A UTOPIA DEOLI ...Jiiu\.VI A*

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A UTOPIA DEOLI ...Jiiu\.VI A* A UTOPIA DEOLI ...JIIu\.VI A* , José Murilo de Carvalho • outros não lhe chegavam a abalar o prestí­ . 2 Descida aos Infernos glO. A década de 30 foi ainda ma is generosa egundo Capistrano de Abrcu, OJiveira com Oliveira Viana. Logo após a revolução, Viana grassava ao [mal na década de de que Viana não participou, o interventor 20. Seu livro de estréia, Populações no estado do Rio de Janeiro, Ali Parreiras, meridionais, tinha tido enorme êxito e cri· lhe pediu pareceres e quis nomeá·Jo prefei· tica quase unânime. Os livros seguintes, to de Saquarema. Em 1932 foi nomeado embora sem a mesma repercussão, tinham para a consultoria jurídica no Ministério do consolidado a fama do arredio Iluminense. Trabalho, onde se tornouo principal formu­ O coro de elogios vinha de vários quadran­ lador da política sindical e social do gover· tes ideológicos: de Agripino Grieco, no até 1940. Juarez Távora lhe pediu em Tristão de Ataíde e Taunay, assim como de 1933 um programa para os tenentes. O Par­ Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, tido Econômico também quis sua colabora­ Carneiro Leão. Vinha também, surpreen­ ção intelectual. Sua visibili,dade se reduziu dentementc, dc Monteiro Lobato, que um pouco, pois grande parte do trabalho era 1917, publicou, desde na Revista do Brasil, de gabinete e o que publicava era de natu­ vários capítulos dePopulações meridionais reza espacializada. Mas a inlluência políti­ 1920, e, em o próprio livro. Lobato - que, ca chegou ao auge. Oliveira Viana estava sob muitos aspectos poderia, ser considera­ nos céus. da um antípoda de Oliveira Viana - dizia de A década de 40 já apresentou situação seu editado que era "o grande orienlador de menos favorável. A saída do ministério e a 1 que o país precisava". As críticas de Astro· entrada para o Tribunal de Contas lhe per­ gildo Pereira, de Pereira da Silva e de raros mitiram voltar aos trabalhos sociológicos . • A versâo preliminar deste trabalho foi .ptesall.da no semináriosobre OIivei,. Vima organiudo pelo Instituto de FiIOldi.e aêneiuumana H s da Unicamp mire 12 e 14 de:março de1991. EslUdorlIis,óricos, Rio deJaneiro, vot.4, n. 7, 1991, p. 82·99 A lITQPIADE OUVEIRA VIANA 83 Mas a grande obra da década, Instituições de Capanema. É certo que ele não só parti­ pollticas brasileiras, só foi publicada em cipou do Estado Novo como também o 1949. O livro teve êxito, mas já não havia o justificou teoricamente. Mas é preciso en­ entusiasmo de antes. Oliveira Viana ficara tender que o espírito da época era muito marcado pela participação no governo Var­ menos liberal do que o de boje, o autorita­ gas, pelo apoio à ditadura de 1937. Nos rismo pairava no ar, da direita A esquerda. meios intelectuais de esquerda surgia uma Arazão mais importante para uma visita reação â sua obra que s6 faria crescer após desarmada é a inegável inlluência deOli­ sua morte em 1951. O regime militar agra­ veira Viana sobre quase todas as principais vou a reação, pois, para muitos, sua ideolo­ obras de sociologia política produzidas no gia fundava-se na visão de Brasil e na pro­ Brasil após a publicação de Popl/laç6es posta política do sociólogo fluminense. meridionais. Dele há ecos mesmo nos auto­ XingarOJiveira Viana tomou- se, então, um res que discordam de sua visão política. A dos esportes prediletos dos intelectuais de lista é grande: Gilberto Freyre, Sérgio esquerda ou mesmo liberais. Os rótulos Buarque, Nestor Duarte, Nelson Werneck acumularam-se: racista, elitista, estatista, Sodré, Victor Nunes Leal, Guerreiro Ramos corporativista, colonizado, nas críticas e Raymundo Faoro, para citar os mais no­ mais anaHticas; reacionário, quando a emo­ táveis. Até mesmo Caio Prado lhe reconbe­ ção tomava conta do crítico. Oliveira Viana cia o valor, ressalvando as críticas. Tal re­ foi mandado aos infernos? percussão indica a riqueza das análises de Nos infernos ele ainda se encontra, ape­ Oliveira Viana e justifica o esforço de revi­ sar de um ou outro ensaio tímido de rever a sitá-Ias. condenação. É lá que pretendo fazer-Ibe Lasl and least, bá o lado pessoal que a uma visita não diria amigável. mas desar­ mim me predispõe a uma análise menos mada. Depois da longa condenação, parece raivosa. Amigos e inimigos, todos coinci­ cbegado o tempo de um julgamento menos dem em afirmar queOliveira Viana era uma marcado por circunstâncias políticas passa· figura íntegra, totalmente dedicada ao tra­ das. Houve, sem dúvida, boas razões para a balbo e aos livros: nunca buscou posições condenação. O racismo e o apoio à ditadura de poder. De bábitos quase monásticos, fu­ foram pecados graves. Mas O julgamento gia do brilbo das exibições públicas, não não considerou as atenuantes. Racista era aceitava convites para conferências, recu­ quase todaa elite de sua �poca,embora nem sava empregos, como o de juiz do Supremo sempre o confessasse. Até mesmo a Cons­ Tribunal e não freqUentav" rodas literárias tituição de 1934, democraticamente elabo­ ou antecâmaras de palácios. Respondia aos rada, pregava a eugenia. AJém disso. o pró­ críticos nos livros seguintes ou nas reedi­ prio Oliveira Viana recuou das posições ções e mantinha uma postura de respeito mais radicais expostas em Evolução do po­ pelo debate intelectual. TIo perto do poder vo brasileiro. Mais ainda, em nenhum de por tanto tempo, e do poder arbitrário. nun­ seus livros de políticasocial o problema da ca disto tirou proveito em beneficio pes­ raça é mencionado, tomando-se irrelevante soal. Foi aquilo que acusava os brasileiros para a avaliação dessas obras. Quanto ao de não serem: um bomem público um re­ ", apoio à ditadura, foram muitos os intelec­ pública, posto que a sua maneira. tuais que aceitaram posições no governo e A visita lerá um objetivo preciso. Quero de quem não se cobra a adesão com tanto examinar três temas relativos a sua obn. rigor como de Oliveira Viana. Não se co­ Todos já foram, de uma maneira ou de brou de Carlos Drummond, de Mário de outra, objeto da atenção dos críticos: sua Andrade, de Sérgio Buarque, e nem mesmo concepção da natureza da investigação bis- 84 ESlllDOS J-USTÓRICOS- 1991n 1órica, suas fontes intelectuais e sua utopia interpretá-los, era necessário o recurso às política. No caso de sua epistemologia, ou ciências, particulannente às ciências so­ de sua meta-história, pretendo matizar o ciais. O conhecimento do p:assado exigia o ó cicntificismo positivista de que é acusado; conhecimento do presente. no que se refere às fontes de inspiração, Esta a(imtação aiuda poderia ser inter­ gostaria de ressaltar uma raiz brasileira até pretada como cientificista, na medida em agora não levada em conta; quanto à utopia, que admite a possibilidade de elaborar leis tcntarei distingui-lo de vlÍrios autores aos gerais para a história, da mesma natureza S quais é geralmente associado. das leis das ciências fisicas. Poderia reOetir uma concepção naturalista da história. Mas, na mesma conferência, Viana foi mais lon­ ge. A história exigiria uma "indução con­ jecturai", seria uma ciência conjecturaI. A meta-história de Oliveira Viana Embora Viana acrescentasse que deveria haver um esforço de reduzir o coeficiente Oliveira Viana insistia no caráter objeti­ subjetivo da conjectura, pode-se deduzir vo de suas análises, na ausência de prccoil­ que esta redução tinha seus limites, uma vez ceitos, de preocupação com escolas. Repe­ que o conhecimento histórico exigiria iden­ lia a receita de Rankc: ver os fatos corno tificação com o espírito do tempo presente eles realmente se deram, Queria fazer ciên­ e não dispensaria a ficção. A história devia cia com a objetividade dos sábios de Man­ ser escrita com o cérebro c com o coração. guillhos, isto é, com a objetividade das ciên­ Na verdade, concluía, era o lado de ficção, cias naturais (1923:40). A "objetividade" era o lado artístico, que conferia fascínio à apareceu mesmo no título de um de seus história. livros: Problemas de poillicaobjetivil. Mas O ponto foi reforçado na defesa contra estas declarações não devem ser levadas as críticas de Batista Pereira. Este crítico, muito a sério. Eram um tributo, talvez meio segundo ele, se teria apegado a minúcias e automático, ao cientificismo do século filigranas sem importância. Quem usasse XlX. Não é di!1cil mostrar que cle próprio microscópio para analisar sua obra não con­ não acreditava nisso. seguiria entendê-Ia. Pois, "eu não sou um Em várias ocasiôes deixou claro que sua puro historiógrafo (... ). Eu não sou um pes­ noçao de história era mais moderna do que quisadorde arquivos. Eu não sou um micro­ ' sugere este positivismo estreito. Insistiu grafista de história. Não sou, não quero ser, mais de uma vez que teorias e hipóteses uma autoridade de detalhes. ( ... ) tenho a eram indispensáveis ao conhecimento his­ paixão dos quadros geraiS"? Um livro co­ tórico. Na introdução de Populações meri­ mo O idealismo da Conslilllição, criticado dionais foi explícito quanto à contribuição por Batista Pereira, ncm mesmo poderia ser prestada ao historiador por várias áreas de considerado obra histórica. Era obra de pu­ conhecimento: a anlropogeografia, a antro­ blicista, de propagandista, de panfletário. possociologia, a psicofisiologia, a psicolo­ Fica aí evidente que Oliveira Viana estava gia coletiva c a ciência social. Foi ainda muito distante da prática historiográlica de mais explícito na conferência que pronun­ seus colegas do Instituto Histórico. ciou em 1924 ao ser recebido como sócio Além de depender de conjecturas, a his­ do Instituto Histórico e Geográfico. Afir­ tória não seria um exercício ocioso. Ela mou, então, que nâo bastavam os arquivos teria finalidade pragmática. Na confcrência c documenlos. Eles eram limitados, par­ 110 instituto, esta finalidade foi descrita co­ ciais c podiam ocultar o essencial. Para mo a busca do sentimento de nós mesmos, A lITOPlADE OUVEIRAVIANA 85 do fortalecimento do patriotismo.
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