Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro Centro De Ciências Sociais Instituto De Filosofia E Ciências Humanas
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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Sociais Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Monique Batista Carvalho Os dilemas da “pacificação”: práticas de controle e disciplinarização na “gestão da paz” em uma favela no Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2014 Monique Batista Carvalho Os dilemas da “pacificação”: práticas de controle e disciplinarização na “gestão da paz” em uma favela no Rio de Janeiro Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Doutor, ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Orientadora: Prof.ª Dra. Márcia da Silva Pereira Leite Rio de Janeiro 2014 Monique Batista Carvalho Os dilemas da “pacificação”: práticas de controle e disciplinarização na “gestão da paz” em uma favela no Rio de Janeiro Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Doutor, ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Aprovada em 10 de novembro de 2014. Banca Examinadora: _________________________________________ Prof.ª Dra. Márcia da Silva Pereira Leite (Orientadora) Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - UERJ _________________________________________ Prof. Dr. Gabriel de Santis Feltran Universidade Federal de São Carlos _________________________________________ Prof.ª Dra. Lia de Mattos Rocha Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - UERJ _________________________________________ Prof. Dr. Luiz Antonio Machado da Silva Instituto de Estudos Sociais e Políticos - UERJ _________________________________________ Prof.ª Dra. Mariana Cavalcanti Rocha dos Santos Fundação Getúlio Vargas Rio de Janeiro 2014 DEDICATÓRIA À vovó Enilda Fernandes Batista, que me guiou pelo caminho. AGRADECIMENTOS O caminho percorrido até a chegada ao doutorado foi entremeado por diferentes experiências, entretanto, ouso dizer que esses últimos quatro anos vividos no PPCIS foram de intenso aprendizado e de amadurecimento intelectual. Nessa trajetória, estive cercada por pessoas muito especiais, que foram fundamentais no processo de construção desta tese. Registro aqui os meus mais sinceros agradecimentos. À minha orientadora Márcia Pereira Leite, muito obrigada por compartilhar seu conhecimento e sua vivência de pesquisa de forma tão generosa. Tive o privilégio de assistir a muitos de seus cursos e sempre saía deles renovada e com disposição para seguir em frente. Agradeço pela paciência na orientação, por chamar minha atenção nas questões que me pareciam triviais e por, sempre de forma respeitosa, aceitar minhas ponderações, ainda que fossem completamente sem sentido. Aos professores que participaram das bancas de Qualificação e de Defesa, Luiz Antonio Machado da Silva, Patrícia Birman, Lia Rocha, Gabriel Feltran e Mariana Cavalcanti, referências fundamentais em meu trabalho, agradeço pela leitura atenta e pelos comentários. À professora Licia Valladares agradeço a amizade de tantos anos, desde a iniciação científica, e por estar sempre por perto me indicando novos caminhos. Não é demasiado dizer que aprendi com você a trilhar os caminhos da pesquisa com rigor e delicadeza analítica, características necessárias ao trabalho do sociólogo. Ao professor Patrick Le Gales, agradeço a recepção calorosa em SciencesPo e o convite para participar no grupo Cities are Back in Town. Sou grata aos professores Edmond Preteceille e Marco Oberti pela oportunidade de acompanhar os seminários de pesquisa e de conhecer um pouco sobre a realidade da segregação escolar em Paris. À professora Bianca Freire-Medeiros, agradeço o carinho, a generosidade e o convite para retornar ao Urbandata-Brasil. Também agradeço pela possibilidade de utilização da biblioteca da FGV, onde pude escrever a tese com a calma e a tranquilidade que o trabalho exige. Sou grata também à Suzana Barbosa, pela parceria no Urbandata, pelas traduções, pelas correções e pelas cervejas no fim do expediente. À Lia Rocha agradeço pelo convite para integrar o grupo de pesquisa Cidades e pela amizade e parceria na vida acadêmica e também na boemia! Aos colegas do Cidades: núcleo de pesquisa urbana, muito obrigada pelas trocas e pela força no momento da redação final do trabalho. Nossos encontros me faziam mais animada e esperançosa de que realmente um dia iria colocar um ponto final na tese. E também aos companheiros do Coletivo de Estudos sobre Violência e Sociabilidade (CEVIS), agradeço por participar desse coletivo acolhedor, que reúne pesquisadores comprometidos em compreender um tema tão espinhoso como a violência urbana. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, funcionários e colegas, agradeço as aulas e as trocas de conhecimento em momentos diversos, seja nos corredores, seja nos seminários dos alunos, seja no Belacap. À professora Silvia Ramos sou grata pelo convite para realizar a etnografia na UPP Borel e por tudo que se desenrolou a partir daquele agosto de 2010. Agradeço a toda a equipe da UPP Social pela experiência, especialmente aos companheiros da equipe 3: Ebenézer, Damian, João Felipe, Lívia e Paula, e aos coordenadores Tiago Borba e Daniela Motchi. O trabalho na UPP Social me trouxe dois grandes amigos que carregarei para sempre comigo. Antonia Gama, na alegria e na tristeza, dividimos teto, comida e televisão, em Copacabana e em Paris. É sempre bom saber que você está à distância de um Skype. Obrigada por todas as traduções, por me ouvir e por me incentivar em todos os momentos. João Felipe, obrigada pela leitura dos textos, pelas críticas, pelas cervejas sempre em boa hora e por tudo mais. Sei que sempre poderei contar com você, seja para revisar um texto, seja para ser minha dupla no caraoquê. Aos moradores do Borel, que se tornaram meus amigos ao longo desse período, sou imensamente grata pela experiência vivida. Obrigada por dividirem comigo suas impressões sobre a UPP e suas lembranças sobre os tempos mais difíceis experimentados no cotidiano de uma cidade tão desigual e injusta. Não tenho palavras para apresentar minha gratidão e carinho por vocês. Aos amigos de SciencesPo, Raquel, Jorge, Pedro, Fabio, Fernanda e Vitor, agradeço pela experiência incrível que partilhamos. Especialmente à Renata Braga, que com sua disposição me fazia percorrer os mais estranhos lugares, obrigada por me fazer sorrir mesmo nos dias mais nublados de Paris. Aos amigos da vida, Amanda, Caio, Fernanda, Letícia, Marcelle, Raquel, Thaís e Vitor, obrigada pelo incentivo, pelas risadas e por estarem presentes nesta travessia. Às minhas amigas de fé, irmãs e camaradas, Fabíola Camilo e Márcia Menezes, agradeço por tudo, pela escuta, pelas reclamações, pelas lamentações e pela força de sempre. Saber que existem vocês e o grupo “Reclame Aqui” me renova as esperanças de um futuro melhor, sempre reclamando! À Marianna Araújo pela vida que compartilhamos, por estar ao meu lado em todos os momentos, por segurar a minha mão e por me incentivar em todas as coisas. Obrigada pela leitura atenta deste e de todos os meus trabalhos. Finalmente, todo o meu carinho e agradecimentos à minha família. Agradeço por tudo, sempre. Aproveito para pedir desculpas pela minha longa ausência nos almoços de domingo, nas comemorações e datas festivas. Mamãe Maria da Conceição e vovó Enilda merecem um agradecimento especial. A opção que elas fizeram, junto com a bisa, falecida em 2002, para que eu e meu irmão fôssemos “alguém na vida” estava pautada na educação escolar. Com todas as dificuldades, as três mulheres mais fortes que eu conheço me apresentaram o mundo das letras, me ajudaram a trilhar o caminho dos estudos, me ampararam e me protegeram. Obrigada mil vezes por abdicarem de tantas coisas e se dedicarem, de corpo e alma, à nossa criação. Espero, um dia, poder retribuir todo esse amor e carinho. É com muito orgulho que dedico a vocês meu título de Doutora em Ciências Sociais. Esta tese não seria possível sem o apoio das instituições de fomento à pesquisa que me auxiliaram ao longo do período. Obrigada à FAPERJ pela bolsa de doutorado, à CAPES pela bolsa de estágio no exterior e à FURS, pela premiação para finalizar a redação do trabalho. RESUMO CARVALHO, M. B. Os dilemas da “pacificação”: práticas de controle e disciplinarização na “gestão da paz” em uma favela no Rio de Janeiro. 2014. 238 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. Esta tese analisa o programa de “pacificação” de favelas no Rio de Janeiro a partir de um estudo de caso realizado na favela do Borel, localizada na Tijuca, Zona Norte da cidade. O trabalho tem por objetivo compreender como se estabelece a acomodação de novos atores sociais no cotidiano de um espaço onde a atuação pública é marcada pela descontinuidade das ações e por uma forma de gestão que transita entre as fronteiras da legalidade e da ilegalidade. Ressalta- se que a “pacificação” caracteriza-se pela ocupação policial militar através da implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), mas envolve também a participação de outros atores sociais na produção do que denominamos de “gestão da paz”, configurada através do controle da ordem pública e de uma atuação pedagógica no espaço das favelas. Nesse sentido, argumentamos, a concepção de paz desse programa é substantivada no enquadramento dos favelados e em sua disciplinarização através de uma pedagogia calcada em padrões morais, culturais e de consumo, que se desdobram, por sua vez, no deslocamento dos conflitos e em novos arranjos sociais. O eixo analítico do trabalho perpassa três pontos fundamentais: 1) a forma como os moradores compreendem questões como segurança e insegurança, apresentadas sobretudo no que diz respeito à suspensão dos conflitos armados; 2) o modo de atuação da polícia, que tem sua centralidade na figura do comandante da Unidade de Polícia Pacificadora local, e seus deslizamentos entre as fronteiras do legal e do ilegal, bem como a participação de policiais nas atividades cotidianas da favela e nos assuntos comunitários; e 3) um novo modelo de organização comunitária que agrega outros atores sociais, como gestores de ONGs e lideranças religiosas.