-se do balcãozinho onde havia pedaços de carne empilhados.

Pegou um prontamente e o estendeu a quem quisesse.

Todo s calaram-se; ignoravam o que significava aquilo. Então, na palma do Mestre, chamazinhas brancas e azuis começaram a aparecer e a crepitar ao redor do pedaço de carne. Dir-se-ia que um gás inflamado, ou alguma energia secreta, saía dele, depois dispersava-se em pequenos sopros de vida.

A multidão recuou um passo.

— É um mago — ouvi gritarem de um ponto qualquer —, é preciso avisar o Sinédrio!

— Onde estais vendo magia, meus Irmãos? Queríeis uma resposta e foi vosso próprio Pai quem vos falou. Vós o imaginais tão distante que não possa ouvir-vos? Assim, afirmo-vos, e que estas palavras permaneçam em vós para sempre: cada dia de vossa vida, vos alimentais de meu Pai que pretende ser o vosso, vós tomais sua vida. Sede, pois, tabernáculos puros.

Aprendei a transformar o amor pelos apetites materiais em amor pelo Eterno que dorme no que cobiçais. Desta forma, conhecereis o Divino que brilha em cada coisa. Eis o começo do verdadeiro caminho.

Parábola

— Ensinai os homens a trabalharem a base de seu ser — dizia o Mestre, com um timbre que se assemelhava a um canto.

— Quereis que estes homens tenham asas, quando nem sequer têm pés. Se não reconhecem a Terra como sua Mãe nutriz, achais que durante toda sua existência estejam procurando meu Pai desesperadamente?

Uma de vossas funções, de todos vós cujos corações aspiram a abrir os outros corações, é ensinar o povo da terra a purificar-se pela base.

Com isto quero dizer a persuadir-se da divindade que reside na mais ínfima das coisas e conseqüentemente a comportar-se. Os resultados que obtereis poderão parecer-vos fáceis, mas não vos enganeis, porque a persuasão é fácil: quem fala com o coração manipula todo o peso das palavras.

Vossa missão não será tanto persuadir como fazer compreender e, vos afirmo, existe um universo entre estes dois termos. Aquele que se diz persuadido é quem acaba joguete de seu intelecto e a quem as palavras fazem mudar de opinião ao sabor das filosofias; aquele que, ao contrário, compreende, é quem sabe, porque mergulha em sua própria essência.

130 III 6 O Mundo Espiritual Assim, direis em nome de meu Pai: contemplai-vos vós próprios em vosso ser íntimo, vós que buscais sem saber que já encontrastes, vós que já sois homens e possuís tudo em vós.

Mas, meus Irmãos, tende o cuidado de só ensinar o que vossas almas estão aptas a viver. Que a taça do vosso amor não esteja pela metade, porque muito poucos poderiam dela beber. Peço-vos, pois, em nome de tudo que nos faz viver estes instantes: reformai vossos corpos a fim de transcender aos corpos das multidões. Sabei absorver a essência eterna de todos os alimentos da terra. Que vossas refeições sejam como cerimônias. A arte primordial do Homem verdadeiro é domesticar o alimento, fazê-lo vibrar ao ritmo de seu corpo.

Não são frases que vos apresento aqui, mas a descrição de um fenômeno concreto, embora infinitamente sutil. Domesticar o alimento é domesticar os próprios pensamentos. Vossos pensamentos são a única força que envenena ou purifica vosso alimento. Assim, pois, se pudésseis ver as regiões e as circuns tâncias de vossa criação celeste, não mais ousaríeis dar ao vosso corpo mais do que um quarto do que habitualmente o nutre…

Deveis vivificar a matéria ao comê-la. Deveis compreender também que ao comê-la servis ao grande desígnio da criação, pois tendes o dom de sublimar o que absorveis. Não é o trabalho de vosso corpo que deve parecer-vos essencial nisso, mas o trabalho de vosso espírito, que chamais para vós e que imprime suas ordens em vossa chama etérea.

Eu vos digo, Irmãos, vosso amor pode ordenar a vosso ser etéreo que modifique as partículas vitais de todo alimento; ele pode dar-lhe o influxo que transmuta essas partículas com vista a outras encarnações nos reinos que são os delas.

Compreendei, então, como é grande a responsabilidade do homem desta Terra. Ele é o centro das trocas, o campo de transmutação das forças.

— Mestre — interrompeu o homem que nos servira de guia —, e quanto ao vinho? Inúmeros são os mercadores de origem grega que chegam à região e que afirmam que esta bebida é sagrada; entretanto, todos vemos como ela priva da razão…

— Tu mesmo não resolveste o problema, Judas? Um homem sem razão assemelha-se a um barco sem leme. Entretanto, o que o povo grego afirma não é destituído de todo fundamento. Serve para a Grécia como para o País da Terra Vermelha; esta região continua a ser herdeira privilegiada dos conhecimentos da Terra de Atl, mesmo que, há milhares e milhares de anos, lhe tenha sido insubmissa.

A preparação das bebidas fermentadas foi introduzida entre os homens no final da dominação do continente de Atl.

Os Elohims de meu Pai viram que os humanos, em sua grande maioria, tinham caído num excessivo materialismo. As proezas que a prática dos ritos lhes permitia realizar nem sequer eram mais atribuídas à onipresença da Grande Força.

Dominava-se pela vontade, sem ter mais consciência dos domínios em que a vontade agia. Pouco a pouco o ser perdia a noção de seus estados de consciência superior. Sob o impulso das estrelas, um grande sacerdote do Uno, de nome Mayan, ensinou então a fabricação de um líquido fermentado à base de grãos. Isto permitia, no curso de certos ritos, e em determinadas proporções, fazer experiências sobre a multiplicidade dos corpos habitados pelo homem. Não era o vinho que hoje conhecemos e que os próprios humanos descobriram mais tarde, por analogia.

131 III 6 O Mundo Espiritual Este líquido, meus Irmãos, podia ser um artesão de redenção pelas portas que abria em determinada época. Posso afirmar-vos que ele foi este artesão, porque sua preparação e sua absorção eram objeto de ritos precisos que eram respeitados com um estado de espírito próximo do que vos ensinei.

Agora que sabeis estas coisas, dizei-me se o uso do vinho ainda vos parece desejável hoje, quando o homem voltou a tomar consciência de urna dimensão superior do seu ser... embora seu conhecimento continue muito confuso?

— Então devemos banir o vinho, Mestre! — Não disse isso, Judas.

Deves adaptar-te, em determinada medida, à época que é a tua. Se queres ser ouvido, não sejas muito diferente dos outros. A diferença se cultiva voluntariamente, muitas vezes mostra-se como a raiz de um orgulho insuportável! Se queres que ouçam a divindade que habita em tí, não expulses completamente o humano que lhe serve de suporte. O não-respeito a esta regra, digo-te, fará com que te receiem mais do que te amem.

O que anunciares e realizares será imediatamente dispersado pelo vento. Assim Judas, meu Pai pôs em mim toda a Força prometida ao Homem, mas também os atributos do humano... Beberei o vinho que me oferecerem. Minha vontade apenas limitará sua quantidade.

Eu sou o Reconciliador, meus Irmãos, não o profeta dos ascetas da montanha!

Com estas palavras, o Mestre levantou-se e pôs-se a andar pela crista da alta colina.

— Que vos importa se não sabemos mais preparar o vinho! Quanto a vós, basta-vos saber bebê-lo lembrando-vos das minhas palavras. O bem de uma era pode ser o mal de outra.

Só quando tiverdes realizado o Divino em vós, fundireis estas duas noções em vosso ser, ultrapassando-as pelo exercício de vosso amor.

Que estais esperando para sublimar em um ponto de vosso ser as duas tendências duais? Do encontro da Terra com o Cósmico nasce, desde sempre, a imagem cruciforme da escolha.

Sabei colocar-vos no seu centro; o fogo solar de meu Pai reside aí e é aí que florescerá em vós a quintessência…

III 6.6.2 - Cartas de Cristo

As Cartas de Cristo são recentes, do ano 2000, e um dos documentos mais intrigantes que já ví. Ainda estou lendo, e relendo. Procurei na Internet e não consegui achar nenhuma análise referente a veracidade ou não delas, ou qualquer discussão. Além disso, 18 anos depois de reveladas a primeira vez, não possuem uma divulgação significativa, apesar de já estarem editadas em livros.

Abaixo o que se encontra na Amazon a respeito da Segunda Edição de 2010:

Cristo retorna - revela a verdade surpreendente

Esta é a segunda edição de um livro espiritual inovador que originalmente apareceu sob o título Christ Returns - Speaks His Truth. Neste surpreendente livro de cartas ditadas pela Consciência Crística no ano 2000, Cristo refuta o dogma religioso e explica em termos lúcidos e concretos a 132 III 6 O Mundo Espiritual Verdade espiritual e científica da Existência, e como se conectar através da meditação diária com a Consciência Divina e superar o domínio do ego. O estilo de escrita é acessível a todos e emocionante. De leigo a mestre espiritual, as reações foram fortes e as transformações pessoais resultantes foram generalizadas e profundas. Muitos observaram a taxa excepcionalmente alta de vibração deste trabalho. Trechos das Cartas: Como as pessoas estão no limiar de uma crise mundial de enormes proporções, é vital para a sobrevivência que eu, o Cristo, chegue a todos que a escutem. Você conhece pouco dos verdadeiros processos de criação nos quais vocês, vocês mesmos, desempenham um papel importante. É imperativo que você os compreenda o suficiente para permitir que você embarque na implementação de uma visão mais elevada para toda a humanidade. O Novo Testamento, tal como está, com toda a sua bagagem de má interpretação, é um impedimento para a evolução espiritual. Agora é hora de avançar para um novo campo de percepção e compreensão mística. Como é impossível para mim descer ao corpo humano novamente para falar ao mundo, e tenho outras dimensões a quem ministro, treinei uma alma sensível para receber e transcrever. É o mais próximo que posso fazer para falar com você pessoalmente. Espero que você seja capaz de receber e aceitar isso.

Aqui vamos transcrever apenas a primeira Carta, as outras podem ser encontradas na Internet e em livros impressos. Em outros trechos deste trabalho, algumas partes delas foram citadas.

Conta-se que durante 40 anos uma senhora, anônima, as recebeu à medida em que foi preparada pelo Mestre e as transcreveu.

PREFÁCIO da Gravadora

Primeiro, gostaria de explicar por que usei o título de gravadora no lugar do meu nome real.

Nunca houve a menor dúvida em minha mente, enquanto escrevia estas CARTAS, que elas emanavam de Cristo. Eu descrevi minhas razões para ter tanta certeza disso, na minha curta biografia.

Durante a redação das CARTAS, foi-me dito claramente que me deixasse fora da imagem de que as CARTAS DE CRISTO devem ficar inteiramente por conta própria. As pessoas devem decidir por si mesmas se as Cartas soam verdadeiras ou se as pessoas acham que são falsas. Eu tinha escrito o que recebi, tentaria tirá-los para o escrutínio público e o que acontecesse depois disso era estritamente entre o leitor das CARTAS e a Consciência Crística.

Cristo prometeu nas CARTAS que eles formariam um elo entre a mente do leitor e a Mente de Cristo e a ajuda seria dada na compreensão do profundo significado escondido atrás das palavras.

Muitas pessoas relataram ter experimentado esse contato. Muitas pessoas têm conhecimento de um influxo de insight.

Portanto, assim como o nome de um secretário não é importante em uma transação comercial, meu nome e minha identidade não são importantes. O que é verdadeiramente importante é se o leitor pode sentir que este é o Cristo autêntico que se elevou na consciência espiritual aos próprios portais do Equilíbrio, mantendo a individualidade a fim de permanecer em contato com o mundo da individualidade.

Em segundo lugar, houve divisão na opinião sobre a formatação às vezes estranha das LETRAS.

Eu gostaria de explicar que quando Cristo impressionou minha mente com palavras ou imagens, o que me fez necessário construir o que eu vi em palavras, eu também senti as emoções (até certo 133 III 6 O Mundo Espiritual ponto) que Cristo sentiu ao passar pelos eventos. ele está descrevendo neste momento. Ao cair de volta nas vibrações daquele tempo, Cristo entrou naqueles tempos e os transmitiu pela minha mente.

Não havia como as Cartas terem sido escritas em letras comuns ou apenas em itálico. Com tanta frequência, quando uma nova percepção maravilhosa era colocada na minha mente, eu me perguntava: "Como posso fazer isso acontecer?". Você saberá o que quero dizer quando ler as Cartas.

E assim, para mostrar que alguma afirmação poderosa tinha vindo da mente de Cristo para a minha, usei itálico, letras escuras e maiúsculas. As pessoas reclamam que essa formatação não convencional interfere no fluxo da leitura. Mas este é apenas o ponto. Estas cartas não são para serem lidas. Eles estão destinados a ser ponderadas e isso significa que você tem que parar nas palavras impressas que sustentar o fluxo de palavras e pensar sobre o que as palavras estão tentando transmitir a você. Você deve lembrar em todos os momentos que quando Cristo tenta alcançar sua inteligência humana, ele está relacionando verdades que vão muito além de sua própria experiência de vida neste mundo.

Você tem que alcançar a dimensão infinita para tentar entender o que está sendo dito. E assim, se você gastar meia hora ponderando um parágrafo com uma formatação estranha, será meia hora bem aproveitada se gradualmente sua mente se abrir para novas possibilidades além do seu pensamento atual. À medida que você alcança a Consciência de Cristo em consciência, pedindo iluminação, certamente lhe será dado. Não necessariamente naquele momento, mas talvez, quando você menos espera, a resposta chegue em sua mente e você sabe que - “sim, é isso!" - esta é a verdadeira resposta.

Introdução

Cristo diz: 'Eu vim para corrigir as interpretações erradas colocadas sobre os ensinamentos dados quando conhecidos como' JESUS 'na Palestina, há 2000 anos.’

Cristo também diz:

"Como as pessoas estão no limiar de uma crise mundial de enormes proporções, é vital para a sobrevivência que eu, o Cristo, chegue a todos que a escutem. Você conhece pouco dos verdadeiros processos de criação nos quais vocês, vocês mesmos, desempenham um papel importante. É imperativo que você os compreenda o suficiente para permitir que você embarque na implementação de uma visão mais elevada para toda a humanidade.

"É impossível para minha consciência espiritual assumir a forma humana; para me permitir falar diretamente com você, eu des-programei e preparei uma mente receptiva e obediente para receber minha Verdade e estruturá-la em palavras. Ela é minha "gravadora".

Gravadora: Antes de ler as Cartas de Cristo, você pode querer saber como esse exercício espiritual de transmissão de consciência foi alcançado.

O trabalho de me preparar para ser a registradora de Cristo começou há 40 anos, quando, como cristã comprometida, encontrando dificuldades como agricultora e pedindo ajuda a Cristo, uma resposta inesperada e vigorosa me fez reexaminar e descartar todo dogma religioso. A iluminação seguida e claramente liderada em novas direções de trabalho e estudo, fundei um negócio que lidava com pessoas, que floresceu. Por sete anos eu gostei de sucesso e muita felicidade. Para crescer na compreensão espiritual, passei por diversas experiências humanas muito traumáticas e, depois de muito sofrimento, aprendi dolorosamente e com lucro as lições, e depois as transcendi espiritualmente. 134 III 6 O Mundo Espiritual

Certa noite, em resposta à oração por orientação, a presença de Cristo tornou-se uma realidade, que me deu uma prova irrefutável de sua identidade. Ele falou comigo por uma hora, enviando fortes ondas de Amor Cósmico através do meu corpo e me deu uma breve descrição do que eu deveria ser ensinado e, eventualmente, alcançar. Uma quinzena depois, ele me levou através de uma experiência transcendente da União Consciente com "Deus". Tornei-me uma curadora e instrumental em algumas curas instantâneas.

De 1966 a 1978, em pontos importantes da minha vida, em resposta ao questionamento, Cristo me instruiu em princípios científicos espirituais, agora explicados por Cristo em suas Cartas. Em 1975, experimentei uma noite de visões descrevendo eventos entre 1983 e 1994, e tudo isso se tornou realidade. Mais uma vez me disseram que haveria trabalho para eu fazer no futuro.

Eventualmente, depois de muitas e variadas vicissitudes, sempre aliviadas pela minha forte conexão com Cristo e pelo meu profundo entendimento e experiência pessoal da 'Primeira Causa', fui levada ao meu lar atual. Aqui, tenho vivido uma vida cada vez mais solitária nos últimos vinte anos, às vezes em claro e íntimo contato com Cristo e às vezes deixada para fortalecer minha fé e paciência nos períodos espiritualmente secos. Nos últimos quatro anos, fui conduzida por meio da purificação mental / emocional, alcançando meu objetivo de paz e alegria interiores perfeitas.

Estas cartas são inteiramente obra de Cristo. Nada nelas foi derivada de outra literatura, embora nos últimos anos, alguns escritores obviamente tenham extraído muito de sua própria inspiração da radiação consciente da Verdade de Cristo. Todos aqueles que estão em harmonia com sua Consciência são grandemente abençoados. Eu sou apenas a 'Recorder' - nada mais.

Conteúdo

Carta 1. Cristo fala de suas razões para voltar a ditar estas cartas. Diz que a humanidade traz suas próprias desgraças sobre si mesmos através de seus pensamentos e ações. Explica porque sua verdadeira missão na Terra não foi registrada corretamente. Diz que não existe tal coisa como "pecado contra Deus"; nem nossa verdadeira Fonte de Ser é entendida. Descreve suas seis semanas no deserto e o que realmente aconteceu - o que ele aprendeu e como o conhecimento o transformou de rebelde para Mestre e Curador.

Carta 2. Continua a história de sua vida na terra, seu retorno a sua mãe em Nazaré e recepção! Sua primeira cura pública e a tremenda resposta. Escolhendo Discípulos. Seus verdadeiros ensinamentos.

Carta 3. Continua incidentes de vida, ensinamentos, sua consciência de que seu tempo na terra seria interrompido pela crucificação. As coisas que ele fez para despertar a ira dos líderes religiosos judeus. O que realmente aconteceu e foi dito na "Última Ceia", as atitudes dos discípulos e a verdade a respeito de sua "ascensão".

Carta 4. Cristo reúne os fios de seus ensinamentos na Palestina e diz que ele e Maomé, Buda e todos os outros Mestres continuaram a desenvolver-se espiritualmente até que todos tenham ascendido à Cosciência Crística. Cristo fala da verdade do relacionamento sexual, dizendo que a atitude entre homens e mulheres acabará mudando. O progresso espiritual acontecerá e as crianças com novo potencial espiritual nascerão.

Cartas 5 e 6. Cristo começa a explicar os verdadeiros processos da criação. Ele toca no que a ciência e as doutrinas religiosas têm acreditado, rejeita e define a verdade do ser. Ele toca na verdade a

135 III 6 O Mundo Espiritual respeito do ego humano - os meios da individualidade terrena e, portanto, necessários, mas também a fonte de todo sofrimento.

Carta 7. Cristo descreve a verdade sobre o ato sexual - o que realmente acontece espiritualmente e fisicamente. Como as crianças nascem em diferentes níveis de consciência. Ele explica o lugar dos homens e mulheres na ordem mundial.

Carta 8. Cristo explica a realidade de homens e mulheres, como viver dentro das leis da existência e entrar em um estado de estado abençoado e harmonioso de ser em que todas as coisas são abundantemente providas, saúde é restaurada e alegria se torna um estado natural mente. Todo indivíduo pode alcançar este estado interior de bem-aventurança, e a paz então se tornará a norma.

Carta 9. Cristo amarra as pontas soltas de suas outras Cartas e diz claramente às pessoas como superar o ego, obter verdadeira auto-estima e experimentar a alegria da perfeita paz interior. Ele toca no racismo e em uma mensagem pessoal de encorajamento e amor a todos que são atraídos por suas Cartas.

Trechos da Carta 2

Trecho 1

Eu sou o CRISTO. Enquanto atuo desde as mais altas esferas da CONSCIÊNCIA CRIATIVA DIVINA, minha influência envolve o seu mundo.

Usando uma metáfora: estou tão distante em “consciência” do seu mundo quanto o Sol está da Terra. Entretanto, se você me chamar com sinceridade, estarei tão perto quanto for necessário para ajudá-lo.

Haverá muitos que não poderão receber estas CARTAS. Estes ainda não estão prontos para elas.

Haverá aqueles que tentarão abafar a sua existência, uma vez que os ensinamentos que contêm serão uma ameaça para o seu sustento ou religião. Eles não terão êxito. A oposição apenas reforçará estas CARTAS.

Haverá aqueles que receberão estas CARTAS com alegria, uma vez que suas almas sabem que mais além das religiões do mundo se encontra a VERDADE – a REALIDADE da existência. Estes prosperarão e finalmente salvarão o mundo da autodestruição.

Agora continuarei minha “autobiografia” do ponto onde parei em minha última CARTA. Meu propósito, ao dar a você alguns detalhes biográficos de minha entrada na vida pública como mestre e curador, é evidenciar as atitudes e comportamentos da minha juventude, assim como as circunstâncias em que alcancei o meu próprio estado de humanidade espiritualizada

Trecho 2

Não existe “castigo” da forma como o compreendemos. Nascemos para nos comportarmos da forma como o fazemos. Temos que encontrar uma maneira de superar nossos pensamentos e sentimentos humanos, porque estes nos separam da proteção do “PAI” e nos trazem as doenças e a miséria. Quando tivermos aprendido a superar o “eu”, então entraremos no Reino dos Céus.

136 III 6 O Mundo Espiritual Trecho 3

Porque Deus é LUZ – eu disse. E LUZ é a substância de todas as coisas visíveis. E LUZ é o AMOR que faz todas as coisas para que o homem desfrute delas. Todas as bênçãos de abundância e saúde foram livremente disponibilizadas para aquele que amar a Deus com a mente, o coração e a alma e que viver estritamente segundo as Leis de Deus.

Trecho 4

Coloquei as mãos sobre a cabeça do rapaz e rezei sabendo, e silenciosamente dando graças com todo o coração, que o “Pai” VIDA fluiria pelas minhas mãos para dentro de seu corpo. Desta forma o trabalho de cura se realizaria. Senti um calor extremo e um formigamento em minhas mãos e o Poder vertendo para seu frágil corpo. Fui inundado por uma alegre gratidão. Como era grandioso e maravilhoso o “Pai Vida”, quando liberado para fazer o seu trabalho natural de cura!

Trecho 5

O Reino de Deus onde a felicidade é um estado da mente que o mundo exterior, com todos os seus aborrecimentos e preocupações, não pode perturbar. O “Reino de Deus” está em vocês. Entram no “Reino de Deus” quando percebem plenamente que o “Pai” está o tempo todo ativo em vocês. É um estado da mente, de percepção e entendimento de que a Realidade, por trás e dentro de todas as coisas visíveis, é o “Pai”, formoso e perfeito e que todas as coisas que são contrárias à beleza, à harmonia, à saúde e à abundância, são criações do pensamento equivocado do homem. Eu sofria ao vê-los sofrer, mas não precisam sofrer mais se escutarem o que tenho para dizer. Mas devo avisá-los de que o Caminho que leva ao Reino dos Céus é difícil de seguir e isso quer dizer que – primeiro – terão de lidar com o seu “eu”. Por que é que terão que se ocupar do “eu”? Porque é do desejo de proteger e de promover o seu bem-estar pessoal que procedem todos os pensamentos, palavras e atos egoístas. Provavelmente vocês perguntarão: Por que eu deveria preocupar-me com isso? Se o que diz é verdade, que não há castigo, que “Deus” não vê as faltas – então por que deveríamos estar preocupados com a maneira como nos comportamos? — Há tanta coisa para ser aprendida aqui que eu mal sei por onde começar. Como já expliquei, vocês extraem sua VIDA do “Pai”. Portanto, extraem sua capacidade de pensar e de amar do “Pai”. Como o “Pai Inteligência” é criativo, assim também a consciência de vocês é criativa. Com a sua mente e coração vocês realmente modelam os planos de suas próprias vidas e experiências. E qual tipo de vida vocês planejam e modelam em suas mentes? Se alguém irrita ou machuca vocês, retaliam de alguma forma; acreditam que se alguém se apropria de seu olho, devem retirar o olho do adversário em troca. Acreditam que quem mata deve ser morto como castigo ou compensação. Acreditam que quem os rouba deve pagar por isso, que aquele que rouba sua mulher deveria ser apedrejado junto com sua esposa. Acreditam que é necessário exigir o pagamento pelo mal que passa por sua vida. Como é da natureza humana ferir os outros e vocês têm sido ensinados a retaliar, suas vidas são um contínuo cenário de guerra. Guerra no lar entre maridos e esposas, filhos, vizinhos, entre pessoas públicas e também entre as nações. O “Pai” ignora esta guerra em suas vidas, mas conhece a tensão que surge dela em suas mentes e corpos. Mas nada pode fazer – para aliviar esta dor – até que vocês mesmos coloquem um fim a

137 III 6 O Mundo Espiritual ela. Vocês mesmos devem cessar a luta e viver em paz com suas famílias, seus vizinhos, entre empresários, entre pessoas públicas e entre países. Só então, o TRABALHO AMOROSO do “Pai” poderá tomar seu lugar em sua mente, coração, corpo e vida. Só então poderão reconhecer e ver o Trabalho Amoroso que está sendo realizado em vocês – e para vocês – pelo “Pai”. Lembrem-se também da grande LEI: VOCÊS COLHEM EXATAMENTE AQUILO QUE PLANTAM. Não se pode colher figos de amoreiras, nem uvas da árvore de espinhos, ou colher trigo do joio. Pensem nisso e compreendam esta parábola porque isso é muito importante para vocês – não somente nos dias de hoje – mas também em todos os seus dias e anos que virão, mesmo na eternidade. Assim, se querem mudar suas vidas – mudem seus pensamentos, mudem suas palavras decorrentes desses pensamentos, mudem suas ações decorrentes desses pensamentos. Aquilo que está em suas mentes criará todas as suas experiências, suas doenças, pobreza, infelicidade e desespero. Trecho 6

— Lembrem-se, primeiro façam aos outros o que gostariam que fizessem para vocês e então haverá paz e contentamento em sua mente e coração e o “Pai” poderá fazer o Seu AMOROSO TRABALHO em seu corpo, mente e coração. Doem e doem abundantemente e alegrem-se porque vocês têm presentes para doar aos necessitados e porque, enquanto estão doando, seus dons vão sendo restaurados da forma que mais necessitam. Doem com o coração contente, doem com confiança e com o conhecimento de que onde houver carência em suas vidas, assim fará o “Pai” o seu TRABALHO AMOROSO com abundância em vocês – e para vocês. Nada façam com o coração pesado, porque um coração pesado é o que continuarão tendo. Doem tudo com o espírito alegre, a fim de que tudo em suas vidas traga para vocês somente alegria e iluminação espiritual.

Trecho 7 Se rezam e não recebem, não pensem, nem por um instante sequer, que não existe “Pai”, ou que o “Pai” não os escuta. Ao invés disso devem perguntar-se o que existe em vocês que está impedindo que a OBRA AMOROSA do “Pai” seja feita em vocês e para vocês.

Trechos da Carta 9

Trecho 1

No passado, as leis dadas como normas para o comportamento nacional se dirigiam principalmente a: “Vocês não devem... se vocês fizerem - o castigo será esse”. As verdadeiras leis espirituais são inteiramente diferentes.

As leis espirituais são expressas desta forma:

“Uma vez que você e o lugar de sua existência terrena foram criados desta maneira... se você trabalha em harmonia com as Leis de sua Existência... você abrirá seu sistema inteiro de alma, mente, emoções, corpo e circunstâncias pessoais para o fluxo constante da Consciência Divina, sua Força Vital. Os frutos do seu comportamento disciplinado retornarão para abençoá-lo e torná-lo cheio de saúde, harmonia e prosperidade. 138 III 6 O Mundo Espiritual Se, por outro lado, você ignora as Leis da Existência e continua vivendo da mesma maneira que vivia antes de ter recebido esta mensagem, então a sua vida continuará sendo marcada pelo tumulto, condições climáticas difíceis, pragas nas colheitas, desastres econômicos, privação de alimentos e uma vida estressante”.

Trecho 2

Como disse nesta Carta, estou sempre com você, irradiando na consciência a VERDADE do SER. Quanto mais você ler estas Cartas, mais estará consciente da minha Presença e do meu Amor. Através deste contato, meus amorosos propósitos para com você serão cumpridos. Somente você poderá romper o contato. Estou irradiando Amor, não importa o que você sinta.

Deixo para você o meu AMOR e o meu desejo de uma rápida jornada rumo à Luz Espiritual.

CARTA 1

Eu, o Cristo, aproveito esta oportunidade para falar diretamente com você.

Eu vim para corrigir as interpretações erradas colocadas nos ensinamentos dados quando conhecidos como "Jesus" na Palestina, há 2000 anos atrás.

Eles estão sendo colocados através de alguém que, durante os últimos quarenta anos, tem sido espiritualmente sensível e dedicado o suficiente para receber minhas palavras e agir sobre elas.

Estas cartas são verdade. Eles transcendem todas as doutrinas religiosas do mundo. Estas CARTAS LIBERARÃO você.

São para todas as pessoas que buscam sentido para a existência, propósito em suas vidas, força para enfrentar a luta diária para viver e suportar dificuldades, doenças, desespero e inspiração para aqueles que aspiram a uma maior consciência espiritual em suas vidas diárias.

Você pode dizer que estas Cartas são um CURSO MESTRE para aqueles que estão prontos para colocar o pé no caminho que eu viajei quando na terra na Palestina.

Você pode duvidar que as palavras acima são verdadeiras. Ao ler essas páginas e entrar nos fatos que estou lhe dando sobre a existência e as origens da personalidade, você perceberá que essa verdade só poderia ter vindo da fonte mais elevada.

Aqueles que têm dificuldade em compreender as CARTAS devem lê-los uma página de cada vez, depois colocá-los de lado e meditar. Gradualmente, o significado penetrará em sua consciência, pois essas páginas são um elo entre sua consciência e minha consciência transcendente.

Venha a essas CARTAS com uma mente tão livre de idéias, crenças e preconceitos quanto uma criança pequena antes de ser doutrinada com a crença humana.

Traga-me a sua mente organizada, uma mente em busca, e vou preenchê-lo com o verdadeiro tesouro, o tesouro do mais elevado conhecimento que, ao absorvê-lo, aliviará sua carga diária e o conduzirá a 'pastos verdes de luz mais brilhante', significando abundância alegria, arrebatamento e satisfação de todas as necessidades. Você virá a saber como é ser abundantemente abençoado com tudo o que existe além de sua compreensão humana atual.

139 III 6 O Mundo Espiritual Essas CARTAS são enviadas para todas as pessoas em todo o mundo com minha compaixão e amor. Ao lê-las, você sentirá o amor e a compaixão e perceberá que suas lutas diárias com a existência nunca foram destinadas a você. Não há necessidade de sentir dor e estresse quando você compreende, absorve e pratica a VERDADE DA EXISTÊNCIA consistentemente.

O PROPÓSITO ATRAVÉS DESTAS CARTAS.

Elas pretendem trazer a iluminação para o mundo em geral, para capacitar a humanidade a construir uma NOVA CONSCIÊNCIA durante os próximos dois mil anos. Essas CARTAS são as sementes da futura evolução espiritual da humanidade.

Observe bem: É a evolução espiritual da "consciência humana" que provoca a evolução mental e física em sua vida pessoal e global e leva a humanidade a estados cada vez mais harmoniosos de bem-estar.

Se você acha isso difícil de acreditar, reflita sobre os últimos dois mil anos e veja o que foi realizado desde a última vez que conversei com as pessoas pessoalmente. Tem havido uma tendência evolutiva gradual em direção ao amor fraternal que eu constantemente preguei aos judeus. Quando eu andei na terra, não havia organizações humanitárias como as que você tem agora. Ambição, ganância e auto-gratificação eram considerados como comportamento normal. Havia pouco amor fraterno entre os judeus cujos profetas, por gerações, os haviam exortado a amar seus vizinhos como a si mesmos.

Como a humanidade desenvolveu sua capacidade para o amor fraterno, a humanidade tornou a vida mais agradável e confortável para si mesma na forma de consideração mútua, cortesia, bondade e na provisão de hospitais, sociedades de assistência infantil, cuidado dos idosos, movimentos de direitos humanos, e muitas outras instituições dedicadas à melhoria da condição humana. Todos estes nasceram nos corações e mentes daqueles que sinceramente deram ouvidos às minhas palavras originais faladas na Palestina, incitando as pessoas para o amor fraternal e compaixão por seus semelhantes.

Essa forma de carinho espiritual e amor fraterno ganhou um tremendo ímpeto no século XIX, quando minhas palavras foram pregadas com sinceridade e intensidade renovadas dos púlpitos e recebidas de bom grado por congregações sinceras e sinceras.

Pregadores e congregações foram, por esse tempo, espalhados por todo o mundo em todos os continentes.

O sábado foi verdadeiramente considerado como um dia de descanso e os pensamentos da maioria do povo cristão foram elevados à contemplação do poder de Deus. Tal cessação mundial dos deveres e ocupações normais significou que uma longa elevação de 24 horas do "pensamento consciente" em direção ao Poder Criativo Divino criou uma consciência regular e poderosa "humana / divina" que sustenta e entrelaça vidas humanas.

A petição humana atraiu o Poder do Divino para a consciência humana e a experiência humana e levou diretamente ao crescimento e expansão em todas as facetas da vida humana. No entanto, as pessoas ainda não sabiam como direcionar mentalmente o Poder Divino para canais de criatividade espirituais, em vez de "ego". Consequentemente, a expansão da "consciência coletiva" trouxe resultados "perversos" que surgiram do "poder do ego", bem como os resultados "bons" produzidos pela "consciência espiritual" das pessoas inspiradas e iluminadas.

140 III 6 O Mundo Espiritual Eu vim expressamente para explicar-lhe um fato vitalmente importante da existência. Por favor, leia atentamente. É isto: • Sua consciência pessoal é inteiramente responsável por tudo o que entra em sua vida e experiência pessoal. É a sua consciência pessoal que lhe traz bem ou mal. • Em seu subconsciente, você traz lembranças fortemente imprimidas, mas ocultas, de traumas / emoções passadas de vidas / vidas passadas que podem entrar em erupção e colorir sua consciência presente. • Sua oração específica e apaixonada por algum tipo de alívio, pode ser respondida, mas a longo prazo, se sua mente e coração operarem continuamente em contravenção às Leis Universais do AMOR, você viverá em uma mentalidade de crítica constante.

As Leis Universais da Existência se relacionam APENAS com as 'atividades de consciência' e são exatas e indespensáveis elas não são recompensas ou punição de ‘Deus'.

Repito: não são "PUNIÇÃO DE DEUS" - eles se relacionam com o "Fator Causativo da Consciência", que atraem / magnetizam partículas elétricas que se ligam e aparecem ao mundo como formas e experiências sólidas visíveis externas.

N.B. Às vezes, as pessoas fazem contato através de orações poderosas com a REALIDADE DIVINA por trás e dentro de toda a criação. Ela responde e sua atividade é revelada em breve como melhorias necessárias dentro da vida pessoal e nacional - e as pessoas podem exclamar: "Isto é um milagre!”

Mas, a longo prazo, o estado da consciência pessoal ou nacional voltará a afirmar-se em suas experiências e reproduzirá os mesmos efeitos negativos na saúde ou nos negócios, como fizeram anteriormente.

Você não pode efetuar mudanças permanentes em suas vidas a menos que você mude sua consciência.

Portanto, as pessoas devem orar e se esforçar em todos os momentos para alcançar o Amor incondicional. Pois no século 20, as habilidades mentais humanas superaram seu desenvolvimento espiritual. Os cientistas pensaram que poderiam explicar as origens da criação e atribuí-las ao acidente. Como resultado direto as pessoas abandonaram a moralidade e começaram a ceder totalmente à vontade própria.

Eles colocaram em movimento um novo impulso de ameaça no mundo, pois começaram a criar uma nova forma de "consciência do ego mundial" diretamente em oposição à NATUREZA do Divino - o AMOR INCONDICIONAL. A consciência humana bloqueou o influxo do Divino. OBSERVE BEM: A sempre crescente imaginação de algumas pessoas, que teriam sido contidas localmente, há um século atrás, tornou-se uma INFECÇÃO MENTAL CONTAGIOSA glorificado na literatura, filmes, teatro espalhando-se por todo o mundo, criando uma "Consciência Humana" global semelhante à sua, expressa como excessos sexuais, violência e perversões. Esta INFECÇÃO MENTAL manifesta-se primeiro como modos de vida egocêntricos e a criação de dispositivos técnicos - que criaram sérios distúrbios de saúde, mudanças climáticas, quebra de safras, deterioração do meio ambiente, extinção de seres vivos e abate de seres humanos.

A Infecção Mental se manifesta na personalidade humana como comportamento demente e destrutivo, vício em drogas, crueldade e depravação abomináveis, operações de gângsters e excessos sexuais. Assim, um círculo vicioso de malignidade e perversões de pensamento e

141 III 6 O Mundo Espiritual atividades foram criados por magnatas do entretenimento e da mídia. O objetivo - capturar interesse público egocêntrico.

Sua tela de TV e Cinema se tornou a nova Bíblia do comportamento humano. Tragédias pessoais desconhecidas pela humanidade há um século tornaram-se comuns e as pessoas vivem com medo de andar pelas ruas. As famílias estão barricadas atrás de muros altos. Problemas familiares e sociais são levados ao debate público regular - e assim a saga da miséria humana é perpetuada.

Esta é a besta perseguindo suas terras e alimentando um miasma de bestialidade em mentes inocentes.

Será perpetuado até que meu Conhecimento Cristão seja reconhecido, aceito e vivido pela maioria das pessoas na Terra. Porque esse conhecimento lhe mostrará como voltar ao verdadeiro CAMINHO DA VIDA para começar a criar o tipo de vida que você realmente deseja.

Porque sou AMOR incondicional, estou falando a VERDADE que muitas mentes espirituais suspeitam, mas que é rejeitada por aqueles que são espiritualmente cegos - no momento. Estas palavras não são faladas para ameaçar ou punir você - mas para alertá-lo sobre a origem de todos os horrores indescritíveis que diariamente enchem seus jornais e telas de TV. É apenas o meu amor por todas as pessoas que me obriga a descer pelos vários níveis de consciência para alcançar a dimensão da depravação humana, para avisá-lo de suas conseqüências em suas vidas presentes.

NOTA BEM - IMPORTANTE Você se pergunta de onde vem o vírus HIV que ataca o precioso sistema de autodefesa do homem - o sistema imunológico, e também tem como alvo suas habilidades de procriar?

Este vírus, se deixado espalhado sem controle - (não por drogas) - pela CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL - eliminará os desavisados. Os Iluminados evitarão essas e outras armadilhas da existência.

Acorde! Realize! Seus fortes impulsos de consciência são impulsos de vida. Eles são impulsos eletromagnéticos altamente criativos!

Quando são de natureza virulenta - violenta - agressiva - assassina - emitem partículas elétricas de CONSCIÊNCIA virulenta, violenta, agressiva e homicida, que tomam a forma de vírus virulentos no ar, espalhando-se de uma pessoa inocente para outra.

O que nasce e se nutre na mente doentia acaba assumindo forma no mundo físico. Isso não é punição de "Deus" como as igrejas podem ensinar-lhe. É um FATO CIENTÍFICO DE EXISTÊNCIA. Portanto, é uma questão de extrema urgência para todas as pessoas de mentalidade espiritual deixar de lado as imaginações "infantis" para perceber claramente a VERDADE da criação e existência.

MENSAGEM para todas as IGREJAS Eu, o Cristo, vi expressamente dizer a verdade sobre as origens da "personalidade humana". Vou explicar exatamente por que e como a humanidade recebeu uma propensão natural inerente à vontade própria e a um desejo controlador de auto-satisfação e autodefesa. Isso não é pecado - mas parte dos processos criativos naturais.

Não há "punição" do alto! 142 III 6 O Mundo Espiritual Os homens, através do exercício intencional e prejudicial do seu "Poder Ego", atraem para si mesmos o seu próprio castigo.

OBSERVE BEM: Por esta razão, assim como os livros escolares científicos se tornam redundantes à medida que a mente humana descobre e absorve conhecimentos científicos mais avançados, a presente forma de "cristianismo", construída sobre doutrinas espúrias centradas em torno de minha crucificação, deve ser permitida. Morra uma morte natural.

N.B. Sua atual crise global, introduzindo uma nova quebra do Direito Internacional e estabelecendo as bases para o futuro terrorismo global, indica claramente que nenhuma religião no mundo possui o conhecimento necessário e liderança eficaz para iniciar mudanças nos padrões mentais humanos - o que levará diretamente a Paz e prosperidade.

O VERDADEIRO LÍDER ESPIRITUAL será capaz de mostrar às suas congregações como e por que as mentalidades modernas criaram as calamidades e os horrores que foram criados na 'consciência' e estão apenas começando a se fazer sentir em seu meio como diversas formas de pestilência e terremotos. , inundações, fomes, guerras, revoluções e outras tragédias. Tenha certeza!

Nenhum mal que vem à sua terra é um "desastre natural". Tudo o que é hostil ao seu perfeito bem- estar é criado primeiro em sua "consciência humana" e, depois, dado forma dentro de sua experiência global. Isso é o que eu tentei dizer aos judeus quando andei na Terra e chorei, quando eles riram e se recusaram a acreditar. Eles me chamavam de louco”.

Não deixe que as igrejas cometam o mesmo erro! Porque as igrejas ficaram moribundas, cimentadas em rituais e dogmas, seus sacerdotes e pastores foram incapazes de satisfazer as necessidades espirituais em evolução dos ardentes buscadores da Verdade.

Como resultado, as igrejas estão se esvaziando. Se quiserem resistir, as igrejas devem deixar de lado suas diferenças e ter a humildade de aceitar que a inspiração não vem necessariamente à Terra de maneiras aceitáveis para si mesmas. Eles devem lembrar que eu, o Cristo, não era aceitável para os judeus. As igrejas devem manter a mente e o coração abertos para receber o que intuitivamente sentem ser uma Verdade Superior à qual eles se apegam atualmente ... e abandonar as velhas crenças que permitiram a BESTA assumir o controle do pensamento humano.

Ore sinceramente, com todas as suas almas, mentes, corações - pela verdadeira iluminação - em vez de reiterar velhas e falsas crenças. Acorde e aceite que esses rituais e crenças do passado não cumpriram minhas palavras para a humanidade, quando prometi que "coisas maiores do que eu" você faria.

Enquanto isso, até que a verdadeira iluminação chegue até você - (depois de muita meditação e oração) - ensine, demonstre e viva:

AMOR FRATERNAL com toda a força da alma, coração e mente minuto a minuto em suas vidas diárias. Porque - para combater as forças destrutivas globais da consciência, a humanidade deve fazer todos os esforços para avançar rapidamente para o próximo estágio de seu desenvolvimento.

NECESSIDADE URGENTE PARA UMA VISÃO MAIS ALTA Deve ser amplamente aceito que existe uma VISÃO SUPERIOR para se esforçar para implementar em suas vidas diárias.

143 III 6 O Mundo Espiritual É somente alcançando uma visão superior que o mundo físico será resgatado da aniquilação por atacado.

Sem a visão, seja para o ego ou para o mundo, não pode haver evolução espiritual ou a realização daquelas coisas grandemente desejadas. No presente, sua percepção da vida é de trabalho e privação. Essas crenças são retratadas de forma chocante e reforçadas por sua visualização na TV. Mais tarde, eles trazem sobre você a miséria que você espera que nunca aconteça com você.

Portanto, para salvá-lo de sua própria loucura expressa através da mídia e da TV, a "consciência humana" deve ser elevada rapidamente para ver o que eu vi no deserto - a Realidade do Amor por trás e dentro de toda a existência.

N.B. Quando esta grande verdade é percebida e calorosamente reconhecida, a Realidade do Amor começará a manifesta-se de múltiplas maneiras em todos os seres vivos e no próprio ambiente.

A experiência de abundância e alegria reforçará a consciência de abundância e alegria. E assim uma espiral espiritual de vida cada vez mais exaltada e maravilhosa será posta em movimento.

Quando a VERDADEIRA natureza do 'Ser' é totalmente compreendida - a humanidade irá para o próximo degrau da evolução espiritual e colocará em movimento uma nova e abençoada forma de esforço humano e experiência pessoal. Para atingir esses objetivos, a humanidade deve primeiro obter informações sobre:

O que e quem você é Uma nova e importante questão já está chegando à consciência das pessoas. "Quem é você - realmente - por trás da fachada que apresenta ao mundo?" O que é necessário para ser REAL?

É essa questão de "quem você realmente é" que é respondida, em todos os níveis do seu ser, dentro dessas páginas. E se você puder aceitar como suas próprias diretrizes para a vida diária - tudo o que eu entendi durante minhas seis semanas de experiência no deserto - você eventualmente se tornará INTEIRO e REAL mesmo quando eu me tornasse INTEIRO e REAL antes de começar meu ministério de cura e ensino.

Já que há poucas pessoas no mundo que se considerariam TODAS neste momento atual, certamente você deve reconhecer que existe a necessidade mais urgente de eu invadir sua mente para levá-lo a um novo modo de pensar e sentir. Tal mudança na consciência o levará à harmonia Divina com a Realidade e melhores condições de vida e segurança.

Para ser capaz de fazer este trabalho de "reconstrução" dentro de sua "consciência", eu devo primeiro impressionar em suas mentes - e você deve aceitar - há muito que eu ensinei na Palestina que os homens ainda não estavam prontos para receber.

Significativamente, nunca foi questionado publicamente por que não há registro de minha vida inicial quando jovem. Qual foi a verdadeira razão para tal omissão tão importante?

De maneira igualmente significativa, embora eu tenha passado seis semanas no deserto depois do meu batismo e saído dessa experiência como professor e curador, nenhum escritor sequer tentou descrever o que realmente aconteceu naquele tempo, a não ser que eu estava "tentado diabo 'e' estava com as feras 'e os' anjos estavam com ele '. Não há a menor “sugestão” sobre o que aconteceu comigo no deserto, o que me permitiria voltar a cidades e aldeias que proclamavam que “o Reino de Deus está dentro!” E falar nas sinagogas com tal autoridade que os judeus os anciãos ficaram surpresos. 144 III 6 O Mundo Espiritual

A verdade a respeito do meu estado humano foi, pelo consentimento comum de meus discípulos, suprimida para dar maior credibilidade à minha suposta "Divindade" e ministério.

De acordo com os evangelhos, foi dito de mim que eu era o "único filho de Deus". Por que, então, eu freqüentemente me refiro a mim mesmo como o "Filho do Homem"?

Fiz especificamente essas declarações para contrapor as crenças predominantes em minha "divindade" e para impressionar as pessoas de que eu tinha as mesmas origens físicas que elas mesmas. Eu pretendia que eles entendessem que o que eu poderia fazer, eles também poderiam fazer se eles tivessem meu conhecimento e seguissem minhas instruções para o pensamento correto e a ação correta.

Tantos mitos surgiram em torno de minha pessoa terrena e minha CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL que é hora de se livrar deles o mais completamente possível, uma vez que eles estão impedindo as pessoas de evoluir espiritualmente.

Vocês, que foram doutrinados com ensinamentos religiosos, devem tentar entender que, ao descrever minha vida, meus discípulos evangélicos relataram apenas o que eles pessoalmente lembravam, o que dava total apoio às suas atividades "sobrenaturais". Eles também incluíram muitos que haviam sido falados de mim por outros, durante os trinta anos ímpares após a minha morte.

Após tal lapso de tempo e inevitável bordado da verdade - como eles poderiam possivelmente escrever uma autoritária "biografia" de mim e do que realmente aconteceu - ou explicar adequadamente minhas verdadeiras percepções espirituais que deram origem às minhas palavras e “milagres"?

Apenas uma pessoa pode escrever deste ponto de vista - e isso é eu mesmo. Portanto, estas Cartas trarão a minha Verdade de uma forma que nenhum espectador poderia dizer, por mais que pensassem que entendiam o meu pensamento.

(Por essa razão, mais de quarenta anos, minha mente "registradora" foi sistematicamente limpa de todos os ensinamentos ortodoxos e o sistema de comunicação entre nós foi aperfeiçoado.)

Se a minha verdade expressa nessas cartas difere de muita coisa escrita em seu Novo Testamento, é para ser admirada ou rejeitada por esse motivo?

Portanto, estou descendo na consciência brevemente, tão perto quanto necessário, do seu plano de consciência para descrever minha vida e meus ensinamentos há 2000 anos atrás.

MEU LUGAR NA HISTÓRIA Primeiro, devo salientar que minha vida e minha pessoa foram brevemente mencionadas na "História dos judeus", escritas por Josefo para o governador romano, e apresentadas ao imperador romano.

Josefo observou brevemente que Jesus, que tentou derrubar a lei e a ordem e o governo dos romanos, foi punido e crucificado.

Tem sido argumentado que isso foi algum outro Jesus registrado por Josefo. Mas isso não é verdade. Eu, que mais tarde me tornei o Cristo que realizou os chamados milagres de cura e

145 III 6 O Mundo Espiritual materialização, foi o insurgencionista. Mas eu não era um "agitador de massas". Eu não deliberadamente agitei as pessoas para desafiar os romanos e atrapalhar a lei e a ordem.

Eu era um rebelde contra as tradições judaicas existentes e porque, quando saí de minhas seis semanas no deserto, vi uma maneira melhor de - pensar - e - viver - e tentei passar meu conhecimento para meus colegas judeus com pouco sucesso.

É importante que você entenda que a pressão da opinião pública pesou com meus seguidores. Enquanto eles realmente acreditavam que eu tinha trazido uma mensagem de "salvação da alma" para os judeus e era o Messias, o "Filho de Deus", eles também eram do mundo, tentando se relacionar com o mundo da melhor maneira possível.

Portanto, embora eles soubessem meus sentimentos reativos em relação às crenças judaicas, eles não estavam felizes em dispensar completamente o Antigo Testamento, uma vez que havia apoiado e mantido os judeus juntos ao longo de sua história. No interesse de preservar o que eles pensavam ser valioso na antiga dispensa, eles suprimiram qualquer descrição da "pessoa" que eu era.

Meus discípulos e Paulo construíram seu próprio edifício de "crenças sagradas" sobre o que eles queriam preservar da minha vida e ensinamentos. Eles apenas ensinavam e consolidavam o que eles consideravam valioso para as pessoas - judeus e gentios - da mesma forma - naquele momento e no futuro. Consequentemente, eles destilaram o que puderam usar e "largaram" a maior parte do que eu chamei de "segredos do Reino de Deus", pois nunca os entenderam. Nem os considerou desejáveis na criação de uma nova percepção do "Divino" - o "Pai".

Para preservar a crença judaica na 'salvação da punição pelos pecados' por meio do sacrifício no Templo - a 'pessoa de Jesus' foi adotada como o sacrifício 'supremo' que pagou pelos pecados dos homens pela minha crucificação. Essa crença serviu a muitos propósitos na época.

Deu a minha morte na cruz - uma razão válida e heróica. Provou para as pessoas que eu era o "Filho de Deus" que havia realizado uma missão específica até o fim da minha vida. Essa crença também provou ser de grande conforto para os judeus quando seu templo foi destruído pelos romanos - e levou a muitos convertidos acontecendo.

Muitas seitas de judeus - e gentios também - não acreditavam na vida após a morte. Consequentemente, foi muito reconfortante ouvir que "Jesus Cristo" havia vencido a morte e mantido seu corpo. Para muito pensamento humano naquela época, a vida não era possível sem um corpo. Portanto, vida após a morte só poderia significar a ressurreição do corpo.

Também manteve meu nome constantemente vivo nas mentes das pessoas. Eu era a "figura histórica" que havia valentemente morrido para garantir que os homens fossem libertados de todo o medo do inferno e da condenação. Contanto que eles acreditassem em "eu", eles poderiam andar como "homens libertados”.

É apenas porque meu "nome" foi mantido vivo até hoje, e agora posso chegar até você e lhe dar a VERDADE que eu tanto queria compartilhar com as pessoas de 2000 anos atrás.

MINHA PRIMEIRA VIDA E EXPERIÊNCIAS NO DESERTO Eu nasci na Palestina. Minha mãe estava convencida de que eu seria um Messias. Ao contrário da crença popular, eu não era uma criança santa.

146 III 6 O Mundo Espiritual Quando levado ao templo, com doze anos de idade, para ser entrevistado pelos chefes dos sacerdotes para determinar se eu estaria apto a entrar no Treinamento Religioso Judaico, fui rejeitado por ser muito opinativo.

Amargamente decepcionada, minha mãe me levou de volta para casa e fez o melhor que pôde para criar-me na santidade que marcava seu próprio comportamento em todos os momentos. Essa era uma tarefa impossível porque eu era, acima de tudo, um comportamento individualista e indisciplinado. Eu me ressenti com a orientação de minha mãe e sua tentativa de disciplina. Quando jovem, me tornei incontrolável - um verdadeiro rebelde!

Rejeitei a firme adesão de minha mãe à fé e às tradições judaicas, preferindo o riso a atitudes hipócritas. Recusei-me a aprender um ofício que me ligaria à rotina. Eu escolhi me misturar com todas as classes mais pobres, bebi com eles, conheci prostitutas e gostei de conversar, discutir, rir e ficar ocioso. Quando precisei de dinheiro, fui para os vinhedos por um dia ou dois ou peguei outros empregos, pagando-me o suficiente para comer e beber e me dar o tempo de folga que eu desejava.

Por todas as minhas muitas deficiências como ser humano, minhas atitudes descuidadas, fáceis, indolentes, minha vontade própria e determinação egocêntrica de pensar meus próprios pensamentos, independentemente do que os outros possam tentar me dizer, eu me importava com as pessoas muito profundamente. Eu estava profundamente emocional. Em suas atuais formas de discurso, você me chamaria de "super-reativo", "super-emocional". Eu tinha um coração caloroso, compassivo e empático. Fiquei profundamente comovido na presença de doença, aflição e pobreza. Eu fui um firme defensor do que vocês chamam de “sub-cão" - under-dog. Você pode dizer que eu sou uma "pessoa do povo". Eu vivi com eles de perto, em um espírito de camaradagem; Eu escutei seus problemas, entendi e me importei.

É importante entender minhas verdadeiras origens e minhas primeiras características juvenis, porque esses foram os aguilhões que me impulsionaram e me levaram a uma eventual cristandade. O que eu mais fortemente detestava e resistia era a miséria - a doença e a pobreza - que eu via ao meu redor.

Isso me enfureceu - e eu me tornei apaixonadamente, bravamente vociferante ao ver pessoas vestidas de farrapos, magras e famintas, doentes, aleijadas, mas impiedosamente intimidadas por líderes judeus que as sobrecarregavam com leis e observâncias tradicionais sem sentido, ameaçando-as com a punição de Jeová se o fizessem, não obedecer.

Eu declarava a todos que me ouviam que essas pessoas pobres tinham o suficiente para suportar sem serem esmagadas por medidas sem sentido restritivas do prazer. Qual era o sentido da vida se não nascêssemos para sermos felizes?

Recusei-me a acreditar em um Deus "justo" de acordo com as tradições judaicas. As advertências proféticas bíblicas do "julgamento e raiva" de Jeová contra as pessoas me enojaram.

As pessoas eram humanas, afinal de contas, fazendo o que quer que suas naturezas humanas levassem a fazer. Eles nasceram pecadores - então por que deveriam ser julgados e condenados a vidas de sofrimento e pobreza porque haviam quebrado os Dez Mandamentos? Onde estava o sentido em tais declarações?

Para mim, essa crença judaica representava um "Deus" ilógico e cruel, e eu não queria nada com "Ele". Pareceu-me que, se tal "divindade" existisse, seguia-se que a humanidade estava condenada à miséria eterna. 147 III 6 O Mundo Espiritual

A simplicidade e a liberdade que encontrei nas encostas das colinas, nas planícies, nos lagos e nas montanhas, refrescaram meu espírito interior e acalmaram meu murmúrio irado contra o Deus judeu. Consequentemente, recusei-me a acreditar em uma palavra que os anciãos judeus tentaram me ensinar.

No entanto, durante meus vinte e poucos anos, uma nova linha de questionamento tomou posse dos meus pensamentos. Enquanto caminhava cada vez mais freqüentemente sozinho nas colinas, minha rebeldia foi gradualmente substituída por um anseio que tudo consome de conhecer e entender a verdadeira natureza daquilo que certamente deve inspirar e respirar por meio da criação.

Revisei meu estilo de vida e vi o sofrimento que minhas ações causaram a minha mãe e a muitas outras pessoas. Embora eu sentisse uma compaixão tão profunda pelos fracos e sofredores, minha natureza rebelde provocou um comportamento muito irrefletido e egoísta em relação à minha família.

Meu amor subjacente por eles agora brotou em mim e eu me encontrei me tornando igualmente rebelde contra o meu comportamento passado. Eu ouvi falar sobre João Batista e o trabalho que ele estava fazendo entre os judeus que vieram para ouvir suas palavras até mesmo de Jerusalém. Eu decidi visitá-lo para ser batizado.

No caminho para o rio Jordão, senti-me entusiasmado com a perspectiva de ser batizado e começar uma nova vida. Eu sabia que, apesar do meu emocionalismo incontrolável, eu também nascera com uma inteligência apurada e um presente para um debate perspicaz e impressionante que eu usara intencionalmente e negativamente, levando as pessoas a discussões indisciplinadas.

Eu jogara meus talentos fora, buscando uma vida de vontade própria, ócio e prazer. Como resultado, perdi todo o respeito dos outros; nem eu possuía auto-respeito. Pela primeira vez, achei isso intolerável. Ocorreu-me que, no futuro, eu poderia e deveria colocar meus dons naturais em melhor uso. Em vez de apenas fazer barulho, talvez eu pudesse encontrar uma maneira de aliviar os fardos daqueles a quem eu me sentia tão profundamente apiedado. Até aquele momento, eu era de pouca utilidade prática para qualquer um.

MEU BATISMO Quando entrei na água do rio Jordão para ser batizado por João, esperava não sentir nada além do alívio que, pela primeira vez, dei um passo positivo na reforma do meu comportamento. Eu esperava sentir uma nova determinação de ir para casa e surpreender minha mãe e meus vizinhos com minhas novas atitudes bondosas em relação a eles.

O que realmente aconteceu quando João me batizou foi uma experiência completamente diferente de tudo que eu já imaginara possível. Eu senti uma grande onda de energia tremenda passar pelo meu corpo. Eu fiquei literalmente chocado com isso. Quando cambaleei para fora do rio, senti-me elevado na consciência de uma maneira extraordinária. Um grande influxo de felicidade brilhante elevou-me a um estado de êxtase. Eu estava arrebatado e ciente de uma grande Luz.

Tropeçando, me afastei do rio e andei e andei, sem saber para onde estava indo. Eu continuei, sem ver, no deserto.

Observe! MINHAS SEIS SEMANAS NO DESERTO foram uma época de total limpeza interna da minha consciência humana. Antigas atitudes, crenças e preconceitos foram dissolvidos.

148 III 6 O Mundo Espiritual Chegou a hora de compartilhar com as pessoas receptivas tudo o que senti, "vi", compreendi e compreendi. (Para ajudar as pessoas a abandonarem as antigas imagens imaginativas de uma 'divindade' bíblica, evitarei referir-se a 'Deus' por essa palavra e usaremos uma terminologia destinada a estender as vossas mentes para abraçar o que 'realmente é' além de toda a forma terrena. cor, som, emoção e compreensão.

Essa terminologia se tornará cada vez mais significativa à medida que você perseverar na meditação e na oração.)

O que eu senti quando no deserto Eu fui elevado à luz radiante interior e me senti vibrante e maravilhosamente vivo com poder. Eu estava cheio de êxtase e alegria e sabia, sem sombra de dúvida, que ESSE PODER era o verdadeiro Criador, do qual todas as coisas criadas tinham sido dadas.

Esta gloriosa harmonia interior, paz e senso de perfeita realização, que não necessitam de mais nada para ser acrescentada àquele belo momento, era a própria natureza da Realidade - o Poder Criativo - dando vida à criação e à existência.

O que eu "vi", percebi, entendo quando no deserto. Fui elevado a outra dimensão da percepção consciente, que me permitiu ver a VERDADE sobre a vida e a existência. Eu vi, lúcida e claramente, o que era real e o que era falso no pensamento do homem.

Percebi que esse "poder criativo" que eu estava experimentando era infinito, eterno, universal, preenchendo todo o espaço além do céu, dos oceanos, da terra e de todas as coisas vivas. Eu vi que era o poder da mente. Era o poder criativo da mente.

Não havia nenhum ponto em que este "PODER DIVINO DA MENTE CRIATIVA" não fosse real. Eu percebi que a mente humana foi tirada da MENTE CREATIVA DIVINA, mas era apenas uma vela acesa pelo sol.

Às vezes, minha visão humana era tão espiritualmente aumentada que eu podia ver através de pedras, terra, areia. Estes agora pareciam ser apenas um "brilho de minúsculos" motes ".

Eu percebi que nada era realmente sólido! Quando tive momentos de dúvida de que isso poderia ser assim, as mudanças nos fenômenos pararam de acontecer e, muito mais tarde, descobri que: meus pensamentos, se fortemente imbuídos de CONVICÇÃO poderiam efetuar mudanças no "brilho de motes” (o que a ciência atualmente chama de partículas eletricamente carregadas) e, portanto, produzir mudanças na aparência da rocha ou o que quer que eu estivesse estudando.

Foi nesse momento que percebi o efeito poderoso que a CONVICÇÃO ou a FÉ inabalável exercia sobre o meio ambiente ao declarar um comando ou mesmo uma crença.

O que foi ainda mais surpreendente foi a minha percepção de "consciência cósmica" de abertura da mente de que tudo o que eu estava testemunhando era na verdade o "Poder Criativo" da própria Mente Divina tornada visível no "reflexo de pequenas partículas”.

Não apenas isso, sua aparência poderia ser profundamente afetada pela atividade do pensamento humano. Percebi que não havia nada sólido no universo, tudo visível estava manifestando um "estado de consciência" diferente, que determinava a composição e a forma do "brilho das partículas”. 149 III 6 O Mundo Espiritual

Portanto, toda forma exterior era uma expressão da consciência interior. VIDA e CONSCIÊNCIA, eu percebi, eram uma e a mesma coisa.

Era impossível dizer "Isto é VIDA" e "Isso é CONSCIÊNCIA". Consciência era Vida, e Vida era Consciência e era o "Poder Criativo" de ambos; MENTE UNIVERSAL DIVINA além, dentro e atrás do universo.

Percebi que as pessoas davam maior importância à individualidade e à forma. Eles não podiam imaginar a mente ou a inteligência operando de qualquer maneira efetiva a não ser através da forma individual.

Por causa disso, os judeus criaram uma imagem mental de um vasto ser supremo, tendo todos os atributos, positivos e negativos, de um ser humano. Assim, era possível para os profetas acreditarem - e falarem - da ira de Jeová, ameaças de punição, visitação de doenças e pragas em resposta ao desvario humano. Mas essas imagens mentais, percebi, eram mitos. Eles não existiam.

Percebi que, em qualquer dimensão da existência, era a MENTE - a inteligência exibida - que era o fator importantíssimo relativo à criação e ao próprio homem. Portanto, o Gênesis deveria ser reescrito: Antes da criação - era a MENTE UNIVERSAL - Poder Criativo por trás e dentro da própria criação.

Tendo "visto" com tanta clareza, além de toda disputa, que o Poder Criativo da MENTE UNIVERSAL estava em toda parte, dentro da infinitude dos céus e ativo também nas formas terrenas, fui direcionado internamente a olhar ao meu redor e via apenas cascalho e rocha.

Então, de repente, fui presenteado com uma imagem de uma bela terra na qual cresciam todas as plantas, arbustos e árvores concebíveis, até os pássaros voavam nas árvores e os animais pastavam a grama. Observando essa visão com espanto, eu "vi" que plantas e árvores, cada uma delas - e sim, até mesmo pássaros e animais, na realidade, eram compostos de centenas de comunidades de entidades infinitamente pequenas (seus cientistas modernos as chamam de "células"). trabalhando continuamente, em um espírito de cooperação inteiramente harmonioso, para produzir a substância e vários órgãos do sistema interno e a aparência externa da entidade viva completa.

Eu contemplei essa maravilhosa atividade por um longo tempo, embora o tempo não fosse mais importante para mim. Enquanto eu olhava e olhava, pensei: 'Quem teria imaginado que dentro da cobertura externa de pêlo, pena, pele, havia uma atividade tão intensa dentro de minúsculas comunidades de entidades, trabalhando juntas para dar vida, forma, nutrição, cura, proteção. , resistência aos corpos de tantas espécies diferentes.

Foi o TRABALHO inteligentemente realizado que atraiu minha atenção. Portanto, trabalho, eu percebi que era uma parte integrante da Atividade Criativa de Poder, desde a menor "entidade" (célula) dentro dos sistemas vivos até a entidade mais avançada do universo - o próprio homem.

Nos sistemas de todas as coisas vivas, todo o trabalho estava sob a direção, em última análise, do Poder Criativo Divino, em quem estavam os planos e projetos da criação. Vi que esses planos e designs eram, na realidade, "formas de consciência" e poderiam ser denominadas PALAVRAS, uma vez que cada PALAVRA significa uma forma muito especial de “consciência".

150 III 6 O Mundo Espiritual Assim, a PALAVRA original em "Consciência do Poder Criativo" se manifesta no mundo visível. A PALAVRA e, portanto, o "Padrão de Consciência" permanece dentro da MENTE CRIATIVA DIVINA, produzindo continuamente a sua própria.

Eu poderia "ver" então, que tudo no universo, "viver, mover e ter seu ser" no Poder Criativo da MENTE UNIVERSAL, que era infinito e eterno, era a única Realidade verdadeira por trás de todas as manifestações da forma individualizada.

Eu estava cheio de elogios de que tudo no mundo estava fora, e ainda dentro deste superlativo Poder Criativo da Mente Divina. Fiquei maravilhado com toda essa atividade secreta ocorrendo para sempre em todas as coisas vivas, incluindo corpos humanos, e me perguntei como era que essas unidades infinitamente pequenas trabalhavam inteligentemente de acordo com planos específicos para produzir, infalivelmente, a forma proposta - tronco de árvore, folha, flor. , frutas, insetos, pássaros, animais e corpos humanos.

Eu então percebi, ainda mais claramente, que o "Poder Criativo" era a Fonte de toda "atividade inteligente" no universo. Se a humanidade possuísse inteligência, era apenas porque ele a tirara da "Fonte Universal de Todo Ser".

Além disso, foi-me mostrado que o Poder Criativo Divino sempre funcionou de acordo com certos princípios fundamentais e exatos de construção.

Foi-me mostrado que: Assim como os homens têm características claras e uma "natureza" bem definida em sua auto- apresentação para o mundo em geral, o PODER CRIATIVO possui uma "natureza" claramente definida - características distintas - que poderiam ser claramente reconhecidas da maneira que todos os seres vivos, plantas, animais, pássaros, homens, foram construídos e mantidos.

Eu "vi" que esses "princípios" e "características", claramente observáveis no processo de criação, estavam estabelecidos, leis invariáveis governando toda a existência.

Essas LEIS fazem parte da vida e nunca são questionadas. Eles são indescritíveis e consistentes - mas não haveria tais leis se não houvesse Poder Inteligente Criativo se manifestando através do universo. Esses "princípios" da criação, as características do poder criativo em si, são os seguintes: (Estou traduzindo-os em seu tempo presente porque esses "princípios" são eternos.)

1. A "Natureza" do "Poder Criativo" é o CRESCIMENTO. Tudo que vive sempre cresce. O CRESCIMENTO é uma característica universal, um princípio invariável da existência.

2. A "Natureza" do "Poder Criativo" é NUTRIR e NUTRIÇÃO. Nutrir e Nutrição são processos normais e maravilhosamente organizados dentro dos corpos, o que é evidente para todos os que se dão ao trabalho de considerá-los.

A nutrição é fornecida para todos os seres vivos de acordo com as preferências individuais e a comida é digerida para promover saúde e bem-estar. Quando criaturas pequenas nascem, o leite já é fornecido dentro da mãe, pronto e esperando o recém-nascido. Este também é um princípio mistificador de existência que ninguém pode negar.

151 III 6 O Mundo Espiritual Nenhuma ciência pode explicar por que uma função tão fortuita dentro do sistema, garantindo a sobrevivência da espécie, deveria ter surgido originalmente. A própria função propriamente dita pode ser entendida, mas não o "porquê" e a mola principal da função.

3. A "natureza" do "poder criativo" é a cura. A cura é uma característica natural da existência e pode ser considerada um "Processo de Aperfeiçoamento" natural, que ocorre para assegurar o conforto individual, mas ninguém pode explicar o que desencadeia a atividade de cura.

4. A "Natureza" do "Poder Criativo" é a PROTEÇÃO. A proteção é uma característica integrante do Poder Criativo e toda a sua atividade parecida "miraculosa" no mundo é voltada para a proteção. (Hoje, seus livros de texto médico descrevem os vários sistemas de proteção em seu corpo, mas quando eu estava no deserto, "vi" a característica de Proteção inerente ao Poder Criativo Inteligente da seguinte maneira.)

À medida que plantas, pássaros e animais me foram apresentados para observação inspirada, pude ver como cada "necessidade de proteção" nos corpos foi suprida com amor, com a maior atenção aos detalhes.

5. Esta característica de "Proteção" é combinada com a outra característica dinâmica do CUMPRIMENTO DA NECESSIDADE. Isso ficou claro no fornecimento de pêlos, peles e penas para proteger a pele dos seres vivos e para fornecer calor no frio e abrigo no calor. Vi que as terminações delicadas dos dedos importantes e sensíveis e dos dedos dos pés recebiam proteção adequada do casco e da unha. As sobrancelhas protegiam os olhos do suor, das pálpebras e dos cílios, protegendo os olhos contra poeira e danos. Percebi que aqueles animais que atraíam moscas estavam equipados com o tipo de rabo que se livraria rapidamente delas.

Que tipo alegre e feliz de amor e carinho foram expressos nesses pequenos atributos físicos que pareciam tão pequenos e inconsequentes e que, no entanto, tiveram um impacto tão profundo no conforto de todas as coisas vivas. Esses luxos físicos, somados ao design físico básico, eram claramente o produto de uma Inteligência que pretendia que a criação fosse confortável e feliz - livre do estresse que teria sido experimentado pelo homem e pela fera se esses "itens de luxo" não tivessem sido dados. eles!

Até mesmo as funções naturais eram tão inteligentes e confortavelmente projetadas para suscitar ações de graça. Tudo escondido tão bem fora da vista.

Quão abençoada, quão afortunada era a humanidade ter nascido em uma vida tão maravilhosamente provida!

Novamente meus louvores aumentaram e eu fui erguido em uma luz dourada interior de assombrosa maravilha - pois agora "vi" que, além da liberdade do estresse, as criaturas vivas também deveriam expressar a NATUREZA amorosa e exuberante do Poder Criativo.

Por essa razão, eles estavam equipados com membros: braços, mãos, pernas e pés, dedos das mãos e pés, para permitir que eles se movimentassem, corressem, saltassem e dançassem, para poderem expressar seus pensamentos e sentimentos mais íntimos. Eu até senti que se a humanidade desejasse voar e criar asas e acreditar com todo o coração, poderia fazê-lo; eventualmente eles começariam a cultivar algo adicional para permitir que eles voassem.

152 III 6 O Mundo Espiritual Foi nesse ponto de compreensão da NATUREZA do "Poder Criativo" que cheguei à plena consciência do AMOR dirigindo as OBRAS do Poder Criativo Inteligente Universal.

Ao ponderar sobre este AMOR, percebi que a "mãe" na criação, nutre, protege, satisfaz as necessidades e tenta promover a cura da descendência; esta é a atividade do AMOR.

6. A característica inata do PODER CRIATIVO INTELIGENTE AMOROSO que deu criação sua forma individual e "ser" é o TRABALHO. Funciona para nós, em nós e através de nós. Seu "trabalho" é sempre, sempre, sempre, motivado pelo AMOR.

Essa revelação cósmica me encheu de alegria e espanto. Que mundo maravilhoso em que vivemos! Foi o ponto culminante em minha iluminação e minha visão geral da VERDADE a respeito da FONTE de TODO SER.

Eu já tinha 'visto' a realidade dos corpos físicos compostos de várias comunidades de 'entidades infinitamente pequenas' idênticas trabalhando num espírito de cooperação e harmonia para produzir os vários componentes do corpo - carne, ossos, sangue para os olhos e cabelo.

A única diferença entre essas comunidades está no tipo de trabalho exigido por seus objetivos comuns. Certamente, o IMPULSO DIVINO, por trás de toda essa atividade inteligente e intencional no corpo, foi tanto a inspiração quanto a base da própria conduta do homem quando as pessoas trabalhavam em uníssono para produzir um objetivo planejado? Eles extraíram inteligência e propósito do Poder Criativo, mas quão diferente era o comportamento do homem quando envolvido em construções terrestres ou qualquer outro projeto comunitário, pois era inevitavelmente caracterizado por discussões e dissensões.

Fui levado a uma compreensão do PODER INFINITO da "Criatividade Inteligente" sempre ativa na criação, mantendo a ordem, a cooperação, a harmonia, a produtividade diária, inigualável pelo homem em qualquer lugar, a qualquer hora.

7. A SOBREVIVÊNCIA foi uma característica natural do "Poder Criativo". Em todos os casos, a provisão mais maravilhosa havia sido feita para que todos os seres vivos crescessem, fossem curados de doenças e ferimentos, nutridos a fim de manter o corpo saudável e produzir seu próprio tipo a fim de assegurar a sobrevivência nesta terra.

Esta era a única realidade que a humanidade poderia ter absoluta certeza e sua atividade era consistente, ano após ano. O sol, a lua, as estrelas, todos permaneceram em seus lugares por milênios e foi reconhecido que todos eles possuíam seus próprios caminhos de movimento - esse fenômeno fazia parte do grande esquema de sobrevivência na criação.

Se assim fosse, como não poderia haver sobrevivência da chama eterna de: Poder Criativo Inteligente e Amoroso escondido dentro das entidades criadas de todo tipo no universo? Portanto, este mundo era apenas uma sombra e imagem dos mundos ocultos do Poder Criativo Inteligente e Amoroso além dessa dimensão. A Realidade da totalidade da criação está além deste mundo visível.

8. A característica inerente do Poder Criativo Inteligente Amoroso era o RITMO. Eu vi que havia um RITMO em operação no mundo. Tudo estava sujeito a estações que davam um florescimento e florescimento da vida, uma estação de crescimento chegando ao amadurecimento e colheita, e a produção de sementes que asseguravam a sobrevivência da vida vegetal.

153 III 6 O Mundo Espiritual Depois houve a gradual desaparecimento e descanso do inverno. Mas para nada criado e vivo foi permitida a extinção. O sol e a lua expressaram essas características dentro do universo. Esse ritmo pode até ser visto nas fêmeas das coisas vivas.

Portanto, tudo na criação teve seu tempo devido para aparência e colheita. Seguiu o homem, ele próprio estava sujeito a marés de crescimento e sucesso e marés de dormência.

9. A característica inerente do Poder Criativo Inteligente Amoroso era a LEI E A ORDEM. A ordem indubitável e a confiabilidade aparente na criação, mesmo governando as minúsculas entidades ("células") dentro do corpo, foram surpreendentes e transcenderam qualquer esforço humano. Portanto, todo o universo estava operando sob um sistema de Lei & ORDEM perfeito.

Percebi em níveis cada vez mais elevados de exaltação espiritual que o "poder criativo" exibia propósitos inteligentes e preocupação amorosa por todas as coisas vivas.

Percebi que a vida não era algo nebuloso ou amorfo, mas um poder criador amoroso e inteligente que eu realmente podia sentir dentro de mim como um estado tremendamente elevado de ser, percepção, radiância, êxtase, alegria, amor. Eu me conhecia para ser um com ele - cheio disso - e eu era um com tudo ao meu redor e um com o céu e as estrelas.

E - o mais maravilhoso e glorioso de todos - a própria 'Natureza' e 'Função' deste 'Pai - Poder Criativo' foi trabalhar para criar alegria, beleza e conforto para assegurar o bem estar da humanidade, para trabalhar dentro da humanidade. proporcionar alegria interior, saúde e conforto, e trabalhar através da humanidade, inspirando-o com nova realização e compreensão.

Vistas maravilhosas da criatividade gloriosa vieram à mente. Uma vez que nos tornamos verdadeiramente "em um", canais purificados e instrumentos do "Poder Criativo Inteligente", poderíamos gradualmente ascender em consciência até que verdadeiramente expressássemos através de nossas mentes e corações a própria "NATUREZA" do "Poder Criativo Universal". Então "a vida na terra" se tornaria um "estado dos céus" em todos os momentos e entraríamos em um estado de vida eterna!

Este deve certamente ser o verdadeiro objetivo por trás da criação, pensei. E veio a mim com uma onda de euforia e alegria amorosa, que este era o propósito para o qual o homem havia sido desenvolvido e evoluído!

Mas, mesmo neste tempo presente, embora a humanidade fosse tão imperfeita em seu comportamento, absolutamente nada era impossível para ele no futuro, já que, apesar de seu erro, ele era um com o “Poder Criativo” e o “Poder Criativo”, dentro dele, dando-lhe vida, membros e tudo o mais que ele precisava.

Toda essa percepção me elevou às alturas do arrebatamento, euforia e sublime êxtase, de modo que mal pude suportar. Eu senti meu corpo se dissolver com a expansão do poder dentro de mim. Eu fui irradiado com LUZ e pude ver tudo ao meu redor iluminando a cena do deserto.

Meu coração cantou em louvores. Quão maravilhoso e belo foi o Amoroso Poder Criativo que trabalhou incessantemente por nós e por nós! O que um milagre foi criação!

Eu gritei alto:

154 III 6 O Mundo Espiritual 'VOCÊ é a FONTE de todo Ser, tanto criador quanto manifesto dentro e através do criado: não há nada no universo inteiro que esteja separado ou separado do infinito, eterno e infinito da VIDA DIVINA, Consciência do Poder Criativo - que você é - como então é possível que a humanidade seja tão pecaminosa - e por que as pessoas sofrem de doença, miséria e pobreza?

Diga-me, o amor amoroso 'Pai' Poder Criativo, porque eu tenho sido fortemente sobrecarregado com a dor de suas vidas miseráveis.

Então me foi mostrada a realidade da "condição terrena" de todas as coisas vivas.

Eu me senti imensamente empolgado porque, finalmente, eu seria capaz de entender como esse Divino "Poder Criativo" amoroso poderia permitir que Sua criação suportasse tal miséria.

Foi-me mostrado que todos os seres vivos na criação devem ser radiantemente saudáveis, cuidados, nutridos, protegidos, curados, mantidos em paz e abundância, prosperando dentro de uma sociedade ordenada de "seres" que se estendem apenas amor uns aos outros.

(No entanto, no momento da criação, dois IMPULSOS BÁSICOS surgiram, garantindo a individualidade, e foram estes que controlaram a consciência da humanidade.

Esses IMPULSOS foram explicados para mim em detalhes, mas esse conhecimento é reservado para uma carta futura quando você for mais capaz de entendê-lo). Foi-me mostrada a seguinte visão vívida. Primeiro de tudo, eu vi um bebê recém-nascido como "luz", uma forma de vida de "poder criativo". Quando o bebê se transformou em infância, depois na masculinidade, vi a LUZ pura do "Poder Criativo" gradualmente diminuída e depois obscurecida por completo nele, por um denso envoltório de correntes e correias.

Eu questionei o significado da visão e veio à minha mente uma compreensão clara que pode ser expressa nas seguintes palavras: "Desde o nascimento até a morte - as pessoas acreditam e insistem que seus cinco sentidos da visão, audição, tato, olfato e paladar predigam corretamente a 'realidade' de si mesmos e do universo ao seu redor.

Portanto, porque eles extraem seu poder mental diretamente do Divino "Poder Criativo", isso é feito para eles de acordo com suas crenças.

Cada tanga representa os pensamentos habituais de uma pessoa, respostas a pessoas e eventos, preconceitos, ódios, animosidades, ansiedades, tristezas, tudo o que o prende e exclui a Luz de sua visão interior extraída do "Poder Criativo".

Assim, ele entra na escuridão, mas não a conhece. Ele acredita que está crescendo e amadurecendo nos caminhos do mundo que lhe permitirão progredir e tornar "bom" - tornar-se bem-sucedido - o objetivo da maioria das pessoas na Terra.

De fato, quanto mais maduro ele se torna e é versado nos modos mundanos, mais densamente suas correntes e correias o aprisionam nas garras dos gêmeos IMPULSOS de "Rejeição por Ligação".

Além disso, cada cadeia é forjada a partir de desejos egoístas e enganosos, ganância, agressão, violência e estupro. Essas correntes estão pesadas em torno dele e sobrecarregam a psique, que é o "poder da consciência criativa" dentro dele.

155 III 6 O Mundo Espiritual Cadeia e tanga vão prendê-lo com mais força a cada ano que passa até que ele perceba o que está fazendo consigo mesmo e se arrependa sinceramente de cada tanga e corrente e faça a devida restituição aos outros a quem ele prejudicou.

Com essa visão, aprendi um aspecto muito valioso da existência. O próprio homem nasce com todo o potencial para fazer uma bela vida para si mesmo, mas ele mesmo, satisfazendo seus desejos e ódios egoístas, cria uma prisão de miséria para si mesmo, da qual não havia escapatória até que ele percebesse a VERDADE DE EXISTÊNCIA.

Todos os problemas da dura existência estão dentro dos processos de pensamento do próprio homem!

Apenas as "formas de consciência" das pessoas, seus pensamentos, palavras, sentimentos, ações criaram uma barreira densa entre sua consciência e a Consciência Criativa Universal interpenetrando o universo em cada folha, árvore, inseto, pássaro, animal e ser humano.

Também me mostraram as LEIS DA EXISTÊNCIA controlando a capacidade humana de criar novas circunstâncias e ambiente, relacionamentos, conquistas ou fracasso, prosperidade ou pobreza.

Seja o que for que o homem acredite profundamente que seja, bom ou ruim, ele se tornará. Seja qual for o homem teme que os outros façam a ele, assim eles farão. Qualquer que seja o homem que ESPERA o que os outros farão a ele, ele deve primeiro fazer a eles, já que ele está criando um "padrão de consciência" que retornará para abençoá-lo na medida em que ele abençoar os outros.

Seja qual for a doença que o homem tenha PAVOR, ele se tornará vítima dela, pois ele terá criado um "padrão de consciência" da coisa que ele menos deseja experimentar.

O que quer que seja enviado da mente e do coração do homem - retorna a ele no devido tempo, de alguma forma ou de outra, mas lembre-se de que, como sempre, gera como.

Pensamentos fortemente emocionais são "sementes da consciência" plantadas dentro da própria órbita de consciência do homem. Estes crescerão, tendo uma colheita semelhante para a sua colheita.

Estes são os frutos do livre arbítrio.

Não há como o homem escapar do que pensa, diz ou faz - pois ele é nascido do poder da Consciência Criativa Divina e é igualmente criativo em sua imaginação.

Aqueles que anseiam para si mesmos devem primeiro dar aos outros. Deixe sua própria existência ser uma bênção para os outros.

Quando essas pessoas estão em harmonia com todas as outras, elas estão perfeitamente sintonizadas com o poder da consciência criativa universal, e eles são trazidos para o fluxo do Pai "natureza" que é crescimento, proteção, nutrição, cura (física, mental, espiritual), satisfação da necessidade, dentro de um sistema de lei e ordem.

Como posso descrever para você, meu brilho interior, meu brilho transcendente e brilho de alegria e poderosos sentimentos de amor que possuíram e inflaram todo o meu ser com sua intensidade até que eu gritei com a pressão dentro de minha mente e coração.

156 III 6 O Mundo Espiritual Era tão poderoso que parecia que iria dissolver completamente a minha forma corporal. Ao receber toda essa compreensão suprema e sublime da Realidade, nossa Fonte de Ser e a verdadeira natureza da própria criação - e da humanidade, fui elevado em espírito e meu corpo se tornou leve como o ar.

Naquela época, quando eu estava assim elevado dentro do próprio Poder Criativo Divino, eu era de fato quase uma 'Pessoa Divina', experimentando um alto grau da 'Natureza' do 'Pai-Poder Criativo' dentro de mim e sentindo o Seu próprio dirigir e cuidar e a preocupação para toda a humanidade. Portanto, eu poderia mais tarde dizer com verdade: “Só eu sei e vi o ‘Pai'.

Naquele momento, eu ansiava por ensinar, curar, consolar, elevar, alimentar, tirar a dor e a miséria do povo. Eu ansiava libertá-los do medo de um mítico "deus vingador”!

Quando voltei para lhes dizer a verdade, Como eu enfatizaria a 'realidade' do 'Pai-Poder Criativo' - AMOR PERFEITO - suprindo todas as suas necessidades Tudo o que eles tinham que fazer era 'pedir, procurar, bater' e todas as suas necessidades - de qualquer tipo - seriam concedidas a eles.

Com que alegria eu lhes diria as "boas novas" de que a "redenção do sofrimento" estava ao seu alcance se eles apenas tomassem as medidas necessárias para limpar suas mentes e corações dos IMPULSOS GÊMEOS do "ser" manifesto.

Isso deveria ser bastante simples, pensei, só precisava de compreensão e autocontrole. (Eu desci em direção às suas vibrações para me referir ao meu estado mental durante o tempo em que estive no deserto. Isso ajudará sua própria compreensão imensamente se você tentar entrar no meu "estado de consciência" naquele momento.

Tantas coisas como as minhas obras de cura e 'andar sobre a água' ficarão claras para você. Elas serão vistas como uma consequência natural da minha nova compreensão do 'Pai-Poder Criativo’.

Se você ler os evangelhos de Mateus e Marcos, seus registros terão um novo significado para você.

Para retornar às minhas horas finais de iluminação, - lá estava eu no deserto, possuindo a clara compreensão de que o próprio homem - (sem culpa alguma) cria a barreira para a sintonização com o 'Pai-Poder Criativo', e agora eu estava ansioso para voltar atrás e ensinar, curar, consolar, secar as lágrimas daqueles com quem eu tanto sentia pena.

No entanto, eu estava relutante em deixar este lugar 'sagrado' onde eu estava tão iluminado e transformado em espírito. Por outro lado, que futuro maravilhoso está à minha frente!

Eu andaria por todas as cidades, vilas e aldeias e contaria a todos que conheci - a BOA NOTÍCIA! "O Reino dos Céus", aquele lugar onde todas as doenças desapareceram e todas as necessidades foram supridas estava dentro delas! Porque eu sabia que o "Pai" e eu éramos "um", agora que minha mente tinha sido limpa dos velhos pensamentos e idéias, eu direcionava a cura para sua doença e enfermidade. Eu lhes ensinaria como aliviar sua pobreza.

Quando a CONSCIÊNCIA DO PAI dentro de mim começou a enfraquecer, e gradualmente retornei à consciência humana, tomei consciência da fome de roer e também do retorno do meu condicionamento e pensamento humano.

Minhas reações às minhas experiências de seis semanas começaram a mudar. Minha consciência humana usual de "eu" e meus desejos, assumiu meus pensamentos.

157 III 6 O Mundo Espiritual "Ora, a coisa mais incrível e completamente inesperada aconteceu comigo!" Eu exultei. "Recebi conhecimento além de qualquer outro dado a qualquer outro homem.”

Eu estava exultante com a constatação de que, finalmente, minha dúvida e rebeldia contra o "Deus" vingativo dos judeus ortodoxos tradicionais foi justificada. Eu estava certo depois de tudo!

Quem já suspeitou que a mente humana pudesse ser tão altamente criativa, que um pensamento ou desejo fortemente mantido se manifestaria no reino visível? Percebi que Moisés devia saber algo sobre isso, porque ele havia realizado algumas coisas estranhas quando os israelitas estavam em extrema necessidade.

Ele se tornou um líder e mudou o curso dos israelitas anteriormente escravizados no Egito. Eu poderia voltar agora e libertar meu povo do controle rígido de seus próprios professores.

Minhas dores de fome agora se tornaram intensas. Ocorreu-me que eu poderia transformar pedras em pães para satisfazer meu desejo por comida, porque me lembrei que o "Poder Criativo do Pai" funcionou em minha mente e, portanto, tudo no universo estaria sujeito ao meu comando.

Eu estava prestes a falar a "palavra" que transformaria pedras em pão, mas algo em mim me deteve abruptamente. Chegou a mim, fortemente, que a "Consciência Criativa do Pai" era perfeita proteção, nutrição, satisfação de necessidades, e assim a fome seria cuidada, se eu pedisse alívio ao "Pai". Eu percebi que se o pequeno 'eu', o humano eu, em minha necessidade, usasse o 'Poder Criativo' por razões egoístas, eu estaria erguendo uma barreira entre a 'Consciência Criativa do Pai' e eu, e tudo que eu tinha acabado de Aprender poderia muito bem ser tirado de mim.

Isso me assustou, e rapidamente pedi ao "Pai-Poder Criativo" por novas forças para me levar de volta às habitações e a Nazaré novamente. Também pedi alívio da fome na forma que seria certa para mim. Imediatamente, as dores da fome diminuíram e senti uma onda de energia fluir pelo meu corpo inteiro. Assim, provei que tudo o que eu tinha visto, ouvido e entendido era "realidade" e não algum imaginário vão nascido do meu tempo no deserto, jejuando e sozinho.

Minha nova energia me permitiu apressar-me pelas trilhas ásperas no meu caminho para fora do deserto.

No caminho, encontrei um homem bem vestido, de rosto doce e agradável. Ele me cumprimentou calorosamente, expressando preocupação ao ver minha aparência áspera e desleixada e a perda de condição.

Com prazer, ele me sentou em uma pedra e compartilhou sua excelente carne e pão comigo. Eu me perguntava por que ele estava em um lugar tão desolado e de onde ele tinha vindo. Em resposta ao meu questionamento, ele apenas sorriu e não pareceu nem um pouco surpreso quando eu disse que estivera no deserto por tantos dias que perdi a noção do tempo. Expliquei como fui iluminado quanto à verdadeira natureza do Criador do mundo e mostrei as leis naturais da existência. Ele apenas sorriu e assentiu.

"Eu estou voltando para o meu povo para ensinar-lhes tudo o que aprendi", eu disse alegremente. "Por que eu serei capaz de curá-los e libertá-los de todas as doenças e problemas." O estranho respondeu tristemente: "Levará muitos milênios". Eu estava prestes a repreender sua falta de fé quando percebi que ele tinha ido embora.

158 III 6 O Mundo Espiritual Eu soube então que um mensageiro divino havia vindo socorrer com bom pão e carne - e com compaixão me avisou que eu poderia não achar minha missão tão simples, apesar do meu entusiasmo. Eu fui esvaziado por sua palavra de advertência. Meu entusiasmo diminuiu. O caminho para a primeira aldeia na minha estrada parecia interminável. Como uma mudança no pensamento humano produz uma mudança de humor!

Chegou a mim que eu poderia provar mais a verdade de tudo que eu tinha sido mostrado, saltando sobre a borda de um precipício que encurtaria muito a minha jornada. Quando eu estava prestes a fazer isso, veio-me à força que eu estava tentando "provar" que meu tempo de iluminação era real.

Se eu exigisse tal prova, então eu estava em dúvida e provavelmente me mataria, além do que me foi mostrado que em todas as eventualidades eu poderia elevar meus pensamentos até a “CONSCIÊNCIA CRIATIVA DO PAI” e pedir uma solução para todo problema. Com que rapidez esqueci a verdade!

Então eu orei, pedindo perdão apaixonadamente por ser fraco o suficiente para satisfazer minhas próprias fantasias e buscar meu próprio jeito de fazer as coisas.

Mais uma vez, a resposta veio com força renovada e uma maior firmeza de pé enquanto eu subia no chão áspero. Descobri também que eu estava percorrendo longas distâncias tão rapidamente que parecia que eu havia saído do tempo normal, e eu estava em uma dimensão mais leve, onde a experiência humana era elevada acima de sua pesada escravidão de gastos exaustivos de energia. Andar era tão fácil que agora era revigorante. Eu exultei no fato de que encontrei a chave para uma "vida mais abundante”!

Um tempo depois, sentindo-me muito à vontade, minha mente começou a vagar e pensei no meu encontro com o estranho e a gentileza que ele me mostrara. Mas também me lembrei de sua advertência e, mais uma vez, minha antiga natureza reafirmou-se e senti-me profundamente rebelde por ele ter a pretensão de me dizer como meu trabalho iria. Decidi que ele não sabia nada sobre o meu futuro e deixei sua advertência de lado.

"Por que", pensei, "com meu conhecimento, eu poderia realizar coisas que nenhum homem jamais fez antes. Em vez de lutar em uma vida difícil, eu poderia começar a acumular riqueza facilmente, atrair seguidores onde quer que eu fosse e compartilhar meu conhecimento com eles para facilitar suas vidas também. Eu poderia tirar toda a dor e sofrimento.

Ao contemplar os muitos lugares que eu poderia visitar com tanta facilidade, senti-me roçando a superfície do chão e subindo até alcançar o pico mais alto de uma montanha íngreme com vista para o campo abaixo.

Lá estava tudo exposto diante de mim. Eu senti meu entusiasmo anterior voltar. Ora, seria tão simples reunir as pessoas e compartilhar todo o meu conhecimento com elas. Eu me tornaria poderoso, mesmo famoso como o homem que resgatou a humanidade de todas as suas doenças e problemas. Eu ganharia sua admiração e respeito e não seria mais lembrado como um sujeito sem valor ocioso.

Com um tremendo choque, tudo o que eu tinha aprendido recentemente, mas algumas horas atrás, voltou à mente com muita força e clareza.

Se eu não tivesse sido ensinado que a única maneira pela qual eu poderia prosperar era abandonar a minha vontade própria e voltar-me para o "PAI" para assistência em tudo que eu empreendesse?

159 III 6 O Mundo Espiritual Então me lembrei que a criação tinha seus propósitos especiais para cumprir. O processo de individualização criara o "puxar e empurrar", o "dar e receber" no comportamento humano.

Embora essas características humanas tenham causado grande angústia às pessoas em suas vidas, não foi a angústia que as forçou a buscar melhores maneiras de viver para encontrar a verdadeira felicidade? Percebi que os males da humanidade tinham seu lugar no esquema humano da existência.

Seria correto para mim trazer informações privilegiadas para as pessoas, a fim de anular os efeitos do "processo de individualização”?

Percebi que estava pensando no "ponto central" da minha individualidade, o "ego", e foi a pulsão do ego que construiu barreiras entre a humanidade e a "Consciência Criativa do Pai". Portanto, meu "ponto central do desejo humano" teria de ser conquistado se eu fosse viver em perfeita harmonia com meu "Pai", como era minha intenção sincera.

E assim continuei meu caminho, ponderando sobre o que poderia estar à frente e como eu poderia superar melhor os impulsos que governam minha humanidade para permanecer no Fluxo da 'Consciência do Pai', da qual eu buscaria inspiração, orientação, respostas para problemas, meu nutrição diária, saúde diária, proteção diária.

De fato, percebi que enquanto permaneci dentro deste fluxo diário de consciência do Pai, nenhum mal poderia chegar perto de mim e todas as minhas necessidades seriam satisfeitas. E mais importante: a "Consciência do Pai" trabalhando através de mim faria o que fosse necessário para as pessoas que precisam urgentemente de cura e conforto.

Em todos os momentos, devo superar minha rebeldia contra as duras realidades da existência e ouvir a "voz interior" e conformar-me à "Vontade Superior" do "Pai". Este “Alto Desejo" foi “Amor Perfeito", dirigido inteiramente para promover o meu bem maior. Seria extremamente tolo, eu percebi, continuar no caminho da "vontade própria" que ditou meu comportamento àquela época.

Foi então que fui inspirado a falar em parábolas para as pessoas. Aqueles que estavam prontos para receber o conhecimento, entenderiam e o aproveitariam.

Mas, como se viu, até mesmo meus discípulos não puderam se livrar suficientemente da doutrina judaica para capacitá-los a compreender o princípio da consciência ou a atividade do "Poder Criativo" Divino dentro da criação. (Até este momento, permaneceu um mistério para todos, exceto os espiritualmente iluminados.)

Mesmo as palavras espirituais da iluminação não podem ser imediatamente, totalmente compreendidas pela mente humana; portanto estas Cartas devem ser lidas lentamente e acompanhadas de muita meditação e oração para serem entendidas apropriadamente.

Lembre-se, a menos que você possa se tornar uma 'criança' - (livrando-se de uma desordem inútil de crenças, preconceitos, ressentimentos, ambições e movimentação do ego) com uma mente cheia de admiração e fé, você não será capaz de absorver essas páginas como você deveria.

Para se tornar uma "criança", você deve fazer um esforço para eliminar todo o condicionamento mental do passado.

160 III 6 O Mundo Espiritual Se você está mentalmente / emocionalmente / fisicamente sofrendo, é somente porque, quaisquer que tenham sido suas crenças mais sinceras, elas não foram úteis para você; eles não promoveram seu bem-estar.

É hora de examinar seu MENTAL. Você está feliz com isso? Você pode fazer escolhas e, ao fazê-las, pode recorrer ao "Pai" para ajudá-lo a fazer as mudanças, e a ajuda certamente lhe será dada - desde que você não duvide.

Por isso, peço-lhe que continue a ler e absorver as páginas seguintes. Eu quero impressionar em você a força de sua mentalidade - que é a soma total de toda a sua programação consciente e subconsciente. É essencial que você entenda que nada dessa mentalidade humana tem suas origens na dimensão espiritual.

É inteiramente terreno e provavelmente repleto de idéias míticas, preconceitos, equívocos, ressentimentos, lembranças ocultas de mágoas do passado e métodos habituais de lidar com os altos e baixos da vida. Sua mentalidade humana (incluindo quaisquer idéias ou crenças religiosas) determina seu mundo, seus relacionamentos, experiências, sucessos, fracassos, felicidade e miséria.

É até responsável pela seus males, doenças e acidentes. Nada acontece por acaso. Tudo é tecido a partir dos fios internos da sua consciência pessoal - pensamentos, expectativas, crenças na vida, destino, “Deus”. Você vive em um mundo que você mesmo criou. É por isso que as crianças criadas no mesmo ambiente são diferentes. Cada um tem sua própria mentalidade individual construída de acordo com traços de caráter inerentes.

Se, desde o nascimento, você não tivesse uma mentalidade em desenvolvimento, seria tão inconsciente quanto uma estátua, desprovido de sentimentos, respostas e pensamentos.

Vagamente, você olharia para o mundo e, embora possa haver uma grande quantidade de atividade ao seu redor, nada afetaria sua consciência, já que você estaria desprovido de reação. Nada te faria feliz ou infeliz, mesmo que uma bomba explodisse em sua vizinhança.

Sem uma mentalidade, você não tem vida, nem desenvolvimento, nem mal, nem bem. Seu tipo de mentalidade determina a qualidade de sua vida. Esta é a primeira Verdade da Existência que eu quero que você perceba e compreenda completamente. Além disso, enquanto você vive, você carrega sua mentalidade com você onde quer que vá.

Não há como escapar e, dia após dia, ela continuará a criar para você o tipo de existência que você experimentou em seu passado. Muitas pessoas passam a vida inteira acreditando que são infelizes. Eles acham que outras pessoas foram más, cruéis, feias para com eles e tornaram suas vidas completamente infelizes.

Elas acreditam que "outras pessoas" brigam com eles e constantemente criam dificuldades enquanto são absolutamente inocentes de qualquer provocação.

Pelo contrário, "outras pessoas" não são culpadas. É a mentalidade pessoal que está atraindo para ela suas condições negativas.

Muitas pessoas evitam a sugestão de que são as únicas responsáveis por seus problemas. É mais difícil para algumas pessoas enfrentarem suas inadequações do que para aqueles que têm a força interior e a autoconfiança para se verem justa e honestamente.

161 III 6 O Mundo Espiritual A Oração sincera atrai a "Consciência Criativa do Pai" para a mente, silenciosamente, secretamente, limpa a consciência humana de tudo aquilo em que o buscador não se sente mais à vontade. É, necessariamente, um processo muito gradual de limpeza e desenvolvimento interior.

PADRÕES EMOCIONAIS Seus padrões emocionais podem ser tão prejudiciais para o seu bem-estar geral quanto a sua mentalidade.

Sua mentalidade junto com seus padrões emocionais são suas ferramentas criativas.

Estes, juntos, criam os contornos necessários para futuras posses, eventos e circunstâncias.

Essas FERRAMENTAS CRIATIVAS funcionam em sua vida, quer você queira ou não.

É muito mais difícil descobrir suas atitudes emocionais profundas, conscientes ou subconscientes, do que reconhecer seu condicionamento mental.

As pessoas podem ser possuídas por padrões emocionais negativos e ignorá-los, já que estão cobertas pelas emoções de momento a momento que surgem da rotina diária.

Para descobrir quais são os seus padrões emocionais, faça perguntas a si mesmo ao longo das linhas a seguir e seja totalmente honesto consigo mesmo. Tentar esconder-se da verdade de seus padrões emocionais é meramente enganar a si mesmo e impedir-se de alcançar o estado alegre de existência que você pretendia desfrutar.

• Como você realmente se sente sobre a vida? Eu quero que você escreva para si mesmo uma carta calorosamente compassiva, dizendo a si mesmo exatamente como você se sente ao responder as seguintes perguntas:

• Você está feliz por estar vivo ou prefere deixar de viver? Se a sua resposta verdadeira é a última, então você tem uma atitude negativa em relação à existência e está em guerra dentro de si mesmo em um nível profundo. Você sabe, conscientemente, que você tem que continuar sua vida diária, mas no seu nível mais profundo você gostaria de sair. A guerra interior impede que você atraia tudo o que você poderia estar experimentando com um padrão emocional positivo.

• Como você realmente se sente sobre seus parentes? Existe alguma hostilidade enterrada que você não quer admitir ou que você não sabia que existia?

• Como você se sente sobre o seu emprego, colegas, entretenimento, outras raças.

Anote todas as suas descobertas sobre você e guarde-a em um local seguro.

Este trabalho que você fez por si mesmo é para si mesmo - apenas para seu benefício. Você não fez isso para torná-lo uma pessoa melhor, ou para agradar "Deus" ou para obter a aprovação de outras pessoas. Você fez esse trabalho para remover os bloqueios internos existentes para o seu desenvolvimento espiritual e felicidade final.

Se você decidir mudar sua vida lendo estas Cartas diariamente, peço-lhe para colocar sua carta datada em um lugar seguro. Releia-a daqui a um ano e regozije-se com as grandes mudanças que você verá terem ocorrido em sua mentalidade. Você também verá que houve mudanças em suas circunstâncias.

162 III 6 O Mundo Espiritual Lembre-se de que a oração e a meditação focadas inteiramente em seu Criador lhe trarão nova força e percepção que, por sua vez, trarão mudanças em seus sentimentos e ambiente.

Quando orar - Nunca se concentre em seus problemas - sempre - peça o remédio certo. Deixe seu Criador lhe trazer as soluções certas que sua mente humana é incapaz de pensar. Por exemplo - nunca diga ao seu "Pai Criativo" como você está doente. Concentre-se no Poder que você está recebendo imediatamente em sua condição (embora sua consciência possa ser muito densamente humana para sentir isso) e agradeça por sua rápida recuperação e acredite nela.

Quando você "agradece", você está aceitando, reconhecendo, acreditando, impressionando em sua própria consciência a percepção de que sua oração agora está dentro da "Consciência do Amor do Pai" e está sendo "processada" para manifestação visível no devido tempo na hora certa. Quando na Palestina, eu sempre dava graças pelo trabalho antes de ser realizado.

Nunca ore e saia do seu quarto e diga às pessoas como você se sente mal ou quão terrível é a situação pessoal ou nacional. Se você pediu ao Pai Criador para resolver seus problemas, finanças ou problemas de saúde, que insulto para o Criador Pai para continuar a trazer condições negativas passadas? Você imediatamente desfaz a obra em que o Pai Criador está envolvido.

Se, em sua mente, depois da oração, as velhas condições não se tornaram condições negativas passadas, então retorne à oração até que você possa rejeitá-las de sua mente e realmente acreditar que tudo está sendo cuidado divinamente - naquele exato minuto. Volte sempre a dar graças pelos benefícios que você pediu. Eles certamente irão se materializar.

Há muitos milhares de pessoas em seu mundo hoje, consistentemente confiando no Criador Universal do Pai para satisfazer todas as suas necessidades e testemunhar as múltiplas bênçãos em suas vidas.

Abandone os medos, eles não lhe deram nada. Agora, volte-se para o Criador universal "Pai" - como a FONTE DE SEU SER, concepção, crescimento, desenvolvimento, nutrição, regeneração, cura, satisfação de todas as suas necessidades, PROTEÇÃO, tudo dentro de um sistema de LEI ESPIRITUAL & ORDEM.

Perceba que todo esse trabalho maravilhoso é construtivo, proposital, ordenado. Você realmente tem uma MENTE MESTRA atrás de você, sua família e condições de vida.

CONFIA. Não permita que seu pensamento estrague a Divina Operação Criativa! Lembre-se, acima de tudo - que eu, o CRISTO, apenas realizei meus chamados milagres porque percebi que o 'Reino de Deus' estava dentro de mim e que eu poderia sempre confiar no meu 'Pai' Criador para fazer o trabalho dentro e através mim.

Lembre-se de que você só tem uma consciência individual porque você a extraiu da "Consciência Criativa do Pai”.

Quando sua consciência pessoal estiver completamente limpa de negatividade, você descobrirá que você também se tornou um canal purificado da Consciência Criativa "Pai". Você também será uma fonte alegre de crescimento, nutrição, cura, nutrição, proteção, satisfação de necessidades, dentro de um sistema de boa lei organizacional e de ordem para todos os que vêm dentro de sua órbita. Essa influência poderosa será estendida através de sua mente para suas famílias, amigos, vizinhos, terras agrícolas e seus animais e plantações.

163 III 6 O Mundo Espiritual Mesmo que a eletricidade passe por suas mãos, acenderá um bico de Bunsen em um laboratório, assim suas radiações de VIDA E FORÇA beneficiarão todos que vierem ao seu raio de influência.

Essa foi a intenção por trás da criação. Você tinha a intenção de expressar a Consciência Criativa Universal através de sua mente e coração. Eu, o CRISTO, vim neste momento para mostrar-lhe como fazer isso.

Primeiro de tudo, considere meu "estado de consciência" quando realizei os chamados milagres.

Eu não fiz uma oração fixa. Eu simplesmente pedi ao Pai Criativo que irradiava através da minha própria consciência, para o que fosse necessário:

Eu percebi e visualizei fortemente que a "Consciência Criativa do Pai" era uma Força operacional dinâmica que se manifestava através do mundo visível como:

Criatividade, design inteligente, crescimento, nutrição, proteção, cura, regeneração, satisfação de todas as necessidades - tudo dentro de um sistema de lei e ordem.

Percebi que a "Consciência Criativa do Pai" iria irradiar toda a Sua Natureza através da minha consciência para entrar na consciência daqueles que pediram a cura e sinceramente acreditavam que iriam recebê-la. Eu também sabia que se eles não tivessem "fé e expectativa de cura", este tipo de consciência negativa não seria influenciada pelo influxo da NATUREZA da "Consciência do Pai" e nenhuma cura ocorreria.

Eu também percebi que o trabalho de cura feito pela Consciência Criativa do Pai era realmente Amor tornado visível na terra.

Eu também percebi que todo o trabalho feito pela Consciência Criativa do Pai dentro do mundo visível era o amor manifestado - e dei graças.

Eu percebi que da Consciência Universal veio de toda a substância do universo - e deu graças.

Percebi que o "Pai Consciência Criativa" era o "trabalhador" e que era eterno, infinito e nada - nada, exceto a mente humana, poderia impedi-lo de fazer o seu trabalho.

Portanto, eu liberto minha mente de quaisquer sentimentos e pensamentos humanos, e eu sabia que eu era um canal perfeito de "amor do Pai" e sabia que a perfeita vontade do "amor do Pai" seria realizada na pessoa que precisava de cura.

Mas note isto: eu também sabia que o que quer que na consciência dessa pessoa tivesse causado a sua condição aleijada, mutilada ou doente tinha sido apagado em seu corpo por enquanto. A pergunta era: sua "consciência" normal traria um retorno da condição divinamente apagada de seu corpo?

Por isso eu disse para a pessoa que recebeu a cura: "siga seu caminho e não peques mais”.

Quero que você saiba e creia de todo o coração que meu estado de consciência, quando na Terra, descrito nos parágrafos acima, é o "estado de consciência" ao qual você também deve aspirar com toda a sua mente e coração.

Minhas experiências de iluminação no deserto me permitiram alcançar a CONSCIÊNCIA DE CRISTO em grande parte enquanto na terra. Mas você pode seguir meus passos se tiver a vontade 164 III 6 O Mundo Espiritual de fazê-lo, e certamente estarei à mão para ajudá-lo em sua jornada. Você pode sentir minha presença se for suficientemente sensível para isso. Mas se por algum tempo você não sentir nada, não fique abatido, porque ao fazer o trabalho de mudar sua consciência, você pode estar absolutamente certo de que estará sintonizado em minha CONSCIÊNCIA CRÍSTICA e eu estarei ciente de tudo o que está acontecendo para você.

SAIBA que o seu propósito na Terra é ascender na consciência espiritual até que você transcenda toda a humanidade que atualmente o retém, até que, eventualmente, você também possa controlar os elementos e se tornar um mestre.

Perceba também que, quando a consciência do mundo está totalmente sintonizada com a "Consciência Criativa do Pai", todas as coisas contrárias ao perfeito bem-estar do homem desaparecerão.

Não haverá mais mosquitos portadores de malária, gafanhotos para tirar suas plantações, condições climáticas severas, infecções, vírus e tudo o mais que atualmente causa problemas para as coisas vivas.

Você vai viver dentro de um manto de proteção universal. Quando sua própria consciência está perfeitamente sintonizada e em harmonia com o Pai Amor - então você também será divinamente protegido e se tornará canais de: Design criativo, crescimento, nutrição, proteção, cura, regeneração, satisfação de necessidades, lei e ordem .

O PAI AMOR será operacional em sua mente, coração, corpo e seus assuntos. Será operacional em todos aqueles a quem você direciona seu poder.

O Evangelho Gnóstico de Tomás

O Evangelho Segundo Tomás é apócrifo, dos primeiros ditados cristãos. Foi descoberto perto de Nag Hammadi, no Egito, em dezembro de 1945.

O texto escrito em copta, é o segundo dos sete contidos no Codex II, e é composto de 114 ditos atribuídos a Jesus.

Estes são os ditos secretos que o Jesus vivo falou e Didymos Judas Thomas registrou.

1. E ele disse: "Quem descobrir a interpretação destes ditos não provará a morte".

2. Jesus disse: "Aqueles que procuram não devem parar de procurar até que encontrem. Quando eles encontrarem, eles serão perturbados. Quando eles estiverem perturbados, eles se maravilharão e reinarão sobre todos. E depois que eles tiverem reinado, eles descansarão”.

3. Jesus disse: "Se os seus líderes lhe disserem: Olhe, o reino (do Pai) está no céu', então os pássaros do céu o precederão. Se eles disserem a você: Está no mar, então o peixe o precederá. Ao contrário, o reino (do Pai) está dentro de você e está fora de você. Quando vocês se conhecerem, então serão conhecidos e compreenderão que são filhos do Pai vivo. Mas se você não se conhece, então você vive na pobreza e você é a pobreza “.

4. Jesus disse: "A pessoa idosa em dias não hesitará em perguntar a uma criancinha de sete dias sobre o lugar da vida, e essa pessoa viverá. Pois muitos dos primeiros serão os últimos e se tornarão um só “.

165 III 6 O Mundo Espiritual 5. Jesus disse: "Saiba o que está na frente do seu rosto, e o que está escondido de você será revelado a você. Pois não há nada oculto que não seja revelado. E não há nada enterrado que não seja levantado. “

6. Seus discípulos perguntaram-lhe e disseram: "Você quer que jejuemos? Como devemos orar? Devemos doar à caridade? Que dieta devemos observar?" Jesus disse: "Não minta, e não faça o que você odeia, porque todas as coisas são reveladas antes do céu. Afinal, não há nada oculto que não será revelado, e não há nada encoberto que permanecerá não revelado”.

7. Jesus disse: "Sortudo é o leão que o humano vai comer, de modo que o leão se torne humano. E o humano é fétido que o leão comerá, e o leão ainda se tornará humano”.

8. E ele disse: "A pessoa é como um sábio pescador que lançou a sua rede no mar e puxou-a do mar cheio de peixinhos. Entre eles o sábio pescador descobriu um bom peixe grande. Ele jogou todos os peixinhos de volta ao mar, e facilmente escolheu o peixe grande. Qualquer um aqui com dois bons ouvidos, é melhor ouvir! "

9. Jesus disse: "Olha, o semeador saiu, pegou um punhado (de sementes) e espalhou-as. Algumas caíram na estrada, e os pássaros vieram e as reuniram. Outras caíram na rocha, e eles não o fizeram. Arraigam-se no solo e não produzem cabeças de grãos. Outros caem sobre espinhos, e eles sufocam as sementes e os vermes as devoram, e outros caem em boa terra, e produz uma boa safra: ela dá sessenta por medida e cento e vinte por medida”.

10. Jesus disse: "Eu lancei fogo sobre o mundo, e olhe, estou aguardando até que ele apareça”.

11. Jesus disse: "Este céu passará, e aquele acima dele passará. Os mortos não estão vivos e os vivos não morrem. Durante os dias em que você comeu o que está morto, você fez vir vivo. Quando você está na luz, o que você fará? No dia em que você era um, você se tornou dois. Mas quando você se torna dois, o que você fará? "

12. Os discípulos disseram a Jesus: "Sabemos que você vai nos deixar. Quem será nosso líder?" Jesus disse-lhes: "Não importa onde você esteja, você deve ir a Tiago, o Justo, por cuja causa o céu e a terra vieram a existir”.

13. Jesus disse aos seus discípulos: "Compare-me com algo e diga-me como sou". Simão Pedro disse a ele: "Você é como um mensageiro justo". Mateus disse-lhe: "Você é como um filósofo sábio". Thomas disse a ele: "Mestre, minha boca é totalmente incapaz de dizer como você é."

Jesus disse: "Eu não sou seu professor. Porque você bebeu, você ficou intoxicado da nascente borbulhante que eu cuidei”.

E ele o levou, retirou-se e falou três palavras para ele. Quando Thomas voltou para seus amigos, eles lhe perguntaram: "O que Jesus disse a você?”

Tomé disse-lhes: "Se eu lhe disser uma das palavras que ele falou para mim, você pegará pedras e me apedrejará, e o fogo virá das rochas e me devorará”.

14. Jesus disse-lhes: "Se jejuardes, trar-te-ás o pecado e, se orardes, sereis condenados e, se deres à caridade, irás prejudicar os vossos espíritos.

166 III 6 O Mundo Espiritual Quando você entra em qualquer região e anda pelo campo, quando as pessoas o aceitam, comem o que lhe servem e curam os doentes entre eles. Afinal, o que entra em sua boca não o contamina; antes, é o que sai da tua boca que te contamina.

15. Jesus disse: "Quando você vir alguém que não nasceu de mulher, caia em seus rostos e adore. Esse é o seu Pai”.

16. Jesus disse: "Talvez as pessoas pensem que eu vim para lançar a paz sobre o mundo. Eles não sabem que eu vim para lançar conflitos sobre a terra: fogo, espada, guerra. Pois haverá cinco em uma casa: haverá três contra dois e dois contra três, pai contra filho e filho contra pai, e eles ficarão sozinhos “.

17. Jesus disse: "Eu lhe darei o que nenhum olho viu, o que nenhum ouvido ouviu, o que nenhuma mão tocou, o que não surgiu no coração humano.”

18. Os discípulos disseram a Jesus: "Diga-nos, como chegará nosso fim?" Jesus disse: "Você encontrou o começo, então, porque você está procurando o fim? Veja, o fim será onde o começo é. Parabéns a quem está no começo: aquele saberá o fim e não provará a morte “.

19. Jesus disse: "Parabéns a quem surgiu antes de vir a ser. Se você se tornar meus discípulos e prestar atenção aos meus ditos, essas pedras servirão a você. Pois há cinco árvores no Paraíso para você; eles não mudam, verão ou inverno, e suas folhas não caem. Quem os conhece, não provará a morte “.

20. Os discípulos disseram a Jesus: "Diga-nos como é o reino do céu". Ele lhes disse: "É como uma semente de mostarda, a menor de todas as sementes, mas quando cai sobre solo preparado, produz uma grande planta e se torna um abrigo para as aves do céu”.

21. Maria disse a Jesus: "Como são seus discípulos?" Ele disse: "Eles são como criancinhas que vivem em um campo que não é deles. Quando os donos do campo vierem, dirão: 'Devolva-nos nosso campo'. Eles tiram suas roupas na frente deles para devolvê-los, e eles retornam seu campo para eles. Por essa razão, digo, se os donos de uma casa souberem que um ladrão está vindo, eles ficarão de guarda antes que o ladrão chegue e não deixem o ladrão invadir sua casa (seu domínio) e roubar seus bens. Quanto a você, então, fique de guarda contra o mundo. Preparem-se com grande força, para que os ladrões não encontrem uma maneira de chegar até você, pois o problema que você espera virá. Que haja entre você uma pessoa que entenda. Quando a colheita amadureceu, ele veio rapidamente carregando uma foice e a colheu. Qualquer um aqui com dois bons ouvidos escutaria melhor! “

22. Jesus viu alguns bebês amamentando. Ele disse a seus discípulos: "Esses bebês que amamentam são como aqueles que entram no reino (do pai)". Eles disseram a ele: "Então entraremos no reino (do pai) como bebês?" Jesus disse a eles: "Quando você faz os dois em um, e quando você faz o interior como o exterior e o exterior como o interior, e o superior como o inferior, e quando você faz macho e fêmea em um único, então que o macho não será macho nem a fêmea seja fêmea, quando você faz olhos no lugar de um olho, uma mão no lugar de uma mão, um pé no lugar de um pé, uma imagem no lugar de uma imagem, então você vai entre no [reino]. "

167 III 6 O Mundo Espiritual 23. Jesus disse: "Eu escolherei você, um de mil e dois de dez mil, e eles permanecerão como um só".

24. Seus discípulos disseram: "Mostra-nos o lugar onde estás, porque devemos procurá-lo". Ele disse-lhes: "Qualquer um aqui com duas orelhas deve ouvir melhor! Há luz dentro de uma pessoa de luz, e ela brilha no mundo inteiro. Se não brilha, é escuro.”

25. Jesus disse: "Ame seus amigos como sua própria alma, proteja-os como a pupila de seus olhos”.

26. Jesus disse: "Você vê a lasca no olho do seu amigo, mas você não vê a madeira em seu próprio olho. Quando você tira a madeira do seu próprio olho, então você verá bem o suficiente para remover a lasca de olho do seu amigo “.

27. "Se você não jejuar do mundo, você não encontrará o reino (do Pai). Se você não observar o sábado como um sábado, você não verá o Pai.”

28. Jesus disse: "Tomei minha posição no meio do mundo, e em carne lhes apareci. Encontrei-os todos bêbados, e não senti nenhum deles com sede. Minha alma doeu por causa dos filhos da humanidade, porque são cegos de coração e não vêem, porque vieram ao mundo vazios, e também procuram se desviar do mundo vazio. Mas enquanto isso eles estão bêbados. Quando eles sacodem o vinho, eles mudam de jeito. "

29. Jesus disse: "Se a carne veio por causa do espírito, isso é uma maravilha, mas se o espírito surgiu por causa do corpo, isso é uma maravilha de maravilhas. No entanto, fico maravilhado com a forma como esta grande riqueza veio habitar nesta pobreza “.

30. Jesus disse: "Onde há três divindades, elas são divinas. Onde há duas ou uma, eu estou com aquela.”

31. Jesus disse: "Nenhum profeta é bem-vindo em sua terra natal; os médicos não curam aqueles que os conhecem.”

32. Jesus disse: "Uma cidade construída sobre uma colina alta e fortificada não pode cair, nem pode ser escondida.”

33. Jesus disse: "O que você vai ouvir em seu ouvido, no outro ouvido proclamar de seus telhados. Afinal, ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma cesta, nem a coloca em um lugar escondido. Em vez disso, coloca-se em um candelabro para que todos os que vêm e vão ver a sua luz “.

34. Jesus disse: "Se um cego guia uma pessoa cega, ambos cairão em um buraco”.

168 III 6 O Mundo Espiritual 35. Jesus disse: "Não se pode entrar na casa de uma pessoa forte e levá-la à força sem amarrar as mãos. Então alguém pode saquear sua casa.”

36. Jesus disse: "Não se preocupe, de manhã à noite e de noite a manhã, [sobre sua comida - o que você vai comer, ou sobre suas roupas -] o que você vai usar. é muito melhor do que os lírios, que nem cartão nem giram. Quanto a você, quando não tem roupa, o que vai vestir? Quem pode adicionar à sua estatura? Aquele mesmo te dará sua roupa.

37. Seus discípulos disseram: "Quando você aparecerá para nós e quando iremos vê-lo?" Jesus disse: "Quando você se despir sem ser envergonhado, e pegar suas roupas e colocá-las sob seus pés como criancinhas e pisoteá-las, então [você] verá o filho do vivo e você não terá medo”.

38. Jesus disse: "Muitas vezes desejaste ouvir estas palavras que estou falando e não tens mais ninguém de quem as ouvir. Haverá dias em que me buscas e não me encontrarás."

39. Jesus disse: "Os fariseus e os eruditos tomaram as chaves do conhecimento e os ocultaram. Eles não entraram nem permitiram que os que quisessem entrar fizessem isso. Quanto a você, seja tão astuto quanto as cobras e tão simples quanto as pombas “.

40. Jesus disse: "Uma videira foi plantada à parte do Pai. Como não é forte, será arrancada por sua raiz e perecerá".

41. Jesus disse: "Quem tiver algo na mão receberá mais, e quem não tiver nada será privado até mesmo do pouco que tem".

42. Jesus disse: "Seja transeunte".

43. Seus discípulos disseram-lhe: "Quem és tu para dizer estas coisas para nós?" "Você não entende quem eu sou do que eu digo para você. Em vez disso, você se tornou como os judeus, pois eles amam a árvore, mas odeiam seus frutos, ou amam a fruta, mas odeiam a árvore ".

44. Jesus disse: "Quem blasfemar contra o Pai será perdoado, e quem blasphemes contra o filho será perdoado, mas quem blasphemes contra o espírito santo não será perdoado, seja na terra ou no céu."

45. Jesus disse: "As uvas não são colhidas das árvores de espinho, nem os figos são colhidos dos cardos, pois não produzem frutos.

169 III 6 O Mundo Espiritual Boas pessoas produzem coisas boas do que armazenaram; pessoas más produzem o mal da maldade que armazenaram em seus corações e dizem coisas más. Pois do estouro do coração eles produzem o mal. " 46. Jesus disse: “De Adão a João Batista, entre os nascidos de mulheres, ninguém é tão maior que João Batista que seus olhos não sejam desviados.

Mas eu disse que quem quer que entre você se torne uma criança reconhecerá o reino (do Pai) e se tornará maior que João. “

47. Jesus disse: "Uma pessoa não pode montar dois cavalos ou dobrar dois arcos. E um escravo não pode servir a dois senhores, senão aquele escravo honrará um e ofenderá o outro. Ninguém bebe vinho envelhecido e imediatamente quer beber vinho jovem. O vinho jovem não é derramado em odres velhos, ou eles podem quebrar, e o vinho envelhecido não é colocado em um odre novo, ou pode estragar. Um remendo antigo não é costurado em uma peça nova, uma vez que criaria uma lágrima “.

48. Jesus disse: "Se dois fazem a paz um com o outro em uma única casa, eles dirão à montanha: 'Mova-se daqui!' e vai se mover. "

49. Jesus disse: "Parabéns para aqueles que estão sozinhos e escolhidos, pois vocês encontrarão o reino. Vocês vieram dele e voltarão para lá novamente."

50. Jesus disse: "Se eles disserem a você: 'De onde você veio?' Dize-lhes: "Viemos da luz, do lugar em que a luz veio a existir por si mesma, estabeleceu-se a si mesma e apareceu à sua imagem". Se eles dizem para você, 'é você?' diga: "Somos seus filhos e somos os escolhidos do Pai vivo". Se eles perguntarem: 'Qual é a evidência do seu pai em você?' diga-lhes: 'É movimento e descanso'.

51. Seus discípulos disseram-lhe: "Quando ocorrerá o descanso dos mortos e quando virá o novo mundo?" Ele disse a eles: "O que você está ansioso chegou, mas você não sabe disso".

52. Seus discípulos disseram-lhe: "Vinte e quatro profetas falaram em Israel, e todos falaram de você". Ele lhes disse: "Desconsideraste o ser vivo que está em tua presença e falaste dos mortos.”

53. Seus discípulos disseram-lhe: "A circuncisão é útil ou não?"

170 III 6 O Mundo Espiritual Ele lhes disse: "Se fosse útil, seu pai produziria filhos já circuncidados de sua mãe. Antes, a verdadeira circuncisão em espírito tornou-se proveitosa em todos os aspectos."

54. Jesus disse: "Parabéns aos pobres, pois você pertence ao reino do Céu".

55. Jesus disse: "Quem não odeia pai e mãe não pode ser meu discípulo, e quem não odeia irmãos e irmãs, e levar a cruz como eu, não será digno de mim."

56. Jesus disse: "Quem quer que tenha vindo a conhecer o mundo descobriu uma carcaça, e quem descobriu uma carcaça, daquela pessoa o mundo não é digno".

57 Jesus disse: “O reino do Pai é como uma pessoa que tem [boa] semente. Seu inimigo veio durante a noite e semeou joio entre a boa semente. A pessoa não permitiu que os trabalhadores puxassem o joio, mas lhes disse: 'Não, caso contrário você pode ir para puxar as ervas daninhas e puxar o trigo junto com eles.' Pois no dia da colheita as ervas daninhas serão conspícuas e serão arrancadas e queimadas.

58. Jesus disse: "Parabéns para a pessoa que labutou e encontrou a vida".

59. Jesus disse: "Olhe para o vivente enquanto você viver, senão você pode morrer e então tentar ver o vivente, e você será incapaz de ver."

60. Ele viu um samaritano carregando um cordeiro e indo para a Judéia. Ele disse aos seus discípulos: "aquela pessoa ... ao redor do cordeiro". Disseram-lhe: "Para que ele possa matá-lo e comê-lo". Disse-lhes: "Ele não a comerá enquanto estiver vivo, mas somente depois de tê-lo matado e se tornar uma carcaça". Eles disseram: "Caso contrário, ele não pode fazer isso." Ele disse-lhes: "Assim também com você, busquem para si um lugar para descanso, ou você pode se tornar uma carcaça e ser comido".

61. Jesus disse: "Dois vão se reclinar em um sofá; um morrerá, um viverá". Salomé disse: "Quem é senhor? Você subiu no meu sofá e comeu da minha mesa como se fosse de alguém". Jesus disse a ela: "Eu sou aquele que vem do que é todo. Eu recebi das coisas de meu Pai". "Eu sou seu discípulo." Boas pessoas produzem coisas boas do que armazenaram; pessoas más "Por esta razão eu digo, se alguém é completo, alguém será preenchido com luz, mas se alguém está dividido, um será preenchido com a escuridão." 62. Jesus disse: "Eu revelo meus mistérios àqueles [que são dignos] de [meus] mistérios.

171 III 6 O Mundo Espiritual 63 Jesus disse: "Havia uma pessoa rica que tinha uma grande quantidade de dinheiro. Ele disse: 'Eu investirei meu dinheiro para que eu possa semear, colher, plantar e encher meus depósitos com produtos, para que eu não falte nada. ' Essas eram as coisas que ele estava pensando em seu coração, mas naquela mesma noite ele morreu. Qualquer um aqui com duas orelhas deveria escutar melhor!

64. Jesus disse: "Uma pessoa estava recebendo convidados. Quando ele preparou o jantar, ele enviou seu escravo para convidar os convidados. O escravo foi até o primeiro e disse àquele: 'Meu mestre te convida'. Aquele disse: 'Alguns comerciantes me devem dinheiro; eles estão vindo para mim esta noite. Eu tenho que ir e dar-lhes instruções. Por favor, me desculpe pelo jantar. O escravo foi até outro e disse àquele: 'Meu senhor convidou você'. Aquele disse ao escravo: 'Comprei uma casa e fui chamado por um dia. Não terei tempo. O escravo foi até outro e disse àquele: 'Meu mestre te convida'. Aquele disse ao escravo: 'Meu amigo deve se casar, e eu devo providenciar o banquete. Eu não poderei vir. Por favor, me desculpe pelo jantar. O escravo foi até outro e disse àquele: 'Meu mestre te convida'. Aquele disse ao escravo: 'Comprei uma propriedade e vou cobrar o aluguel. Eu não poderei vir. Por favor, dê-me licença.' O escravo retornou e disse ao seu mestre: "Aqueles a quem você convidou para jantar pediram para ser dispensados". O mestre disse a seu escravo: 'Saia pelas ruas e traga de volta quem você encontrar para jantar'. Compradores e mercadores não entrarão nos lugares de meu pai ".

65. Ele disse: "Uma pessoa [...] possuía um vinhedo e alugava-o para alguns fazendeiros, para que pudessem trabalhar e ele pudesse coletar sua colheita deles. Ele enviou seu escravo para que os fazendeiros lhe dessem a colheita da vinha Agarraram-no, espancaram-no e quase o mataram, e o escravo retornou e disse ao seu mestre, que disse: "Talvez ele não os conhecesse". Ele mandou outro escravo, e os fazendeiros bateram nele também. Então o mestre mandou seu filho e disse: "Talvez eles mostrem algum respeito ao meu filho". Porque os fazendeiros sabiam que ele era o herdeiro da vinha, eles o agarraram eo mataram. Qualquer um aqui com duas orelhas deve escutar melhor! "

66. Jesus disse: "Mostre-me a pedra que os construtores rejeitaram: essa é a pedra angular".

67. Jesus disse: "Aqueles que sabem tudo, mas estão faltando em si mesmos, estão totalmente ausentes".

68. Jesus disse: "Parabéns a você quando for odiado e perseguido; e nenhum lugar será encontrado, onde quer que você tenha sido perseguido".

69. Jesus disse: "Parabéns para aqueles que foram perseguidos em seus corações: eles são aqueles que realmente conheceram o Pai. Parabéns para aqueles que passam fome, então o estômago do que está em falta pode ser preenchido ".

70. Jesus disse: "Se você trouxer o que está dentro de você, o que você terá te salvará. Se você não tem isso dentro de você, o que você não tem dentro de você [irá] te matar".

71. Jesus disse: "Destruirei esta casa, e ninguém poderá construí-la [...]".

72. Disse-lhe uma pessoa: Dize aos meus irmãos que dividam as posses do meu pai comigo. Ele disse para a pessoa: "Senhor, quem me fez um divisor?" 172 III 6 O Mundo Espiritual Ele virou-se para seus discípulos e disse-lhes: "Eu não sou um divisor, sou eu?"

73. Jesus disse: "A colheita é enorme, mas os trabalhadores são poucos, então implore ao chefe da colheita que despache os trabalhadores para os campos".

74. Ele disse: "Senhor, há muitos ao redor do bebedouro, mas não há nada no poço".

75. Jesus disse: "Há muitos que estão à porta, mas aqueles que estão sozinhos entrarão na suíte nupcial".

76. Jesus disse: "O reino do Pai é como um comerciante que tinha uma provisão de mercadorias e encontrou uma pérola. Aquele mercador era prudente; ele vendeu a mercadoria e comprou a única pérola para si. Assim também com você, busque seu tesouro que é infalível, que é duradouro, onde nenhuma traça vem para comer e nenhum verme destrói. "

77. Jesus disse: "Eu sou a luz que está acima de todas as coisas. Eu sou tudo: de mim tudo saiu, e a mim todos alcançados. Dividir um pedaço de madeira; Eu estou lá. Levante a pedra e você me encontrará lá. "

78. Jesus disse: "Por que você saiu para o campo? Para ver uma cana sacudida pelo vento? E para ver uma pessoa vestida com roupas suaves, [como seus] governantes e seus poderosos? Eles estão vestidos com roupas macias e eles não podem entender a verdade ".

79. Uma mulher no meio da multidão disse-lhe: "Sorte é o útero que te deu e os seios que te alimentaram." Ele disse a ela: "Sortudos são aqueles que ouviram a palavra do Pai e verdadeiramente a guardaram. Porque haverá dias em que dirão: 'Sorte o ventre que não concebeu e os seios que não têm dado leite. '"

80. Jesus disse: "Quem conheceu o mundo descobriu o corpo, e quem descobriu o corpo, daquele o mundo não é digno".

81. Jesus disse: "Que alguém que se tornou rico reine, e deixe alguém que tem poder renunciar a ele."

82. Jesus disse: "Quem está perto de mim está perto do fogo, e quem está longe de mim está longe do reino (do pai)".

83. Jesus disse: "Imagens são visíveis para as pessoas, mas a luz dentro delas está escondida na imagem da luz do Pai. Ele será revelado, mas sua imagem está escondida por sua luz."

84. Jesus disse: "Quando você vê a sua semelhança, você é feliz. Mas quando você vê suas imagens que vieram a ser antes de você e que nem morrem nem se tornam visíveis, o quanto você terá que suportar!"

85. Jesus disse: "Adão veio de grande poder e grande riqueza, mas ele não era digno de você. Pois se ele tivesse sido digno, [ele não] teria [provado] a morte".

86. Jesus disse: "[As raposas têm] seus antros e as aves têm seus ninhos, mas os seres humanos não têm lugar para deitar e descansar". 173 III 6 O Mundo Espiritual

87. Jesus disse: "Quão miserável é o corpo que depende de um corpo, e quão miserável é a alma que depende desses dois".

88. Jesus disse: "Os mensageiros e os profetas virão até você e darão o que pertence a você. Você, por sua vez, dá a eles o que você tem, e diz para si mesmos: 'Quando eles virão e pegarão o que lhes pertence? ''

89. Jesus disse: "Por que você lava o exterior do copo? Você não entende que aquele que fez o interior é também aquele que fez o exterior?"

90. Jesus disse: "Vinde a mim, porque o meu jugo é cômodo e o meu senhor é manso, e encontrarás descanso para vós".

91. Eles disseram a ele: "Diga-nos quem você é para que possamos acreditar em você." Ele lhes disse: "Você examina a face do céu e da terra, mas não conheceu aquele que está em sua presença e não sabe como examinar o momento presente".

92. Jesus disse: "Procure e você encontrará. No passado, no entanto, eu não lhe contei as coisas sobre as quais você me perguntou então. Agora estou disposto a dizer-lhes, mas você não os está procurando. "

93. "Não dê o que é sagrado aos cães, pois eles podem jogá-los na pilha de esterco. Não jogue pérolas [para] porcos, ou eles podem ... isso [...]".

94. Jesus [disse], "Aquele que busca encontrará, e [aquele que bate] será aberto".

95. [Jesus disse]: "Se você tem dinheiro, não o empreste a juros. Em vez disso, dê-o a alguém de quem você não o receberá de volta."

96. Jesus disse: "O reino do Pai é como uma mulher. Ela pegou um pouco de fermento, escondeu-o na massa e transformou-o em grandes pães. Qualquer um que tenha duas orelhas deve ouvi-las!"

97. Jesus disse: "O reino [do Pai] é como uma mulher que carregava um jarro cheio de farinha. Enquanto caminhava por uma estrada distante, o cabo do pote quebrou e a comida caiu atrás dela. ao longo da estrada. Ela não sabia, ela não tinha notado um problema. Quando chegou à sua casa, ela colocou o jarro para baixo e descobriu que estava vazio. "

98. Jesus disse: "O reino do Pai é como uma pessoa que queria matar alguém poderoso. Enquanto ainda em casa ele puxou sua espada e empurrou-a na parede para descobrir se a mão dele iria entrar. Então ele matou o poderoso. "

99. Os discípulos disseram-lhe: "Seus irmãos e sua mãe estão do lado de fora." Disse-lhes: "Aqueles que fazem o que meu Pai quer são meus irmãos e minha mãe. Eles são os que entrarão no reino de meu Pai".

100. Eles mostraram a Jesus uma moeda de ouro e disseram-lhe: "O povo do imperador romano exige impostos de nós". Ele lhes disse: "Dê ao imperador o que pertence ao imperador, dê a Deus o que pertence a Deus e me dê o que é meu".

174 III 6 O Mundo Espiritual 101. "Quem não odeia [pai] e mãe como eu não posso ser meu [discípulo], e quem não ama [pai e] mãe como eu não posso ser meu [discípulo]. Para minha mãe [.. .], mas minha verdadeira [mãe] me deu vida. "

102. Jesus disse: "Malditos fariseus! Eles são como um cachorro dormindo na manjedoura: o cão não come nem [deixa] o gado comer".

103. Jesus disse: "Parabéns para aqueles que sabem onde os rebeldes vão atacar. [Eles] podem ir, recolher seus recursos imperiais e estar preparados antes que os rebeldes cheguem."

104. Eles disseram a Jesus: "Venha, vamos orar hoje, e deixe-nos jejuar". Jesus disse: "Que pecado cometi, ou como me desfiz? Em vez disso, quando o noivo deixa a suíte nupcial, deixe as pessoas jejuarem e orarem".

105. Jesus disse: "Quem conhece o pai e a mãe será chamado o filho de uma prostituta".

106. Jesus disse: "Quando você faz os dois em um, você se tornará filho de Adão, e quando você disser: 'Montanha, saia daqui!' vai se mover. "

107. Jesus disse: "O reino (do pai) é como um pastor que tinha cem ovelhas. Um deles, o maior, foi desviado. Ele deixou as noventa e nove e procurou a que encontrava até encontrá-la. Depois de ter labutado, ele disse às ovelhas: 'Eu te amo mais do que as noventa e nove' ”.

108. Jesus disse: "Quem beber da minha boca se tornará como eu; eu mesmo me tornarei essa pessoa, e as coisas ocultas serão reveladas a ele".

109. Jesus disse: "O reino (do Pai) é como uma pessoa que tinha um tesouro escondido em seu campo, mas não o conheceu. E quando ele morreu, deixou-o para seu filho. O filho não o fez". também o conhecia. Ele assumiu o campo e o vendeu. O comprador foi arando, [descobriu] o tesouro e começou a emprestar dinheiro a juros a quem ele desejasse. "

110. Jesus disse: "Aquele que encontrou o mundo e se tornou rico renuncie ao mundo".

111. Jesus disse: "Os céus e a terra se acumularão em sua presença, e quem vive do vivo não verá a morte". Jesus não diz: "Aqueles que se encontraram, deles o mundo não é digno"?

112. Jesus disse: "Amaldiçoe a carne que depende da alma. Amaldiçoe a alma que depende da carne."

113. Seus discípulos disseram-lhe: "Quando virá o reino?" "Não virá observando isso. Não será dito: 'Veja aqui!' ou 'olhe lá!' Pelo contrário, o reino do Pai está espalhado sobre a terra, e as pessoas não o vêem ”. [Dizendo provavelmente adicionado à coleção original em uma data posterior:]

114. Simão Pedro disse-lhes: "Faz com que Maria nos deixe, pois as mulheres não merecem a vida". Jesus disse: "Olha, eu vou guiá-la para torná-la homem, para que ela também se torne um espírito vivo que se parece com você do sexo masculino. Para cada mulher que se faz macho vai entrar no reino dos céus."

Robert J. Miller, ed., The Complete Gospels: Annotated Scholars Version. (Polebridge Press, 1992, 1994).

175 III 6 O Mundo Espiritual III 6.7 - O TAO

O caminho para o Céu

Aquele que enche um vaso até que transborde, ao carrega-lo, espalhará a água por todo o caminho. Aquele que afia em excesso uma faca arruinará o seu corte. Quando um salão está cheio de ouro e jade, seu dono viverá na insegurança. Quando a riqueza e o status conduzirem a arrogância, a ruína virá sem tardar. Quando finda a boa obra e nosso nome começa a tornar-se célebre, esta é a hora de nos recolhermos a obscuridade.

Este é o caminho para o Céu!

Lao Tzu - Tao Te Ching

O que Tao Te Ching significa? Texto de Soon Teo

"O nome que pode ser chamado não é o nome eterno".

Nenhuma das três palavras no título do livro de Lao Tzu é em inglês, então precisaremos olhar os caracteres chineses originais para descobrir o que isso significa.

Primeiro, vamos ver os três personagens como palavras separadas e independentes.

O primeiro caractere "Tao" é 道. Tem vários significados, entre eles é "o caminho" ou "o caminho". Portanto, podemos interpretá-lo como referindo-se aos princípios subjacentes do universo.

O segundo caractere "Te" é 德. Muitas vezes é traduzido como "virtude". Esta é uma tradução muito solta, pois a virtude pode significar coisas diferentes para pessoas diferentes. No contexto do livro, uma tradução mais apropriada seria "a aplicação do Tao".

176 III 6 O Mundo Espiritual

A terceira palavra "Ching" é 经. Pode significar um clássico ou escritura.

Se juntarmos os três caracteres, o título do livro significaria "A Escritura de Tao e Te".

Agora, vamos ler os dois primeiros caracteres "Tao Te" - como duas sílabas de uma palavra. "Tao Te" como palavra é frequentemente traduzido como moralidade. Portanto, o título do livro às vezes é traduzido como "Livro da Moralidade".

A tradução, no entanto, não é realmente apropriada. A moralidade é mais um assunto do confucionismo. O foco de Lao Tzu não está na moralidade, como é ditada pelos homens. O que Lao Tzu quer que façamos é obedecer às leis do universo e não às estabelecidas pelos homens.

Dito isto, deve-se notar que o livro não tinha título quando foi escrito. Lao Tzu não deu um título nem dividiu o livro em capítulos. Tudo isso foi feito por gerações posteriores. Por muitos anos, o livro era conhecido apenas como Lao Tzu, ou seja, o nome do autor. Foi o Imperador Jing (188 aC a 141 aC) da dinastia Han, que lhe deu o título de "Tao Te Ching" que conhecemos hoje.

O livro também é conhecido como Dao De Jing, se você for pelo sistema de pronúncia pinyin. Ao longo dos séculos, também passou por alguns outros nomes, entre eles Cinco Mil Personagens e Shangzhi Jing. Portanto, não se assuste se você ver o título do livro sendo traduzido de outras maneiras.

Não é de admirar que Lao Tzu dissesse no capítulo de abertura do livro: "O nome que pode ser chamado não é o nome eterno".

Tao Te Ching Yogapedia

Tao Te Ching "é uma coleção de versos filosóficos escritos em algum momento entre o oitavo e terceiro séculos aC. A escrita foi tipicamente atribuída ao profeta chinês e supostamente fundador do taoísmo, Lao-tzu, mas os historiadores nem todos concordam com a autoria.

O Tao Te Ching é para o taoísmo o que o Bhagavad Gita é para a filosofia yogue.

Tao Te Ching, que contém 81 versos curtos, foi traduzido como O Livro do Caminho da Virtude, Viver e Aplicar o Grande Caminho e O Clássico do Caminho e da Virtude, entre outros. A palavra tao (ou dao) significa 'caminho'.

Não é apenas a tradução do título que se mostrou difícil. O livro em si foi escrito em chinês antigo, então há uma infinidade de diferentes traduções e interpretações. O assunto pode ser descrito como sabedoria prática para o conselho político.

Alguns exemplos de "Viver a Sabedoria do Tao" do Dr. Wayne W. Dyer, que abrangem os ensinamentos do Taoísmo, são:

“A maior virtude é agir sem senso de identidade. A maior gentileza é dar sem condição ”.

"Um homem contente nunca fica desapontado."

“Um homem verdadeiramente bom não tem consciência de sua bondade e, portanto, é bom. Um homem tolo tenta ser bom e, portanto, não é bom ”.

177 III 6 O Mundo Espiritual “Quando os impostos são altos demais, as pessoas passam fome. Quando o governo é muito intrusivo, as pessoas perdem o espírito. Para agir em benefício do povo; confie neles, deixe-os em paz. ”

Vamos transcrever alguns capítulos do Tao, para entendermos um pouquinho do que se trata.

Tse, Lao. Tao Te Ching: O Livro do Caminho e da Virtude - Textos para Reflexão. Tradução de Rafael Arrais.

Tao Te Ching, Livro 1

Não permita que nenhum desses versos passe por você sem que haja reflexão. Só a reflexão permite que tal sabedoria alcance a alma...

1 - A natureza do Tao

O Caminho que pode ser trilhado não é o Tao Eterno. O nome não é o mesmo que Aquilo que foi nomeado.

Sem manifestar-se, é Aquilo que manifesta o Céu e a Terra. No princípio era o inominável, e então tornou-se a Mãe de todas as coisas.

Para compreender estes segredos, devemos abandonar nossos desejos, e encontrar nossa Vontade. Do contrário, tudo o que perceberemos será somente a sua casca externa.

Seus dois aspectos – manifesto e imanifesto – são em realidade um só. Corre o tempo, e eles assumem nomes diversos. Unificados, são chamados “o Mistério”.

O abismo deste Mistério é o Portal para tudo o que há de sutil e de maravilhoso.

2 - A harmonia dos opostos

Todos neste mundo reconhecem a beleza do que é Belo e, desta forma, reconhecem também a feiura. Todos neste mundo reconhecem a habilidade dos Habilidosos e, desta forma, desejam desenvolver tal habilidade.

Da mesma forma, a existência e a não-existência geram uma a outra. E assim o longo e o curto se delimitam entre si, o alto e o baixo surgem de seu próprio contraste, as notas musicais se harmonizam na própria melodia, e aquele que veio antes demarca o que veio após.

Com este conhecimento, o sábio executa suas tarefas sem agir e ensina sem nada dizer.

178 III 6 O Mundo Espiritual Todas as coisas fluem sem timidez. Elas crescem, e nenhuma interfere no fluxo natural. Sem expectativas nem orgulho, elas realizam o que devem realizar.

É a sua falta de apego ao mérito da realização que faz com que sua energia jamais as abandone.

3 - O lago da Tranquilidade

Ao não exaltar aqueles que são importantes evitamos estimular a rivalidade entre os medíocres. Ao não ostentar as joias raras evitamos que sejam alvo de ladrões.

Ocultar aquilo que excita o desejo dos homens faz com que eles permaneçam sem perturbações.

Dessa forma, o sábio governa aos homens mergulhando suas mentes e seus corpos na Tranquilidade; preenchendo os últimos e esvaziando os primeiros.

Ele alivia o povo da angústia do conhecimento vazio e das garras do desejo desenfreado. Mas aqueles que alcançaram ao Conhecimento de Si, ensina a via da não-ação; pois que quando nos abstemos de intervir reina suprema a ordem universal.

10 - A qualidade misteriosa

Para que a alma inteligente e a alma animal se mantenham unidas é necessário que o amor as abrace.

Quando demos atenção total a nossa respiração e alcançamos sua elasticidade completa, nos tornamos novamente um recém-nascido.

Quando limpamos a mente das visões ilusórias de nossa imaginação, alcançamos a Tranquilidade.

“Que Tranquilidade?” Não há resposta intelectual para tal pergunta.

Deixe que a alma voe livremente entre os indivíduos e a sociedade, sem desejo de status. Enquanto os portões do Céu se abrem

179 III 6 O Mundo Espiritual e tornam a fechar, planemos como as gaivotas.

Deixe que a inteligência penetre todas as regiões, livre da gaiola da intelectualidade.

Aquilo que cria e sustenta toda a vida jamais clama por sua posse. Seu abraço abarca a todos, mas não exige gratidão. Comanda tudo, mas jamais exerce autoridade alguma.

Esta é a “qualidade misteriosa” do Tao.

Tao Te Ching, Livro 2

38. A conexão com o Tao

Aqueles que possuem o mais alto grau de conexão com o Tao não se preocupam em se exibir; dessa forma, estão plenos do Tao. Aqueles que estão somente superficialmente conectados se preocupam em não perder sua conexão; dessa forma, terminam por se distanciar do Tao.

Aqueles plenos do Tao nada fazem com um anseio por resultado em mente; dessa forma, não têm necessidade de fazer nada. Aqueles superficialmente conectados estão sempre agindo sem nenhuma necessidade.

Aqueles plenos do Taoenc ontraram ao mais belo amor, e estão sempre amando sem nenhuma necessidade. Aqueles superficialmente conectados demonstram sua benevolência quando a sociedade assim exige.

Aqueles que se apegam a ideia de propriedade, estão sempre preocupados em exercer sua justiça; mas quando os homens lhes ignoram, ficam enfurecidos e os agridem.

Dessa forma, quando o Tao é perdido, seu atributo logo aparece. Poderíamos chamá-lo “o mais belo amor”.

Quando nos distanciamos do amor, surge a benevolência. Quando nos distanciamos da benevolência, surge a justiça. E quando surge a justiça, aparecem as propriedades.

180 III 6 O Mundo Espiritual Assim, a propriedade é atenuada pela fidelidade e pela boa fé, e isto também anuncia o início da desordem.

A conexão superficial é apenas uma flor do Tao; é o princípio da estupidez. Dessa forma, o grande homem retém apenas a essência, e atira a casca fora. Mora junto ao fruto e não se deixa seduzir pela flor. Eis o que sua Vontade determina.

43. O ensinamento sem palavras

Aquilo que é macio sempre triunfará ante o que é rígido. O etéreo penetra até onde não há frestas. Esta é a vantagem da inércia.

Poucos no mundo compreendem o ensinamento sem palavras; e a virtude que nasce do não agir.

44. O reinado mais rico

O que é mais precioso, a fama ou a vida? O que é mais valioso, as riquezas ou a vida? Manter a vida e perder essas outras coisas, ou manter a fama e as riquezas, e perder a vida, o que lhe trará maior dor e tristeza?

Assim podemos perceber que aquele que se apega a fama rejeita algo ainda maior; se apaixona pelas grandes lojas e abdica de um reinado ainda mais rico.

Aquele que se contenta com o que tem e o que é não deve temer a opinião alheia. Aquele que sabe quando parar, está livre do perigo e reinará sobre si, sem preocupações.

46. O refreamento do desejo

Quando o Tao prevalece no reinado, os belos cavalos de guerra são logo enviados para auxiliar no arado dos campos.

Quando o Tao é esquecido, os cavalos se tornam selvagens a galopar e procriar nas fronteiras.

Não há maior crime do que o desejo desenfreado. Não há maior infortúnio do que a inveja da plenitude alheia. Esta é a origem de toda ruína... 181 III 6 O Mundo Espiritual No entanto, quando estamos contentes com o que já temos, é como se possuíssemos todas as coisas do mundo.

78. Um paradoxo

Não há nada no mundo mais maleável do que a água; quem poderia dizer que bastaria o tempo para que ela vencesse a pedra mais rígida? No fim, a montanha imponente do litoral é vencida pelas ondas humildes.

Não há no mundo quem não conheça tal verdade, mas quão poucos a praticam!

O sábio compreende e aceita as desgraças do seu país, e assim se torna um verdadeiro patriota. Ele permanece paciente ante as desventuras do povo, e assim se torna um digno soberano.

As palavras, quando verdadeiras, nos lembram um paradoxo.

81. O Caminho da simplicidade

As palavras sinceras nem sempre são agradáveis. As palavras agradáveis geralmente não são sinceras. Aqueles que contemplam o Tao não discutem sobre ele.

Aqueles que discutem sobre ele ainda não contemplam o Tao.

Aqueles que compreendem o Tao não são excessivamente intelectuais. Aqueles que são excessivamente intelectuais ainda não compreendem o Tao.

O sábio reflete ao Tao, não o acumula para si. Quando mais o reflete adiante, mais se ilumina.

Quando mais luz encaminha a vizinhança, mais luz possui dentro de si.

Todos os espinhos no Caminho para o Céu: nenhum deles o macula.

Ele realiza a Grande Obra sem qualquer ambição...

182 III 6 O Mundo Espiritual O YIN E O YAN Aoi Kuwan

O símbolo mais conhecido do Taoísmo é o Yin-Yang, ou o Taiji. Sua imagem consiste em um círculo dividido em duas formas semelhantes a gotas de água, cada uma contendo dentro de si um pequeno círculo da cor oposta. O círculo dividido em duas cores opostas, podendo ser apresentado em preto e branco ou vermelho e branco – que são cores opostas para o oriente –, representa o Dois, as duas forças opostas do Universo, o Yin e o Yang, que vem do Um, o Tao, as quais darão origem ao mundo manifesto. O Yin e o Yang, por vezes denominados de o obscuro e o luminoso, respectivamente, são dois conceitos simbólicos que têm origem na observação da natureza: observando uma montanha, os taoístas diferenciaram dois lados em relação à luz, o lado luminoso e o lado sombrio. Yang representa o lado sul da montanha, que é ensolarado; Yin representa o lado norte, que se encontra à sombra. Também os taoístas observaram os rios, no entanto, o lado norte é representado por Yang, pois é nesse lado que se reflete a luz; já Yin representa o lado sul, que está à sombra. O cerne está, portanto, na constatação de um lado luminoso e de um lado obscuro na natureza, que gerou o conceito de Yin e Yang como duas forças opostas do Universo – como duas polaridades opostas.

Mais tarde, diversos atributos foram conferidos a essas duas forças, mas como bem observa Gèrard Edde, tais atributos são relativos: nunca se pode dizer “isto é yin” ou “isto é yang” sem explicar em relação a que isso é yin ou yang. Exemplifica o sinólogo francês: o gelo é mais yin (frio, sólido, passivo) do que a água, mas o vapor é mais yang (quente, ativo) do que a água. Portanto, a água é yang em relação ao gelo, mas yin em relação ao vapor.

Tais atributos são denominados secundários. Isso porque as energias Yin e Yang estão em constante movimento, por isso sua representação em curva. Eles são interdependentes e estão em transformação contínua. Um não poderia existir sem o outro, e cada um contém a essência do outro. A noite se torna dia, e o dia se torna noite. O nascimento se torna a morte, e a morte se torna o nascimento. O Yin se torna Yang e o Yang se torna Yin, e é a repetida alternância do Yin e do Yang que fornece a energia necessária para que o Universo se sustente.

183 III 6 O Mundo Espiritual Linha do tempo da religião na China fonte site Preceden

Dinastia Shang - 1766 aC - 1122 aC

A dinastia Shang criou o conceito da alta divindade chamado Shang-di, o senhor acima. Eles também praticavam uma antiga forma de veneração ancestral que se tornaria substancial para as ideologias confucionista e taoísta.

Dinastia Zhou - 1122 aC - 221 aC

Confúcio viveu e ensinou durante o final desta dinastia. A teoria do yin-yang e a teoria das cinco substâncias foram desenvolvidas. O culto de Tu-di Gong, o "governante da terra". quem controla a fertilidade se generalizou entre as populações majoritariamente agrícolas.

Vida de Confúcio - 551 aC - 479 aC

Conhecido como Mestre K'ung, ele foi o fundador do Confucionismo. Ele desenvolveu os conceitos de justiça e ren. Confúcio começa uma escola particular e começa a ensinar - 522 aC

Vida de Mencius - 372 aC - 289 aC

Mencius foi um discípulo confuciano que fez importantes contribuições para o humanismo do pensamento confuciano. Mencius declarou que o homem era por natureza bom. Mencius foi um idealista que enfatizou a justiça e a humanidade; propuseram a ideia de regra popular; e é creditado com a articulação da famosa ideologia do "Mandato do Céu".

Dinastia Qin - 221 aC - 206 aC

A primeira unificação completa da China, da Ásia central à costa oriental, foi provocada pelo primeiro imperador, que também instituiu uma religião estatal.

Dinastia Han - 200 aC - 220 dC

Durante esse tempo, a entrada do serviço civil foi baseada nos ensinamentos confucionistas. Além disso, textos depositados em tumbas sugerem a noção de que um novo soberano supremo chamado Tian di, mantém registros da alma de cada indivíduo. O conteúdo dos Cinco Clássicos foi oficialmente estabelecido pela primeira vez. A religião do estado desenvolvida nesta dinastia colocou o imperador como sumo sacerdote. Pensamentos taoístas também foram integrados.

Ascensão do Budismo - 220 - 600

Com a chegada do budismo na China, o confucionismo tornou-se menos popular. A escritura Taoísta foi criada - 450

Um efeito da ascensão do budismo à proeminência foi motivar os adeptos do taoísmo a sistematizar seus textos e ensinamentos e criar instituições modeladas segundo os mosteiros budistas.

Dinastia Tang - 618 - 907

A harmonia religiosa ocorreu durante o começo da dinastia. No entanto, o Imperador Wu-zong confiscou os mosteiros budistas e destruiu milhares de textos sagrados. Sua principal motivação para fazer isso foi que mais e mais terras estavam sendo doadas para a comunidade monástica

184 III 6 O Mundo Espiritual budista, isentando-as da tributação. Essa política anti-budista reduziu o domínio do budismo na China.

Dinastia Silla (Coréia) - 668 - 918

Em Kora, o budismo floresceu sob o apoio imperial, uma vez que o país estava unido e os monges coreanos fizeram grandes contribuições para os principais textos.

Dinastia Song - 960 - 1279

O neoconfucionismo mudou-se para o centro da vida religiosa chinesa. Os administradores da dinastia Song restauraram o domínio da aprendizagem confucionista como base para ganhar uma posição no serviço civil.

A Rebelião Taiping -1850 - 1864

A rebelião Taiping foi uma guerra civil maciça no sul da China, levando a cerca de vinte milhões de vidas perdidas. Foi liderado por Hong Xiuquan, que anunciou que ele tinha recebido visões em que ele aprendeu que ele era o irmão mais novo de Jesus.

Religião estatal xintoísta - 1882

A tradição xintoísta foi adotada oficialmente como a religião do estado do Japão.

Mudanças no governo japonês - 1889 - 1890 A nova constituição e as iniciativas do governo japonês baseiam-se fortemente nas doutrinas confucianas, mostrando a forte interação entre religião e estado.

Fundação do neo-xintoísmo 1946

República Popular da China - 1949 - 1976

O Partido Comunista perseguiu monges e sacerdotes de instituições confucionistas e daoísmo. Em 1949, Mao Tsé-Tung, que na época era defensor de valores igualitários e ganhava apoio de base para a promissora equidade, atacou Confúcio por ser um defensor da velha sociedade feudal e da classe dominante.

Revolução Cultural - 1966 - 1976

A Revolução Cultural provocou uma nova perseguição às religiões e adeptos na China.

Mosteiros budistas e templos daoístas reabrem na China - 1984 - 2013

Os monastérios budistas e os templos daoístas reabrem na China, muitos deles com novos monges e freiras residentes, os peregrinos aumentam rapidamente e visitam os principais locais para realizar ritos tradicionais.

Estudo confucionista em escolas apoiadas por estado - 1990 - 2013

Nos anos 90, o confucionismo foi promovido para fornecer ensinamentos morais e neutralizar a decadência e o materialismo trazidos pelas reformas de Deng. No início dos anos 2000, várias escolas abriram-se para ensinar valores confucionistas à geração mais jovem e um instituto foi estabelecido na Universidade de Renmin, dedicado ao estudo de Confúcio e do pensamento confuciano. 185 III 6 O Mundo Espiritual III 6.8 - Bhagavad Gita Textos transcritos de Bhagavad Gita: A sublime canção da Grande Índia - Tradução de Rafael Arrais

O Bhagavad Gita (A canção [gita] do Senhor [Bhagavan; a forma humana da divindade]) é um episódio da imensa e milenar epopeia hindu, o Mahabharata (Grande [maha] Índia [bharata]), que contém 250 mil versos, descrevendo a grande guerra entre os Kurus e os Pândavas, que tinha por objetivo a conquista de Hastinapura, um dos centros mais importantes da antiga civilização ariana. Numa interpretação literal, o livro traz um diálogo existencial entre Arjuna e Krishna.

Arjuna, um dos cinco príncipes dos Pândavas, e o cocheiro de sua carruagem de guerra, seu grande amigo Krishna, em meio ao horror de uma batalha entre dois povos que possuíam muitos laços familiares.

Porém, como bem dizia Joseph Campbell, grande estudioso de mitologia do século XX: Há uma velha história que ainda é válida. A história da busca. Da busca espiritual... Que serve para encontrar aquela coisa interior que você basicamente é. Todos os símbolos da mitologia se referem a você. Você renasceu? Você morreu para a sua natureza animal e voltou à vida como uma encarnação humana?

Na sua mais profunda identidade, você é Deus. Você é um com o ser transcendental. (trecho de O Poder do Mito) Ora, numa interpretação mais profunda do Gita, fica claro que o amigo do príncipe Arjuna é muito, muito mais do que um mero cocheiro.

Nalgumas tradições hindus, Krishna é considerado o avatar (encarnação terrena de uma divindade) do deus Vishnu; e noutras tradições ele é considerado a encarnação do próprio Deus Supremo. Em todo caso, o que nos importa em uma interpretação esotérica da obra é que enquanto Arjuna pode ser associado ao ser ainda nos primeiros estágios de sua busca espiritual, Krishna é a representação do final do caminho: a dissolução do ego e a sua união com o logos divino, o Eu Superior, o Cristo.

A batalha retratada no início da canção deve ser compreendida como o embate interno, da alma com ela mesma, em busca de sua própria reformulação moral, em suma, sua evolução no caminho para conhecer a si mesmaque Arjuna se vê incapaz de participar da guerra entre o seu grupo, os Pândavas, e o grupo adversário, os Kurus. Eis que ambos nada mais são do que a representação de nossos próprios pensamentos: é uma batalha psicológica, uma batalha que todos nós travamos em nosso interior desde o momento em que tomamos consciência de nossa existência – quer compreendamos, quer não...

Os autores do Bhagavad Gita colocam a narração de toda a história na voz de Sanjaya, o fiel servidor do rei cego dos Kurus, Dhritarashtra.

Já os Pândavas são seguidores da rainha Kunti, mãe de Arjuna. Ora, Dhritarashtra, o rei cego de nascença, representa a vida material, ancorada nas forças inferiores do ego; já Kunti representa a pureza da alma, e a vontade de reconexão com a divindade, enfim, nosso lado espiritual. Arjuna, ao perceber que ambos os exércitos fazem parte de si mesmo, que em essência todos são seus parentes, seus irmãos, desperta naquele momento de uma longa existência no mundo das ilusões, o mundo material transitório, e passa a considerar também a existência do mundo da essência, o mundo eterno, de onde vem seu amigo Krishna.

Não se trata, dessa forma, de uma batalha que precise ter um exército vencedor e um derrotado, mas de uma batalha pela reconciliação das forças interiores, para que tanto os Kurus quanto os Pândavas reconheçam, relembrem, que no fim das contas são todos filhos de um mesmo ser.

186 III 6 O Mundo Espiritual E o que Krishna ensina ao príncipe Arjuna no restante desta sublime canção é precisamente que este ser é você!

O DILEMA DE ARJUNA

Os comandantes dos Kurus são apresentados A batalha se inicia com o sopro das conchas Arjuna deseja inspecionar o exército dos Kurus O dilema de Arjuna Arjuna descreve os malefícios da guerra

Sanjaya disse: Ó rei, conforme requisitado por Arjuna, Lorde Krishna conduziu a melhor de todas as carruagens de guerra até o espaço entre os dois exércitos, virada para o lado dos Kurus, e então disse a Arjuna: Contemple a todos os soldados que se apresentaram para a batalha! (1.24-25)

Arjuna viu estarrecido que no outro lado do campo de batalha se encontravam também muitos de seus parentes: pais e filhos, irmão, cunhados, avós e netos, tios e sobrinhos, sogros e genros. (1.26)

O CONHECIMENTO TRANSCENDENTAL

Arjuna continua a defender sua tese contra a guerra Os ensinamentos de Krishna começam pelo verdadeiro conhecimento da alma e do corpo O Espírito é eterno, o corpo é transitório A morte e a transmigração da alma O Espírito indestrutível transcende a mente e a linguagem Lorde Krishna relembra a Arjuna do seu dever como guerreiro A importância do serviço altruísta Os Vedas tratam de ambos os aspectos da vida, o material e o espiritual

Uma parte dos Vedas trata de três qualidades da natureza material – o julgamento moral, a paixão e a ignorância – e nos instruí a nos elevarmos acima delas. Para tal, devemos nos libertar dos pares de opostos, procurarmos estar sempre tranquilos e serenos, e ignorar os pensamentos de aquisição e preservação dos bens materiais. Somente através desta elevação é que poderemos tomar consciência de quem somos realmente, ó Arjuna. (2.45)

A teoria e a prática do Karma-Yoga

Você tem o controle tão somente da vontade em realizar o seu dever, mas não tem direito ou garantia dos resultados de sua obra. Dessa forma, você não deve nunca estar inativo, e jamais basear a sua motivação nos frutos do seu trabalho, apenas na alegria de cumprir o seu dever. (2.47)

Os yogis que praticam o Karma-Yoga se tornam libertos das amarras do renascimento ao renunciarem aos frutos de todo e qualquer trabalho, e atingem o bem-aventurado estado da mente salva de toda e qualquer aflição, aflição, o Nirvana. (2.51)

Quando sua razão perfurar por completo o véu da ilusão, quando o mero intelecto ascender à inteligência que vê as coisas do alto, então você se tornará indiferente ao que já foi dito e ainda está para ser dito acerca das escrituras sagradas, ó Arjuna. (2.52)

Características de uma pessoa auto-realizada

187 III 6 O Mundo Espiritual Lorde Krishna disse: Quando uma pessoa se vê completamente livre de todos os desejos da mente e se encontra conectada ao Espírito eterno, compactuando da sua alegria, então esta é uma pessoa iluminada, ó Arjuna. (2.55)

Uma pessoa cuja mente permanece imperturbável ante a tristeza, que já não deseja os prazeres do mundo, e que é completamente livre dos apegos de todo tipo, do medo e da raiva, merece o título de sábio iluminado, embora ela mesma tampouco se apegue a tal título. (2.56)

A mente e o intelecto de uma pessoa se tornam estáveis quando não estão apegadas a coisa alguma, quando não se exaltam ao conquistar os resultados desejados e não se perturbam com os resultados indesejados. (2.57)

Quando alguém consegue retrair completamente os seus sentidos dos objetos sensoriais, assim como uma tartaruga retraí suas patas e cabeça em seu casco quando necessita descansar, então a mente e o intelecto dessa pessoa são considerados estáveis. (2.58)

O desejo pelo prazer dos sentidos desvanece quando a mente se abstém dos objetos sensoriais. No entanto, parte deste desejo ainda perdura, de forma bastante sutil. Tal desejo sutil só é vencido completamente quando conhecemos o Espírito eterno em nós mesmos. (2.59)

O perigo dos desejos não refreados

Após haver controlado nossos próprios sentidos, devemos então nos concentrar no Espírito eterno e contemplar o amor que permeia a tudo. Nosso intelecto e nossa mente se mantêm estáveis quando nossos sentidos estão assim, completamente domesticados. (2.61)

Quem, ao contrário, não consegue manter sua mente desapegada dos objetos sensoriais, acaba sendo atraído e enlaçado nesta rede ilusória. O desejo desenfreado pelos objetos sensoriais vem do apego que fugiu ao controle, e a raiva surge dos desejos não realizados. (2.62)

As desilusões e as ideias radicais nascem da raiva. A mente é aturdida pela desilusão, e a razão é completamente perdida. Quando a razão se encontra perdida, o caminho até o Espírito não pode mais ser percebido, e todas as vias nos levam a andar em círculos. (2.63)

A conquista da paz e da felicidade através do conhecimento e do controle dos sentidos Uma pessoa que disciplinou sua mente, e aproveita os objetos sensoriais com os sentidos domesticados e livres tanto do apego quanto da aversão, alcançou a tranquilidade. (2.64)

O CAMINHO DO SERVIÇO

Por que devemos servir aos outros? Já aquele que controla seus sentidos pela domesticação dos pensamentos, mantém sua mente e seu intelecto purificados no constante contato com o Espírito, e pratica o serviço altruísta para com todos os demais, este é chamado de sábio. (3.07*)

“Ajudar ao próximo” é o primeiro conselho do Criador

Segundo as antigas doutrinas, o Criador gerou os seres humanos através de um gesto amoroso, e em seguida lhes aconselhou com muita sabedoria: Ao servir e ajudar seus irmãos e irmãs, todos irão prosperar juntos. O serviço altruísta preencherá todos os seus desejos. (3.10)

Todas as ações são ações da natureza

Todas as ações provêm das forças da natureza, pois todos pertencemos a ela. Mas devido a ilusão da ignorância, há muitos que creem que as suas ações se originam somente neles. (3.27) 188 III 6 O Mundo Espiritual Aquele, no entanto, que conhece a verdade acerca das forças da natureza, e de como cada ação é engendrada desde a origem, deixa de se preocupar tanto com a assinatura quanto com os resultados de suas ações. Tal pessoa sabe que as forças da natureza tão somente se utilizam de nossos organismos como instrumentos para a realização de suas próprias obras. (3.28)

Dois grandes obstáculos no caminho para a perfeição

Os objetos sensoriais atraem ou repelem nossos corações, pois nossos sentidos estão lidando constantemente com eles. Mas não devemos ser controlados pela afeição ou pela rejeição, pois tais são os dois grandes obstáculos entre nós e a autorrealização. (3.34)

A luxúria é a origem do pecado

Arjuna disse: Ó Krishna, então me diga qual é essa força misteriosa que impele os seres a praticar o mal, até mesmo contra a própria vontade? (3.36)

Lorde Krishna disse: É a luxúria nascida das paixões que se torna raiva quando não é saciada. Em verdade, a luxúria é um grande demônio, já que nunca pode ser plenamente saciada. É ela o nosso grande inimigo. (3.37)

Assim como a chama é envolvida pela fumaça, e um espelho pela poeira, e assim como uma criança prestes a nascer ainda é envolvida pelo útero, da mesma forma, o autoconhecimento e a autorrealização são cobertos por inúmeros véus de luxúria insaciável. Tal é o inimigo eterno dos sábios. (3.38-39)

A luxúria tem grande sede, e ao se saciar através dos sentidos e da mente, confunde nossa alma, e obscurece o caminho do autoconhecimento. (3.40)

O CAMINHO DA RENÚNCIA COM CONHECIMENTO

O propósito da encarnação divina Lorde Krishna disse: Eu e você temos renascido muitas e muitas vezes, ó Arjuna. A diferença é que eu sou consciente de todos os meus renascimentos, enquanto você os esqueceu. (4.05)

Escuta este mistério: Embora eu seja eterno, imutável, e senhor de todos os seres, eu também posso me manifestar no mundo material através da manipulação das energias naturais que, afinal, emanam de mim mesmo. (4.06)

Ó Arjuna, sempre que há um declínio da virtude (dharma), e uma ameaça da predominância do vício (adharma), eu volto a me manifestar. Assim é que apareço e reapareço neste mundo, de tempos em tempos, para proteger a virtude, restabelecer aqueles que caíram no vício, e assegurar que os seres continuem caminhando à frente. (4.07-08)

O CAMINHO DA RENÚNCIA

Arjuna perguntou: Ó Krishna, você exalta o caminho do conhecimento transcendental, assim como o caminho do serviço altruísta (Karma-Yoga). Pois me diga, afinal, qual deles é o melhor? (5.01)

Lorde Krishna disse: Ambos os caminhos conduzem ao alvo supremo. No entanto, o caminho do serviço altruísta é preferível ao do conhecimento, pois é mais simples se aproximar do alvo pela prática da ação do que pela prática da observação. (5.02)

189 III 6 O Mundo Espiritual O CAMINHO DA MEDITAÇÃO

Lorde Krishna disse: Aquele que cumpre o seu dever sem se preocupar com os frutos de suas ações é um yogi, um praticante da verdadeira renúncia. Porém, alguém não se torna um renunciante apenas por se abster de acender o fogo; e da mesma forma, alguém não se torna um yogi somente pela renúncia a ação. (6.01)

AUTOCONHECIMENTO E ILUMINAÇÃO

Eu irei lhe ensinar tanto o autoconhecimento quanto a iluminação, como caminhos enredados e indissolúveis. E, após haver compreendido, nada lhe restará de relevante para saber deste mundo. (7.02)

São poucos, pouquíssimos os seres que, em meio as grandes multidões, têm discernimento suficiente para buscarem a autorrealização. E, mesmo entre esses poucos que iniciam o caminho, são ainda mais raros os que um dia chegam a me contemplar como realmente sou, face a face. (7.03)

A matéria, a consciência e o Espírito

A substância elementar da minha natureza material se divide em oito formas distintas: terra, água, fogo e ar; e então éter, mente, intelecto e a consciência individual, o ego. (7.04) P orém, além dessas formas da minha natureza material, há também a minha natureza espiritual, que lhe é superior: o Espírito eterno que preenche, dá vida e sustenta a todo o universo, ó Arjuna. (7.05)

Saiba que todos os seres surgiram e evoluíram de tais substâncias elementares. O Espírito eterno, porém, é o único agente de criação e dissolução em todo o universo. (7.06)

O ESPÍRITO ETERNO

Lorde Krishna disse: O Espírito eterno é a essência de onde emanam todas as coisas, a Alma das almas, a vida universal. A sua natureza se manifesta em todos os seres, na evolução de sua capacidade de cognição e consciência, e em seu desejo de se reaproximar do eterno. O karma nada mais é do que um reflexo da ação criativa do Espírito, que faz com que os seres nasçam e realizem ações. Ora, para toda ação há uma reação, ó príncipe. (8.03)

A hora da morte

Aquele que, mesmo na hora da morte, mantém todo o seu pensamento em mim, irá se dirigir diretamente para mim e mergulhar em minha essência, disto não há dúvida. (8.05)

Aquele, porém, que pensa em qualquer outro ser, divindade ou agente celestial na hora da morte, irá se encaminhar diretamente a ele. Pois o semelhante atrai o semelhante. (8.06)

Os ciclos da Criação

Na manhã de cada Dia de Brama, todas as coisas são novamente imaginadas. Então, quando vem à noite, tudo retorna ao seu sono divino. Aqueles que possuem este conhecimento sabem que toda a Criação passa por ciclos de surgimento e destruição. (8.17-18)

190 III 6 O Mundo Espiritual O CONHECIMENTO SUPREMO E O GRANDE MISTÉRIO

Lorde Krishna disse: Eu irei lhe revelar o mais profundo conhecimento transcendental e o grande mistério transcendente, ó Arjuna, pois o seu coração está pronto e livre de contradições. Após compreender corretamente tais ensinamentos, você se verá livre de todas as misérias deste mundo. (9.01)

O conhecimento de si mesmo é a coroação de todos os conhecimentos. Tal conhecimento interno é o mais secreto dos conhecimentos. É profundamente sagrado, perceptível em seu todo somente com a ajuda da intuição, nos conduz ao reto caminho, uma vez compreendido é muito simples de ser praticado e, finalmente, é um conhecimento que reside além do tempo. (9.02)

Ó Arjuna, aqueles que não têm fé neste conhecimento não conseguem chegar até mim, e permanecem andando em círculos, através dos ciclos de nascimento e morte. (9.03)

A MANIFESTAÇÃO DO ABSOLUTO

Lorde Krishna prossegue: Ó Arjuna, agora ouça com muita atenção a doutrina mais importante que vim lhe expor, pois você me é muito querido, e eu lhe desejo o bem supremo. (10.01)

Tudo vem do Espírito eterno Nem os agentes celestiais nem os mais sábios dentre os sábios conhecem a minha origem; tampouco as divindades, e nem mesmo as almas mais elevadas dos mundos celestes... Isto porque sou eu a origem de todos eles. (10.02)

A VISÃO DA FORMA CÓSMICA

Arjuna disse: A minha ignorância é dissolvida pela profunda sabedoria de suas palavras, ó senhor. Você me fala com carinho sobre os grandes mistérios do Espírito, e o meu coração se abre para a sua generosidade. (11.01)

Se você julga que eu esteja preparado para lhe ver face a face, se eu posso ter o privilégio de ver a sua forma cósmica e transcendente, ó senhor, então me mostra! (11.04)

Lorde Krishna disse: Ó meu amigo, contempla então como minhas manifestações, ainda que sejam milhares, milhões, nas mais variadas cores e formas, são todas elas parte de minha substância eterna. Mergulha o seu olhar em mim, e observa os reinos das divindades, dos agentes celestiais e das almas iluminadas. Vê também como há muitas maravilhas e seres misteriosos dos quais nunca pôde sequer imaginar. Abre bem seus olhos, pois a visão de todo o universo, com todos os seus seres, animados ou inanimados, flutuando no oceano profundo do meu ser, é uma imagem que será lembrada para sempre! (11.05-07)

Mas saiba, ó príncipe, que não é com os olhos do seu corpo que poderá ver tudo o que existe em mim. Para tal, eu lhe concedo uma nova visão, e abro a pálpebras do seu olho espiritual, para que assim possa me ver como realmente sou, e contemplar a minha natureza mística. (11.08)

O CAMINHO DA DEVOÇÃO

Arjuna perguntou: Daqueles devotos que desejam alcançar o seu refúgio, qual deles são os melhores yogis, os que meditam e se conectam ao seu aspecto pessoal e manifesto, ou aqueles que focam a sua mente em seu aspecto universal e sem forma definida? (12.01)

Lorde Krishna disse: Considero os melhores yogis aqueles que me amam como um aspecto pessoal, com intimidade e familiaridade, pois esses terão maior facilidade em me imaginar ao seu lado. (12.02) 191 III 6 O Mundo Espiritual A CRIAÇÃO E O CRIADOR

Arjuna disse: Ó Krishna, agora me ajuda a compreender o que são exatamente o corpo e a matéria, e o que é a sua essência espiritual. Qual a diferença entre o inanimado e o animado, entre o mundo e aquele que conhece o mundo, entre a Criação e o Criador? (13.01)

Lorde Krishna disse: Ó Arjuna, este corpo físico, assim como o universo em miniatura que é representado em uma mente, podem ser chamados de “campo da criação”. E, aos sábios que conhecem tais mistérios, pois que souberam olhar para dentro de si mesmos, nós chamamos de “conhecedores do campo”. (13.02)

Ó príncipe, saiba que eu sou o conhecedor do campo em todos os campos, o Criador de toda esta infinita Criação. A verdadeira compreensão do que distingue o campo daquele que observa o campo é, para mim, a mais alta sabedoria e o mais profundo conhecimento transcendental. (13.03*)

AS TRÊS QUALIDADES DA NATUREZA MATERIAL

Lorde Krishna disse: Ó Arjuna, ainda vou lhe aprofundar nos ensinamentos da grande sabedoria. Aqueles que a compreenderam inteiramente jamais tiveram a necessidade de retornar a este mundo após haverem partido. (14.01)

Aqueles que encontraram refúgio neste conhecimento transcendental se imergiram e se unificaram em mim. Dessa forma, ainda que todo o universo se dissolva, e que outro surja em seu lugar, eles não serão afligidos. (14.02)

Todos os seres nascem da união do Espírito com a natureza material A minha natureza material é o ventre onde insiro a semente da consciência, e assim dou origem a todos os seres, ó Arjuna. (14.03)

Quaisquer que sejam as formas dos seres nascidos desta infinitude de ventres, ó príncipe, é a natureza material a mãe cósmica onde todos são gestados, e o Espírito o seu pai. (14.04)

O ESPÍRITO SUPREMO

Lorde Krishna disse: O universo pode ser comparado a uma árvore invertida, cujas raízes estão fincadas no Espírito eterno, e cujos galhos se projetam para baixo, sobre os mundos. Tal árvore é imperecível, e os hinos dos Vedas são as folhas que nascem de seus galhos. Assim, aquele que conhece esta árvore é um conhecedor dos Vedas. (15.01)

Os galhos de tal árvore estão espalhados por todo o cosmos, recaindo do céu para a terra. A seiva que a mantém viva é a representação das qualidades da natureza material. Os seus brotos representam os objetos sensoriais. Os pequenos galhos que chegam até o ego representam as ações humanas engendradas neste mundo, cheias de desejos, e que prendem os homens aos ciclos do karma. (15.02)

A luz eterna O início e o fim do seu tronco, assim como a sua verdadeira forma, não são percebidos por quem vive neste mundo. No entanto, ao cortar a árvore com o poderoso machado do discernimento, é possível buscar aquele refúgio eterno e elevado, que uma vez alcançado, nos liberta da necessidade de retornar a terra. Ó príncipe, aquele que deseja tal liberdade deve estar sempre com este pensamento em mente: “No ser que é a fonte de todas as coisas, eu erguerei meu refúgio, e me verei livre dos galhos emaranhados de tal árvore”. (15.03-04)

Aqueles que se libertaram da ilusão e do orgulho, que cortaram as raízes do apego e dos desejos, que residem sempre em sua morada interior, com sua luxúria e seu ego devidamente podados,

192 III 6 O Mundo Espiritual vivem libertos das dualidades, e já não se abalam com o prazer ou com a dor. São esses os sábios que se encaminham para mim. (15.05*)

O DIVINO E O DEMONÍACO

Lorde Krishna disse: Ó Arjuna, eis algumas das características dos seres que já se encaminham a passos largos para mim: Bravura, pureza de coração, perseverança na busca do autoconhecimento, caridade, desapego dos prazeres, domínio dos sentidos, religiosidade, austeridade e honestidade. Cultivo da não violência, sinceridade, mansidão, tranquilidade, boa vontade, compaixão para com todas as criaturas, gentileza, modéstia, discrição e firmeza. Fortaleza, paciência, constância, dedicação, bem como a ausência da luxúria, da malícia e do orgulho. (16.01-03)

E agora, ó príncipe, eis algumas das características dos seres que andam em círculos, e não conseguem se aproximar do meu refúgio: Hipocrisia, arrogância, orgulho, aspereza, brutalidade e ignorância. (16.04)

As primeiras qualidades são divinas, e encaminham para a salvação. As últimas são demoníacas, e mantêm os seres presos as amarras do karma. Mas não se aflija, ó Arjuna, pois você tem cultivado as qualidades divinas, e o seu caminho até mim está desobstruído. (16.05)

Os sábios e os ignorantes

No fundo, há somente duas espécies de seres humanos neste mundo: Os sábios, que são divinos; e os ignorantes, que são demoníacos. Já tenho lhe falado muito acerca dos sábios, ó príncipe, então chegou a hora de lhe falar mais sobre os seres demoníacos. (16.06)

Os ignorantes não conhecem nem a sua origem nem o seu fim; eles não sabem diferenciar quais pensamentos e ações os conduzirão até mim, nem quais os manterão presos em seus charcos de desejos desenfreados por ainda muito tempo; neles não há pureza, nem moralidade, tampouco sinceridade. (16.07)

Eles dizem: “O mundo é vago e sem substância, nele não há ordem, nem justiça, nem divindades. Não há um Espírito, e tudo o que veio a nascer é fruto do acaso. O único objetivo desta vida é gozar dos prazeres sexuais e materiais enquanto for possível!” (16.08)

E assim, eles vivem vidas pequenas, ancoradas nessas ideias menores. Tais almas degradadas, de pensamento mesquinho, são os inimigos do avanço da humanidade e a praga deste mundo. (16.09)

Eles estão dominados por desejos insaciáveis, mas creem que eles são o mais alto bem. Assim, jamais encontram a satisfação, pois assim que um desejo é saciado, logo nascem outros, e cada vez mais poderosos. Tais seres são hipócritas e vaidosos, e seguem cegos da luz divina, na mais profunda ilusão. (16.10)

Como creem que nada passa da morte, são obsidiados por uma ansiedade perpétua, pois buscam satisfazer todos os desejos possíveis no curto espaço de uma vida. (16.11)

Enredados nas teias do desejo, escravizados pela luxúria, martirizados pela raiva, eles fazem tudo ao seu alcance para acumular riquezas materiais e assim poder satisfazer os seus desejos, mal sabendo que estão a forjar os seus próprios grilhões. (16.12)

Eles dizem: “Hoje eu obtive isso, e amanhã ainda obterei aquilo. Sou livre, e assim posso desejar o que bem quiser. Hoje já conquistei alguma riqueza, e amanhã ainda terei muito mais! Este inimigo já foi derrotado por mim, e aquele outro ainda irei derrotar um dia. Todos serão vencidos, pois eu

193 III 6 O Mundo Espiritual sou o senhor do mundo. Sou bem sucedido, poderoso e feliz! Eu sou rico e pertenço à nobreza. Onde está alguém que possa me igualar? Eu sou bom, e por isso distribuo esmolas para os pobres coitados do populacho, para que assim se espalhe a minha fama de caridoso e magnânimo!” É assim que os engana a sua própria ignorância. (16.13-15)

A LIBERTAÇÃO PELA RENÚNCIA

Arjuna disse: Ó Krishna, quisera eu conhecer a natureza da renúncia e do sacrifício, e a diferença entre ambas. (18.01)

Lorde Krishna disse: Os sábios definem a renúncia como a abstenção de todos os atos originários dos desejos do ego. Eles também dizem que o sacrifício é o abandono e a libertação do apego do ego aos frutos de todas as nossas ações. (18.02)

Alguns filósofos argumentam que toda a ação é cheia de erros, e que devemos nos abster de agir conscientemente. Outros pensadores defendem que os atos de oferta de sacrifícios, de caridade e de ascetismo jamais devem ser abandonados. (18.03)

Os atos de oferta de sacrifícios, de caridade e de ascetismo não devem mesmo ser abandonados, pois que eles purificam os sábios e os yogis. (18.05)

No entanto, tais ações devem ser praticadas sem nenhuma espécie de apego aos frutos do trabalho realizado. Este é o meu conselho definitivo sobre o assunto, ó Arjuna. (18.06)

III 6.9 Budismo

O budismo é uma religião não-teísta que se originou no século 5 aC com Siddhartha Gautama, também conhecido como "o Buda". Quando Gautama, um príncipe indiano, alcançou a iluminação, ele começou a viajar para ensinar aos outros como acabar com o sofrimento se desembaraçando dos apegos mundanos. A religião se espalhou por toda a Ásia nos primeiros séculos da era cristã e depois se espalhou para o oeste, quando os viajantes europeus entraram em contato com os países Orientais.

Budismo Chinês e Tibetano

O budismo Chinês e Tibetano inclui as práticas Hinayana e Mahayana. No entanto, a prática do Budismo Tibetano é construída em torno das práticas vajrayanas. O segundo nível do Budismo é chamado Mahayana. A principal diferença entre este nível e Hinayana é que o primeiro inclui o conceito de compaixão.

O rosto mais conhecido do budismo tibetano é o Dalai Lama, que vive exilado na Índia desde que fugiu da ocupação chinesa de seu país em 1959. O Budismo Tibetano combina os ensinamentos essenciais do Budismo Mahayana com o Tântrico e o Xamânico e o material de uma antiga religião Tibetana chamada Bön.

Theravada, a forma mais antiga de Budismo, é a escola dominante no Sudeste Asiático (Tailândia, Myanmar / Birmânia, Camboja e Laos).

O Budismo Mahayana se desenvolveu a partir da tradição Theravada cerca de 500 anos depois que o Buda alcançou a Iluminação.

194 III 6 O Mundo Espiritual Embora muitas escolas de budismo tenham nascido na China, hoje a maioria do Budismo Chinês, especialmente no leste da China, é uma forma de Terra Pura. Chan, o Zen chinês, também ainda atrai praticantes.

As maiores diferenças entre o Budismo Tibetano e o Budismo Chinês não são tão grandes quanto as maiores semelhanças. O fio condutor do Budismo transcende todas as seitas variadas e se desvia muito pouco de Theravada para o Mahayana, para o Chinês, para o Zen e para Vajrayana. A maioria das diferenças não está no Budismo, mas na cultura que está embalando o Budismo. Ainda assim, as escolas tibetanas se misturaram significativamente com a religião Bön. Este fator criou algumas singularidades:

1. O relacionamento guru-discípulo. O Budismo Tibetano ensina que nenhum relacionamento é mais importante que o relacionamento guru-discípulo. O caminho de Vajra não pode ser totalmente iniciado sem um guru.

2. Divindades protetoras iradas. Quando Padmasambhava trouxe o budismo para o Tibete, ele teve que conquistar as divindades pré-existentes lá. Em vez de matá-los ou destruí-los, ele os converteu ao budismo. Eles mantiveram sua aparência irada, mas agora incorporam vários ensinamentos / temas do Budismo.

3. Transformação do Desejo. A maioria das seitas Budistas tenta erradicar ou extinguir o desejo. O caminho Vajra usa a energia inerente no desejo de ver através e transformá-lo. Este é o caminho do Tantra. Muitas vezes distorcida como um caminho sexual, a Tantrayana procura aproveitar a poderosa energia do desejo e usá-la como uma ferramenta para o despertar.

4. A instituição do Dalai Lama. Isso não apenas se desvia do budismo chinês Han, mas de todas as outras seitas Budistas. Mesmo no Vajrayana, principalmente a escola Gelug atribui o significado do Dalai Lama, um remanescente do domínio Mongol. O título do Dalai Lama foi concedido pela primeira vez em 1578 por Altan Khan a Sonam Gyatso. O que isso significa, no entanto, ainda está em debate.

O Livro Tibetano dos Mortos

É a obra mais conhecida da literatura Nyingma e é conhecida no Ocidente como o Livro Tibetano dos Mortos. O texto tibetano descreve e pretende guiar as experiências que a consciência tem após a morte, no bardo, o intervalo entre a morte e o próximo renascimento. O texto também inclui capítulos sobre os sinais de morte e rituais a serem realizados quando a morte está se aproximando ou ocorreu.

Usado vagamente, 'bardo' é o estado de existência intermediário entre duas vidas na terra. De acordo com a tradição Tibetana, depois da morte e antes do próximo nascimento, quando a consciência da pessoa não está conectada com um corpo físico, experimenta-se uma variedade de fenômenos. Partes deste tema, já foram apresentados no capítulo NDE - Near Death Experiences.

O Bardo Thodol (Tibetano: W དོ་ ཐོས་ gོལ, "Libertação Através da Audição Durante o Estado Intermediário") é um texto de um corpo maior de conhecimentos, o Dharma Profundo da Auto- Libertação através do Intenção dos pacíficos e coléricos, revelada por Karma Lingpa (1326–1386).

O texto Tibetano descreve e pretende guiar as experiências que a consciência tem após a morte, no bardo, o intervalo entre a morte e o próximo renascimento.

Livro I: O Bardo Chikhai e o Bardo Chönyid Livro II: O Bardo Sidpa 195 III 6 O Mundo Espiritual Timeline do Budismo fonte: SoftSchools.com

Data Evento 490 BC Siddhartha Gautama nasce (c. 490 BCE).

Enquanto os estudiosos debatem a data exata, muitos concordam que Siddhartha Gautama nasceu provavelmente por volta de 490 aC no norte da Índia (a cronologia indiana data de seu nascimento a 448 aC). Seus pais pertencem à casta Shakya e seu pai é um respeitado chefe da comunidade. Embora ele seja relativamente rico, Gautama está exposto ao sofrimento humano desde cedo..

461 BC Gautama parte em busca de uma solução para o sofrimento (c. 461 BCE).

Por volta dos 29 anos, Gautama tem uma crise pessoal ao perceber que não está imune ao sofrimento da velhice, da doença e da morte. Ele sai de casa por volta de 461 aC para procurar uma solução para o sofrimento humano. Por cerca de seis anos ele pratica yoga e experimenta um ascetismo extremo enquanto tenta encontrar respostas.

455 BC Gautama torna-se Buda (c. 455 BCE).

Depois de perceber que o ascetismo extremo não o ajudará a resolver o problema do sofrimento humano, Gautama se senta sob uma figueira e se ilumina. Ele é conhecido como "o Buda" ou "o iluminado". Ele percebe que seu pensamento era o único obstáculo para se libertar de seus cuidados, e que, se ele se separar de seus desejos humanos, não sofrerá mais…

455 BC Gautama ganha seus primeiros seguidores (c. 455 BCE).

Depois de se tornar o Buda, Gautama faz seu primeiro sermão em um parque de cervos chamado Sarnath, perto da cidade de Varanasi. Conhecido como o tempo em que o Buda "acionou a roda da lei", este sermão é a primeira vez que ele explica as quatro nobres verdades, o caminho óctuplo para acabar com o sofrimento e o caminho intermediário entre o ascetismo e o luxo. Pouco depois, Gautama ganha seus primeiros discípulos, Sariputra e Mahamaudgalyayana, e a comunidade monástica da Sangha é estabelecida.

410 BC Gautama dies(c. 410 BCE).

Em algum momento entre 410 e 370 aC, Gautama morre, após cerca de 45 anos de pregação em torno do norte da Índia. Ao viajar para fazer sermões, ele aceita uma refeição de um ferreiro, mas a comida o deixa doente. Antes de morrer, ele pede que seus discípulos continuem divulgando seus ensinamentos..

196 III 6 O Mundo Espiritual

386 BC A escola Mahasanghika emerge (c. 386 BCE).

Por volta de 386 aC, o Segundo Concílio Budista é realizado em Vaishali. Uma disputa se desenvolve sobre a disciplina monástica, e alguns seguidores argumentam que o Buda tinha os atributos de um deus. Como resultado, o budismo fragmenta-se em duas escolas, a tradicional linha Sthaviravada e a mais controversa escola Mahasanghika.

261 BC O imperador Ashoka adota o Budismo na India como Religião de Estado (c. 261 BCE).

O imperador Ashoka, que governa a Índia entre 268 e 232 aC, adota o budismo como religião do Estado indiano depois de lamentar a carnificina da guerra. Sob seu patrocínio, os missionários budistas viajam pela Ásia, os monges recebem influência política e as idéias budistas são geralmente aceitas. O governo de Ashoka desempenha um papel crucial na disseminação do budismo.

100 Surge a escola Mahayana (1st century CE).

As duas escolas do budismo continuam a se transformar ao longo dos séculos. No primeiro século EC, a escola Mahayana surge no norte da Índia. Essa linha é mais flexível e está disposta a mudar a doutrina, dependendo dos costumes e crenças locais, e se espalha rapidamente por toda a Ásia. Hoje, o budismo mahayana é encontrado no Nepal, no Tibete, na China, no Japão, na Mongólia, na Coréia e no Vietnã.

148 Um Centro de Tradução é estabelecido na China.

Em 148, An Shigao, um tradutor budista, estabelece um centro de tradução em Luoyang, a capital imperial da China. O budismo é mais provavelmente introduzido na China graças à Rota da Seda durante a dinastia Han (206 aC - 220 dC), enquanto os missionários budistas Mahayana acompanham as caravanas de comerciantes ao longo da rede de rotas comerciais. 372 O budismo é introduzido na Coréia.

372 O Budismo é introduzido na Korea.

Sob o reinado do Rei Sosurim do Reino de Koguryo, o budismo entra na Coréia em 372. Enquanto os registros oficiais da corte observam essa data, evidências arqueológicas sugerem que o budismo entrou na Coreia antes. 538 O budismo é introduzido no Japão (c. 538).

538 O Budismo é introduzido no Japão (c. 538).

O governante do reino coreano Baekje apresenta uma imagem do Buda, bem como pergaminhos, ao imperador japonês Kimmei em 538, introduzindo assim oficialmente o budismo no Japão. Depois de alguma disputa, o imperador japonês aceita a religião, e é declarada a religião oficial 40 anos depois. O budismo rapidamente se torna o centro da cultura japonesa.

197 III 6 O Mundo Espiritual

617 O Budismo é introduzido no Tibete (c. 617).

Durante o reinado do imperador tibetano Songtsen gampo (617 - 649), o budismo é oficialmente introduzido no Tibete, de acordo com os registros do tribunal. No entanto, mercadores e missionários budistas estiveram em contato com os tibetanos muito antes. O budismo absorve elementos das religiões tibetanas e se torna um poderoso sistema de crenças na região, mas tanto os budistas chineses quanto os indianos tentam influenciar seu desenvolvimento

794 O Tibete escolhe seguir o Budismo Indiano.

Entre 792 e 794, o mosteiro tibetano de Bsam yas realiza uma série de debates entre budistas chineses e indianos, já que cada grupo luta pela influência na região. Em 794, os debates são decididos em favor do Budismo Indiano e as traduções de fontes chinesas são abandonadas.

1253 O Budismo é introduzido no Ocidente.

Em 1253, o monge franciscano flamengo Guilherme de Rubruck inicia uma viagem de três anos para o Oriente, na esperança de aprender mais sobre os mongóis. Seu relato subsequente apresenta os ocidentais ao Budismo, o primeiro desde que estudiosos clássicos escreveram sobre o Budismo. Durante a era colonial, o interesse ocidental pelo Budismo aumenta. 10 de março de 1959 A revolta tibetana aumenta o interesse ocidental pelo Budismo Tibetano.

Março 10, 1959 A Revolução Tibetana aumentou o interesse Ocidental no Budismo Tibetano.

Em 10 de março de 1959, o Tibete se rebelou contra o controle do Partido Comunista Chinês, lançando assim a Revolta Tibetana. O Dalai Lama foge do Tibete, que reivindica a independência da China, e o interesse ocidental pelo budismo tibetano aumenta consideravelmente.

198 III 6 O Mundo Espiritual

III 6.10 - A Cabala

A Cabala é uma tradição judaica. Ao longo do tempo, tem incorporado a tradição esotérica ocidental, como mostram as palavras Tetragramaton , Notarikon, Gematriah, e inclusive sendo mais tarde associada a diversos outros ramos das ciências ocultas, como a chamada Kabbalah Cristã, de tal modo que hoje forma um corpo de conhecimento praticamente universal.

Dentre seus mais destacados mestres judeus, podemos citar: Rabi Akiva - autor do Sepher Yetzirah; Rabi Shimeon bar Yohay - autor do , Rabi Nehuniah ben Hakanah - autor do Bahir; Rabi Moshe ben Maimon - RaMBaM - Autor da Mishné Torah, Rabis Moses de Leon, Moses Luzzato, Moses Cordovero e - O Ari, todos grandes Cabalistas.

A MEDITAÇÃO DOS CABALISTAS JUDEUS Do meu texto da Cabala e o Tarô, no site eon.com.br

Com a alma suficientemente limpa através das práticas étnicas e espirituais centradas na Consciência, e no caminho da perfeição (Mitzvah), o místico está então preparado para refletir uma visão do Absoluto; como nos relata Perle Epstein em seu livro “Kabbalah".

Ainda que este estágio não seja classificado como "união", é bastante elevado. O místico não se sente mais uma criatura mínima, insignificante, separada por eons em tempo e espaço de seu Criador, mas agora vê a Deus como seu amigo querido (dodi).

Mesmo nesse nível elevado, o amante aproxima-se de seu objetivo em estágios; a interdependência da cadeia inteira de mundos ao longo da Árvore Cósmica lhe permite trabalhar com o Amor que ele obteve com o Despertar da Consciência para o conhecimento de Deus, Sua Idéia e Seu mundo que são Um. Portanto no microcosmo correspondente de sua própria alma, o pensamento, a fala e a ação do místico podem ser unificados como um. Esvaziado de seu ego, ele também está livre para criar novos mundos em cada respiração e destruí-los em cada expiração

As sagas no círculo do Rabi Akiva na academia judaica de estudos em Yavneh, no primeiro século da Era Comum, relatam que se empregava viagens "visualizadas" através das esferas, para induzir estados estáticos. Desenhados para levar adiante o místico em sua paixão e desejo de conhecer a Deus, esses exercícios contemplativos enfatizavam excursões mentais através de lugares celestes e elaboradas visões do Trono ou da Carruagem de Deus.

Em livros tais como: Ezekiel, O Hekhalot Menor e o Maior, Merkabah Rabbah, Shiur Komah e o Livro de Enoch, delineavam-se este 'potpourri' de meditações Judaicas, Persas e Gnósticas, de modo que os mais ardentes e impecavelmente preparados iniciados pudessem praticá-las.

Rabi Akiva os avisava para não serem enganados pelas ilusões, que suas mentes inevitavelmente iriam criar durante estes estados altos de consciência; que apenas os vissem, mas não amassem as suas próprias projeções.

Utilizando os Salmos como livro guia para as visualizações de Deus, estes místicos encarnavam graus ascendentes de conscientização em imagens concretas que eventualmente perdiam as suas formas e se transformavam em pura luz.

199 III 6 O Mundo Espiritual O autor (ou os autores) do Hekhalot Menor (Salas do Palácio de Deus), assim como o Rabi Akiva, também preveniam os viajantes contra imagens criadas por suas próprias mentes:

"A porta da sexta câmara (ou nível de contemplação) aparece como mármore, coberto com uma miríade de cem mil (um bilhão) de ondas de água; mas não existe nele nem uma simples gota d'água, mas sim reflexos do brilho das pedras de puro mármore que são claramente visíveis na câmara, e cuja luminosidade faz lembrar a água”.

Rashi, o grande comentarista do Talmud do décimo segundo século, elabora no texto do primeiro século, dizendo: "Puro mármore é tão transparente como a água, mas não é, como a água, físico ou produtor de vida”.

Sagas como a do Rabi Hananel ben Chushiel (900 - 1055) relatam que ele rezava, e passava por procedimentos rituais de limpeza antes de sentar para contemplar as Salas do Palácio de Deus. Uma vêz lá, eles viam os Anjos Guardiães, a estrutura dos Mundos dentro dos Mundos de Ezekiel, e até mesmo o Aravot, um lugar sagrado habitado por grandes almas que partiram.

Uma outra saga do século XI relata que o Rabi Nathan ben Yechiel dizia que toda a jornada meramente acontece na mente do que medita. Fixando sua atenção na Coroa da Árvore Cósmica e no topo de sua própria cabeça, o místico torna-se capaz de ver as salas do palácio de Deus, as hostes Angélicas, e os seres elevados que habitam os domínios da inconsciência humana.

Rabi Hai Gaon (939-1038) estava mais interessado na natureza do homem que ousa aspirar essa jornada. Ele aconselhava a seus leitores a se afastar destas formas de contemplação, enquanto, assim como o Rabi Akiva, não tivessem experimentado a sabedoria divina.

"E Deus deu a Akiva vida e tudo o que ele entreviu, ele pensou pensamentos adequados com conhecimentos adequados". As visões místicas por si próprias, conclui Rabi Hai Gaon, são verdades históricas, sucessoras de uma longa tradição de transformações visionárias, experimentadas por santos bíblicos e profetas, em estágios elevados de consciência.

Essencialmente centrados em dois símbolos, O Palácio de Deus e Seu Trono ou Carruagem, estas "subidas" e "descidas", nunca se tornaram propriedade do homem comum. Os místicos que praticaram estas técnicas entre os anos 200 AC e 200 DC, eram usualmente professores que, antes de mesmo começar estas práticas, eram completamente versados na Tradição intelectual e mística de Israel. Além disso eram perfeitamente aderentes aos preceitos da Torah em sua vida quotidiana e tinham atingido um estado de santidade, que lhes conferia o direito de iniciar esta jornada.

A partir das descrições de suas experiências, nós apreendemos um mundo repleto de 'criaturas vivas de fogo que enchem o mundo de alegria' e canções que somente os iniciados perfeitos podem ouvir sem arriscar suas vidas.

Depois de passar por sete estados de consciência, que precedem a primeira visão do Hekhalot (Salas do Palácio de Deus), o místico atravessava mais sete "céus" antes de chegar ao Trono de Deus. A visão usualmente culminava aqui com a forma projetada de um homem cósmico pousado sobre um brilhante assento de glória.

O Caminho não era sem obstáculos. Para pacificar os guardiães que tentavam barrar o seu caminho, o iniciado carregava selos contendo os nomes de Deus que correspondiam a Seus Atributos: Compreensão, Julgamento, Amor-Delicadeza, e assim por diante. Quando se sentiam distraídos 200 III 6 O Mundo Espiritual pelos guardiães (projeções psicológicas que podiam se manifestar de forma sedutora ou horripilante), o iniciado visualizava o selo e simultaneamente pronunciava o nome apropriado. "Adonai" por exemplo, é o nome conectado com o atributo Julgamento. Caso o meditador desejasse obliterar uma imagem aterrorizante, ele meramente visualizava a esfera do Julgamento na Árvore Cósmica pintada de vermelho brilhante e repetia "Adonai" até que a imagem horrível desaparecesse.

Na sua qualidade de Mestre da Mercabah (Misticismo do Trono), Rabi Akiva escreveu diversos manuais de instrução para indução da ectasia. Estes tomaram a forma de literatura esotérica da secção de Criação do Genesis, o Cântico dos Cânticos e o Shiur Komah (Medida do Corpo).

O último destes, segundo Akiva, preparava o místico para uma visão, inicialmente do Haluk (adorno de luz que circunda a glória de Deus) e posteriormente a própria glória.

O ritual chamado "colocar os Nomes" consistia literalmente de vestir o iniciado com uma túnica com os diversos Nomes de Deus escritos. O místico da Mercabah utilizava esta túnica, que servia como lembrança externa, ao se introduzir na meditação, absolutamente sem distração, sobre os Nomes que o levaria a encontrar a experiência visionária.

Vestido em seu robe sagrado, cujas características estão cuidadosamente detalhadas em outro manual do primeiro século - Sefer Ha-Malbush (Livro da Vestimenta), o místico estava realizando a metade física da experiência contemplativa que não podia ser realizada pela mente sozinha.

'Vestindo' e e consequentemente 'encarnando' os Nomes tornava o místico mais 'poderoso' para sua meditação.

Vamos imaginar que o Rabi Akiva tendo jejuado, orado, e imerso no banho ritual, agora vestindo o robe dos Nomes, enquanto ascende os níveis de consciência para o Hekhalot (Salas).

Quando eu subi para o primeiro palácio eu era Hasid (Devoto), no segundo palácio eu era Tahor (Puro), no terceiro Yashar (Sincero), no quarto eu era completamente Tamim (com Deus), no quinto eu mostrava santidade perante Deus, no sexto eu falei a Kedushah (Santificação) perante Ele, que falou e criou, de modo que os Anjos Guardiães não me molestassem, no sétimo palácio eu me mantive ereto com todo o meu poder, e tremendo, disse a seguinte oração: "Louvados sejam aqueles que são exaltados, Louvados sejam aqueles na sublime câmara da grandiosidade”.

Akiva emergiu de sua visão do Trono de Deus um homem transformado. Ele podia agora meramente ao olhar uma pessoa, saber se era adúltero ou assassino; ele tornou-se mestre sobre a natureza; um santo, ele era distinto de todos os outros homens por sua bondade e por seu julgamento sobre as leis.

Rabi Ishmael, um conteporâneo de Akiva, e ele mesmo um mestre da tradição Merkabah, apresentou a seus companheiros uma lista de cânticos projetados para evocar o estado visionário de consciência no qual, o Trono de Deus aparecia. Com base em suas próprias experiências, Rabi Ishmael esboçou para seus discípulos um quadro cuidadosamente pintado sobre a quem eles deveriam confrontar e como deveriam reagir.

Eu imediatamente levantei e levei todo o grande Sanhedrin (montagem rabínica) e o pequeno Sanhedrin para o terceiro grande salão da casa de Deus. Me sentei em um sofá de puro mármore que me foi dado por meu pai Elisha. E então vieram Rabi Shimon ben Gamiel, Rabi Eleazar o 201 III 6 O Mundo Espiritual Grande, Rabi Eleazar ben Dama ... Jonathan ben Uziel, Rabi Akiva, Rabi Yehudah ben Bava. Nós viemos e sentamos perante Ele, e toda a massa de companheiros ergueu-se em seus pés, pois viram torrentes de fogo e chamas de luz separando a nós deles. E o Rabi Nehuniah ben Hakana sentou e arranjou ante eles as palavras da Mekabah, sua descida e subida, como um que desce deve fazê-lo e como se deve subir.

Quando alguém quer descer deve chamar Suryah (o príncipe da face), ligando-se a ele por recitar cento e vinte vezes um cântico, usando o Nomes Totrosyai: Totrosyay, Tzurtek, Tutrcyal, Tofgor, Ashruylyay, Zvudial, Vzlterriyal, Tendal, Shuked, Hozya, Yemryon, Vadiryron. Alguém deve dizer isto apenas cento e vinte vezes, ou pode morrer. Se isto é feito corretamente, ele desce imediatamente e assume grande autoridade sobre a Merkabah. Dividino os dedos da mão na forma utilizada pelo Grande Sacerdote (do Templo) e pronuncia os Nomes.

Assim, como mostramos nestes pequenos exemplos, desde a Idade Média a Árvore Cósmica da Vida com as suas dez esferas, ou atributos divinos, tem sido a imagem central da meditação cabalista. Mesmo que alguns mestres tenham adaptado os 'sete Céus' da mística Merkabah do primeiro século, igualando-os aos sete ramos mais baixos da Árvore, a maioria dos cabalistas focaliza sua atenção na própria Árvore simbólica.

Com suas luzes internas, cores correspondentes, metais e nomes divinos, a Árvore por sí só é suficientemente complexa. A atitude dos místicos quando se aproximam da meditação sobre as esferas prova a eles próprios que este é o seu objetivo final, tão certamente quanto foi a sua reverência. Diz Moses de Leon, o grande cabalista espanhol do século treze:

"Quando Deus deu a Torah a Israel, Ele abriu sete céus a eles, e eles viram que nada estava realmente lá além de Sua Glória; Ele abriu os sete mundos para eles, e eles viram que nada estava realmente lá além de Sua Glória; E ele abriu os sete abismos perante os seus olhos e eles viram que nada estava lá além de Sua Glória. Medite sobre estas coisas e você entenderá que a essência de Deus está ligada e conectada a todos os mundos, e que todas as formas de existência estão ligadas e conectadas umas às outras, mas derivam de Sua existência e de Sua Essência".

(Gershom Scholem - "Major Trends in Jewish Mysticism").

Dentro deste espírito, o místico preparado para escalar a Árvore, confronta os mundos, experimenta as ligações dentro de sua própria pessoa, e vem para a experiência direta no terreno divino, sobre o qual todo o esquema reside.

A esfera de Malkhut (Soberania - Adonai) representa o mundo da Matéria (). Yesod (Fundação - El Hai ou Shaddai), Netzah (Resistência - YHVH Zevaot) e Hod (Majestade - Elohim Zevaot) combinam-se como o mundo Pré-manifesto do Espírito (Yehidah). Tifereth (Beleza - YHVH), Hesed (Amor-bondade - El) e Gevurah (Julgamento - Elohim) do mundo da Criação (Briah). Enquanto que o mundo de Hokmah (Sabedoria - Yah), Binah (Entendimento - Elohim) e Kether (Coroa - Eheyeh) são o próprio domínio da divinidade imanência (Atziluth).

Subindo então, mentalmente em direção a sua fonte, o místico transversa uma miríade de universos personificados em dez esferas, assim como quatro mundo arquetípicos, os sete Nomes Divinos e inumeráveis "faces" na Árvore.

Na culminação de todo o trabalho devocional, contemplativo e visionário, sobre a ascensão, o guia dos guias é o Zohar (Livro do Esplendor). Um massivo compêndio de histórias e exegeses Bíblicas, este livro decodifica a Torah Esotérica e apresenta ao devoto uma mapa detalhado do terreno 202 III 6 O Mundo Espiritual visionário que ele irá explorar ao longo da Árvore. "Quando abri o livro do Zohar", diz Baal Shem Tov, "Eu segurei todo o Universo". E ele queria dizer isso mesmo, literalmente...

Maimon e a Mishné Torah

"Os preceitos que Moisés recebeu no Sinai foram dados juntamente com a sua jurisprudência, como está escrito: 'E Eu te darei as Tábuas de Pedra, a Torah e o Mandamento' Êxodo 24:12".

Torah é a lei escrita. Mandamento é a jurisprudência ou Lei Oral.

Toda a Torah foi escrita por Moisés, que apresentou um rolo a cada tribo e colocou um na Arca da Aliança para servir de testemunho. A jurisprudência, que é a vontade da sabedoria, Moisés não a escreveu, mas revelou seu sentido aos anciãos, a Josué e ao restante de Israel.

A Lei Oral, embora não estivesse escrita, Moisés ensinou a sua íntegra em sua corte, aos setenta Anciãos, como também a Eleazar, Finéias e Josué - os três receberam-na de Moisés.

E assim a Lei Oral foi passada de geração em geração até a época do Rabi Judah, chamado de Rabenu HaKadosh (nosso mestre, o Santo) que compilou a Mishná (Conjunto dos Tratados do Direito Consuetudinário Judaico, o Direito Costumeiro, transmitido oralmente de geração à geração).

Desde a época de Moisés até o Rabenu HaKadosh, não se havia composto nenhum trabalho através do qual se tivesse ensinado publicamente a Lei Oral. Mas em cada geração, o líder do tribunal ou o Profeta daquela época anotara para seu uso particular um memorando das tradições que aprendera de seus Mestres, as quais ensinava oralmente em público. Da mesma forma cada discípulo anotava, segundo a sua habilidade, a exposição da Torah e suas jurisprudências, conforme as ouvira, como também os novos assuntos que iam aparecendo em cada geração, que não haviam sido recebidos pela tradição, mas deduzidos pela aplicação das treze regras hermeneuticas, e que foram adotados pelo Supremo Tribunal. Este era o método utilizado até a época do Rabenu HaKadosh, quando este conhecimento foi escrito na Mishná.

Porque o Rabenu HaKadosh agiu desta forma, ao invés de deixar as coisas como estavam ? Porque ele observou que o número de discípulos estava diminuindo, catástrofes aconteciam continuamente, o cruel governo roamano estendia seu domínio, seu poder aumentava, e os judeus vagavam e emigravam para países distantes.

Posteriormente Rav compilou o sifrá e os sifrê, cujo propósito é aclarar os princípios da Mishná. O Rabino Hia compilou a Tossefta também para explicar o tema da Mishná. Da mesma forma o Rabi Oseas e Bar Caporo compilaram baraitas para elucidar o texto da Mishná.O Rabino Iohanan compôs o Talmud de Jerusalem na Palestina, aproximadamente três séculos após a destruição do Segundo Templo e Rav Achi compilou, um século depois, o Talmud Babilônico nas terras de Shinar (Babilônia). Estes dois Talmuds contém uma exposição dos textos da Mishná e uma elucidação de seus pontos conflitantes e profundos, e novos temas foram acrescentados pelas várias Academias, desde os dias do Rabenu HaKadosh até a compilação do Talmud. Os dois Talmuds, a Tossefta, a sifrá, os sifrê e as Tosseftot são as origens a partir das quais está elucidado o que é proibido, o que é permitido, o que é impuro, o que é puro, o que é violação sujeita a pena e o que não envolve penalidade, o que é adequado para o uso e o que é inadequado, segundo as tradições recebidas pelos sábios e por seus antecessores em suscessão ininterrupta, até os ensinamentos de Moshé Rabenu,

203 III 6 O Mundo Espiritual que os recebeu no Sinai...Disse Moisés: Deveis ordenar uma Mitzvah para preservar minhas ordenanças Lv - 18:30.

Todas as Leis originais e criadas pelos Supremos Tribunais de cada geração, segundo os princípios hermeneuticos, até seu próprio tempo, foram compiladas por Rav Achi na Guemará (É o conhecido Talmud que contém as jurisprudências relativas a Mishná. Há duas Guemarás, a de Jerusalem, que junto com a Mishná formam o Talmud de Jerusalem; e a da Babilônia, que junto com a Mishná formam o Talmud da Babilônia).

Os sábios da Mishná realizaram outras obras:

Rabi Hoshaio, discípulo do Rabenu HaKadosh escreveu uma exposição do Bereshit (Genesis) de Mosés. Moisés escreveu o Pentateuco - Humashe: Bereshit (Genesis), Shemot (Êxodo), Vayikrah (Levítico), Bamidbar (Números) e Devarim (Deuteronomio).

Rabi Ismael, escreveu a Mequiltá (comentários midráshicos sobre a Mishná), um comentário sobre a Humashe, desde o início do livro de Shemot até o final do Pentateuco. O Rabi Akiba também escreveu uma Mequiltá.

Outros sábios que viveram posteriormente escreveram os midrashim.

Todas estas obras foram compostas antes do Talmud Babilônico. Ravina e Rav Achi e seus confrades foram os últimos grandes sábios que estabeleceram firmemente a Jurisprudência da Lei, fizeram decretos, ordenações e introduziram costumes, que obtiveram aceitação universal entre os judeus.

Todos os sábios que surgiram após a compilação do Talmud, que estudaram-no com profundidade e tornaram-se famosos por sua sabedoria são chamados gueonim.

A obra é composta em aramaico, com influências de outras línguas, o vernáculo dos judeus babilônicos, na época em que foi compilada.

Sob estas premissas, eu, Moshe, filho de Maimon, o Safaradita, pus-me em movimento, cingido de coragem e contando com a ajuda de D..S, Seja Ele abençoado; atentamente estudei todas estas obras literárias, com o objetivo de escrever um livro, que esclareça... de acordo com as conclusões retiradas de todas estas compilações e comentários que têm aparecido desde a época do Rabenu HaKadosh até o presente... eu dei a esta obra o título de Mishné Torah, pela razão de que uma pessoa que leia a Lei Escrita, e depois esta recompilação, saberá a íntegra da Lei Oral, sem precisar consultar ou estudar outro livro qualquer."

Composição da Mishné Torah

Os 248 Preceitos Positivos Os 365 Preceitos Negativos

1 - Livro da Sabedoria 2 - Livro do Amor 3 - Livro dos Períodos 4 - Livro das Mulheres 5 - Livro da Santidade 204 III 6 O Mundo Espiritual 6 - Livro da Magnificência 7 - Livro das Sementes 8 - Livro do Serviço Divino 9 - Livro dos Sacrifícios 10 - Livro da Pureza 11 - Livro dos Danos 12 - Livro das Aquisições 13 - Livro dos Julgamentos 14 - Livro dos Juízes

As letras dos Dez Mandamentos são 613, numero dos Mitzvot da Torah (Bahir 124), que correspondem às 613 partes do corpo humano: 248 membros e 365 vasos.

As Tábuas da Lei

205 III 6 O Mundo Espiritual

206 III 6 O Mundo Espiritual

Tzfat

A Cidade dos Cabalistas Judeus

Uma cidade nas montanhas verdes do Vale Hula, próximo as costas dos mares da Galiléia, Tzfat foi na metade do segundo milênio da era Cristã uma cidade inteiramente habitada por cabalistas judeus, e onde viveram alguns dos maiores mestres desta santa ciência, inclusive o Ari, talvez o maior deles todos.

Na Idade Média, o centro do Judaísmo deslocou-se da Babilônia para a Europa, Espanha e França. Nesta época foi produzido o Sepher ha Bahir (Livro Brilhante), por Isaac, o Sagui Naor, filho de Abraão ben David de Posquières, que introduziu no judaísmo a noção de transmutação das almas (Gilgul) e interpretou o Sephiroth como causas instrumentais do Universo. Diz-se que este livro contem os discursos do Rabi Nehuniah ben Hakana, em transe.

Nesta época as obras mais famosas foram as de Ibn Gabirol, Judah Ha-Levi e Ibn Ezra com influências pitagóricas, de misticismo matemático e gramatical, e neoplatônicas, como a teoria das emanações.

207 III 6 O Mundo Espiritual Alguns atribuem aos cabalistas espanhóis, entre eles Moses ben Shem Tov ou Moses de Leon, a autoria do Zohar, também nesta época, na verdade de Leon foi um dos primeiros divulgadores dos conhecimentos do Zohar.

Com a expulsão dos judeus da Espanha, o centro da Cabala passou então para Tzfat na Galiléia.

Antes porém, os cabalistas espanhois criaram na Itália e na Turquia centros de atividades Cabalistas, quando a comunidade Sepharadita moveu-se para o Leste.

Sholomon Alkabez (1505-1584) compositor do Hino de Sabbath "Lecho Dodi", estabeleceu em Salonika, então parte da Turquia, uma fortaleza florescente de pensamento sobre a Cabala. Depois disso, dirigiu-se com um grupo de cabalistas fervorosos, quarenta anos após a expulsão dos judeus da Espanha, para a Terra Santa, na pequena cidade de Tzfat na Galiléia, fundação de um dos períodos mais influentes da história da Cabala.

Sobre Tzfat, em 1607, Shlomel de Moravia, autor da bibliografia de Isaac Luria, o Ari, escreveu:

"Aqui vivem os grandes mestres, santos e homens de ação... Nenhum entre êles tem vergonha de ir à fonte, pegar água e carregá-la em seus próprios ombros, ou de ir ao mercado e comprar pão, óleo e verduras. Todo trabalho em casa é feito por êles mesmos..."

Modelada segundo o sistema comunitário dos Essenios, a vida em Tzfat representou a perfeita cooperação do ideal socialista. Foi o lugar onde Isaac de Luria, o maior dos mestres da cidade, contribuiu com grandes somas dos seus bens advindo dos negócios de sua família com tecidos, e onde Joseph Caro, nascido na Espanha, e um dos maiores nomes da tradição legal do Judaismo (halakhic), praticava as leis durante o dia e a Cabala durante as noites. Sua permanência em Tzfat atraiu mestres não menos famosos, como Moses Cordovero (1522-1570), cunhado e discípulo de Solomon Alkabez grande escritor místico e Cabalista Líder em Tzfat.

Sob Alkabez, um grupo chamado Chaverim (camaradas), se encontrava regularmente nas sepulturas dos santos mortos, onde conduziam cerimoniais e meditações em grupo.

A fim de colocar seus corações no caminho da (presença imanente e aspecto feminino de Deus) êles eram ensinados a como purificar continuamente as suas mentes e corpos, abstendo-se da ira e da raiva, crueldade, e inimizades com seus vizinhos. Abstinham-se mesmo de matar os pequenos animais como insetos.

Os treze atributos divinos de Moses Cordovero são:

1 - Perdão face a insultos 2 - Paciência em aguentar o mal 3 - Perdão, para apagar os males sofridos 4 - Total identificação com seus vizinhos 5 - Completa ausência de raiva, combinada a ação apropriada 6 - Relembrar somente as boas qualidades de quem o ofende. 7 - Eliminar qualquer traço de vingança 8 - Esquecer o sofrimento inflingido a sí, por outros, e lembrar somente do bem 9 - Compaixão para com os sofredores, sem julgá-los 10 - Ser sempre verdadeiro 11 - Prazer além da letra da lei, para com os bons 208 III 6 O Mundo Espiritual 12 - Assitir aos fracos para se recuperarem, sem julgá-los 13 - Relembrar de todos os seres humanos sempre na inocência de sua infância

Após Cordovero, Issac Luria foi o grande mestre de Tzfat. De acordo com o Ari (Issac Luria era chamado o Ari, devido a uma permutação do nome Rabi Isaac Ashkenazi, este último nome indicando sua origem alemã - outra versão diz que era chamado Haari ou Leão, ou ainda Haari HaKadosh - o Leão Sagrado), a tarefa do Cabalista em suas meditações privadas agora abrangia o universo. Uma vêz purificada, a mente humilde se ligava à fonte divina, e era obrigada a retornar aos mundos mais baixos e com esfôrço renovado retirar as faíscas sagradas das cascas materiais que recobrem todos os seres, flores, minerais e demônios. Para este propósito, o Ari desenvolveu um novo sistema de concentração baseado em elaborados processos mentais na forma de "kavannot" (símbolos contemplativos que denotam visualizações específicas) sobre as letras e frases das preces diárias.

Desde que a prática destes exercício requeria a maior pureza da mente e do corpo, o Ari iniciou um curso paralelo de "Tikkun" (correção). Certas fórmulas prescritas individualmente pelo mestre ao discípulo, eram projetadas para limpar a sua alma de seus defeitos e então preparar o caminho para a purificação de tudo que ele refletisse.

O Ari amava toda a criação, sem exceção. Ele cuidadosamente evitava causar mal até mesmo a insetos e vermes, insistindo que estes também iriam evoluir no curso da transmigração das almas. Mesmo as coisas inanimadas, como ele as via, podiam ser comunicadas através da linguagem do espírito. Por esta razão, cada palavra nas preces Lurianicas é investida com mistérios que transcendem todas as tentativas de interpretação literal.

Ele elevou os exercícios de concentração escritos a um nível exaltado, inscrevendo-os nos livros de oração Sephardicos (relativos a Tzfat, Safaraditas), que, dois séculos após a sua morte, também serviram como manuais de meditação para os Hasidim Europeus, ou buscadores da ectasia de Baal Shem Tov.

No sistema Lurianico, uma prece real, só poderia ser expressa pelo homem puro que tivesse desaparecido dentro do alcance infinito da Coroa Cósmica (Kether), antes mesmo de abrir a sua boca para glorificar a Deus.

Nesse sentido, a ênfase do Ari na simplicidade, humildade e caridade, era ainda maior do que as de Bahaya e Cordovero. Mostrando todas estas qualidades em sí mesmo, ele inspirou a comunidade de Tzfat, que nunca o deixou de amar por sua ilimitada generosidade e doçura pessoal.

A passagem de Luria por Tzfat foi muito importante, relata-se que "visualizada" pelo Rabi Chayim Vital, que morava em Damasco, fêz com que este se dirigisse à cidade dos cabalistas para lá encontrar o Ari.A história do Ari mostra que ele estudou profundamente o Zohar do Rabi Shimeon bar Yohai, e que em seus sonhos e transes tinha como mestres Rabi Akiva, Rabi Eleazar e o próprio profeta Elias.

Os registros de Vital, mantidos secretos até a sua morte, foram revelados e circulados contra a sua vontade. Então os ensinamentos do Ari, segundo Gershom Sholem, "tornaram-se propriedade comum dos cabalistas posteriores".

209 III 6 O Mundo Espiritual Através de Vital, podemos entrever as instruções de purificação para um discípulo, sobre como praticar a vasta e complicada meditação de "ligação" (yichud em hebraico, em inglês=binding).

Antes de entrar na sinagoga o discípulo devia fazer uma doação anônima para uma causa de caridade. Então, usando os paramentos sobre a cabeça e braços rezava a manhã toda. Mentalmente devia recordar ou re-contar as atividades e pensamentos do dia anterior, para saber se tinha sido escrupuloso evitando causar mal a qualquer coisa viva. Se o Ari o designasse como descendente de Cain, então deveria evitar colocar facas sobre a mesa.

De acordo com Vital, o Ari ensinava a seus discípulos como andar, como comer e como rezar.

Seguindo as instruções do Ari, seus discípulos sempre tinham sal à mesa, mas evitavam beber água após a refeição. Deviam manter os pés juntos enquanto recitavam bençãos e trabalhavam duro para evitar o hábito de puxar fios da barba distraidamente. O Ari até mesmo dava frases para que fossem colocadas nas paramentas do Sabath.

À cada homem era dado um dia da semana personalizado como período salutar para seu progresso espiritual, e um dia por mês, quando ele estaria a salvo de injúrias e da morte.

Mais do que "dias de sorte", estes períodos eram utilizados para meditações repetitivas projetadas para liberar a sua alma em preparação para o dia da morte. Os discípulos realizavam meditações diárias para correção da mente, algumas tão simples como repetir a frase do Exodus 15: "Eu sou Deus que cura você", em combinação com um nome Sagrado, derivado das letras do Tetragramaton (IHVH).

O Ari era um tão grande mestre espiritual que sabia exatamente onde, e quão alto, na Árvore Cósmica cada alma estava localizada. Ele explicava os versos da Torah a cada um dos seus discípulos, exatamente nos momentos em que estes estavam intuitivamente prontos para receber o significado por trás de cada verso para sua ascenção espiritual.

O mestre apresentava a seus discípulos fórmulas para evitar que as "forças externas" que distraiam as suas mentes, fórmulas para lembrá-los de que Deus os criou a sua própria imagem, fórmulas para induzir odores e sons.

Ensinava a seus discípulos a meditar sobre seus corpos, focalizando no topo da cabeça, sem entoar nenhum dos Nomes Sagrados, pois a Coroa reina em absoluto silêncio...

Andando do lado de fora, eram ensinados a imaginar suas pernas como as esferas de Netzah e Hod, e seus olhos como Hockmah e Binah, sempre lembrando que o corpo era um trono para o Espírito Sagrado. Alguns discípulos chegaram mesmo a dizer que "voavam" pelo ar, quando traziam para si a luz de um atributo secreto chamado Daath (Conhecimento), localizado entre a Sabedoria e o Entendimento, na Árvore Cósmica.

Existiam inúmeras fórmulas para utilizar na observância religiosa, feriados e na execução da Lei Judáica. Também haviam tantas fórmulas de propósito contemplativo quanto haviam experiências de vida. "Tudo", dizia o Ari, "depende da intensidade de sua concentração e sua ligação com o alto. Não remova isto da frente dos seus olhos".

210 III 6 O Mundo Espiritual Motivados como eram, pela intensidade do exemplo espiritual de seu mestre, e dedicados a meditação de ligações (), não é de surpreender que os místicos de Tzfat comparassem a sí mesmos como "anjos nos céus".

As duas grandes escolas da Cabala produzidas no século XVI, em Tzfat, foram o Cordoveron (do Rabi Moses Cordovero) e a Lurianica (Rabi Isaac Luria).

Cordovero completou em Tzfat, em 1522, " Yakar" (Luz Exaltada), o primeiro comentário completo e compreensivo sobre o Zohar; outras obras são: Or N'erav, Shiur Koma, Tomer Deborah e Remonim.

Rabi Isaac Luria, o Ari, de sagrada memória, nasceu na velha cidade de Jerusalem em 1534. De acordo com a lenda, o profeta Elias veio para a sua cerimônima de circuncisão, atuando como Sandek, Pai de Deus, e disse a seu pai que tivesse atenção com seu filho, pois uma luz exaltada deveria brilhar nele.

O Ari era uma autoridade no Talmud já na sua infância, e diz a lenda que aos treze anos, encontrou o Zohar, e por treze anos viveu como eremita num local remoto no rio Nilo, estudando os segredos da Cabala.

Em 1569, Isaac Luria, o Ari, foi para Tzfat, onde estudou com Moses Cordovero; alí desenvolveu um novo método para compreensão do Zohar, o qual leva o seu nome (Sistena Lurianico), o qual focaliza as Dez Sephiroth (Dez Emanações Luminosas).

Um dos tópicos de sua atenção trata da comunicação. O Sistema Lurianico de Cabala descreve conceitos que permitem a um homem comunicar-se com outro, no futuro, através de ondas mentais.

Com a idade de 38 anos, no quinto dia de Av, 1572, o Ari completou sua missão e partiu para o lugar desejado no Jardim do Eden.

A Idade de Ouro de Tzfat, manteve seu lugar na história judaica, através do Rabi Haim Vital. O discípulo mais favorecido do Ari; que juntamente com seu filho Shmuel, impuseram-se a tarefa de gravar os pensamentos do mestre em papel.

Outro cabalista, que compartilhou esta época de Ouro de iluminação (1490-1590), foi Abraham Ben Mordchai Azulai. Nascido em Fez (1570-1643) de uma família de cabalistas de origem casteliana, escreveu três tratados sobre o Zohar:

Or-ha Levanah (Luz da Lua), Or-ha Chamah (Luz do Sol) e Or-ha Ha'Ganuz (Luz Escondida ou Oculta). As palavras de Azulai no prefácio de Or-ha Chamah, conforme o Dr. Philip S. Berg, soam com mais força hoje, do que em qualquer outra época: "A partir do ano 1540, é muito importante que todos estudem a Cabala em público e que todos se preocupem com o estudo da Cabala. Pois é pelo mérito da Cabala, e de fato, somente através da Cabala irá o Messias aparecer para fazer desaparecer da face da terra a guerra, a destruição, as injustiças sociais, e sobre tudo a desumanidade do homem".

211 III 6 O Mundo Espiritual III 6.10.1 Sefer ha-Bahir

O Sepher haBahir também chamado de Midrash do Rabi Nehuniah ben Hakana é, juntamente com o Sepher Yetzirah que o precedeu e o Sepher haZohar que o suscedeu, um dos trabalhos clássicos da Cabala.

Seu nome vem do primeiro versículo citado no seu próprio texto: (Jó, 37-21) "E agora não se vê luz, o céu é luminoso (bahir)".

Citado no comentário de Raavad a respeito do Sepher Yetzirah e pelo Ranban (Rabi Moshe Nachman) em seu comentário sobre a Torah, é também, por diversas vêzes, parafraseado no Zohar, conforme Aryeh Kaplan em sua introdução à tradução e comentário do Bahir.

Dizia Moshe Cordovero (1522-1570): "As palavras deste texto são lumionosas (Bahir) e cintilantes, mas o seu brilho pode cegar...".

Acredita-se que o Bahir foi composto em meados do século XII (1175), na escola cabalística de Provance (França), e circulou por quase cinco séculos em forma de manuscrito, restrito a um círculo restrito de cabalistas judeus, antes que fosse impresso em Amsterdã no ano de 1651.

Sua primeira edição em outra língua deu-se em 1923 para o alemão e após em 1980 para o inglês. Assim, o Bahir é, como o Zohar um trabalho não muito popular, seu texto é porém muito menor que o do Zohar, em torno de 12.000 palavras, e maior que o Sepher Yetzirah.

Embora o Bahir seja considerado como produto dos ensinamentos do Rabi Nehuniah, partes consideráveis do trabalho são atribuidos a outros autores de sua escola ou descendência. Dentre estes, são citados o Rabino Akiba, o Rabino Eliezer o Grande, Rabino Berachia, Rabino Yochanan ben Dahabai, Rabino Levitas ben Tavros e Rabino Rahumai o mais citado dentre todos, suscessor do Rabi Nehuniah como líder da escola, que também conheceu o Rabi Pinhas ben Yair, sogro do Rabi Shimon bar Yochai, autor do Zohar. Diz a lenda que Rabi Rahumai estava junto com o Rabi Pinhas, quando Rabi Shimon saiu de sua caverna no Kineret, onde o Zohar lhe foi revelado…

Conta-nos Aryeh Kaplan, que com o encerramento do período Talmúdico, o círculo de cabalistas diminuiu e, em certas épocas, pode não ter ultrapassado uma parca dúzia de indivíduos. Porém este grupo era tão unido que, muitas vêzes, pessoas estranhas nem suspeitavam de sua existência. Embora fosse importante manter a tradição da Cabala, também era importante evitar que caísse em mãos erradas...Dentre os cabalistas "pré-Bahir", podemos citar Natronai Gaon (794-861), Sherira Gaon(906-1006), Hai Gaon (939-1038).

Por outro lado, sábios como Maimônides (1135-1204) que escreveu a Mishné Torah e o Rabi Yehudá ben Barzilai (1035-1105) autor de um dos mais extensos comentários sobre o Sepher Yetzirah, nunca viram ou comentaram nada sobre o Bahir.

Ainda dentre os conhecedores da Tradição encontram-se Ravaad o Rabino Avraham ben David de Posquieres (1120-1198), filho de Avraham ben Itzrak e pai de Isaac o Cego, que embora fosse cego possuia a reputação de poder ver a alma de uma pessoa e de ser capaz de ler os seus pensamentos. Isaac o Cego, que foi chamado de "Pai da Cabala" pelo Rabi Bachya Asher (1276-1340) em seu comentário sobre a Torah, transmitiu a tradição a seus discípulos Ezra e Ariel, e estes ao Rabino Moshe ben Nachman (Nachmanides), conhecido como Ranban (1194-1270) que citou frequentemente o Bahir em seus comentários sobre a Torah. 212 III 6 O Mundo Espiritual O Bahir foi o texto mais importante da Cabala Clássica, até a publicação do Zohar em 1295. E este último extende-se em muitas oportunidades sobre comentários e conceitos encontrados inicialmente no Bahir. De fato um estudo cuidadoso revela uma considerável semelhança entre os dois trabalhos, o que pode ser explicado pelo fato de que o Rabino Shimeon bar Yochai, autor do Zohar, conhecia os ensinamentos de Rabi Nehuniah, mesmo antes da revelação mística especial da caverna o Rabi Shimeon já devia ter sido iniciado na Tradição dos "Mistérios da Carruagem" conforme o Bahir chama a Cabala, e a ligação deve ter sido o Rabi Pinhas ben Yair, sogro de Shimeon e amigo do Rev Rahumai, conforme citado. De especial interesse é também o fato de que ambos os trabalhos Zohar e Bahir referem-se à Luz e a Brilho…

Ainda conforme Kaplan, resumimos a seguir a estrutura do Bahir e seus ensinamentos:

1 - Primeiros versículos da criação (1-16) 2 - O alfabeto (27-44) 3 - As Sete Vozes e Sephiroth (45-123) 4 - As dez Sephiroth (123-193) 5 - Mistérios da Alma (194-200)

O Texto inicia-se por uma declaração do Rabino Nehuniah:

Disse o Rabi Nehuniah ben Hakanah - como está escrito:

"E agora não se vê a luz, o céu é luminoso (bahir)". "Ele fez das trevas o Seu esconderijo". "Nuvens e trevas O envolvem". "Mesmo a treva não é para Tí". "A noite reluz qual dia - luz e treva são o mesmo”.

...prossegue com o Rabi Berachiah, está escrito:

"A terra era Caos (Tohu) e Desolação (Bohu)”.

Rabi Rahumai e Amorai entram no debate, sobre o conceito de "o que preenche" (maley) - (Isaias 6:3) "Sua glória preenche toda a terra”.

A letra beith, que inicia a Torah recebe considerável atenção.

A segunda parte trata das oito primeiras letras do aleph-beth, de Aleph à Cheth. No final desta parte (40-44) trata-se das vogais e de alguns dos sinais massoréticos, Kaplan, em seu comentário sobre o Bahir curiosamente vincula-os ao Sephiroth.

213 III 6 O Mundo Espiritual A terceira parte inicia-se pelo exame das sete vozes escutadas no Sinai, e ao indagar a relação entre estas e os Dez Mandamentos, inicia um exame do Sephiroth.

Subseções importantes nesta parte incluem explicações sobre Isaías (51-56) e do terceiro capítulo de Habacuc (68-81). Numerosos conceitos do Sepher Yetzirah são introduzidos e comentados (63-106) o que conduz a um exame dos diversos nomes místicos de Deus (106-112). Importância especial é dada ao número 32, que corresponde aos Caminhos da Sabedoria ao valor numérico de Lev (coração) e ao número de fios do Tzittzit:

O que é o seu coração ?

... O coração (Lev) é trinta e dois. Esses são secretos, e com eles o mundo foi criado (alusão ao Sepher Yetzirah).

Que são esses trinta e dois ?

Disse ele: São os 32 Caminhos.

É qual um rei que estivesse na mais recôndita de várias câmaras. Deveria o rei, então, trazer todos para sua câmara através destes caminhos ? Concordareis que ele não deveria. Deveria ele revelar suas jóias, suas tapeçarias, seus segredos ocultos e escondidos ? Concordareis mais uma vez que ele não deveria. O que faz o rei ? Ele toca a Filha e inclui todos os caminhos nela e em suas vestimentas.

Aquele que desejar entrar, deve ali fitar.

Ele a casou com um rei e, também lhe deu ela como presente.

Por causa do seu amor por ela, ele, às vezes, a chama de "minha irmã", pois são ambos do mesmo lugar. Às vezes, a chama de minha filha, pois ela é de fato sua filha. E, às vezes a chama de "minha mãe”.

Em seu comentário, Kaplan esclarece várias passagens, sendo interessante que o Coração (Lamed Beth) representa a Torah em sua totalidade pois esta inicia-se com a letra Beth e termina com a letra Lamed).

Kaplan continua, com a complexa explicação do parágrafo final: ...Embora a origem da revelação seja Netzach (Vitória) e Hod (Esplendor), em sua última instância, toda revelação vem através do Reino (Malchuth), que é Fêmea. É também, a Presença Divina - Schinah. Por isso os Trinta e Dois Caminhos são revelados principalmente por intermédio da Filha.

...Entretanto o conceito de Fêmea está dividido em dois conceitos, os quais nos ensinamentos cabalísticos, são representados pelas duas esposas de Jacó: Lia e Raquel. Raquel é o coneito de Fêmea que se origina de Malchuth própriamente dito. Lia, por outro lado, é de fato o Malchuth (Reino) de Imma (Mãe) de Binah (Compreensão), e, como tal, representa o nível mais inferior de Imma (Mãe), que está no lugar de Malchuth (Reino). Normalmente, considera-se Lia em posição superior à Raquel.

Originando-se ambos, Zeir Anpin e Raquel, do útero de Imma (Mãe), são representados como irmão e irmã. São também, marido e mulher, sendo este significado de "minha irmã, minha 214 III 6 O Mundo Espiritual noiva" (Cantico dos Canticos 4:9, 5:1). A Fêmea ;e, também a filha de Zeir Anpin, do mesmo modo que Eva, derivou-se da costela de seu companheiro. Além disso, sendo Lia um aspecto da Fêmea, que, de fato, é o nível mais inferior de Imma (Mãe), em parte, ela também é, realmente, mãe do Zeir Anpin.

Está portanto escrito: "Diga à Sabedoria, és minha irmã, e chama à Compreensão de mãe". (Provérbios 7:4)….

Na quarta parte do Bahir encontra-se o primeiro exame do Sephiroth, introduzido por uma explicação sobre a benção sacerdotal, onde diz-se que os dez dedos correspondem às dez Sephiroth, conceito também encontrado so Sepher Yetzirah. A palavra Sephirah, é definida como sendo aquilo que expressa (saper) o poder e a glória de Deus (125). Existem nesta parte subseções relativas a permanência dos israelitas em Elim (161-167) e sobre o mandamento a respeito do Lulav (172-178). A seção termina com uma análise entre o relacionamento do Sephiroth e as esferas (179ss), e uma breve introdução à reencarnação (183), igualmente em relação ao Sephiroth.

A parte final, de número cinco, trata da alma, iniciando-se com um discurso sobre a reencarnação e seu relacionamento com a justiça Divina (194). O conceito da alma é relatado por Raba e Rav Zeira, dentro do contexto da criação da vida através das artes místicas (196).

No final, o Bahir trata dos conceitos de alma feminina e masculina, com uma análise do Tamar (197) e uma explicação de porque Eva foi a pessoa a ser tentada… O Bahir, não emprega o termo Cabala (Kabbalah), que conforme a lenda foi utilizado por Isaac o Cego, posteriormente, mas sim Maaseh Mercavah ou "Mistérios da Carruagem" numa referência à visão de Ezequiel, e diz que: sondar estes mistérios é tão aceitável quanto a oração (68), mas, adverte ser impossível fazê-lo sem errar (150).

Conforme o Talmud, a Kabbalah deve ser ensinada apenas através de sugestões e alusões, diretriz que é seguida ao pé da letra pelo autor ou autores do Bahir. Quem ler este trabalho como um livro qualquer, encontrará longas passagens que aparentemente não fazem nenhum sentido. Não é pois um trabalho para leitura casual, mas para estudo sério e concentrado, o que era aceito pelos cabalistas, para os quais os principais textos foram escritos para serem compreendidos apenas quando analisados de modo integrado. Somos advertidos de que quem lê sobre a Cabala de maneira literal e superficial, decerto não a compreenderá... conclui Kaplan.

Dentre os conceitos mais explorados no Bahir está o Sephiroth e, com exceção de tres, seus nomes são também introduzidos. A ordem do Sephiroth é tal que as sete últimas correspondem aos sete dias da semana e derivam do versículo - Teus são, Ó Deus, a Grandeza, a Força, A Beleza, a Vitória e o Esplendor, tudo (Fundação) que se encontra entre o céu e a terra, Teu, Ó Deus, é o Reino (1 Crônicas 29:11). Embora esta seja a ordem adotada na grande maioria dos textos cabalistas, no Bahir, as últimas quatro são invertidas: Reino (Aravot, 7), Fundação (8), Vitória (9) e Esplendor (10).

Outro importante conceito encontrado no Bahir é o da transmigração das almas (Gilgul) ou reencanações, conceito introduzido em nome do Rabi Akiba (121, 155). Este conceito é melhor desenvolvido no Zohar, e em maiores detalhes no Sepher Gilgulim e nos diversos trabalhos da escola do Ari.

O Bahir trata das letras do alfabeto hebraico, das quais quinze são mencionadas e de alguns mandamentos como Tefilim, Tzitzit, Lulzv e Etrog.

215 III 6 O Mundo Espiritual Dois termos incomuns são encontrados, e ambos referem-se aos anjos ou forças angélicas: Tzurá - que significa forma, e Komah, que pode ser traduzido como estrutura (8, 166). Na cultura cabalística são mais conhecidos em sua forma aramaica, sendo a primeira Diukna e o último Parzuf. Outros termos para designar os anjos são Manhiguim (Diretores) e Pedikim (Funcionários).

Outra revelação importante são os nomes de Deus. O Nome contendo 12 letras é examinado (107, 111), como é igualmente o Nome de 72 combinações.

112 - São esses os Sagrados Exaltados Nomes Explícitos. Existem doze Nomes, uma para cada uma das doze tribos de Israel:

AH-TzYTzaH-RON - ACLYTha-RON - ShMaKTha-RON - DMUShaH-RON Ve-TzaPhTzaPhYth-RON - HURMY-RON - BRaChYaH-RON - EReSh GaDRa-AON BaSAVaH MoNA-HON - ChaZHaVaYaH - HaVaHaYRY HAH - Ve-HaRAYTh-HON

Todos eles estão incluídos no Coração do céu. Incluem macho e fêmea. São cedidos ao Eixo, à Esfera e ao Coração, e são os poços da Sabedoria...

Em seu comentário, Kaplan diz que o total de letras destes nomes, quando escritos corretamente e sem computarem-se sufixos, é setenta e dois. Esses nomes não são encontrados em nenhum outro texto cabalístico, nem existem quaisquer instruções a respeito de sua utilização. O sufixo on ou ron é também encontrado nos nomes de alguns anjos, como por exemplo Mitatron e

216 III 6 O Mundo Espiritual צמצום Tzim-Tzum

A auto-constrição da Luz Divina ou Tzim-Tzum é um dos conceitos filosóficos mais importantes da Cabala, e é introduzido pelo Bahir.

Kaplan afirma que a explicação mais clara para o Tzim-Tzum pode ser encontrada nos escritos do Ari - Rabi Itzrak Luria (1534-1572).

Conforme descrito em Etz Hahaiim (Árvore da Vida), o processo era o seguinte:

Antes de todas as coisas serem criadas... a Luz Divina era simples e enchia toda a existência. Não havia espaço vazio...

Quando a Sua simples Vontade decidiu criar todos os universos... Ele comprimiu os lados da Luz, deixando um espaço vazio... Este espaço era perfeitamente redondo...

Após essa compressão ter ocorrido... passou a existir um lugar onde todas as coisas poderiam ser criadas... Ele, então, traçou uma única linha reta da Luz infinita... e a trouxe até aquele espaço vazio... A Luz infinita foi trazida para baixo por intermédio desta linha…

Dizem os cabalistas modernos, que não se deve considerar o conceito de Tzim-Tzum literalmente, pois é impossível aplicar-se qualquer conceito espacial à Deus. A referencia ao Tzim-Tzum é meramente conceitual, pois se Deus preenchesse cada perfeição, não haveria motivo para a existência do homem. Deus portanto, comprimiu a sua perfeição infinita, permitindo a exitência de "um lugar" para o livre arbítrio e consequente realização do homem.

No Zohar, podemos encontrar uma referência ao Tzim-Tzum:

Na cabeça da autoridade do Rei Ele talhou da luminescência divina uma Lâmpada de Trevas E alí emergiu do Oculto dos Ocultos o Mistério do Infinito uma linha sem forma, embutida em um anel... medida por uma linha…

217 III 6 O Mundo Espiritual A razão do Tzim-Tzum é a solução de um aparente paradoxo, detectado pelos cabalistas: Deus deve estar no mundo, contudo, se Ele não Se restringir, toda a criação seria completamente dominada por Sua Essência. O Bahir alude tanto ao paradoxo, como à sua solução (54).

O Tzim-Tzum trás também um paradoxo mais difícil: a Sua Essência deveria estar então ausente do espaço vazio, pois Deus removeu dalí a Sua Luz... Todavia Deus deve também preencher este espaço, pois "não existe lugar onde Ele não esteja”...

Este paradoxo relaciona-se com a dicotomia da imanência e transcendência de Deus.

A Lâmpada das Trevas citada no Zohar, assim como a própria abertura do Bahir, mostrada no início, escolhida pelo Rabi Nehuniah, tratam deste tema da Cabala teórica: Como Deus absolutamente transcendental pode interagir com a sua criação ?

A estrutura do Sephiroth, e os conceitos a eles ligados, é que formam a ponte ente Deus e o Universo segundo a Cabala.

Para não se pensar que isso inclui qualquer transformação no próprio Deus, é que o Rabi Nehuniah afirma claramente que as trevas do espaço vazio são, de fato, luz, no que diz respeito à Deus. A criação do espaço vazio e todas as posteriores transformações e mudanças de fase (conforme o Zohar), pois não transformam ou diminuem a luz de Deus…

Semelhante afirmação faz o Rabi Shimon no princípio da Idra Raba, uma das partes mais misteriosas do Zohar, ao citar: "Amaldiçoado é o homem que faz qualquer imagem... e a coloca em lugar escondido." (Deuteronômio 26:15).

Rabi Nehuniah também faz uma advertência semelhante: "Não pense que as Sephiroth sejam luzes destinadas a preencher qualquer escuridão referente à Deus, pois, para Ele, tudo é Luz...".

218 III 6 O Mundo Espiritual O Tzim-Tzum significa contração, constrição ou condensação, é um termo usado na Cabala de Isaac Luria, indicando que Deus iniciou o processo de criação contraindo sua luz infinita - Ein Sof, para permitir um espaço conceitual, no qual reinos finitos e aparentemente independentes poderiam existir.

Antes da Criação, havia apenas o infinito Ou Ein Sof. Deus, para criar o mundo, contraiu - Tzim- Tzum, no ponto no centro da Sua luz, e restringiu essa luz, distanciando-a dos lados ao redor do ponto central, de modo que permaneceu um vazio, um espaço oco e vazio, longe do ponto central.

Depois deste Tzim-Tzum, Deus desceu do Or Ein Sof um única linha reta de Sua luz de cima para baixo no vazio, e ela desceu para aquele vazio. No espaço daquele vazio Deus emanou, criou, formou e fez todos os mundos.

O homem vitruviano de Da Vinci

A Criação do Mundo - O relâmpagoda Criação

Os mundos, na Cabala são: Atziluth, Briah, Yetzirah e Assiah.

A Árvore da Vida relacionada aos 4 Mundos, ao Abismo e ao Véu, e ao Tetragramaton Iod-Hey-Vav-Hey.

"Yah, o Senhor das Hostes, o Deus Vivo, Rei do Universo, Onipotente, Todo-Bondade e Misericordioso, Supremo e Glorioso, que é Eterno, Sublime e Sacrossanto, ordenou (formou) e criou o Universo em 32 misteriosas sendas da sabedoria, por meio de três Sepharim, a saber 1- S'for, 2- Sippur e 3- Sapher que são Nele um e o mesmo. Eles consistem de uma década saída do nada e de vinte e duas letras fundamentais. "

219 III 6 O Mundo Espiritual III 6.10.2 - Sepher Yetzirah -

O Livro da Formação

...segundo a Cabala, o universo pode ser comparado a uma Árvore. O mundo visível é representado pelos ramos e o mundo invisível pelas raízes. A Árvore possui as raízes invertidas, pois os mundos mais altos são simbolizados pelas raízes. O nosso mundo mais baixo reflete os padrões do mundo superior, e tudo que é encontrado neste mundo superior pode ser encontrado aqui, como uma cópia na terra, ainda assim o todo é uno...

Por isso os cabalistas utilizam a 'linguagem dos ramos' no desenvolvimento de sua metafísica, e de seus ensinamentos sobre o mundo espiritual... - adaptado de "Ten Luminous Emanations" de R. Itzchak Luria T’’L

Sepher Yetzirah

Versículo 1.1 - Sefer Yetzirah

Com 32 sendas místicas de Sabedoria gravou Yah O Senhor das Hostes O Deus de Israel o Deus Vivente Rei do Universo El Shaddai Misericordioso e Cheio de Graça Mais Alto e Exaltado Habitando na Eternidade Cujo nome é Sagrado E Ele criou Seu universo com três livros (Sepharim) com texto (Sepher) com número (Sephar) e com comunicação (Sippur).

Tradução comentada - Isidor Kalish, Arieh Kaplan, Wayne Winn Wescot, Elias Lipner

Quatro traduções do Versículo 1 do Capítulo 1.

Rabi Arieh Kaplan

Com 32 caminhos místicos de Sabedoria, gravou Yah, o Senhor das Hostes, o Deus de Israel,o Deus vivente, Rei do universo, El Shaddai, Misericordioso e Gracioso, Alto e Exaltado, Morando na

220 III 6 O Mundo Espiritual eternidade, Cujo nome é Santo - Ele é sublime e santo, e Ele criou Seu universo, com três livros (Sepharim), com texto (Sepher), com número (Sephar) e com comunicação (Sippur).

Isidor Kalish

Yah, o Senhor das Hostes, o Deus Vivo, Rei do Universo, Onipotente, Todo-Bondade e Misericordioso, Supremo e Glorioso, que é Eterno, Sublime e Sacrossanto, ordenou (formou) e criou o Universo em 32 misteriosas sendas da sabedoria, por meio de três Sepharim, a saber 1- S'for, 2- Sippur e 3- Sapher que são Nele um e o mesmo. Eles consistem de uma década saída do nada e de vinte e duas letras fundamentais.

Elias Lipner

Por meio de trinta e duas vias ocultas da Sabedoria, Yah, Yehováh dos Exércitos - Deus de Israel, Deus vivo e Rei eterno, Deus Todo-Poderoso, Misericordioso e Clemente, Alto e Enaltecido, Morador nas Alturas, denominado Santo - esculpiu e criou o seu mundo em três estágios (Sefarim): mental (Sefar), falado (Sipur) e escrito (Sêfer).

William Wynn Wescott

Em 32 maravilhosas Vias de Sabedoria fêz Yah, Jehovah Tzabaot, o Deus de Israel, o Elohim dos viventes, o Rei das idades, o misericordioso e gracioso Deus, o Exaltado, o Habitante na eternidade, mais alto e mais santo - gravou seu nome através dos três Sepharim - Números, Letras e Sons.

Comentários:

Sepharim = livros ou modos de criação segundo Kalish Sepher = livro Sippur = estória Letras Fundamentais = formas primordiais de todo ser - O universo foi imaginado inicialmente em potências numéricas - cifras ou números, em letras - hieróglifos e em palavras...

A Árvore da Vida é formada por dez Sephiras - plural Sephiroth. As três Sepharim são: Idéia, Palavra e Palavra Escrita ou Obra. Os três Sepharim poderiam também ser traduzidos como: Sepher - Livro, Sippur - História e Sopher - Conte.

221 III 6 O Mundo Espiritual Nas traduções antigas, temos: Pistorius: Scriptis, Numeratis, Pronunciatis;Postellus: Numerans, Numeratis, Numeratus; e Rittangelius: Numero, numerante, Numerato. Segundo Kaplan, Sephirah - emanações divinas que formam a base da criação no Macro-cosmos e no micro-cosmos - homem. A palavra Sepher da onde deriva Sephirah é traduzida por texto, e Sephar, ambas SPR, significa número e é a raíz de Ciphra ou Cifra. Sippur significa contando, ou estória. As três divisões representam: qualidade, quantidade e comunicação ou Universo, Ano e Alma.

(Sepher) Texto Palavra (Espaço) Forma das Letras (Sephar) Número Ano (Tempo) Valor Numérico (Sippur) Comunicação Alma (Espírito) Pronúcia e Nome das Letras

Há três estados acima de Reschith (começo): A eterna negatividade (EN) a infinita luz (EN-SOPH- AUR) e o próprio ser infinito (EN SOPH). No princípio Deus criou ... Bereshith Barah Elohim ... uma trindade potencial formando um mundo superior - Kether - Chokmah - Binah que consituem o Arquétipo. Seguem-se os sete dias (períodos) da criação, que na realidade são seis mais um. Estes correpondem a expansão da Divindade em três colunas ou pilares, "o coriscar do relâmpago" da Árvore da Vida. A Árvore da Vida compreende dez Sephiras e vinte e dois caminhos que as interligam, representadas pelas vinte e duas letras do alfabeto hebráico.

O Relâmpago corresponde ao caminho desde a primeria Sephira Kether até o mundo material da décima Sephira Malkhut. Este caminho é o caminho da criação ou da "coagulação". A transformação auto-imposta pela divindade no universo material.

Caminhos ou vias NTIBUT em hebraico (Netivot), significa uma trilha feita pelos rastros de passos, utilizado simbólicamente como caminho, tem uma conotação caminho pessoal ou caminho oculto DEREKH outra palavra para Caminho, tem uma conotação de Caminho público.

Iah - Nome Divino encontrado nos Salmos é traduzido em grego por kurios e em latim por dominus, em ingles por Lord ou Senhor. É na verdade a primeira metade de IHVH ou Jehovah ou Iahveh.

Jehovah Tzabaot, ou Senhor das Hostes ou Exércitos (TzBA).

32 - é o número das Vias ou Caminhos de Sabedoria. Em hebráico é representado pelas letras Lamed e Beith, (lamed=30 e beith=2), formam a palavra LEV, coração, conforme o Bahir a primeira e a última letras da Torah (B em Bereshit) e (L em IsraeL). 32 é obtido pelas 22 duas letras mais os 10 Sephirot.

Os trinta e dois caminhos poderm ser encontrados na Torah em diversas partes: Nas 32 vêzes que o Nome de Deus Elohim aparece no Genesis, e se tomar-mos 32 como 2 a quinta potência (2x2x2x2x2), em seus cinco L:ivros (formando o Pentateuco).

As lebras Lamed e Beith compartilham uma disitnção única: Como prefixos, Lamed significa (para) e Beith (em). As quatro letras do Tetragramaton (IHVH ou Yud, Hei, Vav Hei), podem tambem servir de sufixos para os pronomes pessoais:Yud = eu, Hei = ela, Vav = ele. 222 III 6 O Mundo Espiritual

Como o Sepher Yetzirah explica (1:5) as Dez Sephiroth definem um espaço de 5 dimensões. O número 32 corresponde ao número de vértices em um hipercubo de de cinco dimensões: considerando que um cubo - um quadrado (duas dimensões) possui 4 vértices, um cubo (três dimensões) possui 8 vértices, um hipercubo de quatro dimensões possui 16 vértices e um hipercubo de 5 dimensões possui 32 vértices, como nos ensina o Sepher Yetzirah.

1:2

As dez Sephiroth do Nada e 22 Letras da Fundação: três mães (letras fundamentais ou primeiros elementos), sete duplas (consoantes) e doze elementares (simples) - Kaplan

(Ele dividiu as vinte e duas consoantes em três partes 1- três mães / letras fundamentais ou primeiros elementos, 2- sete consoantes duplas e 3- doze simples.) - Kalish

Comentários:

Aqui define-se o Sephirot que constitue a Árvore da Vida (Etz ha-Chaim), composta por dez Sephirah - Kether - Coroa, Chochmah - Sabedoria, Binah - Entendimento ou Inteligência, (Daat) - (Conhecimento), Chesed - Amor, Gvurah - Força, Tiffereth - Beleza, Netzah - Vitória, Hod - Esplendor, Yesod - Fundação, Malchut - Reino.

Aqui define-se também o próprio alfabeto hebraico arcaico, composto de consoantes. As três letras mãe - Aleph, Mem e Shin. As sete consoantes duplas - Beith, Ghimel, Daleth, Kaph, Phe, Resh e Thau. As doze letras simples - He, Vau, Zain, Cheth, Teth, Iod, Lamed, Nun, Samech, Ain, Tzadi, Quph. As três letras iniciais são chamadas de matrizes, as sete consoantes duplas possuem dois sons e as doze simples apenas um som.

1:3

O Sephiroth do Nada, no número dos dez dedos, cinco opões-se a cinco, com uma aliança singular, precisamente no meio, na circuncisão da língua e na circuncisão do membro. - Kaplan

(A década saída do nada é análoga à dos dez dedos do corpo humano, cinco paralelos a cinco, no centro dos quais está a aliança com o Único, pela palavra da língua e rito de Abraão.) Kalish

Comentários:

A criação diz-se, foi realizada pelos dedos de Deus, e está escrito: 'Quando eu vejo Teus céus, o trabalho de Teus dedos..) Salmos 8:4. As dez numerações decimais e o Sephiroth, são análogos aos dedos das mãos do homem.

223 III 6 O Mundo Espiritual Iud a primeira letra do Tetragramaton, que representa o Pai, tem valor numérico 10. Cada mão, YaD em hebráico, possui quatorze ossos, valor numérico de YaD.

Cinco opõem-se a cinco

Forças Femininas Amores Masculinos (coluna esquerda) (coluna direita)

Kether

Binah Chochmah

Gvurah Chesed

Hod Tiferet

Yesod Netzach

Malkhut

Brit Yachid ou Brit Yichud - uma "aliança unificante" - Brit é aliança como em Lurot ha-Brit (as tábuas da aliança) de Moshe.

Milah significa circuncisão em hebráico, mas também significa palavra - 'O espírito de Deus fala em mim, e sua palavra (milah) é minha língua' - 2 Samuel 23.2 - Assim a circuncisão da língua significa a habilidade de interpretar a Torah e a capacidade de utilizar os mistérios da língua Hebráica... Aí está um dos conceitos básicos da Teurgia no que se refere ao uso do Verbo criador e as próprias virtudes mágicas da língua hebraica, magistralmente registradas por Lipner.

A circuncisão do órgão sexual, representa a aliança dada por Deus a Abraão: O mundo foi criado em seis dias, representados pelas seis direções primárias que existem num universo tridimensional. O sétimo dia, Shabat, representa a perfeição do mundo físico e o ponto focal das seis direções. O oitavo dia representa o passo além das dimensões físicas, no reino transcendental. Assim a aliança da circuncisão representa o poder oferecido a Abraão e seus descendentes, sobre o plano transcendental.

A primeira ocorrência deste domínio é expressa pela concepção, que tem o poder de trazer uma alma para o mundo, dando ao indivíduo o poder de acessar os domínios espirituais. Através da meditação sobre 10 e o Sephiroth, pode-se vir a dominar ou controlar o órgão sexual e as atividades sexuais. Através da santificação de sí mesmo, pode-se durante o intercurso sexual determinar as qualidades da criança que será concebida.

1:4

Dez Sephiroth do Nada, deze e não nove, dez e não onze, Entenda com Sabedoria, Seja sábio com Entendimento, Examine com elas e teste com elas, Faça (cada) coisa firmar-se em sua essência, e faça o Criador sentar em Sua base. - Kaplan

(Dez são os números saídos do nada, e não o número nove, dez e não onze. Compreenda esta grande sabedoria, entenda este conhecimento, investigue-o e pondere a seu respeito, torne-o evidente e reconduza o Criador ao seu trono.) - Kalish

224 III 6 O Mundo Espiritual Comentários:

A mais alta faculdade do homem é o Desejo, que corresponde a primeira Sephirah - Kether (Corôa). Dizemos que Deus é puro desejo, puro amor, puro conhecimento... Na verdade estas qualidades são representadas no Sephiroth, inferior a Deus pois faz parte de sua criação, Deus coloca-se acima do Sephirorth, que não é nove, pois Kheter não representa Deus, e também não é onze, pois não inclui Deus. Deus pertence a uma categoria totalmente diversa do Sephiroth, e sua essência não pode ser descrita por nenhuma palavra, e portanto não podemos descrevê-lo.

Entendimento (Binah) envolve pensamento verbal, enquanto Sabedoria (Chochmah) representa o pensamento não verbal puro.

A sabedoria está associada ao hemisfério não verbal direito do cérebro, enquanto que o hemisfério verbal, esquerdo, está associado ao entendimento e a inteligência. Experimentar pensamentos não verbais é uma esperiência difícil de se atingir, diversas técnicas de meditações e mantras são utilizados para indução destes estados. É por isso que o Cabalista diz que a Sabedoria só pode ser experimentada vestida de entendimento. É nesse ponto que o Sepher Yetzirah inicia a explicação de como entender/utilizar as Dez Sephiroth do Nada... Entenda com Sabedoria e seja sábio com Entendimento.

A palavra hebráica Makhon - base - é utilizada para designar onde Deus senta - "os céus, a base (makhon) de Teu assento" - Salomão 1 Reis 8:39. A escritura diz: "Ele fundou a terra em sua base (makhon)" Salmos 104:5. Este verso indica que tudo no mundo físico possui uma contraparte e uma base no mundo espiritual específicas, através das quais podem ser elevadas. Sentar para o homem significa abaixar o seu corpo, no que se refere a Divindade, significa abaixar a sua essência, ou voltar-se para a Sua criação, que está abaixo Dele.

No Talmud também encontramos a alusão ao paralelismo entre os mundos físido e espiritual - a base preparada (makhon vem de Kon raíz de Hekin que significa preparar) através da qual Deus senta-se e canaliza sua influência espiritual para o mundo…

Neste contexto, o Sepher Yetzirah aqui chama Deus de Yotzer - aqui traduzido como o Criador, embora uma aproximação mais precisa pudesse ser o Formador ou Aquele que Forma. Em hebráico existem três palavras com significado similar: Bara - que significa Criar, Yatzar - que significa Formar e Asyiah que signifca Fazer. De acordo com a Cabala, Bara implica na criação a partir do Nada - ex nehilo - algo a partir do nada; Yatzar denota a formação de algo a partir de uma base já pré-existente - algo a partir de algo; e Asah que possui uma conotação de compleição de uma ação.

Os Cabalistas ensinam que os seguintes estágios são paralelos aos três universos celestiais, que são chamados: Briah (Criação), Yetzirah (Formação), e Asiyah (Realização/Ação). Eles são aludidos no verso: 'tudo que for chamado em Meu nome, por Minha Glória (Atziluth), Eu criei (em Briah), eu formei (em Yetzirah) e Eu fiz (em Asyiah)' - Isaías 43:7.

O universo mais alto é Atziluth, o domínio do Sephiroth puro. Abaixo está Briah, o domínio do Trono, pois Briah é "algo a partir do do nada" (Criação). Atziluth algumas vêzes é denominado como "Nada ou Inexistência" (Ayin), assim o Sephiroth em Ayin é chamado de o Sehpirtoh do Nada. Abaixo de Briah está o universo de Yetzirah (Formação) que é o mundo dos anjos. Finalmente temos o universo de Asyiah (Realização/Ação) que consiste do mundo físico e sua sombra espiritual.

225 III 6 O Mundo Espiritual Aqui o Sepher Yestzirah aborda a ligação entre o universo ou mundo superior Olam Atziluth e o inferior Malkhut. O método expresso no Sepher Yetzirah envolve a manipulação de forças no universo de Asyiah, e esta é a razão do nome do livro - Livro da Formação, o texto refere-se a Deus como Yotzer - o Formador, indicando a sua manifestação no mundo de Yetzirah.

A aprtir do verso "ele fundou (yasad) a terra em sua base (makhon)" depreendemos que makhon refere-se ao nível espiritual que está próximo ao mundo físico, específicamente, o nível mais baixo de Yetzirah, Makhon está no nível correspondente a Yesod (Fundação), que tem a conotação de conectar ou ligar. Assim ele liga Yetzirah a Asyiah Através da elevação de objetos no mundo físico, pode-se atuar sobre as forças de Yetzirah, o mundo dos anjos. É por esta razão que o Sepher Yetzirah usa o termo makhon (base) ao invés de kisey (trono) como lugar on Deus senta. O termo trono indicaria o universo de Briah, que é o mundo do Trono.

1:5

O Sephiroth do Nada: Sua essência é dez, os quais não tem fim:

Uma profundidade de comêço Uma profundidade de fim Uma profundidade de bem Uma profundidade de mal Uma profundidade de cima Uma profundidade de baixo Uma profundidade do leste Uma profundidade do oeste Uma profundidade do sul O Mestre singular Deus Rei fiel, determina sobre todos eles, desde a sua sagrada morada, até a eternidade das eternidades - Kaplan

(A década saída do nada tem as dez seguintes infinidades:

1 - O COMEÇO infinito 2 - O FIM infinito 3 - O BEM infinito 4 - O MAL infinito 5 - O ALTO infinito 6 - A PROFUNDEZA infinita 7 - O LESTE infinito 8 - O OESTE infinito 9 - O NORTE infinito 10- O SUL infinito e o único Senhor Deus, o Rei fiel, reina sobre tudo da Sua Santa morada para todo o sempre.) - Kalish

Comentários:

Como comparar a década saída do nada aqui descrita com a Árvore da Vida ?

Aqui temos: 226 III 6 O Mundo Espiritual O ciclo infinito com os conceitos de Começo e Fim. (1 e 2) que correpondem as duas Sephiras Kether e Malkhut.

A metafísica global expressa pelo binário BEM MAL (3 e 4) que correspondem a Hokmah (que encabeça o pilar da Misericórdia) e Binah (que encabeça o pilar da Severidade).

A seis emanações seguintes correspondem as outras Sephiras, ou os seis dias da criação e também ao espaço tridimensinal orientado. Na vedade temos as três dimensões da física atual:

1:6

Dez Sephiroth do Nada, Sua visão é como o "aparecimento do relâmpago", Seu limite não tem fim, e Seu Mundo neles está "correndo/fugindo e retornando", Eles correm para Ele dizendo como um redemoinho, e perante o Seu trono, eles se prostram. - Kaplan

(O aparecimento das dez esferas saídas do nada é como o clarão de um raio, sem um fim. Sua palavra está nelas, quando elas vão e voltam; elas correm por Sua ordem como um redemoinho e humilham-se diante do seu Trono.) - Kalish

Capítulo 2

2:1

Há vinte e duas letras vigor. Três delas, contudo, são os primeiros elementos fundamentais ou mães, sete consoantes duplas e doze simples. As três letras fundamentais ALEPH - MEM - SHIN têm como base a balança. Num prato está o mérito e no outro a criminalidade, que são colocados em equilíbrio pela língua.

As três letras fundamentais ALEPH - MEM - SHIN significam, como o MEM é mudo como a água e SHIN é sibilante como o fogo, há ALEPH entre elas, um sopro de ar que as reconcilia.

227 III 6 O Mundo Espiritual

2:2

As vinte e duas letras que formam o vigor após terem sido postas em ordem e estabelecidas por Deus, Ele combinou-as, pesou-as, mudou-as e formou com elas todos os seres que existem, e todas as coisas que deverão ser formadas no futuro.

2:3

Ele estabeleceu vinte e duas letras, vigor, pela voz, formou-as pelo sopro de ar e fixou-as em cinco lugares na boca humana, a saber:

2:4

Ele fixou as vinte e duas letras vigor, na esfera, como uma muralha com duzentas e trinta e duas portas, e virou as esferas para frente e para trás. Para uma ilustração podem servir as três letras (Tzade Caph Ghimel). Nada há de melhor que a alegria, nada pior que a tristeza ou a peste.

Portas = Portas de saída, formações. 232 = As 232 portas podem ser o Aleph mais as 231 combinações das 22 letras, 2 a duas... Tzade - Caph - Ghimel

228 III 6 O Mundo Espiritual 2:5

Mas como fêz isto ? Ele combinou, pesou e mudou: o Aleph com todas as outras letras em sucessão, e novamente com todas as outras com Aleph; Beth com todas; e todas novamente com Beth, e assim por diante com toda a série de letras. Segue daí que há 231 formações, e que toda criatura e toda palavra emanaram de um nome.

De fato, combinando as 22 letras 2 a 2, sem permutação = n x ((n-i / 2) = 22 -1 x (22/2) = 231.

Na metafísica cabalística todo o universo emanou gradualmente do espírito único de Deus Vivo.

2:6

Ele criou uma realidade do nada, fêz a não existência tornar-se existência e trabalhou, por assim dizer, colunas colossais do ar impalpável. Isto foi demonstrado pelo exemplo da combinação da letra Aleph com todas as outras letras, e todas as outras letras com Aleph. Ele predeterminou, e falando criou de um nome todas as criaturas e todas as palavras. Para uma ilustração podem servir as vinte e duas substâncias elementares pela substância primitiva de Aleph.

Deus, sua idéia e seu verbo, são uma única unidade. Portanto a letra Aleph é o ar de onde emanou a palavra criadora.

Capítulo 3

3:1

Os três primeiros elementos Aleph Mem Shin são simbolizados por uma balança, em um prato o mérito e no outro a criminalidade, que são colocados em equilíbrio pela língua.

3:2

Estas três mães, Aleph Mem Shin, são um grande e maravilhoso e ignoto mistério, são seladas por seis aneis, os círculos elementares a saber: ar, água e fogo emanados deles, que deram origem aos progenitores, e estes progenitores deram também origem a alguma progênie.

ALEPH MEM SHIN

MUNDO Ar Terra Céu - Atmosfera terra e mar

HOMEM Peito Ventre Cabeça

ANO Umidade Frieza Calor

3:3

Deus determinou e estabeleceu as três mães (Aleph, Mem e Shin) combinou-as, pesou-as e mudou-as e formou delas três mães (Aleph, Mem e Shin) no mundo, no ano e no homem.

229 III 6 O Mundo Espiritual 3:4

As três mães Aleph Mem Shin no mundo são: ar, água e fogo. O céu foi criado do fogo ou éter; a terra (compreendendo mar e terra), da água elementar; e o ar atmosférico, do ar elementar, ou espírito, que estabelece o equilíbrio entre eles.

3:5

As três mães Aleph Mem Shin produzem no ano: calor, frio e umidade. O calor foi criado do fogo, a friagem da água, e a umidade do ar equilibra os dois.

3:6

As três mães Aleph Mem Shin produzem no homem, masculino e feminino: peito, ventre e cabeça. A cabeça foi criada do fogo, o peito da água, e o corpo do ar que os coloca em equilíbrio.

3:7

PRIMEIRA DIVISÃO. Deus deixou a letra Aleph predominar no ar primitivo, coroou-a, combinou uma com outra e formou delas o ar do mundo, umidade no ano e o peito no ser humano; masculino pela (Aleph Mem Shin), e no feminino pela (Aleph Shin Mem).

Comentários:

Coroar significa fazer dela o poder primitivo. Combinar uma com outra, tem o sentido de combinar um elemento com os outros dois.

3:8

SEGUNDA DIVISÃO. Ele deixou a letra Mem predominar na água primitiva, e coroou-a, combinou-a com a outra e formou delas a terra (incluindo terra e mar); friagem no ano, e o ventre do ser humano, no masculino por Aleph Mem Shin, no feminino por Mem Shin Aleph.

3:9

TERCEIRA DIVISÃO. Ele deixou a letra Shin predominar no fogo primitivo, coroou-a, combinou-a com a outra e formou delas, céu no mundo, calor no ano e cabeça no ser humano.

Capítulo 4

4:1

As sete letras duplas, beit, guimel, daleth, caph, phei, reish e tav, com uma duplicidade de pronúncia, aspiradas e não aspiradas, a saber, beit, guimel, daleth, caph, phei, reish e tav, servem como modelo de maciez e dureza, força e fraqueza.

230 III 6 O Mundo Espiritual

Aspiradas possuem um ponto no centro. Não aspiradas não possuem.

4:2

As sete letras duplas, simbolizarão, por assim dizer: sabedoria, riqueza, fecundidade, vida, domínio, paz e beleza.

4:3

As letras duplas servem para significar a antítese à qual a vida humana está exposta. A antítese de sabedoria é insensatez, de riqueza, probreza, de fecundidade, esterilidade, de vida, morte, de domínio, dependencia, de paz, guerra, e de beleza, feiúra.

4:4

As sete consoantes duplas são análogas às seis dimensões: altura e profundidade, Leste e Oeste, Norte e Sul e o templo sagrado que se ergue no centro, que sustenta todas.

Comentários:

Isto pode significar, sob a perspectiva da árvore da vida, as seis Sephiroth correspondentes aos seis dias da criação e Tiphereth, que interliga todas elas. Esta é a esfera das Causas Secundárias do Hermetismo.

4:5

As consoantes duplas são sete, e não seis, são sete e não oito; reflete sôbre este fato, investiga-o, e torna-o tão evidente que o Criador seja reconhecido novamente em seu trono.

4:6

As sete consoantes duplas vigor, tendo sido designadas e estabelecidas, combinadas, pesadas e mudadas por Deus, Ele formou com elas: sete planetas no mundo, sete dias no ano, sete portas, abertas dos sentidos , no ser humano.

231 III 6 O Mundo Espiritual 4:7

Os sete planetas no mundo são: Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio e Lua. Os sete dias do ano são os sete dias da semana; sete portas do ser humano são: dois olhos, dois ouvidos, duas narinas e a boca.

Comentários:

Segundo G.O Mebes a ordem é a seguinte:

Beth Lua Ghimel Vênus Daleth Júpiter Caph Marte Phe Mercúrio Resh Saturno Thau Sol

que inclusive é como se transmitiu até nós nos nomes dos dias da semana em muitas líguas.

A ordem Lua, Mercúrio, Vênus, Sol e Marte; é a do Sistema de Ptolomeu, que estava em voga no século XV, mas como o Sepher Yetzirah é muito mais antigo, as primeiras traduções apresentam outra ordem: Marte, Júpiter, Saturno, Lua, Mercúrio, Vênus e Sol.

Nesta tradução Isidor Kalish utiliza uma outra ordem, porém na nota 37, diz que utiliza a do Sistema Ptolomaico...

4:8

PRIMEIRA DIVISÃO - Ele deixou a letra Beth predominar na sabedoria, coroou-a, combinou com a outra e formou com elas: a Lua no mundo, o primeiro dia do ano e o olho direito do ser humano.

4:9

SEGUNDA DIVISÃO - Ele deixou a letra Ghimel predominar na riqueza, coroou-a, combinou uma com outra e formou com elas: Marte no mundo, o segundo dia do ano, e o ouvido direito do ser humano.

Comentários:

232 III 6 O Mundo Espiritual Este sete versículos formam 7 divisões cujo resumo está abaixo.

LETRA SÍMBOLO PLANETA DIA DO ANO PORTA DO SENTIDO BETH Sabedoria LUA 1 dia Olho Direito GHIMEL Riqueza MARTE 2 dia Ouvido Direito DALETH Fecundidade SOL 3 dia Narina Direita CAPH Vida VÊNUS 4 dia Olho Esquerdo PHE Domínio MERCÚRIO 5 dia Ouvido Esquerdo RESH Paz SATURNO 6 dia Narina Esquerda THAU Beleza JÚPITER 7 dia Boca

4:10

TERCEIRA DIVISÃO - Ele deixou a letra Daleth predominar na sabedoria, coroou-a, combinou com a outra e formou com elas: a Lua no mundo, o primeiro dia do ano e o olho direito do ser humano.

4:11

QUARTA DIVISÃO - Ele deixou a letra Caph predominar na sabedoria, coroou-a, combinou com a outra e formou com elas: a Lua no mundo, o primeiro dia do ano e o olho direito do ser humano.

4:12

QUINTA DIVISÃO - Ele deixou a letra Phe predominar na sabedoria, coroou-a, combinou com a outra e formou com elas: a Lua no mundo, o primeiro dia do ano e o olho direito do ser humano.

4:13

SEXTA DIVISÃO - Ele deixou a letra Resh predominar na sabedoria, coroou-a, combinou com a outra e formou com elas: a Lua no mundo, o primeiro dia do ano e o olho direito do ser humano.

4:14

SËTIMA DIVISÃO - Ele deixou a letra Thau predominar na sabedoria, coroou-a, combinou com a outra e formou com elas: a Lua no mundo, o primeiro dia do ano e o olho direito do ser humano.

233 III 6 O Mundo Espiritual 4:15

Pelas sete consoantes duplas, foram também designados sete mundos (...... ), sete céus, sete terras (provavelmente climas), sete mares (provavelmente em torno da Palestina), sete rios, sete desertos, sete dias da semana, sete semanas a contar da Páscoa até Pentecostes, há um ciclo de sete anos, sendo o sétimo o ano da libertação, e após sete anos de libertação vem o jubileu. Portanto, Deus ama o número sete sob todo o céu. (Em toda a natureza).s:

4:16

Duas pedras constroem duas casas, três pedras constroem seis casas, quatro constroem vinte e quatro casas, cinco constroem cento e vinte casas, seis constroem setecentos e vinte casas e sete constroem cinco mil e quarenta casas. Daí por diante prossegue e calcula o que a boca não pode expressar e o ouvido não pode ouvir.

Comentários:

A regra expressa a função Fatorial n! -> 7! = 1 X 2 X 3 X 4 X 5 X 6 X 7 = 5040

Capítulo 5

5:1

As doze letras simples Cuph, Tsadi, Ayin, Samech, Nun, Lamed, Iud, Chet, Zain, Vav, Hei, simbolizam, por assim dizer os órgãos da fala, do pensamento, do andar, da visão, da audição, do trabalho, do coito, do olfato, do sono, da raiva, da deglutição e do riso.

Comentários:

5:2

As doze consoantes simples, simbolizam também doze pontos oblíquos: altura leste, nordeste, profundidade leste, altura sul, sudeste, profundidade sul, altura oeste, sudoeste, profundidade oeste, altura norte, noroeste, profundidade norte. Elas alargaram-se cada vez mais por toda a eternidade, formando os limites do mundo.

5:3

As doze letras simples, vigor, tendo sido designadas, estabelecidas, combinadas, pesadas e mudadas por Deus, Ele fez com elas: doze constelações no mundo, doze meses no ano e doze líderes (órgãos) no corpo humano.

234 III 6 O Mundo Espiritual 5:4

As doze constelações no mundo são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Os doze meses do ano são: Nisan, Iyar, Sivan, Tamus, Ab, Elul, Tishri, Marcheshvan, Kislev, Teves, Shevat e Adar. Os doze órgãos do corpo humano são: duas mãos, dois pés, dois rins, vesícula, intestino delgado, fígado, garganta ou esôfago, estômago e baço.

5:5

Primeira Parte - PRIMEIRA DIVISÃO

Deus deixou a letra He predominar na fala, coroou-a, combinou um com outra e formou com elas: Áries (O Carneiro) no mundo, o mês Nisan do ano, e o pé direito da criatura humana.

Comentários:

... e assim por diante até a 12 divisão, conforme resumo abaixo:

LETRA SÍMBOLO SIGNO MES ÓRGÃO HE Fala Áries Nisan Pé direito VAU Pensamento Touro Yiar Rim ZAIN.Andar Gêmeos Sivan Pé esquerdo CHETH Visão Câncer Tamus Mão direita TETH Audição Leão Ab Rim esquerdo IOD Trabalho Virgem Elul Mão esquerda LAMED Coito Libra Tishrei Vesícula NUN Olfato Escorpião Marcheshvan Intestino Delgado SAMECH Sono Sagitário Kislev Estômago HAIN Raiva Capricórnio Teves Fígado TSADE Deglutição Aquário Schwat Esôfago CUPH Riso Peixes Adar Baço

Outros nomes antigos citados no Sepher Yetzirah, para alguns dos signos, são:

Áries Carneiro Câncer Caranguejo Libra Balança Sagitário Arqueiro Capricórnio Bode Aquário Aguadeiro

235 III 6 O Mundo Espiritual Quarta Parte - TERCEIRA DIVISÃO

Ele os fez como um conflito, ergueu-os como uma muralha e lançou um contra o outro como na guerra.

Capítulo 6

6:1

Estas são as três mães ou primeiros elementos, Aleph Mem Shin, de onde emanaram três progenitores; ar primitivo, água e fogo, e dos quais emanaram, como sua progênie, três progenitores e seus descendentes: a saber, os sete planetas e os seus séquitos e os doze postos oblíquos.

6:2

Para confirmar isto há testemunhas fiéis; o mundo, ano e homem; os doze, o Equilíbrio; os Sete, que Deus regula como o Dragão (Tali), a esfera e o coração.

Comentários:

Tali pode significar a constelação do Dragão - Draco, que é muito comprida e se extende de leste a oeste. Pode também significar a linha que une dois pontos em que a lua intercepta a eclíptica (a cabeça e a cauda do Dragão). Ou simplesmente ao eixo invisível, celestial ou universal que sustenta todo o universo.

No Zohar, o Dragão é a Serpente Nahash, que circunda a Terra, ou que representa a força do mal que "atrái" a expansão coagulante do universo no "desejo de receber"...

6:3

Os primeiros elementos Aleph Mem Shin são ar, água e fogo; o fogo está acima, a água embaixo, e um sopro de ar estabelece o equilíbrio entre eles. Para uma ilustração pode servir que o fogo conduz o fogo é o caráter fonético Mem que é mudo e Shin é sibilante como o fogo, Aleph entre eles, um sopro de ar os coloca em equilíbrio.

6:4

O Dragão (Tali) está no mundo como um rei em seu trono, a esfera está no ano como um rei no império e o coração está no corpo humano tal qual um rei em guerra.

6:5

Deus fez também os antagonismos; o bem contra o mal, o mal contra o bem; o bem parte do bem, e o mal, do mal; o bem purifica o mau, e o mau, o bom; o bom é preservado para os bons, e o mal, para os maus.

236 III 6 O Mundo Espiritual 6:6

Há três dos quais cada um deles sobressai por sí só; um é o afirmativo, o outro é o negativo e um outro os equilibra.

6:7

Há sete dos quais três estão contra três e um outro os coloca em equilíbrio. Há doze que estão sempre em guerra; três deles produzem amor, e três, ódio; três são animadores, e três, destruidores.

6:8

Os três que produzem amor são: o coração e os ouvidos; os três que produzem ódio são o fígado, a vesícula e a língua; os três animadores são as duas narinas e o baço; e os três destruidores são a boca e as duas aberturas do corpo; e Deus o Rei fiel, reina em tudo da Santa morada para toda a eternidade. Ele é um acima de três; três estão acima de sete, sete acima de doze e todos estão unidos.

6:9

Há vinte e duas letras pelas quais o Eu Sou, Yah, o Senhor dos Exércitos, Todo Poderoso e Eterno, designou, formou e criou pelos três Sefarim (*), Seu mundo todo, e formou com eles criaturas e todas aquelas que ainda serão formadas no futuro.

6:10

Quando o patriarca Abraão compreendeu o grande truísmo, refletiu sobre ele em sua mente, concebeu-o muito bem, fez cuidadosas pequisas e indagações profundas, ponderou a respeito e conseguiu contemplações, o Senhor do Universo apareceu-lhe, chamou-o de amigo, fez com ele uma aliança entre os dez dedos das suas mãos, que é a aliança da língua, e a aliança entre os dez dedos dos seus pés, que é a aliança da circuncisão, e lhe disse: "Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia". (Jeremias I,5)

237 III 6 O Mundo Espiritual

III 6.10.3 - Sepher haZohar

UMA INTRODUÇÃO PARA O ZOHAR

O "Livro do Esplendor" é o mais completo registro de informação sobre o conhecimento e a natureza da doutrina da Cabala.

Sua primeira versão foi escrita em aramaico, e sua autoria é consensualmente atribuida ao Rabi Shimon bar Yohai. Foi traduzido para o hebraico pelo rabi Yehuda Ashlag (1886-1955) Ed. Hamassorah Meah Shearim, Jerusalem; em 21 volumes.

Desta versão, ou de outras produzidas pelos cabalistas espanhóis, foram criadas duas obras principais: uma tradução francesa em seis volumes, por Jean de Pauly, Larousse, Paris 1906; e uma tradução inglesa, abreviada em 5 volumes por H. Sperling e M. Simon, Soncino Press, London. Esta última compreende a chamada versão de Mantua, de Rom Vilna.

O Dr. J. Abelson observa em sua introdução a versão inglesa do Zohar (1931 por Harry Sperling e Maurice Simon) : "é um conjunto de tratados, textos, extratos e excertos de textos relativos a diversos períodos mas assemelhando-se todos no método de interpretação mística da Tora, bem como na desconcertante anonimidade em que estão protegidos.

Muitas de suas doutrinas são fundamentais e suplementares e podem ser também encontradas nos trechos mais antigos dos Talmuds Babilônico e Palestino, bem como farta literatura apocalítica judaica, produzida nos séculos imediatamente anteriores e posteriores à destruição do segundo Templo.

Ensaios sobre a lei judaica e interpretações bíblicas, que muitas vêzes são repetições verbais de passagens contidas nos dois textos revistos do Talmud, especulações sobre teologia, teosofia e cosmogonia, que encontram paralelo na literatura helenistica, e que em alguns casos mostram semelhanças com idéias contidas no Zend Avesta, o que levou a alguns estudiosos a situar parte do conhecimento do Zohar no Zoroastrismo.

Teorias gnósticas sobre a relação do homem com o divino, reproduções de crenças medievais concernentes a astrologia, fisiognomonia, necromancia, magia e metempsicose, que são estranhas ao espírito judaico, todos estes elementos se embaralham caóticamente no Zohar, um verdadeiro depósito de anacronismos, incongurências e surpresas"...

Para alguns autores, parte do Zohar é escrito em hebraico, parte em caldeu ou aramaico.

Sua estrutura corresponde aos cinco livros do Velho Testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, usualmente referidos como Pentateuco, que foram considerados como escritura sagrada até a época de Isaias. A estes são acrescentados diversos comentários, sendo: Raya Mehemna e Tikkunai Zohar encontrados na edição da Soncino.

238 III 6 O Mundo Espiritual A História do Zohar

Quando Roma reinava sobre Israel, o Rabi Shimon bar Yohai era discípulo do Rabi Akiva. Posteriormente a morte do Rabi Akiva, Rabi Shimon e seu filho Rabi El'azar partiram em segredo para uma caverna na montanha, onde permaneceram por treze anos, até que a morte do imperador romano permitiu que voltassem de seu isolamento.

Desde os primeiros tempos havia ensinamentos secretos do mistérios Divinos na Torah, que podiam somente interessar a poucos... que apenas algumas poucas almas iluminadas eram capazes de entender. Existiam textos, mencionados no Talmud, cuja origem remontava a séculos atrás. E o Talmud conta sobre sagas dos que trabalharam para dominar este conhecimento esotérico.

Os anos que o Rabi Shimon bar Yohai passou com seu filho na caverna, marcaram um ponto de mudança na história deste grande corpo de conhecimento escondido. Na escuridão de sua caverna, sem nenhum texto para ler, o Rabi Shimon trouxe a tona os níveis mais profundos da memória e visões armazenadas em seu inconsciente, por anos de estudo com os mestres do passado. Assim o Zohar tomou forma - um único trabalho que se tornou o texto clássico da Cabala. Em cada geração, depois disto, poucos selecionados o guardaram e estudaram até que no século XIV, na Espanha, o Zohar tornou-se conhecido para não mais ser escondido.

Muitos estudaram e compreenderam as intrigantes verdades do misticismo judeu. Mas poucos puderam fazer os outros compreenderem e ver. Para isto, o judaísmo deveria esperar por Tzfat, em 1500.

Lá o Rabi Moses Cordovero nasceu em 1522. E lá estudou com o Rabi Sh'lomo Alkabetz, autor de L'cha Dodi. Em tempo, a Cabala encontrou nele, o que a muito tempo era necessário, um mestre inspirado com uma pena. Os poucos trabalhos publicados representaram a mais clara apresentação, jamais antes realizada, e a luz brilhante da Cabala atingiu a Europa Ocidental e deu vida e dinâmica ao grande movimento dos Hassidim.

Ao mesmo tempo, um segundo mestre chegou a Tzfat: Rabi Isaac Luria, o Ari, de memória sagrada, que descobriu o Zohar e o estudou por longos anos, transmitindo-o oralmente a seus disípulos, junto com ensinamentos muito complexos para serem escritos. Mas os discípulos anotaram tanto quanto foi possível, produzindo os volumes do que agora chamamos de "seus escritos".

Estes escritos entretanto só foram revelados no século XX, quando o Rabi Ashlag abriu as portas, e trouxe a público, a nova visão, a nova consciência, das grandes verdades da Cabala. Este trabalho chama-se "Ten Luminous Emanations".

Este grande cabalista, em meio a considerável oposição dos Talmudistas frente a Cabala, na época moderna, teve como objetivo tornar a Cabala mais acessível para todos aqueles cujo desejo era o entendimento dos seus ensinamentos sublimes e esotéricos.

O trabalho do Rabi Yehuda Ashlag foi volumoso, e finalmente desanuviou o medo infundado das autoridades Talmúdicas, mostrando que a Cabala não era um tópico de estudo genérico e que somente os selecionados poderiam entrar na sua sabedoria secreta. Àqueles já espiritualmente orientados na sua busca de experimentar o Divino. Àqueles cujas necessidades não seriam satisfeitas com as visões tradicionais e dogmas estabelecidos em sua abordagem de realizar o "Mitzvot" (os mandamentos da Torah), e para os cientistas em curso de colisão com a espiritualidade. Estes agora poderiam encontrar uma força renovada no conhecimento na Cabala.

239 III 6 O Mundo Espiritual Rabi Ashlag, foi o tradutor do Zohar, para a língua hebraica, cujo resumo "An Entrance to the Zohar", analisamos a seguir.

1 - Questões Relativas à Essência a - Qual é a essência de nosso ser ? b - Qual é o nosso propósito na longa corrente da existência, da qual somos apenas uma ínfima ligação ? c - A auto-reflexão nos revela nossas imperfeições e nossa posição baixa. Ainda assim, como é possível, vendo que somos criados pelo Ser Sagrado, cuja essência perfeita deve necessariamente produzir trabalhos perfeitos ? d - Uma assertiva, geralmente aceita, é que o Criador é Deus, e faz o Bem. Então, porque Ele criou tantos seres cuja completa existência consiste em sofrimento e tortura sem fim ? Não é de ser esperado que o bem faz o bem, ou pelo menos não é tão mal ? e - Como é possível que do Eterno, que não tem nem princípio nem fim, possa surgir seres finitos e perescíveis ?

Para entender completamente tudo isto, primeiramente necessitamos buscar certas questões. Não nas áreas em que é "proibido" (este termo denota impossibilidade de compreensão), como no caso da Essência do Criador Todo-Poderoso, porque nada pode abarcá-lo, e portanto não existe possibilidade de pensar ou falar sobre Ele. Mas devemos dirigir nossas questões a seus desejos, como fomos comandados pela Torah - "Conhece ao Deus de teu pai e serve-o", e como encontramos no Hino da Unidade "é através de Seus desejos que nós o conhecemos".

A primeira questão refere-se ao entendimento de como a criação pode ser concebida como algo totalmente "novo", significando que este algo novo não estava contido no Todo-Poderoso antes que Ele o criasse. É óbvio que não existe nada que não esteja contido Nele. Razão pura nos leva a esta asserção, pois como alguém pode dar o que não possui ?

A segunda questão, admitindo que Ele pudesse ter criado algo totalmente novo a partir do nada, que antes não fizesse parte Dele, então a questão a ser feita é: Qual é a existência que não tem nenhum lugar dentro Dele, mas que é completamente nova ?

A terceira questão é dirigida ao que nos dizem os Mestres da Cabala que a Alma (Neshamah) de um homem é uma parte de Deus nas alturas. Com isto queremos dizer que não existe diferença entre Ele e a alma, exceto que Ele é o Todo e a alma é uma Parte. Eles comparam isto a uma pedra retirada da montanha. Pois não há diferença entre a pedra e a montanha, somente que uma é o Todo e a outra é uma Parte. Mas como pode alguem conceber o Todo-Poderoso separando uma parte de Sua Essência, a qual, então se tornaria uma parte que foi separada Dele, o que significa que uma alma pode apenas ser considerada como sendo uma parte de Sua Essência ?

A quarta questão é a seguinte: Desde que a Carruagem do Outro Lado (forças do mal), e as Cascas (Klipoth) estão tão visceralmente separadas de Deus, ao ponto que nós não podemos nem imaginar a distância, como é possível que possam ser provenientes e existir em Deus, ou mesmo que Deus deva estar dando a eles a sua existência ?

240 III 6 O Mundo Espiritual A quinta questão concerne a Ressureição dos Mortos. Desde que o corpo físico, a partir do momento de seu nascimento já está condenado a morrer e ser enterrado. O Zohar diz que antes que o corpo físico esteja completamente decomposto e até que ainda exista a menor parte dele, a alma (Neshamah) não pode ascender ao seu lugar próprio no Paraíso. Porque então deve ser necessário subir de novo no tempo da Ressureição dos mortos ? Não poderia Deus, dar as almas a plenitude do prazer sem que seus corpos físicos estivessem presentes ?

A sexta questão é dirigida por um conhecimento antigo de nossas lendas que afirma ser o homem o centro de toda a existência e que todos os mundos mais altos e também este mundo material foram criados para ele (Zohar Vayikra, 48). É difícil de entender porque Deus Todo-Poderoso deveria ter tanto "trabalho" de criar tudo para um insignificante ser humano, cujo valor quando comparado com o valor da existência deste mundo material não equivale nem a um simples fio de cabelo, isto sem contar que quando comparado aos mundos Altos, que são infinitos, e cuja exaltação não tem limites ? Portanto, que nescessidade tem um homem de tudo isto ?

2 - Propósito da Criação

O melhor caminho para entender todas estas questões seria considerar o objetivo final da ação, ou seja o propósito da criação. Pois é impossível compreender aquilo que ainda está sendo criado. Somente podemos entender algo que já está terminado ou completado.

É óbvio que aqui não estamos lidando com ações cometidas sem nenhum propósito, pois somente as mentes desbalanceadas atuam sem nenhum propósito.

E quando decidimos que o Criador Todo-Poderoso, em Sua suprema perfeição, é o artesão que projetou e criou nossos corpos, com todas as suas tendências, boas e más, então segue que nenhum trabalho imperfeito, máu ou incompleto jamais poderia sair das mãos deste artesão perfeito, pelo contrário, cada uma das peças do trabalho, será evidência, da alta qualidade do seu criador.

Uma idéia similar é relatada no Talmud (Ta'anit, 20): "Aconteceu que uma vêz o Rabi Eliezer, filho do Rabi Shimon, encontrou por acaso um homem que era extremamente feio... e disse: Como é feio este homem !... Ele então replicou: Vá e diga ao artesão que me criou: Como é feio este veículo que você fêz !."

O bom senso nos leva a entender o oposto do que é superficialmente aparente. Então devemos decidir que nós somos realmente criaturas tão boas e exaltadas, que não há limite para nossa importância, que é exatamente como o artesão nos criou.

Todas as imperfeições e defeitos que possamos pensar sobre nossos corpos, somente podem ser relacionadas ao Criador, que nos criou a todos, com nossas características inerentes. Está claro que é Ele quem nos fêz, e não nós mesmos, e que Ele também sabia das consequências que resultariam de todas as características e más tendencias que Ele implantou em nós.

Entretanto, quando dizemos que necessitamos olhar para o objetivo final da ação, é porque somente então seremos capazes de compreender tudo. Um conhecido provérbio nos diz que: "Nunca mostre a um tolo um trabalho imcompleto...".

Nossas sagas de memória sagrada nos ensinam que (Etz Hayyim, a seção sobre veículos, no início do primeiro capítulo), que Deus, bendito seja Ele, criou o mundo somente para dar prazer a aqueles a quem Ele criou. E é nesta direção que devemos concentrar nossa atenção: O propósito da Criação 241 III 6 O Mundo Espiritual foi de dar muito prazer a aqueles que foram criados; segue que Ele criou dentro das Almas (Neshamot) uma grande medida de "vontade de receber"; pois a quantidade de prazer e alegria é medida pela quantidade de "vontade de recebe-los". Assim quanto maior a "vontade de receber" maior será o prazer de receber...

Isto nos leva à compreensão da segunda questão. O que não existia na essência do Todo-Poderoso, mas que poderia ser chamado de completamente "novo" que foi criado a partir de algo não existente ? A "vontade de receber", criada dentro das Almas, é este algo novo, que não estava contida na essência do Todo Poderoso. Este é o Pensamento da Criação, cujo propósito é dar alegria aqueles que Ele criou, gerada a partir da necessidade da "vontade de receber" Dele, todo o bem e prazer que ele imaginou para eles.

Além disso, está claro que de acordo com este Pensamento da Criação, não havia necessidade de criar nada mais do que esta "vontade de receber", pois esta nova criação era o meio suficiente, através do qual o Todo Poderoso poderia completar todo o Pensamento da Criação que era nos dar alegria.

3 - Identidade das Almas - "Diferença de Forma"

Nossa Alma (Neshamah) é parte de Deus, assim como uma pedra que retirada da montanha ainda é parte desta, que é o todo, porém não está mais junto com a montanha...

A "diferença de forma" é o meio através do qual somos separados de nosso Criador. Assim podemos entender que desde que foi implantado nas Almas o "desejo de receber" Seu prazer, o que não é encontrado de nenhuma forma no Todo Poderoso, (pois de quem receberia Ele ?), foi estabelecia a "diferença de forma", que separa nossas Almas do Criador.

Entretanto, toda a luz que a Alma (Neshamah) possa possuir do Criador, é derivada da matéria existente que já existia como parte da Essência do Todo Poderoso. Assim, com relação a luz que a Alma recebe em seu veículo ( que é o veículo da "vontade de receber"), não existe absolutamente nenhuma diferença entre esta e a Essência do Todo Poderoso. Porque a luz provém diretamente da Essência do Todo Poderoso como existente a partir do existente.

A única diferença entre as Almas (Neshamot) e a Essência do Todo Poderoso é que as Almas são "parte" da Essência do Todo Poderoso, separadas dele, pois estão contidas numa "forma diferente" pela "vontade de receber”.

4 - Sistemas de Luz e Trevas

Como é possível que a Carruagem da Sujeira e as "Cascas" - Klipoth, foram formadas da Santidade do Todo-Poderoso, vendo que elas estão muito distantes de Sua Santidade ?

E porque Êle as sustenta e as preserva ?

Para entender a quarta questão, devemos iniciar por entender a totalidade da existência da Impureza ou Sujeira e das Cascas.

Inicialmente, devemos entender que o "desejo de receber", criado por Deus, não permanece em sua forma original no ambito das Almas. Pois caso assim fosse, as Almas estariam condenadas a

242 III 6 O Mundo Espiritual permanecer etenamente separadas do Todo Poderoso, pois a "diferença de forma" que as Almas possuem a manteriam separadas de Deus.

Para corrigir esta questão de separação, que é um aspecto integral dos veículos das Almas, foi que o Todo Poderoso criou todos os mundos.

Ele então os dividiu em dois sistemas, de acordo com o mistério "um paralelo ao outro, Deus os criou" (Talmud Hagigah - 15a). Em uma mão, os quatro mundos da Emanação, Criação, Formação e Ação da Santidade, e paralelos a eles, quatro mundos da Emanação, Criação, Formação e Ação da Impureza.

Ele implantou o "desejo de passar" ou "desejo de dar", nos quatro mundos da Ação da Santidade e retirou destes o "desejo de receber". Ele colocou o "desejo de receber" nos quatro mundos da Ação da Impureza.

É por essa razão que as "Cascas" são chamadas de "mortas" - "As oferendas dos mortos" (Psalms 106:28).

Assim o Todo Poderoso criou fora dele, pela diferença de forma, dois polos opostos: o caminho da Impureza, regido pelo "desejo de receber", e o caminho da Santidade, regido pelo "desejo de dar".

Então após a criação destes dois sistemas, os mundos evoluiram até a existência deste mundo material, onde deve ser encontrado um "corpo físico" assim como a Alma (Neshamah), assim também como tempo para arruinar, para corrigir e reparar (Tikun). O corpo físico é o "desejo de receber" que se extende a partir da raíz do Pensamento da Criação, e passa através do sistema dos mundos da Impureza, como está escrito "O Homem nasce como um burro selvagem" (Job 11:12). Ele permanece nas garras deste mundo até que tenha treze anos. Este período é o seu tempo de ruína.

Através da ocupação de sí mesmo com o Mitzvot (*) (Os mandamentos de Deus), a partir do tempo em que completa 13 anos, o que ele faz para dar prazer a Deus, ele inicia a purificação do "desejo de receber", que está implantado nele mesmo, e gradualmente transforma este em doações para os outros.

(*) MItzvot - São os sistemas condicionadores que permitem ao homem preparar o seu próprio veículo ou "conjunto receptor" com o máximo da capacidade para "afiná-lo" ou "sintonizá-lo" para a Luz que é constantemente transmitida pela raíz fonte, o Criador. Orações e outras práticas; são os cabos através dos quais o homem pode se "sintonizar" com a meditação adequada. Estes cabos (orações e práticas) sem o entendimento adequado e Kavanot (Meditação) são semelhantes a cabos elétricos sem corrente.

É assim, que a Alma sagrada, que possui suas raízes no Pensamento da Criação, progride. Então ela passa pelo sistema dos mundos da Ação Sagrada, onde se veste do corpo físico. Este é o tempo da "correção" (Tikun). Ele então prossegue para adquirir e alcançar os níveis mais altos do sistema da Ação Sagrada do Pensamento da Criação que é Abençoado e "Sem Fim".

Isto ajuda ao homem a transformar o "desejo de receber" para ele próprio, que ele tem dentro dele, em "receber para dar" prazer ao seu Criador, e não para o seu próprio benefício pessoal. É nesse caminho que o homem adquire um "similaridade de forma" com seu Criador, porque "receber para poder dar" é considerado "dar" puramente. 243 III 6 O Mundo Espiritual Agora você pode entender toda a questão da "correção" (Tikun) do "desejo de receber" que foi implantado nas Almas pelo Pensamento da Criação. O Criador preparou para eles dois sistemas paralelos, através dos quais as Almas passam e se dividem em dois aspectos, o "corpo físico" e a Alma (Nefesh), que estão enrolados um sobre o outro.

É através da Torah e do Mitzvot que eles finalmente transformam o "desejo de receber" em algo próximo ao "desejo de dar". Quando isto acontece, eles podem receber todo o bem que está no Pensamento da Criação. Eles então alcançarão uma ligação muito forte com o Todo Poderoso, ou uma "similaridade de forma".

Este é o estado final da "correção" (Tikun).

Então, desde que não existe mais nenhuma necessidade do Lado Impuro (Forças do Mal), estes serão consumidos da terra e "a morte será tragada da eternidade".

Finalmente como um dos mistérios, o Zohar mostra que todo este processo de criação foi realizado de uma só vez, visto que para o Criador toda a dimensão de tempo, passado, presente e futuro, e suas restrições, não tem a menor relevância (Zohar Mishpatim 51 e Zohar Hadash 3).

5 - As Fases da Alma

As almas geralmente atravessa três fases:

A primeira fase é quando se encontram na Infinidade Sagrada do Pensamento da Criação, onde elas já possuem a sua forma futura de estado de correção perfeita. (Nesta esfera do Mundo Infinito da espiritualidade, não fazem sentido os conceitos de espaço, tempo e movimento, existentes nas fases seguintes.)

A segunda fase as encontra no período de seis mil anos, os quais são divididos em dois sistemas já mencionados: o corpo físico e o Espírito Primitivo (Nefesh). A eles são dadas a oportunidade de trabalhar na Torah e no Mitzvot, de modo a transformar o "desejo de receber" em "desejo de dar" prazer a seu Criador.

Nesta fase, nenhuma correção vem para o corpo físico, apenas a Alma (Nefesh) tem que destruir de sí mesma, todos os traços do "desejo de receber", que é o aspecto do corpo físico, e de permanecer pura no aspecto do "desejo de dar", pois isto é a forma de desejo que está contida na Alma (Nefesh). Mesmo a Alma (Nefesh) de um homem completamente correto não está habilitada a deleitar o Jardim do Eden, após a sua morte, até que todo o corpo físico tenha sido decomposto na terra.

A terceira fase é a complementação da correção da Almas, após a ressureição dos mortos, quando a correção completa também alcançará os corpos físicos.

6 - Sofrimento e Tormento

Podemos agora responder a quarta questão: Desde que Deus é em sua natureza bem para os bons, como o Todo Poderoso pode criar criaturas, que do início teriam que sofrer e ser torturadas através de suas vidas ?

244 III 6 O Mundo Espiritual Todos estes tormentos são necessários à Primeira Fase das Almas, na qual a nossa eternidade completa, que é derivada da Terceira Fase, e que nos compele a viajar ou pelo caminho da Torah ou pelo caminho dos tormentos.

Estes tormentos apenas atingem a "casca" (Klipah) deste nosso corpo que só foi criado para morrer e ser enterrado. Isto nos deve ensinar que o "desejo de receber somente para sí mesmo" foi criado somente para poder ser erradicado e removido do mundo, e ser transformado em "desejo de dar". Assim, todos os tormentos que sofremos são meras manifestações que nos mostram a necessidade de mudar o "desejo de receber" para o "desejo de dar".

Assim é a Primeira Fase das Almas, por sí mesma, que requer que os dois sistemas da Segunda Fase aconteçam paralelamente um ao outro de modo a permitir que o nosso corpo físico com seu "defeituoso desejo de receber", a entrar no sistema da Impureza, o qual, por sua vez, torna o caminho da "correção" possível.

Se não existisse o sistema dos mundos da Impureza, nós nunca possuiríamos este "desejo de receber", e consequentemente não seria possível a praticar o caminho da "correção" que nos leva a Tereceira Fase das Almas, pois um homem não pode corrigir o que ele não possui.

7 - Nossa Essência

Agora chegamos a solução da primeira questão: Qual é a essência de nosso ser ?

Nossa essência é a mesma que a essência de tudo que existe, nem mais nem menos que o "desejo de receber".

Entretanto, não como esta essência nos ocorre agora na Segunda Fase das Almas, onde ela é "desejo de receber para sí mesmo", mas como ocorre na Primeira Fase na Infinidade Sagrada, o que é como dizer, em sua forma eterna, que é "receber de modo a poder dar" prazer ao Criador.

Embora ainda não tenhamos atingido a Terceira Fase das Almas, e estamos separados dela pelo tempo, isto de modo nenhum interfere em nossa essência, pois a Terceira Fase é requerida e necessária à Primeira Fase, portanto "tudo que eventualmente for coletado, é tão bom quanto coletado agora".

Além disso, o corpo que possuimos agora, em sua forma má, não pode de nenhuma maneira, macular a nossa essência, posto que este corpo, e tudo que pertence a ele, será eliminado juntamente com todo o sistema da Impureza, que é a sua fonte, e "tudo que eventualmente for queimado, é tão bom quanto queimado agora".

Entretanto o Espírito Primitvo (Nefesh), que se reveste com este corpo, e cuja essência consiste somento do aspeto "desejo de dar" do "desejo", o qual chegou a nós através do sistema dos quatro mundos da Emanação, Criação, Formação e Reino - Sagrados, existe por toda a eternidade, pois o seu "desejo de dar" possui similaridade de forma com o Doador da Vida, e sob nenhuma circunstância pode ser intercambiado...

Nota: Mesmo que tenhamos dito que a Alma (Nefesh) consiste inteiramente do "desejo de dar", isto é meramente por cauda da correção (Tikun) da "vestimenta de retorno à luz" que ela recebe dos mundos mais altos de onde ela originalmente provem. Entetanto, a verdadeira essência da Alma (Nefesh) consiste também do "desejo de receber”... 245 III 6 O Mundo Espiritual 8 - Ressureição dos Mortos

"Os mortos serão ressucitados no futuro com todas as suas enfermidades, pois assim não poderão dizer - Ele não é o mesmo ! " (Zohar Emor 91a).

O Pensamento da Criação tem por objetivo dar prazer às criaturas que Ele criou, então Ele criou um grandemente extensivo "desejo de receber" toda a boa abundância, que está no Pensamento da Criação. Explicamos que este grandemente extenso "desejo de receber" foi a única substância "nova" que Ele realmente criou, porque não havia necessidade de mais do que isso para trazer a existência do Pensamento da Criação.

Explicamos também que este "desejo de receber" foi removido totalmente do Sistema Sagrado, e colocado no Sistema de Impureza, do qual deriva o corpo, sua existência e sua sustentação, até que o homem tenha 13 anos.

A partir daí, ocupando-se com a Torah e através da Cabala, ele começa a atingir a Alma sagrada (Nefesh) que é sustentada pelo Sistema Sagrado, e contém o "desejo de dar".

Assim a correção (Tikun) e a Mitzvot servem para aumentar o "desejo de dar" dentro da Alma (Nefesh).

Dissemos também que A Primeira Fase das Almas necessita que a Terceira Fase prossiga com a proporção completa encontrada no Pensamento da Criação na Primeira Fase. Assim a Primeira Fase, necessita a ressureição dos corpos mortos. Isto é dizer o extenso "desejo de receber" que eles possuem, que diminui e foi decomposto na Segunda Fase das Almas, e então é forçado a voltar a vida de novo, com todas as suas enfermidades, e sem nenhuma restrição. O trabalho então começa desde o início, de modo a trasnformar este extenso "desejo de receber" em "receber para dar". E no curso disto, duas coisas serão ganhas:

1 - Que nós devemos ter um lugar para receber todo o bem, o prazer e o carinho que está no Pensamento da Criação, em virtude do fato que nós já temos um corpo que está saturado com o "desejo de receber", que conforme explicamos vem junto com estes prazeres.

2 - Desde que nosso recebimento, dessa maneira, será apenas em quantidades que irão "dar" prazer ao nosso Criador, então este "receber" é considerado puro "doar". Assim nós deveremos chegar a uma "similaridade de forma" que é uma ligação próxima (Deveikuth), que é a nossa forma na Terceira Fase. Assim, a Primeira Fase obviamente necessita a ressureição dos mortos.

Entretanto a ressureição dos mortos, só pode ocorrer na proximidade da compleição da "correção" (Tikun), o que é dizer, no final da Segunda Fase das Almas. Após termos sido capazes de negar o extensivo "desejo de receber" que nós possuimos, e tivermos recebido este "desejo" somente para ser capaz de "dar". Então através da negação deste "desejo de receber", nós seremos capazes de atingir todos estes maravilhosos níveis que estão na Alma (Nefesh) - os quais são chamados: Espírito Primitivo (Nefesh), Espírito (Ruah), Alma (Neshamah), Vida (Hayyah) e Individualidade (Yehidah).

Então nós poderemos atingir a maior perfeição possível, até o limite em que será possível ao corpo ser trazido à vida novamente, junto com seu extensivo "desejo de receber" e ele não mais será capaz de nos magoar, separando-nos de nossa ligação próxima do Criador. Ao contrário, nós deveremos controlá-lo, e nós deveremos dar-lhe a forma de "dar" . 246 III 6 O Mundo Espiritual 9 - Corrente de Existência

Neste ponto, podemos passar à segunda questão: Qual a nossa função, na longa cadeia da existência, na qual somos, durante o breve número de anos de nossas vidas, apenas pequenos elos ?

Nosso trabalho, durante os setenta anos de nossas vidas, pode ser dividido em quatro períodos:

1 - Este é o período onde cada um obtem extensivamente o "desejo de receber", do Sistema do 4 Mundos Impuros da Emanação (Atziluth), Criação (Briah), Formação (Yetzirah) e Ação (Assiah). O "desejo de receber" é implantado em nosso corpo na hora do nascimento, quando este está entrando no mundo. Além disso é necessário que seja dominado pela Carruagem das Cascas Impuras (Kelipot) durante um período de 13 anos, durante o qual as Cascas (Kelipot) lhe darão a sua luz, a qual expande o "desejo de receber".

2 - O segundo período se extende a partir do momento em que o homem faz 13 anos, quando lhe é dada força em "um ponto do coração" onde deve encontrar a parte mais escondida da alma (Nefesh) que está vestida com o "desejo de receber" desde o nascimento. Nesta época o homem começa a entrar nos domínios do Sistema dos Mundos Sagrados, em proporção ao que se ocupa da Torah e do Mitzvot. Sua principal tarefa agora será de expandir o seu "desejo de receber" espiritual. É assim que se completa o "desejo de receber", ou seja, quando ele é dirigido a esfera espiritual (receber objetos espirituais). Este é dirigo ao mundo infinito e passa a ser uma aquisição eterna, que durará para sempre. É isto que é referido no Tikkunim (Tikkunim Hadashim, 97b), no verso dos Provérbios (30:15) "O sangue-suga tem duas filhas que gritam: Dá ! Dá !". Isto é explicado como: os fracos que estão no Inferno, gritam como cachorros "Dá ! Dá! ", o que é o mesmo que dizer "Dá-nos a riqueza deste mundo, dá-nos a riqueza do mundo que virá".

Mesmo assim, este nível é incalculavelmente superior ao primeiro nível, pois além do fato de ele atingir completamente o "desejo de receber", é dado a ele todo o material necessário para esta tarefa, isto é um nível que o leva a "fazer algo para seu próprio benefício". Como as nossas sagas de memória sagrada disseram: "Sempre deixe um homem ocupar-se com a Torah e com o Mitzvot, mesmo que não para o seu benefício próprio, pois fazer, não para seu benefício próprio leva a fazer para o seu benefício próprio". (Pesahim, 50b).

Então inevitavelmente este nível, que é atingido depois dos 13 anos, torna-se refinado num aspecto da totalidade sagrada, e isto é de acordo com o segredo (Sod) do "o criado do caminho sagrado que serve a sua amante" que é o segredo (Sod) da divina Shechinah). O nível mais alto deste período é atingido quando o homem ama o Sagrado, Abençoado Seja Ele, com uma paixão muito grande, de modo similar a que um homem se apaixona por uma luxúria física que nunca desaparece da sua mente de dia e de noite. Um poeta uma vêz descreveu este estado nas palavras: "Quando eu me lembro Dele, Ele não me deixa dormir". Das pessoas assim diz-se que: "Um desejo realizado é uma Árvore de vida" (Provérbios 13:12), pois o segredo (Sod) da "Árvore da Vida" está nos cinco níveis da Alma (Neshamah), cujo período de duração é de quinhentos anos, cada nível durando cem anos, o qual é completado quando o homem recebe todos os cinco aspectos do Espírito Primitivo (Nefesh), Espírito (Ruah), Alma (Neshamah), Viva (Hayyah) e Individualidade (Yehidah).

3 - O terceiro período consiste no trabalho na Torah e no Mitzvot para o seu "próprio benefício", o que equivale a dizer, de modo a dar e não de modo a receber uma recompensa. É este trabalho que purifica o "desejo de receber" que está dentro do homem, e o transforma em "desejo de dar", o qual, de acordo com a proporção da pureza do seu "desejo de receber", tornar-se-á então capaz de servir e receber as cinco partes da Alma (Nefesh), denominadas Espírito Primitivo (Nefesh), Espírito

247 III 6 O Mundo Espiritual (Ruah), Alma (Neshamah), Vida (Hayyah) e Individualidade (Yehidah), os quais devem ser encontrados dentro do "desejo de receber".

Entretanto, estes, não podem ser vestidos pelo seu corpo, pois que o "desejo de receber" o domina; deve então ser encontrado numa forma completamente oposta a Alma (Nefesh). ou pelo menos numa "diferença de forma". As questões de "vestir" e de "similaridade de forma" estão lado a lado.

Quando o homem alcança o estar completamente imerso no "desejo de dar" e nenhum traço sequer resta de suas próprias necessidades, então ele mereceu uma "similaridade de forma" com o seu mais alto Espírito Primitivo (Nefesh), Espírito (Ruah), Alma (Neshamah), Vida (Hayyah) e Individualidade (Yehidah) - o qual se extende desde sua fonte no Abençoado Sem-fim da Primeira Fase das Almas de Emanação (Atziluth), Criação (Briah), Formação (Yetzirah) e Ação (Assiah). Eles se extendem para ele imeditamente e se tornam "vestimentas" nele, de modo gradual.

4 - O quarto período consiste no trabalho que ocorre depois da ressureição dos mortos. Pois então, depois do "desejo de receber" ter sido completamente eliminado através da morte e de ser enterrado, ele se torna vida novamente num mais extensivo "desejo de receber", o que está de acordo com o segredo (Sod) de "Os mortos serão ressucitados no futuro com suas enfermidades", mas eles então transformam isto em "receber na forma de dar". Entretanto, há alguns poucos indivíduos extraordinários para quem esta tarefa foi realizada aqui, durante as suas vidas neste mundo ao invés de esperarem pela ressurreição.

10 - Os Quatro Níveis

O Sagrado, Abençoado seja Ele, decidiu preparar suas criaturas para alcançar o nível mais alto, através de um sistema ordenado de quatro níveis, que se desenvolvem um a partir do outro; eles são chamados Inanimado, Vegetativo, Animal e Humano. Este são na realidade os quatro aspectos do "desejo de receber". Embora o propósito último seja o quarto nível do "desejo de receber", é impossível a este quarto aspecto se manifestar de uma só vêz, mas somente pela força dos outros três aspectos que o precedem.

A diferença fundamental entre o Homem, no quarto nível, e os animais, no terceiro nível, é a capacidade de sentir…

11 - Os Cinco Mundos

Todos os mundos podem ser geralmente ser divididos em cinco: - Homem Primordial, Atziluth - Emanação, Briah - Criação, Yetzirah - Formação e Asyiah - Ação ou Realização.

Cada um destes possui inumeráveis componentes.

Estes 5 mundos são aspectos dos 5 Sephiroth - Kether - Coroa, Hokhmah - Sabedoria, Binah - Inteligência, Tiferet - Beleza e Malkhut - Reino. As luzes que são vestidas nestes cinco mundos são chamadas: Yehidah - Individualidade, Hayyah - Vida, Neshamah - Alma, Ruah - Espírito e Nefesh - Espírito Primitivo. Pois a luz de Yehidah irradia no mundo do Homem Primordial - Adam Kadmon, a luz de Hayyah irradia no mundo da Emanação, a luz de Neshamah irradia no mundo da Criação, a luz de Ruah irradia no mundo da Formação e a luz de Nefesh irradia no mundo da Ação.

248 III 6 O Mundo Espiritual Todos este mundos e tudo que está contido neles, está incluido no Nome Sagrado Yod Hei Vav Hei e no ponto superior do Yod. O homem é incapaz de conhecer o primeiro mundo, que é de Adam Kadmon o Homem Primordial, portanto, ele é aludido apenas no ponto superior do Yod do Nome Sagrado, e nós não falamos a respeito dele.

Assim nós somente mencionamos os 4 mundos da Emanação, Criação, Formação e Ação ou Realização. O Yod é Atziluth, o Hei é Briah, o Vav é Yetzirah e o Hei mais baixo é Asyiah.

Nós agora explicamos os cinco mundos que contem toda a existência espiritual desde o Abençoado "Sem-Fim" até este mundo presente. Entretanto, cada um deles contem todos os outros. De fato, cada um dos mundos contém todos os cinco mundos, nominalmente as cinco Sephiroth: , Hokhmah, Binah, Tiferet e Malkhut, vestidas dentro deles as cinco luzes de Nefesh, Ruah, Neshamah, Hayyah e Yehidah, que correspondem aos cinco mundos.

Fora destas cinco Sephiroth que são encontradas em cada um dos cinco mundos, existem também os quatro aspectos espirituais: Inanimado, Vegetativo, Animal e Humano. A Alma (Neshamah) é o aspecto Humano; os Anjos constituem o aspecto Animal; os aspectos Vegetativos são chamados de Trajes, e os aspectos Inanimados são chamados de Átrios, e eles são distinguidos como vestindo uns aos outros.

Assim os aspectos do Humano, nominalmente as Almas (Neshamot) da humanidade, são vestidas em torno das cinco divinas Sephirtoh - Kether, Hokhmah, Binah, Tiferet e Malkhut.

Os aspectos do Animal, nominalmente os Anjos, vestem as Almas (Neshamot); e os aspectos Vegetativos, que são os Trajes, vestem os Anjos; os aspetos do Inanimado, nominalmente os Átrios, embrulham (são enrolados em torno) de todos estes. Este "ser enrolado sobre outro" é assumido, tanto quanto como todos fazem uso uns dos outros e se desenvolvem um a partir do outro.

Os aspectos Inanimado, Vegetativo, Animal não possuem existência por sí mesmos, mas só existem para que o quarto aspecto, que é a espécie humana, possa se desenvolver e se elevar por meio destes; assim seu único propósito é servir e ser útil ao homem.

O mesmo é verdade para todos os mundos espirituais em que os aspectos Inanimado, Vegetativo e Animal se encontram; eles somente existem para servir e serem úteis ao aspecto Humano que é a Alma (Neshamah) do homem. Portanto, todos eles são vestidos sobre a Alma (Neshamah) do homem.

Assim que o homem nasce, ele possui um aspecto sagrado: a Alma (Nefesh). Não a Alma por sí mesma, mas o aspecto mais escondido da Alma (Nefesh), que é o último de seus aspectos; chamado, por causa de sua instantaneidade, de "ponto". Este ponto é vestido no coração do homem, o que é o mesmo que dizer, no "desejo de receber" que está dentro dele, e que se manifesta principalmente no coração do homem.

As cinco Sephiroth estão presentes no todo da existência, estão também presentes em cada um dos mundos e mesmo em cada parte, por menor que seja, destes mundos.

O mundo atual é dividido em 4 aspectos Inanimado, Vegetativo, Animal e Humano, e a eles correpondem quatro Sephiroth - Malkhut, Tiferet, Binah e Hokhmah, e a raiz de todos eles correspondem a Kether, a Coroa.

249 III 6 O Mundo Espiritual Finalmente cada simples membro de todas as espécies que estão incluidas nas categorias Inanimado, Vegetativo, Animal e Humano, está presente nos quatro aspectos de Inanimado, Vegetativo, Animal e Humano. Assim qualquer ser humano individual, possui os quatro aspectos de Inanimado, Vegetativo, Animal e Humano, que são as quatro partes do "desejo de receber" que está dentro dele, e no qual o "ponto" da Alma (Nefesh) sagrada, está vestido.

12 - Essência Espiritual e Elevação

Após os 13 anos, o ponto no coração de um homem começa a se manifestar à medida em que este se ocupe com o Mitzvot e com a Torah. Isto purifica o seu "desejo de receber", até o primeiro nível que está dentro dele, e que se chama o Inanimado. É em proporção a quantidade purificada da parte Inanimada do "desejo de receber" que ele prosseguirá para construir os 613 limbos do ponto no coração, que é a parte Inanimada da Alma (Nefesh). Então quando ele se completa, através da prática dos 613 Mitzvot, os 613 limbos do ponto dentro do coração também se completam.

Os 248 limbos espirituais são construidos a partir da observância dos 248 Mitzvot positivos, e os 365 poderes espirituais são construidos através da observância dos 365 Mitzvot negativos.

Então ele prosseguirá até que o semblante (Parzuf) da Alma (Nefesh) é constituido. Então a Alma (Nefesh) irá ascender e se "vestir" (*) em torno da Sephirah Malkhut (Reino) que está no Mundo espiritual da Ação ou Realização.

(*) A Luz não pode iluminar, a menos que se torne "vestida" em um "veículo que lhe sirva". Um veículo, significando o "desejo de receber", por sua própria natureza, está em oposição de polaridade com a "Luz" cuja cracterística básica é positiva ou de partir. Subsequentemente, para que a "Luz" torne-se "vestida" por um "veículo", significa a sua polaridade deve ser oposta à do "veículo" ou "desejo de receber".

Assim sendo transformado, o veículo cria uma "similaridade de forma" com a "Luz". Consequentemente, quando alguém sobe a escada para fases de maior intensidade do "desejo de receber" e transforma estes "veículos", então a habilidade de receber uma qualidade superior de "Luz" também aumenta, porque quanto maior o "veículo" ("desejo de receber", do ponto de vista metafísico), maior o conteúdo de "Luz".

13 - Luz e Trevas

Em seu livro "An entrance to the ", Rabi Yehuda Ashlag nos fala sobre a Luz (Uma introdução sobre a Árvore da Vida, Capítulo 2):

... Agora nosso professor, Rabi Yitzhak Luria de memória abençoada, calculou para nós que as dez Sephiroth: Kether (Coroa), Hokhmah (Sabedoria), Binah (Inteligência) Hesed (Misericórdia), Gevurah (Julgamento), Tiferet (Beleza), Netzah (Tolerancia Perpétua), Hod (Majestade), Yesod (Fundação do Mundo) e Malkhut (Reino), são, na verdade, apenas cinco aspectos: Kether (Coroa), Hokhmah (Sabedoria), Binah (Inteligência), Ze'eir Anpin (Face Pequena) e Malkhut (Reino). E este é o segredo (Sod) do nome de quatro letras IHVH. Pois o ponto acima do Iod é Kether (Coroa), o próprio Iod é Hokhmah (Sabedoria), o Hei é Binah (Inteligência), o Vav é Ze'eir Anpin (Face Pequena), que inclui as seis Sephiroth: Hesed (misericórdia), Gevurah (Julgamento), Tiferet (Beleza), Netzah (Tolerância Perpétua), Hod (Majestade), Yesod (Fundação do Mundo) - e o Hei final é Malkhut (Reino).

250 III 6 O Mundo Espiritual Agora devemos saber que as letras e o Sephiroth são realmente um só e o mesmo. Entretanto, de acordo com o princípio geral que nenhuma Luz se espalha sem que haja um veículo, quando falamos de ambos em conjunto - isto é dizer quando a Luz é revestida por um veículo - elas são chamadas Sephiroth. Mas quando falamos dos veículos sózinhos, eles significam apenas as letras.

Este é um segredo (Sod) que pode ser encontrado no Livro de Maor (A Lâmpada), onde se diz que a parte branca do rolo da Torah, alude à Luz, e a parte negra - o que é dizer as letras - alude aos veículos.

Esta explanação está alinhada com a explanação que Nahmanides (Ramban), de memória abençoada, deu para o segredo (Sod) do verso (Isaías 45:7): "Eu formo a Luz e crio as Trevas".

Ele explicou que: derivar a existência, da não existência é chamado de "criação", pois corresponde a invenção do que não existia anteriormente à sua criação. Assim, para a Luz e todo os bens e prazeres que estão contidos na Luz, não há nenhuma invenção ou criação de existência a partir de não existência, pelo contrário, aqui a existência deriva da existência. Pois a Luz e e todos os seus bens estavam já contidas na essência do Todo Poderoso. Consequentemente,explica-se o verso Eu FORMO a Luz, pois não era uma questão de criação mas sim de formação.

Isto é o mesmo que dizer que o Todo Poderoso formou a Luz de tal modo que aqueles vivendo abaixo seriam capazes de recebê-la.

Mas as trevas ou escuridão, são uma invenção que foi inventada; como a criação que deriva da existência a partir da não existência. Isto significa que as trevas nunca foram contidas na essência do Todo Poderoso, consequentemente o verso diz: "E CRIO as Trevas (ou a Escuridão)".

Agora que sabemos que a escuridão é exatamente o oposto da Luz, é necessário entender a questão: como foi possível que as trevas deveriam se extender e se derivar da Luz ?

É bem conhecido, que de acordo com o Zohar, o propósito da Criação era que o Todo Poderoso deveria dar prazer aos Seus seres, que Ele criou. Pois esta é da natureza do bem: fazer o bem.

Assim, está claro, que qualquer desejo que existisse no Todo Poderoso tornar-se-ia necessáriamente uma lei para os seres criados.

Assim, desde que o Todo Poderoso desejou dar prazer aos Seus seres criados, foi imediatamanete implantada uma natureza, nos seres criados, segundo a qual deveriam desejar receber Seu prazer. Isto é o mesmo que dizer que eles deveriam possuir um gande desejo de receber Sua abundância... Você deve saber que este desejo é chamado "veículo".

Os cabalistas, dizem portanto, que não pode haver nenhuma luz, sem um veículo. Pois o "desejo de receber" que está contido em cada ser criado e emanado é o veículo. Isto também explica o seu total de Luz, pois cada um recebe exatamente a quantidade que deseja, nem mais, nem menos !

Está claro que o veículo tem uma forma diferente da Luz, por essa razão é distinguido pelo nome "veículo" e não pelo nome "Luz".

Esta questão de "diferença de forma" requer entendimento: O "desejo de receber" é por sí próprio uma tremenda "diferença de forma" porque esta forma não é, de modo nenhum, encontrada no Emanador Todo Poderoso, Nele-Mesmo, pois de quem iria Ele receber ? Pelo contrário, este "desejo 251 III 6 O Mundo Espiritual de receber" foi inventado derivando-se sua existência da inexistência logo durante a primeira emanação onde ele recebe da Causa das Causas (Panim Masbirot, secção I).

Deve estar claro agora a assertiva do Zohar: "A coroa sublime (Kether) é negra em relação à Causa das Causas". Esta referência diz respeito ao aspecto do "desejo de receber", que está contido na primeira emanação. Esta "diferença de forma" é chamada "negra", porque não é encontrada no Emanador. É portanto a raíz da escuridão, que possui a cor negra quando comparada com a luz, porque é o seu oposto.

Então todas as partes de todas as categorias espirituais, Inanimada, Vegetativa, Animal e Humana, que estão no mundo que corresponde à Sephirah Maklhut (Reino) do mundo da Ação, irão ajudar e assistir o semblante (Parzuf) da Alma (Nefesh) dos homens que ascenderem até lá; ou seja dizer, que a Alma (Nefesh) lhes deu entendimento intelectual.São estes conceitos, que se tornam sua comida espiritual e lhes dão a força para multiplicar e se tornar maior, de tal modo que possam extender a Luz da Sephirah Malkhut do Mundo da Ação em toda sua compleição, e então iluminar o corpo físico do homem. Pois esta Luz perfeita ajuda ao homem a aumentar seus esforços na Torah e no Mitzvot e a receber os níveis que faltam.

Como dissemos anteriormente, assim que o corpo físico de um homem nasce, um ponto da luz da Alma (Nefesh) também nasce e torna-se "vestido" por êle, nesse caso, quando o semblante (Parzuf) da sagrada Alma (Nefesh) passa a existir, existe junto com ela um ponto de um nível que é mais alto, que neste caso é o aspecto seguinte da Luz do Espírito (Ruah) no Mundo da Ação. Este ponto veste-se a sí próprio nas partes mais profundas do semblante (Parzuf) da Alma (Nefesh).

O mesmo processo ocorre em todos os níveis. Sempre que um nível passa a existir, o aspecto seguinte e acima deste nível se extende a êle.

Esta conecção entre níveis mais altos e mais baixos se extende até os níveis mais elevados e é o ponto através do qual se pode passar aos níveis mais altos.

A Luz desta Alma (Nefesh) é chamada de Luz Inanimada da santidade do Mundo da Ação. Isto é porque ela correponde a pureza da parte Inanimada do "desejo de receber" que está dentro do corpo do homem. Além disso as ações doadoras de luz, no ambito espiritual, são similares as das espécies Inanimadas da esfera material. Isto é o mesmo que dizer que nenhum de seus componentes tem qualquer movimento individual. Similarmente a luz do semblante (Parzuf) da Alma (Nefesh) da Ação ou Realização, mesmo que tenha 613 limbos os quais possuem 613 formas diferentes de receber a abundancia de luz, estas diferenças não podem ser notadas. Tudo o que é aparente é a totalidade de luz que abrange igualmente, sem possibilidade de se distinguir as partes individuais.

Você deve saber que mesmo que o Sephiroth seja divino, e não haja nenhuma mudança ou diferença de forma desde o topo da Coroa (Kether), que é o homem primordial (Adam Kadmon) até o fim da Sephirah Malkhut (Reino), que é o mundo da Ação ou da Realização, existe uma grande diferença para aqueles que o recebem. Porque o Sephiroth é referido como Luzes e Veículos. A Luz que está no Sephiroth é divindade pura, mas os veículos, que são chamados de Kether, Hokhmah, Binah, Tiferet e Malkhut, e são encontrados em todos os três mundos de nível inferior (que estão abaixo de Atziluth o Mundo da Emanação): Mundo da Criação, Mundo da Formação e Mundo da Realização ou da Ação, não são eles mesmos aspectos da divindade, mas aspectos das coberturas que ocultam ou escondem a luz do Abençoado Sem-Fim, que está nelas.

252 III 6 O Mundo Espiritual Elas medem uma quantidade fixa de iluminação para aqueles que a recebem de tal modo que cada um deve somente receber de acordo com a proporção de pureza que está nele.

Isso explica porque mesmo que a Luz que está no Sephiroth seja uma só, nós a chamamos de Espírito Primitivo (Nefesh), Espírito (Ruah), Alma (Neshamah), Vida (Hayyah) e Individualidade (Yehidah).

As luzes são divididas, de acordo com seus veículos. A Sephirah Malkhut é a cobertura mais espessa que esconde ou oculta a luz do Abençoado Sem-Fim. A luz que ela transmite Dêle para aqueles que a recebem, vem apenas em pequenas quantidades e está conectada a pureza somente da parte Inanimada do corpo de um homem, consequentemente é chamada e Espírito Primitivo (Nefesh). Ao passo que o veículo de Tiferet (Beleza) é mais refinado que o veículo de Malkhut (Reino), e a luz que ele transmite do Abençoado Sem-Fim está conectada à parte Vegetativa do corpo do homem, porque ela o ativa mais que a luz de Nefesh (Espírito Primitivo), ela é chamada de: Luz de Ruah (Espírito).

O veículo de Binah (Inteligência) é mais refinado que o de Tiferet (Beleza), e a luz que transmite do Abençoado Sem-Fim é conectada a parte Animal do corpo de um homem; esta luz é chamada de Neshamah (Alma).

Entretanto o veículo de Hokhmah (Sabedoria) é mais refinado que todos os outros, e a luz que êle transmite do Abençoado Sem-Fim está conectada à pureza da parte Humana do corpo do homem, e esta luz é chamada de Hayyah (Vida ou vivendo) e seus efeitos são ilimitados.

Como anteriormente relatado, torna-se vestido no semblante (Parzuf) da Alma (Nefesh) que a pessoa adquire através da ocupação de sí mesmo com a Torah e com o Mitzvot (sem a intenção apropriada), um ponto da luz do Espírito (Ruah).

Quando uma pessoa se fortifica e se ocupa com a Torah e com o Mitzvot (com a intenção correta), ela gradualmente purifica a parte Vegetativa do aspecto do "desejo de receber" que está nela, e então procede, proporcionalmente, para construir o ponto no Espírito (Ruah) para um semblante (Parzuf) completo; pois é através dos 248 Mitzvot Positivos realizados com a intenção adequada que o ponto torna-se difuso nos nos seus 248 limbos espirituais.

Através da realização dos 365 Mitzvot Negativos o ponto torna-se difuso em seus 365 poderes.

Então quando ele está totalmente difuso através dos 613 limbos, ele ascende e veste a Sephirah Tiferet (Beleza) que está no Mundo espiritual da Ação ou Realização, o qual trás para sí a luz superior do Abençoado Sem-Fim, chamada de Espírito (Ruah), a qual é dirigida para a purificação da parte Vegetativa do corpo do homem. Então, tudo que pertence as partes Inanimada, Vegetativa e Animal que estão no Mundo da Ação e que estão relacionadas com a estrutura de Tiferet (Beleza) ajudam no semblante (Parzuf) do Espírito (Ruah) do homem que recebe as luzes da Sephirah Tiferet em toda sua amplitude, da mesma forma que foi explicada previamente em relação ao Espírito Primitivo (Nefesh).

É ocupando-se com os segredos esotéricos da Torah e com as razões ocultas do Mitzvot, que o homem purifica a parte Animal do seu "desejo de receber". Ele então, constroi o ponto de sua Alma (Neshamah).

253 III 6 O Mundo Espiritual Depois que o homem atinge a grande Luz da Alma (Neshamah), então a porta está aberta para que possa se ocupar com a verdadeira concentração interior sobre cada Mitzvot. Então com a grande força e poder desta Luz ele procede a sua ascenção na construção do ponto de Luz de Hayya (Vida), e para vestir a Sephirah Hokhmah (Sabedoria).

Entretanto até agora, tudo que foi mencionado sobre todos estes cinco aspectos da Luz Nefesh, Ruah, Neshamah, Hayyah e Yehidah, que são recebidos no mundo da Ação são meros aspectos de Nefesh, Ruah, Neshamah e Yehidah da Luz do Espírito Primitivo (Nefesh). Eles, portanto, não contém nenhum dos aspectos do Espírito Ruah.

A Luz de Ruah, só poderá ser encontrada no Mundo da Formação - Yetzirah , e a Luz da Alma (Neshamah) só pode ser encontrada no Mundo da Criação - Briah, a Luz de Hayyah (Vida) só pode ser encontrada no Mundo da Emanação - Atziluth, e a Luz de Yehidah (Individualidade) só pode ser encontrada no Mundo do Homem Primordial (Adam Kadmon).

Entretanto, como colocado anteirormente, tudo que existe na totalidade também existe nas partes Individuais, mesmo na menor delas. Assim a distinção entre cada um dos Mundos, com ou outros, deve ser entendida através da distinção dos cinco aspectos de Nefesh, Ruah, Neshamah, Hayyah e Yehidah.

14 - Os Efeitos da Contrição

A Contrição ou Penitência e a Pureza não são aceitáveis, a menos que exista uma absoluta determinação que não haverá retorno aos "pecados" previamente cometidos.

Este é o objetivo da passagem: "Por quanto tempo é necessária a penitência ? Até que o Conhecedor de todos os mistérios testemunhe que o pecador nunca mais retornará a seus pecados".

Se um homem purificar a parte Inanimada do "desejo de receber" que está dentro dele, ele obterá o semblante (Parzuf) do Espírito Primitivo (Nefesh) do Mundo da Ação ou Realização e então ascenderá para vestir a Sephirah de Malkhut (Reino) do Mundo da Ação.

Entretanto isto só acontecerá se ele se purificar irrevogavelmente do seu estado de pecado anterior. Somente assim ele poderá ascender ao Mundo espiritual da Realização, e assim ele terá quase certamente uma "similaridade de forma" com este mundo.

E também, para os outros níveis mencionados, a saber Espírito (Ruah), Alma (Neshamah), Vida (Hayyah) e Individualidade (Yehidah) do Mundo da Realização - para as quais uma purificação das correspondentes partes Vegetativa, Animal e Humana do "desejo de receber" do homem, deve ocorrer para que ele possa vestir e receber as suas Luzes.

Entretanto, nestes casos, a pureza alcançada não precisa ser absolutamente permanente no sentido de que o Conhecedor de todos os mitérios tenha que testemunhar que o pecador não mais regressará aos seus pecados passados.

Isto porque se o homem consegue purificar pelo menos uma parte da parte Inanimada do "desejo de receber" ele terá atingido uma "similaridade de forma" com todo o Mundo da Realização, e as outras Sephiroth: Tiferet (Beleza) do Mundo da Realização, recebe do Mundo da Formação, que é totalmente o aspecto de Tiferet (Beleza) e a luz do Espírito (Ruah); a Sephirah Binah (Inteligência) do Mundo da Realização recebe do Mundo da Criação, que é inteiramente o aspecto da Alma 254 III 6 O Mundo Espiritual (Neshamah) e a Sephirah Hokhmah (Sabedoria) recebe do Mundo da Emanação que é inteiramente Hokhmah (Sabedoria) e a Luz da Vida (Hayyah).

Assim mesmo que não consiga purificar totalmente, ele recebe as luzes destas outras esferas no âmbito de Malkhut, entretanto, pode perdê-las em qualquer desvio ou volta no seu caminho.

Mas a medida em que purifica a parte Vegetativa do seu "desejo de receber" permanentemente, ele ascenderá ao Mundo da Formação permanentemente e atingirá o nível do Espírito (Ruah) permanentemente.

Assim, em cada Mundo, correpondente a cada estágio da Luz, ele deve purificar permanentemente pelo menos a Sephirah que corresponde àquele Mundo e aquela parte da Luz espiritual, e ao fazer isto, recebe a Luz superior para as outras Sephiroth.

15 - O Declínio da Espiritualidade e a Revelação do Zohar

Maimonides, de memória sagrada, uma vêz deu um exemplo que se aplica até hoje: Se uma linha de mil pessoas cegas caminha pela estrada, mas é guiada por apenas uma pessoa com visão, todos podem estar certos de que seguirão o caminho correto. Mas se por outro lado, o primeiro da fila também não enxergar, todos provavelmente se perderão junto com o seu guia...

Isto nos ajuda a entender a pergunta: Porque a Cabala (representada pelo Zohar) não foi revelada às gerações passadas, que, sem dúvida, estavam em planos mais altos que as últimas gerações, e portanto mais aptas a recebê-la ? Porque um comentário do Zohar não foi revelado a nenhum dos Cabalistas antes de Isaac Luria, o Ari, de memória abençoada ?

A estas perguntas cabe colocar uma outra: É a nossa geração (do autor Rabi Yehuda Ashlag) apropriada ?

A resposta deve ser que nosso mundo, durante os 6.000 anos de sua duração, é como um semblante (Parzuf), o qual é dividido em três partes: uma cabeça composta por Hokhmah (Sabedoria), Binah (Inteligência) e Da'at (Conhecimento); um meio composto por Hesed (Misericórdia), Gevurah (Julgamento) e Tiferet (Beleza); e um fim, composto por Netzah (Paciência Perpétua), Hod (Majestade) e Yesod (Fundação).

Em relação a isso, os Rabis, de memória abençoada disseram: "Nos primeiros dois mil anos era o caos, os próximos dois mil anos foram a Torah, e o período dos ultimos dois mil anos é a Era Messianica" (Sanhendrin, 97a). Pois nos dois mil primeiros anos, que são o aspecto da cabeça e de Hokhmah, Binah e Da'at, as Luzes eram muito poucas e eram consideradas o aspecto da cabeça sem o corpo, a qual contem apenas as Luzes do Espírito Primitivo (Nefesh).

Como os veículos são o oposto da Luz, entende-se porque os mais altos veículos Hockmah, Bihnah e Da'at vieram primeiro, e foram vestidos pela mais baixa das Luzes, as do Espírito Primitivo (Nefesh).

Durante o segundo período de dois mil anos do mundo, cujos aspectos eram Hesed, Gevurah, e Tiferet dos veículos, a luz do Espírito (Ruah) desceu e vestiu-se no mundo. Este é o segredo (Sod) da Torah.

255 III 6 O Mundo Espiritual Os últimos dois mil anos do mundo são Netzah, Hod, Yesod e Malkhut dos veículos, e portanto neste tempo, a maior das Luzes, a Luz da Alma (Neshamah) torna-se vestida no mundo.

De maneira semelhante, no caso de cada semblante individual (Parzuf) que está nos veículos de Hokhmah, Binah, Da'at, Hesed, Gevurah e Tiferet, extendendo-se ao seu peito, as Luzes mantem-se cobertas e somente começam a irradiar seus favores manifestos - os quais significam a manifestação sa sabedoria sublime - somente do peito para baixo; o que é o mesmo que dizer em sua Netzah, Hod, Yesod e Malkhut que estão no semblante (Parzuf) do mundo começam a se manifestar, o que é o mesmo que dizer nos dois mil anos finais, a sabedoria do Zohar e a sabedoria da Cabala em particular estavam escondidas do mundo. Entretanto, durante o período do Ari, de memória abençoada, quando o tempo para a compleição dos veículos do peito para baixo estava se aproximando, a iluminação da sabedoria sublime fêz-se manifestar através da alma sagrada do Rabi Isaac Luria de memória abençoada, que estava preparado para receber esta grande Luz.

Então ele revelou os pontos principais do Zohar e também a sabedoria da Cabala, ao nível de ofuscar todos aqueles que o precederam.

Entretanto, como os veículos não estavam totalmente completos, o Ari de memória abençoada morreu em 5332, o mundo ainda não estava pronto para que todas as suas palavras fossem reveladas. Assim estas palavras foram apenas conhecidas por pucos ilustres que não tinham permissão para revelá-las ao mundo.

Mas desde nossa geração, estamos agora nos aproximando do final dos ultimos dois mil anos, e permissão foi dada para revelar suas palavras e também as palavras do Zohar, ao mundo.

Assim as palavras do Zohar, serão gradativamente reveladas, em sua totalidade, de acordo com o propósito do Todo-Poderoso.

UM PREFÁCIO PARA O ZOHAR

1 - As Dez Sephiroth e suas Limitações

Em primeiro lugar, você deve saber que todo o Zohar, incluindo as partes narrativas, consiste inteiramente das Dez Sephiroth, e das combinações destas Dez Sephiroth.

Do mesmo modo que as combinações entre as 22 letras da língua Hebraica são suficientes para nos trazer a Luz de qualquer objeto de sabedoria, similarmente, é o conjunto e combinações de conjuntos destas Dez Sephiroth que são suficientes para trazer `luz à toda a sabedoria que pode ser encontrada no Zohar.

Entretanto, existem limites ou fronteiras, sobre as quais todos devem ser cuidadosamente evitar de pisar, quando estudarem este livro:

1 - Você deve saber que existem quatro categorias de classificação racional: a) Matéria, b) Forma que está contida na matéria, c) Forma Abstrata, d) Essência.

As Dez Sephiroth devem ser similarmente classificadas, como veremos adiante. Entretanto, você deve saber que o Zohar não lida com a Essência, ou mesmo com a Forma Abstrata dos Dez Sephiroth, mas somente lida com a parte Material deles e também com a parte da Forma, enquanto estiver num estado de ser vestida pela Matéria. 256 III 6 O Mundo Espiritual 2 - Você deve saber que a totalidade da existência divina que está conectada com a criação das Almas (Neshamot) e nos caminhos para sustentá-las, é para nós diferenciada por três aspectos, que consistem de: a) O Sem-Fim, abençoado seja Ele; b) O Mundo da Emanação; c) Os três Mundos de Beriah (Criação), Yetzirah (Formação) e Asiah (Realização). Entretanto, você deve saber que o Zohar lida apenas com os três Mundo de Beriah, Yetzirah e Asiah. Mas o Sem-Fim e o Mundo da Emanação (Atziluth) são tratados apenas no que diz respeito ao que estes três Mundos recebem deles, e o Zohar nunca trata com o Abençoado Sem-Fim e o Mundo da Emanação como categorias próprias.

3 - Você deve saber que em cada um dos três Mundos da Criação, Formação e Realização existem três aspectos: a) as Dez Sephiroth que constituem as linhas divinas que iluminam cada mundo, b) as Almas (Neshamot) e Espíritos (Ruhot) e Espíritos Primitivos (Nefashot) da humanidade, c) Tudo o mais que existe em cada um dos mundos e denominado sob os termos de Anjos, Paramentos e Átrios ou Salas - todos possuindo inumeráveis partes. Entretanto, você deve entender que mesmo que o Zohar explane detalhadamente todas as partes de cada mundo, os mundos principais do Zohar estão sempre centrados nos aspectos das Almas (Neshamot) humanas de cada mundo. Quando entra em explanações sobre os outros aspectos, meramente o faz para clarificar o que as Almas (Neshamot) recebem deles. Entretanto, o Zohar não devota uma única simples palavra a nada que não esteja conectado com aquilo que as Almas (Neshamot) recebem. Portanto, ao estudar o Zohar, sua mente deve estar dirigida somente ao entendimento que se refere ao recebimento da Alma (Neshamah).

Estes limites devem ser estritamente observados no estudo do Zohar.

Você já deve saber agora que existem Dez Sephiroth, que são chamadas Hokhmah (Sabedoria), Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino), coja raíz é Kether (Coroa). Eles somam Dez, porque Tiferet inclui outras seis Sephiroth; Hesed (Misericórdia), Gevurah (Julgamento), Tiferet (Beleza), Netzah (Paciência Perpétua), Hod (Majestade) e Yesod (Fundação). Este fato deve estar sempre em mente, quando as Dez Sephiroth forem mencionadas como Hokhmah, Binah, Tiferet e Malkhut.

Estas Dez Sephiroth geralmente incluem todos os quatro mundos da Emanação, Criação, Formação e Realização ou Ação, onde o Mundo da Emanação é a Sephirah Hokhmah, o Mundo da Criação é a Sephirah Binah, o Mundo da Formação é a Sephirah Tiferet e o Mundo da realização é a Sephirah Malkhut. Entretanto, não só estes quatro mundos contém individualmente a totalidade das Dez Sphiroth, como também a menor parte de cada mundo tambem contem a totalidade das Dez Sephiroth.

2 - As Quatro Cores

O Zohar deu as estas Dez Sephiroth, Hokhmah, Binah, Tiferet e Malkhut a analogia das quatro cores: branco para a Sephirah Hokhmah, vermelho para a Sephirah Binah, verde para a Sephirah Tiferet e preto para a Sephirah Malkhut.

Esta analogia pode ser entendida através do exemplo de um espelho que tem quatro planos de vidro, cada um deles colorido com uma das quatro cores. Assim quando uma luz penetra esse espelho reflete-se nos quatro planos com as quatro cores.

O mesmo ocorre com a Luz que está em todo Sephiroth, desde o topo do Mundo da Emanação até final no Mundo da Realização. Entretanto a sua divisão nas Dez Sphiroth ocorre através dos

257 III 6 O Mundo Espiritual veículos, chamados de Hokhmah, Binah, Tiferet e Malkhut, pois cada veículo é como um filtro puro através do qual a Luz Divina atravessa e que é transformado em cores diferentes: O veículo de Hokhmah, que é o Mundo da Emanação transmite uma luz branca, o que é dizer uma luz incolor. Isto é porque o veículo do Mundo da Emanação é como a Luz ela mesma, então a Luz Divina não se modifica quando o atravessa. Este é o segredo (Sod) que o Zohar afirma sobre o Mundo da Emanação: "Ele, Sua vitalidade e Sua Substância são Uma". No caso das outras Sephiroth, a Luz é modificada quando as atravessa.

Além do que foi dito acima existe uma alusão muito significativa contida na comparação do Sephiroth com as quatro cores, pois as Luzes supremas são chamadas de Sepher (livro), como está escrito: "E Ele criou o Seu mundo através de três usos de um Sepher (livro), com um Livro (Sepher), como uma escrita (Sopher) e como uma estória (Sippur)" - Sepher Yetzirah, 1,1.

Também encontramos: "E os céus deverão ser enrolados em conjunto como um livro (Sepher)" - Isaias 34:4.

A sabedoria em qualquer livro não se manifesta na sua parte branca, mas somente através da cores, digamos da tinta, pois é através desta que as letras combinadas com a sabedoria nelas contida é que alcançam o estudante.

Assim, podemos entender porque a Luz de Hokhmah, é como a parte branca do livro, ou seja, não há nada nela que possamos alcançar ou entender, no Mundo da Emanação. Este é o segredo (Sod) dos versos "E tudo o que Ele fez foi a Sabedoria (Hokhmah) - Psalms 104:24.

3 - As Quatro Categorias

Devemos agora explicar as quatro categorias da classificação racional que mencionamos previamente na referencia ao primeiro limite: (a) Matéria, (b) Forma que está contida na Matéria, (c) Forma Abstrata e (d) Essência.

Vamos explicá-los inicialmente, referenciado-os aos objetos tangíveis deste mundo. Por exemplo, quando descrevemos um homem como sendo um homem forte, ou um homem honesto, ou um homem falso, etc. os seguintes aspectos são descritos: (a) sua Matéria, isto é dizer o corpo físico; (b) a Forma que está vestida nesta Matéria, o que é dizer sua honestidade, sua força, sua falsidade; (c) Forma Abstrata pura, o que é dizer os conceitos abstratos de forte, honesto e falso, quando estes são afastados da Matéria do homem; assim podemos entender estas três formas, por elas mesmas quando despidas de qualquer matéria ou corpo, e compreender os atributos de froça, verdade e falsidade e assim ser capaz de distinguir seus aspectos positivos e negativos quando abstraídas de toda a matéris; a última (d) é a Essencia do homem.

Você deve saber que a quarta categoria, a pura Essência do homem que é abstraída de toda a matéria, não pode ser compreendida pelo nosso entendimento. Assim nossos cinco sentidos e nossa imaginação podem apenas nos transmitir as manifestações das atividades da Essência. Por exemplo, nosso sentido de visão pode nos trasnmitir apenas sombras da essência manifesta através das impressões causadas pela luz. Assim ocorre com os outros sentidos, inclusive com o tato, que é o mais forte de todos, e através do qual podemos sentir o calor e o frio, o sólido e o líquido. Na verdade nossos cinco sentidos não podem nos revelar nenhuma essência, mas apenas estados que acontecem a estas e manifestações de atividades que drivam destas.

258 III 6 O Mundo Espiritual É também bem conhecido que o que não pode ser percebido por nossos sentidos não pode entrar em nossa imaginação. O que não pode entrar em nossa imaginação não pode entrar no reino do pensamento e então não podemos compreendê-lo. Assim nossos pensamentos não podem entender nenhuma essência. Além disso não poderemos nunca conhecer a nossa própria essência.

Eu sinto e sei que ocupo um lugar no espaço do mundo, que eu sou sólido e quente, que eu penso, e em outras manifestações das atividades de minha essência. Entretanto,, se você me perguntar o que é esta minha essência da qual todas estas manifestações derivam, eu sou incapaz de responder. A Providência (elemento central no Triângulo de Fabre d'Olivet, composto pelo Destino em oposição à Vontade, e equilibrado pela Providência...), não nos deixou compreender a essência, nós só podemos conhecer as manifetações e aparência das ações que derivam de nossa essência.

Entratanto, sobre a primeira categoria, nominalmente Matéria, nós podemos entender completamente. A segunda categoria, Forma que está contida na Matéria, é também um conceito claro e satisfatório, pois podemos conhecê-lo a partir das experiências atuais sobre o comportamento de toda a Matéria. É desta categoria que derivamos toda a alta compreensão que possuimos.

A terceira categoria é a Forma Absoluta. Isto é dizer que quando uma forma torna-se manifesta para nós, enquanto ainda vestida pela Matéria, nossa imaginação possui o poder de desvestí-la (despir) da matéria e compreendê-la, abstraida de toda a matéria.

Você deve saber, que esta terceira forma não é utilizada por pensadores cuidadosos, porque é impossível depender dela cem por cento, pois quando determinadas qualidades são consideradas abstratamente, erros podem ser cometidos. Por exemplo um homem de princípios morais ideais, que não observa a prática religiosa, pode se ocupar tanto da virtude verdadeira em sua forma abstrata, que se para salvar um homem da morte tivesse que dizer uma mentira, escolheria não dizê-la, na verdade deixaria todo o mundo perecer, se para que isto não acontecesse tivesse que dizer apenas uma inverdade...

Entretanto, esta não é a visão da Torah, de acordo com a qual, não há nada que não possa ser sobrepassado, no dever de salvar uma vida (Yoma 8a).

Além disso, se esta pessoa fosse capaz de perceber as formas da verdade e da falsidade durante o tempo em que estas estivessem vestidas na matéria, ela iria então entender que o significado que elas adquirem depende da sua natureza inerente de ou trazer benefício ou malefício para a matéria; o que é dizer, que foi após o mundo adquirir muita experiência com estas formas e ver a quantidade de destruição e estragos que a falsidade dos homens causou, proveniente das falsidades que se falou, e da quantidade de benefício que o homem da verdade trouxe, através da restrição a falar somente palavras de verdade, que todos concordaram que não existe virtude que possa superar a qualidade da verdade, e não existe nenhum mal maior do que a qualidade da falsidade.

Assim, se esta pessoa idealista pudesse entender este ponto, teria certamente concordado coma visão da Torah e concluiria que o ato de falar uma falsidade para salvar uma vida, mesmo que apenas de um único homem, é muitíssimo superior do que toda a grandeza e excelência da verdade abstrata.

Concluimos assim que não existe nenhuma certeza nestes conceitos da terceira classificação, denominados de Formas Abstratas; isto é ainda mais verdade para aquelas formas abstratas que não se vestem em nenhuma matéria, pois conceitos como estes são mera perda de tempo.

259 III 6 O Mundo Espiritual (Deve ser entendido, que a ação física é motivada por forças metafísicas tais como amor, ódio, alegria e tristeza. Mesmo que estas forças não possam ser entendidas em suas Formas Abstratas por sí mesmas, ainda assim em nosso relacionamento com os outros, isto se torna claro. Isto é o que nós considerando como sendo Essência. Aquele conceito metafísico que é revelado através da ação física, e que sem o desenvolvimento ou a manifestação do comportamento físico, não poderia ser dicernido ou deterninado como Essência.

Mas também deve-se estar bem ciente do fato de que, identificar a Essência, ela mesma, ainda mantem-se fora de nossa compreensão.)

Após entender estas quatro classificações, nominalmenmte objetos tangíveis em Matéria, Forma que está contida na Matéria, Forma Abstrata e Essência; deve estar claro que a quarta categoria consistida pela Essência não pode ser entendida por nós, e que a terceira categoria consiste de um conceito que pode nos levar a cometer erros. Então são somente a primeira e a segunda categorias, consistindo de Matéria e Forma que está contida na Matéria, que a Divina Providência nos permitiu entender clara e completamente. E com a assitência destas quatro categorias, você deve também estar apto a compreender a existência das substâncias espirituais que estão nos mundos sublimes da Emanação, Criação, Formação e Ação, pois não há mesmo a menor parte destes mundos que não possam ser classificadas como uma destas quatro categorias.

Por exemplo, se você considerasse uma parte do Mundo da Criação, você iria encontrar veículos que são vermelhos em sua cor, através dos quais a luz da Criação passa para seres criados, como explanamos préviamente. O veículo do mundo da Criação que é vermelho na sua cor, é o aspecto da matéria ou substância que constitui a primeira categoria. Mesmo que seja apenas uma cor que serve para manifestar a atividade daquilo que está contido na substância, nós somos incapazes de entender a essência ela mesma, mas apenas a manifestação da atividade que provem da essência. É essa manifestação da atividade que designamos de substância ou matéria ou corpo ou veículo. A luz divina que está vestida e passa através da coloração vermelha é a forma que está vestida na matéria, que é a segunda categoria. Entretanto se você desejar abastrair a luz divina da substância, que é a coloração vermelha, e então desejar considerá-la por sí mesma, sem estar vestida pela substância, isto então pertence à terceira categoria, nominalmente Forma que está abstraída da Matéria, uma categoria que nos leva a erros como explicamos previamente. Esta categoria é então terminantemente proibida para aqueles que desejam entender as palavras sublimes, e nenhum Mestre da Kabbalah jamais se ocuparia com isto, quanto mais qualquer Mestre do Zohar.

Isto é ainda mais verdade para a Essência de qualquer parte do Mundo da Criação, posto que somos completamente incapazes de comprender qualquer essência, mesmo a essência das substâncias materiais, que dizer da essência das substâncias espirituais !

Então você deve estar consciente das quatro categorias:

1. O veículo da Criação - o segredo (Sod) da coloração vermelha - o qual é distinguido como a substância ou Matéria da Criação.

2. A luz Divina que está vestida no veículo da Criação, que é a Forma na substância.

3. A luz Divina, ela mesma, quando desvestida ou abstraída da substância da Criação.

260 III 6 O Mundo Espiritual 4. A essência de qualquer parte.O primeiro limite foi então completamente explicado, então deve estar claro que não existe nenhum Mundo no Zohar que pertençam à terceira ou à quarta categoria de classificação racional, mas ele se limita às primeira e segunda categorias.

4 - O Segundo Limite

A explanação precedente deve também contribuir para o entendimento do segundo limite. Você deve saber que as quatro categorias que foram explicadas em referencia a qualquer parte singular, somente do Mundo da Criação, podem ser similarmente encontradas em todos os Mundos ou Emanação, Criação, Formação e Ação ou Realização.

As três colorações de vermelho, verde e preto que são encontradas nos três mundos da Criação, Formação e Ação ou Realização, são os aspectos da Matéria ou substância. A coloração branca, que é o aspecto do mundo da Emanação, é a Forma que está vestida na Matéria, ou seja dizer, nas três colorações denominadas Criação, Formação e Ação ou Realização. O aspecto do Sem-Fim, quando considerado por sí mesmo, é o segredo (Sod) da Essência; ainda assim, conforme dissemos quando estávamos discutindo o primeiro limite, somos completamente incapazes de compreender a essência que é a quarta categoria que está contida em todas as substâncias, mesmo nas substâncias que estão neste mundo.

Assim a coloração branca, como ela é por sí mesma, desvestida (despida) das outras três colorações da Criação, Formação e Ação ou Realização, é Forma abstraida da matéria, e portanto não nos concerne de nenhuma maneira. O Zohar não tem nada, de nenhuma maneria, que dizer sobre esta categoria. O Zohar apenas discute a primeira categoria que consiste das três colorações da Criação, Formação e Ação ou Realização, que são consideradas como sendo Matéria, e que são as três Sephiroth Binah (Inteligencia), Tifereth (Beleza) e Malkhut (Reino).

É discutida também a segunda categoria que consiste da iluminação da Emanação, que está vestida nas três colorações da Criação, Formação e Ação ou Realização, o que é dizer, a luz de Hochmah (Sabedoria) que está vestida no Sephiroth Binah, Tifereth e Malkhut, que são então o aspecto da Forma quando está vestida de Matéria.

Então, é apenas com estas duas categorias que o Zohar lida, e faz isso em muitos lugares. Assim ao estudante que não for cuidadoso em restringir e confinar seus pensamentos e sua mente de modo a compreender as palavras do Zohar somente dentro do limite destas duas categorias, todo o assunto então se tornará confuso para ele, pois então ele não extrairá das palavras o seu significado real.

Assim os dois primeiros limites devem estar claros:

1. Os Mestres do Zohar tratam apenas com a Matéria, ou com a Forma que está com a Matéria; este é o primeiro limite.

2. Similarmente o Zohar trata somente com os Mundos da Criação, Formação e Ação ou Realização, ou com a iluminação da Emanação nos Mundos da Criação, Formação e Ação; este é o segundo limite.

5 - O Terceiro Limite

Nós deveríamos agora explicar o terceiro limite. O Zohar trata com cada mundo sob o aspecto do Sephiroth, que constitui a divindade que ilumina cada mundo, e também trata com todos os 261 III 6 O Mundo Espiritual componentes dos aspectos Inanimado, Vegetativo, Animal e Humano, que são os seres criados em cada mundo. Entretanto, o Zohar, dirige a sua atenção principalmente ao aspecto Humano de cada mundo.

Vejamos um exemplo, na situação que prevalesce neste mundo:

As quatro espécies Inanimado, Vegetativo, Animal e Humana que são encontradas em todos os mundos, inclusive neste mundo, são quatro partes do "desejo de receber". De fato, cada uma destas espécies contem em sí mesma uma das quatro espécies Inanimado, Vegetativo, Animal e Humana. Um homem neste mundo precisa de ser nutrido e de crescer através dos quatro aspectos de Inanimado, Vegetativo, Animal e Humano que existem neste mundo. Assim o alimento do homem também contém estes quatro aspectos, os quais são extendidos a partir dos quatro aspectos Inanimado, Vegetativo, Animal e Humano que o corpo de cada ser humano contém. Estes aspectos, são como a seguir:

1 - Ele deseja receber o que é absolutamente necessário para sobreviver

2 - Ele deseja mais do que é absolutamente indispensável para sobreviver, mas isto está confinado tão somente aos desejos animais.

3 - Ele aspira os desejos humanos, tais como status e poder.

4 - Ele aspira adquirir conhecimento racional.

Estes quatro aspectos são extendidos a ele através das quatro partes do "desejo de receber" que está nele. Seu desejo pelo que é absolutamente necessário para sobreviver é o aspecto do Inanimado do "desejo de receber". O desejo pela lascívia animal é o aspecto do Vegetativo do "desejo de receber", pois estes desejos são meramente para aumentar e dar prazer ao seu veículo, isto é a carne de seu corpo. O desejo pelos desejos humanos é o aspecto do Animal que está no "desejo de receber", pois estas cobiças engrandecem seu espírito (Ruah). E o desejo de adquirir entendimento racional é o aspecto do Humano do "desejo de receber".

De modo similar, você deve entender as relações mútuas dos mundos espirituais sublimes. Pois todos os mundos são afetados por cada um do topo para baixo. Então tudo dos aspectos Inanimado, Vegetativo, Animal e Humano que estão no mundo da Criação deixam suas marcas no mundo da Formação. O Inanimado, Vegetativo, Animal e Humano do mundo da Formação deixam suas impressões nos aspectos Inanimado, vegetativo, Animal e Humano do mundo da Ação ou Realização. E estes aspectos do mundo da Ação, deixam suas impressões neste nosso mundo.

Foi explicado previamente que aos aspectos Inanimados dos mundos espirituais é dado o nome de "Salas" ou "Átrios" (Hechalot), aos aspectos Vegetativos é dado o nome de "Vestimentas" ou "Trajes" (Levushim) e aos aspectos Animais o nome de Anjos; para o Humano, o aspecto das Almas (Neshamot) do homem que está neste mundo, e as dez Sephiroth que estão em cada mundo, são a divindade.

As Almas (Neshamot) do homem, são o centro de cada mundo, e um homem é nutrido por toda a existência espiritual em cada mundo assim como o aspecto Humano físico é nutrido por toda a existência material.

262 III 6 O Mundo Espiritual Então ele recebe o primeiro aspecto - que é o "desejo de receber" que é absolutamente necessário à sua sobrevivencia - da iluminação dos "Átrios" (Hechalot) e das "Vestimentas" (Levushim) que estão lá. Ele recebe o segundo aspecto - que consiste da luxúria animal que faz seu corpo crescer - dos aspectos dos "Anjos" que estão lá (Tikkuney Zohar, Tikun 69/105), e que são a iluminação espiritual adicional à quantidade que é necessária para sua sobrevivencia, e que contribuem para a expansão dos veículos espirituais nos quais sua Alma (Neshamah) se veste.

Então ele recebe o primeiro e o segundo aspecto de aspectos que estão num nível mais baixo do que o seu, nominalmente dos "Átrios" (Hechalot) , as "Vestimentas" (Levushim) e dos "Anjos" que estão lá, e que estão todos num nível mais baixo que as Almas (Neshamot) dos seres humanos.

Sobre o terceiro aspecto, que consiste dos desejos humanos que engrandecem o espírito de um homem (Ruach), o qual ele recebe neste mundo de sua própria espécie, ele também os recebe naquele mundo de sua própria espécie, o que é dizer de todas as Almas (Neshamot) que podem ser encontradas naquele mundo, pois é através destas que ele aumenta a iluminação do Espírito (Ruach) de sua Alma (Neshamah) .

Sobre o quarto aspecto do "desejo", que consiste dos pensamentos racionais, ele recebe isto do Sephiroth em todos os mundos, pois é destes que ele recebe os aspectos Hockmah (Sabedoria), Binah (Inteligência) e Da'at (Conhecimento) para sua Alma (Neshamah).

Então a Alma (Neshamah) de um homem que deve ser encontrada em cada mundo, deve crescer e tornar-se mais completa de todos os aspectos que devem ser encontrados em cada mundo. Este é o terceiro limite que mencionamos, O estudante deve entender que de todos os mundos do Zohar, em conecção com qualquer parte dos mundos sublimes com os quais pode estar em contacto, seja com uma parte do Sephiroth, ou seja das Almas (Neshamot), ou dos "Anjos", ou das "Vestimentas" (Levishim) ou dos "Átrios" (Hechalot), mesmo que ele as trate como categorias de si mesmo, ainda assim estes mundos estão principalemente dirigidos para o subjeto da quantidade que o aspecto da Alma (Neshamah) do homem recebe deles e é nutrido por eles. Então, com efeito, todos os mundos do Zohar estão centralizados em torno das necessidades da Alma (neshamah). Se você tentar compreender todo o Zohar, de acordo com esta linha de racioncínio, você então o compreenderá e seu caminho será suave e bem sucedido.

6 - Terminologia e Conceitos Cabalísticos

Após explicar estes três limites, temos ainda que explicar os termos descritivos físicos que são trazidos no Zohar em conecção com as dez Sephiroth, como, por exemplo, "mais alto", "mais baixo", "ascendente", "descendente", "diminuição", "expansão", "menor", "maior", "separação" e "ligação", os números e outros termos similares para estados que são causados nos dez Sephiroth, pelas boas e más ações, dos seres humanos do mundo mais baixo.

À primeira vista, tudo isto parece surpreendente, pois como é possível que a divindade possa ser afetada e receber mudanças em função dos efeitos dos seres humanos do mundo mais baixo ?

Você pode responder a isto dizendo que estes termos não se referem à Divindade propriamente dita, que está vestida no Sephiroth e o ilumina, mas apenas para os veículos do Sephiroth.

Estes não são divinos, por sí mesmos, mas foram criados como "algo novo", quando as Almas (Neshamot) foram criadas, para conter ou revelar as medidas da compreensão espiritual que são

263 III 6 O Mundo Espiritual apropriadas para as Almas (Neshamot) de modo a trazê-las à plenitude da "correção" (Tikun) desejada.

Isto foi descrito anteriormente, no exemplo do espelho que tem quatro planos de vidro que são embebidos com quatro cores diferentes, branco, vermelho, verde e preto. São também comparados às partes branca e negra de um livro. Ou dizendo ainda que estes termos que se referem aos veículos sòmente são possíveis nos três Mundos da Criação, Formação e Ação ou Realização, onde os veículos do Sephiroth são "novos" e não divinos.

Isto, entretanto, não é absolutamente verdade no Mundo da Emanação onde os veículos dos dez Sephiroth são totalmente divinos, juntamente com a luz divina que está dentro deles, como foi dito no Tikkunim "Ele, Sua Vitalidade (Hayyuhi) e Sua Substância (Garmuhi) são Um".

"Ele", refere-se a essência do Sephiroth que é o segredo (Sod) da luz que ilumina o Sephiroth, e que é denominada a luz de Hayyah (Vida), pois todo o Mundo da Emanação é o aspecto de Hokhmah (Sabedoria), e a luz de Hokhmah (Sabedoria) é denominada luz de Hayyah (Vida), e então encontramos Hiyyuhi no Tikkunim.

"Sua Substância" (Garmuhi) se refere aos veículos do Sephiroth. Então tudo é divindade absoluta e unidade. Então deve-se perguntar, como é possível entender as mudanças provocadas pelos seres humanos do mundo mais baixo, que mencionamos, podem causar ? Existe uma outra questão que também deve ser entendida: Se tudo no Mundo da Emanação é divino e não há nada lá que seja criado como "novo", como pode então distinguir-se entre os tres aspectos que são mencionados no Tikkunei Zohar: "Ele, Sua Vitalidade (Hayyah) e Sua Substância (Garmuhi)" ? Com certeza a unidade é indivisível ?

Para entender a resposta à estas questões, você deve lembrar que foi explicado previamente que a Substância de Deus é o segredo (Sod) da "essência". Nós não podemos compreender as essências materiais, mesmo a nossa própria essência, então muito menos ainda poderemos chegar perto de entender a essência de Deus.

Assim como o mundo da Emanação é o segredo (Sod) da Forma, os tres mundos da Criação, Formação e Ação ou Realização são o segredo (Sod) da matéria. A iluminação do mundo da Emanação nos mundos da Criação, Formação e Ação é o segredo (Sod) da forma que está vestida na matéria.

A partir daí você pode entender que o nome "Sem Fim" (Ein Sof - literalmente Sem Fim), Abençoado seja Ele, que nós usamos, não é de jeito nenhum o nome da essência de Deus - possa Ele ser louvado e louvado ! - pois como podemos nós definir ou limitar com um nome ou palavra algo que somos incapazes de entender ?

Devemos entretanto entender, que o termo Ein Sof, abençoado seja Ele, quando definido dentro do terceiro limite, (todos os mundos do Zohar são centralizados em torno das Almas (Neshamot)), de tal maneira, que neste caso, o termo não é aplicado à Deus, Ele mesmo, mas somente ao aspecto do Seu Ser, no qual todos os mundos e as Almas (Neshamot) estão contidos, no segredo (Sod) do Pensamento ou Plano da Criação. Assim este Pensamento ou Plano, é a conecção através da qual toda a criação, até a compleição da "correção" (Tikun), está conectada a Ele sob o nome de Sem Fim (Ein Sof), abençoado seja Ele.

264 III 6 O Mundo Espiritual É isto que anteriormente denominamos de Primeira Fase das Almas (Neshamot), pois todas as Almas (Neshamot) então existem Nele - possa Ele ser louvado ! - cheias de prazer e candura no nível mais alto, irão receber tudo isto na prática, apenas na compleição da "correção"(Tikun).

Um exemplo disto, tomado de uma situação real deste mundo, é o do homem que deseja construir uma casa: primeiramente ele a vê diante dele, nos seus primeiros pensamentos sobre ela, como um linda casa, completa. com todos os detalhes, tal como será depois de construida.

Após esta fase, ele desenha os planos para colocar os seus desejos em ação, e então fornece os detalhes aos trabalhadores, após ter decidio que partes serão de madeira, que partes serão de pedras e quais serão de ferro. Somente após isto é que realmente começa a construir a casa, até que a tenha completado, conforme seu pensamento inicial.

Você deve saber que o aspecto do Sagrado "Sem-Fim" é o segredo (Sod) do primeiro pensamento, pois no Pensamento da Criação, a totalidade da Criação foi tomada em seu estado completo inicial. Entretanto a comparação é imperfeita porque para o Todo Poderoso, futuro e presente são a mesma coisa e dentro Dêle, o Pensamento completa a sua ação, assim Ele não necessita de ferramentas para executar planos, como nós necessitamos, portanto Ele é Nele mesmo a própria realidade.

O mundo da Emanação é o segredo (Sod) de algo como o plano detalhado que é formado na mente e que se tornará manifesto mais tarde quando começarem a construir a casa.

Assim você deve entender que estas duas fases, nominalmente Pensamento da Criação que é o Sagrado "Sem-Fim" e também o Plano de todos os detalhes necessários para colocar o Pensamento na prática, não podem, de modo algum, ter atribuídas a sí mesmas, o aspecto dos seres criados, pois ela ainda estão num estado potencial e ainda não foram colocadas em prática.Isto é muito semelhante ao exemplo do homem e sua casa, pois enquanto ele pode pensar nas partes de madeira, pedra e ferro, que ele precisa para a construção, quando estiver colocando o plano em prática, presentemente o material que ele possui é apenas material conceitual, pois ele ainda não possui maderia, pedras e ferro verdadeiros. A única diferença na comparação é que no caso do homem, um plano na mente não pode ser considerado como tendo ainda uma existência real, enquanto que um Pensamento Divino tem uma existência real que é muitíssimo mais real que a realidade dos seres criados, ele próprios.

A explicação do segredo (Sod) do "Sem-Fim", Abençoado seja Ele, e todo o segredo (Sod) do Mundo da Emanação, deve tornar claro, que em qualquer ocasião que seja mencionado, será apenas com referência a sua conecção com a criação dos seres criados. Assim durante todo o tempo são ainda meramente forças potenciais. Nada de sua substância tornou-se manifesta ainda; como no exemplo do homem que trabalha num plano para colocar seus pensamentos em prática, mesmo que ele ainda não possua madeira, pedras e ferro.

Os tres mundos da Criação, Formação e Ação ou Realização mais o mundo mundano, são os aspectos da conversão do potencial em realidade; tal como o homem que inicia a construção real de sua casa, e trás madeira, pedras, ferro e trabalhadores até que a casa esteja completamente construida. Assim a divindade que brilha através dos mundos da Criação, Formação e Ação ou Realização - na porporção em que as Almas (Neshamot) necessitam de receber, de modo que possam alcançar sua compleição - está vestido nas Dez Sphiroth Keter (coroa), Hokhmah (sabedoria), Binah (inteligência), Hesed (misericórdia), Gevurah (julgamento), Tiferet (beleza), Netzah ( paciência perpétua), Hod (majestade), Yesod (fundação do mundo) e Malkhut (reino) que são veículos verdadeiros quando comparados com a divindade do Todo-Poderoso. Ou seja, eles não

265 III 6 O Mundo Espiritual consistem de divindade, mas eles são criados como "novos" para as necessidades das Almas (Neshamot).

7 - Imagens no Zohar

A seguinte passagem do Zohar. em seu estilo puro e lúcido (Bo, pag 42, lado 2, no topo da página): "E se uma pessoa perguntar - Não está escrito "Você não viu nenhum modo de imagem ?" - que significa se uma pessoa perguntar - Não está escrito na Torah que "Você não viu nenhum modo de imagem ?", como pode então atribuir Nomes e o Sephiroth ao Todo-Poderoso ?

"A ele deve-se então reponder - Eu, com certeza, contemplo uma imagem, pois não está escrito - "E a imagem do Senhor será contemplada por ele (Moisés)" (Num. 12:8) ? etc."

A explicação desta passagem é que a resposta será que esta imagem que eu ví é como aquela que é mencionada no verso "E a imagem do Senhor será contemplada por ele (Moisés)". Esta imagem é então a Sephirah Malkhut (reino) na qual todos os mundos e as Almas (Neshamot) possuem suas raízes.

De acordo com o segredo (Sod), é a raíz de todos os veículos daqueles que recebem dele e necesáriamente obtêm veículos dela. Isto fica então refratado para eles como uma imagem, sobre a qual está escrito - "E a imagem do Senhor será contemplada por ele".

"E mesmo que a imagem fosse à semelhança do Sagrado, abençoado seja Ele, mas não no seu lugar, pois isto não pode ser penetrado, mas no aspecto de um Rei quando mostra o Seu poder de reinar sobre a totalidade de Sua criação, aparecendo para cada uma de Suas criaturas de acordo com a capacidade de ver, imaginar ou formar a Sua imagem, e isto é o que é referido no verso (Hosea, 12:2) - "E através dos profetas Eu sou representado em imagens".

"E portanto Ele diz: - Embora Eu apareça para vocês do seu próprio modo, a quem vocês Me compararão e que eu deverei ser igual a ele ? - E por esta razão o Sagrado, abençoado seja Ele, diz a eles - Embora eu apareça para vocês em suas próprias formas, o que é dizer em sua própria visão e em sua imaginação, mesmo assim, a quem vocês Me compararão e que eu deverei ser igual a ele ?"

"Porque antes do Sagrado, abençoado seja Ele, criar qualquer semelhança ou formar qualquer forma Ele era Um, sem forma ou imagem".

O significado desta passagem é direto: "Portanto é proibido a qualquer um que apreender Ele como Ele era antes da criação, quando Ele está fora de qualquer forma, a pintá-Lo sob qualquer forma ou descrição, nem mesmo pela letra Hei nem pela letra Iod, nem ainda pela totalidade de Seu Sagrado Nome, nem por qualquer letra ou sinal".

Este é o significado do verso - "Você não viu nenhum modo de imagem". E quem quer que seja que possa compreendê-Lo antes do nível da criação - que é a Sephirah Binah (inteligência) - quando ele está fora de qualquer semelhança, é proibido a esta pessoa pintá-Lo por qualquer forma ou semelhança do mundo, nem pela letra Hei, nem pela letra Iod, e é mesmo proibido de chamá-Lo pelo Nome do Santo Iod-Hei-Vav-Hei ou por qualquer letra ou sinal. Este é o significado do verso "Porque você não viu nenhuma similitude", o que é dizer que este verso se refere àqueles que possuem o mérito de conhecê-Lo acima do nível da criação, que é o nível da Sephirah Binah (inteligência). Porque no nível dos dois Sephiroth Keter (coroa) e Hokhmah (sabedoria) não pode se encontrar qualquer aspecto de forma ou imagem, o que é dizer, de veículos ou de vizinhanças, pois 266 III 6 O Mundo Espiritual os veículos iniciam-se a partir da Sephirah Binah (inteligência) para baixo. Portanto todas as alusões nas letras ou nos sinais ou nos Nomes Sagrados somente começam a partir da Sephirah Binah (inteligência) para baixo; mesmo que eles não ocorram no lugar do Sephiroth, eles mesmos, mas apenas naqueles que estão recebendo, como no caso da Sephirah Malkhuth (reino).

À primeira vista parece haver uma contradição aqui nas palavras do Zohar, pois foi inicialmente dito que apenas a partir da Sephirah Malkhut (Reino) as formas seriam extendidas àqueles que as recebem, pois está dito "Mas Ele apareceu no aspecto de um Rei reinando sobre Sua criação..." que é o segredo (Sod) do verso "E através dos profetas Eu sou representado por imagens". Mesmo aqui está dito que é da Criação para baixo, o que é dizer a partir da Sephirah Binah (Inteligência) para baixo, que as formas se extendem àqueles que as recebem. Entretanto a explicação disto é que, na realidade, formas e semelhanças são apenas extendidas a partir do quarto aspecto que é a Sephirah Malkhut (Reino), e é a partir da Sephirah Malkhut (Reino) que os veículos se extendem aos lugares daqueles que os recebem, e nada mais se extende a partir das nove Sephiroth de Keter (Coroa), Hokhmah (Sabedoria), Binah (inteligência) e Tiferet (Beleza). Entretanto, conforme explicado na obra "The Introduction to the Wisdom of the Kabbalah" - Dr. Philip S. Berg, no mundo da "correção" (Tikun) o atributo de Rahamim (Compaixão) foi tornado parceiro na criação com o atributo Din (Julgamento), o que significa que que Ele levantou a Sephirah Malkhut (Reino), que é distinguida como o atributo de Din (Julgamento) e Ele o trouxe para dentro da Sephirah Binah (Inteligência) que é ditinguida como o atributo Rahamim (Compaixão). Portanto, a partir deste tempo os veículos de Malkhut (Reino) foram enraizados na Sephirah Binah (Inteligência), como, de fato, o Zohar diz aqui. Assim o Zohar começa falando da raiz real das imagens, que são os veículos, e diz que eles estão na Sephirah Malkhut (Reino), então, depois diz que eles estão na Criação, o que é na Sephirah Binah (Inteligência), o que ocorreu pela força da parceria que aconteceu entre os dois atributos para a "Correção" (Tikun) do mundo.

De modo similar, nossas lendas, de memória sagrada, dizem "No princípio o Ser Sagrado, abençoado seja Ele, criou o mundo com o atributo de Din (Julgamento), quando Ele viu que o mundo não conseguiria sobreviver Ele trouxe a parceria com o atributo de Rahamim (Compaixão).

Você deve saber, também que se dá muitos nomes para as dez Sephiroth de Keter (Coroa), Hokhmah (Sabedoria), Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) (*) e Malkhut (Reino) no Zohar, de acordo com as suas diferentes funções.

(*) Tiferet inclui seis Sephiroth.

Assim quando a elas são dados os nomes Keter (Coroa), Atzilut (Emanação), Beriah (Criação), Yetzirah (Formação) e Asiyah (Ação ou Realização ou ainda Construção) será a sua função distinguir entre os veículos internos que são denominados Keter (Coroa) e Atzilut (Emanação) que são as Sephiroth Keter (Coroa) e Hokhmah (Sabedoria) e entre os veículos mais externos que são denominados Beriah (Criação), Yetzirah (Formação) e Asiyah (Ação ou Realização), que são as Sephiroth Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino); esta distinção advém da associação do atributo de Din (Julgamento) com o atributo de Rahamim (Compaixão). E porque o Zohar deseja aludir a associação entre a Sephirah Malkhut (Reino) com a Sephirah Binah (Inteligência) ele chama a Sephirah Binah (Inteligência) pelo nome de Beriah (Criação). Pois antes que a associação destes dois atributos tivesse lugar, não havia nada que pudesse ser encontrado, nenhuma forma de similitude na Sephirah de Binah (Inteligência), mesmo em respeito àqueles que recebem, pois este deviam ser encontrados somente na Sephirah Malkhut (Reino).

O Zohar continua a passagem que estamos analizando como a seguir: "Mas quando Ele criou esta forma da carruagem do Homem celeste Ele desceu e era chamado YHWH (*), de modo que eles 267 III 6 O Mundo Espiritual pudessem conhecê-Lo por Seus atributos e que Ele pudesse ser percebido por cada atributo separadamente."

(*) - YHWH significa Iod-He-Vau-He como em hebraico arcaico ou Iud-Hey-Vav-Hey como em hebraico moderno), e significa um dos nomes de Deus.

A explicação desta passagem é que depois que Ele fêz a forma da carruagem do Homem celeste, Ele desceu e vestiu-se lá e Ele foi chamado pela forma das quatro letras YHWH, o que é dizer pelas Dez Sephiroth Keter (Coroa), Hokhmah (Sabedoria), Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino), pois o ponto superior do Yod é Keter (Coroa), o Yod é Hokhmah (Sabedoria), o Hei é Binah (Inteligência), o Vav é Tiferet (Beleza) e o Hei final é Malkhut (Reino). Este processo tem lugar, de modo que o Todo-Poderoso pode ser compreendido através de Seus atributos, o que é dizer através das dez Sephiroth, a através de cada um de Seus atributos.

O Zohar afirma aqui que é partir da criação, seja dizer a partir da Sephirah Binah (Inteligência) - depois desta ter se juntado em parceria com o atributo de Din (Julgamento) com a Sephirah Malkhut (Reino) - que a similitude ou aparência e a forma se extendem àqueles que recebem, nominalmente as Almas (Neshamah), mas estas formas não se extendem, no próprio lugar da criação mas apenas nos lugares daqueles que as recebem, como foi previamente explicado.

O Zohar então prossegue dizendo que o Ser Sagrado, abençoado seja Ele, então fêz a forma da carruagem do Homem celeste e Ele desceu e vestiu-Se na forma deste homem, o que significa dizer: a forma do corpo do homem, que é feita de 613 veículos, extendendo-se a partir dos veículos da Alma (Neshamah), pois a Alma (Neshamah) possui 613 veículos, consistindo de 248 limbos espirituais e 365 poderes espirituais que podem ser dividos em cinco secções de acordo com as quatro letras YHVH e o ponto superior do Yod: - sua cabeça é o aspecto de Kether (Coroa), da boca ao peito é Hokhmah (Sabedoria), e do peito ao umbigo é Binah (Inteligência), e do umbigo até o final dos dois pés é Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino). De modo análogo, toda a Torah é distinguida no segredo (Sod) do Partzuf (Semblante) do homem que é o segredo (Sod) dos 248 Mitzvot positivos que correspondem aos 248 limbos e de 365 Mitzvot negativos que corrspondem aos 365 poderes. Existem cinco secções nele, que são o segredo (Sod) dos cinco Livros da Torah, e é isto que é denominado "a Forma da carruagem do Homem celeste" que é o Homem da criação, que é a Sephirah Binah (Inteligência), pois é a partir desta Sephirahque estes veículos começam a se extender para o lugar das Almas (Neshamot). Este homem é denominado Homem Celeste porque existem tres aspectos do homem que são encontrados no Sephiroth, "Homem da Criação", "Homem da Formação" e "Homem de Ação ou Realização", entretanto, no Sephiroth Keter (Coroa) e Hokhmah (Sabedoria) não existe nenhuma semelhança que pudesse ser designada por qualquer letra ou símbolo, ou pelas quatro letras de YHVH.

Como o Zohar fala aqui do Mundo da Criação, é adequado utilizar o termo "Homem Celeste".

Você deve constantemente lembrar-se das palavras do Zohar que estas semelhanças ou similitudes não ocorrem nos lugares do Sephiroth Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino), mas apenas no lugar daqueles que as recebem. Entretanto, como este Sephiroth concedem os veículos e as "Vestimentas" (Levushim) de modo que eles possam conhecê-Lo por Seus atributos - pois que as Almas (Neshamot) possam compreendê-Lo através da luz que se extende à elas em um atributo e em uma forma restrita através dos seus 613 limbos - nós, portanto, damos a estes concedentes o nome de Homem. Entretanto, eles são meramente o aspecto da côr branca, anteriormente explicada.

Seguramente as quatro letras YHVH e o ponto acima do Yod constituem cinco veículos, e foi explicado previamente, pois os veículos são sempre denominados como letras e eles são o segredo 268 III 6 O Mundo Espiritual (Sod) dos cinco Sephiroth Keter (Coroa), Hokhmah (Sabedoria), Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino).

Assim deve estar também claro que existem também veículos no Sephiroth Keter (Coroa), Hokhmah (Sabedoria) aos quais o ponto acima do Yod e o próprio Yod do YHVH aludem. Isto faz parecer que o Sephiroth Keter (Coroa) e Hokhmah (Sabedoria) são considerados veículos.

Entretanto, a explicação desta questão é que o Zohar fala de similitudes e de atributos, os quais são os veículos, projetando-se a partir da Criação para baixo, o que é dizer a partir dos tres Sephiroth Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino) sozinhos e não no Sephiroth Keter (Coroa) e Hokhmah (Sabedoria); pois tal é o aspecto da essência do Sephiroth. Além disso, é bem sabido que todo o Sephiroth é composto por cada um e cada um contem todos os outros, assim os dez Sephiroth Keter (Coroa), Hokhmah (Sabedoria), Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino) devem ser encontrados na Sephirah Keter (Coroa) e similarmente o Sephiroth Keter (Coroa), Hokhmah (Sabedoria), Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino) deve ser encontrado na Sephirah Hokhmah (Sabedoria), e o mesmo se aplica a cada Sephirah Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino). Portanto, de acordo com isso, em cada dos cinco Sephiroth Keter (Coroa), Hokhmah (Sabedoria), Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino) devem ser encontrados os tres Sephiroth Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino) dos quais os veículos derivam.

Através disso, você deve entender que o ponto acima do Yod, que é o segredo (Sod) dos veículos da Sephirah Keter (Coroa), indica as tres Sephiroth Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino) que estão contidas na Sephirah Keter (Coroa). E o Yod de YHVH, que é o veículo da Sephirah Hokhmah (Sabedoria) indica o Sephiroth Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino) que está contido em Hokhmah (Sabedoria).

Isto ocorre de tal modo que os aspectos da Sephirah Keter (Coroa) e Hokhmah (Sabedoria) que estão contidas mesmo na Sephirah Binah (Inteligência), em ambos os aspectos de Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino), não possuem qualquer aspecto de veículos, onde os aspectos de Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino) que estão contidos na Sephirah Keter (Coroa) e Hokhmah (Sabedoria) possuem veículos conectados a eles.

Assim, a partir deste aspecto seria verdadeiro dizer que existem cinco aspectos do Homem, para Binah (Inteligência), Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino) que estão em cada um das cinco influências do Sephiroth, através do segredo (Sod) da carruagem do Homem. Portanto, existe um Homem a partir do aspecto da Sephirah Keter (Coroa), e ele é chamado Homem Primordial (Adam Kadmon). E existe um Homem a partir do aspecto da Sephirah Hokhmah (Sabedoria) e ele é chamado Homem da Emanação. E existem também um Homem a partir do aspecto da Sephirah Binah (Inteligência), e ele é chamado Homem da Criação. E existem ainda Homens a partir dos aspectos do Sephiroth Tiferet (Beleza) e Malkhut (Reino), e eles são chamados, respectivamente, de Homem da Formação e Homem da Realização ou Ação.

E o Zohar continua: "E Ele chamou a Sí Mesmo 'El, Elohim, Shaddai, Tzevaot e Ehyeh' de modo que pudessem conhecê-Lo através de cada um dos Seus atributos, e de modo que pudesse ser feito manifesto como o mundo é sustentado pela misericórdia (Hesed) e julgamento (Gevurah), de acordo com os trabalhos do homem."

- E Ele chamou a Sí Mesmo pelos Nomes 'El, Elohim, Shaddai, Tzevaot e Ehyeh de modo que pudessem conhecê-Lo através de cada um dos Seus atributos. Pois os dez Nomes inapagáveis na Torah são o segredo (Sod) dos dez Sephiroth. Como está escrito no Zohar (Vayikra, 168): "A 269 III 6 O Mundo Espiritual Sephirah Keter (Coroa) é chamada de EHYE, e a Sephirah Hokhmah (Sabedoria) é chamada Yah. A Sephirah Binah (Inteligência) é chamada YHVH com as vogais de Elohim, a Sephirah Hesed (Misericórdia) é chamada El, a Sephirah Gevurah (Julgamento) é chamada Elohim, a Sephirah Tiferet (Beleza) é chamada YHVH, as duas Sephiroth Netzah (Paciencia Eterna) e Hod (Majestade) são chamadas Tzevaot, a Sephirah Yesod (Fundação do Mundo) é chamada El Hay e a Sephirah Malkhut (Reino) é chamada Adonai.

"Pois se Sua luz não fosse espalhada sobre toda a criação, como eles poderiam percebê-Lo ? E como seria realizado o verso 'Toda a terra está cheia de Sua glória' (Isaiah 6:3)" - Isto significa que se a Sua luz não foi espalhada sobre todas as criaturas através do meio como Ele foi vestido, como foi no caso do sagrado Sephiroth, como então Suas criaturas vieram a conhecê-lo e como o verso 'Toda a terra está cheia de Sua glória' foi realizado ?

O Zohar aqui tenta explicar que o propósito divino era mostrar às Almas (Neshamot) que é através Dele que estas mudanças que tomam lugar no Sephiroth, de modo a dar às Almas (Neshamot) espaço para compreensão adequada Dele, e assim realizar o verso 'Toda a terra está cheia de Sua glória'.

"Maldito seja o homem que possa presumir comparar o Senhor com qualquer atributo, mesmo que seja com um dos Seus atributos, muito menos com qualquer forma humana 'cuja fundação reside no pó' (Job 4:19), e que é efêmero e sem importancia."

De fato, é propósito divino que as Almas (Neshamot) que recebem, possam ver estas mudanças, que na realizadade tomam lugar nelas próprias, como tomando parte no Doador, mesmo assim, apesar disso, deve estar claro para as Almas (Neshamot) que nenhuma mudança de atributo toma lugar no Todo Poderoso Ele próprio, mas o propósito divino é meramente que possa parecer à elas que isto acontece, de acordo com o segredo (Sod) de "E através dos profetas Eu sou representado por imagens" (Hosea, 12:11).

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