Exognósia e Maneio Animal 18 de Novembro de 2008 9. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DO GADO Bovinos de carne BOVINO E ZEBUÍNO

Paulo P. Cortez VI. Principais raças de aptidão de carne

Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar – Universidade do Porto

9. 6. Principais raças de aptidão de carne 9. 6. 1. Limousine

¬ Origem da raça: a) Limousine b) Charolês ƒ Área central de França (Limousine e Marche) c) Blanc Bleu Belge ƒ Terreno acidentado, rochoso e clima rigoroso d) Aberdeen Angus ƒ Agricultura apoiada por animais e) Hereford ƒ Evolução lenta, com interferência genética exterior f) Brahman pouco relevante g) Nelore ƒ Robusta, saudável e de grande capacidade adaptativa h) Rubia galega

9. 6. 1. Limousine 9. 6. 1. Limousine

ƒ Boa reputação como animal de trabalho e de carne ƒ Raça estabelecida entre 1900/30 – procura de carne (sujeito a engorda no fim de vida de trabalho) ƒ 1968 – Importação para o Canadá (Principe Pompadour) ƒ Criação em regime maioritariamente exterior ƒ 1971 – Importação para os EUA ƒ Em meados do séc. XIX - exploração Leobardy ƒ Hoje em dia ainda é considerada em França a raça de ƒ Livro genealógico em 1886 carne por excelência (cerca de 1,5 milhões de cabeças) ƒ Sistema actual de exploração - intensivo

1 9. 6. 1. Limousine 9. 6. 1. Limousine

¬ Principais características morfológicas: ¬ Principais características morfológicas: ƒ Raça de grande tamanho ƒ Quarto traseiro extremamente musculado ƒ Linha dorsal larga ƒ Pescoço e cabeça curtos ƒ Pelagem – vermelho-dourado escuro com pêlos brancos em redor dos olhos, focinho e nos membros

Macho Fêmea ƒ Peso 1000-1300 Kg 650-850 Kg ƒ Altura 145 cm 137 cm

9. 6. 1. Limousine 9. 6. 1. Limousine

¬ Principais características produtivas: ƒ Boa fertilidade ƒ Esqueleto fino (12-13% da carcaça) ƒ Facilidade de parto (intervenção em 0.5% dos casos) ƒ Elevado rendimento da carcaça (69-71%) ƒ Vida reprodutiva das fêmeas entre 8-11 anos ƒ Elevada percentagem de peças nobres ƒ Desmame de 93 vitelos/100 vacas cobertas ƒ Carne tenra, de textura fina ƒ Ganho de peso: ƒ Baixo teor em gordura saturada e colesterol ƒ 1300-1400 g/dia ƒ potencial muscular de 620 g/dia ƒ Abate 3-4 meses - 140-170 Kg (Veau d’Italy) ƒ Usada no cruzamento com raças autóctones ƒ Abate 10 meses - 400-500 Kg (Veau Saint Etienne) ƒ Abate aos 14 meses – 570 Kg (Veau de Lyon)

9. 6. 2. Charolês 9. 6. 2. Charolês

¬ Origem da raça: ƒ Impacto na indústria de carne norte-americana ƒ Área central de França (Charolles e Nièvre - Nivernaise) ƒ Corpulência superior às raças tradicionais inglesas ƒ Usada como animal de trabalho, leite e carne ƒ Adaptação a diversas condições ƒ Livro genealógico em 1864 ƒ Espalhada por 70 países - + de 4 milhões ƒ Forte crescimento após a 2ª guerra mundial ƒ Touros usados para melhoramento (peso e robustez) ƒ Selecção para ganho de peso e qualidade da carne ƒ Usada na criação de raças mistas ƒ Popularidade declinou entre 1960-80 (parto) ƒ Exploração em regime intensivo e pastoreio

2 9. 6. 2. Charolês 9. 6. 2. Charolês

¬ Principais características morfológicas: ¬ Principais características morfológicas: ƒ Raça de grande tamanho ƒ Pescoço curto mas muito musculoso ƒ Quartos traseiros muito desenvolvidos ƒ Pelagem – branco ou creme claro, mucosas róseas mas pele pigmentada ƒ Cornos grossos e curtos ou sem cornos

Macho Fêmea ƒ Peso 1200-1650 Kg 750-1200 Kg ƒ Altura 145 cm 135 cm

8. 4. Principais raças de bovinos de aptidão de carne 9. 6. 2. Charolês

¬ Características produtivas gerais: c) Blanc Bleu Belge ƒ Grande massa muscular e pequena camada de gordura ¬ Origem da raça: ƒ Crescimento rápido (1450-1550 g/dia) idade de ƒ Centro e Norte da Bélgica ƒ Bom índice de conversão alimentar abate + precoce ƒ Cruzamento de gado nativo com a raça inglesa ƒ Esqueleto mais desenvolvido Shorthorn (1850-1890) ƒ Bom rendimento da carcaça (60-70%) ƒ Influência do Charolês durante séc. XIX ƒ Elevada percentagem de peças nobres ƒ Raça estabelecida no início do séc. XX ƒ Carne com pouca gordura e baixo teor em colesterol ƒ Duas linhagens iniciais – uma de leite e outra de carne ƒ Elevada percentagem de partos gemelares (3%) ƒ Actualmente – selecção para carne, em regime intensivo

9. 6. 3. Blanc Bleu Belge 9. 6. 3. Blanc Bleu Belge

¬ Principais características morfológicas: ¬ Origem da raça: ƒ Centro e Norte da Bélgica ƒ Gado nativo x raça inglesa Shorthorn (1850-1890) ƒ Influência do Charolês durante séc. XIX ƒ Raça estabelecida no início do séc. XX ƒ Duas linhagens iniciais – uma de leite e outra de carne ƒ Actualmente: ƒ selecção para carne ƒ regime intensivo

3 9. 6. 3. Blanc Bleu Belge 9. 6. 3. Blanc Bleu Belge

¬ Principais características morfológicas: ¬ Características produtivas gerais: ƒ Tamanho médio ƒ Linhas arredondadas (double-muscled) ƒ > massa muscular e ganho diário de peso (1500g) ƒ Ombros, dorso, lombo e garupa muito musculados ƒ > percentagem de peças nobres ƒ Quarto traseiro desproporcionado ƒ Rendimento da carcaça de 70-80%; pouca gordura ƒ Membros finos mas fortes ƒ Performance reprodutiva inferior ƒ Pelagem: branca, com malhas azuis e por vezes negra ƒ maturidade sexual mais tardia ƒ Macho Fêmea partos nem sempre fáceis ƒ Peso 1150-1400 Kg 700-800 Kg ƒ Utilização em cruzamentos terminais (potencial de crescimento e composição da carcaça) ƒ Altura 148-155 cm 130-135 cm

9. 6. 4. Aberdeen Angus 9. 6. 4. Aberdeen Angus

¬ Origem da raça: ¬ Principais características morfológicas: ƒ Séc. XIX, nos condados escoceses de Aberdeen e Angus ƒ Cruzamento de estirpes de animais sem cornos ƒ Livro genealógico em 1862 ƒ Rapidamente se tornou popular em Inglaterra ƒ Tornou-se a raça de carne mais representada nos EUA e Nova Zelândia; importante no Canadá e Austrália ƒ Variedade norte-americana é mais corpulenta e foi cruzada com a original ƒ Criada em regime intensivo e em pastoreio (não conseguindo competir com Hereford)

9. 6. 4. Aberdeen Angus 9. 6. 4. Aberdeen Angus

¬ Principais características morfológicas: ¬ Características produtivas gerais: ƒ Raça relativamente pequena ƒ Músculos com boa marmorização

Macho Fêmea ƒ Carcaças de alto rendimento (esqueleto) ƒ Peso 1000 Kg 650 Kg ƒ Muito usada em cruzamentos: ƒ Altura 135 cm 125 cm ƒ Qualidade da carne ƒ Velocidade de ganho de peso ƒ Corpo longo, com dorso recto e amplo ƒ Rendimento da carcaça ƒ Lombo e quartos traseiros largos e desenvolvidos ƒ Fertilidade ƒ Membros curtos, esqueleto fino, ausência de cornos ƒ Rusticidade ƒ Pelagem: ocorreu selecção para o preto; aceite ƒ Ausência de cornos também o vermelho

4 9. 6. 5. Hereford 9. 6. 5. Hereford

¬ Origem da raça: ¬ Principais características morfológicas: ƒ Regiões ricas em pasto de Inglaterra ƒ Animais de tracção e produção de carne no fim da vida ƒ Livro genealógico em 1846 ƒ Exportado para a América no início do séc. XIX ƒ Tornou-se a raça mais representada nos EUA, Canadá e Austrália (declínio posterior) ƒ Apreciada devido à precocidade e capacidade de engorda ƒ Anos 60 - linha de orientação para a raça alterou-se ƒ Raça original cruzada com Hereford americano, de maior estatura e recuperou o seu tamanho inicial

9. 6. 5. Hereford 9. 6. 5. Hereford

¬ Principais características morfológicas: ¬ Características produtivas gerais: ƒ Corpo largo, profundo, alongado e cilíndrico, ƒ Carne de boa qualidade, tenra, marmoreada e com característico de um bom animal de carne sabor característico ƒ Pelagem: vermelho de várias tonalidades com face, ƒ A carcaça tem dos melhores rendimentos cernelha, peito, linha ventral e borla da cauda brancos ƒ Mais rentável em pastos de boa qualidade ƒ Cornos de coloração clara (variedade sem cornos ƒ Mais precoces que raças continentais americana – 85% dos Hereford britânicos) ƒ Reconhecida como raça básica: ƒ Fertilidade Macho Fêmea ƒ Peso 1000-1200 Kg 600-800 Kg ƒ Rusticidade ƒ Altura 152 cm 140 cm ƒ Eficiência alimentar ƒ Longevidade

9. 6. 6. Brahman 9. 6. 6. Brahman

¬ Origem da raça: ¬ Principais características morfológicas:

ƒ Origem no Bos indicus, na Índia (vacas sagradas) ƒ Durante séculos exposta a condições adversas ƒ Resultou da mistura de várias raças indianas ƒ Muito representada na costa Sudeste dos EUA (áreas quentes e húmidas; resistência a insectos e ao calor) ƒ Raça actual superior à original (produção de carne)

5 9. 6. 6. Brahman 9. 6. 6. Brahman

¬ Principais características morfológicas: ¬ Características produtivas principais:

ƒ Arqueamento característico no garrote ƒ Exclusivamente dedicada à produção de carne ƒ Cornos curtos ƒ Carcaças muito rentáveis, com pouca gordura externa ƒ Orelhas grandes e pendulares ƒ Ganho de peso comparável a outras raças ƒ Pelagem – desde cinzento muito claro ou vermelho até ƒ Utilizada em cruzamentos com raças europeias quase preto (+ frequente cinzento claro/médio) ƒ As fêmeas produzem uma quantidade satisfatória de ƒ Pêlo curto, grosso e denso que reflecte raios solares leite em condições adversas para outras raças ƒ Pele pigmentada e pregueada ƒ Maior quantidade gls. sebáceas – odor característico ƒ Tamanho médio (Machos – 720-990 Kg)

9. 6. 7. Nelore 9. 6. 7. Nelore

¬ Origem da raça: ¬ Principais características morfológicas:

ƒ Animais indianos (Ongole foi a que mais contribuiu) ƒ Adaptada a climas adversos ƒ Denominação atribuída pelos brasileiros - > criador ƒ Importante também na América do Sul, Central e EUA ƒ Raça mais usada em cruzamentos industriais ƒ Número de animais registados ultrapassa os 5 milhões

9. 6. 7. Nelore 9. 6. 7. Nelore

¬ Principais características morfológicas: ¬ Características produtivas principais:

ƒ Raça de grande porte ƒ Adaptado às condições dos trópicos: ƒ Pelagem – branco/cinza-claro; pêlos curtos, finos e lisos ƒ Períodos de seca e pastos de baixa qualidade ƒ Pele pigmentada e pregueada ƒ Infestações parasitárias ƒ Arqueamento característico no garrote ƒ Resistência ao sol e calor ƒ Cornos pequenos, curvados para cima (selecção de estirpes sem cornos – dominante) ƒ Eficiência metabólica ƒ Orelhas curtas/médias, horizontais

6 9. 6. 7. Nelore 9. 6. 8. Rubia Galega

ƒ Eficiência reprodutiva : ¬ Origem da raça: ƒ Baixa incidência de infecções e distócias ƒ Boa capacidade materna ƒ Zonas internas e férteis da Galiza ƒ Grande percentagem de vitelos desmamados ƒ Cruzamento de gado celta com animais locais ƒ Longo período reprodutivo ƒ A conformação dos animais foi melhorada lentamente ƒ Séc. XVIII - Inglaterra era um mercado importante ƒ Qualidade da carne: magra, baixa em calorias mas ƒ Selecção mais intensa desde o início do século XX altamente palatável ƒ Censo mais elevado de todas as raças espanholas

ƒ Rendimento da carcaça (cerca de 70%), com grande percentagem de peças nobres

9. 6. 8. Rubia Galega 9. 6. 8. Rubia Galega

¬ Principais características morfológicas: ¬ Principais características morfológicas:

ƒ Animais de porte médio ƒ Pelagem – côr de canela (do amarelo ao vermelho) ƒ Mucosas rosadas; cornos e cascos de cor clara ƒ Conformação geral de animal especializado na produção de carne ƒ Peso: Fêmea – ± 550 Kg Macho – ± 800 Kg

9. 6. 8. Rubia Galega

¬ Características produtivas principais: 9. CARACTERÍSTICAS

ƒ Raça rústica, bem adaptada a meios de montanha MORFOLÓGICAS DO GADO ƒ Boas características reprodutivas BOVINO E ZEBUÍNO ƒ Facilidade de parto ƒ Longevidade ƒ Qualidades maternais e produção leiteira VII. Raças autóctones ƒ Elevada percentagem de vitelos desmamados ƒ Carcaça com bom aproveitamento ƒ Bons ganhos médios diários de peso

7 9. 7. Raças autóctones 9. 7. Raças autóctones

a) (Galega) h) Brava ¬ A evolução das as raças está ligada a dois factores: ƒ Mecanização da agricultura b) Barrosã i) Preta ƒ Crescimento da população urbana c) j) Æ ƒ Novas técnicas agrícolas Transformação das d) l) ƒ Melhoramento animal raças autóctones

e) m)

f) n ) (Algarvia) ƒ Produção carne, leite ou aptidão mista ƒ Manutenção de bovinos autóctones em raça pura g)

9. 7. Raças autóctones 9. 7. 1. Minhota ou Galega

¬ Cruzamento de raças autóctones x raças “melhoradoras” ¬ Origem da raça: ƒ Perda da raça Algarvia e quase extinção de outras

ƒ Galiza, tendo-se estendido ao Minho – Ponte de Lima ¬ Tendência actual: Ç do efectivo de raças autóctones ƒ Associações de criadores ƒ Período próspero na 2ª metade do séc. XIX ƒ Programas oficiais de recuperação e melhoramento ƒ O número de animais foi sofrendo oscilações ƒ Incentivos económicos (Medidas Agro-Ambientais) ƒ A partir de 1930 uma parte significativa da raça tinha ƒ Produtos com denominação de Origem Protegida sido cruzada com outras (gado turino e barrosão) ƒ Aumento das exigências do consumidor ƒ Hoje em dia não é provável que existam animais puros ƒ Elevação da qualidade de vida ƒ A raça actual tem pouco de comum com a original

¬ Diferenças entre Norte e o Sul do país ƒ > nº de cabeças está concentrado no distrito V. Castelo

9. 7. 1. Minhota ou Galega 9. 7. 1. Minhota ou Galega

ƒ Existência condicionada à necessidade: ¬ Principais características morfológicas: ƒ Agricultura de subsistência e de minifúndio ƒ Exploração da raça - com frequência a 1-3 animais ƒ Regime alimentar condicionado pelo calendário agrícola (semi-estabulação)

ƒ Utilizada com tripla finalidade: ƒ Trabalho agrícola e transporte - aptidão principal ƒ Produção de leite ƒ Produção de carne – vitelos (muito jovens), animais refogados e alguns novilhos de engorda

8 9. 7. 1. Minhota ou Galega 9. 7. 1. Minhota ou Galega

¬ Principais características morfológicas: ¬ Principais características produtivas: ƒ Produção de trabalho ƒ Animais resistentes, dóceis e tenazes ƒ Corpulência mediana ƒ Esqueleto e musculatura desenvolvidos ƒ Pelagem avermelhada, com aberturas almaradas ƒ Produção de leite ƒ Cornos de tamanho médio, brancos, com pontas ƒ Produção modesta (3500-4000 l/lactação) afogueadas ƒ Teor butiroso ± 4% ƒ Olhos superficiais e de expressão triste ƒ Produção de carne ƒ Membros altos, com articulações pouco salientes ƒ Rendimentos da carcaça entre 50-60% ƒ Linha dorsal tende para rectilíneo ƒ Enviados para o matadouro no fim da vida ƒ Rendimentos mais elevados em animais de engorda

9. 7. 1. Minhota ou Galega 9. 7. 2. Barrosã

¬ Situação actual: ¬ Origem e história da raça: ƒ Associação Portuguesa de Criadores de Bovinos de ƒ Montalegre, Boticas, V. Minho e C. Basto Raça Minhota em 1996 ƒ Época áurea da raça entre 1847 e 1895 - Inglaterra ƒ Cerca de 4200 associados ƒ Raça entrou em declínio lento ƒ Cerca de 6500-7000 fêmeas reprodutoras em 22 Concelhos ƒ Em 1959 perdeu o estatuto especial (Comerciantes de ƒ Registo Zootécnico em 1997 Carnes Verdes do Porto) Ø ƒ Contracção da mancha territorial foi-se acentuando ƒ Programa de melhoramento genético ƒ Recria insignificante e trabalho efectuado por vacas ƒ Ajudas estatais tardias (2002) ƒ Infiltração por juntas de bois das raças Mirandesa e ƒ Exploração actual: produção de carne de vitelos Maronesa com o aumento da exploração agrícola abatidos entre os 6-9 meses (170-220 Kg)

9. 7. 2. Barrosã 9. 7. 2. Barrosã

¬ Situação presente: ƒ Registo Zootécnico iniciado em 1981 ƒ Raça em vias de extinção (< 7500 animais em produção) ƒ Associação Criadores de Bovinos da Raça Barrosã - 1990 ƒ Censos entre 1976 e 1999: variação negativa de 92% nas ƒ Gestão do livro genealógico fêmeas e quase 100% nos machos ƒ Cerca de 2100 associados ƒ Êxodo das populações rurais e abandono da exploração agrícola ƒ Mecanização ƒ Carne Barrosã - Denominação de Origem Protegida ƒ Substituição por raças de aptidão leiteira ƒ Inscrição no LG ƒ Introdução de novas culturas/ florestação ƒ Comercializada pelo Agrupamento de Produtores de ƒ Estabilização do efectivo - prémios pagos à produção Carne Barrosã da Cooperativa Agrícola de Boticas ƒ Minho – pequenos produtores (2-3 cabeças) ƒ Barroso – média de 6,5 cabeças

9 9. 7. 2. Barrosã 9. 7. 2. Barrosã

¬ Principais características morfológicas: ¬ Principais características morfológicas:

ƒ Pelagem castanho-clara (côr de palha ao acerejado) ƒ Mucosas de cor escura ƒ Pele com pregas (+ pescoço); barbela muito desenvolvida ƒ “Olhos de sapo” ƒ Maior desenvolvimento do terço anterior ƒ Dimorfismo sexual acentuado ƒ Cornos em lira alta (bois – até 2 m), com projecção quase vertical. Coloração clara e ponta escura

9. 7. 2. Barrosã 9. 7. 3. Cachena

¬ Principais características produtivas: ¬ Origem e história da raça: ƒ Produção de carne ƒ Vitela – animais abatidos ao desmame (até 8 meses) ƒ Cabreira, Carramelha, Carramilhinha e Vilarinhas ƒ Novilho – Animais abatidos entre os 9 meses e 2 anos ƒ Vaca – animais com mais de 2 anos ƒ Tardiamente reconhecida como raça ƒ Produção de trabalho ƒ Parque Nacional da Peneda Gerês (Peneda, Soajo e ƒ Desenvolvimento do terço anterior Amarela - altitude > 800 m) ƒ Animais dóceis que aprendem facilmente ƒ Extrema rusticidade (pastoreio livre na serra), muito ƒ Produção de leite ágeis e robustos – semi-selvagem ƒ Teor butiroso elevado ƒ Regimes comunitários das Brandas, Inverneiras e ƒ Não é explorada actualmente com este fim vezeiras

9. 7. 3. Cachena 9. 7. 3. Cachena

¬ Situação presente: ¬ “Carne Cachena da Peneda” ƒ DOP - 246 animais de 79 produtores ƒ Animais considerados puros - algumas dezenas ƒ Área de produção regulamentada: freguesias de ƒ 600 animais (a maioria com influência do Barrosão) Arcos de Valdevez, Melgaço, Monção, Ponte da ƒ 1993 – Associação de Criadores da Raça Cachena Barca, Vila Verde e Terras do Bouro ƒ 1994 – início do Registo Zootécnico da raça

ƒ Ajudas Comunitárias e estatais ¬ Queijo “Brandas da Cachena” - gordo, semi-mole, de ƒ Acções de melhoramento difíceis de efectuar devido elevado teor nutritivo e de côr amarelo palha – ao sistema de exploração da raça Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez

10 9. 7. 3. Cachena 9. 7. 3. Cachena

¬ Principais características morfológicas: ¬ Principais características morfológicas:

ƒ Altura 110-115 cm (uma das mais pequenas do mundo) ƒ Pelagem castanha, mais escura no terço anterior (machos); torna-se mais clara no Verão ƒ Focinho e mucosas de coloração escura ƒ Cornos muito desenvolvidos (forma de saca-rolhas) ƒ Fêmeas adultas ± 280 Kg; machos ± 400 Kg ƒ Animais de índole bravia

9. 7. 4. Maronesa 9. 7. 4. Maronesa

¬ Origem e história da raça: ¬ Situação presente:

ƒ Solar actual - Alvão-Marão e Padrela ƒ Região serrana do Marão ƒ 95% do efectivo no concelho de M. Basto - 2,1 /criador ƒ Foi considerada uma sub-raça (Mirandês x Barrosã) ƒ Predomínio de produção de carne (vitela) – abate aos 7/8 ƒ Raça de montanha de grande rusticidade meses - DOP ƒ Excelente para trabalho, muito adestrada e com ƒ Sistema de exploração misto - animais adultos grande capacidade de tracção – principal aptidão predomínio do pastoreio; jovens estabulados antes da mecanização ƒ Assoc. Criadores do Maronês em 1988 - 2000 criadores

9. 7. 4. Maronesa 9. 7. 4. Maronesa

¬ Principais características morfológicas: ¬ Principais características morfológicas:

ƒ Pelagem – originalmente preta com listão dorsal vermelho, predomina hoje em dia o castanho; mucosas escuras ƒ “Focinhuda” – focinho negro e grosso, orlado por pêlos brancos ƒ Cornos delgados, de cor clara e pontas escuras ƒ Barbela bem desenvolvida ƒ Linha dorsal ligeiramente côncava

11 9. 7. 5. Mirandesa 9. 7. 5. Mirandesa

¬ Origem e história da raça: ¬ Situação presente:

ƒ Planalto mirandês (Miranda do Douro) ƒ Ass. Criadores de Bovinos da Raça Mirandesa em 1989 ƒ Raça portuguesa com > expansão (até ao Alentejo) ƒ Atribuição de DOP em 1994 – efectivo insuficiente ƒ Anos 30: 244 mil animais (27% do efectivo total) ƒ Tem-se verificado uma diminuição do efectivo (5 300 ƒ A sua função principal era a de tracção animal animais em 2004) e do número de criadores ƒ Livro Genealógico criado em 1913 ƒ Nº médio de vacas/exploração aumentou (1996-2002) ƒ Na década de 70 esteve seriamente ameaçada devido ƒ 4 para 5,3 (solar) aos cruzamentos com outras raças ƒ 6,9 para 41,9 (resto do país)

9. 7. 5. Mirandesa 9. 7. 5. Mirandesa

ƒ Norte - dois tipos de exploração: ¬ Principais características morfológicas: ƒ Tradicional (<10 vacas) – animais usados para tracção e produção de estrume e vitelos vendidos ƒ Sistema extensivo (empresas familiares) - produção de carne ƒ Vitelos estabulados; vacas recolhidas no Inverno

ƒ Sul - sistema extensivo ƒ Pastoreio ao longo de todo o ano; engorda em estábulo ƒ Efectivos de maior dimensão, de carácter empresarial ƒ Especialização na produção de fêmeas para recria; machos abatidos em nichos de mercado locais

ƒ Abate entre os 7-10 meses

9. 7. 5. Mirandesa 9. 7. 6. Arouquesa

¬ Principais características morfológicas: ¬ Origem e história da raça:

ƒ A mais corpulenta das raças autóctones ƒ Áreas montanhosas e de clima rigoroso do nordeste e ƒ Animais harmoniosos, de temperamento vivo mas dócil, leste do distrito de Aveiro, estendendo-se a toda a de formato compacto região da Beira ƒ Pelagem castanha (+ escuro no touro) com tendência ƒ Bom aproveitamento dos pobres recursos alimentares centrífuga dos aglomerados pigmentados ƒ Muito utilizada como animal de trabalho ƒ Marrafa de cor ruiva, cornos claros e de pouca envergadura

12 9. 7. 6. Arouquesa 9. 7. 6. Arouquesa

¬ Situação presente: ¬ Principais características morfológicas:

ƒ Cerca de 6500 animais em 3000 explorações ƒ ANCRA criada em 1986 ƒ Carne com DOP desde 1994 (447 explorações) ƒ Ainda hoje utilizadas com tripla aptidão ƒ Sistemas de exploração - extensivos ƒ Sistemas comunitários de pastoreio ƒ Pastoreio em baldios ƒ Estabulação permanente/invernal

9. 7. 6. Arouquesa 9. 7. 7. Marinhoa

¬ Principais características morfológicas: ¬ Origem e história da raça:

ƒ Zona ocidental do distrito de Aveiro (Marinha) ƒ Pequeno porte e formas arredondadas ƒ Origem no Mirandês (modificado pelo solar) ƒ Pelagem – castanha de vários tons, pele grossa, elástica e bem destacada e mucosas escuras ƒ Dispersou-se para outros concelhos de Aveiro e Coimbra ƒ Focinho e olhos marginados por pêlos brancos ƒ Dupla aptidão, sendo a principal o trabalho nas zonas arenosas e alagadiças de minifúndio ƒ Cornos de cor clara e pontas escuras ƒ Zona de distribuição invadida por vacas leiteiras ƒ Temperamento dócil e energético

9. 7. 7. Marinhoa 9. 7. 7. Marinhoa

¬ Situação presente: ¬ Principais características morfológicas:

ƒ Ass. de Criadores da Raça Marinhoa (1750 criadores) ƒ Livro Genealógico desde 1988 ƒ Carne com DOP ƒ População envelhecida, com baixo grau de instrução ƒ A maioria dos criadores possui um único animal ƒ A maioria das explorações está na área de expansão (Águeda – 38%)

13 9. 7. 7. Marinhoa 9. 7. 8. Brava

¬ Principais características morfológicas: ¬ Origem e história da raça:

ƒ Animal de grande porte, de formas harmoniosas ƒ Variedade de bovinos arcaica, quase extinta, com ƒ Pelagem – castanho claro até palha, com pele grossa, excepção da Península Ibérica, Sul de França, México elástica e bem destacada e mucosas escuras e alguns países da América Latina ƒ Cornos pequenos ƒ Lezírias e charnecas do Ribatejo e Alto Alentejo ƒ Membros fortes, musculados, com bons aprumos ƒ Pastagens abundantes e zonas de terrenos extensos ƒ Abdómen volumoso (bom adestramento muscular) ƒ Temperamento dócil

9. 7. 8. Brava 9. 7. 8. Brava

¬ Situação presente: ¬ Principais características morfológicas:

ƒ Interesse pela bravura dos animais - mecanização ƒ O maneio dos animais é quase inexistente ƒ Propriedades extensas e vedadas ƒ Associação Portugesa de Criadores de Toiros de Lide ƒ Selecção pela agressividade, força e vigor

9. 7. 8. Brava 9. 7. 9. Preta

¬ Principais características morfológicas: ¬ Origem da raça:

ƒ Pelagem – depende das castas; a preferida é o preto ƒ Raça característica do Alto Alentejo ƒ Estatura elegante; pescoço longo e curvo, cabeça alta ƒ Mistura da Mirandesa, Alentejana, com contribuição ƒ Cornos finos, predominantemente em forma de gancho da Brava e raças espanholas (tronco negro Ibérico) ƒ Membros finos e longos (velocidade e agilidade) ƒ Principal função de trabalho agrícola ƒ Touros adultos: 600-700 Kg ƒ Bem adaptados ao meio – resistência a situações de ƒ Temperamento nervoso, agressivo, de investida nobre carência sem diminuição significativa da produtividade

14 9. 7. 9. Preta 9. 7. 9. Preta

¬ Situação presente: ¬ Principais características morfológicas:

ƒ Associação de Criadores de Bovinos da Raça Preta ƒ Pelagem uniformemente negra ƒ LG – cerca de 4000 fêmeas/ 40 criadores ƒ Mucosas pigmentadas ƒ “Carne da Charneca” - DOP ƒ Cornos em gancho alto ƒ Efectivos com dimensão média de 70-120 vacas ƒ Regime extensivo ƒ Reprodução por cobrição natural (touro próprio) ƒ Vitelos (desmame) e novilhos (18-24 meses)

9. 7. 10. Alentejana ou Transtagana 9. 7. 10. Alentejana ou Transtagana

¬ Origem da raça: ¬ Situação presente:

ƒ Alto e Baixo Alentejo ƒ Manteve-se em raça pura em número suficiente ƒ Principal gado de tracção em todo o Alentejo ƒ Foi a 1ª raça autóctone objecto de melhoramento ƒ Animais rústicos, energéticos e mansos ƒ Associação de Criadores de Bovinos da Raça ƒ Transformação em animal de carne Alentejana – cerca de 8000 fêmeas / 110 criadores ƒ O número de animais foi diminuindo devido à ƒ Carnalentejana (1ª com DOP) introdução de raças estrangeiras (Limousine e ƒ Efectivo com dimensão de 50-100 vacas Charolês) ƒ Cobrição natural, com touro próprio ƒ Novilhos abatidos entre 18-24 meses

9. 7. 10. Alentejana ou Transtagana 9. 7. 11. Garvonesa ou Chamusca

¬ Principais características morfológicas: ¬ Origem da raça:

ƒ Corpulência elevada ƒ Variedade pequena da Alentejana, e/ou uma transição ƒ Pelagem vermelho dourado (vários tons) entre Alentejana e Algarvia ƒ Mucosas claras ƒ Nome: feira do Garvão (Ourique) ƒ Cornos desenvolvidos, de coloração clara ƒ Solar de origem – bacia do Rio Mira ƒ Muito robusta, utilizada para trabalho, resistência a condições muito deficientes de maneio e alimentação ƒ Litoral do Baixo Alentejo (apenas 210 animais no RZ)

15 9. 7. 11. Garvonesa ou Chamusca 9. 7. 11. Garvonesa ou Chamusca

¬ Situação presente: ¬ Principais características morfológicas:

ƒ Classificada como em vias de extinção em 1994 ƒ Projecto de Recuperação e Manutenção do Bovino garvonês (ICN) ƒ Registo Zootécnico ƒ 2000 – gestão pela Ass. Agricultores do Campo Branco ƒ 2000 – raça autóctone (Medidas Agro-Ambientais) ƒ 6 explorações; 126 fêmeas e 6 machos

9. 7. 11. Garvonesa ou Chamusca 9. 7. 12. Mertolenga

¬ Principais características morfológicas: ¬ Origem e história da raça: ƒ Corpulência grande ou média de acordo com região ƒ Cor castanho-avermelhado, com zonas pretas em ƒ Nome associado a Mértola maior ou menor extensão no chanfro, cernelha e ƒ Usada para trabalho na zona do Baixo Alentejo extremidades (predominante no macho). Dorso + claro ƒ Permite valorizar recursos forrageiros pobres ƒ Espelho geralmente despigmentado ƒ “Jogos de cabrestos” na condução de gado bravo ƒ Cornos claros, com pontas escuras

9. 7. 12. Mertolenga 9. 7. 12. Mertolenga

¬ Situação presente: ¬ Principais características morfológicas:

ƒ Registo Zootécnico em 1978/ LG em 79 ƒ Associação dos Criadores dos Bovinos Mertolengos ƒ Efectivo : 14500 fêmeas/ 210 criadores (50% de puros) ƒ Carne com DOP ƒ Sistema de produção extensivo: ƒ Efectivo com dimensão média de 50-100 cabeças ƒ Reprodução por cobrição natural (touro próprio) ƒ Novilhos abatidos por volta dos 24 meses

16 9. 7. 12. Mertolenga

¬ Principais características morfológicas:

ƒ Corpulência pequena ƒ Pelagem unicolor, rosilho mil flores, vermelha malhada ou malhada de vermelho ƒ Cornos finos de coloração clara

17