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EDIÇÃO #03 (SETEMBRO 2018) icou para trás mais um Vagos Metal Fest, que neste ano de 2018 viu a organização dar um novo passo em frente e apostar num formato composto por quatro dias e dois Fpalcos. Neste número especial do Appendix, poderão ler a nossa reportagem do festival e uma entrevista com o promotor Luís Salgado, onde é efectuado um balanço CONTEÚDOS desta edição. A Ultraje esteve atarefada 6 no Vagos Metal Fest e isso pode ver-se nas restantes páginas do Appendix, que apresentam entrevistas realizadas nos bastidores do festival e onde o destaque vai para Ratos de Porão. João Gordo fala à Ultraje com alguma mágoa, explicando as RATOS DE razões pelas quais a banda do Brasil não se sente motivada para gravar um novo disco de originais. Numa conversa bem-disposta que pecou por ter sido interrompida a meio, Tony Foresta dos Municipal Waste teceu comentários PORÃO acerca da cena thrash e da recente tour norte-americana que fizeram em conjunto com os Exodus. Já os suíços Bölzer comen- A GRITAR FODA-SE DESDE 1981 taram a notoriedade que alcançaram com “Hero”, o longa-duração de estreia editado pela Iron Bonehead em 2016. O Vagos Metal Fest serviu também para FICHA TÉCNICA pormos à prova o nosso novo modelo de ULTRAJE APPENDIX negócios, que consiste em disponibilizar a Ultraje gratuitamente no formato físico. 8 INSTALAÇÕES: CORRESPONDÊNCIA: EDITORES Com todas as unidades entregues a leitores R. Gomes Freire, 383 Apartado 527 Joel Costa | [email protected] ávidos por conhecer as novidades que CC Garrett, Loja 31 EC Ovar Diogo Ferreira | [email protected] marcam este Verão, e depois de vermos BÖLZER 3880-127 Ovar 3880 Ovar revistas enroladas nos bolsos daqueles que DESIGN & PAGINAÇÃO ousavam aventurar-se no moshpit, temos a www.ultraje.pt | [email protected] Joel Costa & Cátia Cunha www.facebook.com/ultrajept esperança de que o público saiba reconhecer 4 CAPA Loja Online: www.shop.ultraje.pt que o valor de um produto não se traduz Fotografia: Clayton Clemente Edição/Design: Joel Costa pelo preço que apresenta. Para além dos DIRECÇÃO leitores, resta-nos também agradecer às MUNICIPAL WASTE 10 Joel Costa COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: bancas que distribuíram a revista! Cátia Cunha Diogo Ferreira, João Correia, Numa conversa rápida, Tony Foresta fala-nos sobre a tour Diogo Ferreira Joel Costa, Vânia Matos com Exodus e da cena thrash metal. VAGOS METAL FEST Editor 02 - APPENDIX #03 r. Pickles” é uma série de animação Sempre que tocamos com eles, influenciamo-nos uns aos outros, e posição do Top da Billboard na categoria “New Artist / Heatseekers”, criada pela dupla Will Carsola & Dave os Exodus dão sempre o seu melhor, todas as noites.» Para além de um sucesso reproduzido em tops semelhantes que indicava o quão Stewart para o Adult Swim, um canal dar voz aos Municipal Waste, Tony Foresta está também envolvido bem se estava a dar nas vendas. Questionámos Tony se tinham por assinatura norte-americano. Até aqui nos Iron Reagan, uma banda em que se juntam ‘Landphil’ Hall recebido as notícias com surpresa, ao que o músico assente: «Se me nada demais, se não fosse pelo facto de (guitarrista dos Municipal Waste e Cannabis Corpse), o baixista Rob dissesses há quinze anos que esta quantidade da gente se iria impor- “Mo canal se ter unido aos Municipal Waste e aos Exodus para pro- Skotis (Hellbear) e ainda um duo saído dos Mammoth Grinder, Ryan tar connosco... Começámos a compor música para tocar nas caves mover a série na recente tour que teve lugar nos EUA e que recebeu Parrish e Mark Bronzino (baterista e guitarrista, respectivamente). das pessoas e fazer uma tour pela América, mas nunca pensámos como nome “Mr. Pickles Thrashtacular”, onde o público - para além Foresta fala sobre as dificuldades em manter ambos os projectos vivos chegar aqui. No fundo, continuamos a ser aqueles amigos que querem de desfrutar de uma boa dose de metal - teve ainda a oportunidade e de boa saúde: «Hoje estou em Portugal e amanhã vou para Itália», divertir-se com isto. Não sei se o conseguirei fazer por mais dez anos, de participar em actividades relacionadas com “Mr. Pickles”. Tony exemplifica.«Aguento-me com muito álcool. Também tenho comido até porque isto tem um impacto físico, mas logo se verá.» Foresta, vocalista da banda de Richmond, no Estado da Virginia, muitas cenouras ultimamente, tento dormir o máximo de tempo Neste momento, o músico era avisado que tinha de se preparar para explicou à Ultraje as razões por detrás desta parceria: «Somos muito possível... Álcool...» Depois de uma gargalhada, o músico acrescentou o concerto. Enquanto se arranjava, e antes de subir ao palco do Vagos bons amigos dos Exodus e dos tipos que criaram a série do “Mr. que «é necessario planear tudo com muita antecedência» e «ter a Metal Fest, o vocalista teceu um comentário sobre o revivalismo do Pickles”. É um programa muito popular nos EUA e os tipos que o certeza de que ambas as bandas estão activas». «É de doidos, com o thrash metal vivido na altura do aparecimento da banda: «No início produzem não só são grandes amigos nossos como até realizaram ‘Landphil’ a compor em ambas as bandas. É algo que nos deixa muito era algo que me incomodava, pois começaram todos a imitar-nos. o nosso vídeo para o tema “Unleash the Bastards” [presente no ocupados, mas é divertido. Prefiro fazer isto a ter um trabalho das Havia uma série de bandas a copiar a nossa imagem, o nosso estilo... álbum de 2006, “Hazardous Mutation”]. Basicamente foi um grupo nove às cinco. Mas atenção», justifica,«não estou a criticar ninguém! Era muito estranho», confessa. «Agora não, agora acho que é excelen- de amigos que se conhece há longa data que se juntou para fazer As pessoas fazem o que quer que as apaixone. Eu adoro música e te. Sinto que as pessoas de facto ouvem-nos. Há muitas bandas novas isto.» Para o frontman, as 13 datas da tour que arrancou em finais é isto que preciso de fazer para ganhar dinheiro. É preciso trabalhar a partir tudo e não acho que o thrash metal vá embora. Houve uma de Fevereiro de 2018 deixaram saudades: «Passou tão rápido», muito, especialmente para uma banda como a nossa em que não fase em que já não era fixe gostar de thrash e as pessoas olhavam-te comenta. «Divertimo-nos imenso mas parece que a tour só durou dois vendemos muitos discos, nem somos super importantes.» A Ultraje de lado se gostasses, mas acredito que agora veio para ficar.» dias. Passámos mesmo grandes momentos.» assinala o facto de os Municipal Waste terem um mercado grande nos Estados Unidos. «Safamo-nos bem», responde, «mas não é como se Se tivéssemos que enumerar possíveis parceiros para acompanhar fôssemos ricos ou algo do género. Temos contas para pagar, como os Municipal Waste na estrada, os Exodus - ainda que partilhem o o seguro... Bem, nós não temos seguro, mas queremos tê-lo um dia mesmo background de thrash metal - poderiam não ser o primeiro destes. [risos]» nome a ser sugerido, mas Foresta viu aqui a oportunidade de misturar o melhor de dois mundos: «É um par perfeito», justifica. Editado em 2017 pela Nuclear Blast, “Slime and Punishment” - o «Influenciámo-nos muito nos Exodus, não é novidade nenhuma. sexto e mais recente longa-duração da banda – estreou-se na terceira 04 - APPENDIX #03 conseguimos nenhuma, e isso não nos incentiva a gravar de Nicolás Maduro, gerando várias críticas entre os fãs um disco novo. Tenho umas coisas novas para lançar lá no venezuelanos que colocaram em causa as ideologias da Brasil, coisas que eu fiz. Participei em temas de Volkana, banda. «Nós temos um lema: Gritando “Foda-se” desde Krisiun, entre outras bandas, com uns amigos, mas não 81», diz-nos. «Sempre foi assim. Foda-se, andamos aqui incluímos Ratos porque o povo só quer ouvir música velha e a fazer o quê? Nós ganhamos dinheiro limpo enquanto os isso não nos dá incentivo algum. Não precisamos de ensaiar outros andavam lá na cidade deles a destilar ódio. Eu estou para tocar músicas velhas, pelo que nunca nos encontramos aqui a correr atrás das coisas, a fazer algo pela vida.» Houve para ensaiar.» ainda tempo para dar mais uma achega à política no Brasil: «Recuso-me a entrar na política, porque a política no Brasil é Pioneiros na América do Sul, os Ratos de Porão juntaram muito podre. No Brasil nada é possível, só é possível roubar. o melhor do punk com o metal, criando uma sonoridade Preferia escrever letras sobre campos, animais, amor e sobre muitas vezes imitada mas nunca igualada. «Como ouvimos coisas positivas. Mas não vou falar de política, não. A política músicas do mundo inteiro, temos influências de todo o já chateia e o Facebook está igual ao Orkut, onde a escória mundo», observa. «Eu acho que Ratos é o quê? Crust com fala mal dos outros.» influências de Exodus e daquele som da Bay Area. Ratos é único e não existe outra banda igual. Não é D.R.I., não é TERVEET KÄDET Corrosion of Conformity, também não é um metal meio punk inglês; é uma coisa única. Tem influência de grunge e dos Não há novo álbum de originais à vista mas há uma novi- anos 90. É uma mistura que não existe em mais nenhum dade boa o suficiente para aguçar o apetite dos fãs, pois os lugar pois lá no Brasil misturamos tudo. Ratos é algo único Ratos de Porão estão a planear a edição de um disco que irá que as pessoas não entendem, e pelo facto de eu cantar em homenagear a banda de punk finlandesa, Terveet Kädet.«Eu português não absorvem.