A Patrimonialização Do Monumento Indígena Marco Zero Kadiwéu

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A Patrimonialização Do Monumento Indígena Marco Zero Kadiwéu INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural Renata Domingues Sampaio PARA ALÉM DA EXCEPCIONALIDADE: A PATRIMONIALIZAÇÃO DO MONUMENTO INDÍGENA MARCO ZERO KADIWÉU Rio de Janeiro 2018 Renata Domingues Sampaio PARA ALÉM DA EXCEPCIONALIDADE: A PATRIMONIALIZAÇÃO DO MONUMENTO INDÍGENA MARCO ZERO KADIWÉU Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional como pré-requisito para obtenção do título de Mestre em Preservação do Patrimônio Cultural. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Sotratti Supervisor: MsC. Juliano Martins Doberstein Rio de Janeiro 2018 O objeto de estudo dessa pesquisa foi definido a partir de uma questão identificada no cotidiano da prática profissional da Superintendência do Iphan no Mato Grosso do Sul. D671 DOMINGUES SAMPAIO, Renata Para além da excepcionalidade: a patrimonialização do Monumento Indígena Marco Zero Kadiwéu– Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 2018. 197 f. : il. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Sotratti. Dissertação (Mestrado) – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural, Rio de Janeiro, 2018. 1. Patrimônio Cultural. 2. Tombamento. 3. Kadiwéu. 4. Iphan. I. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Brasil). II. Título. CDD 363.69 Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Renata Domingues Sampaio Para além da excepcionalidade: a patrimonialização do Monumento Indígena Marco Zero Kadiwéu Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, como pré-requisito para obtenção do título de Mestre em Preservação do Patrimônio Cultural. Rio de Janeiro, 21 de junho de 2018. Banca examinadora _________________________________________________________ Professor Dr. Marcelo Antonio Sotratti (orientador) _________________________________________________________ Professor Dra. Lia Motta - IPHAN _________________________________________________________ Professor Dra. Joseane Paiva Macedo Brandão - IPHAN _________________________________________________________ Professor MsC. Messias Moreira Basques Junior - UFES Ao meu filho Miguel, minha esperança por um futuro sem injustiças. AGRADECIMENTOS Dentre as várias coisas que aprendi com os Kadiwéu foi exercer com muito afinco a gratidão. Alguns agradecimentos vão se confundir com a minha trajetória profissional dentro do Iphan. Primeiramente agradeço ao meu companheiro Divaldo, por me incentivar a “disparar flecha por flecha” para atingir meus objetivos, por me incentivar a entrar no mestrado, pelas longas discussões sobre patrimônio cultural, pelas revisões ortográficas intermináveis, por entender minha ausência e “segurar o rojão” em casa. Ao meu filho Miguel, por compreender meu sumiço e pela sua alegria constante em ver as manifestações dos Kadiwéu, que insisto sempre em mostrar. Aos meus pais, Itamar e Catarina, e à minha irmã Kátia, por me ajudarem nessa caminhada, com palavras de incentivo, ajudando na logística para realização das etapas de campo na Reserva Indígena e pelos ensinamentos sobre a vida, que orientam meus pensamentos. Ao meu orientador Marcelo Sotratti, por mergulhar comigo nessa paixão, por compreender a minha demora em enviar os materiais, e pelas aulas particulares prestadas por áudios e videochamadas, com sua atenção dispensada fora dos dias e horários úteis. A toda equipe da COPEDOC, por serem compreensivos com prazos, por ajudarem com os materiais e por mostrar outra face do patrimônio cultural. Dentre esses colegas de profissão que vestem essa camisa, agradeço especialmente à professora Dr.ª Lia Motta, que, com sua sutileza, me ensinou a escutar, ensinamento que carregarei a cada passo institucional que darei daqui por diante; e à professora Dr.ª Joseane Brandão, pelas preciosas sugestões e observações que ampliaram a perspectiva desse trabalho. Ao pesquisador Messias Basques, que, durante essa empreitada, além de ter se tornado um grande amigo, demonstrou uma generosidade intelectual incrível. Agradeço imensamente por partilhar todas suas informações coletadas em campo, pelas revisões feitas nesse trabalho, por me ajudar na interlocução com os Kadiwéu e por compartilhar os mais variados materiais. Sem ele, provavelmente o trabalho tivesse uma grande lacuna. Ao cacique Joel Vergílio, vice-cacique Ciriaco Ferraz, que, além de permitirem minha entrada na Reserva Indígena, ensinaram muito sobre a cultura kadiwéu. À habilidosa artista Dona Pedrosa, ao sr. Marcelino e ao Rodines, pelos ensinamentos e por terem me acolhido em seu lar. Ao Mesaque Rocha, por possibilitar minha ida até o Monumento Indígena Marco Zero. Aos queridos Zezé e Tivo, por me ensinarem o caminho da Aldeia Alves de Barros, embora eu ainda me perca. Ao professor Etelvino de Almeida e sua família, pela calorosa recepção e pelos ensinamentos. À ACIRK, representada especialmente na figura do Sr. Ambrózio, Dr. Alain Morreau e Dra. Pilar, por compartilharem os materiais referentes aos marcos de apoio e pelas manifestações que dizem respeito à gestão do bem. Aos colegas da FUNAI/MS, especialmente o Rômulo e Keyciane, sempre tão atenciosos e dispostos a ajudarem. Aos amigos do Iphan/MS – aos que construíram sua trajetória lá e hoje seguem outros caminhos, e aos que ainda permanecem na luta em defesa do patrimônio do nosso estado – que imprimiram em mim suas marcas de alegria, determinação e conhecimentos. Especialmente à Sara Bernal, que literalmente foi minha financiadora de sonhos e que pegou na minha mão durante a mudança de tema. Ao meu amigo Agrício, que com sua garra e honestidade, permitiu nossa continuidade de forma sadia no Iphan/MS. À Natália Leal, que é a “minha pessoa” dentro do Iphan, e com quem idealizei inúmeras vezes realizar conjuntamente esse trabalho. Aos amigos do Iphan/PR que me acolheram de braços abertos e que compreenderam meu constante cansaço. E, ao que se refere a esse trabalho, agradeço especialmente à Anna Finger, Célia Carrano e o Juliano Doberstein, pelas valiosas contribuições. Ao meu querido amigo Vini, que, quando chegou ao Iphan/MS para fazer o PEP, trouxe uma nova perspectiva sobre patrimônio cultural, fazendo com que eu recuperasse meu fôlego dentro da instituição. Que me ajudava diariamente com seus áudios e o envio de textos, dizendo “acho que esse texto pode servir para você!” e que agora é motivo de minha saudade diária. Ao meu amigo Fabinho, pelas horas compartilhadas na fiscalização e luta pela preservação do Forte de Coimbra, acrescentando seus conhecimentos de modo tão carinhoso. À querida Amélia Hirata do Iphan/MT, Thais Werneck e Marcus Vinicius do DPI, por partilharem as informações resultantes de seus esforços e trabalhos dentro da instituição. À equipe do Arquivo Central do Rio de Janeiro, que enviava quase que instantaneamente os inúmeros processos de tombamento solicitados. RESUMO O presente trabalho consiste no embasamento teórico e técnico para o prosseguimento e viabilização do pedido de tombamento do Monumento Indígena Marco Zero, localizado na Reserva Indígena Kadiwéu, município de Porto Murtinho, estado de Mato Grosso do Sul, solicitado ao Iphan/MS, em 2010, pela Associação Comunidade Indígena da Reserva Kadiwéu (ACIRK). Para tanto, o trabalho discute a evolução histórica, explora os aspectos da cultura kadiwéu, a relação de seu ethos com o território e o Conjunto de Marcos Zero. Com isso, explicita motivos e valores que deverão nortear o Iphan/MS na instrução do processo de tombamento, além da descrição do bem e sua área de entorno. Por fim, aborda sobre alguns aspectos da gestão do bem. Aproveitamos a questão da patrimonialização deste bem para discutir como o Iphan tem trabalhado os bens culturais indígenas, através das políticas públicas preservacionistas vigentes. Palavras-chave: Kadiwéu; Iphan; Território; Marco Zero; Patrimônio Cultural; Tombamento; Gestão do Patrimônio Cultural. ABSTRACT The present work consists of the theoretical and technical basis for the continuation and feasibility of the request for the tipping of the Ground Zero Indigenous Monument, located in the Kadiwéu Indigenous Reserve, city of Porto Murtinho, state of Mato Grosso do Sul, Brazil, requested to Iphan / MS, in 2010, by the Kadiwéu Reserve Indigenous Community Association (ACIRK). To do so, this work discusses historical evolution, explores aspects of the kadiwéu culture, the relationship of its ethos with the territory and the set of Grounds Zero. With this, the work makes explicit reasons and values which will guide the Iphan / MS in the instruction of the process of heritage protection, in addition to the description of the cultural resource and its surroundings. Finally, it addresses some aspects of the management of monument. We take advantage of the patrimonialization of this good to discuss how Iphan has worked the indigenous cultural resources, through the current preservationist public policies. Key-words: Kadiwéu; Iphan; Territory; Ground Zero; Cultural Heritage; Cultural Resource Management. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Charge de cavalerie Gouaycourous ......................................................................... 22 Figura 2 - Monumento do cavaleiro Guaikuru - Parque das Nações Indígenas, Campo Grande/MS ............................................................................................................................... 22 Figura 3 - Tribos do Chaco ......................................................................................................
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