Uma Poética Do Cinema Silencioso

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Uma Poética Do Cinema Silencioso UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LINHA IMAGEM E SOM CIRO INÁCIO MARCONDES Uma poética do cinema silencioso – Brasília, 2016 – UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LINHA IMAGEM E SOM CIRO INÁCIO MARCONDES Uma poética do cinema silencioso Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília/UnB como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Comunicação Social, pela linha de Imagem e Som. Orientador: Prof. Dr. Gustavo de Castro e Silva – Brasília, 2016 – CIRO INÁCIO MARCONDES UMA POÉTICA DO CINEMA SILENCIOSO Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade de Brasília, e defendida sob avaliação da Banca Examinadora constituída por: Prof. Dr. Gustavo de Castro e Silva Orientador Universidade de Brasília Profa. Dra. Gabriela Freitas Membro Interno Universidade de Brasília Prof. Dr. Sérgio Rizo Membro Interno Universidade de Brasília Prof. Dr. Alexsandro Galeno Araujo Dantas Membro Externo Universidade Federal do Rio Grande do Norte Profa. Dra. Florence Marie Dravet Membro Externo Universidade Católica de Brasília Profa. Dra. Susana Dobal Suplente Universidade de Brasília Para Isabel Tarrisse, a melhor escolha da minha vida. Teu ser-poesia foi a maior inspiração para encontrar os caminhos deste texto. Para João Rafael, meu sobrinho: uma vida em estado de poesia te aguarda. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador Gustavo de Castro, um humanista de primeira ordem que rompe as fronteiras entre a filosofia e a poesia e propõe um pensamento que celebra o lirismo como componente fundamental do entendimento do mundo. Obrigado pela mestria e pela amizade. A Alberto da Silva, Nancy Berthier e os pesquisadores do Centre de Recherches Interdisciplinaires sur les Mondes Ibériques Contemporains (CRIMIC), em Paris IV - Sorbonne, que ofereceram tão imensa ajuda em Paris, abrindo e mostrando os caminhos para a fantástica experiência intelectual que vivi lá. Aos professores e funcionários do PPG-COM da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, aos membros da linha de pesquisa Imagem e Som e aos pesquisadores do grupo Com Versações. Obrigado por compartilharem um ambiente intelectual estimulante e fértil, em que pude desenvolver minhas ideias livre e pacientemente. À minha família: minha mãe Zulma, meu pai Luiz, meus irmãos João, Guga e Marcos, minhas cunhadas Ana e Vi. Obrigado por acreditarem em mim neste tempo todo. A Raoni Vasconcelos e Béata Sitarek, meus queridos irmãos na França. Aos amigos e colegas pesquisadores que, cada um em seu momento, me ajudaram a cimentar as ideias deste texto: André Costa, Adalberto Müller, Pablo Gonçalo, Thomaz Simões, Luiza Spínola, Alex Vidigal, Raimundo Lima, Maurício Fonteles, Ludimila Menezes, Fábio Crispim. Aos amigos de sempre: não sou nada sem vocês. Suelem Jobim, Thiago Garcia, Chico Mozart, Claytinho, Davi Mattos, Santiago Mourão, Leonardo Menezes, Pedro Brandt, Ulisses Xavier, Gustavo Freitas, Andrea Dutra, Leonardo Messias, André Schmidt, Pollyanna Carvalho e meu afilhado Horácio. À Vanessa de Moraes e ao Victor Cruzeiro, pela força na reta final. Aos meus alunos na UnB, no IESB e no UniProjeção durante todos estes anos. Estou convicto de que a prática docente é indistinguível da minha prática como pesquisador, e uma coisa alimenta a outra a partir do contato com estudantes de todas as graduações. E à CAPES/REUNI, pelo fomento às minhas ideias. Silêncio por favor Enquanto esqueço um pouco a dor no peito Não diga nada sobre meus defeitos E não me lembro mais quem me deixou assim Hoje eu quero apenas Uma pausa de mil compassos Para ver as meninas E nada mais nos braços Só este amor assim descontraído Quem sabe de tudo não fale Quem não sabe nada se cale Se for preciso eu repito Porque hoje eu vou fazer Ao meu jeito eu vou fazer um samba sobre o infinito - Paulinho da Viola No que é visto deve haver apenas o que é visto, no que é escutado deve haver apenas o que é escutado, no que é sentido (cheiro, gosto e tato) deve haver apenas o que é sentido, no que é pensado deve haver apenas o que é pensado. - atribuído ao Buda (sutra Udana I) POESIA um gato tenso tocaiando o silêncio - Orides Fontela RESUMO MARCONDES, Ciro Inácio. Uma poética do cinema silencioso. 2016. 354f. Tese (Doutorado em Comunicação) – Curso de Pós-Graduação em Comunicação Social, Universidade de Brasília, 2016. Orientador: Prof. Dr. Gustavo de Castro e Silva Defesa: 23/09/16 Este trabalho se propõe a elaborar uma poética do cinema silencioso a partir de elementos básicos constituintes deste cinema: a imagem, o silêncio e a poesia. Entre seus objetivos principais estão investigar a natureza das relações mediáticas entre som e silêncio, fala e silêncio, escrita e silêncio, imagem e palavra. O que ocorre, na percepção humana, quando um medium (a banda sonora) é retirado de outro medium (o cinema sonoro), gerando, por antecipação, o cinema silencioso? Trabalhamos com a hipótese de que o silêncio técnico do filme, associado a propriedades específicas da imagem, gera uma frequência (um medium que ocorre não na materialidade, mas na percepção) poética, mergulhando o espectador em estado cognitivo diferente. Neste caso, portanto, a poesia não é forma literária ou artística, mas sim ontologia. Para realizar esta investigação foram adotados alguns procedimentos metodológicos: o “hologramático”, que prevê um corpus e um material de investigação policêntricos; o “fragmento”, que encerra o conteúdo em pequenas porções dispersas, mas completas em si; a “iconologia dos movimentos”, para se pensar a história da arte por meio das relações entre imagens; o “método erótico”, que valoriza a aproximação entre sujeito e objeto; e a “razão poética”, meta-método que propõe uma heurística por meio da poesia. Através deste procedimento, investigamos inúmeros filmes silenciosos e também sonoros, como O vagabundo, Os vampiros, O boulevard do crime, O gabinete das figuras de cera, Ivan o terrível, Moana with sound, A ponte, Fantômas, Retrato de um homem jovem, entre outros. Como a poesia se adapta diferentemente em cada contexto mediático, cada análise constituiu um universo em si de cruzamento dos temas principais do trabalho. Isso também justifica a presença de análises dos pintores René Magritte e Claude Monet. Circundando os temas por meio desta investigação hologramática, chegamos à ideia de que a frequência poética se manifesta de maneira semelhante em media que compartilham a imagem e o silêncio, como a pintura e o cinema silencioso, e que todos eles fazem parte de um mesmo fenômeno de percepção. Palavras-chave: Cinema silencioso; Poesia; Imagem; Silêncio; medium; pintura ABSTRACT This study aims to develop the poetics of silent cinema guided by the basic constituent elements of these films: image, silence and poetry. Among its main objectives are investigate the nature of media relations between sound and silence, speech and silence, writing and silence, and image and word. What happens, in a human perception, when a medium (the soundtrack) is taken from another medium (the sound cinema), generating, in advance, the silent cinema? Our hypothesis is that the technical silence of the movie, associated with specific properties of the image, generates a frequency (a medium that occurs not in matter, but in perception) which is poetic, plunging the viewer into a different cognitive state of mind. In this case, therefore, poetry is not a literary or artistic form, but ontology. To conduct this research we adopted certain methodological procedures: the "holographic", which provides polycentric corpus and research material; the "fragment", which disposes the content in small dispersed portions, but complete in itself; the "iconology of movements", to think about the history of art through the relationships between images; the "erotic" method, which values the rapprochement between subject and object; and the "poetic reason", a metamethod proposing heuristics through poetry. Through this procedure, we investigated numerous silent and also sound films, such as The vagabond, The vampires, The children of paradise, Waxworks, Ivan the terrible, Moana with sound, The bridge, Fantômas, Portrait of a young man, among others. As poetry adapts differently to each media context, each analysis was a universe in itself crossing the main themes of the work. This also justifies the presence of the analysis of the painters René Magritte and Claude Monet. Surrounding the issues through this hologramatic research, we came to the idea that the poetic frequence often manifests itself in a similar manner in the media which shares image and silence, like painting and silent cinema, and that they are all part of the same perception phenomenon. Keywords: Silent Cinema; Poetry; Image; Silence; medium; painting LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Fotograma de Nosferatu (F.W. Murnau, 1922) - 19 Figura 2 – Fotograma de Limite (Mário Peixoto, 1931) - 20 Figura 3 – Quadro “confuso” em Carlitos e Mabel se casam (Charlie Chaplin, 1914) - 49 Figura 4 – Roscoe Arbuckle em Dois heróis (Mack Sennet, 1914) - 50 Figura 5 – Charlie Chaplin e Eric Campbell em Rua da paz (Charles Chaplin, 1917) - 51 Figura 6 – Fotograma de Página de loucura (Teinosuke Kinugasa, 1926) - 56 Figura 7 – Fotograma de Dois heróis (Mack Sennet, 1914) - 60 Figuras 8 e 9 – Fotogramas de O vagabundo (Charles Chaplin, 1915) - 62 Figuras 10, 11 e 12 – Fotogramas de Os vampiros – A cabeça decepada (Louis Feuillade, 1915) – 67-68 Figura 13 – Fotograma de A roda (Abel Gance, 1923) - 77 Figuras 14, 15, 16 e 17 – Fotogramas de Os vampiros – O anel que mata (Louis Feuillade, 1915) – 79-80 Figuras 18 e 19 – Musidora atua como Irma Vep em Os vampiros – O anel que mata (Louis Feuillade, 1915) - 80 Figura 20 – Intertítulos em Aurora (F.W. Murnau, 1927) - 89 Figura 21 – Intertítulos em A greve (S. Eisenstein, 1925) - 89 Figura 22 – Fotograma de Os vampiros – O criptograma vermelho (Louis Feuillade, 1915) - 93 Figura 23 – Stacia Napierkowska atua em Os vampiros – O criptograma vermelho (Louis Feuillade, 1915) - 93 Figura 24 - Fotograma de Nosferatu (F.W.
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