The Fungi: an Advance Treatise
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Biologia dos Fungos Olga Fischman Gompertz Walderez Gambale Claudete Rodrigues Paula Benedito Correa Parede. E uma estrutura rfgida que protege a celula de choques osm6ticos (possui ate oito camadas e mede de 200 Durante muito tempo, os fungos foram considerados a 350nm). E composta, de modo geral, por glucanas, mananas coma vegetais e, somente a partir de 1969, passaram a ser e, em menor quantidade, por quitina, protefnas e lipfdios. As c1assificados em urn reino a parte denominado Fungi. glucanas e as mananas estao combinadas corn protefnas, for- Os fungos apresentam urn conjunto de caracterfsticas mando as glicoprotefnas, manoprotefnas e glicomanoprotef- que permitem sua diferenciac;:ao das plantas: nao sintetizam nas. Estudos citoqufmicos demonstraram que cada camada c1orofila nem qualquer pigmento fotossintetico; nao tern ce- possui urn polissacarfdeo dominante: as camadas mais inter- lulose na parede celular, exceto alguns fungos aquaticos, e nas (8~ e 5~) contem beta-1-3, beta-I-3-g1ucanas e mananas, nao armazenarn amide coma substancia de reserva. A presen- enquanto as mais extern as contem mananas e beta-I-6- c;:ade substancias quitinosas na parede da maior parte das glucanas (Fig. 64.2). A primeira e a terceira camadas sac as especies fungicas e a capacidade de armazenar glicogenio os mms ncas em mananas. assemelharn as celulas animais. As ~lucan~ nas ceIulas fUngicas sac normalmente po- Os fungos sac ubfquos, encontrando-se em vegetais, em lfmeros de b-glicose, ligados por pontes betaglicosfdicas. animais, no homem, em detritos e em abundancia no solo, As mananas, polfmeros de manose, representam 0 mate- participando ativamente do cicIo dos elementos na natureza. rial arnorfo da parede, e sac diferenciados em dois tipos: uma A dispersao dos fungos na natureza e feita por varias manoprotefna nao-enzimatica, envolvida na arquitetura da vias: animais, homem, insetos, agua e, principalmente, pelo ar parede, e uma manoprotefna corn caracte~fsticas enzimaticas, atmosferico, atraves dos ventos. relacionada corn a degradac;:ao de macromoleculas. Os fungos sac seres vivos eucari6ticos corn urn s6 nucIeo, A guitin~ urn polfmero (1,4) de 2-acetamida-2-deoxi-beta- coma as leveduras, ou multinucleados, coma os fungos fila- D-glicose, e 0 principal componente estrutural do exoesque- mentosos ou bolores e os cogumelos (fungos macrosc6picos). leto de invertebrados e da parede celular fungica. Nas leve- duras, a quitina encontra-se em men or quantidade do que nos bolores (na proporc;:ao de 1:3) e esta restrita a area de blasto- conidiac;:ao. A quitina is geralmente encontrada coma micro- Todas as celulas fungicas sac eucari6ticas, isto e, pos- fibrilas cristalinas, dentro de uma matriz protei ca. suem nucleo corn membrana nuclear. Os lipfdios representam somente de 1% a 2% do peso Os fungos originam-se de uma unica celula ou de urn frag- seco celular, e estao presentes coma compostos polares e mento da hifa e estas unidades apresentam estruturas varia- apolares. Os principais lipfdios apolares sac os triacilglicer6is das, e algumas delas, mais especificarnente a parede celular, e os ester6is, e os polares sac os diacilglicerofosfocolinas e sao de grande auxflio na taxonomia destes microrganismos. diacilgliceroctanolaminas. Na Fig. 64.1, estao esquematizadas as principais estruturas da Membrana citoplasmatica. Atua coma uma barreira se- celula fungica. mipermeavel, no transporte ativo e passive dos materiais, Ribossomo Cloroplasto (planta e alga) Citoplasma Complexo de Golgi Ribossomo Mitocondria Complexo de Golgi Microtubulo Citoplasma Vacuolo Nucieolo Nucleolo Nucleo Nucleo Talacoides (planta) Lisossomo Membrana plamatica Membrana plamatica Mitocondria Microfilamento Reticulo endoplamatico rugose Reticulo endoplasmatico liso Microfilamento Centriolo Parede celular MicrotUbulo Reticulo endoplasmatico Iiso para dentro e para fora da celula, sendo constitufda de uma Basicamente esta estrutura consiste em lipfdios e protef- por~ao hidrof6bica e de uma por~ao hidrofOica. As membra- nas. As protefnas servem coma enzimas, que fornecem a nas das celulas dos fungos tern em sua composi~ao qufmica membrana diferentes propriedades funcionais, enquanto os ester6is, que nao sao encontrados nas celulas bacterianas. lipfdios dao a membrana sua verdadeira propriedade estrutu- Fig. 64.2 - Esquema da parede de uma celula fungica e composilyao qufmica. Camadas 1, 2, 3 e 4: Mananas, glucanas e protefnas (Camada 1 = composta por finos filamentos; Camada 2 = continua; Camada 3 = com baixa eletrodensidade; e Camada 4 = com alta eletrodensidade). Camada 5: Glucanas e quitina (nao muito bem delineada). Camada 6: Mananas e protefnas (distribufda de modo nao- homogfmeo). Camada 7: Quitina e glucanas (muito espessa; nao e claramente contrastada). Camada 8: Quitina, protefnas e polissacarfdeos (de espessura irregular). ra!. Na Fig. 64.3, pode-se observar urn modelo de membra- Mitocondria. Sftio da fosforila~ao oxidativa, composta na da celula fungica, que consiste em uma camada por membranas de fosfolipfdios. Possui membrana interna bimolecular de lipfdios intermediada por protefnas. As pro- achatada (crista) e contem seu DNA e ribossomos pr6prios. tefnas extrfnsecas (extern as) estao inseridas perifericamen- Reticulo endoplasmatico. E uma membrana em forma de te na superffcie polar lipfdica, enquanto as protefnas intrfn- rede que se encontra distribufda por toda celula fungi ca. Esta secas (internas) podem estar em qualquer parte da camada ligada a membrana nuclear, mas nao a membrana citoplasma- lipfdica. Externamente, encontramos cadeias de glicoprotef- tica. Os ribossomos (80S) podem estar aderidos ao reticulo nas inseridas tanto nas protefnas intrfnsecas coma nas ex- endoplasmatico. trfnsecas. Aparelho de Golgi. Esta estrutura (dictiossoma) e uma Como as protefnas, os lipfdios podem estar ligados as agrega<;:ao interna de membranas, que esta envolvida no ar- moleculas de a~ucares formando os glicolipfdios, que estao mazenamento de substancias que serao desprezadas pela ce- relacionados corn importantes fenomenos, coma 0 da aderen- lula fungi ca. Os vacuolos estao relacionados corn 0 armaze- cia das celulas fungi cas as celulas do hospedeiro. namento de substancias de reserva para a celula, tais coma Nticleo. Contem 0 genom a fungico e esta agrupado em glicogenio e lipfdios. cromossomos lineares, compostos de dupla fita de DNA ar- Lomassomos. Sao corpusculos que ocorrem dentro do rumados em helice. Con tern tambem as histonas que sao pro- periplasma (espa~o entre a parede celular e a membrana citoplas- tefnas basicas, associadas ao DNA cromossomal. A membra- matica) da celula rungica, corn fun<;:aoainda nao conhecida. na nuclear e de natureza lipfdica e possui numerosos poros. Dentro do nucleo, encontra-se 0 nucleolo, urn corpusculo esferico contendo DNA, RNA e protefnas. Este corpusculo eo sftio de produ~ao do RNA ribossoma!. Os fungos se desenvolvem em meios especiais de culti- Durante a divisao nuclear, observa-se que a membrana vo formando co16nias de dois tipos: leveduriformes e filamen- desaparece, sendo substitufda par urn aparato em forma de tosas. agulhas (processo mit6tico) corn numerosos microtubulos. As co16nias leveduriformes, em geral, sao pastosas ou Ap6s a mitose, a membrana nuclear e novamente sintetizada. cremosas e caracterizam 0 grupo das leveduras. Esses mi- Ribossomos. Sao os sftios da sfntese protei ca, compostos croorganismos sao unicelulares, em que a pr6pria celula cum- por RNA e protefna e ocorrem dentro do citoplasma da celu- pre as fun<;:6esvegetativas e reprodutivas. As estruturas mi- la. Sao formados por duas subunidades, 60S e 40S, e a partf- crosc6picas mais comuns sao os blastoconfdios, tambem de- cula ribossomal completa tern 80S. nominados gemulas, que possuem forma em geral arredonda- Fig. 64.3 - Madela esquematica de membrana de celula ftJngica: 1 = camadas lipfdicas; 2 = glicalipfdeos; 3 = glicoprotefnas; 4 = pro- tefna intrfnseca; 5 = pratefna extrfnseca; 6 = para farmada par pratefnas intrfnsecas; 7 = rede de pratefnas. da ou ovalada. Por brotamento da celula-mae, formam-se os brotos ou as celulas-filha, que podem desprender-se da ce- lula-mae, ou permanecer ligados a mesma, em cadeia, forman- do uma estrutura denominada pseudo-hifa, cujo conjunto e o pseudomicelio (Fig. 64.4). As col6nias filamentosas que identificam os bolores po- dem ser algodonosas, aveludadas, pulverulentas, corn os mais variados tipos de pigmenta~ao. Esses organismos sao constitufdos fundamentalmente por elementos muIticelulares, em forma de tubos - as hifas - que podem ser contfnuas, nao-septadas ou cenocfticas e septadas (Fig. 64.S). Blmo-ou Ao COhJuntode hIfas da-se 0 nome de rruc6ho. d miceIio gemula que se desenvolve no interior do substrato, funcionando ~: .',,-' "" tambem coma elemento de sustenta~ao e de absor~ao dos 1. nutrientes, e chamado micelio vegetativo. 0 miceIio que se ". 4- Celula-mae projeta na superffcie e cresce acima do meio de cultivo e 0 micelio aereo. Blastodconfdio o micelio aereo dos fungos filamentosos pode diferenci- arose ou formar estruturas de reprodu~ao dos fungos - micelio reprodutivo. Essas estruturas tern origem sexuada ou Fig. 64.4 - Blastoconfdio e pseudo-hifa encontrados nas leve- assexuada e sao de importancia fundamental na identifica~ao duras. morfol6gica da maioria das especies fungicas. Os propagulos formados no micelio reprodutivo estao re- redes duplas e espessas, nas quais se concentra 0 citoplas- presentados na Tabela 64.1. ma e formam-se em condi~6es ambientais adversas, coma es- Os confdios