Helio Baragatti Neto a Construção Da Identidade De Moçambique E A

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Helio Baragatti Neto a Construção Da Identidade De Moçambique E A 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE LETRAS A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE MOÇAMBIQUE E A POESIA DE JOSÉ CRAVEIRINHA Helio Baragatti Neto Orientador: Prof. Dr. Antón Corbacho Quintela Goiânia 2012 2 HELIO BARAGATTI NETO A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE MOÇAMBIQUE E A POESIA DE JOSÉ CRAVEIRINHA Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Letras e Linguística da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás, para obtenção do título de Mestre. Área de concentração: Estudos Literários Orientador: Prof. Dr. Antón Corbacho Quintela Goiânia 2012 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) GPT/BC/UFG Baragatti Neto, Helio. B224a A construção da identidade de Moçambique e a poesia de José Craveirinha [manuscrito] / Helio Baragatti Neto. – 2012. 98 f. Orientador: Prof. Dr. Antón Corbacho Quintela. Dissertação (Mestrado em Letras e Linguística) – Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Letras. Bibliografia. 1. Moçambique – Identidade. 2. Craveirinha, José. I. Título. CDU:821.134.3(679)-1 3 HELIO BARAGATTI NETO A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE MOÇAMBIQUE E A POESIA DE JOSÉ CRAVEIRINHA Dissertação defendida e aprovada em 25 de abril de 2012, pela Banca Examinadora constituída pelos professores. ___________________________________________ Prof. Dr. Antón Corbacho Quintela Presidente da Banca Examinadora - UFG _____________________________________ Prof. Dr. João Alberto da Costa Pinto Membro da Banca Examinadora - UFG ______________________________________ Prof. Dr. Jamesson Buarque de Sousa Membro da Banca Examinadora - UFG 4 Dedico cada linha que compõe este trabalho à figura austera, companheira e angélica do homem que me introduziu à épica, apresentando-me, quando eu ainda contava meus 8 anos de idade, os versos iniciais de Os Lusíadas e sendo sempre o incomparável herói dos meus dias, à figura com cujo nome evoco o que de mais excelso trago comigo, a saber: a honestidade inabalável e o esforço ilimitado. Dedico este trabalho ao meu Pai, Sr. Elio Baragati Filho, que soube, pela magnitude dos seus exemplos, ser mestre na vida e doutor após a morte. 5 AGRADECIMENTOS É por via deste exíguo espaço que me proponho expressar textualmente toda a minha gratidão por todas as pessoas a quem julgo caber a responsabilidade por ter o presente trabalho deixado a esfera onírica e chegado ao âmbito da realidade. À mais que minha Mãe, Rute Joanitti Baragati, por dar vida à minha existência ainda hoje, quando já se passam duas décadas e meia desde que de seu ventre migrei; à mais que minha Irmã, Ana Rita Joanitti Baragatti Vaz, pelos gratuitos serviços que me prestou como emissária e leitora de correios eletrônicos; ao mais que meu cunhado, Divino Alexandre Vaz Neto, pela preocupação que demonstrou nos momentos em que me vi obrigado a passar noites em claro pelo bem deste trabalho; aos mais que anjos, Valdemira Maria Moreira e Divina Sebastiana Siqueira Santana, pelo amparo espiritual que me propiciaram nos momentos em que julguei perdida a minha jornada; ao mais que taxista, José Marcelino de Carvalho, por me ter conduzido com paciência e segurança a Goiânia em seu táxi no decorrer destes anos sem jamais ter negado um pedido que eu lhe fizesse; ao mais que irmão, Flávio Ricardo de Morais Borges, pelo valoroso auxílio que me prestou com a língua inglesa; aos mais que amigos, Tiago Augusto Lários e Aniele Flores de Oliveira, pelo desprendimento que demonstraram ao possibilitarem a formatação física deste trabalho; às mais que amigas, Cristyane Batista Leal e Patrícia Sousa Silva, pelas conversas amenas que me propiciavam nos regressos de Goiânia a Inhumas após tensas 4 horas de aulas; à mais que professora, Lindamar Socorro de Souza, por me ter servido de guia nesta complicada peregrinação rumo ao conhecimento da literatura moçambicana; aos mais que companheiros, Edelson Santana de Almeida e Josilene Silva Campos, pelo suporte material e emocional com que me brindaram no transcorrer do período de concepção deste trabalho; aos mais que mestres, Heleno Godói, Jamesson Buarque, Solange Fiuza e Alexandre Costa, pela infinidade de conhecimentos com que me batizaram academicamente; ao mais que doutor, Manoel de Sousa e Silva, por me ter garantido acesso a praticamente toda a obra publicada de José Craveirinha, acesso sem o qual, este trabalho, certamente, jamais seria possível; à figura mais que excelsa de Kellen Milene Camargos, por ter sido a primeira pessoa a dar-me um voto de confiança acadêmico quando afirmei que 6 pretendia estudar não só a literatura moçambicana, mas a obra de José Craveirinha; às Presenças mais que ilustres dos mais que colegas e funcionários da UEG de Inhumas, pela incalculável riqueza anímica que deles recebi no decorrer de 4 anos de convivência; às Luzidias essências daqueles que comigo partilharam as vivências da UFG, pelo estímulo com que me alçaram no posto de aspirante ao respeitável, mas temido, título de mestre; às pessoas mais que incomparáveis de Joiza Pereira de Oliveira Camilo, Maria Célia Joannitti Cancian, Maria Cristina Fungaro Baragati e Luciliane Castro, por terem-me, um dia, concedido a oportunidade de estudar; à mais que colaboradora, Marilúcia Mendes Ramos, pelo valoroso auxílio que me prestou no transcorrer das pesquisas que deram origem a esta dissertação; ao mais que orientador, Antón Corbacho Quintela, por ter-me ensinado a cruzar com cuidado, atenção e discernimento a trilha das lides acadêmicas, fornecendo a este trabalho a oportunidade real de existir. 7 SUMÁRIO RESUMO..................................................................................................................... 8 ABSTRACT ................................................................................................................. 9 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10 CAPÍTULO 1 – MOÇAMBIQUE: HISTÓRIA E AUTOSSÍNTESE ............................ 14 1.1 MOÇAMBIQUE E OS MECANISMOS DA COLONIZAÇÃO PORTUGUESA 16 1.2 MOÇAMBIQUE: DA OCUPAÇÃO EFETIVA AO ESTADO NOVO ................ 18 1.3 MOÇAMBIQUE: DO ESTADO NOVO AOS ACORDOS DE LUSAKA ........... 25 1.4 MOÇAMBIQUE: INDEPENDÊNCIA, GUERRA CIVIL E RECONSTRUÇÃO . 31 1.5 JOSÉ CRAVEIRINHA: UM TESTEMUNHO DE RESISTÊNCIA ..................... 35 CAPÍTULO 2 – MOÇAMBICANIDADE: ORIGENS E PERCURSO FORMADOR ... 45 2.1 PRÉ-MOÇAMBICANIDADE ............................................................................ 46 2.2 MOÇAMBICANIDADE .................................................................................... 53 2.3 ULTRA-MOÇAMBICANIDADE ....................................................................... 59 2.4 PÓS-MOÇAMBICANIDADE ............................................................................ 62 CAPÍTULO 3 – NEM CRAVEIRINHA EUROPEU, NEM CAMÕES AUSTRAL ........ 67 3.1 A TRADIÇÃO SILENCIADA ........................................................................... 67 3.2 O ÉPOS REIVINDICADO ................................................................................ 72 3.3 O PAÍS EM CONSTRUÇÃO ............................................................................ 76 3.4 A LIBERDADE QUESTIONADA ..................................................................... 81 3.5 O IDEAL AGONIZANTE .................................................................................. 87 3.6 O LUSITANO, O LAURENTINO E A ÉPICA ................................................... 88 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 93 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 94 8 NETO, Helio Baragatti. A construção da identidade de Moçambique e a poesia de José Craveirinha. 2011. 98f. Dissertação (Mestrado em Letras e Linguística) – Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Letras. RESUMO Levando em consideração a relação de indissociabilidade existente entre as temáticas abordadas pela produção poética de José Craveirinha, a história de seu país, suas próprias vivências pessoais e o percurso formador da consolidação literária do discurso da moçambicanidade, o presente trabalho tem por finalidade detectar, investigar e, acima de tudo, compreender, a partir da análise dos poemas ―Quero Ser Tambor‖ (1955), ―Hino À Minha Terra‖ (1962), ―SIA-VUMA‖ (1974), ―Saborosas Tanjarinas d’Inhambane‖ (1982/4) e ―Moçambiquicida‖ (1997), o reflexo do processo da construção identitária de Moçambique na obra do escritor. Palavras-chave: José Craveirinha. Moçambique. Identidade nacional. 9 NETO, Helio Baragatti. The building of Mozambique identity and Jose Craveirinha’s poetry. 2011. 98f. Dissertação (Mestrado em Letras e Linguística) – Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Letras. ABSTRACT Regarding the inseparable relationship between José Craveirinha’s poetry, his country history, his own personal experiences and the Mozambicanity’s discourse, the present work aims to detect, to investigate and, most importantly, to comprehend the reflection of the building of Mozambique identity in the work of the mentioned author through the analysis of the poems ―Quero Ser Tambor‖ (1955), ―Hino À Minha Terra‖ (1962), ―SIA-VUMA‖ (1974), ―Saborosas Tanjarinas d’Inhambane‖ (1982/4) and ―Moçambiquicida‖ (1997). Keywords: José Craveirinha. Mozambique. National identity. 10 INTRODUÇÃO Conhecida por sua verve profundamente social e pela extensão narrativa que caracteriza grande parte dos versos que a constituem, a poesia praticada por José Craveirinha apresenta, em
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