SÃO PAULO ELEMENTOS URBANOS Um Léxico
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SÃO PAULO Um ELEMENTOS Léxico URBANOS Leandro Medrano Tom Avermaete e Hans Teerds SÃO PAULO Um ELEMENTOS Léxico URBANOS PC3 CRITICAL THINKING AND CONTEMPORARY CITY Como parte das atividades desenvolvidas na disciplina AUH0240 - História da Urbanização e do Urbanismo III (2020), ministrada pelo prof. dr. Leandro Medrano, foi solicitado aos estudantes que analisassem a variedade de elementos urbanos presentes na cidade de São Paulo, a serem re- presentados na forma de um díptico: uma combinação de um texto e uma perspectiva. O trabalho desenvolvido foi reunido neste livreto. © São Paulo 2020, FAU USP / PC3 / ETH zürich / Chair for the History and Theory of Urban Design / prof. dr. Leandro Medrano Coordenador: prof. dr. Leandro Medrano Auxiliar: Marina Bottini Design e Lay Out: Hans Teerds ÍNDICE Elementos urbanos de São Paulo Um Léxico Leandro Medrano Um Léxico 5 Galeria subterrânea 60 Avenida 8 Galeria comercial 62 Grandes metrópoles contemporâneas, como a cidade de São Paulo, Banca de jornal 12 Largo da Batata 66 apresentam diversos desafios ao urbanismo como disciplina. As diferenças Barracas de café da manhã 14 Largo do Arouche 68 em suas geografias sociais talvez seja o aspecto mais visível da complexidade Bar de esquina 16 Mirante 72 desses territórios, cujos tecidos urbanos revelam a desigualdade que permanece Bar universitário 18 Muros 74 estrutural na atual conjuntura global. Não por acaso a dinâmica espacial Bebedouro 20 Museu 76 dessas grandes cidades revelam a relação conflituosa entre os interesses dos Calçada 24 Ocupações 80 empreendedores imobiliários, em grande parte ligados ao capital transnacional, Campo de várzea 26 Passarela 84 e as necessidades da população local, em suas diversas escalas de atuação e Carroça 28 Piso de caquinhos paulistano 86 abrangência. O espaço, nesse contexto, demonstra o descompasso entre o Catraca 30 Piso paulista 88 valor abstrato definido pelo mercado e as os interesses reais e simbólicos da Ciclovia 32 Plataforma da CPTM 90 vida cotidiana. A forma urbana - quando entendida em contexto ampliado - Cinema de rua 34 Ponto de ônibus 92 representa a assimetria entre as intenções de projeto e sua realização final, e a Córrego 36 Poste de luz 94 aleatória relação entre o projeto, programa e seus usos. Edifício Copan 40 Praça 96 Elevado João Goulart 42 Semáforo 100 A intenção deste lexicon é identificar elementos e situações urbanas, Escadaria 44 Térreo livre 104 na metrópole de São Paulo, que indiquem instrumentos metodológicos para Espigão 46 Torre de ventilação do metrô 106 o campo do Projeto Urbano. Trata-se de um exercício didático cujo objetivo Estação de metrô 48 Vão entre trem e a plataforma 110 é sensibilizar os estudantes de arquitetura e urbanismo à questão das inter Feiras livres 52 Viela 112 relações entre forma e conteúdo social. Fiação elétrica 56 Vila 114 A metodologia e formato adotado são baseados no projeto A Lexicon: Zurich Urban Elements, desenvolvido pelos professores Tom Avermaete e Hans Teerds do Departamento de História e Teoria do Desenho Urbano da ETH Zurich. Tal parceria é decorrente das pesquisas desenvolvidas no Projeto Temático FAPESP “Arquitetura e Urbanismo frente ao espaço social no século 21: estratégias de segregação e táticas de apropriação”, realizado em parceria com a ETH Zurich, entre outras instituições. As diferenças históricas, culturais e de escala entre essas duas cidades - significativas sob vários aspectos - podem auxiliar o entendimento do Projeto Urbano para além dos esquemas comumente desenvolvidos na disciplina. Novas categorias se contrastam com sistemas sedimentados, o que permite um amplo leque de situações urbanas que devem ser compreendidas e analisadas de forma rigorosa e criativa. Afinal, a disciplina deve se transformar, para não se tornar obsoleta. 5 Avenida A 7 9 Banca de jornal Barracas de café da manhã Bar de esquina B Bar universitário Bebedouro 11 BANCA DE JORNAL BANCA DE JORNAL A banca de jornal é o lugar em que publicações periódicas, editoriais e outros produtos de jornalismo, como revistas e jornais, são vendidos. Tomando forma de quiosque ficam localizados em pontos estratégicos da cidade com considerável movimento, normalmente em esquinas ou praças. No inícioA banca eram de colocadosjornal é o lugaros jornais em que do diapublicações em cima periódicas,de um caixote editoriais para que e outros os pedestres produtos os pegassemde jornalismo, quando como passassem revistas por e jornais, lá em seu são caminho. vendidos. Porém, Tomando ao perceber forma de a quiosque demanda ficam e as pequenas localiza- aglomeraçõesdos em pontos de estratégicos pessoas que da isso cidade causou, com asconsiderável prefeituras movimento, viram a necessidade normalmente de criarem em esquinas um local ou específicopraças. No para início a vendaeram colocadosdesse tipo osde jornais produto. do diaComo em até cima pouco de um tempo caixote atrás para os jornaisque os pedestresimpressos eramos pegassem o principal quando modo passassempelo qual as por pessoas lá em consumiamseu caminho. informação Porém, ao e, perceber consequentemente, a demanda ecultura, as pe- asquenas bancas aglomerações de jornais tornaram-se de pessoas um que ponto isso culturalcausou, asmuito prefeituras importante viram na a rotina necessidade da cidade. de criarem um local específico para a venda desse tipo de produto. Como até pouco tempo atrás os jornais De um certo modo, as bancas ajudaram no alcance que as informações e a cultura têm na impressos eram o principal modo pelo qual as pessoas consumiam informação e, consequente- sociedade uma vez que, por sua localização estratégica, os trabalhadores eram obrigados a passar mente, cultura, as bancas de jornais tornaram-se um ponto cultural muito importante na rotina por elas todos os dias. Sua implantação não foi pensada juntamente com o planejamento das vias da da cidade. cidade, por isso as vezes pode atrapalhar o percurso do pedestre. No centro de São Paulo, nas ruas em que a passagemDe um certo de carros modo, não as ébancas permitida, ajudaram elas seno localizam alcance que bem as no informações meio, como e aum cultura quiosque. têm Dessena sociedade modo o pedestreuma vez que,se vê por obrigado sua localização a circulá-las estratégica, o que pode os trabalhadores levá-lo a ser atraído eram obrigados por alguma a pas das- manchetessar por elas que todos são colocadasos dias. Sua nas implantação vitrines. não foi pensada juntamente com o planejamento das vias da cidade,Atualmente, por isso enfrentam as vezes pode uma atrapalhar forma de o crise,percurso juntamente do pedestre. com No as centro mídias de Sãoimpressas. Paulo, Conformenas ruas osem jornais que a passageme revistas, seusde carros principais não é produtos permitida, e que elas originaram se localizam as bembancas, no sãomeio, substituídos como um pelosquiosque. meios Desse digitais, modo os jornaleiroso pedestre setemeram vê obrigado que asua circulá-las existência o queperdesse pode levá-loo sentido. a ser Desse atraído modo, por osalguma produtos das secundários, manchetes que de sãoconveniência, colocadas nas passam vitrines. a ser suas principais vendas, como produtos de bomboniere,Atualmente, bebidas, enfrentam cigarros, serviçosuma forma de derecarga crise, juntamentede cartões e com celulares, as mídias serviços impressas. rápidos Con de- chaveiro,forme os floricultura, jornais e revistas, entre seusoutros. principais Para os produtosjornaleiros, e que isso originaram não é visto as positivamente, bancas, são substituídos pois eles se orgulhavampelos meios de digitais, serem osresponsáveis, jornaleiros emtemeram parte, que pelo sua consumo existência diário perdesse de cultura o sentido. e informação, Desse modo, mas essaos produtosfoi a saída secundários, encontrada parade conveniência, evitar, ou postergar, passam suaa ser obsolência suas principais completa. vendas, como produtos de bomboniere,Hoje em bebidas, dia, frequentemente cigarros, serviços são usadas de recarga como de um cartões ponto e de celulares, encontro, serviços principalmente rápidos de as dechaveiro, ruas movimentadas floricultura, como entre a outros.analisada Para na os imagem, jornaleiros, localizada isso não na é Avenidavisto positivamente, Paulista, ao ladopois doeles se MASP.orgulhavam de serem responsáveis, em parte, pelo consumo diário de cultura e informação, mas essa foi a saída encontrada para evitar, ou postergar, sua obsolência completa. Anna Chiba,Hoje 10431601 em dia, frequentemente são usadas como um ponto de encontro, principalmente Luisaas de Momjian ruas movimentadas de Menezes, como 10751251 a analisada na imagem, localizada na Avenida Paulista, ao lado do MASP. Anna Chiba, 10431601 Luisa Momjian de Menezes, 10751251 Avenida Paulista, 1636, São Paulo Avenida Paulista nº1636, São Paulo. 13 BARRACASBARRACA DE CAFÉCA DA MANHÃAN Entrentre asas desigualdades desigualdades marcantes marcantes da da cidade cidade de Sãode São Paulo Paulo é latente é latente visual visual e sensorialmente e sensorial- amente do acesso a do a acesso empregos. a empregos. Segundo Segundo o Instituto o nstitutode Pesquisa de EconômicaPesquisa conmica e Aplicada e (Ipea), Aplicada os 10%pea, mais os ricos10% maistêm até ricos nove têm vezes até novemais empregosvees mais disponíveis empregos disponíveisa 30 minutos a 30de suaminutos residência de sua do residência que os 40% do maisque os pobres, 40% mais isso porquepobres, aisso oferta porque de vagas a oferta está de concentrada vagas está naconcentrada região centro-oeste na região dacentro-oeste capital. Esta da que,capital.