Grupo Média Capital, SGPS, S.A. INDÍCE
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Grupo Média Capital, SGPS, S.A. INDÍCE Relatório de Gestão 4 Televisão 13 Produção Audiovisual 26 Música e Entretenimento 33 Cinema e Video 36 Rádio 38 Internet 42 Responsabilidade Social 46 Disposições Legais 57 Governo da Sociedade 61 Contas Consolidadas 114 Contas Individuais 170 Certificação Legal de Contas Relatório da Comissão de Auditoria GRUPO MÉDIA CAPITAL, SGPS, S.A. Senhores Accionistas, O Conselho de Administração do Grupo Média Capital, SGPS, S.A. no cumprimento dos preceitos legais e estatutários instituídos, apresenta o Relatório e Contas relativos ao exercício de 2010. Ao abrigo do número 6 do art. 508.º – C do Código das Sociedades Comerciais, o Conselho de Administração decidiu apresentar um Relatório de Gestão único, sendo aqui cumpridos todos os preceitos legais exigidos. RELATÓRIO DE GESTÃO ÚNICO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO CONTAS DO ANO: 2010 Grupo Média Capital, SGPS, SA Contribuinte Nº 502 816 481 Matriculada na Conservatória do Registo Capital Social: € 89.583.970,80 Comercial de Cascais sob o Nº 17831 Sociedade Aberta Sede: Tel: 21 434 59 04/ 07 Rua Mário Castelhano, Nº 40 Fax: 21 434 59 01 Queluz de Baixo 2734-502 Barcarena INTRODUÇÃO A sociedade Grupo Média Capital, SGPS, S. A. (“Empresa” ou “Sociedade” ou “Media Capital” ou “Grupo Média Capital” ou “Grupo”) tem como único investimento, uma participação de 100% na MEGLO – Media Global, SGPS, S.A. (“MEDIA GLOBAL”). Através desta participação a Empresa detém, indirectamente, participações nas empresas indicadas nas Notas 4 e 5 do anexo às demonstrações financeiras consolidadas em 31 de Dezembro de 2010. As designações completas das empresas incluídas neste relatório têm a devida correspondência no referido anexo às demonstrações financeiras consolidadas, que são parte integrante do Relatório e Contas da Empresa. ESTRUTURA DO GRUPO MÉDIA CAPITAL O Grupo Média Capital é actualmente o maior grupo de comunicação e entretenimento em Portugal em EBITDA e Resultados Líquidos, com uma forte presença nos principais segmentos de media e produção de conteúdos audiovisuais. A sua estrutura operacional reflecte esta abrangência e é por isso que o seu modelo organizacional tem um sentido horizontal, estando a sua actividade estruturada em sete áreas de negócio distintas e numa Unidade de Serviços Partilhados interna (a “ONE”) que centraliza todas funções administrativas e serve as restantes empresas do Grupo (como os recursos humanos, contabilidade, gestão financeira e de tesouraria e compras). A sua estratégia de liderança assenta numa base de qualidade, credibilidade e independência e num compromisso com o desenvolvimento da informação, cultura e entretenimento em Portugal, tendo como referência os interesses e preferências dos consumidores e anunciantes. 4 Adicionalmente, faz ainda parte do Grupo Média Capital a empresa participada Publipartner, cuja missão é a de promover parcerias com outras empresas, para utilizar as suas capacidades de criação e gestão de marcas e de media e assim captar receitas adicionais para o Grupo. Em termos de reporte financeiro, a estrutura adoptada inclui quatro áreas de negócio principais: Televisão (que agrupa a TVI e a Publipartner), Produção Audiovisual, Entretenimento (que inclui as actividades de cinema, vídeo, música e eventos musicais do Grupo) e Rádio, estando as restantes empresas e negócios agrupadas num segmento separado. Esta estrutura de reporte tem como finalidade facilitar a avaliação e visibilidade das diferentes áreas de negócios onde a Empresa está presente, levando em conta a dimensão e as relações e sinergias existentes entre as empresas de cada segmento. ENQUADRAMENTO ECONÓMICO Após um período de acentuado ambiente recessivo à escala mundial e sem precedentes na história recente, a reacção rápida, profunda e até inovadora das principais autoridades monetárias mundiais, combinada com políticas anti-cíclicas tomadas pelos governos das economias mais afectadas permitiu uma redução gradual da aversão ao risco por parte dos diversos agentes económicos e com isso reduzir também a volatilidade dos mercados financeiros. Como resultado, os sinais recessivos da actividade económica abrandaram. 5 O desempenho económico global no segundo semestre de 2010, impulsionado principalmente pelas economias japonesa e norte-americana, conduziu a uma revisão em ligeira alta, para 4,4% (o que corresponde a um acréscimo de 0,2pp face à estimativa anterior), das previsões de crescimento da economia Mundial por parte do FMI, não obstante os riscos relacionados com a necessidade de consolidação orçamental a médio prazo e a fraqueza ainda demonstrada pelo mercado imobiliário. No que respeita à zona Euro, as previsões apontam para um ligeiro crescimento (1,5%) em 2011, não obstante a deterioração observada para o cenário das economias periféricas, cuja volatilidade apresenta ainda um risco de contágio financeiro para as principais economias da região. Neste ambiente difícil, as estimativas mais recentes e relativas a 2011 para a economia portuguesa divulgadas até Janeiro por algumas das organizações internacionais mais conceituadas apontam para uma contracção do PIB na ordem dos 1,4%, prevendo-se uma ligeira recuperação de 0,6% para 2012. Estes reduzidos níveis de crescimento económico encontram suporte no elevado nível de dívida pública, na contracção acentuada da procura interna, condicionada pelas medidas de consolidação orçamental e pela maior restritividade das condições de financiamento, bem como na redução da contribuição do factor de produção trabalho em resultado do aumento do desemprego estrutural. Os preços deverão retomar uma trajectória ascendente, embora sem riscos significativos de forte aceleração. Evolução do Mercado Publicitário Acompanhando a tendência verificada no contexto económico geral em 2010, o mercado português de publicidade registou no ano em análise uma nova contracção, que afectou quase todos os meios à excepção da TV por subscrição, Rádio e Internet, tanto ao nível do volume de investimento como em termos de preço, dadas as pressões exercidas ao longo do ano sobre os principais players. Considerando o mercado publicitário de agências e antes de rappel, o recuo de cerca de 2,5% para a totalidade do mercado durante o ano de 2010 – bastante menos acentuado, refira-se, do que no ano anterior, em que rondou os 15% – foi de novo especialmente penalizador para o segmento de Imprensa, que registou uma quebra aproximada de 9%, com a imprensa diária a recuar 15% e a não diária cerca de 6%. No que respeita aos segmentos nos quais o Grupo está presente, a Televisão em aberto terá recuado cerca de 3,5%, tendo perdido 1pp de quota de mercado. Por seu lado, a TV por subscrição recuperou da queda de 14% em 2009 e cresceu cerca de 19% em 2010, aumentando em 1pp o seu peso total do investimento captado e situando a sua quota nos 6%. Igual quota de mercado tem o segmento Rádio que, também contrariando a tendência de 2009, registou uma ligeira subida de 0,2%. A Internet foi de 6 novo o meio com maior subida, aumentando em cerca de 24% o volume de investimento captado e em 1pp a sua quota de mercado, representando agora 5% do total de investimento. O facto de, no global, a quebra no investimento publicitário em 2010 ter sido significativamente menor do que no ano anterior, não indica que a tendência de decréscimo não se venha a manter em 2011, dado o contexto económico pouco positivo que se prevê ainda para o próximo ano e também devido ao facto de não se realizarem acontecimentos desportivos ou musicais significativos e que têm normalmente impacto positivo no investimento nos vários meios, principalmente ao nível dos maiores anunciantes. As quotas de mercado de cada meio sofreram uma ligeira alteração: Quota de Investimento Publicitário dos Meios 5% FTA Tv 13% 6% Cable TV 53% Press 17% Radio 6% Outdoor Cinema + Internet Fonte: GMC PRINCIPAIS FACTOS EM 2010 . Em 2010 o Grupo Média Capital registou um total de proveitos operacionais consolidados de € 249 milhões, o que corresponde a uma redução de 7% em relação a idêntico período de 2009. O EBITDA ajustado foi de € 52,3 milhões (4% acima de 2009). O Grupo obteve um total de receitas publicitárias de € 149,6 milhões, valor ligeiramente superior ao de 2009. As estimativas apontam para que o mercado de publicidade tenha recuado 2,5% em 2010. 7 . A TVI continuou a liderar as audiências de televisão todos os meses e por larga margem, com shares médios em sinal aberto de 34,1% no total do dia e de 39,3% no horário nobre. A margem EBITDA do segmento de Televisão expandiu-se de 27,9% para 28,5%. A TVI Internacional iniciou emissões no final de Maio. Este novo canal constitui um passo adicional na estratégia de alargar a presença geográfica da TVI e de exploração de receitas alternativas à publicidade. A actividade de Produção Audiovisual registou uma contracção de 15% dos proveitos operacionais, a qual não foi compensada pela redução dos custos operacionais. Este segmento apresentou uma margem EBITDA de 9% (13,5% no 4T10). De destacar a atribuição do Emmy Internacional para melhor Novela a “Meu Amor”, uma produção da Plural Portugal. No segmento de Entretenimento, o EBITDA ajustado para efeitos não recorrentes atingiu o valor de € -1,3 milhões, que compara com € -7,0 milhões no ano transacto. Em Rádio, os proveitos de publicidade subiram 3%, tendo 2010 sido o melhor ano de sempre em termos de audiências das rádios do Grupo. A margem EBITDA ajustada para efeitos não recorrentes foi de 10% (21% no 4T10). Em Internet, o portal IOL e a rede de sites MCM, atingiram o melhor tráfego de sempre durante o quarto trimestre de 2010, registando em paralelo uma contribuição positiva ao nível do EBITDA para a totalidade do ano. A TVI confirmou a sua posição de líder entre os sites de TV em Portugal. Os resultados operacionais foram negativamente afectados em € -12,9 milhões, resultante de impactos não recorrentes associados a (i) reorganização e reestruturação da actividade de vídeo da CLMC; (ii) descontinuação do formato de rádio RCP; e (iii) imparidades relativas ao goodwill.