Relatório De Gestão
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Relatório de Gestão 2019 Grupo Média Capital, SGPS, S.A. ÍNDICE Relatório de Gestão 4 Televisão 10 Produção Audiovisual 21 Rádio & Entretenimento 26 Outros 32 Responsabilidade Social 39 Disposições Legais 47 Relatório de Governo da Sociedade 52 Contas Consolidadas e Contas 107 Individuais ANEXOS Certificação Legal das Contas e Relatório de Auditoria Relatório da Comissão de Auditoria 2 GRUPO MÉDIA CAPITALCAPITAL,, SGPS, S.A. Senhores Acionistas, O Conselho de Administração do Grupo Média Capital, SGPS, S.A. no cumprimento dos preceitos legais e estatutários instituídos, apresenta o Relatório e Contas relativo ao exercício de 2019. Ao abrigo do número 6 do art.º. 508.º-C do Código das Sociedades Comerciais, o Conselho de Administração decidiu apresentar um Relatório de Gestão único, sendo aqui cumpridos todos os preceitos legais exigidos. Adicionalmente, o Conselho de Administração apresentou nesta data, separadamente do Relatório de Gestão, nos termos do artigo 508º-G do Código das Sociedades Comerciais, a informação não financeira consolidada, que consta do Relatório de Sustentabilidade do Grupo Media Capital. RELATÓRIO DE GESTÃO ÚNICO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTAS DO ANO 2012019999 Grupo Média Capital, SGPS, S .A. Contribuinte Nº 502 816 481 Matriculada na Conservatória do Registo Capital Social: € 89.583.970,80 Comercial de Cascais sob o Nº 17831 Sociedade Aberta Sede: Tel: 21 434 59 04/ 07 Rua Mário Castelhano, Nº 40 Fax: 21 434 59 01 Queluz de Baixo | 2734-502 Barcarena 3 INTRODUÇÃO A sociedade Grupo Média Capital, SGPS, S.A. (“Empresa”, “Sociedade”, “Media Capital”, “Grupo Media Capital” ou “Grupo”) tem como único investimento, uma participação de 100% na MEGLO – Media Global, SGPS, S.A. (“Meglo”). Através desta participação a Empresa detém, indiretamente, participações nas empresas indicadas na Nota 4 das notas anexas às demonstrações financeiras consolidadas em 31 de dezembro de 2019. As designações completas das empresas incluídas neste relatório têm a devida correspondência nas referidas notas anexas às demonstrações financeiras consolidadas, que são parte integrante do Relatório e Contas da Empresa. ESTRUTURA DO GRUPO MEDIA CAPITAL O Grupo Média Capital é um dos maiores grupos de comunicação e entretenimento em Portugal em EBITDA (resultado operacional acrescido de amortizações e depreciações) e Resultados Líquidos, com uma forte presença nos principais segmentos de media e produção de conteúdos audiovisuais. A sua estrutura operacional reflete esta abrangência e é por isso que o seu modelo organizacional tem um sentido horizontal, estando a sua atividade estruturada em quatro áreas de negócio e uma Unidade de Serviços Partilhados que centraliza todas as funções administrativas (como o processamento de salários, contabilidade, gestão financeira e de tesouraria, serviços gerais, compras e sistemas de informação) e serve as restantes empresas do Grupo, incluindo a Holding e sub-holdings. A sua estratégia de liderança assenta numa base de qualidade, credibilidade e independência e num compromisso com o desenvolvimento da informação, cultura e entretenimento em Portugal, tendo como referência os interesses e preferências dos consumidores e anunciantes. Em termos de reporte financeiro, a estrutura adotada inclui três áreas de negócio principais: Televisão, Produção Audiovisual, Rádio & Entretenimento, estando as restantes empresas e negócios – que incluem a atividade do Digital – agrupadas separadamente em “Outros”. Esta estrutura de reporte tem como finalidade facilitar a avaliação e visibilidade das diferentes áreas de negócios onde a Empresa está presente, levando em conta a dimensão e as relações e sinergias existentes entre as empresas de cada segmento reportável. 4 ENQUADRAMENTO ECONÓMICO Durante o ano de 2019, e após um crescimento real do PIB de 2,4% em 2018, segundo as estimativas do Banco de Portugal, os indicadores macroeconómicos apontam para um abrandamento para 2,0%, motivado pelo menor dinamismo ao nível do consumo privado, do consumo público e da procura externa líquida (de importações), cujos efeitos combinados suplantaram o maior dinamismo da formação bruta de capital fixo (investimento). A taxa de desemprego terá continuado a reduzir de forma acentuada (de 7,0% para 6,3%), ao passo que a inflação (medida pelo índice harmonizado de preços) terá desacelerado significativamente, passando de 1,2% para 0,3%. Evolução do Mercado Publicitário No seguimento da recuperação iniciada no último terço de 2013, o mercado publicitário de agências antes de rappel registou em 2019 um novo crescimento, estimado na ordem dos 3%, o qual compara com 10% em 2014, 3% em 2015, 5% em 2016 e 3% em 2017 e em 2018. No que respeita aos segmentos nos quais o Grupo está presente, verificou-se uma ligeira quebra em televisão (-2% na televisão em sinal aberto e +5% nos canais disponíveis em plataformas de subscrição) e um novo incremento significativo no digital, que se estima ter melhorado 10%. A rádio registou uma subida de 8%. O único segmento do mercado a registar uma quebra no investimento publicitário foi o de imprensa, que perdeu cerca de 17% em relação a 2018, enquanto o cinema subiu 15%, embora em termos absolutos seja pouco expressivo no global do mercado. O outdoor terá melhorado 10%. O Grupo não se encontra presente nestes três últimos segmentos. Depois de cair pelo sexto ano consecutivo em 2013 e da melhoria observada desde 2014, um cenário de crescimento moderado do investimento publicitário do mercado em 2020 é o mais plausível, embora a amplitude e consistência desse movimento seja ainda uma incógnita, até porque se espera uma desaceleração do ritmo de atividade económica. 5 PRINCIPAIS FACTOS EM 2019 . Em publicidade, o principal destaque vai para o segmento de Rádio & Entretenimento, com um crescimento de 13%. No consolidado verificou-se uma redução de 10% face a 2018, para os € 112,3 milhões, devido ao segmento de televisão. O desempenho de audiências em Rádio continua a destacar-se, com a audiência acumulada de véspera (AAV) a atingir uma média de 27,9% este ano, sendo que a AAV da segunda vaga (das quatro já publicadas) foi a mais elevada de sempre de qualquer grupo de rádio desde 2003. Em termos de formatos, a Rádio Comercial registou este ano o maior número de ouvintes de sempre de uma rádio portuguesa (mais de 1,5 milhões de ouvintes e uma AAV de 18,5%), ao passo que a M80 obteve neste ano o seu maior share de audiência de sempre. A Cidade FM teve uma melhoria assinalável de audiência. Na área Digital, e face ao mesmo período do ano passado, o número de visitas e páginas vistas aumentou 44% e 42%, respetivamente. No segmento de Televisão, e num período em que o mercado comparável recuou, a publicidade reduziu 15% face ao ano anterior. Ainda neste segmento, o EBITDA ajustado de gastos de restruturações e de imparidades de goodwill foi de € 5,5 milhões. Os gastos operacionais excluídos de amortizações, restruturações e imparidades de goodwill aumentaram 5%, devido essencialmente à aposta em conteúdos visando a recuperação a prazo de níveis de audiência líder, sobretudo em prime time . O esforço em gastos foi mais predominante no primeiro semestre (mais concretamente no primeiro trimestre). O EBITDA da Média Capital ascendeu a € -40,4 milhões, que compara com € 40,2 milhões em 2018. Todavia, excluindo imparidades de goodwill e gastos com restruturações, o EBITDA foi de € 18,6 milhões, recuando 55% face a 2018. Considerando os ajustamentos da aplicação do IFRS 16 aos valores de 2018, a dívida líquida diminuiu € 4,3 milhões face ao final de 2018, ascendendo a € 88,5 milhões no final de dezembro de 2019. INVESTIMENTO e ENDIVIDAMENTO . Em termos de investimentos em ativos fixos tangíveis, intangíveis e em ativos por direito de uso, o Grupo Média Capital registou um CapEx de € 9,1 milhões. Este montante ficou 48% acima do observado em 2018, em boa parte devido ao impacto da adoção do IFRS 16, já que tal se traduziu num montante de € 2,3 milhões. O restante capex resulta, em larga medida, de investimentos em tecnologia de alta definição e digitalização. O endividamento líquido situou-se no final de dezembro de 2018 em € 88,5 milhões, registando um acréscimo de € 2,9 milhões face ao ano anterior. Todavia, se se aplicasse o impacto do IFRS 16 ao valor de 2018, a dívida líquida nessa altura seria acrescida de € 7,2 milhões, colocando 6 em € 92,9 milhões. Ajustando para este efeito, a dívida líquida teria, então, recuado € 4,3 milhões. O Grupo Média Capital mantém assim uma confortável estrutura de capital. BREVE ANÁLISE DOS RESULTADOS CONSOLIDADOS Em 2019 os rendimentos operacionais decresceram 9%, atingindo os € 165,1 milhões (€ 181,8 em 2018). Os gastos operacionais, excluindo amortizações e depreciações, gastos com restruturações e imparidades de goodwill , registaram uma subida de 4%, passando de € 140,9 milhões para € 146,5 milhões. As imparidades de goodwill deram-se nos segmentos de televisão (€ 55,4 milhões) e produção audiovisual (€ 1,9 milhões), totalizando € 57,3 milhões. O EBITDA consolidado do Grupo, excluído dos gastos acima referidos, foi de € 18,6 milhões, recuando face aos € 40,9 milhões de 2018. A margem EBITDA ajustada passou de 22,5% para 11,3%. Quanto ao resultado operacional (EBIT), este atingiu € -50,1 milhões, que compara com € 33,6 milhões em 2018. Os resultados financeiros (líquidos) melhoraram 24%, para € -2,2 milhões, por via sobretudo da redução dos encargos com juros. O resultado líquido acumulado foi de € -54,7 milhões, que compara com € 21,6 milhões em 2018. Durante o ano de 2019, o grupo registou um investimento em ativos fixos tangíveis, intangíveis e ativos por direito de uso num montante de € 9,1 milhões (€ 6,1 milhões em 2018). BREVE ANÁLISE DOS RESULTADOS INDIVIDUAIS Sendo a Grupo Média Capital SGPS, S.A. a holding do Grupo, as suas contas são maioritariamente o reflexo da atividade operacional que ocorre nas empresas participadas, bem como dos dividendos recebidos e distribuídos aos seus acionistas.