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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS LAURA BITTENCOURT SILVA JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO À BRASILEIRA: UM PROCESSO DE (DES)UNIÃO PONTA GROSSA 2019 LAURA BITTENCOURT SILVA JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO À BRASILEIRA: UM PROCESSO DE (DES)UNIÃO Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas, na linha História, Cultura e Cidadania para obtenção do título de Mestre pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Orientador: Dr. João Irineu de Resende Miranda Co-orientadora: Drª. Reidy Rolim de Moura PONTA GROSSA 2019 Silva, Laura Bittencourt S586 Justiça de transição à brasileira: um processo de (des)união. Ponta Grossa, 2019. 145f. : il. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas – Área de concentração: História, Cultura e Cidadania), Universidade Estadual de Ponta Grossa. Orientador: Prof. Dr. João Irineu de Resende Miranda. Co-orientadora: Profa. Dra. Reidy Rolim de Moura. 1. Regime militar. 2. Estado democrático. 3. Operação Condor. 4. Caso Gomes Lund. 5. Comissão Nacional da Verdade. I. Miranda, João Irineu de Resende. II. Moura, Reidy Rolim de. III. Universidade Estadual de Ponta Grossa – Mestrado em Ciências Sociais. IV. T. CDD: 341.7 Ficha catalográfica elaborada por Maria Luzia Fernandes Bertholino dos Santos – CRB 9/986 Pelo incentivo, desde pequena, à leitura; às artes; à cultura e ao belo. Depois, ao sério; relevante; pensante e instigante. Então, à pesquisa e nossa História. Sempre sorridente e perspicaz. Obrigada, Tio Luiz. AGRADECIMENTOS O caminho percorrido ao longo do Mestrado não inicia e nem se encerra nele, bem como não se limita a ele em sua duração. Ao longo desse caminho, denominado vida, somos agraciados com pessoas essenciais para nossa evolução. Sem elas, não caminharíamos com o mesmo gosto para traçar e alcançar nossos objetivos; também não teríamos com quem comemorar nossas pequenas vitórias diárias ou as grandes conquistas. Sou grata por estar dividindo meu caminho acompanhada por pessoas especiais, cada qual com seu temperamento e frequência afetiva únicos. Sem vocês a vida não seria tão leve e doce. Obrigada pela compreensão e apoio nesta fase complexa e que exige abdicações. Também agradeço por respeitarem meu temperamento e frequência afetiva, por vezes bastante baixa, noutras elevada demais, mas sempre sincera. Agradeço ao Professor João Irineu de Resende Miranda pelo conhecimento compartilhado comigo por meio de suas diversas orientações desde 2012, contribuindo para meu desenvolvimento pessoal e como pesquisadora, a começar pela iniciação científica. Sua paciência, tranquilidade e confiança em mim e no meu trabalho sempre proporcionaram liberdade à pesquisa e redação dos materiais. À Professora Reidy Rolim de Moura pela sorridente acolhida, contribuições certeiras, e comprometimento. À Professora Lucia Cortes da Costa e ao Professor Eduardo Biacchi Gomes pelas pertinentes observações realizadas em minha banca de qualificação, bem como pelas sugestões de leitura. Aos amigos e colegas de trabalho da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, que em muito contribuíram para meu crescimento pessoal e profissional. Agradeço especialmente ao Deputado Plauto e à querida Marisa pela oportunidade e, principalmente, confiança em mim depositada – vocês fizeram por mim mais do que imaginam. Aos meus pais e avós (estes in memorian) pelo amor e apoio que sempre me deram, principalmente nos momentos mais difíceis. À minha mãe, pela preocupação, compreensão e orações; sem a fé que você me transmitiu, quem sabe faltasse boa parte da coragem para dar meus passos; gratidão pela companhia nos dias que a solidão acabou sendo maior do que eu esperava. Ao meu pai, pela ternura e pela firmeza; por me ajudar a encontrar novos caminhos quando as portas parecem estar fechadas; por rir comigo, de mim e dele mesmo; por ser sempre sol em minha vida e abrigo a todo o momento. Ao Julinho e à Marcela, pelos descontraídos e deliciosos almoços de domingo – quando será o próximo? – aliviando os finais de semana de “maratodirce” quando eu menos imaginava. Ao Julinho, em especial, pela inspiração que representa para mim: íntegro; inteligente; e humilde. Com você aprendi, pela dedicatória em meu primeiro livro jurídico (“Vocabulário Jurídico”, de Plácido e Silva), que as palavras são nosso instrumento; sou grata por esse ensinamento que me deu ânimo durante o dissertar. Ao fiel companheiro Monet, meu hóspede em Curitiba na semana de reta final da dissertação: não sei o que seria destes agradecimentos sem o som do seu ronco canino em conjunto com meus pensamentos. Obrigada por me levar passear. À tia Nena pela acolhida em Curitiba sendo ainda mais minha família desde que vim para cá. Agradeço pelos incontáveis e variados momentos de alegria e diversão acompanhados por bebidas e pratos incríveis; diversas vezes na companhia da Maitê e do Lucas, a quem também agradeço pelo carinho e risadas. Ao tio Luiz, in memorian, pelas inúmeras conversas e incentivos quando eu ainda iniciava minhas leituras e pesquisas em 2012. Você sempre esteve presente em meus pensamentos durante a redação da dissertação; obrigada pelos sinais nos livros que me emprestou por meio da tia Isabel – a quem também agradeço a gentileza; doçura; e atenção. Espero que o trabalho que desenvolvi sem sua colaboração imediata seja digno de orgulho. Aos amigos, de longe e de perto; de anos e de meses; que vejo com frequência ou que apenas consigo trocar mensagens de vez em quando, quem sabe encontrar rapidamente para pegar uma ghee no final de semana em Ponta Grossa: sou grata por tudo o que fizemos juntos e mais ainda pelo que vamos fazer. Cheguei até aqui também em razão do que cresci – e cresço – ao lado de vocês. Aos Risotinhos, pela companhia nos treinos, pelos presentes inesperados na caixa de correio animando meu dia, e por agitarem minhas noites sem sair do Neo, garantindo risadas sem fim; comidas gostosas – inclusive risotos, como tudo começou –; muita música com dancinha, revival e cantoria; sempre com aquela gelada para manter a sanidade e calibrar o pulso. Obrigada por se tornarem uma extensão da minha família. Aos queridos amigos Fernanda Penteado Slomski, Douglas Partica, Matheus Belló Moraes e Professeur Leandro Ferreira pela ajuda e incentivo quando tudo parecia não fazer mais sentido, bem como pelas comemorações nas pequenas vitórias. Foi por vocês mais esse passo em minha caminhada e é para vocês que muitos outros passos serão dados. “O Brasil tem essa coisa de virar a página da ditadura mas sem escrevê-la antes” Ivo Herzog “A única coisa que sou capaz de dizer no momento é que se as escrevo - as memórias - é para dar a mim mesmo, conceder-me em benefício próprio, uma “ANISTIA AMPLA, GERAL E IRRESTRITA”, já que ninguém me concede. Por que não? Quem impede? Uso deste espaço para não deixar que tudo se perca, se evapore. E continuo dizendo dessa forma canhestra e imprecisa, infiel e abstrata. O fato é que tudo mudou, que era o mundo antes, o meu, bem diferente. E tudo vai ficar por isso mesmo? Eles torturaram, mataram, destruíram, tripudiaram, achincalharam, humilharam e continuam aí, juízes finais, são eles que decidem o que é certo ou errado, o que é bom ou mau” Luiz Roberto Salinas Fortes, “Retrato Calado” “If the reader prefers, this book may be regarded as fiction. But there is always the chance that such a book of fiction may throw some light on what has been written as fact” Ernest Hemingway, “A Moveable Feast” RESUMO Este trabalho tem como objetivo compreender o que move a justiça de transição com relação ao debate dos crimes ocorridos durante o Regime Militar brasileiro. Para alcançar o objetivo geral foi realizado estudo de caso único documental com coleta de vasto material bibliográfico e jurisprudencial avaliado por meio de análise de conteúdo. Para tanto, divide-se em três capítulos. No primeiro capítulo é estudado o Regime Militar brasileiro, com base na historiografia proposta atualmente, demonstrando o cenário político-social no qual comprovadamente ocorreram graves violações de direitos humanos. O segundo capítulo traça o desenvolvimento da justiça de transição sob os enfoques global e regional, apresentando algumas das medidas transitivas adotadas pelos países membros da Operação Condor e jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos nesse sentido. Por fim, o terceiro capítulo analisa os casos Gomes Lund (Guerrilha do Araguaia) e Herzog, bem como a Comissão Nacional da Verdade e seu relatório final, com suas implicações, relevância e reflexos, considerando ainda sua missão inicial. Como conclusão, infere-se que a incompletude e o descaso do Estado brasileiro relativo ao processo de justiça de transição do Regime Militar ao Estado Democrático de Direito brasileiro está diretamente relacionado com a disseminação da prática de tortura pelos órgãos do aparelho repressivo brasileiro com a manutenção das estruturas de poder vigentes mesmo após o término do regime e com silêncio consentido acerca dos fatos ocorridos naquele período. Palavras-chave: Regime Militar; Estado Democrático; Operação Condor; Caso Gomes Lund; Comissão Nacional da Verdade. ABSTRACT The present work aims to comprehend what moves transitional justice towards the debate concerning the crimes that occurred during Brazilian Military Regime. In order to achieve the general objective it was conducted a documental case study based on the uniqueness of the scenery using wide bibliographical and jurisprudential collection evaluated through the method