SP Eduardo Antonio Estevam Santos LUIZ GAMA, UM INTELECTUAL
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC - SP Eduardo Antonio Estevam Santos LUIZ GAMA, UM INTELECTUAL DIASPÓRICO: intelectualidade, relações étnico-raciais e produção cultural na modernidade paulistana (1830-1882) DOUTORADO EM HISTÓRIA SOCIAL SÃO PAULO 2014 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC - SP Eduardo Antonio Estevam Santos LUIZ GAMA, UM INTELECTUAL DIASPÓRICO: intelectualidade, relações étnico-raciais e produção cultural na modernidade paulistana (1830-1882) DOUTORADO EM HISTÓRIA SOCIAL Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência para o título de Doutor em História Social, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Heloísa de Faria Cruz. SÃO PAULO 2014 Banca Examinadora _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ _________________________________________ Autorização Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta Tese por processos de fotocopiadoras ou eletrônicos. Eduardo Antonio Estevam Santos Fortaleza, CE, 27 de janeiro de 2014. Para David, João e Flora. AGRADECIMENTOS Este é o espaço em que podemos perceber que este trabalho não seria possível sem as contribuições, os apoios e as solidariedades das pessoas e instituições abaixo relacionadas. Minha eterna gratidão a todos e todas que serão mencionados nesta página. Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à professora Dra. Heloisa de Faria Cruz, que vem acompanhando minha trajetória acadêmica desde o curso de Mestrado e que entendeu e acolheu a mudança de objeto de estudo e pesquisa. Assim como pelas valiosas e imprescindíveis orientações no direcionamento do trabalho, na indicação e na reflexão de leituras e aprofundamento da pesquisa no que tange às fontes históricas. Às professoras Maria Antonieta Antonacci, Yvone Dias Avelino e Maria Odila da Silva Dias, pelas contribuições discursivas nos aspectos teóricos e metodológicos nas disciplinas que ministraram. Aos professores Amailton Magno Azevedo e Maria do Rosário da Cunha Peixoto, pelas valiosas contribuições na banca de qualificação, as quais procurei, na medida do possível, incorporar neste trabalho. À Betinha, secretária do programa de História, pela atenção, orientação e encaminhamento dos processos burocráticos relativos à matrícula, ao exame de proficiência e ao depósito da Tese. Aos meus amigos de Turma Fábio Venturini, Leandro Cândido, Thiago Tremonte, Roseane Silveira de Souza, Rogério Souza Silva, José do Espírito Santos Dias Jr., Raimundo Nonato e Lindomar A. de Oliveira. Aos amigos do universo acadêmico e extra-acadêmico, Jonas Rodrigues de Moraes, Maria José Lopes (Mazé), Mateus Fernandes, Alexandre Rusciolleli, Eduardo “Morcegão” e Edson Vieira, pelos “bate-papos” que me ajudaram em muitos momentos e de diferentes maneiras ao longo desta pesquisa. Ao amigo Elias Veras, que o reencontrei em Fortaleza, por sempre se mostrar sensível para apontar caminhos e possibilidades nesse trabalho quando com ele compartilhava minhas angústias e certezas. À companheira Idalina M. de Freitas, que acompanhou integralmente a realização dessa Tese em meio aos nossos deslocamentos e aos nascimentos de João e de Flora. Proporcionou, entre outras coisas, muita força e uma ajuda que é impossível de qualificar. A CAPES, pela concessão da Bolsa para o primeiro ano da pesquisa, e ao CNPq, pelos anos restantes, financiamento imprescindível para a realização dessa Tese. Minha Mãe Era mui bela e formosa, Era a mais linda pretinha, Da adusta Líbia rainha, E no Brasil pobre escrava! Oh, que saudades que eu tenho Dos seus mimosos carinhos, Quando c’os tenros filhinhos Ela sorrindo brincava. Éramos dois – seus cuidados, Sonhos de sua alma bela; Ela a palmeira singela, Na fulva areia nascida. Nos roliços braços de ébano, De amor o fruto apertava, E a nossa boca juntava Um beijo seu, que era vida. Quando o prazer entreabria Seus lábios de roixo lírio, Ela fingia o martírio Nas trevas da solidão. Os alvos dentes nevados Da liberdade eram mito, No rosto a dor do aflito, Negra a cor da escravidão. Luiz Gama SANTOS, Eduardo A. Estevam. LUIZ GAMA, UM INTELECTUAL DIASPÓRICO: intelectualidade, relações étnico-raciais e produção cultural na modernidade paulistana (1830-1882). Resumo Este trabalho acadêmico interpreta e analisa a trajetória e produção cultural do poeta, jornalista, maçom, abolicionista, advogado (rábula) e líder político Luiz Gama. A cidade de São Paulo foi o espaço de suas realizações, lugar por excelência para o surgimento de sua identidade política diaspórica, para os seus embates jurídicos em favor do escravizado e palco para o surgimento de posições liberal-republicanas que, para Gama, eram indissociáveis da libertação escrava. Priorizamos, nas análises de suas narrativas, o modo como Luiz Gama usava a raça, a identidade, a modernidade e a memória da escravidão para mediar a realidade social paulistana e as relações étnico- raciais. Sob a perspectiva analítica dos estudos culturais e da crítica pós- colonial, procuramos localizar Luiz Gama nos quadros de uma intelectualidade formada além do espaço nacional. Palavras-chave: Diáspora. Identidade. Raça. Estudos culturais. Modernidade. SANTOS, Eduardo A. Estevam. LUIZ GAMA, A DIASPORIC INTELLECTUAL: intellectuality, ethnic-racial relations and cultural production in modern São Paulo (1830-1882). Abstract This academic paper interprets and analyzes the trajectory and cultural production of the poet, journalist, mason, abolitionist, lawyer ("rábula") and political leader Luiz Gama. The city of São Paulo was the space for his accomplishments, quintessential place for the emergence of his political and diasporic identity, to his legal struggles on behalf of enslaved and the stage for the emergence of liberal-republican positions wich, to Gama, Gama, were inseparable from slave liberation. We prioritize, in the analysis of their narratives, how Luiz Gama used race, identity, modernity and memory of slavery to mediate the social reality of São Paulo and ethno-racial relations. Under the analytical perspective of cultural studies and postcolonial criticism, we seek to find Luiz Gama in frames of an intellectuality formed beyond the national space. Keywords: Diaspora. Identity. Race. Cultural Studies. Modernity. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Luiz Gama, em foto de Militão Augusto de Azevedo.........................28 Figura 2 - Luiz Gama membro da sociedade associativista Recreio da Amizade.............................................................................................................29 Figura 3 - Sala de aula do curso jurídico de São Paulo.....................................37 Figura 4 - Vista frontal da Academia de Direito de São Paulo...........................45 Figura 5 - Noticiário sobre as ações do judiciário. Defesa de Luiz Gama.........48 Figura 6 - Júri absolve por unanimidade réu defendido por Luiz Gama............49 Figura 7 - Noticiário sobre o caso da escrava Elisa...........................................49 Figura 8 - Pedido de habeas-corpus requerido por Luiz Gama.........................50 Figura 9 - Ministro da Justiça recomenda averiguar o caso do menor Severiano...........................................................................................................51 Figura 10 - “Comédia política”. Jornal O Polichinello.........................................54 Figura 11 - Conferências Públicas do Clube Radical Paulistano.......................55 Figura 12 - Liberais versus Liberais Dissidentes...............................................59 Figura 13 - José do Patrocínio, líder abolicionista, jornalista e político.............78 Figura 14 - Notícias sobre o adoecimento de Luiz Gama..................................87 Figura 15 - Benedito Graco Pinto da Gama, filho de Luiz Gama.......................91 Figura 16 - Contribuição pessoal de Luiz Gama para libertação de escravo..99 Figura 17 - Presença de escravizados recém-chegados da África.................105 Figura 18 - Mulher vendendo frangos para um comerciante...........................105 Figura 19 - Negros e negras circulando pelas ruas da cidade........................106 Figura 20 - Festa em homenagem a nossa Senhora do Rosário dos Pretos..107 Figura 21 - Fachada lateral da Igreja do Rosário da Irmandade dos Homens Pretos...............................................................................................................108 Figura 22 - Rua da Glória, por Militão Augusto de Azevedo............................110 Figura 23 - Anúncio de venda de produtos com destaque para as condições assépticas do comércio...................................................................................112 Figura 24 - Imagem em alusão ao dia de Finados..........................................116 Figura 25 - Escravo negociando com o Diabo-Coxo.......................................117 Figura 26 - Diálogo entre o escravizado e o Diabo-Coxo no teatro.................118 Figura 27 - Desenho de Angelo Agostini: “De volta do Paraguai”...................119 Figura 28 - Guerra do Paraguai, Jornal Diabo Coxo.......................................120 Figura 29 - Voluntários/Involutários para a Guerra do Paraguai.....................121 Figura 30 - Guerra do Paraguai, jornal Cabrião...............................................121 Figura 31 - Que defensor da Pátria!................................................................122 Figura 32 - Escravos destruindo