LISBO REVISTA MUNICIPAL ---··--·--- ______------... _.__ ------LISBOA revisto municipal

ANO XLVl ll-2.• SÉR IE-N.º 19-1.' TR IMESTRE DE 1987-NÚMERO AVULSO: 500$00

DIRECTOR ORLANDO MARTINS CAPITÃO SUBDIRECTOR FERNANDO CASTELO BRANCO ASSISTENTE T~CNICO ALFREDO THEODORO

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TERCENAS DE LISBOA - Ili • A CASA DOS BICOS - O SITIO E O EDIFÍCIO - 11 • OS CAPUCHINHOS BRETôES DE LISBOA • A AULA DO COMÉRCIO DE LI SBOA - ltl·DOS 'PROGRAMAS AOS EXAMES • SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO BATALHÃO DE SAPADORES BOMBEIROS - li • LISBOA - NOTICIÁRIO

EDIÇÃO DA e M L. - D. s. c. c. - REPARTIÇÃO DE ACÇAO CULTURAL PALÁCIO DOS CORUCHÉUS - RUA ALBERTO DE OLIVEIRA - LISBOA - TELEFONE 76 62 68 Composição e impressão: Heska Ponuguesa - Rua Elias Garcia, 27-A - Venda Nova - Amadora nragem: 2000 exemplares- Depósllo legal n. 181 12/87 Lisboa - • Place du Commerce• ReprOduçao parcial da quana es1ampa da obra •D•x Vues de l.Jsbonne•.. •. ed11ada em 1832 por uth de Schm•d. Genebra ~autora Celeshne BrelaZ (181 t-1892) mais larde sr.' leno1r. nascrda em Lisboa

2 os ARTIGOS PUBLICADOS SÃO DA RESPONSABILIDADE DOS seus AUTORES JOSÉ DE VASCONCELLOS E MENEZES

TERCENAS DE LISBOA 111

Sabe-se que por volta de 1412 Já o vos deve abastar as vossas taracenas lnlante D. Henrique utilizava nas viagens que eslam vazias... • ( ) de exploração da costa ocidental da Bar­ Em 1449, D. Afonso V cede ao Infante béria •grandes barcos latinos de cober­ D. Henrique, seu lio, umas casas das ta, demandando pouco fundo, e peque­ lercenas. nas equipagens• . •Dom Afomso ... fazemos saber que Em 1415, quando dos preparativos nós querendo fazer graça e merçee ao para a expedição a Ceuta. •examinarão· !lante Dom Henrrique meu muyto preza­ -se pelos Portos do Reino os navios de do e amado thio Teemos por bem e da­ Guerra, e Commercio em estado de na­ mos lhe que tenha e aia de nos daquy vegar: prepararão-se os que erão sus­ em diante ... as duas casas das nossas ceptlveis de fabrico, e fretarão-se alguns tarçenas da cidade de lixboa que a em estrangeiros, e cons1ru1rão-se de novo ambas duas naves que estão junlo com Galés que fallavão para completar o nú· as casas de Cepta das quaaes 1arçenas mero de trinta, de que se queria compor se ora o diclo lfante serve com tanto que huma Esquadra ... • (" ) ell as adube E correga de iodo o que lhe mesler for a sua cusla em quanto as asy Casas de Ceuta - Teria sido por esta lever E porem mandamos aos nossos al­ allura que D João f pediu ao Concelho a muxarifes das dietas tarçenas E do nos­ cedência das casas do Curral dos Bois, so afmazem da dieta çidade e a outras para armazenar os mantimentos destina­ quaaes quer que eslo ouverem de veer dos à frota. Assim creio depreender-se que lhe leixem teer as dietas tarçenas e da petição que os vereadores fazem a D. servir dellas no que lhe prouver em Afonso V, em 25 de Dezembro de 1439 quanto nosa merçee for como dicto •Os vereadores e procuradores e ho­ he,. .. • (" ) mês bõõs E os procuradores dos meste­ Sera coincidência, ou não, é interes­ res desta muy nobre e ssenpre lleal cida· sante notar o dizer-se = duas casas das de de Lixboa ... tercenas = em ambas as duas naves. e •Sehor a cidade avya em esla mees­ lembrarmo-nos das duas Casas das Ga­ ma hGas casas ssuas proprias na Ferraria lês de D. Dinis. honde ssoya destar o curral dos bois E el Nave. lê-se no Dicionário de Moraes, Rey dom Joham vosso avo noflas pidio é cada uma das divisões longitudinais de emprestadas por hüu tenpo pera sse em uma casa. ellas poer o mãtljmento provisom pera Esta definição não a1uda multo bem a Cepta E depois que as assy teve por lhas compreender o que se pretendia indicar muytas vezes Requeremos e a vosso no documento. Todavia, uma carta, sem padre lambem E Nunca nollas quis man­ data, mas provavelmente coeva. escrita dar entregar... pedimosvos Senhor por por Frei João Claro a el-Rei, falando do merçee que nos mandees dar e desem­ seu Mosteiro de Alcobaça, possa escla­ bargar as ditas casas que nossas ssam recer um pouco o que então se designa­ ca sse algüus mantiímenlos e cousas va por Nave. Dli. numa passagem pera Cepta querees teer deposito assaz •acerca de varandas na claustra•: 3 •Item. SenhOr. Estas varandas de que rem as carnes de el-rei para suas arma· tatto assy animadas e acat0adas aa pare­ das ~. \11.u\. e\\. O Pono e as Navega<;(>es de e casa das necessarias atee onde se na Expansão. pg. 31). acaba a dieta casa das necessarias se Posto que não fale em nave, nem seja podem fazer muy em breve e muito mui­ legitima qualquer correlação, o lacto é to mais que varanda sobre a claustra e que nos pode ajudar a fazer uma vaga mais faz se com el\a em sembra hüa ideia, se bem que o número de con1ec1u­ da claustra ij' per onde da porta do nave ras possa ser. grande. consoante a imagi­ palratorio yram hos monges pera a inter­ nação de cada um maria sem receo de em elles chover o que se agora nom faz•. (A.N.T.T. Gave­ Pelo modo de dizer do documento, as tas. 3066.XV,2-42. doe. sem data - duas naves deveriam ser idênlicas. e sembra : iuntamente). próximas uma da outra. e perto das Ca­ sas de Ceuta. Porque designadas por Desta forma, e com certas reservas. naves, deveriam ser relativamente com­ parece que se entendia por nave cada um dos lances cobertos da claustra. pridas e amplas: e porque a nave não A propósito das Tercenas do Porto, na deve ter divisões. as casas que se diz margem sul do Douro, diz Anlónio Cruz. haver •em ambas duas naves•, estariam citando as Memórias de Francisco Dias, contíguas a uma das paredes da nave, procurador da Fazenda Real em 1548: uma vez que a outra parede poderia ser •Da banda de Vila Nova estão umas rasgada com arcos, ou pilares. Casas e oito casas armadas sobre arcos, muito nave em um edlllcio, ou em dois pega­ compridas; afirma-se que se fizeram dos, ou em dois separados, quem o po­ derá dizer. para ali se meterem galês em tempo do Ribeira das Naus. Inverno e bem parece ser para esse efei­ Junto figuro quatro hipóteses de uma Ao fundo. to: e porque isto é muito antigo. serve das naves. Cada qual Imagine outras 4 o Palácio dos Corte-Real uma parte delas para se matarem e faze- mais. (Ver adiante em pág. 7) Mas estava a !alar nas Casas de que esta rua do Saco •não tem sah1da• Coniectura Ceula (~}. e em 1435 o municipio ter 1á umas das transformações sofridas A s1tuaçao destas Casas de Ceuta é casas 1unto do curral dos bois •que par· ate meados do século 'X:hm nA prOprla Cm.a de Ceuta. como nardm .:i po:;se oo Concefllo. e passaram se ve num dOCumento de 22 de Novem­ a se• <:<><'I~ <:.ae

A Ribeira de Lisboa - Fragmento de um painel de azute1os, azul e branco. pnnclp1os do séc. XVIII - Museu da Cidade Mercado do Peixe defronte da 6 Casa dos Bicos casas do dito senhor (rei) onde se reco­ lhem os mantimentos da Mina e Guiné (estampa I)• E111dentemen1e que esta opinião nos embaraça um 1an10; poderia muito bem passar por a110. por não condizer com a 1de1a que trace• do local Mas há é que considera-la O sitio era o da Ferraria: sô que a rua era a do Saco. conlorme apa· rece nos documentos. As casas do cur­ ral que estavam quer a none quer a sul da rua do Saco serviram de armazém das •coisas de Ceuta•, e passaram. tal­ vez por isso. a ser designadas por Casas de Ceuta Em 1450, as que se situavam a sul da rua do Saco constam com o nome de Casas do Desembargo da nos­ sa Cidade de Ceuta As que se situavam a norte da rua do Saco. só depois da descoberta da Mina passaram a ser co­ nhecidas por Casas da Mina e Guiné, enquanto que as situadas a sul da rua se mantiveram com o nome de Casas de Ceuta lmagonaçaG arqu1tec11>n1ca de naves Com o nome de Casa de Ceuta. se vê ainda designada no Regimento dado por prova em contrário, neste meado do se­ que a cerca fazia para a Porta dos Pre· D. Manuel à Câmara de Lisboa, em 30 de culo XV, as Casas de Ceuta - armazéns gos (") Agosto de 1502: ·O canno reat que se e desembargo. se assim as quisermos Neste lanço da cerca. entre a Fonte e começa de tras dos estaaos. de flora dos destrinçar - a nda eram as do curral dos o Arco do Açougue (' ), autorizou O. muros. e vem ao lomgo do Rosyo pella bois. Afonso V, em 1478. que a cidade man­ callde1taria e pra rua nova del-Rey, ao Resumindo Pela interpretação que dasse construir um alpendre para açou• topo da rua nova dos mercadores, e pasa faço dos documentos sou levado a crer gue das versas ou mercado das horta· pra baixo da casa de çelta,. ... (") que as Casas de Ceuta, que aliás ocupa­ llças Se bem que Vieira da Siiva tenha des­ vam mais do que um ediflcio ("), (pelo Esclarecido que foi o que penso sobre cido ao lnf1mo detalhe no estudo da ve­ menos um a none e outro a sul da rua do as Casas de Ceuta, passo agora à Casa lha cidade, quer na toponímia e sua alte­ Saco). passaram a ser assim designadas da Guine. ração no decorrer dos tempos, quer da apôs a oonQu1sta de Ceuta. e não porque rela!lva situação das ruas. praças. etc. tenham sido construidas propriamente A Casa da Guine ve o a instalar-se no não o fez contudo quanto ao tema de para •armazém das oousas de Ceuta• i: ed1f1c10 das Casas de Ceuta, Que focava a que me ocupo Por isso não se debruça porem natural que. a sul da rua do Saco, norte da rua do Saco A dificuldade resi­ demasiado, nem perde tempo na busca e em daia que náo foi possível encontrar. de em saber-se desde quando e análise de todos os pequenos tndlc1os se ha1a construido novos edifícios no ter· que ajudam a Idealizar as tercenas e o reno das tercenas de D. Dinis, no espaço O chamado Trato das Mercadorias seu evoluir. compreendido entre o curral dos bois e o com a Guiné, estava jé estabelecido em Assim, ao supor que as Casas de campo da 01ra Sena por baixo destes meados do século XV Um documento Ceuta tenham sido construidas depois novos ed1fic1os que passaria o cano real de 27 de Fevereiro de 14 73, refere-se­ da conquista de Ceuta em 1415, até () • lhe nestes termos: pode não estar longe da verdade. se é Em frente das Casas de Ceuta havia •Dom Afomso. A vos cide de ssous­ que estaria a pensar naquelas sob as uma porta de acesso à R1be1ra. chamada sa fidalgo de nossa cassa E capitam dos quais, em 1502. lhes passava por baixo o poria da Casa de Ceuta Deve ter sido navios que ora mandamos a gu1neea .. cano real Mas. de modo algum nas ca­ aberta na cerca de D. Femando. 1à pelo sabede que.. Nuno antonez de gooes sas •honde soya destar o curral dos século XV, desconhecendo-se contudo escude110 fidalgo da cassa do llfante bois•, que eram do Concelho. e das a data. Não me espantava. porém, se ai· dom anrrique ... mandamos que elle se1a quais este requer a restituição em 1439 guém, mais feliz do que eu. viesse a mercador... e Resguate todallas merca­ Restituição que não teria sido lella, descobrir que o 1nfante D Henrique a darlas que mandamos nos d1c1os nav­ outrossim. quando em 1449, D Afonso tivesse mandado fazer. para mais fácil ios. Mandamos Que as duas caravellas V doou ao Infante as duas casas das ter­ movimentação entre os armazéns e as que vos mandardes fazer o Resguate aa­ cenas •Junto oom as casas de Cepta•. tercenas. Segundo o Tombo de 1573, lem do Ryo de ssam Joham que ele vaa se estas ultimas fossem as que estavam referido por Vieira da Silva. ficava esta em ellas por capotam e faça o Resgua­ sobre o cano real. tornavam-se 1ncom­ porta distante para oodente 26.4 m con­ te • (") preensive1s as confrontações do empra­ tados a partir do cunhai do muro onde se Por este ano 1a era nabiluat o retorno a zamento do ano seguinte de 1450. Até situava a Fonte da Frol, se1a. do ângulo na •volta do mar largo•, confor- 7 me o dizer do Alm. Gago Coutinho, e daí elle cubra de telhado e corregimento que que a chegada dos navios do Trato fosse ouver meester E a lenha emquamto du· a Lisboa, e não a Lagos ou Tavira, como rarem os trautos que de nos tem das par­ era costume antes tes de gu1nee ssem nos delta pagar A Feitoria do trato de Argu1m estava coussa algüa E acabado o d1c10 tempo instalada na Vila de Lagos. numas casas de h1 em diante sse lha nos quisermos que eram do Infante D. Henrique tomar pera nos que nos lhe se1amos Em 4 de Junho de 1463, D. Afonso V obrigado e lhe mandarmos pagar toda a determina que essa feitoria de Lagos despeza que no corregimento delta fez mude para LisbOa, nomeando logo Dio­ contanto que elle a correga perante hüu go Dias para feitor e tesoureiro da dila dos nossos estprivaaes das dietas tere­ feitoria. tanto que ela se ínstale em çenas pera estprever em sseu livro ver­ LisbOa dadeiramente todo o que nella despen­ A mudança tardou um pouco, dado deo o d1cto fernam gomez.. E nom na que. exactamente um ano depois. o rei mandando nos tomar pera nos que elle manda a João Bakla1a, recebedor dos d1- d1cto fernam gomez nos pague em cada re1tos e do trato de Arguim, que entregue hüu anno de foro demtro em o nosso a Fernão Valarinho as casas que foram a1mazem da dieta cidade dous m1I Reaes do Infante. e onde ele, recebedor. arre­ brancos ... •(") cadava os ditos •direitos e cousas• ('') Dez anos mais tarde, O Joào li resol­ Em 1469. entendeu o Rei arrendar o veu mandar fazer uma fortaleza na Mina, comércio da Guiné a Fernão Gomes, ar­ e o primeiro que se ofereceu para tal em­ mador e negociante em Lisboa, por du­ presa foi Fernão Lourenço, escrivão da zentos mil réis cada ano, e por cinco Fazenda dei-Rei. que depois foi Feitor anos, com a ob11gação de descobrir à das Casas da lndia e Mina (Garcia de sua custa cem léguas de costa em cada Resende. Chr. dei-Rei D. JoJo li, cap. ano. da Serra Leoa para o sul. (") XXV). Mas o rei escolheu de preferência Na sequência deste contrato, por or­ a DtOQO de Azambuia. que em Jane110 de dem de Fernão Gomes, sairam João de 1482 iniciou a construção Regressou ao Santarém e Pero Escobar em duas cara­ Reino em 1484. velas, e descobriram em Janeiro de Anotados que foram estes tópicos, 1471 o lugar a que se deu o nome de passemos agora aos documentos co­ Mina. nhecidos. Talvez em virtude do referido contra· Em t 483, entendeu O. João li que as lo. tenha D Afonso V cedido a Fernão tendas dos ferreiros produziam muito Gomes uma das naves das casas das fumo e pó, o que causava muito •dano à Tercenas. por cana de 7 de Fevereiro de nossa casa da Guiné•. pelo que determi­ 1471. nou que saissem donde estavam. para E de supor que fosse uma das duas •algum outro togar ah1. perto d'essas ta· naves 1unto às Casas de Ceuta, que o racenas•. (") mesmo Rei dera ao Infante D. Henrique Verifica-se, pois. que a Casa era de­ em 1449. uma vez que o documento a nominada da Guiné, apenas. e. uma vez situa entre as Tercenas e o Celeiro •da que o contrato com Fernão Gomes ter­ nossa çldade Çepta•, celeiro que, lndu· minara em 1474, ou 75, o que se afigura bitavetmente. faria parte das Casas de lógico é ter sido assim designada entre Ceuta Antes de passar à transcrição este ano e o de 1483. faço notar o facto de a nave se Situar Dois anos depois de 1483. diz V. da entre as Tercenas e o celeiro, o que nos Silva. 1á essas tendas estavam feitas. leva de 1med1ato à noção de tá não deve· porque em troca de uma antiga que foi rem existir tercenas no espaço a sul da apropriada ·para serviço d'elRet à ser- Rua Nova 11en11a das casas da Mina, (obteve F ) •Dom Afonso etc, fazemos saber que uma tenda das novas das que mandou (o querendo fazer graça e merçee a fernam rei) fazer à custa das tercenas contra o gomez nosso escudeiro e semtljmdo mar, a qual tenda parte de uma parte assy por nosso servijço a nos praz e com a torre das casas em que fazem as queremos que elle tenha E aja hüa nave bombardas. e por detrás com o curral das cassas das nossas tareçenas da das ditas tercenas. e por diante com rua nossa ç1dade de ltxbOa que estaa amtre publica que vae do postigo d'oura para a as dietas tateçenas E o çelle1ro da nossa porta da ribe11a (1485). (") çódade de çepta que ora eslaa descuber· •A porta da Ribe11a mencionada neste ta com estas comd1çóes que sse ao documento é a que depois se chamou 8 djante seguem - com comdlçom que Postigo dos Armazéns. os quais ainda Reproduzido da •Histo1re de la Marine Fran<;a1se• Cons1ruç.10 de uma galé

Paço da R1be11a, Ribeira das Naus e Palêclo dos Cone-_Real. Museu da Cidade

9 não existiam em 1485. Esta nova tenda Casa da fndia - A construção do Pa· da Mina. pelo Almoxarife do armazém da ficava junto e ao norte da Porta dos Ar· lácio Real, ou Paço da Ribeira, veio alte· Índia, pelo Tesoureiro da Casa da Índia, mazéns e portanto um pouco distante da rar bastante a lisionomia topográfica des· e por outros mais. tenda junto da Casa da Mina. pela qual ta zona. Iniciadas as obras em 1500. foi o Alguns anos mais tarde. em data Im­ foi trocada•. Paço Inaugurado em Dezembro de 1505. precisa mas antes de 151 O, parece ter Consequentemente tudo aponta para É de crer, tal como D. João li em 1484 sido construida. ou instalada, uma outra que D. João li tenha acrescentado ao passou a denominar Casa da Mina à anti­ Casa da Índia, onde era o Armazém, que nome da Casa da Guiné, o da Mina, após ga Casa da Guiné, que D. Manuel lenha se situava a sul da Torre das Pombas. ou a chegada de Diogo de Azambuja, em criado a Casa da Índia, após a chegada Torre do Pombal. 1484. E quase se poderia pensar que de Vasco da Gama. Este armazém figura em um doeu· mais estaria na intenção trocar o nome Um Alvará de 28 de Março do ano de mento de t501. respeitante ao empraza· só para Casa da Mina. Parece que a im· 1500, revela que assim era denominada mento de umas casas que eram só uns portãncía de cada coisa deveria estar por el-rei. E também, que em virtude da sobrados, conforme se lê: •pane a dita muito na primazia a conceder. peste que então se manifestava em Lis­ torre em que os sobrados estão (de três Uma carta de mercê a Fernão Louren· boa, a dita Casa estava insralada em lados com casas do rei) da ourra parte ço. cavaleiro da Casa Real, datada de 6 Almada com o muro do dilo armazém (do reino), de Setembro de 1486, nomeava-o te­ Diz o Rei dirigindo-se aos Vereadores e por debaixo vae a dila rua publica que soureiro, e feitor, da Casa da Mina e tra­ da Câmara de Lisboa: •.. porque como foi judiaria•. (") tos da Guiné. Numa outra carta, de 27 de sabeis a nossa caza dos traros de Guiné Pela localização, este armazém situar· Janeiro de 1487, determina o rei a Fer­ e Índias, estã em Almada, e se alguma -se-la na área ocupada pelas primitivas não Serrão, •almoxarife do armazem e couza nella acontece. o que nosso Se­ tercenas de O. Dinis, mais propriamente taracenas de Lisboa•, que se mudem as nhor defenda, quanta perda nisso Rece­ onde este Rei devia ter as Casas das tendas dos ferreiros que estavam junto â beria e dezavlamento por avllarmos a Galês. E tudo leva a supor que o muro, Casa da Guiné, para um local perto das gente que na dita villa estâ hir a dita cida­ que agora se diz •do dito armazém•. tarcenas; e que Fernão Lourenço. feitor de, e se poder milhor e com mais Rezam seja o mesmo que antes era chamado da dita Casa, indique o sitio mais conve· gardar, vos encomendamos. e manda­ •muro das taracenas•. niente. Isto. pelo dano que a Casa de mos, que vos mandeis logo a dita Villa Por conhecimento posterior sabe-se Guiné recebia e bem assim as mercado· aquella soma de pam que vos Fernam que neste edifício se esculpiu na pedra rias nela armazenadas. (~1 Vas. nosso leitor delles diser com qua· os dizeres •Domus Indica Vetus•. na ci­ Em 1494 (ou 1495). o Dr. Münzer visi· esquer seguranças e resguardo que qul· meira de uma das portas. Como não faz tou, em Lisboa, a Casa da Mina. Da mi· zerdes pera que na dila Vllla se der aos sentido chamar-se •antigo• ao que é nuciosa descrição que faz, retiro apenas moradores della e a nossos OHiciaes ... •. novo, manda o nosso raciocinio que tal estas breves indicações' (") inscrição só deveria ter sido feita depois - que é uma casa grande, na qual Dois anos antes, em 1498, o trato da da construção da Casa da Índia Nova. estão em enorme abundância as merca­ Casa da Guiné estava em Lagos. confor­ Mas não nos adiantemos. dorias que el-Rel manda para a Etiópia; me se pode ver deste mandado: As obras levadas a cabo neste local •Mandámos ora tomar a Joham do teriam ocupado, quer o espaço das anti­ - noutra casa o que é trazido da Etió· Avellar. cavalleiro de nossa casa, de todo gas tercenas de D. Dinis, quer as de D. pia: grãos do paralzo. muitos ramos e o que recebeo dos oitavos de certas ca­ Afonso IV a D. João li. Assim: cachos de pimenta, etc.; ravellas de Frollemlis, que se armaram - Mantêm-se as Casas da Moeda e - outras quatro grandes casas, onde pera os rios da Guiné. estando ho trauto as Casas de Ceura. estão inumeras colubrinas. e armas de da Casa da Guiné em Lagos ... Dada em - As Casas da lndla e Mina separa­ arremesso. escudos, couraças. mortei­ Llxboa aos 18 de Fevereiro ... anno de ram-se, voltando à primitiva, com a de­ ros, espingardas. arcos, lanças, em 1498•. (") nominação de Casas da Mina e Guiné, enorme abundância, sem ialar do que Por quanro tempo se manteve o trato que se mantêm. em toda a parte, por esses mares fora, da Guiné em Lagos, e em Almada. não - No sitio das Casas das Galês de D. se encontra espalhado pelos navios. creio fácil dererminar. Dinis aparecem os Armazéns (do reino). Como se vê, a nomenclatura usada Por volta de 1502, nas Casas da Mina, de D. João li. É muito provável que estes não deixa de causar certos embaraços. agora chamadas Casas da Índia e Mina, Armazéns tenham sido construidos por Claro que, se as casas mencionadas sig· faziam-se obras de ampliação de certo D. Afonso V, pouco antes de 1474, uma nificassem outros tantos edíflcios, se· vulto.(") vez que, em uma arremaração feita em riam seis. O que custa um pouco a acei· Às obras na Casa da Mina e Índias ha Agosto deste ano. consta que este mo­ tar Por isso, a lógica obriga antes a pen­ indicaçao do que se recebeu e dlspen· narca manda mudar o Armazém que es­ sar-se em dois edíffcios: um deles, a deu desde 1507 a 1514, e depois em lava situado perto do Terreiro do Trigo. Casa da Mina e lraros de Guiné, embora 1517. Estava nomeado um almoxarile para as casas que mandou fazer nas houvesse uma separação em duas ca· das obras. que era Afonso Monteiro. O suas tercenas. sas. ou divisões, uma para as mercado· dinheiro para essas obras, infelizmente •Saybam quantos este estromento de rias, outra para as especiarias; e um ou· não mencionadas. foi entregue p11nc1pal· remataçam virem ... que elle (o Rei) man­ tro edillcio. o Armazém das armas, ou mete pelo Recebedor da venda da espe· da aforar novamente (duas casas do ar­ Armaria. conforme se vê em alguns do­ ciaria (a venda da pimenta na Casa da mazém) por quanto elle manda mudar o cumentos. com as quatro casas. ou divi- Índia estava feita por contrato desde dito almazem pera as casas que mandou 10 sões. 1508 a 1514). pelo Tesoureiro da Casa lazer nas suas lereçenas. as quaaes sam a logea em que estava escprevaninha E a outra logea escura em que estava a polvora todas de fundo açima com todol­ los balcôôes e ellas com1umtas. E mays com a tore de sobre o terreyro do trijgo e com suas entradas e saydas e logea­ mentos e pertenças ... • ( ") - Ê esta Casa, suponho. aquela que em uma gravura anterior à de Braun10. c•i aparece representada formando um U aberto a sul, deixando entre os ed11i­ C10S um pa110 que. depois. foi chamado Pátio da Capela Real, quando se cons­ truiram as Casas da ind1a Novas. A abonar esta separaçáo està o que se lê na 1ntroduçao ao Regimento da Casa da Índia. •leito pelo Senhor dom manoel em o ano de MDIX•. •Dom Manoel. etc. A quantos essa nossa caria do regimento virem fazemos saber, que considerando nos quam grandes sào os nossos tractos de Guiné e das Índias, A Deus louvores, y.... de as tais cousas serem bem regidas e gover­ nadas, y conservadas; e parecendo-nos que por o negocio ser grande, e de muita Vista pare.ai da R bera de l sboa 1mportanc1a. y occupaçam; E se não po­ no sé<:uto XVI. dia tudo 1s10 bem lazer por um Feitor quandO da pan.da dO Padre Mesue Franc sco xav et Thesoure1ro. y trez Escrivães, que y ha- • que mas tarde ve>0 a ser sant flcadO t 1 Tercenas novas de O. Manuel. ou da Ribeira das Naus.

No canto noroeste da Casa das Bombardas está representado o aciual pelourinho. mas apenas para efeito de referência

Planla elaborada sobre estudo do Eng Vreira da Silva

TERCENAS NOVAS OE D MANUEL \_

-----~' r NOVA ~- - cf;rit~A

vra. ordenamos sentindo assy por muito Um documento de D. Afonso V. do nosso serviço y por darmos melhor or­ ano de 1463, parece revelar que no sitio dem. forma y aviamento as cousas que da Oura. para dentro da muralha fernan­ se ham de fazer em cada tracto. y pera dina, já não deveriam existir tercenas na­ que humas não possam embaraçar. nem vais. Pediam •OS tanoeiros moradores à fazer 1mped1mento as outras e que hou· porta d'oura em a nossa cidade de Lis· vece hum Feitor de ambas as ditas Ca­ boa. para que não desse nem aforasse o sas. e 1rez Thesoureiros. convem a sa­ chão da praça que está à dila porta d'ou­ ber um Thesoureiro de Especiaria e ou­ ra ao longo das nossas terçenas. para tro do dinheiro da venda dela. y outro da em elle haverem de lazer casas. por­ Casa da Guiné e da Mina, a cinco Escriv­ quanto o dito chão e praça lhes era muito ães convem a saber. 1rez para Casa das necessário para haverem de ter e lavrar lndias. e dous para a Casa da Mina e da sua madeira para seus officios: e em Guiné, para a qual, Feitor. Thesoureiro y tempo das guerras. sendo a dita cidade Escrivâes ordenamos e mandamos fazer cercada por mar. como já foi (em tempo os regimentos adante declarados. para de D. João 1). não havia logar em que se por eles cada um saber o modo. y ma­ pudesse armar engenho senão em a dita neira. em que nos ditos Officios nos ham praça•.("') y devem servir, conformando-nos com Este chão é, muito verosimilmente. o os Regimentos, que thé agora hy houve •Qtande espaço antre as casas e as tara· das Casas de Guiné, como thé agora se çenas• do documento do ano de 1329. E pratica nas ditas casas, despachos. y sabemos. pois já se disse antes. que ao cousas dellas. acrescentando algúas .... • nascente deste chão estava a Armaria e (") o curral das tercenas. Outras alterações - No sitio onde O. Faço notar que. ao dizer acima que tá Afonso IV tinha a casa das madeiras não deveriam existir tercenas navais. me (1352). surge a Armaria (ou armazém estou a referir àquelas que ai teve D. das armas). em tempo de O. João li. E a Afonso IV. pois que as tercenas mencio­ sul da dita Armaria o curral das tercenas. nadas no documento acima. de 1463, podendo presumir-se que ocupasse a estavam por lora da cerca. se é que ain­ outra casa da madeira que fora construi­ da existia cerca. da pelo almoxarife. ou o lugar dela. Mais para o fim do século XV. a sul do No campo a •cabo dooyra•, (o da curral das tercenas. entre este e a Pona seca do pescado). porque para ai come­ da Ribeira (depois Postigo ou Porta dos çaram a mudar-se os tanoeiros. por Armazens). construru·se •à custa das meados so século XV (1456). surge a tercenas contra o mar• as casas onde Tanoarla e o Largo ou Praça da Porta da fazem as bombardas. casas que tinham 12 Oura. uma torre. ('") Para fazer ideia da sua localização, Imaginemos a actual Praça palácio de Vasco Eanes Côrte Real, por cil dar uma ideia da evolução das terce­ do Município quarteada; a casa das bom­ mohvo de •Cerrar a serventia da Ribeira, nas desde o século XII ao século XVI. bardas ocupava o quadrilátero sueste, que vai do Terreiro do Carvão para Cata­ Tenha-se em consideração que o fito sem exceder a largura da rua do Arsenal -que-farás, da banda de fora do mura•. o deste trabalho são as tercenas. e de rei entendeu que não resultava prejuízo modo algum toda a zona ribeirinha da Tudo Isto nos faz suspeitar que os es­ taleiros de construção naval. os varadou­ à circulação. porquanto à cidade •fica baixa. Razão pela qual me limitei a só ros de naus, galês e caravelas, ou outro sua serventia ordenada por a porta de descrever com um pouco mais de relevo tipo de embarcações. já estariam instala­ cata-que-larãs, e rua dos arcos (rua do tudo aquilo que. de mais perto, se rela­ dos em terreno conquistado ao rio, em Arco dos Cobertos. de 1755), e que po­ cionasse com as tercenas. Não cause. dem sair à ribeira por a porta do muro pois, admiração o destaque dado a ai· frente ao sítio que se chamava a Oura. das casas de Lopo Mendes (Postigo do guns tocais. em detrimento de outros. em lmposslvel é afirmar-se com exactidão. Carvão. de 1755)-. ("') que pouco ou nada se diz. Espero. po­ porquanto faltam documentos que eluci· Esta rua dos Arcos. ou rua do Arco rém, ter referenciado sempre que passi­ dem a respeito do espaço para ocidente dos Cobertos. era a antiga rua da Tanoa­ vei a fonte. para que os mais curiosos da Porta da Casa de Ceuta. o que não ria na extensão que medeava entre a não tenham grandes dificuldades de ir acontece quanto ao espaço para oriente. Porta da Oura e a Porta de Cata-que-la· procurar o que desejam. O pouco que consegui apurar, e que rás; seguia o alinhamento da actuaf Rua ainda se reporta à Cerca Fernandina, é a do Arsenal, desde a Praça do Município Anotações finais - Antes de terminar de as passagens para a Ribeira, neste para poente. mas depois inflectia para farei umas breves menções à actividade sitio da Oura. serem apenas a Porta da noroeste pela actuat Travessa do Coto­ das pessoas que serviam nas tercenas. Oura, a Porta da Ribeira (ou Porta dos Ar­ velo, abrindo-se a Porta de Cata-que-fa­ Quando da armação da frota para a mazéns) e a Porta da Casa de Ceuta. ("") rás a cerca de metade da actual extensão expedição a Ceuta. em 1415. era enor­ A porta da Oura tinha duas torres que da travessa. uma vez que o sítio de Cata­ me a azáfama que ia pela Ribeira. Fernão O. João li mandou demolir em 1483, mas ·que-farás (hoje o Largo do Corpo Santo Lopes dá-nos uma descrição sucinta, que V. da Silva duvida de que tal ordem e o Cais do Sodré) começava mais a mas bastante viva. tenha sido completamente cumprida. nascente do que o actual Largo do Corpo • ... uns andavam em alimpar e corre­ Consta ter sido alargada em tempo de O. Santo. ger suas armas. outros em mandar fazer Manuel. ('") A Porta da Ribeira não devia Em 1515 (13 de Janeiro) porque o sí• biscouto e salgar carne ... • ser passagem muito franca, outrossim tio da Ribeira das Naus fosse insuficiente •e em verdade era formosa cousa de não a teriam designado por Postigo. para os trabalhos navais, determina o Rei vêr. ca por toda aquella ribeira jaziam que a praia desde Cata-que-farás até naus e navios, nos quaes de dia e de Tercenas novas de O. Manuel - Em Santos estivesse sempre livre para se noite andavam cafafates e outros mes­ toda esta conjuntura o que se pode ter poderem aí querenar as embarcações. teiraes ... doutra parte jaziam muitos bois por certo é o lacto de as tercenas, no Assim se lê: e vacas decepadas. e aJll muitos homens inicio do reinado de O. Manuel. se terem •Provisão per que el Rei manda que a esfolar e outros a cortar e salgar, outros estendido para ocidente. para lá da Porta avendo respeito à neçessldade que ha a meter em toneis e em botas. em que da Oura. Um documento do ano de 1501. nesta cidade de Lixboa de lugar onde se haviam d'ir•. menciona a existência de uma torre •Pe· possão espalmar e correger as nãos se •os pescadores e suas mulheres ti­ gada à casa nova dos mastros que ora nom afore nem dee de aforamento nhum nham cuidado de abrir e salgar as pesca· mandamos fazer à porta da Oura, e pe­ chão na praia de Cata que Farás, assim das e cações e arrayas. e s1m1thantes gada com a nosssa tercena nova•. ('"') como vai desde o cerco que vai das ca­ pescados. dos quaes todos os togares Assim. e salvo melhor opinião. con­ sas que fotão do Secretário António Car­ onde o sol linha maior assocego. eram clui-se que as tercenas. ao tempo de O. neiro até Sanctos e esteja sempre deso­ cheias•. João li, não ultrapassavam para poente a cupada a dita praia.• (Provisões de O •OS tanoeiros não eram pouco traba­ Porta da Oura. e é O. Manuel que aumen­ Manuel. fív. 4, doe. 24) lhadores em fazer e repairar as vazilhas ta essas tercenas com uma outra, Aliás já em 1498 (18 de Agosto) tinha pera os vinhos e carnes e outros manti· •nova•. que posteriormente veio a ser determinado aos oficiais da Câmara de mentas•. conhecida como Ribeira das Naus. Não Lisboa que não dessem de aforamento •os alfaiates e tozadores em aparelhar indica, porém, até onde. Todavia. docu­ qualquer chão na Ribeira da cidade. pannos e fazer librés de diversas mentos da época mostram que iria ate à (ld .. liv.• 2. doe. 18) guisas... •. Porta ou Postigo que Lopo Mendes do As tercenas da Ribeira das Naus en­ •carpinteiros em encaxar bombardas Rio abriu na cerca. em 1501: •um bura­ contram-se representadas em gravuras e trons e em endereçar todas as outras co, por nossa (de O. Manuel) licença, em e pinturas do século XVI, e figuradas por artilharias. as quaes eram muitas e o qual elle hade fazer porta•. ('") Não diversos artistas desde então para cá. grandes•. tardou que nas proximidades se viesse Por isso entendo não dever prosseguir •os cordoeiros em fazer guindarezas instalar o mercado do carvão, e logo o para além da referida época. e estrlnques e cabras. e outra muita cor· vu tgo o passou a chamar Postigo do No decorrer deste trabalho socorri-me doatha de hnho ... • ('") Carvão. de muitos documentos. na maioria rele· E que as tercenas não deviam ir muito renciados, bem como de estudos de al­ Agora passo a uma breve menção aos além deste sitio, depreende-se de um guns escritores, mormente dos que se oficiais que exerciam a sua profissão nas documento. donde consta que embar­ dedicaram à reconstituição da Lisboa an­ lercenas. de meados do século XV a gando o senado em 1514 as obras do tiga. Sem essa teria sido mais difi· meados do século XVI. A escolha deste 13 período deve-se apenas ao facto de se Creio desnecessário transcrever es· Prata em ObltQUO, e a pouca d1slànc1a do ac1ua1 Terr0tro do Paço) . encontrar maior profusao de documen· tes cap1tulos por a obra se ter tornado Já I") O P vof. 1, doe. 399. cfr. Chanc. de O tos e, diga ·se em abono da verdade. famosa e ser demasiado conhecida Afonso V. llv 3, li. 40 v porque Sousa V11erbo (' •) nos facilitou a tarefa, coligindo-os. Alguns desses ofl· ("l O P., vot. Ili, dOCS 25 e 28. clr Cnanc. de O Afonso V. hv. 9. li, 96, e hv 8, li. 114 cios 1á sào conhecidos de séculos ante­ (") Annaos. 1 • Mom•, pg t32. riores. como por exemplo o de Mestre de fazer navios. que consta de um docu­ (") Clr Chanc. de O. Afonso V, hv 21, li. 27 v, mento de O. Afonso Ili. Citemos: (°') Alm Ou1ntela. Annaes. 1 • Mem •. pg_ 42 e 3 . d•pl MESTRE DOS REMOLARES - João 44 (") V da Silva. As Muralhas. vol 1, pg 124 - Afonso ("") - do tempo de D. João t até ("') Oocumenios das Chanc:elonaS Reais. P este doe. e uim~ oUldo oor J Venssomo Se<. 1455. João Alvares - em 1455. Azevedo. doe. LXXXIV cfr Chanc de O Afonso rào. 11in0ranos ra muito dano ClaS João Esteves- 1502. noui em ll9S T 34 A·B·C tondu dos fctre.rc>s que ntavam Juf!lo dela e da tesióéoeia de leonot Pois. ·asy de poo como de MESTRE DA CARPINTARIA - João (") lbod doe CXXVI, clr Ct>anc. de o. Afonso v.ov 34,n 50v fumo q~ um cousas pouco a>nvementes para a Afonso Cr1sp1m - tempo de D. Afonso dita casa e morcadaria que ela esta •. Maooa V Joao Afonso de Chaves (veio das ter· (n) V d4i Silva. Muralhas. clr E.xtremadura hv mudar • (Exuomadura, tiiv 3. n 102 v) cenas do Porto) - 1490. Álvaro Gil (su· XI, li 184 v. e Chanc de O Fernando. l1v f, fl ("J Chanc de O João li. llv VIII. li. 25 v cedeu-lho)± 1503. Sebastião Gonçalves 170 V (") 111norar1os de O. Joào li. J.V Serráo, c11 - 1523. António Àlvares - 1570. (") lbod (°') lbld vol. 1, pg 124. loc. a O.P.• vol Ili, pgs. 333-334. e Extremadura. MESTRE OE AXA DAS GALÊS - (") lbld. vol 1. pg 120. Uma carta régia do 22 llv 3, tis. 95 v e 98. Mestre António - 1542 do Março do 1484, d•z respeito a cedêr>COa de um 91 MESTRE DE FAZER GALÊS - Estê· lCJrono. que fava 1unto ao alpendre das casas ( ) L1v t •do Provimento da Salfde, doe 26, vào Anes-1451 Braz Gomes-1563. do Ceuta ArQ º daCML Diz o Rot oos Vereadores •Nos EI Rey. sa· (") Arch H•MÓOgO Bo1elll0. 14 déomo-prime1ro, •Das V1ctualhas•. desde o mclO da aclual Rua Augusta até à Rua da t 500 - e oullOS mars IRISALVA MOITA

A CASA DOS BICOS O SÍTIO E O EDIFÍCIO 11

O facto da Casa dos Bicos aparecer já harmónio, o tradicional e caracteríslico implantada, ocupando o seu lugar pró• telhado de • tesoura•. prio, em todas as panorâmicas de Lisboa De acordo com as dimensões regista­ do século XVI, desde as mais antigas. das no cadastro da cidade mandado fa­ não tem ajudado grandemente a esclare­ zer pelo Marquês de Pombal depois do cer com rigor a sua cronologia, devido à Terramoto de 1755, aquela residência imprecisão das datas das mesmas e por ocupava uma área quase quadrangular a cronologia da maior parte delas ser de­ com os seus 93 palmos e dois terços de masiado tardia. Na panorâmica de Lis­ largura (20,60 m) e os seus 93 palmos boa, inserta na Crónica de D. Afonso de profundidade (21,12 m). medidas que Henriques de Duarte Galvão, publicada se encontram conlirmadas no terreno ('). cerca de 1517 e na panorâmica Inseria Tinha dupla fachada. sendo a principal, a na obra de Simon de Beninc. de cerca de que tinha acesso pela rua Afonso de Al­ 1530-1534, encontra-se apenas esboça• buquerque. e de que não ficou qualquer da. sem o pormenor suficiente que nos representação iconográfica da sua ex­ permita concluir tratar-se já indiscutivel­ pressão primitiva, chegando até nõs re­ mente da reedificação de Brás de Albu­ duzida a menos de metade da altura de querque ou. pelo conlrário, das casas um andar. Coevos da construção primiti­ que já aí existiam em vida do seu pai ou. va, apenas existiam, à data da reconstru­ talvez. dos seus avós. Ao contrário. no ção actual, os restos dum grande portal desenho que representa a panorâmica com moldura manuelina que dava aces­ de Lisboa existente na Biblioteca de Ley­ so a um pequeno pátio. donde partia a de, a Casa dos Bicos já se encontra per­ escadaria que servia de mais um passa­ leitamente delineada com seus vános diço para os que, do interior da cidade, andares, e esboçada a sua estranha de­ pretendiam alcançar a praia. Era através coração. Porém, sobre a cronologia des­ deste portal e pátio que se fazia o acesso te precioso documento impende, por para os andares nobres e era sobre ele ora, grande indecisão. que estava colocado o brasão dos Albu­ Todas as outras panorâmicas de Lis­ querques ('). boa onde se representa a Casa dos Bi­ A rachada sul, a que foi decorada com cos são posteriores aos meados do sé­ •bicos•, apresentava quatro pisos, dois culo XVI, pelo que nada podem adiantar de lojas. os que resisbram ao Terramoto, ao esclarecimento do assunto. e dois andares residenciais com entrada pela rua do Albuquerque que desapare­ A Casa dos Bicos, tal como é repre­ ceram com o cataclismo. sentada nas panorâmicas de Lisboa an­ Nesta fachada, ao nível do rés-do­ teriores ao Terramoto de 1755 e nos ·Chão, abrem-se duas portas de arco po­ transmite a imagem que dela foi fixada lilobado e contracurvado que devem ser no painel de azulejos do Museu da Cida­ as únicas coevas das obras de Brás de de, dos inícios do século XVIII, que re­ Albuquerque. As outras quatro portas presenta uma vista da Ribeira Velha, era que o edificio apresenta actualmente de· uma edificação com vários andares, com vem ter sido abertas em época posterior, loja. sobreloja e dois pisos principais ou três delas para servirem as lo1as e arma­ •sobrados•. rematada por telhado em zéns que ali se foram estabelecendo, e a 1 s Pormenor da Perspecliva de Lisboa na segunda metade do séc. XVI, mostrando a topografia do local onde se encontra implantada a CASA DOS BICOS antes do Terramolo de 1755. Titulo: OLISIPO quae nunc Usboa ...... Gravura onserta na obra ·Cidades do Mundo•. de George Braun10. V volume, 1593.

16 Ex-voto dedicado a Nossa Senhora de Porto Salvo­ pormenor mostrando a Ribeira Velha. com a CASA DOS BICOS bem realçada. Óleo atnbuido a Amaro do Vale (1615 a 1619). lgre1a de S. Lu1s dos Franceses quarta, de proporções menores, deve ter constante das residências nobres de Lis­ sido aberta, quando se tomou necessá· boa dos finais da Idade Média. rio restabelecer a passagem pública, Sobre esta fachada também existia pois é esta a entrada que se correspon­ uma pedra de armas dos Albuquerques, dia com o portão principal do lado da Rua de pequenas dimensões. que se distin­ . O acesso fazia· gue no painel de azule1os com a Vista da -se através duma escadaria que vencia o Ribeira Velha. Deste brasão foi recupera· desnlvel entre esta rua e a Rua dos Ba­ do um fragmento durante as escavações calhoeiros. Esta escada, com os degraus de 1981 a 1983. superiores em pedra, foi também retira­ Apesar dos seus' vários pisos. a Casa da durante as obras de reconstrução e do Bicos, apenada entre a antiga Rua substituída por uma outra. mais ampla, dos Arcos ('). actual Rua Afonso de Al­ construída. segundo os arqultectos res­ buquerque, e a praia. onde se veio esta­ ponsáveis pela obra, em memória do belecer o mercado da Ribeira Velha, Passadiço ou serventia pública cujo en­ atravessada. no seu interior. pela mura­ cerramento dera origem a violentas re­ lha antiga da cidade, nunca se Impôs pe­ clamações por parte da população no sé­ las suas dimensões, na verdade. bastan­ culo XVII ('). te mesquinhas. destacando-se, entre o restante casario da Ribeira Velha e Cais A sobreloja, separada do piso inferior de Santarém. apenas por constituir uma por um saliente cordão de sllharia, apre­ nota fortemente dlscordanle, devido à senta uma série de janelas de tamanhos sua estranha decoração. diferentes. dispostas assímelricamente Na realidade, toda a rachada sul da que aparecem já nas representações Casa dos Bicos, voltada ao Tejo, loi inte­ mais antigas deste edificlo. gralmente decorada com pequenas plrâ· Os dois andares nobres, apresenta­ mides de base quadrangular, de eleito vam, além de amplas janelas com arco estético duvidoso, mas, sem dúvida, polllobado, grupos de janelas gemina­ conseguindo uma ênfase que. certa· das, e uma galeria com três arcos. à altu­ mente. não deixou de ser um eleito pro­ ra do penúltimo andar, pormenor arqul­ curado pelo bastardo de Afonso de Albu· tectóníco que, variando de dimensões - querque e da dmourisca• Joana Vicente. por vezes, ocupava toda a largura da fa­ Tanto a Casa dos Bicos, como a Quin­ chada - parece ser uma caracterlstica ta do Paraisa. em Azeitão. popularizada 17 Partida de S Francisco Xavier para a Inda, em 1541 Pormenor mostrando a Ribeira Velha vendO·se a CASA DOS BICOS Ôleo de autor nao IClenbficado 1 ' metade do séc XVIII Museu Nacional de Arte AnLga

Pormenor d• Panor~m ca de L sbOa em azuleio ptovon ente do Pal3cio Tentügal (actua mente no M..seu do Azulei<>) locando um aspecto da R bc ra Ve!ha com a CASA oos arcos como se encontrava anros oo Terramoto 18 Pr me ra metade dO sôculo XVIII sob a designação de Quinta da Bacalhoa O busto de Brás ôe Albuquerque - e. apesar do indiscutivel valor artístico que se encon1ra no Palácio especialmente atribuído à última - pela da Quinta ôa Bacalhoa em Aze11ão sobrecarga de elementos decorativos de grande eleito. são bem a expressão de manifestações perdulárias de novo rico que as •quíntaladas da pimenta• permiti­ ram e sustentaram. Sob a exuberância duma decoração lmpositlva. Brás de Al­ buquerque poderia pretender esconder um certo complexo que não deixaria de sentir devido à Irregularidade do seu nascimento e condição inlerlor da sua mãe, talvez uma escrava. a quem ele nem sequer se refere nos Comentânos que dedica à vida e obra do pai. Se. na realidade. tal pretendeu, não podemos dizer que não tivesse conse­ guido o eleito desejado. Na verdade, a Casa dos Bicos. desde a sua reedifica­ ção quinhentista. não mais deixou de ser ponto de referência importante em todas as panorâmicas de Lisboa, tornando-se numa das grandes curiosidades da cida­ de, citada por nacionais e estrangeiros e. tão popular. que deu origem ao aforismo •ora não se perca a Casa dos Bicos• que o povo emprega, quando pretende minorar a perda de qualquer objecto pre­ cioso, o que demonstra a Importância que lhe era atribuída no contexto cita­ dino. No entanto. apesar de estranha ou ~esmo extravagante, a Casa dos Bicos, unlco edillcio em Portugal que saibamos (') existe com tal decoração, raz parte de um conjunto não multo numeroso. mas. de qualquer forma. significa11vo, de mo­ ~ umen tos. geralmente palácios. com idêntica decoração, quase todos apre­ sentando cronologia situada entre a se­ gunda metade do século XV e a primeira do século XVI, conhecidos pelo denomi­ nativo comum de •casas de bicos• ou •palácios de diamantes•. Mais vulgares na Itália. onde. provavelmente. o modelo tem a sua origem, contando-se entre os exemplares italianos mais populares. o Palazzo Bevilacqua de Bolonha, do ar­ quitecto Gaspar Nadi, o Palazzo Stare­ pmto de Sciaca, na Slcilia. e os Palazzo dei Diamanti de Verona e de , os dois primeiros edificações da segunda metade do século XV, e os dois últimos, já no primeiro quartel do século XVI. O Patazzo dei Diamanti de Ferrara, cons­ truido sob o projecto do arquitecto Biagia Rossetti para Segismundo d'Este, é, tal­ vez, de todos o mais tardio. Em Espanha existem também alguns exemplares já referenciados. sendo o 19 mais conhecido a Casa de los Picos de aquele pais entre 1521 e 1522, deve ter Segóvia, construção dos finais do século apreciado alguns dos exemplares que XV. Em Albacete. na antiga rua dos Con­ citamos. des de Vlllareal existiu um Interessante Se, porém, a data de 1523 que lhe edifício, Igualmente conhecido por Casa tem sido atribulda for apenas uma data de los Picos por ostentar decoração limite mínima, podendo ser-lhe atribuída. idêntica, que loi estupidamente sacrllica­ como já alvitrámos, uma data mais tardia, da por um urbanismo irracional. O Palá­ posterior a 1526, a Influência Italiana po­ cio dos Duques do lnfantado em Guada­ derá também ter sido reforçada por al­ lajara, vasto edillcio dos finais do século guns dos modelos espanhóis. país que XV, projecto de Juan de Guas, apresenta Brás de Albuquerque igualmente visitou decoração similar. quando integrado na comitiva nupcial da Levada geralmente por arqultectos Imperatriz Dona Isabel, como também já italianos que figuram como autores dos foi referido. ediflcios que a ostentam, vamos encon­ Apesar do seu efeito algo bárbaro, trar a mesma estranha decoração repeti· que tem levado os críticos a pretender da na Alemanha, na Câmara Municipal ver nela influências exóticas, tal decora­ de Lubeck, em França, na Maison des ção parece ter encontrado, ao contrário, Diamants de Marselha, na Escócia, no a sua origem no •almoladado• romano, Crichton Castle de Edimburgo e até na posto em grande voga pela arquitectura longlnqua Moscovo, onde, sob projecto renascentista para dar maior realce às fa· dos arquitectos Italianos Marco Aloíso de chadas. Claude Mignot, no seu funda­ Carcano e Pietro António Sofario se mentado trabalho, La bossage a la Re­ construiu, entre 1481-1491, a Granovi­ naissance: Syntaxe et iconographie ('). taia Palate. além de apresentar um grande número Também da Itália veio, com toda a de exemplos que documentam algumas probabilidade, a inspiração da Casa dos das mais interessantes Interpretações Aspecto actual da frontaria Bicos da Ribeira Velha de Lisboa, pois conseguidas com base no aparelho rús­ 20 da Casa dos Bicos Brãs de Albuquerque quando visitou tico romano, chama a atenção para o Fragmento do brasão clOS AlbUQuerques encontrado nas escavações le tas no exterior da Casa clOS B>COS em 1983

21 Aspecto paroal do grup0 de cerar"'5 romanas aparecimento de algumas outras mam· poslas a descoberto "° 1nteri0r da casa doS B cos. !estações paralelas. de que a fachada da durante as Obras de reconstrução de 1981 · 1983 casa de las Conchas de Salamanca. ou o Cunhal das Bolas dum palácio do Ba1r· ro Alto, em Lisboa, decorado com meias esleras - os pomos de ouro da lenda são apenas alguns exemplos. A verdade. porém. é que se a singular decoração em lorma de ponta de d•a· mante tem a sua origem numa man1fes· taçào arrancada ao mundo clássico, a aceitação dela na forma exagerada e bi· zarra em que se apresenta nos séculos XV e XVI, rellecte, sem duvida, um gosto e uma mentalidade, permeável ao rústico e exótico. E mio é certamente por acaso. que. em Portugal, esta decoração apare· ce associada á arqu1tectura de estilo dito manuelino e. em Espanha, à arqu1tectura de estilo dito 1sabelino, ambas traindo, a cada passo, escondidas ralzes mude1a· res. Allnal, o sangue mourisco de Joana V1cen1e vingou-se do esquecimento a que o filho a quis votar O Terramoto de 1755 e o 1ncênd10 que se lhe seguiu arruinaram profunda· mente toda a Ribeira Velha, ficando a Casa dos Bicos reduzida aos dois anda­ res Inferiores da loja e sobrelo1a. da parte da Rua dos Bacalhoeiros. e a pouco mais de um terço do andar térreo. ou pãtio de acesso, do lado da Rua Alonso de Albu­ querque. Protegida esta ruína por um te­ lhado de emergência, chegou até aos nossos dias. cumprindo a função de ar­ mazém de bacalhau. Como propriedade vinculada que era, encontrava-se ainda na posse dum descendente da lamllia Albuquerque, Francisco Xavier de Mello. à data do Terramoto de 1755, permane­ cendo na pose dos descendentes da mesma famllia até 1873. apenas com uma pequena interrupção entre 1838 e 1839, em que. por lapso, logo reparado, chegou a ser vendida a um inquilino da casa('º). Apesar de muito diminuída nas suas proporções e no seu efeito urbanlstico, foi a fachada da Casa dos Bicos classifi­ cada monumento nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910, continuando, porém, a sua protecção e destino. a ser motivo de preocupação, por parte das várias edilidades. Entre 1924 e 1933, o Município fez várias tentativas. sem su­ cesso, no sentido da sua aquisição. pen­ sando, então. destina-la. ora a Museu da Cidade, ora a um hipotético Museu Ca­ O edifício que, quando da sua aquisi­ mões. Insistindo na sua compra em ção pelo Municlpio, encontrava-se em 1949, pensou então aproveitá-la para a más condições de conservação, loi entre reconstituição duma tlpica casa quinhen­ 1969-1974 ob1ecto de obras superticiais tista (" ). Nesta data, punha-se jâ, vaga­ de conservação e recuperação, sob a mente, a possibílidade da sua reconstru­ orientação do arqu1tecto Raul Lino. Este ção. No entanto, só bastante mais tarde, arqultecto que loi autor de um antepro­ em 1963, depois dum processo moroso jecto. datado de 1952. que previa a re­ e algo rocambolesco. o que restava da constituição do imóvel com base na ico­ casa que foi de Brás de Albuquerque, nografia dele existente, anterior ao Ter­ primeiro autarca a ter o título de Presi­ ramoto de 1755. não foi. porém, além da dente do Senado da Câmara, velo à pos­ sua consolidação, reposição de alguns se do Município. adquirida, então, aos elementos e substituição de outros. descendentes de Joaquim Caetano Lo­ Em 1976 a Vereação Municipal presi­ pes da Silva. dida pelo Eng.• Aquilino Ribeiro Macha­ Por ser um dos poucos edllicios con­ do, persistindo na ideia de ali instalar um temporâneos do século de oiro dos Des­ museu de manifestações luso-indianas. cobrimentos existentes na Cidade - re­ encarregou o arquitecto José Daniel duzida embora a uma ruína - e ter sido Santa Rita de apresentar, com o apoio solar da família de Afonso de Albuquer­ dos Serviços do Museu da Cidade, um que, o conquistador de Goa e uma das projecto para a recuperação do edifício. mais ilustres figuras da gesta portuguesa Aquele arqultecto r.hegou a elaborar um do Oriente, a Edilidade que a adquiriu projecto preliminar que não previa a re­ pensou destiná-la a um centro cultural constituição do imóvel, mas apenas a re­ de documentação luso-asiática. incluin­ cuperação da rulna com vista à sua utili­ do um Museu de Arte Indo-Portuguesa, zação. projecto que também não chegou centro que chegou a ser oficialmente de­ a ser implementado. signado por •Casa de Goa•. Tal destino, Foi Interrompendo este vazio que o Capitel romano em eslilo corlnt10. com pequenas variantes. não deixou Comissariado para a XVII Exposição Eu­ Proveniente das escavações mais de ser retomado pelas Vereações ropeia de Arte, Ciência e Cultura realiza­ realizadas no interior da Casa dos 81cos que se têm sucedido. da em Lisboa em 1983, se propôs. a par- Museu da Cidade 23 Base de coluna romana Proveniente das escavaçoes realizadas no interior da Ca'ltl dos Bicos Museu da Cidade

hr de 1981, recuperar a Casa dos Bicos fase preliminar de trabalhos de escava­ para nela Instalar o núcleo daquela expo­ ção que Incidiram no subsolo da casa e sição dedicada ao tema •A Dinastia de que decorreram sob a responsabilidade Avis e a Europa do Renascimento .. res· do Museu Nacional de Arqueologia Es­ ponsab1hzando, desde logo. pelas obras tes trabalhos vieram revetar ter sido de adaptação a prosseguir para o efeito o aquela zona ribeirinha, na época romana, mesmo arquitecto José Daniel Santa um cen1ro de industrialização, pela des­ Rita. cober1a no local de algumas cetarias si­ No decurso dos trabalhos. a equipa tuadas 1unto da antiga linha de água, presidida por este arqu1tecto e de que onde se fabricava o •garum•. produto fazia parte também o arqu1tecto Manuel obtido à base de peixe em salmoura, de Vicente. veio a abraçar o velhO pro1ecto grande consumo no mundo romano. da reconst1tu1çào do Imóvel no seu as­ Construidas de encontro à escarpa que, pecto e volumes pnm1tivos. a partir da da Sé. desce. abrupta. em direcçào à ri­ 1c:onograf1a antenor ao Terramoto. espe­ beira do Tejo. borde1ando a água. como cialmente baseando-se no painel de as suas próprias funções o exigiam, fa­ azule1os que representa a Ribeira Velha ziam. certamente. parte dum grupo mais pertencente ao Museu da Cidade, pro- extenso ainda por descobrir. disposto ao 1ecto que não foi integralmente cumpri· tongo da margem direita do rio e que. do, tendo aqueles arqu1tectos optado por com o grupo de cetarias situadas na mar­ uma solução de compromisso. quanto a gem esquerda do 110, também recente­ nós bastante controversa mente postas a descoberto por Cláudio Torres, constituíam. no conjunto, Impor­ Em resposta a uma recomendação da tante centro industrial da época romana Càmara Municipal de Lisboa que preten· marginando o Te10. Estas escavações dia ver salvaguardados os matena s que puseram também a descoberto parte da as obras a prosseguir viessem a revelar. muralha da •Cerca Moura• demolida incluindo a escavação do subsolo. o Co­ quando da construçáo daquela residên­ missariado da XVII Exposição de Arte, cia, aliás importante parcela que pode Ciência e Cultura fez preceder as obras a1udar a rectificar a cronologia daquele 24 de recuperação e reconstrução duma importante monumento, e ainda outros pormenores como um pavimento de tijo­ Coluna honorifica dedicada leira, colocada de cutelo, possivelmente ao Imperador Marco Aurélio Oprobo. Séc. li dC contemporâneo da reconstrução de Brás Proveniente das escavações reahzadas de Albuquerque. De mistura com os en­ no lntenor da Casa dos Bicos Museu da Cidade. tulhos. loi retirado um espólio muito cu­ rioso, pertencente a várias épocas, constituido por vasilhame diverso, ligado ao quotidiano da própria casa, ou acumu­ lado no terreno antes da casa ter sido construida, além de elementos arquitec­ tónicos romanos e medievais (fragmento de coluna honorífica, capitel romano, parte superior duma ara) talvez para ali arremessados, a partir das plataformas superiores. Dos resultados destas pesquisas e descrição do espólio recolhido já lol dada noticia em vários trabalhos pelo Dr. Cle­ mentlno Amaro, responsável pela briga­ da que electuou os trabalhos de escava· ção ("). Este espólio, depois de apresentado na Casa dos Bicos durante a XVII Expo­ sição Europeia de Arte, Ciência e Cultu­ ra, loi transferido para o Museu da Cida­ de onde se encontra em exposição.

(') O Tombo de 1756 diz, toxtuatmente •Pro• priedaco de Francisco Xavier de Mello chamada dos btcos que tem do frente noventa e três pai· mos a dois terços, e de fundo athe a Rua do Albuquerque noven1a e seis pafmos. com 101a e sobreloja e dous sobrados, com pa1edes com­ muas com os ve21nhos• (Tombo do l>airro ee da B.N.l.), a p. 207 vêm reproduzidas as armas dos Albuquerqucs, oom o seguinte anotação, em lê­ tra do século XVII, segundo Solva Túho Que a transcreve: 111ASS4m estao nas suas notave1s ca­ sas dos diamantes da R1be1ra de Lisboa• Tam­ bém Manuel Gomes Bezerra, em Os Esuanger­ ros do Lima, diz sorem as armas dos Albuquer­ Ques "'ªS que se achavam na casa dos 01aman­ tes. à Porta do Mar de Lisboa, Que foi do doto Affonso de Albuquerque•. Anselmo Braamcamp Freore em Bras/Jos

untei de po<1a romano Proven•ente das escavaçóos realizadas no 1ntenor ela Casa dos B•COS 26 Museu da CJclade em Aze1ráo. Monograph1a H1stônco·Art1st1ca L•sboa Imprensa Nacional 1895 Chnstovao AyJeS - Testamento de Affonso de Albuquerque. Memória hda A Academia Real das Sc1onC1aS de Lisboa 1899. Pubhcada em •Bole11m da segunda classe. vol IV, fase. n 2. 1910. Anselmo Braamcamp Freire - Brasóes da Sala de Cintra, vol li, Lov XIV. 2.• ed .. p. 203 o sop. 1921 Antomo Baião - Alguns ascendentes de Albu· querque e do seu filho, â luz de documentos tnédJIOS. António Batâo - Aflonso d'Albuquerque. Cal •Grandes Vultos Portugueses .. Lisboa. 1913. Sousa V1terb0 - As dadwas de Alfonso d'Albu· qucrque •Arch•vo H1stónoo Por1uguez•, vol li p. 4 Lisboa, 1904 Pedro de Azê\ledo - O fldet-comm1sso de Affon so de Albuquerque (na Graça de Lisboa) ·Ar· Lose1as de pavimen10 levanunes (Manlses), séculos XV-XVI. ch1vo H1stór.co Portuguez•, vol t pp Provenientes das eseavaç6es 157/188. llsboa, 1903 reahzadas no 1ntenor da Casa dos Bicos Sousa Vllerbo - A avô materna de Alfonso do Albuquetque - Os penhoristas do Século XV (') Luls Paslor de Macedo em Lrsboa de Lés· (') Pubf1cado na revista: Formos. Bullotm da •Atch1vo H1st6nco Por1uguez .. vol. 1. p. 409 -a-Lés (vof. 1, pp. 37 a 39) 1ranse. oom o fundamento de t !arde. a porta do lado Sul da sua casa. que focava Ed!J"r Presiage e Pedro Augus10 de São Bar· nao poder ser aquela casa vendida. por se tratar em correspondênaa com o portão do lado norte, lolomeu de AzevCoa. 2.' ed1ção, vol. 1. Lisboa. 1940 deflnluvo, em 1873, permanecendo, desde en­ Alonso de Albuquerque e Rua do Albuquerque A. V1e1ra da Silva - A Cerca Moura. Estudo histtl. tão. nos descendentes da ramíha até à sua com~ em referência a Brás de Albuquerque. por este nco d8$crwvopp. t23e segs .. 2 edição, Lts· pra, em 1963. pela Câmara Municipal de Lisboa ter ai a sua importante casa e ser pessoa grada boa, 1939 do SihO. (") Oehberação da C.M.L de 22 de Selembro Espo1ad1camen1e lol também designada por de 1949, aprovando que so saboto ao Governo a Luls Pas1or do Macedo - Usboa do LéS·•·LéS Rua da Casa dos Bicos (Séc. XV11). declaração de u11lidade pública para expropriação Subsld1os para n hls1ô11a das vias públicas da Posteriomente ao Terramoto de 1755 cha­ da Casa dos Bicos para ai ser 1ns1alado um mu· cidade. (Rua Alonso de Albuquerque) Vol. 1, mou-se rua do AImargem, por extensão da deno· seu qu1nhenbS1a p. 19 e ~s Lisboa, 1940. mmação da sua vizinha oom aqueJe deStgnativo. ('') Indicada na •B1blt0gral1a Consul1ada•. Norbetto de Arau10 - Petegrmaçóes cm List>oa. Por edolal de 14 de Fevereiro de 1882 a Rua do descritas por {... ) acompanhadas por Martins Almargem passa. de novo, a denominar-se Rua Barala, Fase. X, p 11 Llsboa,I 1939. Alonso Albuquerque, agora, po1ém, em homena· BIBLIOGRAFIA CONSULTADA Norberto de Arau)O - lnventilno de Lisboa. Fase gem ao grande conquistador da lndoa. V, p. 29. l1Sboa. 1947 (') A menos que corresponda a uma casa oom decoração semelhanie, a •Casa dos Bicos• da AniônlO da Solva Tuho - LiS~oa Velha e Lisooa DlccJomlrio 81óloogtaphtco Porruguez Es1udos lregues1a de s. Tomé, citada no Llv.11 do Censual Nova - A Cssa dos BICOS. •Arch1vo P1torcs­ de lnnocencio Francisco da Silva apphcãve1s da Fazenda da Universidade de Coimbra que CO•, vol Ili, pâg 73. L86, 95, 102, 111, 158, a Portugal o ao Braul (nola boog1af1ca de Brás Pas1or de Macedo (ob. c1l, p. 64) refere por noll· 383, 391, 398 e 41 O Lisboa. 1860. do Albuquerque). Tomo 1, p. 7 Lisboa 1858 eia que lhe foi transmitida por Ma1os Sequetra. Visconde de Sanches de Baena - Resumo histô~ Porrugal D1CC10Mno H1stórrco, BrograPhrco, a,. A. decoração conhgurando dlamantes ou .-b1- llco o genealógrco da fam111a do grande Allon· óllographico, Heraldtco, Chorograph1co, Nu­ COS• foi também interpretada em pintura, como so de Albuquerque para servir de comple­ m1smatico e Ar11st1co... Obra •Ilustrada com aconteceu no Palácio Schwarzemberg do Praga mento â monographra publicada em 1860 no cen1enas de photogravuras e 1ed1g.cta segun· (actualmente Museu M1htar). ed1f1caçào dos mea· ..Archivo PlUorescoll>, sobre a Casa dos Bi­ do os trabalhos dos mais notáveis eSCf1pto­ dos do século XVI que apresenla as facha· cos• L1Sboa, 1881 rcs, par Esteves Pereira e Guilherme Rodn das complotamenle pintadas com aquela mesmo gues. vol li. p. 836. IJsboa. 1906 motivo J. 1 de 81110 Reb - Ementes HISIÓllCBS. 1 A edade de Alfonso de Alóuque1que. Gasa Brcos. •O Arqueólogo Português•. vol. Também o azule10 chamado de •ponta de doa· dos J. M. A Noguerra - Os ossos de Altonso d'Alóu· XVI, p. 195, Lisboa, 1911 mante .. que se divulgou, entre nós, a partir dos querque. •Comércio de Por1ugaJ•. n." 1 533. hnals do século XVI. revestindo. geralmente, su­ Nogueira de Bnto - Volta a dar que falar a casa de 13 de Agosto de 1884 Perflcles interiores repete o mesmo elemento dos Bicos ·O Nolfclas llusuado· n • 187 decorabvo. Joaquim Ras1eiro - Ournla e Palbcio d8 Bac;imoa 1932 27 Ca~os dos Santos - 1Ora oão so perca a casa Azuleros H spano-M cxmse. Sevilhanos) dos Fet1a da ladra• Rev!Sla dor.goda. &COS' • da 1 • metade do •éculo XVI por Cardoso Mana vof IV. pp 1221123 l•s· Provenocntes das escavações reaflzadas boa, 1932 no interior da Casa dos Bico Albetto Pereira do AJmetda CaSil ao.. Bi.;os ·Portugal Monnumenlal• USl>08. 193~ An10r110 Lnmbert Porona da Silva - Casa dOs 8f­ cos ·Nobres casas de PCHtuQal• vai 1 o 155 José Manuel Fernandes - A metamodose da Casa dos BICOS Jornal •Expresso•. dn 6 de Outubr cudcm do ._,arqOO~ de Pombal Cóp.a do manuscrito or1· Otllal e•istcnie no A N.T 1 •.11mvés da cópia de Josó Valonllm do Fra11as Gab1note de Es· tudos Ohsipooer ·>eS Hélder Cal>nta. Joao Pauto Conce.çao e Moguel P1men1a - EJemontos para o ostudo d.1 Casa dos Bicos Edição pa1roc1noda pela Sehell Pottuquesa sob 01 aUSPCrOS do Cornl$$ana· do "9<1 a XVll E•posiçio Euro,,..a oe Me. Coêncoa e Cultura. 1983 Ctomenbno Amaro- casa cios Bicos Nol1N tus· IOllC

Caço11a e po10 Ceràm1e.1 comum Século3 XVII-XVIII

Taça moldada. frasco e pt)caro Ce.àmica fina Séculos XVl·XVll Cas1 çal. Cerãmoea v•drada secu1os XV·XVl

Po10 sem asas com decorac;ao em la•xas. l•po •con1as•. Fa,ança nac•onal (Lrsboa?) securos XVll·XVlll Prato com decoração est zada Fa ança naoonal (bsboa?) $écUlos XVII-XVIII

Proto com decoração hpo •renda• no bordo. Fa ança nacional. Séculos XVII-XVIII

Jarro e cand 1 Vidro Séculos XVII-XVIII 31 Poies sem asa Cerãm ca grosse.ramente vidrada Séculos XVll·XVlll

Taças e iarro Ceram<:a grosse ramonte \'idrada Séculos XVII-XVIII

Garrafas. Vrclro verde escuro. 32 SéculOS XVII-XVIII FRANCISCO LEITE DE FARIA

OS CAPUCHINHOS ,.., BRETOES DE LISBOA Os Capuchinhos franceses da Provín• nêbre de ... Louis XVIII. Lisboa. Impren­ cia da Bretanha tinham em Pernambuco. sa Real, 1824 Os Padres Constantino de 1unto dos patriotas que se sublevaram Nantes, Aleixo de Jossehn e Francisco contra os holandeses. alguns confrades. de Pon\-1' Abbé loram nomeados Oualili­ cujo numero precisava de ser aumenta­ cadores do Santo Oficio, respecllvamen­ do para fazer progredir essa 1nc1piente te. em 1676, 1695 e 1703 (').cargo en­ missão. Isso, porém. só poderia ser feito tão de relativa Importância. E nenhum com licença do governo português e, outro Capuchinho Bretão se notabilizou com essa finalidade. os Capuchinhos em Lisboa. Levavam vida recolhida e iam Bretões. depois de terem alcançado do passando o tempo pacatamente. Houve. Duque de Aveiro a doação de um terreno contudo. algumas excepções. perto do mosteiro da Esperança. em Lis­ Desde 1648 fizeram muitos esforços boa. conseguiram de O João IV em para poderem ir a1udar os confrades. que 1647 que a1 pudessem construir um pe­ tinham no Brasil. esforços que se desdo­ queno convento. Começaram a habitá-lo braram de 1687 até ao fim do século em 1648 ( ' ) e ai levaram vida XVII. Também llveram grandes confhtos relativamente calma. como é costume com os seus confrades •talianos. que iam acontecer em quase todos os Conven­ ou voltavam das Missões do Congo. An­ tos Atendiam os católicos franceses, de gola e São Tomé. os quais se alberga­ passagem ou residenies na capital por­ vam, às vezes durante muito tempo, no tuguesa. e na sua pequena lgre1a. além pequeno Convento dos Capuchinhos de administrarem os Sacramentos e Bretões em Lisboa. Esses Italianos. e etectuarem outras cerimónias religiosas, principalmente o seu Procurador perante pregavam em francês, principalmente na o Governo português, um tal Padre Pau­ Quaresma. Alguns Religiosos. contudo, lo de Varazze, não se pouparam a eslor­ adquiriram certa notoriedade. Assim. ços para 111ar o Convento aos seus con· além dos Padres Martinho e Bernardo de frades da Bretanha. mas finalmente, Nantes. que tinham sido ramosos mis­ mais ou menos em 1692, instalaram-se sionários na reg1ao do Rio de São Fran­ em casa separada, para os lados de San­ cisco. no Brasil. viveram depois no con­ tos o Novo. Nas vizinhanças dessa Casa vento de Lisboa e são autores. respec\J­ Dom João V mandou construir-lhes um vamente. da Relar10n succmte. & smcere grande Convento e uma espaçosa lgre1a. de la m1ss1on du Pêre Martin de Nantes. que ainda existem na actual Calçada dos Qu1mper, 1707 e do Karecismo Indico da Barbadinhos. onde está a paroquial de Ungva Kamis, Lisboa, 1709, publicaram Santa Engrácia. Esse conflito entre Ca­ também livros os Padres Constantino de puchinhos Bretões e Italianos, que se Nantes, que propriamente era de Ance­ prolongou por bastantes anos. transpa­ nis, Francisco de Pont-1' Abbé e Paterno receu para fora dos muros conventuais e de Pontlvy, autores respectivamente da quase la llrando aos lrades Bretões a sua Oraçam funebre... em as exequias que Casa de Lisboa. Valeu-lhes a influência, se fizeram em a morte da Senhora D. que tinham em Roma, e a protecção do Maria Francisca Isabel de Sabota, Rainha Rei de Portugal, que não queria melin­ de Porrugal, Lisboa. Miguel Deslandes. drar excessivamente a França e se con­ 1684. das Excellencias do Mundo e Con­ tentava com que os Capuchinhos Bre­ servaçam da Vida em Graça. dmg1das ao tões se resolvessem a sair do Brasil('). bem da Salvaçao das Almas. Lisboa Em 1 de Novembro de 1755 deu-se o Pascoal da Solva, 1723. e da Oraison Fu- famoso terramoto de Lisboa. O Hospicio 33 das pelos feridos e doentes. mas os fra­ des talvez soubessem por experiência o que valiam essas promessas. Recusa­ ram-se, ponan10, a aro1ar os feridos e doentes. que aliás foram suficientemen· te socorridos pero Governo português e pelos negociantes franceses de Lisboa As razões dos Capuchinhos Brelões eram decerto dignas de ser ponderadas. mas isso de nada lhes valeu. Por indica­ ção do Cônsul Sa1nt-Julien o Rei de França, que para isso pediu ao Gerar desses frades em Roma a necessária autorização. obrigou todos os Capuchi­ nhos Bretões de Lisboa a voltar para França e fé-los subslltuir por outros. vin­ dos da Bretanha Exceptuaram-se os Pa­ dres José Mana de OOle e Felix de Pont ·l'Abbé com o irmão Frei Paulo de Bé­ cherel. que o Cônsul, por os considerar velhos e incapazes de fazer a viagem alé à França, deixou ficar em Lisboa com au· lorização do governo de Paris. Esle caso foi então muito falado e sobre ele há mui tos documentos no Arquivo do Oua1 d'Orsay Lendo-os atentamente, con­ clui-se que o Cônsul Saint-Julien e a burguesia francesa de Lisboa não apre­ ciavam muito os frades seus compatrlo­ las e não ficamos certos de que a aHtude destes últimos foi razoável ou Insen­ lgieia dos Gapuch nhos Bre10es de Lisboa. sata('). S.luada na Rua da Esperança. como era em 1833 Em 1767 houve conflitos internos en­ ~undO um desenho ~ Lu s Gonzaga Per"''ª tre os Capuchinhos Bretões de Lisboa e a pequena 1gre1a dos Capuchinhos O navio francês trazia a bordo 60 fendes Um deles, um tal Padre João Francisco. Bretões ficaram bas1an1e danificados, e 80 doentes e o Cônsul da França em revoltou-se con1ra os seus Superiores, mas não morreu nenhum dos seus fra­ Lisboa. um tal M. de Saint-Julian. que bateu até no Vigário (Vice-Superior), e o des. Na Bretanha os seus Superiores lambém era Encarregado de Negócios, Superior acudiu ao Embaixador da Fran­ pensaram que os confrades de Portugal. por não haver então Embaixador, quis ça, que rez embarcar à força para Nantes assustados. queret1am lodos vOltar para que todos esses feridos e doentes ou o Padre rebelde. tendo para isso a apro a França e acudiram ao Governo de Pans ao menos grande parte deles se instalas­ vação do Governo de Paris e a a1uda do para que lhO 1mped1sse Afinal era um sem no pequeno Convento dos Capu Marquês de Pombal Sobre este caso boato falso. pois os 8 ou 1O Capuchinhos chinhos Bretões. dizendo-lhes que essa também há documentação no Arquivo do Bretões de Lisboa, embora tivessem Casa pertencia ao Rei da França. Os fra­ Ouai d'Orsay ('), mas parece não ler apanhado grande suslo, não queriam des recusaram-se a fazê-lo, alegando transparecido para fora do Convenlo. O abandonar o seu Convento e estavam a que a sua Casa ainda estava arruinada facto de o Marquês de Pombal, por meio restaurá-lo. sem nenhuma a1uda da Em­ em parte. devido ao terramoto. podia al­ da polícia, ter prestado a sua ajuda. nada baixada da França O úntCO. que o aban bergar apenas e em más condições indica, pois tratando-se de expulsar um donou. f0< o Padre que hnha vindo para umas 20 pessoas e nao pertencia ao Re• frade. decerto a esse Marquês não inte­ pregar os sermões da Quaresma na sua da França. mas ao de Portugal. Além dis­ ressava saber as razões, que para isso lgreJa, os quais. por esta não estar ainda so. uns anos antes os Capuchinhos Bre­ havia. reaberta ao culto. nào puderam ter lugar tões tinham alojado na sua Casa um bom Ouranle a Revolução Francesa o Con­ em 1756('). numero de Franceses. que lhes causa­ vento dos Capuchinhos de Lisboa serviu Em 18 de Agosto de 1761 entrou no ram decerto bastantes lranstornos e ao de asilo a muitos Bretões, confrades lu· porto de Lisboa o navio francês /e Coura fim nada lhes deram. apesar de lho te­ gidos da Brelanha Chegou a haver en­ geux. que ao largo de Vigo. na Galiza, rem prometido. Um t1co negoeiante fran­ tão nesse Convento uns 40 Religiosos. tinha sido atacado e vencido por um bar· cês de Lisboa, chamado Ratton flls. pou­ refugiados e muito apertados. pois a co inglês. A França e a Inglaterra esta· co depois de chegar o navio /e Coura Casa. como se vê pelo seu inventário vam então em guerra, a Guerra dos Sete geux, foi ao Convento dos Capuchinhos feito em Novembro de 1833('), 11nha Anos. de 1756 a 1763, pela qual o Cana- Brelões para lhes dizer que se respon­ apenas nos seus dois andares 36 quar­ 34 dá passou para o domfnlo dos Ingleses sabilizava por Iodas as despesas causa- tos habitáveis. Apraz-nos transcrever o que então escreveu sobre isso o Padre O Padre Martinho de Nan1es, Vitorino de Rennes, um desses refugia­ um dos Capuchinhos Bre1ões de Lisboa. dos, que viveu bastantes anos em Lis­ publicou esla obra em 1707. boa e foi o último Provincial dos Capu­ hoJe rarlsslma e valioslsslma chinhos da Bretanha. S'// s'ag/t maintenant de parlar de l'accueil qu 'on a fait en Portugal aux Emigrés français, ma reconnoissance particuliere doit me faire dlre que ce Royaume a été pour naus Capuclns JlELATION una vraie mere. La Reine, les Grands. le Peuple nous ont temoigné taute la Cansidération que pauvolent desirer des Religieux proscrits pour la Cause SUCCINTE de Dieu et du Roi. Nous y vivons prês de quarante depuis dix ans; naus y conservons l'estíme des gens de blen ET et nous ne Cessons d'y recevair les effets d'une charité veritablement chretienne. Nous sommes d'autant SINCERE Plus sens/bles à cette Continuatian de bienfaits que naus pouvons mains rendre de Services à la Nation, ne Sa­ chants pas assez ta Jangue du Pays, et De l.i Miffion du Pcre Martin qu 'i/ y a ici un nombre pradig1eux de pauvres et d'Ordres mendiants qui doivent naturetlement inspirer plus de Nantes , Prédicatcur Ca­ d'intérêt que des Etrangers. Lorsque nous Sommes arrivés à Lisbonne, la pucio , Miffionairc Apoíloli• Reine gouvernoit encare par etle­ ·même. Cette pieuse Souveraine fui extremement aff/igée d'une Revolu­ quc dans le Brczi\ parmy lcs tion qul renuersait te Thrane de Fran­ ce et qui banissoit la Religian de ce lndicns app e\lés Cariris. bel empire{'). Como se vê, os Capuchinhos Bretões ref1Jglados em Usboa foram geralmente muito bem tratados. Exceptuaram-se o Superior Padre Jerónimo de Mayenne em Julho de 1792 e o ex-Provincial Pa­ dre Vitorino de Rennes em Maio de 1815, mas para isso houve motivo. como à frente referiremos. Não podendo ser r~novados, os Capuchinhos Bretões de Lisboa diminuíam necessariamente com o andar dos anos: uns morriam, outros iam para Londres. a fim de conviverem com maior número de Franceses emi· gradas e estarem mais perto da Breta­ nha. Depois que na França se fez a Con­ cordata com a Santa Sé em 1801 e se consolidou a Restauração em 1815, al­ guns Capuchinhos Bretões de Lisboa fo­ ram para a sua Pátria. instalando-se em casa de familiares ou em freguesias, que .A I!_VJMPE!, aceitassem os serviços que podiam Prestar-lhes. Em 15 de Setembro de 1808, quando Chés J E. A N P E tl J E R , rmpri111eur com a derrota de Junot deixou de haver du Roy , du Clergé & du Colligc. relações diplomáticas entre o Governo de Paris e Portugal. o Cônsul da França 35 O Padre Bernardo de Nantes. um dos Capuchinhos Bretões de Lisboa. publicou esta obra. hoje também muito valiosa, destinada à doutrinação dos índios do Brasil.

K ATE C 1 S ~I O INDICO DALINGVAKARIRIS, ACRESCENTADO OE VARIAS Praticas dourrmacs,& moracs, adapta. das ao gemo, & capacidade: dos lndios do Brafal, PELO PADRE Fr ... JJBRNAR'DO 'DE NANTES, C•p11thinho, 'Prt111dor,& Mij/ion4ri• Apo/lolito; OFFERECIDO MUY i>OOEROSO AO MUY ALT01 E RIY CIC POrtt!gll ._ DOM fOAO,Y. S. N. QUE l>EOS GUAR~. . • . . ··, · ...... •t' .· ' ...... \. • : 1. . \ t .. , ...... ,· 1 • • : f .. . . ,,... L 1 S B O A, ·~: ·~:~.. ~. , .·,, N:i Offidna de VAI.ENTIM OA COSTA T>.:)1 :111'1.!s.lmprl'll:,rJc Sua Ma~cf\;ide. M. l>CC l X (:1nn 'º'''" .u /11:11~· .u 111t:tJ/:11i~1. 36 em Lisboa confiou ao cuidado dos Capu­ chinhos Bretões o Arquivo da Embaixa­ da, metido em caixas e sacos. Em Se­ tembro de 1815, quando essas relações se reataram com a vinda do Cônsul João Baptista Bartolomeu Lesseps. esse ar­ ORACAM quivo foi-lhe Integralmente entregue pelo Padre José de Saint-Brieuc. Supe­ F V N EB- RE,.~ rior dos Capuchinhos Bretões Estes Re­ .azE 'PRJ::GOY g)'.' ... ~~;l~:·: ligiosos, portanto. contribuiram eficaz­ mente para que se não perdesse. ou fos­ OR. P. Fr.CONST~NTlNO O~~~~~tfES se destruída ou queimada. o que decerto Capuchinho Francci:, ~. :; ~. ' acontecena. a pane mais antiga do Ar­ LENT! JiA81Tt1ÀL DE THEOLOGIA. E Q!{ALJFI: quivo da Embaixada da França em Lis­ cado r do Santo O ffiao: boa. que há poucos anos. por ter muito EMASEXEQ...UIAS,QUESE FIZERAMEMA MORTE valor. f0t transferido para Paris(') da S-crcoillima Senhor:i, Em 24 de Outubro de 1822 decretou­ D. MA ll I A, F lt A N e 1 se A. 1 s ABEL -se em Po11ugal a supressão dos primei­ ros Conventos com a chamada Lei para a de Saboya, Reforma dos Regulares. O Hospício dos Capuchinhos Bre10es de Lisboa alberga­ RAINHA DE PORTVGAL· va então apenas 8 desses Religiosos e. POR ORDEM DO EXCELLENTlSSIMO SENHOR Por não atingir o número de 24, estipula­ de S. Rom5o, E.mbayxador Exrraordinario de ElRey do por essa Lei, devia ser suprimido. Por Chriilianiffi!11<>,cm ~-de lancyrode 168+. os frades serem estrangeiros e o seu ~yco dias depois de '.fua morte: Superior ter acudido ao Cônsul Lesseps. EMORE.ILCONYENTO'DOSANTOCRPCIFIXO'DAS duvidando se não seriam propriedade t111 francesa os bens móveis do Hospício. Rlli/.iDfu <4f#thillJMS, f11t tfl• illeftt11J11. . este só 101 supnm1do em Abril de 1823 ESTANDO l'tl'ESENTES COM IVA. EXCELLENCIA O JLL'Yf.t por um acto de força do então Ministro trilliaio Senhor M~fpo Jnciuiliclor G~nl, ac outros Pida. ú 8c da Jusbça. José da Siiva Carvalho Dois dor• ac Gnndcr Cons, or Coúdlõrca dt -bu as Magethd"' meses depois. porém, o Governo ·libe­ ral• de Lisboa caiu por causa da revolu­ "Drtliítt-11, offmu11, '(? w11fagr""" ção triunfante, organizada em Vila Franca d~ Xira pelo Infante Dom Miguel, o Mi­ .APR.INCESA N. SENHORA, nistro Silva Carvalho fugiu cora1osamen­ te, não se sabendo durante bastante JOAM AVPHANTE. tempo onde se tinha escondido, Dom tlfftllttltlllHlltllltllloll"il'llllllt11Hlt*'41tMttlttlt:fft..... João VI tomou novamente as rédeas do POder e os Capuchinhos Bretões volta­ EM LISBOA. ram Para o seu Hosplcio Eram apenas Na OSicina de MIGVEL DESLANDES. quatro, por os outros terem embarcado C1111 t"4111 litm;11tlfft§11ri11 • .AMO de 1cS8+ para o estrangeiro ( ), No entanto, conb­ nuava a ser seu Superior o Padre Pater­ no de Pont1vy. que vánas vezes pregou com muita aceitação na lgre1a de São Luls dos Franceses, se dava bem com os representantes da França em Lisboa e, apesar dos seus esforços, não conse­ Portada do sermão do Capuch nhO Constanhno de Nantes guia confrades. que viessem encher o nas exéquias da Rainha Dona Maria Francisca Isabel de Sab61a em 1684 seu Pequeno Hosplcio, quase desabita­ na lgreia das Francesinhas. 1unto eo Mosteiro de São Ben10. do. AI morava havia alguns anos sem ne­ nhum confrade. quando morreu em 7 de dro do Brasil e um dos seus decretos foi de espanhol, o Padre João Evangelista Junho de 1833. roi o último Capuchinho o da supressão das Ordens Religiosas e de Potriés. tinha sido oficialmente supri­ Bretão de Lisboa(") .nacionalização•. eufemismo para indi­ mido em Novembro de 1833, ainda an­ Um ano depois. em 24 de Julho de car expoliação. de todos os seus have­ tes da supressão de todas as Ordens t 834, desembarcou no Cais do Sodré a res. decreto promulgado pelo então MI· Religiosas masculinas em 28 de Maio de tropa •liberal•, subsidiada em grande nistro da Justiça. Joaquim António de 1834 Em 1838 um 1ncênd10 destruiu Parte pelo estrangeoro O Senhor Rei Aguiar. mais conhecido com o nome de esse Hospic10 e 101 decidido vendê-lo. Dom Miguel teve de se exilar. formou-se Mata Frades. O Hospic10 dos Capuchi­ Os representantes da França opuseram- novo Governo sob a égide de Dom Pe- nhos Bretões. habitado então por um Ira- -se. pretendendo ter a sua Nação direito 37 ao terreno do Hospic10 e a questão pro­ longou-se até 1846 (·).A França. porém. nao 11nha tal d1re1to, pois não podendo os Capuchinhos possuir nada, o Hospício ORAISON FUNEBRE pertenceu aos Duques de Aveiro e, DB quando os bens desta Casa nobre foram confiscados. passou em 1663 para a Tais lfAUT, TR~tt 1'0188ANT. BT tais RXCELLBNT P.RIMC.I posse dos Reis de Portugal("). AI viveram durante 185 anos muitos Capuchinhos Bretões. mais de uma cen­ LOUIS XVIII tena certamente, várias centenas talvez. For uma longa e continuada presença da ROi DB FiANCE ET DE NAVAIRE. TRIS CHIÉTIEN. Bretanha em Lisboa. onde geralmente muito veneravam esses Religiosos e dis­ rao•o•c€1 l 1.1aaon1 i.s 10 DS •on•11• Ut• so podram-se apresentar murtos teste­ munhos. Relenndo-se a esses Capuch1· a11 nf11•ca nhos, o autor do livro Description de la Vrlle de L1sbonne na p, 26 unha escrito 1>11: em 1730 estas palavras: la régulartté de leurs moeurs, qul n'a 1amais donné d'oc­ SA llAJESTÉ TRES FIDELLE, caslon à la médlsance, si ordinaire en ce Pays-lâ envers les autres Ordres, /eur DAlll ..·•aa.ur SOJALI IT JIATIOllALll: Dll: u1:n LOÇll conserve /'estime des Portugais, & méme des Etrangers, qui en font beau­ coup de cas. Em uma das cartas de Por­ LF. n.tvfülEND P. PATEIDiE DE PO~'l'l\' Y tugal, publicadas em 1801 por H Ran­ que, depois de se falar muitíssimo mal dos frades. a1untam-se estes dizeres Parm1 les nombreuses except1ons qu"il faut fa1re. SI on veut étre 1uste. en faveur des moines. 1e c1tera1 avec pla1slf te con­ vent des capucms trançais de Lisbonne. ( ... ) dont presque tous tes retigieux sont Bretons. Leur condu1te esr à rous égards Mtfiante et 1rréprochabte ("). A presença dos Capuchinhos Bretões em Lisboa, portanto, além de prolongada. foi tam­ bém honrosa.

(') Sobn. oxomplo das luras lradoscas, não foi cstudodo, mas nêo pode havei duvidas de que os Capuchl· nhos llat1anoa não lmham nenhum d1redo ao po­ quono Convonlo dos Bretões em Lisboa (') O requerimento dos capuchinhos da Bre· lanha e as canas do EmbarxadOr Conde de Bas· cl\1 sobre esse assumo estilo no Arquivo do Ouar d'Oraay Cor1espondance de Ponugal. VOI 88. fls 89·90. t09 t 10 o 119 Penada do ser~o do Padre Pa1eme de Ponl•ll)'. ('J No ArQUtVO dO Ouar d'OJ$3y. Cca d.....,sas canas do CllnslJI Sa1111-Juf""1. 38 na lgreia de São Luos dos Franceses do Duque de Cll0rseu1. do Padre Manano de Retrato do úll1mo Capuchinho Bretao do Lisboa. o Padre Pateme de Pont•vy Quadro da auto1>a de Oufourcq e leiloado M poucos anos pelo Sr. Conde da Ponte 39 Trecho da ·Descflpbon de la V1lle de LiSbOnne• 5alllt·Bl18uc. de Rauon lib e do Padre AnMtacio, no qual se encontra referência C81)UChinhO norrnanoo do pa~m por LISboa todas sobre este caso aos <:apuc:h1nhos Bretões de Lisboa (') v... m se no AlquOa. no Arqu dO Ouat d'Orsay. Co da Torre ont trouvé le fecret de les en do Tombo, Nogócios E•trangeoros. maço 17. Pa· fcs peuvent s'y fure recevoir {)6,$ relativos ao Convento dos Batbad1nhos A dépoü11ler , & qui en )~üif­ préferablement aux Portugai­ Espetança. o no Atquo\/O da Emba

A AULA DO COMÉRCIO DE LISBOA Ili-DOS PROGRAMAS AOS EXAMES

As matérias que conslíluiam os currf· frequência com que os autistas eram euros da Aula como eram elas transmfll· deste modo chamadas a prestar prova das pelos lentes aos discipulos. de que do seu aproveitamento é-nos indicada modo se procurava que estes mais per· por umas informações sobre indivíduos íeitamente as apreendessem? que. tendo reprovado ou sido expulsos Primeiro que tudo. o lente .. lia.(") por faltas no undécimo curso. queriam Havia. como sabemos. uma postila, pos· ser admitidos no duodécimo; informava tlla essa que tinha que ser ditada. Mas. o lente Frois ter um deles •dado nas também. explicada São frequentes as suas respecllvas Lições em huma unica passagens em que essa dupla função occaziào sufliciente conta de si, e má por está consignada: na consulta de 2 de Ju· outras seis differentes. alem de se escu· lho de 1767 frisa-se a impossibilidade de zar huma vez a similhantes funções•, o lente •vencer a assistencia da Aula enquanto outro dera •em huma unica LI· pela manhãa e de tarde, dictando e expll· ção sutficiente conta de si. e má em tres cando a Poslila a tão avultado concur· outras diflorenles. alem de se ter escu­ so•; aviso em 1O de Novembro de 1784 zado Ires vezes• e ainda outro só tinha remetido aos substitutos Guerner e Pe· •produzido sufficiente conta de si em reira determina-lhes que continuem •a tres Lições. e má em quatro. além de se dictar as Liçoens aos Autistas. e explicar· haver escuzado por tres vezes a este ·lhas da mesma forma que está ordena· exercicio• ("). do e sempre se praticou• Encon1ramos os diversos aspectos Estas explicações (que nem sempre referenciados, bem como alguns outros. atingiriam o virtuosismo didáctlco atribui· nas •lnstrucções para o governo econó• do a João Henrique de Sousa pelo seu mico da Aula do Commercio. estabeleci· panegirista. segundo o qual •aprender da na Cidade de Faro•, instruções que estas Liçoens. era para os meninos a sua certamente seriam decalcadas sobre a mayor dilic1a») tinham também. no que prãllca da Aula lisbonense: • Tratar-se· respeita às matérias matemáticas. a fina· ·há neste primeiro anno da Explicação da !idade de adaptar a sua exposição exem· Arithmelica: da Algebra, até as Equações pllficando com questões relativas ao Co· do segundo gráu: e dos Elementos da mércio: isto era necessário quando se Geometria: tudo pelo Compendio de utilizava a post1la e. por maioria de razão, Monsieur Bezout. que se acha approva­ depois de ter sido adaptado o uso do do nas Aulas desta Capital, ficando ao compêndio de Bezout cuidado do Lente dar os Exemplos ne­ Em cada dia de lição o tempo era divl· cessarios, e relativos ao Commercio. d1do por igual. sendo a segunda metade nos lugares proprios, para melhor per­ destinada à exposição de matéria nova e oepçào de cada huma das Regras. que o tente • tomando dos seus Disc1pulos na for explicando. primeira (... ) conta do que estudarão. em O tempo da Aula durara trez horas su­ consequenc1a da explicação por eile feita cessivas todas as manhãs; em cu10 es· na segunda do dia antecedente• ("). A paço, deverã o Lente. primeiro que tudo. 41 Pr,me ra folha do rol dos lreQueniadores do 2 • curso da Aula em 1764 Agoslo 1

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42 perguntar a Liçào do dia antecedente: e FolM de ros10 da relação dos auhs1as depois concluirá com a explicaçao da­ ex•slon1os em 1770 Junho 18 Quellas meterias. que se houverem de Enire eles Pôderemos des1acar tratar no dia seguinte. o luluro barão de Ou1n1e1a Para melhor 1llus1ração das refendas e dois pra11can1es que wão a ser docenles na Aula LiÇóes, haverá 1unto à Cadeira do Lente. Jo$ó Honór o Guemer pela mesma fórma que se pratica nas e luls José Foucau t Aulas desta Capital. hum Painel de Pedra de ou10 palmos quadrados. no qual man dará diariamente fazer os Calcules ne­ cessarios, e relativos ã Lição daquelle dia por hum Oiss1pulo da mesma Aula. de 16rma que todos os mais possam per­ ceber os mesmos Calculos: e quando aconteça que algum dos ditos 01ss1putos n ão PQssa comprehender bem o que se houver tratado. e calC\Jlado, podera pcd r ao Lente que lhe ha1a de explicar segun­ da vez o que o mesmo Lente praticará com toda a clareza. e bom acolhimento No ultimo dia de cada semana se farào exercicios Sabbaltnaes. para os quaes Discriminação da s11uaçao dos aul1s1as nomeará o Lente. na vespera. ou no ma1ncutados no 3.• curso. mesmo dia, seis Oiss1pulos: lrez para ar­ Esle curso funcionou enire Junho de 1767 e Julho de 1770 guenies. e trez para defendentes. os qu aes explicarão. em fórma de argumento. as matenas que se houverem tratado. e exemp1tl1cado naquella semana e isto mesmo se praticara no fim de cada mez. Prez1d1ndo sempre o Lente. e explicando Qualquer duvida. que possa ocorrer nos ditos argumentos Do primeiro de Fevereiro de 1792 em diante haverao Decurias na mesma Aula. as quaes se farão de tarde. com ass1s­ /Mt. '""tá"Úlf> .-...: tenc1a do Lente. que nomeará. de entre loía;~ ... ,I« ,/~ /',,,..,4;,, ·Y ' os D1ss1pulos mais applicados. dous De· .-v..ú~~/~-~ - curi6es para cada Banco. e estes ens1· 2./Ja g,w !"'/;_ -~,rw /i../l/,r. _ narào, e exphcarâo aos seus Decu11ados aquellas mesmas Lições que se forem 30 .VTN ""/''""-.v ti;,,,,.,. "7r""' kZ---2'­ tratando de manhãa E para que desta~ Decurias possam todos colher a u111tdade ,_,~vJ r-~~w 1 /''" .. ""~ ,,,-g.., ,,,;;_,., ª Que ellas se propoem. ensinará o Lente l'"''/,/tV/6ml I /;,,,r,,""'1,.J (/,.~ Ú t;,,,.w,.J, aos sobredilos Decuriões o modo de cai 7a dtl'H 1("71~ ÚtTl7UV cular exac1amen1e. e de compor as Pro­ postas exempllhcat1vas. que devem dar .}O mo.; 6-wthn.JIra. .,,,,,,· ,_,,,,.,,_ 'l«b ~-.r a-.. aos seus Decurtados. as quais serão sempre concebidas com a mayor clare­ tl..WW-/úLI' o/•ft-VO. - za. e facilidade. sem confuzões, nem .... y1u '1,:... , , Subtilezas. que são improprias para o en­ JO 6. /;,.,.,.,, k/,,/,/Q/4t:11har~ ~ //l

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44 viam para estimular essa emulação, Quem red1g1u a consulla referenciada de 1771- em Setembro de 1791 prevê­ const1tuiam uma oportunidade para rever preocupando-se com a •abertura do -se que a partir de Fevereiro do ano se­ a matéria re<:entemente versada e eram prox1mo quarto Curso•. abertura que se guinte ha1a decúrias na Aula de Faro: mais uma possib1hdade para ser avaliado venf1cana dentro de menos de duas se­ uma ordem da Junta, de 8 de Janeiro de o aproveitamento dos alunos (nas Infor­ manas, ao mencionar o •preterio Cur­ 1796, acentua a obrigatoriedade da fre­ mações de Freis acima referidas é dada so•. em cu1os finais teriam sido estabe­ quência da •Aula e suas decurias• também Indicação das vezes em que os lecidas as decúrlas. estaria a pensar, E. note-se, esta ordem vê a sua ob­ Praticantes se tinham re<:usado às saba­ mais do que provavelmente, no terceiro servância recomendada por portaria de tinas e de se netas tinham perguntado curso. Em relação a este, efec!Jvamente. 18 de Julho de t 822 e é invocada e mal ou •suficientemente•) encontramos no rol dos autistas que o transcnta em consulta de 13 de Feverei­ O confronto das instruções para a constituiam em 18 de Junho de 1770 ro de 1823("). Respeita ao ano lectivo Aula farense com as providências pro­ uma • t Turma Composta de 80 Nume­ de 1826·1827 e é feita pelo memonaltsta postas em Maio de 1802 por Ricardo rarios, Decurioens. e Ajudantes ( ... )• Francisco José de Almeida a última men· Frols (providências que pretendiam Mas acontece que o •Rol dos Pratican­ ção a decuriões que foi encontrada (") constituir como que um regulamento que tes• do 2. Curso, a encabeçar os res­ nâo parece corresse o risco de pecar por tantes 41 membros da •Primeira Or­ inovador) permite verificar que. no res­ dem•, tem relacionados ·Os 10 Decu· peitante aos •exercic1os Sabbatinaes• noens•: e. ainda que quiséssemos acei­ nada se tena alterado. Na conformidade tar a 1nveros1m1lhança de alguém. em Fe­ Examinemos agora alguns problemas do texto elaborado pelo lente do 1 ano. vereiro de 1771, terminado Já o terceiro avulsos. na esperança de que. da análise •Em todos os Sabbados. ou no dia im­ curso, designar como 0 pre1eno Curso• o de todos eles, alguma luz resulte para o mediato antecedente no cazo de serem segundo, encerrado nos fins de 1766, conhecimento da instituição feriados. se farão Sabbatinas das Mate­ acresce ainda que as decúrias teriam Comecemos pelo agrupamento dos rias explicadas naquella semana. por Ires sido estabelecidas •lá no fim· do curso, alunos em turmas. turmas cu1a natureza Defendentes. e seis Arguentes. todos ti­ o que não se compagina com a existên­ nao é absolutamente clara rados por sorte. entrando neste exercicio cia de de<:uriões Já, pelo menos. à data Recordemos os •Problemas Para a 10dos aquelfes. que ainda náo houverem do rol, que é de Agosto de 1764 OUlros Primeira Classe da Aula do Commercio· sa11sfe110 esta preciza. e ut1I D1spozição• factos há ainda que tomar em considera­ elaborados por Sales possivelmente Ouanto à importância atílbulda às sabat1- ção. as ·Determinações particulares para os frequentadores do 2. curso e nas bem testemunha a 6. · das providên­ ( ... )•, publicadas poucas semanas volvi­ atentemos em que no •Rol dos Pratican· cias citadas, em que se propõe para os das sobre o início do 3 curso, referem a tes• do mesmo estão relacionados 11 O, que a etas faltassem penalização apre­ existência de decuriões. em 7 de De­ agrupados 51 numa •Pnme1ra Ordem•, ciavelmente mais dura que a aplicável zembro de 1769 o lente $ales. informava 26 numa •Segunda Ordem• e 33 numa aos que não comparecessem às aulas que Félix Pot1er •Cursou na Aula do -Terceira Ordem• Nada permite afirmar E as decunas. em que consistiam? A Commercio durante todo o primr Curso que constituissem turmas no sentido ac­ esta pergunta e, aparentemente, à de delta ( ... ) e que. petla mayor p do tem­ tualmente mais corrente. Algumas cir­ quando a prática das decurias se Iniciou po. elle foy o primeiro Decurião da mes­ cunstancias levam antes a supor que se na Aula, responde-nos a consulta de 4 ma Aula• ("). tratasse de um escalonamento qualltati· de Fevereiro de 1771 depois de defen­ Temos, portanto, de concluir que, vo: a diferença quanlilatlva entre as di­ der •a precizão que M de dous A1udan­ pelo menos de um modo experimental. versas •ordens•. o cantonamento dos tes para na abertura do prox1mo quarto 1á existia a prática das decurias no 1 de<:unões na •Primeira Ordem•, quando Curso prez1d1rem às Decunas. que de curso e que existia, também, nos três eles deveriam desempenhar as suas manhãa. e de tarde se devem fazer(... ) e seguintes É de admitir, pelo texto de funções 1unto de todos os seus colegas: aplicarem os Decuriados, que se lhes consulta citada, que pelo hm do 3. curso um certo escalonamento etário (de facto, distnbulrem•. relere que •se persuadia tenha havido uma reformulação do seu as médias, arredondadas, das idades esta Junta da necessidade que havia de funcionamento. E terá sido este pruden­ dos membros das 1. '. 2. '. e 3.' ordens se fazerem na Aula do Commercio as te testar de métodos que levou à pubtl­ são, respect1vamente. de 20, 18 e 17 SObreditas Decurias, cu1a utilidade he caçáo do ·Regulamento de 2 de Junho anos): o facto de o edital de 17 de Outu bem v1z1vel tanto, que fá no ftm do pre­ de 1771 • a que se refere o aviso de 27 bro de 1765 anunciar que podiam con­ leno Curso as fez estabelecer• e que de Outubro de 1790 ("). regulamento correr a lugares vagos de praticantes da •Nas Decunas se faz pôr em prática aos que se lamenta não ter sido possivel en­ Junta •Todas as Pessoas. que tiverem D1ss1pulos as mesmas Lições, que 1á ou­ contrar. estudado, e praticado na Aula de Com viram explfcar, e pos111aram, de sorte, Terá a prática das decúrlas sido segui­ merclo, assim no Curso do primeiro que os que postllão de manhãa. vão de da ao longo de toda a existência da Aula? Trlennio. como na primeira Classe do tarde á Decuria, e os que de tarde posti­ Provavelmente. Pelo menos. sabemos Curso actual• (") larem tem igualmente de manhãa a mes­ que ao aproximar-se o final do séc. XVIII A relação dos auhstas do 3. curso da ma Decuria. aonde aquellas mesmas essa prática continuava a ser respeitada tada de 18 de Junho de t 770 acentua a Lições postas em prática. e firmadas o aviso acima mencionado determinava 1de1a de uma diferenciação por grau de com d1fferentes argumentos. não sõ que trinta dias após o inicio do 8. curso adiantamento a • 1 • Turma• era •Com• mais brevemente se comprehendem, ( 1790) •Se principiarão as De<:urias. ob­ posta dos 80 Numeranos, Decurioens, e Porem ainda mais facll e seguramente se servando-se a respeito dellas tudo o que Ajudantes•, a 2.', •dos 70 Praticantes recomendam á memoria•("). se acha determinado pelo Regulamento• que acabarão o prazente terceiro Curso• 45 ,,

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e a 3.'. «dos 50 Praticantes que por naõ ter assistido regularm.• : ou por não ter Provim.'" devem ser reconduzidos para o proximo 4.' Curso•. Todavia, a hipóte­ se de um funcionamento separado das três turmas, ou em salas distintas ou, em períodos diferentes. numa mesma safa, é sugerida pelo modo como os alunos estão agrupados: em grupos de 5, nas duas primeiras turmas distrlbuidos por 1 .• 2. e 3.' bancadas, cada bancada Planta de instalações destinadas à Jun1a do Comércio comportando normalmente 25 alunos. no ed1fic10 da Praça do Comércio. São de 1772 outras referências en­ reconst1uido depois do 1ncênd10 sofrido em 1821 contradas à divisão em turmas. Aviso de Na parle do piso nobre que esquina da Praça do Comércio para a Rua Augusta 25 de Abril(") determinava ao lente que, es1Ao indicadas com os n.• 9, 10, 25 e 27 dependências tendo em vista a realização próxima de adstritas ao serviço da Aula. exames, distribulsse os aulistas •em trez diferentes Turmas, pelas suas gra­ duações•. O não identificado aluno do Nestas instalações previstas para a Junta nos mezan1nos 4.' curso meu remoto antecessor na do ed1Hcio da Praça do Comércio posse de um exemplar dos estatutos atnbulam-se à Aula dependências que ela nunca chegou a utilizar: nele anotou ter feito •O pr.• exame a 11 46 são as Indicadas com os n.• 1 a 5. de Junho de 1772•, tendo-o realizado a f_~ .::....r.: .------·­ ...... ---.e.- ~--

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2 turma a 12 e a 3 • a 15 O texto do ... se pratica nas Aulas desta C~p.tal, hum aviso leva a admitir como mais do que Painel de Pedra de outo palmos qua· Provãvel que a divisão em turmas não A referência acima le1ta a bancadas dradOS• era permanente e funcional e que nelas recorda o muito pouco que foi possível Em registos de despesas encontra-se os aulistas se agrupavam •pelas suas apurar quanto ao quadro fisico em que menções a penas. papel. tinta e areia. a graduações• é-nos confirmado pelos os alunos se situavam, quanto ao mate­ encadernaçao de hvros. á compra de 411.1 avisos(") enviados a Luis Rebelo Ou1n· rial ao seu dispor. quanto ao mobiliário côvados de pano encarnado (para a leia, Pina Manique e outros para que as· escolar mesa do lente?), ao pagamento efectua· Sislissem ao exame a realizar em 1 1 As •Determinações(... )• de 1767, no do a um corree1ro que guarnecera uma sem menção dos outros. seu n. IV, ordenam que os estudantes, mesa e quatro cadeiras, a •huma Cadel· Uma última menção a estas d1v1sões é ao sairem, o façam •desfilando hum por ra com acentos e braços de marroqulm ª Jã referenciada ordem de Janeiro de hum. pela ordem dos seus assentos, e para o Lente•. ( ') 1796, cujo âmb110 cronolõg1co se amplia dos bancos•, e em •banco o asento• E com o que sabemos ou o que pode­ ao ser considerada em vigor em 1822 e continuam a falar as normas estabelecí• mos imaginar a respeito das Instalações 1823; neta se determina que •Se for das para o 4.• curso("). da Aula nos diversos Imóveis que suces­ mem tres desllntas relações allabellcas Nas suas já mais de uma vez citadas sivamente ocupou,(") o Informação de em que se declare na 1 os Praticantes •providências• referia-se o lente Freis Rauon sobre a •Collecçêo de Mappas efectivos, na 2 • os que tem talento, e ao •concerto dos Bancos. e Mezas da geographicos• que mandou colocar nas tem cometido algumas faltas notando-se Aula. e mais coizas, que se acham em paredes e a mençào de que a Junta as de cada hum em particular, na 3: os dezarran10• Pouco nos acrescenta a de· mandara fazer •hum armano p: os Estu­ Que tem inteiram• deixado de frequentar terminação contida nas instruções para a dantes guardarem os livros da sua Es· a Aula com a nollcia de seus pais. e mo· Aula de Faro de que •haverá 1unto à Ca­ cnpturação•, (') esgota-se tudo o de radas ( .•. )- ("') de11a do Lente, pela mesma fórma que que nestes domlmos dispomos. 47 ..• matriculam-se dois autistas com 12 anos curso, se o grupo etário mais numeroso e outros dois com 13; no 5.-. cinco com é o dos 17 anos. entre os 25 e os 32 há Estava o ingresso na Aula condiciona­ 13; no 6 . um com t2 e outro com 13, 26 praticantes e os valores mais eleva­ do por um mfnimo de idade e pela reali­ no 7 .• um com 13, no 8. , dois com 12. dos são conshtuidos por 3 com 36 anos. zação de provas de admissão no 9 .. dois com 12 e três com 13. no No 6. curso o grupo mais representado Os Estatutos. no seu n.• 8. determina­ 10.•. (aquele por ocasião de cu1a abertu­ é o dos 14 anos. mas tinha 44 o matt1cu­ vam •Porque nem os Estudos. ainda ra teve lugar a citada revogação do n • 8 lado mais idoso e com idades que po­ promovidos peta consideração dos dos Estatutos). um com 11 e três com dem também considerar-se um tanto exames. nem as esperanças em ser ad­ 13 elevadas havia um com 31. dois com 28 mittldo ao numero. poderáõ supprlr o de­ Talvez a revogação do hmite mlnimo e sete com 25 e 26 A classe dos 14 feito causado pela pouca idade, não se de idade para admissão tenha sido só anos é também a mais representada no poderá passar Nomeaçaõ para Practi­ para o 1o .• curso. tendo a medida sido 7 curso. constituindo aliás um terço cante. ou Assistente da Aula, em quanto depois reposta em vigor, De facto. a m dele. mas 1ambém há dois aullstas com naõ constar que o pertendente tem qua­ formação de 22 de Outubro de 1801 1un· 25 anos. um com 26, dois com 28. um torze annos completos Naõ se l1m11a o lavam os tentes lista dos aulistas que. com 32 e outro com 34 Os aulistas com termo, quanto aos annos. de que naõ de­ mediante certidões de bapt1smo. com­ 14 anos são também os com maior re­ vem passar, porém no concurso de mui­ provavam ter mais de 14 anos. presentação entre os matriculados no 8.' tos pertendentes. em 1guaes circunstan­ A propósito de admissões e antes de curso, havendo cinco com 25 e 26 anos. cias. sempre devem ser adm1t11dos os de algumas referências mais à idade dos um com 30. outro com 32 e outro ainda menos •dade. porque mostra a expenen· autistas. registe-se informação de 23 de com 35. t a dos 16 anos a classe mais eia, que estes saõ mais aptos para o en­ Dezembro de 1802 favorável ao ingres­ representadas no 9 curso, e os que sino. e se devem suppor mais desimpe­ so de um candidato que. embora de ida mais largamente excedem os valores didos para a asslstenc1a, e Estudos• To­ de menor da exigida. sabia Alemão e médios são dois autistas com 25 anos, davia esta determinação foi revogada por Francês •e alguma couza traduzir em a outros dois com 26 e três com 27, 30 e resolução de 26 de Fevereiro de t 795 nossa as ditas Linguas• e estava •cabal• 33. A frequência do 10. curso volta a tomada sobre consulta de 30 de Outubro mente instruído em quaz1 toda a Anlh­ adensar-se nos 14 anos e os mais ve­ do ano anterior("). Na lundamentação metica de Bezout• Registe-se também, lhos são cinco escolares com 25. 26. 28. do parecer expend1do rele11a a Junta que porque algo eselarece quanto à formali­ 32 e 33 anos. não tinham a idade ex1g1da. embora pos­ dade das provas de admissão e cnténos Uma venficaçào de carácter mais ge­ sulssem reconhecida capacidade. al­ nelas seguidos, portana de 19 de Outu­ ral pode fazer-se: com a aproximação do guns pretendentes à frequência do 1O. bro de 1801 sobre os exames de adm1s· fim do século baixou a média das idades curso, prestes a Iniciar-se; era sugando são: •O Lente da Aula fazendo tomar as­ dos aulistas; de facto. nos 2 , 3 . • 5 e que fossem admitidos mesmo aqueles sentos aos Alumnos, que concorrerem 6. cursos as médias das Idades rondam • a quem faltarem hum. ou mais annos•. para serem examinados. e providos de os 1B anos e a média destas médias si­ devendo lazer certo •que tem adiantado papel, pennas. e hnta, lhes d1ctará a for­ tua-se ligeiramente abaixo deste valor. os seus conhecimentos aplicando-se a ma do reque11mento que deveríão apre­ enquanto que nos 7 a 10. cursos as Lingoa lngleza, Franceza, ltalianna, e a zentar, para serem admitt1dos e assi­ médias (que são entre s1 muito próxi• Soencia da Geografia :, visto que comes­ nando cada qual deles o que escrever. mas) não atingem os 17 anos. embora tes Estudos não só lhes fica sendo muito para serem 1u1Qadas as suas escritas por deles se aproximem(" ). mais lacol a comprehenção das matenas ambos os Lentes os examinarão logo em que se vão instruir na mesma Auffa. dos elementos de Anthmetica ( ... ) (' ) mas athé se devem conc1derar com hum Registe-se ainda uma Indicação negahva merecimento superior na concorrencla constanta tle informação datada de 12 de Tentemos agora apurar o tempo du­ dos outros•, mais velhos mas mais Igno­ Setembro de 1865 e respeitante a re­ rante o qual os mais ou menos jovens rantes("). querimento de diplomado cuja carta de aulistas frequentavam a sua escola· É possivel comprovar como o estabe­ curso era de 1832 •É preciso advertir quanto 1empo duravam os cursos. quais lecido nos Estatutos nunca foi, antes de que n'aquella epocha não se exigiam co­ os periodos lectivos. quais os horános. revogado. t1gorosamen1e respeitado e. nhecimentos grammaticaes para a ad­ Como é sabido. começaram os cursos depois dessa revogação. também não foi missão na dita Aula•(' ). por ser t11enais. Todavia. conforme fá fi­ dehnit1vamen1e posto de parte. O leque etâ110 da frequência da Aula cou assinalado em artigo anterior, todos Para o 2. curso temos indicação da era francamente largo. Os limites 1nfeno· os cursos excederam em alguns meses idade dos praucantes à data da relação res tá foram indicados; vejamos agora o triénio que lhes competia (se não con­ de 1 de Agosto de 1764; dado que o quais as idades mais avançadas e quais siderarmos o caso anormal do 5. curso. curso se iniciara em 1 de Julho de t 763. os valores médios. No 2.• curso terão in­ aquele que mais se avantatou loi o 1. não originará grande margem de erro di­ gressado um aluno com 32 anos. outro curso, ullrapassando em oito meses o minuir um ano para determinar a idade com 27, ou1ro com 26. dois com 25. sen­ tempo destinado). Passado o curso a de cada um quando da sua admissão. do a mais abundante a classe dos 17 bienal, não desaparece. embora se ate­ Assim lazendo. venfica-se que dois te­ anos. No 3.• curso a classe mais repre­ nue. a dilatação para além dos prazos rão sido admitidos ainda com t 2 anos e sentada era a dos 18 anos mas as idades previstos. sendo possível afirmar que Só cinco o terão sido com 13. E os livros de mais avançadas estavam representadas a partir de 1809 os biénios começam a matriculas que é possível consultar for- por 14 1ndivlduos entre os 25 e os 28. 5 ser respeitados. 48 necem os dados seguintes: no 3.• curso entre os 30 e 32 e um com 37 No 5.' Também sõ a partir desta data se pode falar de anos lect1vos caracteriza­ dos por uma certa regularidade. Veia-se como os primeiros cursos começam. In­ diferentemente, em qualquer altura do ano os 1 a 1 O. Hveram inicio. respecll vamente. nos meses de Setembro, Ju­ lho, Junho, Fevereiro. Agosto. Outubro. Agosto. Novembro, Janeiro e Novem­ bro. Há depois uma tendência para que os cursos abram em Outubro ou Novem­ bro. tendência que se transforma em prática habitual, preferindo primeiro o 0 mês de Novembro e fixando-se depois Planta do 2. andar do quarteirão situado entre a P1aça do Comércio no de Outubro (os cursos iniciados nos e a Rua Nova de El-Rel (actual Rua do Comércio). as Ruas do Ouro e Augusta Aqui luooonou a Aula entre 1769 1780 e de, provavelmente, 1796 a 1821 anos 1mpares de 1809 a 1817 e em 1823 e Conlronte-se o desenho com o texto de cenidão de 51611769 abnram as suas aulas em Novembro. en­ que refere a construç3o da Ir buna da Aula (li buna onde mu tas vezes quanto os que começarem em 1819. governantes assistiram aos actos mas s1gn1f>eat1vos da vida da eocoial 1821 e 1824 a 1833 as abriram em Ou­ e menciona os •qua110 pedestaes de madeira debaixo dos pilares de viga tubro). que sustentão a tr.buna da Aula do Commerc10, Também o encerramento das aulas dous delles livres, e os outros de encostos ( ...)• 49 tendeu a fixar-se em f1na1s de Junho, namento da Aula de Faro (que é de su· dia; e de Veraõ pelas sete. e acabando conforme se verifica, por exemplo, pelos por seguissem fielmente o de Lisboa) pelas onze· editais de 27 de Agosto de 1823 e 25 de sào o único elemento que temos para Ficavam assim os au11stas com as tar· Agos10 de 1824, anunciando as abel1u· verificar quais os períodos feriados que des livres. o que terá deixado de verif1· ras dos anos lect1vos seguintes, anos intervalavam os trabalhos lect1vos · •As car-se enquanto durou a Aula de L1ngua lect1vos em Que acaba11am •infahvel· Ferias concedidas aos 01ssipulos desta Francesa. pois na consulta de t3 de Ja· mente as fiçoens do 1.• anno no ul11mo Aula serão unicamente as do Natal. até ne1ro de 1761 em que a sua c11ação é de Junho• de 1824 e 1825, respec11va· dia de Reys; as de Pascoa, até os Praze· proposta se sugere que a mesma pode· mente(") res; todo o mez de Setembro; e as quin· ria •ter exerc1eto nas horas de tarde, que Todavia. como tá foi visto,(") o 11gor tas feiras de cada Semana. não havendo ficam livres. como d1spoem o Capitulo 10 no encerramento dos anos tectivos (pre· outro dia Santo na mesma Semana• A dos Estatutos• Em 1765, extinta esta cisamente no destes anos lect1vos, de nada surpreendente noticia de que havia Aula. de novo as tardes ficariam livres, 1823/24 e de 1824125) podia acarretar act1v1dades escolares ao Sábado, não as mas por pouco tempo. A afluência ae inconvenientes. inconvenientes Que le· devendo haver às Quintas-Feiras, en­ alunos leva a que a Junta. em consulta variam a prolongar o tempo de aulas. contramo-ta confirmada nas propostas de 2 de Julho de t 767, 1á reconheça a Mas, de qualquer modo. o que se foi tor· em 1802 apresentadas por Ricardo 1mposs1b1lidade de o lente •vencer a as­ nando mais normal foi começarem as au· Frois: •Em todos os Sabbados, ou no dia sistencia da Aula pela manhaa. e de lar· las em Outubro e findarem em Junho. lmmedlato antecedente no cazo de se­ de, dictando e explicando a Pos11ta a iao realizando-se exames em Julho, que Ire· rem feriados, se farão Sabbatinas ( ...)•. avultado concurso•, al11ma que •neces quentemente se prolongavam por Agos­ Quanto ao horário, logo nos estatutos sarlamente o numero de Ouvintes se to.(") e havendo férias em Setembro(") ele ficou determinado: •Em todas as ma· deve dividir em Lições diversas. e pro (mês no qual. aliás. se realizavam os nhãas terá exercício a Aula do Cõmercio, põe a admissão de •hum subshluto, o exames de admissao). principiando as liçoens. de Inverno. pe· qual possa suprir ao mesmo Lente nas As instruções reguladoras do funclo· las outo horas, e acabando pelo meio Liçoens da tarde.• A d1v1sao em •Lições diversas• tá a Artigo sobfe a Aula no 01c1onano de Comércio encontramos regulada, no que a horários dev•do a Albeno Jacquefl de Sales O 01c•onano é tradução. resumo e ad.1p1ação do de Savary des Bruslons respe11a. no segu1n1e aviso. dingido em Este ar1>go é, obv1amen1e. original 1O de Janeiro de 1769 pela Junta ao len­ e a menção da Aula de Llngua Francesa te da Aula, aviso em cu10 conteúdo é de permite s11uar a sua redacção deslacar o aligeiramento do tempo lec1l­ onlre Maio de 1761 e Setembro de 1765, vo vespertino: •A Junta do Commercío daias da abertura e da eKtinçào desta aula pública ( ... ) manda lazer avizo a VM: como Len· le da Aula do Commerc10. para que, as· sim pela sua pane. como pela dos seus Oiss1pulos. e Pra11cantes da mesma Aula. se dê execuçaõ ao Capitulo dos respectrvos Es1atu1os. em que se deter· m1naõ as horas para a sua entrada. e sa­ h1da, quaes saô. na lorma do Capitulo Oecímo, e no 1empo de Inverno. 1s10 hé. a1he a Pascoa pelas ou10 horas. acaban­ do pelo meyo dia; e de Verão pelas sele horas. acabando pelas honze E como ullimamenle se 1nstituh10 huma segunda Cadeira das mesmas liçoés; esta ter à o seu exerclcio das duas horas. athé as cinco. de Inverno. e das trez. athé ás seis. de Veraô Tendo VM . entendido,

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Co11l1C'\O:d:i ~ foll:I dt :11>phc1\'111V, ou capae:1d11de A .l1u11.1 olo C'u1111nroo•iv cbt1·; llt'1110•, e"º"' n::atm 11l 1•111 n1011111 do1t l'rAlic1u:ll·s, o Lente dur1 Co11· L>u11111110"I' mtu.Hl:i rtmt'llC'I' a Vo>....;a l\tt'n't; o Papcl indu· \.Ili na Ju11Ln, para -.· clt•lt!rnuun li •11a tx-pulNa, ou w>, que eo11h·111 a .. l>ct('rm111:1\~''>, 'lUl" a mnrna Juu- te 1114.' C''1UC't'\ltir _np:a\'O ~r:a • c-rutntla; e como pt'la 1.:a l•"'m unl•·n.>clu 1.:an. oGu\erno rcunvuucu, tbua J,_. faha dt a-..a,t-t"l1"'1A ~ tltmOn"ttn c1an1lnf'nte o pol.K'O Je. t·11•!1wi d.a _\11la 1lu Cun1111•·tnu; ~ra qu~ \'08!.a ~lerc,• acjo de adtan~mt-ntu, o in~rno c.r 1lC"termina a tt'lpt-110 .. , l.:iJ• JC' ''"""ular, ,•om 1 mais }l(lllhual ub-.en:.m•1n d11q11ellt'W U1lk~ l ,u l o~' ')Ut' J>OT flellf dint COutinUO.. 1 OU cl'-" l'ra~t\'4111!•, 1f;1 tcÍl•ritlA Aul11. l'tl->t!l.i'f.111.l 1lc l'talt.u, 111u) Le nclo t':l\04 ll'gilim.a, ch·ixa· l)r""" t.;•1urtlt• ~ \'tr ~• M1..•rc,:~. Junlt 11 2S dt• Ju. rc:u de a.i•ttr á Aul;t; 11h-ertiuJo 'I'ª~ t"'la ~u11~ ~·rí. lho Jc 1767, gr:avc ~La 1natt'rta, Ho li1n de e.;aJ;2 mt7 lK" far:i l1um rf'Cil"n~~mtutu Jas: falias nu 1n...-.n•u ""l'ª\'O, S~nlon .t1lhc1to Jv,1,,,·,, J<' S11h". M!u1 c1 ut• o l ..ruk tlc111ure, por tr1111,.,. alf: UITI. o 11.1rt.1· ci1wi.ll11' lH'l:i tiua Co11l11 1111 Junta. {M"õPJ V Ili. DETERMINAGÔES ~ l'ora o mesmo fim di;> aprovt."Íl11r o. Oiscipului1, M.' PARTICULARES . f:1rú "'' cliA primt"1rO de ~ada hun1 mrz. :'I mvi~Lll , c>u f'\'.:uue d 11ot l'oi o Leu te d.:u :'a Conu 111' Junto

l'AllA O GOVER'IO ~;<.;ONO'llCO UA AULA dtn Pr.au~.anLM 1 •JtW J.-poU J.-. 1u11ne1r;a aJvt"rk1l4'1& do Commc=rt·1U, urdf'naJ.u pela .•unla, 1.ara c::oa­ tu.ü ª' Ü\l·n·1u em dia.

s.tn•~· õ 1 f' l.tOa cl1 <1pluu. d:. u1c--m• AulL IX.

llAl)F'! 1. S4" ~ lgu m ON·11>11li:), '";1hm1lu tia Auln, 1;1•m utll'H• lo dr \•olL1r • ell:i ""' ••hl' Li\'Õo, 111·1"" cli• w 1lf:"V4"tl1r ~ Ü B.1t1:R\'4R"""IMlA 01;1aic>r df'C!órv, t' t.1lf"t1eio ,.mu... I<> t t'Ulr€'·•ar O M"U Pruv1mf'11lO~ O f .ruh· d~ci lf'";u C'Cll1-..

o trwpu tia Aula 1 t' nt·nl1urn 11"' Dt.'l!Ctpulu. Jdla pu-- la, par: ... 1,. ~ llie m~n..,lu tiru )lf"l•1 \1t"uin1'°"ª Junu. 1tt·r.l mudu..-.· do l,:anN, c>U :ienW 1111e 111.- for ••"'I J:rut

li. Sinull11111t.cnu.•11h• "- raô ~xpu l""''" )N.tr Onl~m 1la .Ju11• U oe.~au~ 1.-vrnmelln\'IU çulp:a... cl1• UWl"I' ·~;anJ.. k, 1 1"1•• Our.111.tr o lt111pu Ja Li'ioaü, ~ l'ratia11t.es P"Hi> nKi t.L..r V"'n··.. t!~, . n11.at~lof', 0:1 J1•por~~· p.-r.. •~"ª"'• f'm mull .. t•ui fiulo naü uh11 r.·,,. J. Aulia t'UI l)U211\u t1.!l:r dr 1~vaHM, L1··••, e-.p.'\dtn•, t-...r. uuqu1• 111111Uo1• 01,atro ollvrr Íc) ra, lllCllUI 'J\lt" :t llf'Ct'it"lll•dt ....-.\Jbr1i,;ur. 01t.nlc M! olfi:11J1•rt-m C"úln l'a.lavrn.. ; •' ,.1,,,. l11•l11 1...,ljt1 t"

Ili ll«n•rn 11•"\Vb, ou f"Ulrlff'm ~m od~ eotttn0.1' 4 pu· re-a, •lt't·it-tM.;la, ~ cu•npototur.a,Jtf1u~ 11e1ltv~m rf'\~ l\C"ol1u111 1lu, PraUc•nh".. ~ poc.ltt.\ tlru1o~r na ('n• hr to..IUI' ~ A~.. kulr d:.. Aul:i .. 1r11d:t, vu p;1 .. ,;i~tll' 1...ara • Cn~ da Aula, ~multo HIC."- 11~ 1m ru11 , uu loJM tl ci ••U• 'isiul1an•;o ; 1u• 1l:1 J,. •1•u· XI. r.-z..0 1Klu O ('Ollll'Qf~, ~r!Á iK'lll prtm('lr• \f'l. iU.hcrlJo O, lk"la 'eo;uud.a n·pttJ1l"nJ11lu r pt!la tenTlra t"X1•ul..o 1l.1 K f)Qra qut: tt 11.aU ~ !""'"IMMlf'I' f'm tf'myo ai· Aul~. ~•o a d~-ulpa, a titulo de- ignora11N.a ttttm1· IV. ri:açõa; o Lente •~ íiar!& l.. r no pniutuo J1a da Aula de cada J1um dOI mczcw 111 fallivol111c11Lt• ; e• o nwi.11•0 l.m1te ter' a teu cuidado o d11r Couui u:t Junl:i. de qull11uer A mhmA onl1•111 dt• (•:uuiuluar via r1•cl4 -.: ob... ~r,·1· transgttSaü _ue:stn Rtg11l1mentos, OI qu.ats .. rar1V rEa na Qh1•l.1, 1le.JilaU1Jo hum por buu1, pd& ordem dut otr. krnr ®tn unpret~nvtl c;a~tig:o, plf'I 1 f:XttUÇIU da ' 11,. ._..~ulo 1 r dl,,h ln boa onlit-m 1 e aptuvt1~mf1lW, qut k' proctm\ na Ao· \ . la. e ~tH Detcrm1111i;ôN acr.aõ re~•~LAdat lll St't·rcL:1· rio. da Jmll-4 do Comml'rciu dl!Sltt lt1•111os, ~ iwu• l>o­ minWJ.. LilibOa a 21 de Julho de 1707. o~ l)l•,·1111~. 'lº" o Vut1· nouw:u, lh.: d!!ir!!i11 1111· u.:. lid ~ ,. poutu;al Cem&.. dt• 1ud.b ~ tran•:;tt~, fJUt" ,,,...... ,.,u-.urm, ou J(" 1111•· forc-111 inÍWln-Ml..r. a 4.°""lr rt ~ lM'lto; l".u1110 faJnlJof"m 1lu.cl1 .. lurh1ot, ln1f;.l•,jV>oo-., 111· 1l1•c•t·Ul'IA-", •' 111• to1l:1" a• IHlh c•11fp;1c G'l'tl\ '"', l'()lllllH'l 11· 1111,. 1)Clo..- ;\1111 .. t:i"', deutro ou fóra tln Auln t lHlw1t111 • ,tu, tttw bt- iutt•rt~ púLlil'tl 1 1• ger-o&I 1lt tu,IClt\ v-l'ra· 1..-.. ut._...... J"'~lmrem...f!IC" coíp;a' tf1• 'tu~ v lllt"-.. '""'.1' 1 Cf"'Ut.. .Ahrtw. Saya~ lllu Lf,..tl•' 1l•·Vf' Jar C"oo\.1 9 )l!ID "C'r('IO \".. "'ll~~J-., a .ir• 111111., d.1 .1uuu1. F•rreira. fi'frrefra. Âfpn'nr. VI. R o11co11. &"'"· A l'nlfa1la tlus Prat1ca.111~ ~ dcH· ol~rv:tr n.i fur• º'°"'·

ma ti."'""'~" Jl.. taluto. 1 "li.avt'nclo falta tiot.;1vd ua t'H•

1rwla, :. .. l1UfM drt.ermrna•lai.. 1 ... potoii I"'"'°' 1•011.u 1lr fo lua, 1111õ li<1vf'mlu l"'ói111nn ~... u~a, f11 w 1h•i.culpc, ,11rU• No Typogr•fi• de Bull1õ... cll) c>jl..a. 11unliftc1ul11 cum C4.•Ut1luü dt• M1•1lwo 1 QU ( '.irur· i:1::aU :ippruva•lu 110 ca.. o 11... 1. .... ;•:a "h·11o1I • (~ Í)~ •·1p1t· l~ 1·1.tlttMh•l1t, que nu C..H····1Lv tb Juut~, l1t• dt: ~nn ti .. ('c.H1..i.:l1·ra~:. ·1 a (~IU tl•-..l:\ 1m1fiHnucb1IC' na f'Ulu11l.a ~~· I 52 111 Aula, com1>1h-.~-kte o ('::a1ntuh dez 1lc1111 i..1·u~ R'il:'lllllVll· ~/· As ·Oe1ermonaç6es panoculares ( .. )•de 1767 pontualidade: •A entrada dos Praticantes sao um dos mas 1n1eressanles textos se deve observar na fórma dos seus Es­ med•an1e as Quais a Junta do Comercio regulava o func.onamen10 tatutos, e havendo falta notavel na entra­ da Aula que dela dopend•a da, ás horas determinadas, se porá pon­ to, como de lalta, naõ havendo legitima escusa. que desculpe, sendo esta quali­ que a falla de cumprimento á confirma­ Com o mesmo tempo lectivo conti­ ficada com Cert1daõ de Medico, ou Cirur­ ção desta ordem. se haverá por cons1de­ nuava a Aula em 1819. conforme se veri­ giaõ approvado no caso de doença: e ravel culpa, e no1avel defeito. o qual se fica por determinação de 26 de Outubro tendo os Olsclpulos entendido, que no participará pela Secretaria de Estado, da Junta do Comércio, determinação Conceito da Junta, he de grande cons1- para se reprezen1ar a Sua Mages1ade que. adiante-se. unicamente visava fina­ deraçaô a falta desta uniformidade na en­ ( .) Esta mesma Ordem communicarà lidades disciplinares: •a Aula do primeiro trada da Aula, como dispõe o Capitulo VM: ao seu Subst•tuto. para também a anno 1enha o seu exercicio desde as dez dos seus Estatutos• E o n.• vu. re­ executar na parte que lhe compete•(' ). nove horas ate as onze da manhãa em gistando que •a falta de applicaçaó. ou Quanto ao substituto adm1l1do. foi-o todas as Estações. e a do segundo anno capacidade natural em algum dos Prati­ Inácio da Silva e Matos de quem. em o tenha de 1arde desde Abnl ate Setbr cantes• poderia levá-lo a ser expulso e consulta de 20 de Dezembro de 1773, inclusive desde as tres ate as cinco. e ponderando •como pela falta de ass1s- se afirma que •pelo decurso do tnennio desde Oulubr • ate Março inclusive des­ 1enc1a se demonstra claramente o pouco findo ( ... ) repetia de tarde as liçoés, que de as duas horas ate as quatro (... )• ( •). deseio de adiantamento•, determina que dlctava o Lente de manhãa. como em Das quatro horas tectivas dos primei­ os •D1scipulos, que por seis dias contf­ todo o corrente•(''). ros anos passou-se, pois, para as duas nuos, ou repelição de faltas, não lendo Um •Registo das certidoens que praticadas em 1801, 1802 e 1819. não causa legitima. deixarem de assistir á apresentão os prallcantes da Aula do sabemos de absoluta certeza até quan­ Aula•. cometem culpa que •será grave­ Commercio quando estão doentes. do(") nem sabemos desde quando. Mas mente castigada até à ex.pulsão• (na 1á Como tambem das licenças que se dão é de adm111r como provável que esta pas­ citada consulta de 13 de Fevereiro de aos mesmos por mayor espaço de 1em­ sagem não tivesse sido brusca e que. 1823 é feita referência a uma ordem da po de huma semana•,(") no qual estão intermediamente. tivesse havido um pe­ Junta •de 8 de Janeiro de 1796 reco­ referenciados documentos com datas ríodo com três horas lectivas diárias. tal­ mendada ainda ( ... ) por Ordem do mes­ compreendidas entre 6 de Maio de 1772 vez por volta dos primeiros anos da dé· mo Tribunal de 18 de Julho de 1822• e é e 19 de Junho de 1780. também nos cada antenor. talvez quando se ensaia­ transcrita aquela de1erm1nação: •(.. ) se comprova. prat1vamente para todo o pe­ vam as remodelações que conduziram à fará saber, e constar a todos os Pratican­ riodo a que respeita, que os alunos fre­ passagem do curso a bienal("). Isso nos tes que devem assesur a frequentar ef­ quen1avam as aulas ou de manhã ou de sugere a determinação em 1791 fella lect1vamente a Aula e suas Oecurias para tarde, podendo obter transferência de para a escola farense de que •o tempo a recordaçào das materias dadas, e con­ um para outro dos períodos. a Pedro da Aula durara trez horas sucessivas to­ llnuação das que faltam. pena de que Gonçalves. aluno do 4. curso. foi conce­ das as manhaâs.• togo que tenhão commetido seis falias dido •passar para a Aula da tarde, por ter Todavia, além das horas de aula. te­ em cada mez. serão immedíalamente as manhãs ocupadas•; a António de riam os alunos de frequentar outro tipo expulços para nunca mais serem admit­ tidos-) Carvalho, aullsta do 5. curso. é igual­ de actlvidades paralelo. talvez as decú­ mente dada licença •para se transferir da rias. i: o que se verifica por anotação ao Igualmente as instruções para a Aula lição de Matinas para a de Vesperas•: registo de matricula de um aulista do 10. de Faro se debruçavam sobre o proble­ José Ulric. do mesmo curso. apresentou curso, que deu 32 faltas em Janeiro de ma das faltas •Para se conhecer 1ndivi­ certidão médica ·pela qual consta 1er 1796. foi punido com a breve suspensão dualmen1e a frequenc1a de cada 01ss1pu­ molestia que o 1mpossibíhta o exercicio com que eram castigados os faltosos e, lo. fará o Lente. assim de manhãa. como d'Aula nas Liçoens de Vesperas•. readm1t1do, tornou a ser suspenso •p.' de tarde. a costumada Nota dos que tive­ As quatro horas diárias de aula ter-se­ 34 faltas (l fes entre manhaà e tarde no rem faltado; a qual lançará em hum livro ·ão substancialmente reduzido. como se ( ..) mez de Fevr.• de 1796• destinado para esse effe1to. e todo venf1ca pelo seguinte despacho da Jun­ A ass1du1dade e a pontualidade eram. aquelle D1ss1puto. a quem no fim do anno ta, datada de 9 de Novembro de 1801 obviamente. bastante valorizadas. Fisca­ se acharem sincoenta faltas. não serà •Abrão-se as Aulas, principiando por lizava-se portanto a regularidade na as­ adm1t1do a Exame• agora o Lente Joze Luis da Silva as sistência às aulas. conforme consigna o Lições às 0110 horas e meia da manhãa, e Náo sabemos se as propostas de n.• 1O dos Estatutos: •(... ) os Escritura· acabará ás dés e meia: para o Lenle Ri­ Frois chegaram a ser aprovadas Mas. rios, ou Practlcantes da Contadoria da cardo Gomes Rozado Moreira Frols co­ ainda que o não tenham sido, talvez se Junta, reraõ obrigados. por turno. a fazer meçar as suas ás onze, e acabar á não afastem muito do que era usual. À o ponto em cada hum dos mezes. para huma• ('º') Esta redução é confirmada questão das faltas se referem as suges- pelas determinações propostas pelo len­ que na mesma Junla se faça certo. que tões Terceira a •Sersta•. Vejamo-las (ou te Frois em Maio seguinte("). a primeira os Praclicantes assistem• ao essencial delas) pela ordem respecti- das quais é do teor seguinte: •As Lições E as •Determinações particulares. va. •O Ponto se continuará a fazer pelo sendo de duas horas d1anamen1e. corno para o governo econom1co da Aula do Porteiro dés minutos depois de começa- alegara se tem praticado. se conMuarão 1 Commercio•, de 1767, bem acentuavam da a Lição. e lambem o Lente fará parti­ em tudo da mesma maneira ( ..}- no seu n. VI a importância atribuída à cularmente nota dos que faltarem. para 53 que no fim de cada mez se haia de con­ eia a teoluro ( .. ) PO< fatiar londa llatar de huã parto Ptooeupaçóos curo 111k>t&mento está menoonado ferir o mesmo Ponto. não deixando de o essenoll da Geom1tu1a. oomo nos dois uitimos na n 28 Gfl annos•. de1erm1nado que o tente oonttnuasse ("-~)Es ta 1ondônc.a era. aMs. favorecida Aten· conservar aquelle. que passado o sobre­ •a leitura au) se completarem as mater1as. mes· dito limite de tempo. houver compareci­ te·SO em oomo. alguns anos mats tarde. um aviso mo no tcmoo das rerias .. , •a lc!llura das mateoas do 201111810 dolorm1na •que se nào ha1a do do a Lição•. • A qualificação das faltas do segundo armo• estava conclwda Sahcnto·so adm1uir daqui om d1nn10 para o presen10 Curso as 1nformaçOot con1-csas nestes textos_ ao menos deverá precizamente fazer-se sem pro­ mais Alumnos de Idade de l6 annos para c1rna .. ntvel vocabula1. p1áuca docente é ldcn~focado rogação de tempo algum no ultimo dia de a a (ANn Carl da Junta do Com. L t37 F 62). à •folturo•, o estudo da Geomema, que se ver1h· cada mez por Certidão do Medico, ou (") ANTT Can da Junta do Com .. L t54. F cava no final do 1.• ano. era por vezes pre1udtea· Cirurgião. e assignada pelas pessoas a do pelo encerramento do ano &ectivo: pata obViar 24 a L. • t S6. F 22 V. respec11vamento. cujo cargo estiverem os Discípulos. ou a tal inconveniente podia 1r-se ao ponto de retar· ("'I Em consullll de 29181t826 (ANTT, Cart eia Praticantes da Aula•: ·Para que o Tribu­ dar o início das fé"as Junta dO Com .. L • t 6 t. F 99) esta 11anscrota •le· nal possa ter huma 1usta 1de1a do estado (') tnlormaç6es de 29it2/t802 e t71111803 gação do len1e Ascenso Roma de que os exames t11.n1C11tas no CO(MadcK menoonado na n 45 •durão por tempo de dois mezes de manhãa. e em que a Aula se acha todos os mezes. (") Registe-se Que as aulas. que começaram do tardo• o Lente extrahirá no fim de cada hum POt ..,. de f'l'W'lhi. passaram a tunaonar de ma· ("')Em rop1eseniaç*> do 20/7/t803 relenam n~ e de tarde (conloone consta de consu11a de huma conta fiel das frequencias e pro­ os tontos ser COSlume da Aula • tet somen1e o 21711767) gressos dos Praticantes( ... )•: •Fica De­ moz de Sotémbro d8 Fenas· (Arq eia Sec da (")ANTI. Can eia Junlll do Com. maço 375 terminado, e Estabelecido que todo o Esc Sec de Passos Manuel, Copiador· ('°)ANTI. Can eiaJuniadoCom.. L• t79. F - t8011t804). Praticante que hver feito sessenta fallas t5 e l." t53. F 31 V. respectJ11amen1e. 1 com cauza perderá o anno. e o mesmo (' ) Atente-se em quo nao era generahzado o r'JANTI.Can daJuniadoCom .. L.º112.F se ordena áquelle, que sem ella chegar a opt1m1smo quanto li oxeelênc1a da prâuca das de· 53. produzir vin1e. ou faltar a duas Sabbati· cunas. Bonto Fannha, nos •Prantos da Moetdado (") ANTT Can da Junta do Com .. L t 15, F nas. Perdendo ordenadamente a anligui· Port<19uosa• (clr Mana Amélia Macllado Santos, 107 V ·•Ben10 José do Sousa Fa11nha e o Ensino•, 1n dade nos Exames todos os que deixa­ (") B•bllotoca Nac1ona1. ReseMdos. Fundo •B•blos•, Vol XXIII, Tomo 1, 1947). verbera com Geral, t 076S rem de ter provado desde seis faltas por veem6nc1a n "'ª prauca (ao menos nas aulas de diante• Gramáltca lahna), préhca que s1gn1hcana ôe5'cu~ (•?ANTI Cart. da Junta do Com, L t 78. F IS4 V Em 19 de Dezembro de 1825. toman­ xo da parte dos mestres e abandono dos decuria­ dos a 1gno1lnc1a e arbitrariedades dos deeu <"'> ~ muoto provavol que a pralJCa das duas do em consideração o representado pelo llÕeS) horas dO auta se 1ives.se •nstalado der1miivamen· lente do t .• ano. tomou a Junta decisão l"l ANTI, Ca1t eia Junta do Com .. Liv • t tO. 1e. Em 2812118SO. em sessão do ConsethO do que regulava quais as consequências F 104 LlCeu do Usbol. sendo d•SClltoda a duraçao da$ das faltas: •Pnmo; Oue só perderão o I") ANTI. Cet1 da Junla do Com.. Uv • t t 4 aulas eia ~ Comeraat, f04 afJl!TladO que ao anno tect1vo os Estudantes que no fim F 35 -te8-. e as Informações 90· taes. que de tOdos cosi uma haver. se unào no este aspecto. que houve um regime de ('") ANTT, Carl da Junta do Com .• Lº t29. F 87 hm de cada hum 009 Cursos .Academicos ( ) vofuntanato. embora a quafidade de afu· (") ~ !> e Sa. no elogoO htSIO· 179. F 25411) consta que. 1nfonnando o lente do obn9atono<1aoo do estudo do coml)êndoc> de Re

, SUBSIDIOS ,

PARA A HISTORIA,.., DO BATALHAO DE SAPADORES

BOMBEIROS 11

Não é conhecida a data da demissão A organização do serviço de incên­ do lnspector Feijó. Todavia a partir de 3 dios no Concelho de Belém, que conse­ de Dezembro de 1852 com o novo ins­ guia autonomizar-se em 1852. segundo pector Joaquim Júlio Pereira de Carvalho Ferreira de Andrade (obra citada). só se sentem-se os efeitos do que havia sido verifica nove anos depois. legislado sobre o assunto. começando a corporação a conceituar-se no ânimo da população lisboeta pelos bons serviços ... prestados. Novas máquinas fazem desde então Em Novembro de 1863 verificou-se parte do parque de ataque aos incên­ nos Paços do Concelho de Lisboa um dios, nomeadamente bombas de que o violentíssimo incêndio que danificou novo lnspector sugeria a aquisição e pro­ consideravelmente todo o edifício. varam muito bem. Considerou-se então que o facto se Providências sobre o alarme em locais devia a ineficiência dos serviços de in­ onde antes não se dava foram tomadas cêndios e dai resultou estudo para nova pela Câmara em 4 de Setembro de 1852. reforma tendo em vista melhorar as suas Ainda ficou estipulado que despesas condições, as habilitações a exigir do ocasionadas à Câmara por incêndios pessoal ao lnspector - engenheiro com provocados por rogo de artiffcio ou de a formação técnica indispensável e única iluminação fossem pagas pelas entida­ autoridade legal na emergência - as re­ des causadoras. tribuições ao pessoal. equipamento. Exerceu o inspector Pereira de Carva­ abastecimento de águas pelo estabeleci­ lho as suas funções de 1851 e 1864. mento de marcos portuários e finalmente Por este tempo foi publicado (em o aumento do material com aquisições 1853) o •Regulamento para os empre­ de bombas, mangueiras e carros de es­ gados da Repartição de Incêndios• que cadas em Londres e Paris. definia e regulava todas as situações não Ainda certamente como consequên­ só do pessoal mas também do material. cia do incêndio dos Paços do Concelho o dando-se nele pormenorizada descrição lnspector Joaquim Júlio Pereira de Car­ dos •Toques e das máquinas dos incên­ valho pediu a demissão das suas dios que devem acudir a cada um dos funções. sendo subslltufdo pelo Eng. incêndios•. Insere ainda o regulamento José Augusto Correia de Barros. a relação do pessoal e material perten­ Impunha-se a renovação da maior cente à Repartição dos Incêndios bem parte do equipamento e mais ainda a como a ordem em que deve ser chama­ possibilidade de regular abastecimento do a prestar o seu serviço. de água em caso de emergência. 55 Retrato do lnspector Carlos José Barreiros. que desempenhou essas funções de 1866 a 1889. ·São unânimes quantos escreveram sobre o serviço de Incêndios a exaltar as grandes qualidades de chefia, capacidade e perfeito conhecimento dos problemas do Pelouro•.

O 2.• Comandante L•ils Cae1ano Pereira de Carvalho •Um dos bombeiros portugueses mais respeitáveis e distintos. possuidor de uma honrosa folha de serviços em que figura entre outras condecorações a de cavaleiro da antiga e mui nobre ordem militar da Torre e Espada do Valor. Lealdade e Mérito•. (Hermes Augusto Camelo· História do Serviço Telelónico do Batalhão de Sapadores de &mbelfOS).

lmpresS1onan1e aspeclo do ataque ao incêndio de um prédio da Rua ào Jardim do Regedor em 27 de Outubro de t 948

56 Tal facto foi em parte efect1vado pela conseguiu melhorar as operações com a compra do mais moderno matenal em criação de sotas bombeiros perma· 1864 nentes. A islo alude com pormenor a proposta Também se lhe deve a compra de do vereador Lopes dos An1os aprovada mais bombas a vapor. com o parecer favorável do vereador do Assinale-se ainda o facto do Infante D. Pelouro de Incêndios Augusto César de Afonso. que sempre mostrana muito in­ Almeida em 17/10/1864. teresse pela actividade dos Bombe1ros, Não obstante os esforços realizados ter promovido no mesmo ano a aquisição pela Cãmara. os serviços de incêndios de algumas bombas a vapor para os da C1dade não logravam alcançar o ne· Bombeiros Voluntános da Ajuda. que en· cessãno prestigio 1unto da população. Iraram em serviço no fogo que teve lugar Impunha-se com efeito a subshtuição nos Armazéns Barela, que estavam ao do lnspector Correia de Barros que não tempo instalados onde depois foi a sede conseguia dar-lhes a necessãria ef1ciên· do famoso Turf·Club eia de molde a que estes dessem boa Por o Eng Gomes Ferreira ter faleci­ conta de s1. do em 190(1 foi em Janeiro de 1901 Deficiências gritantes se verificaram subslltuldo na Inspecção do Serviço de por exemplo no grande incêndio que de· 1ncêndios pelo Eng. António Maria de ffagrou num dos prédios do em Avelar. Foi o primeiro Comandante do 19 de Outubro de t866 Corpo de Bombeiros por o cargo de 1ns­ Do novo lnspector Carlos José Barrei· pector ter passado a receber esta des1g· ros que desempenhou as suas funções uação em 17 de Agosto de 1901 em 1866 a 1889 são unânimes quantos A morte do Eng Avelar obrigou a escreveram sobre o serviço de incên· nova nomeação em 27/1211901, que re­ d1os a exaltar as grandes quahdades de caiu no Conselheiro Emyd10 Lino da Sil· chefia, capacidade e perfeito conheci· va Junior, major de Infantaria e Enge­ mento dos problemas do Pelouro. nheiro Civil. Fundamentou-se a sua escolha para o Comandou o Conselheiro Lino da Sil· cargo nos bons serviços que Carlos va Junior o Corpo de Bombeiros Munici­ José Barreiros preslara como •soldado pais de 1901a1914. voluntário destas lides arriscadas• ('). Começam então a esboçar-se as JI. A ele se deve, com efeito, a profunda nhas que mais tarde perm1hriam a passa­ transformação experimentada nos Stlrvi· gem do Corpo de Bombe11os a Satalhào. ços claramente esquematizada na reor­ Passa a haver um comandante, um 2. ganização de 1869 comandante. um a1udante, dois médicos. Foi igualmente de sua iniciativa a cria­ um chefe de secretaria, um de contabll1· ção da primeira central telefónica avisa· dade, outro do serviço telefónico, pes­ dora de sinistros instalada na Cãmara soal de secretana e um chefe de d1v1são Municipal num tempo em que o telefone e ainda um 1nspector do corpo. era novidade. pois ainda há pouco havia No fogo que teve lugar em 1O de Abril sido descoberto pelo lis1co inglês Bell de 1907 e ateado por mào criminosa Carlos José Barre11os. homem de ine­ destruiu o importante pred10 da rua da gável aptidão intelectual, jornalista co· Madalena n. 237, distmgumdo-se pela nhecldo antes de se dedicar exclusiva· sua dedicação e inteligência o coman­ mente ao serviço de incêndios, pelos dante Emydio Uno da Silva Junior e mui­ notáveis serviços prestados a Lisboa tos dos outros elementos do corpo. bem mereceu dos seus contemporâ• O Rei por despacho publicado em 29 neos. de Maio de 1907 manda conceder-lhe os Aliás o seu mérito foi reconhecido merecidos louvores. Assim o comprova o lacto da Mun1c1pal1· Em 11/8/1914 depois de ter exercido dade ter dado o seu nome a uma das intermamente o cargo de Comandante artérias de Lisboa. do Corpo de Bombe11os Municipais foi Ao lnspector Carlos José Barreiros. nomeado efectlvo o arqultecto Sr. Fran­ cuia acção notável rapidamente esboçá· cio Carlos Parente. mos, seguiram-se no desempenho do Permaneceu no cargo o arqu1tecto Pa· cargo personalidades. que embora de rente de 1914 a 1924, data em que 101 menos craveira. prestaram também bons substituído pelo capitão-aviador António serviços Rodrigues Alves. Após a sua aposentação em 1899. su­ Deve-se ao arquitecto Parente entre cedeu-lhe imediatamente o tenente de outras realtzações a transferência da Engenharia Augusto Gomes Ferreira, que Central Telefónica para as suas actua1s 57 Em 15 de Ju ho de 1950 ms1alaçóes e ampl1açao do 1nd1cador te· registou-se um violento 1ncênd10 lef6n1co. no Franclor1 Hotel, no Ross,o. Reconheceu a Câmara Municipal os bons serviços do Arqu1tec10 Parente mandando-o louvar pelo zelo, dedicação e superior critério com que desempe­ nhou o cargo. O Comandante Rodrigues Alves du­ rante o tempo que exerceu as suas funções procurou e conseguiu resolver o problema da tracção das bombas. ainda braçal ao tempo, promovendo para o eleito aquisição de diverso material mo­ torizado. Em 1915 foram es1abelecidas as prio­ ridades de saída para os sinis1ros das viaturas automóveis e normas de execu­ ção no que se refere ao material de orde· nança i: certo que o Comandante Rodrigues Alves teve a coadjuvá-lo como 2. co­ mandante Luls Caetano Pereira dé Car­ valho, •um dos bombeiros ponugueses mais respeitáveis e distintos, possuidor de uma honrosa folha de serviços em que figura entre outras condecorações a de cavaleiro da antiga e mui nobre ordem militar da Torre e Espada do Valor, Leal­ dade e Mérito• (') O Comandante Rodrigues Alves exer­ ceu as suas funções até 1928. Faleceu em 221211934 em consequência de de· sastroso acidente de aviação. Com a nomeação do Maior de Enge· nharla Frederico Maria de Magalhães Meneses Villas Boas Vilar em 7 de Agos­ to de 1928 entrou o corpo de Bombeiros num penodo de profundas transfor· mações A mais s1gnilicat1va foi a passagem do Corpo de Bombeiros Municipais de Lis­ boa a Batalhão de Sapadores Bombei­ ros Segundo autoridades dignas de cré­ dito o periodo transitório Que antecedeu a reorganizaçao def1ni~va teve 1nic10 em 1 de Julho de 1930 Como acima refenmos. a ideia de or­ ganizar o serviço de Incêndios dando-lhe feição e disciplina militar não era nova pois já em 1850 o médico Francisco lná· se solicitasse ao Ministro do lntenor a cio dos Santos Cruz a sugenu na memó· necel>Sána autorrzação para m1l1tanzar o ria que sobre o assunto apresentou ã Corpo de Salvação Publica Munrcrpal o Academia Real das Ciências qual continuaria a pertencer à Câmara Decorridos 011enta anos concretizava· Municipal de Lisboa ou passaria com -se finalmente a Ideia do esclarecido e todo o seu actual pessoal. material e bem informado médico cuias opiniões aquartelamento para a Intendência de sobre este aspecto fizeram autoridade e segurança pública. pode-se dizer ainda ho1e são dignas de Em 811111928 a Câmara encarregou serem lembradas como at1ãs atrás efect1vamente o Comandante Vrlar de fizemos elaborar um proiecto de reorganização. Conforme loi expressamente salienta· Entre os propósllos de reorganizaçêo do em ordem de serviço (n. 267 de 12 acima referidos e que foram plenamente de Novembro de 1928) ao próprro Corpo alcançados. deve assinalar -se ainda a de Bombeiros Mun1c1pa1s era evidente a rnstalaçao da Central Telefónica e de necessidade de moderniza-lo de modo a uma Cabine Telefónica automática capaz que o serviço de bombeiros correspon­ de estabelecer lrgaçáo com 355 postos desse Inteiramente à missão que noutras telefónicos, avisadores da via pública, capitais lhe esté incumbido. comando. casas de especláculos, esta· De facto, com adequada regulamenta· belecimentos comerciais e industriais, ção m11itar e 1usta remuneração aos seus monumentos nac1onars, companhia das elementos. suscep11vel de lhes garantir águas. ele. os meros da sua manutenção sem ne­ Aliás. as sucessivas remodelações cessidade de acumulação de outros m1s· dos serviços do Batalhão. Que se pro· teres. evitar-se-iam os graves lnconve· cessaram de 1935 a 1968. traduziram-se nientes d1sc1plmares de serviço da orga· sempre sem dúvida em melhorias e n1zação vigente sobretudo nos seus maior eficiência. contactos com associações votuntanas Em 291911939 o Presrdenle da Repu­ que deram aso a intngas e graves entra· blica fez pessoalmente entrega ao Bata ves com manifesto pre1ufzo e despresti· lhão de Sapadores Bombeiros da Ban­ glo da corporação. deira Nacional com que o Governo da Tornou-se óbvia a vantagem de unifr· República houvera bem d1stmgurr o Ba car numa só unidade todo o serviço m1li· talhão. tanzado - o Corpo de Bombeiros Mun1- Na ordem de serviço ao Batalhão o c1pa1s. dando-lhe a feição de uma espe­ Comandante salientou o significado das cialidade de engenharia com a concer­ palavras Vida por Vida 1nscntos na Ban nente instrução privativa. deira Nacional do Batathao de que sào Imagem do combate ao 1ncênd10 Nestes termos o Comandante Frede· para lembrar sempre a este o exacto ve11f1cado na Co1doar1a Nacional nco Vilar propôs à Câmara Municipal que cumprimento de todos os seus deveres em 5 de Outubro de t 948 59 no desempenho da missão que lhe foi confiada. Exerceu o major Frederico Vilar as suas funções até 14 de Fevereiro de 1936, data em que pediu a exoneração do seu cargo Na data da sua morte. que ocorreu em Abril de 1964, o General Frederico Vilar foi ob1ecto da homenagem do Batalhão de Sapadores Bombeiros tendo o então comandante coronel Ribeiro Viana ex­ presso os sentimentos de admiração pela sua obra de quantos dela tiveram conhecimento Disse; •O falecimento do General Frederico Vilar. 1. Comandante que loi o criador do Batalhão de Sapadores Bombeiros. pela militarização do antigo Corpo de Bombeiros Municipais de Lisboa. traz à memória dos que viveram nesse tempo a personalidade vincada de um ilustre chefe militar que honrou o Município, co­ mandando o seu Corpo Municipal de Assim combawam os bombeoros Bombeiros. A obra aqui realizada. o espi­ o fogo que deflagrou em 14 de Julho de 1943 nto que conseguiu incuflr na Unidade, 60 na Rua Voctor Co

Desempenhando desde 1938 as ~y,· funções de 2. comandante do Batalhão achava-se o coronel Ribeiro Viana em t 947 em excelentes condições para en­ frentar as responsabilidades de 1. Co­ mandante Assim o prova o louvor de que foi alvo ao completar em 1948 vinte anos de ser· vlço no Batalhão. onde se aludia às pro­ vas de •constante dedicação ao serviço reconhecida Isenção e multa competên­ cia demonstrada no exerclcio das suas I ), funções• de que naturalmenle decorre a concessão que lhe foi feita da Medalha de prata da Cidade. Também o pessoal sob as suas or­ dens lhe prestou significativa home­ nagem. Destacam-se entre os serviços pres­ tados pelo coronel Ribeiro Viana a sua acção (e a dos seus Adjunto, chefes, subchefes e bombeiros) por ocasião do grave desastre ocorrido na linha férrea de Cascais no morro da Gibalta em 3113152 e pela sua actuação inteligente e decidida na ataque ao incêndio que na noite de 13 de Agosto de 1959 quase destruiu a igre1a de S. Domingos, a qual impediu que o foco alastrasse aos pré­ dios contiguos. Dois valorosos bombeiros municipais encontraram a morte nesse notável combate. Por isso o comandante e o Batalhão leram condignamente louvados. Ainda outras e diversas iniciativas as­ sinalam a passagem do coronel Riberro Viana pelo Comando do Batalhão de Sa­ padores Bombeiros, mas citaremos ape­ nas as que nos parecem mais significa­ tivas: Assim, promoveu a aquisiçao de gran- de número de viaturas diversas, a remo­ delação geral da Cenlral Telefónica do Comando, incluindo a substituição do in­ dicador principal; substituição, quase to- tal, dos telefones e indicadores telefóni- cos aéreo privativo do Batalhão e do tra- çado telefónico aéreo privativo do Bata- lhão por linhas alugadas aos CTI; altera- ção parcial do traçado telefónico aéreo da rede privativa do Parque Floreslal de • Também Lisboa leve a sua hora 111s1e de celebridade, com o Incêndio Monsanto. por traçado subterrâneo: ac­ trágico e pavoroso da Rua da Madalena. tualização do Manual destinado à prepa­ Nessa fornalha ardente e ciclópica crepitaram as carnes das vitimas ração e desenvolvimento da Instrução do c-om a mesma fúria e a mesma raiva devastadora pessoal do Batalhão e dos bombeiros com que owas 1êm sido devoradas pelo demónio g1gan1esco do rogo. municipais e volunlàrios: construção do o Bazar de Caridade e a Comédre Françalse. em Paris. são os dois quartel-sede da 3: Companhia (Alvala- 1errlveis pontos de referência para a comparação deslll ca1as1rore nacional. de): remodelação geral da rede radiote­ que arrepiou o pais 1n1elro, num frém110 de terror e de piedade• Palavras da •llus1ração PMuguesa• de 22 de Abrrl de 1907, lefónica e aquisição de diversos postos que ã catástrofe dedicou quatro páginas profusamente ilustradas. emissores-receplores. lixos, móveis e Reproduzem-se duas dessas páginas portáteis; criação da oficina de montado- 63 res de telefones e de radlomontadores; •Ao Exm .• Senhor Coronel de Enge­ A esta interinidade seguiu-se na data remodelação geral da Repartição Técni­ nharia Rogério Jaime de Campos Cansa­ acima reterida a situação de Comandan­ ca e da Secretaria; criação do novo ar­ do, que desde os primeiros instantes re­ te efectivo, cargo em que se manteve até quivo geral do Batalhão; elaboração de velou uma enérgica e dedicada acção de 23/12/1975. diversas medidas de segurança e pre­ comando, digna dos maiores elogios. venção contra o risco de incêndio em di­ deseja Sua Excelência o Ministro da Ma­ ••. versos estabelecimentos comerciais e rinha manifestar, em especial, o alto con­ industriais, Metropolitano, etc.; desen­ ceito que lributa ao êxito da sua valiosa Embora se possa dizer talvez, com al­ volvimento dos diversos cursos de habi· intervenção•. guma razão. que o presente trabalho é lllação para preparação do pessoal do quase mera enumeração de inspectores Devem-se ao Coronel Campos Can­ Batalhão; criação da aulas de preparação e comandantes do serviço de bombeiros sado algumas significativas providên­ para os 1.'. 2. e 3. Ciclo dos liceus, des­ de Lisboa e da sua acção no desempe­ cias, que sem dúvida valorizaram o Bata­ tinadas ao pessoal do Batalhão. seus fa­ nho do cargo, na verdade. com raras ex­ lhão. miliares e outro pessoal da Câmara Mu­ cepções. as nomes que se menciona­ Assim contribuiu decisivamente para nicipal de Lisboa; obtenção de aumento ram foram sempre de personalidades a aquisição de grande número de viatu­ no efectivo do Batalhão. que prestaram excelenles serviços e ras diversas; introdução no Batalhão da Falecido no seu posto em 2 de Junho que bem mereceram por isso dos lisboe­ rede telefónica automática privativa; re­ de 1966, loi o Coronel Ribeiro Viana tas a quem multas vezes acorreram em modelação da rede radiotelefónica e subslltuído pelo Tenente Coronel de En­ auxilio com notável devoção e assinala­ aquisição de diversos postos emissores­ genharia Rogêrio Jaime de Campos do êxito. Cansado. ·receptores incluindo postos portáteis e Pareceu-nos por isso Indeclinável de­ um posto fixo instalado em casa própria Exercendo funções no Batalhão de ver de 1usliça evocar os que, primeiro no no Parque Florestal de Monsanto; subs­ Sapadores desde 1947, onde desempe­ Comando do Corpo de Bombeiros Muni­ tituição e actuatização do primeiro volu­ nhou funções de Adjunto Técnico e 2. cipais e depois no do Batalhão, mostra­ me do Manual destinado á preparação e comandante. o coronel Campos Cansado ram a par de grande interesse pelas fina­ desenvolvimento da instrução do pesso­ continuou no exercício do cargo de 1 • lidades deste, inegável zelo e grande al do Batalhão e dos bombeiros munici· Comandante a demonstrar qualidades pertinácia no esforço para melhorar a sua pais e voluntários; construção de um de inteligência, competência e dedica­ eficiência. quartel no Parque Florestal de Monsanto. ção pelo serviço idênticas às que the ha· Multo mais se poderia dizer sobre a viam granjeado até então louvores da Deve na realidade põr-se em relevo história do Batalhão de Sapadores Bom­ presidência da Câmara. que, com efeito, é desde 1969 que o Ba­ beiros e acerca da prestante actividade Na saudação que ao tomar posse diri­ talhão está convenientemente apetre­ das Bombeiros Municipais de Lisboa e giu ao Batalhão, o coronel Campos Can­ chado com material de socorro, carros dos seus muitos actos de heroísmo indi­ sado pôs em relevo a lealdade, compe­ de nevoeiro Co2, espuma, pó, etc. para vidual, mas em matéria de história é mui­ tência, correcção e desejo de bem servir fazer face às crescentes responsabilida­ to difícil encontrar o justo equilíbrio e não de todos os elementos do Batalhão, sa­ des e poder combater com êxito os in­ dizer nem de mais nem de menos. lientando o muito apreço que lhe mere­ cêndios que possam evenlualmente ve­ Esperamos. talvez Ilusoriamente, ter cem os chefes e graduados pelo alto ní• rificar-se em Lisboa. alcançado esse ob1ectlva. vel a que têm elevado o nome dos Bom­ Diga-se todavia, por ser verdade, com beiras Portugueses e em quem a cidade raras excepções as sucessivas autorida­ conlia intelfamente. des que superintenderam nos serviços 1 Assinale-se em particular entre os de Incêndio da cidade de Lisboa sempre ( ) Conforme escJeveu no seu 1elat6no o lns­ serviços prestados pelo Coronel Cam­ procuraram equipá-los com o material pector Cone•a da Barros, citado por Ferreira de Andrade. pos Cansado no cargo de Comandante mais adequado e o mais moderno na do Batalhão de Sapadores Bombeiros, a época da sua aquisição. (') História do Serviço Telelooloo do Baiatnão sua acção na ocasião do incêndio ocorri­ Tal facto se demons1ra exuberante­ de Sapadores Bomb~ros por Hermes Augusto do no Min1stêrio da Marinha em 18 de mente no museu inslalado no quartel da camelo Março de 1969, facto esse expressa­ Av. D. Carlos 1 e o Depósilo da Mitra. mente reconhecido pelo Ministro da Ma­ onde se podem observar as mais curio­ rinha que em oficio dirigido à Presidência sas peças de equipamento em todas as da Câmara de Lisboa expressamente re­ épocas utilizadas no combate aos incên­ fere a extraordinária e eficiente acção do dios. Batalhão de Sapadores Bombeiros e O Comandante Campos Cansado foi bem assim que •não fora o seu magnifi­ substltuldo pelo Maior de Engenharia co e corajoso comportamento. estamos Manuel Fonseca Ferreira Pinto Baslo. crentes que o grave sinistro redundaria numa carreira com brilhante folha de ser­ em penosa catástrofe para a nossa cida­ viços no Batalhão. de de Lisboa, dada a perigosa contigui­ Exerceu funções de 2. • comandante dade de outros edifícios de estrutura par­ duranle o comando do Coronel Ribeiro ticularmente favorável à propagação de Viana e interinamente as de Comandante togo e às diversas condições meteoroló- de 13 de Abril de 1966 a 27 de Julho de 64 gícas do momento. 1967. Sugestivo aspecto de um exerclc10 dos Bombeiros realizado em Maio de 1931. no Rossio. junto da estátua de O. Pedro IV. 65 LISBOA

66 um têcnico de alto gabarito. porque por MORREU Não é só quando morrem ou desapa­ recem grandes estadistas, heró1cos mili­ força do destino deixou de contar com O ARQUITECTO tares ou políticos no poder que Lisboa se um dos seus mais interessados historia­ EDUARDO tar1a de negro e iça à meia haste as suas dores, porque por vontade de Deus se MARTINS bandeiras. afastou de um seu Insigne académico. BAIRRADA Quando parte, tão rápido que nem um Eduardo Bairrada era, acima de tudo, - UM AMANTE OE LISBOA adeus disse, um Arquitecto Eduardo um amante de Lisboa. Ele exigia da sua Martins Bairrada, Lisboa tem de parar, cidade a beíeza que exigiria a uma mu­ atónita e inconsolável, porque perdeu lher, ele obrigava a sua cidade à dedica­ um cidadão exemplar, porque locou sem ção que obrigaria a uma filha, ele tentava que a sua cidade fosse o leito das suas divagações e nela via um amor perfeito. Com a sua bizarria até capaz era, de nos dias felizes e do fulgurante sol lisboeta, usar essa bela flor na lapela do seu ima­ culado casaco castanho ou do seu fato de ver-a-Deus que orgulhOsamente ves­ tia em cerimónias. Bairrada, depois, era um sonhador, com a sua caligrafia gótfca, onde dava pareceres terrivelmente ob1ectivos de crítica, Integrando-os matematicamente no tempo e na história mas não esque­ cendo a educação e o trato e mesmo o humor. E era um •gentleman•, na pura com­ preensão da palavra, onde nunca se per­ cebia se era superior ou interior. onde nunca se entendia a servidão ou o sar­ casmo. onde nunca se confundia o único objectivo de servir, de inovar e de evocar É que Bairrada inovava evocando. com a argumentação própria do investi­ gador e com o aventureinsmo do criador, deixando assim pendenle no seu pare­ cer o mislicismo e a realidade Ião frontais que obrigavam sempre a uma segunda leitura, para a filtragem da voraz critica ao Indispensável modo de agir. Com ele foi um pouco de Lisboa, foi um montão de História e de histórias que só ele sabia. foi a originalidade da precí· são e da linguagem, foi a arte do improvi­ so e do pormenor. Eduardo Bairrada era um homem po­ bre e simples, que acreditava numa car­ reira, que apostava numa obra. que so­ nhava com uma lareira à roda da qual se discutia o bem-estar. a civilidade, a ética e o bom senso. Partiu, assim de repente. mas deixou sem duvida a certeza de que •o passado não é o que passa mas o que fica•.

Manuel Pinto Machado Vereador da C.M.L. (ln •C.M.• 487102/01) 67 PRIMEIRO-MINISTRO MARROQUINO VISITA LISBOA

O Pnmeiro·M1nistro do Reino de Mar· rocos. Azedlne larakis. visitou of1c1al· mente os Paços do Concelho de Lisboa no dia 14 de Janeiro. tendo-lhe sido prestadas honras do es11lo à chegada à Praça do Mun1cip10 por um Batalhão da BSB. com bandeira e fanfarra Seguidamente organizou-se o trad1· c1ona1 corte10 com as várias 1ndividua11- dades presentes até ao Salão Nobre, onde se rea1tzou uma sessão de boas vindas. O Presidente da Câmara Municipal, Eng Nuno Abecas1s, usou. então da pa. lavra para, em nome da cidade e do Mu· nícfpfo. saudar o Ilustre visitante a quem Momento em que o PrlmelrO·M1nls1<0 de Marrocos é galardoado fez a entrega da Chave da Cidade e do com a Chave de Honra da Cidade diploma e cópia da acta da reunião que aprovou aquela outorga de Lisboa• Acrescentou que a gemina· Terminados os discursos. o Pnmeiro· Por sua vez. o Promeoro-M1n1stro mar­ ção da cap11al portuguesa. 1ã geminada ·Ministro visitante assinou. na Sala Rosa roquino agradeceu a recepção que lhe com Madrid, a Rabat const1tu1 um tnãn· Arau10. o Livro de Honra da Cidade. após foi dispensada e disse da sua satisfação guio que pode ser benéfico em termos o que se procedeu à troca oficial de tem· por ser conStderado •Cidadão de honra de cooperação. branças

REUNIÀO DA A 1.• Reun1ao da Com1ssao Instalado· COMISSÀO INSTALADORA ra do GICOL·Gab1nele de Incentivos e DO GICOL Congressos de Lisboa. realizou-se. nos Paços do Concelho. no dia 15 de Jane1· ro, sob a presidência do Vereador do Tu· rismo da CML. Dr Victor Gonçalves. Recorda-se que o GICOL. enquanto associação. tem em vista a promoçao de Lisboa. nos mercados internacionais. como Centro de Congressos. Reuniões. Feiras e Exposições O Gabinete propõe-se. assim. apro· ve1tar e promover de forma agressiva as potenc1ahdades 1uris~cas da região de Lisboa. para d sputar com as suas con· géneres europeias uma parte cons1derâ· vel dos mercados de feiras. congressos. reuniões. exposições. etc. Para efeitos de promoção internac10· nal o Gabinete de Incentivos de Lisboa adoptará a designação de Llsbon Con­ ventoon Bureau. Além da Cãmara Municipal. Jazem parte do Gabinete entre outros. agentes económicos conslituidos no sector do turismo como. a TAP. CP. Rodoviária Na· c1onal. Associação Industrial Ponuguesa. Confederação do Comércio e lndústna. Assooaçào Ponuguesa dos Agentes de Aspecto da 1 • Reunoo da Com.ssao Instaladora do GtCOL· Viagens e Tuns mo e Associação dos Ho· 68 ·Gabonete de lncentovos e Congressos de llsboa té1s de Ponugal TRANSMONTANOS NA CML PARA CANTAR AS JANEIRAS

No âmbito do seu programa de levar a outras terras e oulras genles uma tradi­ ção herdada dos seus antepassados. o Grupo da Casa Regional de Trás-os­ -Montes esteve, no dia t 6 de Janeiro, nos Paços do Concelho de Lisboa, onde cantou as Janeiras. Presentes o Eng. Nuno Abecasis. Vereadores e diversos funcionários. Vestidos com trajes regionais, a ac· luação dos transmonlanos foi acolhida com interesse e simpalia por lodos os O Presidente da CML cumprimenta o director do Grupo presentes. da Casa Regional de Trás-os-Montes

DIA OE S. VICENTE em hOnra do mârlJJ. caso conquistasse a UMA TRADIÇÃO cidade aos mouros. S. Vicente llcava assim. e para sem­ QUE SE MANTEM pre. popular entre os alfacinhas e a barca e os corvos gravados nas armas da cida­ de A Igreja de S. Vicente. reedificada em 1629 é dos templos mais representa­ O Dia de S. Vicente. o mais anligo tivos de Lisboa e também ela muito liga­ padroeiro de Lisboa, foi comemorado, da à origem do nome do bairro. como é de tradição. no dia 22 de Janeiro, Até há algum tempo. os corvos muito com uma Missa Pontifical. na lgre1a da frequentes em Lisboa, eram tidos como Sé, celebrada por Sua Eminência o Car­ bichos de estimação e podiam-se en­ deal Patriarca, D. António Ribeiro. contrar às portas das tabernas e carvoa­ Presentes também o Presidente· rias um pouco por toda a parte. -Substiluto da Câmara, Dr. Llvio Borges Por força da lenda. séculos passados. e membros da Vereação. quase todos esses corvos linham o mes­ Segundo a lenda, S. Vicente, o mais mo nome: •Vicenle•. antigo patrono alfacinha está intimamen­ te ligado à origem do brasão da cidade de Lisboa. Nascido em Espanha (Huesca), S. Vi­ cente, aquando das perseguições aos cris1ãos no reinado do Imperador Diocle­ ciano, terá sido martirizado sobre uma grelha em braza quando era arcediago do Bispo de Saragoça. O seu cadáver, trazido por um barco de refugiados de Valência. leria chegado ao promontório algarvio, que ficou com o seu nome, e daf partido em 1173 numa nau que dois corvos acompanharam até Está1ua de S. l/icen1e. da autoria Lisboa, com destino a uma Igreja que do escultor Raul >

No ãmbllo do cumprimento dos seus ob1ectovos culturais, a Cãmara Municipal de Lisboa entregou. no decorrer de uma cenmónia realiwda no Palácio Galveias. no dia 22 de Janeiro. mais qual/o biblio­ tecas. com um total de 1600 volumes. a Escolas Pnmánas localizadas no Reste­ lo. , Campo Grande e Orivais. Os temas versados nos volumes ofe­ recidos são bastante d1vers1ficados. in­ cluindo literatura 1nlantil de caracter d1· dãctico e recreativo. bem como temas de formação para prolessores. Esta acção, desencadeada pelo Pe· O fomento turisllco e o lntercámb10 louro da Cultura da Câmara Municipal, da entre Lisboa e Madrid. incentivados pela responsabilidade do Vereador Vítor Reis. cnaçao de tarifas especia.s no trafego 111sa dotar todas as escotas primárias da ferroviâno, foram um dos pontos pnnc1- Capital com adequadas bibliotecas e re­ pa1s que preencheram o encontro de tra­ novar e actualizar as existentes. Prevê· balho e amizade realizado. na capital es­ -se que até ao llm do ano em curso se- panhola. no dia 25 de Janeiro. entre os 1am entregues cerca de 20 bibliotecas a Pres1den1es da Câmara Mun1c1pa1de Lis­ outras tantas escolas. boa e do Ayun1am1ento Madrileno. Nesta reunião, que 101 promovida no âmbito da actuação da Comissão Perma­ nente L1sboa/Madnd, parhc1param. tam­ bém. os presidentes das empresas fer­ rov1âr1as RENFE e CP e. ainda. como integrantes da delegação ponuguesa os Vereadores dos Pelouros das Relações Internacionais, Comandante Pinto Ma · chado, do Turismo. Dr Victor Gonçalves e do Trânsito. Eng.• Magalhaes Pacheco. Recorda-se. a propósito. que. nos termos do acordo firmado, oportuna­ mente, pelo Eng Nuno Abecasis e pelo lalec1do Prof. Tierno Galvan, então na qualidade de Presidentes das ouas cida­ des gemeas e no que respeita ao apoio e colaboração a programas e a act1v1dades munic1pa1s, de carácter 1nternac1onal, Lisboa e Madrid apoiar-se-ão mutua­ mente e estabelecerão polltlcas comuns dentro das organizações municipalistas internacionais em que são membros ac­ t1vos. a saber· a União das Cidades Cap1- ta1s lberoamerícanas (UCCI). Federação Mundial das Cidades Unidas (FMEU). Un1ao Internacional de Adm1n1s1raçao 70 Local (IULA) e outras ---

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EPUL CONSTRÓI um plano a médio prazo vãlido até 1990 MAIS DOIS MIL FOGOS Acrescentou que, no ano em curso, se­ rão lançados mais 1500 fogos. em Te· lheiras, Vale de St. António. Rua de S Bernardo. Largo de S. Bento e Martim Moniz. Mais dois mil fogos vão ser construí· Referiu ainda. que, dentro dos novos dos. na capital, peta Empresa Pública de conceilos de gestão da Europa, no res· Urbanização de Lisboa-EPUL, anunciou peitante ao edifício acima mencionado no dia 28 de Janeiro, o Eng Nuno Abe· por R6, agora lançado, todos os fogos casis, Presidente da CML e Presidente serão comercializados em propriedade do Conselho de Administração daquela plena e não, como acontecia antes. em Empresa, na cerimónia da assinatura do regime de direito de superficie. protocolo de inicio do lançamento dos primeiros 56 fogos daquele conjunto, a edificar em Telheiras e designados por R6. Estes novos fogos são constituídos por seis lotes, situados próximo do nú· cleo de Telheiras Velho, consliluido por casas antigas. na sua maioria do séc. XIX e que serão mantidas e restauradas. O Eng. Abecasls. na qualidade de Presidente da E PU L, revelou também, O Eng.• Nuno Abecasis. Presidente do Conselho de Administração que, pela primeira vez, a Empresa tem da EPUL, observa os alçados um plano e orçamento baseados em fac· dos novos edilicios a construir em Talheiras tos, não só para 1987, mas, igualmente. 71 MONUMENTO A O.JOÃO BOSCO

O patrono da iuventude, O. João Bos· co, vai ter um monumento erguido em sua honra frente às olicinas de S. José. na praça que, agora, passa a ter o seu nome e antes se chamava dos Prazeres, na Freguesia de . A cerimónia do lançamento da 1.' pe· dra, realizou-se, no dia 31 de Janeiro. com a presença do Bispo Auxiliar de Lls· boa, D. Serafim de Sousa Ferreira da Sil· va. do Vice-Provencial dos Salesianos, do Presidenle da Câmara Municipal de Lisboa, Eng. Nuno Abecasis e muitas outras Individualidades. No seu Improviso. o Presidente da Câmara salientou o significado da ceri· mónia e afirmou que o monumento com o busto do Santo representará uma ima· Aspec10 da cerimónia gem de coragem, a seguir pelos lisboe­ de lançamento da 1.' pedra do tas, na transformação e modernização da Monumento a O. João Bosco, 72 cidade. a erigir frente às oficinas de S. José CML E UNIVERSIDADE CELEBRAM PROTOCOLO

A Câmara Municipal de Lisboa e o Centro de Investigação e Estudos Urba­ nos e Territoriais assinaram, no dia 5 de Fevereiro, nos Paços do Concelho, um Protocolo de colaboração no domlrno da problemática sócio-urbanística da capi­ tal, tanto ao nível de investigação oomo de formação de sociólogos. Assim. ao nível da Investigação só• cio-urbanística as duas entidades mani­ festaram a sua disponibilidade para en­ contrar formas de colaboração reciproca na concretização de estudos, análise e diagnóstico de •situações-problema• e, ou, no desenvolvimento analltico de pes­ quisas. Quanto ao nível da formação, o Proto­ Awec10 da cerimónia de asslna1ura do protocolo colo prevê acções de apoio técnico, do­ celebrado en1re a CML e o Cen1ro de lnvesugaçao e Es1udos Urbanos e Teni10ria1s cumental e informativo por parte da CML, bem como estágios de formação/ Abecasis, Presidente da Câmara Munici- , Juan Mozzicafreddo, e o Coordenador /informação nos seus vários serviços. pai de Lisboa. o Presidente do Centro de do Núcleo de Estudos Urbanos e Territo- Assinaram o Protocolo o Eng. Nuno 1nvestigação e Estudos de Sociologia. riais. Victor Manuel Matias Ferreira

ESCOLA PRIMÁRIA MODELAR trução de habitações para 80 famílias aula para uma capacidade de cerca de INAUGURADA EM LISBOA que vivem actualmente em bairros de­ 650 crianças, uma sala pollvalenle, bi­ gradados, mas que lhe restava a espe­ blioleca, canltna com cozinha, insta­ Mais de 160 mil contos investiu a Ga­ rança de que as crianças ali presentes lações para serviços médicos e casa do mara Municipal de Lisboa nas obras das saberiam oompensar o sacriflcio feito. guarda novas instalações da Escola Primária A nova escola, de arquitectura origi­ A propósi10 das carac1erísticas fun­ n.• 14. no Largo do Leão. Freguesia de nar. foi projec1ada especialmente para o cionais do novo edifício, a Secre1ãria de S. Jorge de . local e as obras iniciaram-se em finais de Eslado do Ensino Básico e Secundário A cerimónia Inaugural realizou-se. no 1981 disse considerar •as novas instalações dia 6 de Fevereiro. com a presença da Construida em alvenaria com es1ru1u­ um bom exemplo daqullo que o Minislé· Secretária de Estado do Ensino Básico e ra de be1ão armado, possui 17 salas de rio entende dever ser uma escola•. Secundário, em representação do Minis­ tro da Educação, do Presidente da Câ• mara Municipal de Lisboa, Eng. Nuno Abecasis. Vereadora Ana Sara de Brito, Embaixador da União Soviéhca. Bispo Auxiliar de Lisboa e do Presidente da Junla de Freguesia de Arroios. Depois da bênção do edífício pelo Bispo Auxiliar de Lisboa, seguiu-se uma sessão solene, no ginásio da escola. Usando da palavra a Vereadora Ana Sara de Brito referiu que aquela escola está aberta à oomunidade, não só através das crianças e respectivos pais. mas também através de associações de juventude e da terceira idade Por sua vez, o Presidente do Municl­ pio, Eng. Abecasis, salientou a Impor­ tância do empreendimento no campo da formação cultural e educativa. lembran­ do. a propósito, que as novas instalações O Eng.• Nuno Abecasis no uso da palavra no decurso da cerimónia inaugural da esoola custaram tanto como a cons- da nova Escola Primária n.• 14, no Largo do Leão 73 PRÍNCIPES DE GALES HOMENAGEADOS PELA CÂMARA DE LISBOA

No âmbito do programa da sua visita oficial a Portugal. os Príncipes de Gales. Carlos e Diana. foram homenageados pela Câmara Municipal de Lisboa com uma recepção seguida de almoço no Castelo de S Jorge. no dia 12 de Feve­ reiro. A chegada ao Castelo foram rece­ bidos pelo Presidente do Município, .Eng. Nuno Abecasis. acompanhado por ioda a Vereação. Ao almoço em honra dos ilustres visi­ tantes estiveram presentes os Chefes do Estado-Maior do Exército dos três ramos das Forças Armadas. vários embaixado­ res. o elenco completo da Vereação da Câmara. funcionãrios superiores e ou­ tras individualidades No final. foi proporcionado aos visi­ tanles um espectáculo de folclore portu­ guês. O Presidente do Municipio ofere­ ceu aos Príncipes de Gales um livro so­ bre empedrados artisticos de Lisboa. da autoria de Eduardo Bairrada, e um servi­ O Principe de Gales, no momento da asslna1ura do Livro de Honra da Cidade, ço de chá da Vista Alegre. aquando da recepção oferecida pela CML, no Caslelo de S. Jorge CENTENARIO DO NASCIMENTO DO COMPOSITOR VILLA-LOBOS

Atenta aos valores da cultura em 10- das as modalidades em que esta se pode manifestar, a Câmara Municipal de Lisboa tomou a iniciativa de no dia 5 de Março, dala do centenário do nascimen­ to do compositor brasileiro V1lla-Lobos. promover, no Teatro S Luiz. um concer­ to de gala comemorativo da efeméride. A 1n1c1atova que despenou grande interes­ se do publico admirador dos grandes va­ lores da musica. contou com a part1c pa­ ção da Orquestra Sinfôn ca da Rad•od•fu• sao Portuguesa. d1rigtda pelo Maestro Silva Pereira e com a colaboraçao da so­ lista de gu11arra Uvia São Marcos O espectáculo inseriu-se no ciclo • Vllla-Lobos, Vida e Obra•. valorizado com a par11c1pação de artistas brasileiros e portugueses e direcção arllst1ca do Q>nceno de homenagem a Vílla-Lobos Maestro José Atalaya

AUTARCA PARISIENSE VISITA LISBOA

A fim de se 1nte1rar das realidades e experiências urbanisllcas de Lisboa. o •Maire• - ad1un10 de Paris, Bernard Ro­ chen. esleve. no dia 1O de Março, nos Paços do Concelho, onde foi recebido pelo Eng. Nuno Abecas1s, no âmbito das relaçôes de amizade que, desde há mul­ to. ligam as duas cidades capnais No decorrer da recepção. o Presiden­ te da Câmara Municipal de Lisboa entre­ gou ao ilustre v1s11anie uma peça típica de artesanato ponuguês. seguindo-se no Gabinete Técnico de Habitação uma reunião de trabalho entre os dois autar­ cas. com a presença de técnicos do Mu· nic1p10. sobre urbanismo, tendo sido fo· cada a coordenação do planeamento para a recuperação de áreas degrada­ das, centros de acolhimento e serviço de protecção civil No ãmb110 do programa da sua visita a Lisboa, o autarca parisiense. acompa­ nhado pelos técnicos do Município, vlsi· tou algumas zonas urbanizadas da cap1- 1a1. nomeadamenle. os Bairros do Ca· lhau. Laran1e1ras. Ou1n1a do Lambert. Te­ lheiras. Ohva•s e Cheias. ouvindo. •nte• O PreS>donte da Cãmara. Eng • Nuno Abecas.s. ressadamente. todas as explicações que e o Maire-Ad1unto de Pa11s. Bernard Roc:llen. durante a reunião de trabalho lhe foram dadas sobre urt>antsmo, electuada aquandO da "1S ta daquele autarea a l.iSboa 75 ALUNOS DO ISCSP Um grupo de alunos do Instituto Su­ VISITAM A CML perior de Ciências Sociais e Polllicas deslocou-se. em visita de estudo. aos Paços do Concelho. no dia 18 de Março. No Salão Nobre, foram recebidos pelo Presidente-Substituto, Dr. Uvio Borges que lhes manifestou a disponibilidade da Câmara para corresponder ao interesse manifestado em tomar contacto directo com as realidades da achvidade camará­ ria. estando confiante - disse-. da uti­ lidade destas visitas para a formação académica. Em seguida, na sala das reuniões pú­ blicas. sob a presidência do Vereador do Pelouro dos Espaços Verdes, Dr Carlos Robalo, e com a presença de técnicos do Município. realizou-se uma reunião de trabalho e esclarecimentos em que os universitários visitantes tomaram contac­ to com os seguintes temas: •Gestão Ad­ ministrativa e Técnica da CML• e •Pro• O vereador Dr Uvlo Borges. em representação do Municlpio, grama para os Espaços Verdes na Cida­ tece algumas considerações sobre a actlV1dade camarâna de - 1987/89•.

NOVO ARRANJO URBANÍSTICO a execução do projecto irá exigir algu­ cipio e o Banco de Portugal, permitem DA PRAÇA DE ESPANHA mas expropriações. garantindo. porém. a garantir que o Teatro Aberto e o Centro Câmara que nada será leito com o sacri­ de Medicina no Trabalho da CML, actuat­ fício de proprietários privados ou em de· mente fixos naquela zona. renascerão trimente de finalidades culturais ou so­ em ins1alações condignas por forma a ciais ali implantadas. desempenharem em melhores con­ A Praça de Espanha, uma das maio­ Salientou ainda que os termos do re· dições as funções culturais e sociais que res de Lisboa, vai brevemente ser ob1ec­ cente protocolo, assinado entre o Muni- lhe estão cometidas. to de adequados arran1os e translor· mações na concretização de um projecto que visa dar-lhe um melhor aproveila­ mento viário e urbanis11co. Assim, dado que aquela zona permite a construção de edifícios de grande porte, estao projecta­ das para o local as novas Instalações do Banco de Portugal e do Montepio Geral com o que se espera desconcentrar o sector tercrário prevalecente na baixa pombalina. No decorrer de uma conferência de imprensa. realizada no dia 19 de Março. nos Paços do Concelho. o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Eng: Nuno Abecasis, que se encontrava acompa· nhado pelo Governador do Banco de Portugal, Dr Tavares Moreira, do Admi· nistrador do Montepio Geral, Dr. Vitor Mellcias. do Presidente da Fundação Ca· louste Gulbenkian, Dr. Azeredo Perdigão e por técnicos do Município, exptlcou. em pormenor. aos representantes dos órgãos de comunicação social, as razões e os objectivos do projecto agora lança• do para um melhor e adequado aprovei- O Presidente da Camara. Eng.• Nuno Abecasis. 76 lamento da Praça de Espanha. Disse que explica em pormenor o pro1ec10 de remodelação urbanlstica da Praça de Espanha CÂMARA E MUNOICENTER ' FIRMAM PROTOCOLO A Câmara Municipal de Lisboa vai passar a dispor de um espaço para expo­ sições. colóquios e outros ob1eclívos culturais no 2 piso do Centro Comercial das Amoreiras, na sequência de um pro­ tocolo assinado no dia 24 de Março, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Mundicenter - Sociedade de Empreen­ dimentos Comerciais, SARL. Nos termos do protocolo, a CML pas­ sa a dispor gratuitamente de uma loja para instalar um posto de Informações municipais e lurlsticas. podendo ainda, utilizar, mediante autorização, os painéis publicitarias existentes no Centro Co­ mercial das Amoreiras. para divulgação das actividades de iniciativa camarária. Em conlrapartlda, a CML utilizará os MUPIS - painéis Decaux existentes na via pública. e na lace que lhe está distri­ buida, para a colocação de cartazes em que seja fella a divulgação de expo­ sições de arte e outros acontecimentos de indole cullural a realizar no Centro Comercial das Amoreiras. e que tenham a sua colaboração ou patrocínio. O protocolo foi rubricado por parte da CML pelo Eng.• Krus Abecasis e pelo Eng. Victor Ribeiro. por parte da Mundi­ center ARTESANATO EM EXPOSIÇÃO de Almerinda Simões. De salientar. ain­ NO PALÁCIO DOS CORUCHÊUS da, alguns quadros em madeira pintada Na oportunidade. o Eng. Krus Abe­ em relevo. do cinzelador Eduardo Alves casls põs em relevo o significado e inle· Uma exposição de artesanato organi­ e as estatuetas em cerâmica de Mana resse do presente protocolo que permiti­ zada pelo Centro de Apoio ao Artesão. José Vidal, as cerâmicas de Martim rá ao Departamento de Turismo da CML com o apoio da Câmara Municipal de Lls­ Afonso Dornellas. de Rui Reis, de Susa­ ter, no Centro Comercial das Amoreiras, boa, esteve patente ao público de 19 a na de Carvalho, de Paula Souto e, ainda, um local de apoio à sua acção cultural e 30 de Março e despertou grande Interes­ os painéis de azulejos de Guida Pinto de divulgação das realidades turísticas da se aos numerosos visitantes do Palácio Mesquita. capital. Salientou, ainda, que o desenvol­ dos Coruchéus. Ainda no que respeita a cerâmicas. vimento das cidades resulta, em grande Preenchida com obras de vinte artis­ também, ali estoveram expostas obras de tas, a exposição compreendia uma gama Helena Berger e José Rijo, uma placa de parte, da con1ugação dos Interesses pri­ bastante variada de motivos, desde uma cerâmica de Tereza Cortêz, Maria de vados com os interesses públicos de pequena colecção de bicicletas em ara­ Lurdes Roque Martins. bem como as que o empreendimento da Mundicenler me. de vários tamanhos e leitios. da au­ profissões de oleiro e corticeiro, repre­ é um exemplo claro. toria de Vergílio Martins. até às aprecia­ sentadas em cenas de barro modelado As obras de adaptação do espaço ce­ das colchas em linho e bonecas de pano, por António Paulo Dias Costa. dido Iniciar-se-ão a curto prazo 77 PRÉMIOS MUNICIPAIS volvida. nomeadamente no campo das ENTREGUES A artes, letras. história e investigação lo­ ram. assim, publicamente reconhecidos «HERÓIS CIVIS DA CIDADE» pela Câmara Municipal Realçando o alto significado da ceri­ •Se todos os cidadãos seguissem a mónia a que se associaram numerosos Imagem do amor e dedicação que estes amigos e admiradores dos premiados. o heróis civis iepresentam. Lisboa seria a Presidente do Município salientou: •Ê cidade da Justiça e da Paz• - afirmou o preciso ter prestado provas e ganho mé­ Eng. Krus Abecasis, em cerimónia reali· rito, não avaliado por júris, mas medido zada no dia 24 de Março, no Salão Nobre no dia-a-dia pelos cidadãos, para con­ dos Paços do Concelho. para entrega de quistar o direito às distinções aqui distri­ prémios e medalhas municipais a várias buídas• entidades e institu1çóes. entre as quais No decurso da cerimónia foram en­ arquitectos. escritores. vereadores. jor­ tregues os seguintes prémios e meda­ nalistas. academias. escolas e centros lhas municipais: Prémios Literários Mu­ culturais. cu1os méritos de acção desen- nicipais/1984, aos escritores: Lídia Jor-

78 ge, Vasco da Graça Moura e António A viúva do Arq.• Eduardo Bairrada. O. Manuela Bairrada. Quadros pelas suas obras. respectiva· recebe do Presidente da CML, a Medalha de Honra da Cidade, mente: •Noticia da Cidade de Silvestre• no grau de Beneménto, que o Munlclpio deliberou atribuir (ficção), •Os Rostos Comunicantes• âquele Ilustre olls1pógrafo por ocasião do seu falecimento (poesia) e •Fernando Pessoa. vida. per­ sonalidade e génio• (ensaio); Prémio Municipal Júlio Castilho/ 1985, atribuído ao Arqt.• Eduardo Martins Bairrada, re· O Prol. Veríssimo Serrão. centemente falecido, pela sua obra •Em• Presidente da Academia Portuguesa de H1s1órla, pedrados Artísticos de Lisboa• foi rece­ recebe em nome daquela Instituição a Medalha de Honra da Cidade bido pela viúva; ao escritor Dr. Lu1z Fran­ cisco Rebelo foi entregue uma •menção honrosa• pela sua obra • História do Tea­ tro de Revista em Portugal• - 1.' e 2.• A ex-vereadora Mana Teresa Cõne-Reat recebe das mãos do Presidente da CML volumes. a Medalha de Mérito Municipal (grau ouro) Por sua vez. o 1ornalista Eduardo Guerra Carneiro recebeu o Prémio Muni· clpal Júlio César Machado que lhe foi atribuído pelo seu artigo •Pessoa Rev1si· tado nas Ruas de Lisboa•, enquanto a Marina Tavares Dias foi entregue a • menção honrosa• pelos seus artigos •Café Martinho - Memória de um Espe­ lho Quebrado. Garrett - O e Ca­ fés de Lisboa Romântica• e •A Brasilei· ra: Tribuna e Museu no Centro da Cidade• Finalmente. o Prémio Municipal de Azulejaria foi entregue às seguintes indi­ vidualidades. D. Maria Teresa Assunção Cortez Pinto e Melo pelo painel de cerâ• mica integrado na fachada do edifício MCB, Av.• da Liberdade, 144, em Lisboa e ao Arqt.• Thebar Rodngues Frederico pelo projecto do edifício MCB. Foram também entregues medalhas de Honra da Cidade e de Mérito Muni­ cipal. Assim, a Medalha de Honra da Cida­ de. com o litulo de benemérito. ao Arqt. Eduardo Martins Bairrada: Medalhas de Honra da Cidade ãs instituições: Acade­ mia Nacional de Belas Artes. Academia Portuguesa de História, Assoc1ac;ao Na­ val de Lisboa. Casa Batalha e Escola Se­ cundária de Passos Manuel: Medalhas de Ménto Municipal (grau ouro) às se­ guintes invid1dualidades e instituições: Dr. António Silva Graça, D. Maria Teresa Cõrte-Real, António da Silva Arantes Russel, Carlos da Cunha Casanova. Jú· llo César Afonso Soromenho Romão, Dr. Luís Alberto de Sequeira Lopes Gallego. Máno José da Silva Garcia, Associação de Estudantes do lnslltuto Superior Téc· nico, Liga Portuguesa dos Deficientes Motores. Sociedade Filarmónica União Capricho Olivalense e Dr.• Guida Faria. Por ülttmo. a Medalha de Mérito Mu· nicipal (grau prata) foi entregue a José Luls da Silva Coelho e a D. Rosa Capeans. 79 PROBLEMAS DA IMIGRAÇÃO tária de Estado das Comunidades Portu­ e. a dado passo, afirmou: •As autarquias DEBATIDOS EM LISBOA guesas. Dr • Manuela Aguiar e o Secretá­ locais têm sido nos últimos anos um dos rio de Estado Ad1unto do Ministro da mais relevantes factores de progresso e Lisboa foi a cidade escolhida para a Academia Interna, Dr José Manuel Du­ desenvolvi mento no nosso pais•. E realização do Congresso de Autarcas e rão Barroso. acrescentou • Constituindo as autar­ especialistas de cinquenta cidades de A cerimónia de encerramento do quias focais. o nível administrativo que nove paises da bacia do Mediterrâneo Congresso decorreu sob a presidência mais perto se encontra dos cidadãos. que decorreu, no Forum Picoas. de 25 a do Secretário de Estado da Administra­ não pode deixar de ser relevante a instl­ 27 de Março. subordinado ao tema: •Pa• ção Local e Ordenamento do Território tucionalízação de canais de comunica­ pel e Responsabilidade das Cidades pe­ que, no seu discurso. felicitou os con­ ção entre os órgãos autárquicos e as rante os problemas da Imigração•. gressistas pelos trabalhos apresentados respectivas populações•. Na sessão de abertura dos trabalhos. o Eng. Krus Abecasis, Presidente da ª'""!' º Câmara Municipal. salientou o significa­ do da reunião e dos temas a debater. dizendo. a propósito: •As Cidades são C< hoje mais as cidades dos homens do que as cidades das nacionalidades. O primeiro passo do urbanismo 1á não é o planeamento urbano, mas a análise sócio-urbanisllca•. Referiu. depois, a dimensão humana do problema da Imigração e afirmou: •Ê preciso que cada gestor de uma cidade saiba exactamenle qual é a composição da população. quais as suas diferentes tonalidades e matrizes e qual o tipo de resposta diversificada que deve dar aos seus cidadãos•. Estiveram presenles. entre outras in· dividualidades. o Secretário-Geral da O Eng." Nuno Abecasis no uso da palavra, no decurso da cerimónia de abe11ura FMVJ, Sr. Hubert Lesire-Ogrel, a Secre- do Congresso •Papel e Responsabilidade das Cidades perante os problemas da Imigração•

ASSOCIAÇÃO • LE PATRIARCHE» SOLICITA APOIO À CML

Luclen Engelma1er. director e funda­ dor da •Associatíon Le Patriarche• que se deslocou a Lisboa para contactar com várias entidades a propósito da obra de recuperação dos toxicómanos, foi rece­ bido pelo Presidente da CML, no dia 24 de Março. a quem solicitou, a colabora­ ção do Municipio para a instalação da As· sociação. em edificio próprio, na capital portuguesa. Em conferência de Imprensa, o direc­ lor de • Le Patriarche•, fez o resumo dos contactos mantidos com os várias enti­ dades e disse. no que respeita à CML, ter encontrado a melhor receptiv1dade por parte do Eng. Krus Abecasis. Disse. ainda, que Lisboa é a cidade. em relação a todas as outras onde •Le Patriarche• está presente, aquela que maior número de pedidos tem para ingresso de tox1co· dependentes nos centros de recupera­ O Presidente da Cãmara recebe Luclen EngÍ!lma1er. ção. espalhados por onze paises e per­ 80 director da • Assoclat1on Le Patriarche• ~ tencentes àquela Associação. NÚMERO AVULSO 500$00