43º Encontro Anual Da Anpocs
43º ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS ST40 SOCIEDADE E VIDA ECONÔMICA MUITO ALÉM DA CARNE: as práticas alimentares dos restaurantes e consumidores veganos de Porto Alegre Autores: Maycon Noremberg Schubert (UFRGS) Paulo André Niederle (UFRGS) INTRODUÇÃO As mudanças climáticas estão no centro dos debates mais tensos atualmente, tanto no âmbito dos Estados, com iniciativas de austeridade fiscal, intensificação na exploração de recursos naturais, soberania nacional e acordos internacionais, etc (SHUTTE, 2014; ALMEIDA, 2019), quanto no âmbito da sociedade civil, mudanças nos hábitos de consumo, engajamento político em movimento sociais e coletivos, etc (COLOMÉ, 2018; CARLSSON-KANYAMA e GONZÁLEZ, 2009), assim como nos mercados, startups, fusões e incorporações, inovação, e processos de industrialização mais intensos, etc (GERHARD, et all, 2019; SCHUBERT e TAVARES, 2019). Transversalmente a todo esse debate está presente o modo e a forma com que as sociedades se alimentam, produzem, beneficiam, transportam, comercializam, preparam e descartam os alimentos. Segundo relatório da FAO (2013), a produção alimentar é responsável por cerca de 19-29%, provocada pela indução humana, da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), 60% da perda de biodiversidade da terra, 70% do uso de água. A criação de animais é quem carrega esse maior ‘fardo’, sendo responsável por cerca de 14,4% dos GEE’s (FAO, 2013a). Porém, há distinção em relação aos diferentes tipos (Suínos, Frango, Bubalinos, Pequenos Ruminantes e Outras aves), sendo a produção de leite e carnes, de origem bovina, os maiores causadores desse impacto, representando 65% do total de emissão de GEE’s, referente à criação de animais (FAO, 2013a). Essa relação, entre as mudanças climáticas e a o padrão atual do sistema agroalimentar, é sinérgica, ou seja, uma ‘espiral’ autodestrutiva (FAO, 2015), cujos custos já representam um prejuízo no PIB mundial em torno de 5-10% (SWINBURN, et all., 2019).
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