Universidade De Lisboa Faculdade De Letras
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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS A Ordem Hospitaleira de São João de Deus e a Primeira República Portuguesa Maria Amélia Bordalo Machado Cardoso de Sampaio Orientador: Prof. Doutora Teresa Maria e Sousa Nunes Tese especialmente elaborada para obtenção do grau de Doutor no ramo de História, na especialidade de História e Cultura das Religiões 2019 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS A Ordem Hospitaleira de São João de Deus e a Primeira República Portuguesa Maria Amélia Bordalo Machado Cardoso de Sampaio Orientador: Prof. Doutora Teresa Maria e Sousa Nunes Tese especialmente elaborada para obtenção do grau de Doutor no ramo de História, na especialidade de História e Cultura das Religiões Júri: Presidente: António Adriano de Ascenção Pires Ventura, Professor Catedrático e Director da Área de História, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Vogais: Doutora Sara Maria de Azevedo e Sousa Marques Pereira, Professora Auxiliar da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora; Doutor Francisco António Lourenço Vaz, Professor Auxiliar com Agregação da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora; Doutora Maria Alice Dias Albergaria Samara, Investigadora Integrada do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; Doutor António Adriano de Ascenção Pires Ventura, Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; Doutor Miguel Maria Santos Corrêa Monteiro, Professor Auxiliar com Agregação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; Doutora Teresa Maria e Sousa Nunes, Professora Auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa 2019 2 Dedicatória Dedico este meu trabalho de doutoramento ao meu filho Artur, a quem tanto devo. 3 Resumo O presente trabalho pretende a análise do papel desenvolvido pela Ordem Hospitaleira de São João de Deus no tratamento e apoio aos doentes psiquiátricos, atendendo ao carácter inovador dos métodos aplicados. Não é possível dar a conhecer a Ordem Hospitaleira de São João de Deus sem que primeiro tenhamos uma ideia da vida do seu Fundador. Aí radica toda a compreensão da acção de um punhado de homens e mais tarde de mulheres que, privilegiando o tratamento dos outros, deixaram para trás as suas vidas e comodidades. É portanto um pequeno, mas esperamos que elucidativo apontamento, da vida de São João de Deus, que vamos integrar neste trabalho. Por outro lado, pese embora o entusiasmo que nos queira arrastar para uma obra imensa, sem fronteiras, capaz de causar legítima admiração, - hoje esta Obra está em numerosos países e possui muitas Casas e Instituições – temos de balizar o nosso trabalho de modo a torná-lo mais acessível. Assim, vamos contê-lo, com recurso às duas grandes coordenadas da História: o espaço e o tempo, debruçando- nos sobre a acção dos Irmãos e Irmãs em Portugal (espaço nacional: Continental, Insular e Ultramarino) e durante um período de tempo, extremamente agitado e controverso do nosso país posto que breve: a 1ª República Portuguesa, 1910-1926. Planificar e organizar o trabalho deste modo é chegar à conclusão de que escrever sobre a Ordem Hospitaleira de São João de Deus em Portugal, há cem anos atrás, é, na prática, escrever sobre a Casa de Saúde do Telhal e também, um pouco, sobre a Casa do Sagrado Coração de Jesus da Idanha. Palavras-Chave: Ordem de São João de Deus, Primeira República Portuguesa, doença psiquiátrica 4 Abstract The present work intends to analyse the role played by the hospitable Order of Saint John of God in the treatment and support to the psychiatric patients, considering the innovative nature of applied methods. It is not possible to make known the Hospitable Order of Saint John of God without first having an idea of the life of its Founder. Therein lies the whole understanding of the action of a handful of men and later of women who, privileging the treatment of the others, have left behind their lives and comforts. It is therefore a small but we hope, lucid point, of the life of Saint John of God that we will integrate in this work. On the other hand, despite the enthusiasm that we are wishing to take to an immense work, without borders, capable of causing legitimate admiration – today this Work is in many countries and has many Houses and Institutions – we must mark our work in in order to make it accessible. Thus, we will restrain it, using the two great coordinates of history: space and time, focusing on the action of the Brothers and Sisters in Portugal (national space: European, Islands and overseas) and for a period of time extremely agitated and controversial in Portugal which is the First Portuguese Republic, since 1910 to 1926. To plan and to organize the work in this way is to arrive at the conclusion that writing about Hospitable Order of Saint John in Portugal, a hundred years ago is, effectively, to write about the Heath Institution of Telhal and also, a little, on the House of the Sacred Heart of Jesus, in Idanha. Key-Words: Hospitable Order of Saint John, First Portuguese Republic, psychiatric disease 5 Índice Resumo/Abstract p. 4/5 Introdução/ Agradecimentos p.7 I Parte 1.1 São João de Deus – Vida e Obra p. 13 1.2 Assistência Hospitalar e Hospitalidade p. 26 1.3 A Ordem Hospitaleira de São João de Deus e Portugal – antes da I República p. 37 II Parte 2.1 Prenúncios de mudança – antecedentes próximos da República p. 48 2.2 De 1910 a 1914. Os primeiros anos da República p. 67 2.3 A República e a Ordem Hospitaleira de São João de Deus perante a Grande Guerra p. 128 2.4 De 1918 a 1920. Portugal no rescaldo da Guerra. A Ordem São João de Deus afirma-se p. 175 2.5 De 1920 a 1926. O papel da Ordem dos Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus p. 195 Conclusão p. 221 Bibliografia p. 237 6 INTRODUÇÃO AGRADECIMENTOS Ao iniciarmos a nossa tese de doutoramento não podemos deixar de referir um pequeno trabalho - por nós apresentado durante um Seminário, para a realização do Mestrado – sobre São João de Deus: São João de Deus, um santo português, 1 porque, na eventualidade de vir a propósito, não hesitaremos em nos plagiarmos Estávamos então longe de imaginar que iriamos ter o gosto de desenvolver um tema tão rico e aliciante como o que nos ocorreu abordar e que iria afinal servir de base a esta tese de doutoramento. Sem dúvida rico pela grandeza e profundidade do assunto e aliciante porque nada nos deixa indiferentes no acompanhamento, de quase cinco séculos, da história do sofrimento humano. São João de Deus é um caso ímpar no universo da santidade. E, se olharmos para a sua obra hoje, não podemos deixar de concordar com aqueles que mencionam o resultado do pequeno grão de mostarda lançado à terra... Perante obra tão fecunda sentimos quão pequeninos somos e que atrevimento o nosso em querermos dar a conhecer um pouco mais São João de Deus e os seus Irmãos e Irmãs. 1 Entrevista realizada por João Céu e Silva a Umberto Eco, escritor, ensaísta e semiólogo, e publicada no Diário de Notícias de 27 de Dezembro de 2015.Diz a certa altura o entrevistado: «...fiz um autoplágio ao reproduzir partes de textos meus que tinha escrito para a revista l'Espresso e que tinham que ver com esta temática. Fi-lo tranquilamente porque não é um crime plagiar-me a mim próprio. Por isso é que demorei só um ano a escrever este enquanto os outros livros levaram seis anos e o Pêndulo oito». 7 Contudo não deixaremos de tentar, até porque temos o apoio da Ordem de São João de Deus através da Biblioteca e do Museu da Casa de Saúde do Telhal onde a Dr.ª Carmina Montezuma, a Dr.ª Estela Rodrigues e o Sr. Valter Correia nos acolheram todas as semanas com a maior cordialidade e disponibilidade. Bem hajam! Por outro lado devemos, em grande parte, a realização deste trabalho, à compreensão, estímulo e orientação da Professora Doutora Teresa Maria e Sousa Nunes, Directora do curso de Estudos Europeus, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a quem patenteamos publicamente a nossa gratidão. Por pedido formal da Professora Doutora Teresa Maria e Sousa Nunes ao Superior Provincial da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, Província Portuguesa, Irmão Vitor Manuel Lameiras Monteiro, foi-nos dada permissão para, caso se justifique, podermos aceder a informação privilegiada, sempre que devidamente solicitada. Também por orientação da mesma Professora tivemos oportunidade de fazer uma proveitosa pesquisa no Arquivo Histórico Militar e no Arquivo do Ministério da Justiça. Neste último Arquivo queremos salientar a maneira extremamente afável e de incondicional cooperação do Dr. Vítor Manuel Salgueiro, Diretor de Serviço de Apoio Especializado, Recursos Documentais e Relações Públicas do Ministério da Justiça, e das mais directas colaboradoras deste Serviço, nomeadamente a Dr.ª Leila Balcky e a Dr.ª Cristina Ferreira. Outro Arquivo, que não podemos deixar de referir, é o Arquivo do Patriarcado de Lisboa cuja directora, Dr.ª Teresa Ponces, merece também o nosso mais vivo reconhecimento. Devemos também mencionar as bibliotecas e arquivos que percorremos desde a Torre do Tombo, a Biblioteca Nacional, a Biblioteca da Faculdade de Letras, a Biblioteca de Sintra, e a Biblioteca de Cascais, onde fomos sempre muito bem atendidas. Não esquecendo a Hemeroteca de Lisboa, que, aliás, já se encontra parcialmente em linha, pelo menos no que diz respeito à Ilustração Portuguesa. 8 E que faríamos nós sem a ajuda e suporte constante do nosso filho que nos ministrou um autêntico curso de informática para que, com independência, pudéssemos redigir esta tese? Obrigada, Artur! E agradecemos, também no âmbito da informática, ao nosso sobrinho, Artur Figueirinha, a quem recorremos em situações pontuais.