Dinâmica Territorial Das Escolas De Samba Em São Paulo

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Dinâmica Territorial Das Escolas De Samba Em São Paulo UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas VANIR DE LIMA BELO O ENREDO DO CARNAVAL NOS ENREDOS DA CIDADE. DINÂMICA TERRITORIAL DAS ESCOLAS DE SAMBA EM SÃO PAULO. SÃO PAULO 2008 II Vanir de Lima Belo O ENREDO DO CARNAVAL NOS ENREDOS DA CIDADE. DINÂMICA TERRITORIAL DAS ESCOLAS DE SAMBA EM SÃO PAULO. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Geografia. Orientadora: Profa Dra Mónica Arroyo. São Paulo 2008 III Para meu pai Petrúcio, Para meu amor, Gil. É que carrego o samba bem dentro do peito Sem a cadência do samba não posso ficar... (Davi Moreira e Nelson Custódio, 1972). IV A biografia do samba é linda Não vou narrar Porque o tempo não me favorece Simplesmente por alto eu digo Ele veio do lamento Dos escravos ao fazerem suas preces Ô ô ô ô São súplicas que o Brasil jamais esquece (Talismã, 1969) V RESUMO O carnaval das escolas de samba na cidade de São Paulo vem adquirindo um importante conteúdo social, político e econômico. Ao longo de seu desenvolvimento, passou por diversas transformações acompanhando o crescimento da cidade e adaptando-se aos novos conteúdos urbanos e a imposições políticas e técnicas. Todavia, ainda guarda um caráter genuíno atrelado à festa, característica de sua gênese. Diante disso, essa pesquisa se desenvolve a partir de uma periodização composta por três períodos definidos pelos eventos mais significativos observados ao longo da história dessa manifestação cultural. As variáveis- chave determinantes para a ruptura dos períodos são as normas e as políticas públicas realizadas com a finalidade de desenvolvê-las e, como conseqüência dessas ações, as divisões sociais e territoriais do trabalho criadas na produção dos desfiles carnavalescos em relação aos diferentes circuitos da economia urbana. O objetivo é compreender a dinâmica territorial das escolas de samba em São Paulo através da análise do processo de produção do carnaval que inclui a ação de diversos agentes na cidade, considerando a tendência à apropriação dessa manifestação popular pela indústria cultural. E analisar a forma como os membros das escolas de samba produzem cultura e fazem política, utilizando-se dos novos conteúdos técnicos que a cidade oferece, para se organizar e buscar formas de suprir suas necessidades. Palavras-chave: carnaval, cidade, cultura, escolas de samba, São Paulo. VI ABSTRACT The carnival made by the Schools of Samba in the city of São Paulo has been acquiring important social, politics and economics content. Throughout its development several changes have occurred, following the city growth and adapting itself to the new urban contents and political and technical impositions. It still keeps a genuine feature related to the party, typical of its genesis. Thus, this paper has been developed, based on a three- part periodisation determined by the most significant events through the history of this cultural manifestation. The determinant events that mark the rupture of periods are the public politics and norms created with the purpose of developing this manifestation and, as a consequence of these actions, the social and territorial division of labour originated during the production of carnival parades related to different circuits of the urban economy. The objective is to comprehend the territorial dynamics of Schools of Samba in São Paulo through the analysis of the process of carnival production that includes the action of several agents in the city, considering the trend of appropriation of this manifestation by the culture industry. And to analyze the way the members of Schools of Samba produce culture and political actions, making use of new technical contents offered by the city, to organize themselves and search for new ways of fulfilling their needs. KEYWORDS: carnival; city; culture; school of samba; São Paulo. VII AGRADECIMENTOS As dificuldades que uma pesquisa acadêmica impõe a quem se propõe realizá- la, apenas se tornam transponíveis com a ajuda, compreensão e paciência das pessoas com quem o pesquisador convive. Assim, após árdua, porém prazerosa tarefa, gostaria de agradecer a todos aqueles que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização dessa pesquisa. É certo que no decorrer do tempo que estive envolvida com este trabalho, tive a colaboração de muitas pessoas, o que torna impossível mencionar aqui todos os nomes. A esses, minhas desculpas e meus agradecimentos. Começo agradecendo à minha família pelo apoio e o incentivo de toda a vida e aos amigos queridos que, mesmo distante, estiveram presentes ao longo do processo. Muito obrigada. Agradeço profundamente a minha querida orientadora Mónica Arroyo que, com toda confiança e paciência, me apoiou desde o início. Sem sua ajuda, essa pesquisa, de fato, não se realizaria. Aos companheiros do Laboplan, em especial ao grupo: Laércio (Lau), Regina, Evelyn, Daniel, Carolina e Rodrigo. Aos professores do Departamento de Geografia que contribuíram para a minha formação e aos professores Maria Laura Silveira e José Guilherme Magnani que participaram de minha qualificação e trouxeram ricas contribuições para a minha pesquisa. Agradeço imensamente à comunidade da Escola de Samba Unidos de Vila Maria, companheiros de samba e avenida, em especial ao Presidente Serginho, Mestre Mi e Wanderlei, Ramos, Márcia, Elaine, Mercadoria, Seo Levil, Seo Ataliba, Seo Irineu, Gilberto, Zé Carlos e Seo Claudinho (in memorian), pela abertura e pelas preciosas informações, e, também pelo convívio no mundo do samba. VIII Às comunidades das escolas de samba Príncipe Negro da Cidade Tiradentes, Paineira do Sapopemba e Unidos do Peruche nas figuras da Presidenta Rossimara (Inhana) da Príncipe Negro, do Presidente De Paula, da Paineira, do Diretor Social Waldir Romero e especialmente ao companheiro de Samba e Geografia Márcio M. Macelino, também pelas reflexões e discussões, ambos da Unidos do Peruche. União das Escolas de Samba Paulistanas (UESP) e Centro de Documentação e Memória do Samba, pelo precioso acervo de grande utilidade para minha pesquisa e, em especial, ao Marcos dos Santos, coordenador do CDMS, pelas longas e frutíferas conversas sobre samba e carnaval, e também ao Caio Pereira e ao Adriano Bejar, pelas preciosas informações. Luiz Sales e Clara Azevedo da São Paulo Turismo, Camila Patrício do Sebrae, Dona Cida (Maria Aparecida Urbano) e Instituo Moreira Sales pela concessão das fotos de Claude Lévi-Strauss. À Secretaria de Educação do Estado de São Paulo pela bolsa concedida. Aos companheiros de trabalho da E.E. Frontino Guimarães pelo apoio no início do mestrado, e aos da Oficina Pedagógica ao longo do processo, bem como aos meus alunos e companheiros de trabalho da E.E. Buenos Aires que me apoiaram e compreenderam minha ausência no período de redação. Agradeço também aos amigos e colaboradores imprescindíveis para a realização desse trabalho, os Geógrafos Débora Aversan, Nilo Lima e Sandro Dozena pelas leituras e reflexões acerca do trabalho, Renata Salles pela confecção dos mapas e pela disponibilidade nos mais variados momentos e Alexandre Silva pela revisão e prontidão. Valeu gente. Por fim, agradeço ao Gil, meu amor, geógrafo, sambista e companheiro de todos os momentos, pela reflexão e, principalmente, pela compreensão nos momentos mais críticos. Te amo. IX SUMÁRIO Introdução.................................................................................................................................01 1.Carnaval dos Cordões............................................................................................................10 1.1. Os Cordões carnavalescos no contexto das transformações urbanas.....................11 1.2. As ações das agremiações carnavalescas e a aproximação da sociedade paulistana.......................................................................................................................27 1.3. O interesse da iniciativa privada nos desfiles carnavalescos.................................35 1.4. A ação do poder público e o caminho para a oficialização....................................40 2. Carnaval das Escolas de Samba – oficialização e consolidação...........................................43 2.1. Oficialização e reestruturação do carnaval paulistano...........................................44 2.2. Novas relações econômicas no desenvolvimento das Escolas de Samba..............52 2.3. Normas, técnicas e políticas no desenvolvimento dos desfiles oficiais.................58 2.4. A regulamentação do Carnaval paulistano no contexto da cidade corporativa......76 3. Profissionalização do Carnaval e uso da cidade...................................................................84 3.1. As ações do poder público e da iniciativa privada no desenvolvimento do carnaval paulistano......................................................................................................................85 Sambódromo......................................................................................................86 Rede Globo de Televisão...................................................................................95 Potencial turístico...........................................................................................100 3.2. Ampliação da divisão do trabalho na produção dos desfiles carnavalescos........106 3.3. Distribuição espacial das escolas de samba e uso da cidade................................125
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