Julio Cesar Talhari

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Julio Cesar Talhari UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL JULIO CESAR TALHARI Cultura e sociabilidade no museu de arte: etnografia dos visitantes da Pinacoteca do Estado v. 1 São Paulo 2014 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL Cultura e sociabilidade no museu de arte: etnografia dos visitantes da Pinacoteca do Estado Julio Cesar Talhari Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Mestre em Antropologia Social. Orientador: Prof. Dr. Heitor Frúgoli Jr. v. 1 São Paulo 2014 2 Julio Cesar Talhari Cultura e sociabilidade no museu de arte: etnografia dos visitantes da Pinacoteca do Estado Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Mestre em Antropologia Social. Orientador: Prof. Dr. Heitor Frúgoli Jr. Aprovado em: __________________________________________________________ Banca examinadora Prof. Dr.: ______________________________________________________________ Instituição: _____________________________ Assinatura: ______________________ Profª. Drª.: _____________________________________________________________ Instituição: _____________________________ Assinatura: ______________________ Profª. Drª.: _____________________________________________________________ Instituição: _____________________________ Assinatura: ______________________ 3 À minha esposa Taís, aos meus pais, Reinaldo e Celia, e à minha irmã, Martha. 4 Agradecimentos Agradeço à minha esposa, Taís, que esteve ao meu lado durante todo esse percurso. Seu amor, apoio, carinho, compreensão, bem como suas leituras e revisões foram fundamentais para a realização deste trabalho. Uma parte sua está aqui também, e serei eternamente grato por isso. Agradeço aos meus pais, Reinaldo e Celia, e à minha irmã, Martha, por todo o incentivo que me deram durante minha vida inteira. Graças a esse apoio, consegui seguir o que queria, apesar de todos os riscos e dificuldades no caminho. Agradeço ao Prof. Dr. Heitor Frúgoli Jr. pela orientação esmerada e atenciosa e por todos os ensinamentos que vão além da execução deste trabalho. É inestimável o apoio e a confiança que recebi desde os tempos da graduação. Agradeço à FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) por ter financiado este estudo. Esse suporte foi extremamente importante para que eu pudesse me dedicar exclusivamente à pesquisa. Agradeço aos amigos do Grupo de Estudos de Antropologia da Cidade (GEAC- USP), com os quais pude trocar várias experiências que contribuíram para me tornar um pesquisador. Aqui ficam também meus agradecimentos pelo companheirismo a todos que integram ou já integraram o grupo: Bianca Chizzolini, Bruno Puccinelli, Enrico Spaggiari, Gabriel Moreira Monteiro, Giancarlo Machado, Guilhermo Aderaldo, Isadora Fonseca, Juliana Blasi Cunha, Karina Fasson, Laís Silveira, Marcio Macedo, Marina Rebeca Saraiva, Mayã Martins, Natália Fazzioni e Weslei Estradiote Rodrigues. Agradeço a todos os amigos do PPGAS/USP e em especial: Joana Farias, Marcella Betti, André Lopes, Vinícius Spira e Milton Bortoleto. Também agradeço aos professores do Departamento de Antropologia (DA/USP), que, de formas distintas, contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. Agradeço ao antropólogo Adalton Marques por seus comentários e sugestões quando da leitura do meu projeto de pesquisa para discussões na disciplina “Metodologia de Projetos”. 5 Agradeço à Profª. Drª. Ana Paula Cavalcanti Simioni pelas observações e sugestões dadas no meu exame de qualificação. Agradeço também à Profª. Drª. Ilana Seltzer Goldstein que, além de ter participado da minha banca de qualificação e oferecido preciosos conselhos na ocasião, tem colaborado com várias ideias desde o tempo em que eu frequentava, em 2010, o Grupo de Estudos de Antropologia e Arte (GESTA), na UNICAMP. Agradeço à Paula, Isabel e Rosangela pelos apoios, incentivos e conselhos que me foram extremamente úteis durante esse período. Por fim, agradeço a todos na Pinacoteca que me auxiliaram de uma forma ou de outra. Fica aqui um agradecimento espacial para: Adriana Miyatake Yokoyama, Keiko Nishie, Mila Chiovatto, Gabriel Moore e Cleber Silva Ramos. 6 Resumo Esta pesquisa analisa, do ponto de vista etnográfico, os visitantes da Pinacoteca do Estado, em São Paulo. Embora seja o museu de arte mais antigo da cidade, a Pinacoteca se encontra, junto a outras instituições culturais da região da Luz, no meio de processos de revitalização por meio da cultura. Tais processos fazem parte de fenômenos urbanos globais que vêm redefinindo o papel dos museus no contexto urbano e relacionando-os com processos econômicos mais abrangentes. No entanto, a presente pesquisa busca um afastamento das análises que entendem os museus como parte de uma cultura de consumo e vê seus frequentadores apenas como consumidores. Contudo, não se propõe aqui uma antropologia do consumo, que – em que pese a notável superação de uma abordagem moral do tema – se baseia numa ruptura entre sujeito e objeto e compreende as relações materiais apenas como formas de representação de classificações e divisões culturais mais profundas de grupos sociais. Tenta-se, na verdade, compreender o comportamento dos visitantes da Pinacoteca em suas formas de sociabilidade, bem como a relação desses visitantes com os objetos de arte tendo como base uma perspectiva antropológica da arte e da cultura material. Tal perspectiva permite conceber as obras de arte como pessoas, o que dinamiza e complexifica as relações com objetos materiais. Assim, analisa-se, situacionalmente, as relações dos visitantes da Pinacoteca de modo que, por meio das obras de arte e dos laços de sociabilidade, as interações sociais possam ser ampliadas e, em vez de ocasião para distinção simbólica e social, a visita possa ser entendida como oportunidade de construção pessoal. Palavras-chave: cultura material; sociabilidade urbana; museus; análise situacional; agência social. 7 Abstract This research analyzes, from an ethnographic point of view, the visitors of Pinacoteca do Estado, in São Paulo. Although it is the oldest art museum in the city, the Pinacoteca is, along with other cultural institutions in the region of Luz, amid processes of revitalization through culture. These processes are part of global urban phenomena that come redefining the role of museums in the urban context and relating them to broader economic processes. However, this research seeks a departure from the analyses that understand museums as part of a culture of consumption and see their visitors only as consumers. Nevertheless, it is not proposed here an anthropology of consumption – in spite of the remarkable overcoming of a moral approach to the subject – which is based on a split between subject and object and understands the material relations only as forms of representation of deeper classifications and cultural divisions of social groups. Actually, we try to understand the behavior of Pinacoteca’s visitors in their forms of sociability, as well as the relationship of these visitors with the objects of art based on an anthropological perspective of art and material culture. This perspective allows conceiving artworks as people, which dynamizes and complexifies relations with material objects. Thus, we analyze, situationally, the relationship of the Pinacoteca’s visitors so that by works of art and the bonds of sociability, social interactions can be expanded and instead of occasion for symbolic and social distinction, the visit can be understood as an opportunity for personal construction. Keywords: material culture; urban sociability; museums; situational analysis; social agency. 8 Sumário Introdução......................................................................................................................10 Problematizando o consumo................................................................................15 Do consumo cultural à antropologia da arte........................................................24 A cidade e suas situações.....................................................................................27 Capítulo 1 – Por dentro da Pinacoteca: o mundo material e o universo social...........................................................................................................................34 1.1. Caminhando no museu..................................................................................34 1.2. O museu pelo museu: uma cronologia da Pinacoteca...................................42 1.3. Uma história da arte na Pinacoteca...............................................................50 1.3.1. Uma visita ao acervo....................................................................58 1.4. E afinal, que público é esse?.........................................................................83 Capítulo 2 – A Pinacoteca em situações.....................................................................106 2.1. Um museu educativo..................................................................................106 2.1.1. Acolhimento.................................................................................107
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