Revista_Imprensa_25_Março_2019 Revista de Imprensa

1. Lóbi pressiona compra de aviões de 160 milhões EUR, Correio da Manhã, 25/03/2019 1

2. Catarina Martins - Nomeação de familiares, Correio da Manhã, 25/03/2019 3

3. Correio indiscreto, Correio da Manhã, 25/03/2019 4

4. Mal por mal, Correio da Manhã, 25/03/2019 5

5. Mendes acusa Costa de "overdose" de laços de família, i, 25/03/2019 6

6. "Costa está a tentar apagar e reescrever a história", i, 25/03/2019 7

7. Marcelo em braço de ferro com o Governo, i, 25/03/2019 9

8. PCP defende passe regional nos 40 euros, Jornal de Notícias, 25/03/2019 10

9. A RTP ainda vai precisar de um major Eanes, Jornal de Notícias, 25/03/2019 11

10. Prescrição Social: uma consulta muito além do comprimido, Jornal de Notícias, 25/03/2019 12

11. BE pede ao Governo e PS reflexão sobre nomeações de familiares, Jornal de Notícias, 25/03/2019 13

12. Costa aponta riscos de PS ter má votação, Jornal de Notícias, 25/03/2019 14

13. Barragem de Fridão não avança, Jornal de Notícias, 25/03/2019 15

14. O concelho onde todos têm médico de família, Jornal de Notícias, 25/03/2019 16

15. "Não acho aceitável que a IGF fiscalize o Banco de - Entrevista a Miguel Poiares Maduro, 17 Negócios, 25/03/2019

16. Descentralização - Governo "esquece" verbas para os auxiliares de saúde, Negócios, 25/03/2019 23

17. Espanholas ganham concursos para obras na ferrovia com preços baixos, Negócios, 25/03/2019 24

18. Caso Tomás Correia deixa Santa Casa sem voz no Montepio, Negócios, 25/03/2019 27

19. Editorial - Qual é a pressa com a Lei de Bases da Saúde?, Público, 25/03/2019 29

20. “Não tenho dúvidas de que haverá condenações no caso BES”- Entrevista a José Maria Ricciardi, Público, 30 25/03/2019

21. PSD quer reforçar direitos de cidadãos britânicos no pós-“Brexit”, Público, 25/03/2019 33

22. Ligações de família no Governo já estão na campanha, Público, 25/03/2019 34

23. Há um mandado de detenção europeu por uma infracção que não é punível em Portugal?, Público, 36 25/03/2019

24. Segurança para marinheiros, Correio da Manhã - Correio da Manhã Algarve, 25/03/2019 37

25. Professores ameaçam com greve às avaliações, i, 25/03/2019 38

26. Pré-aviso de greve ameaça estreia da opereta «L´Étoile», Jornal de Notícias, 25/03/2019 39 27. Funcionários das conservatórias contra mudança de instalações, Jornal de Notícias, 25/03/2019 40

28. Frase, Jornal de Notícias, 25/03/2019 41

29. Editorial - Precários no salário e na pensão, Negócios, 25/03/2019 42 Meio: Imprensa Pág: 22

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ID: 79685085 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 2

FORÇAS ARMADAS

PORMENORES António Costa, primeiro-ministro, Transporte de militares esteve na apresentação O KC - 390 é um avião militar na Europa do KC - 390, de transporte estratégico. A ae- ocorrida em Alverca, ronave tem capacidade para em 2016 ser reabastecida e reabastecer outros aviões durante o voo

Executivo dá autorização A Resolução do Conselho de Mi- nistros na 109/2017, de 8 de ju- nho, autoriza o início das nego- ciações com a Embraer, para a compra do KC - 390.

Grupo de 13 negoceia O anterior ministro da Defesa, Azeredo Lopes, criou, em outubro de 2017, uma equipa para negociar a aquisição do KC - 390. A equipa tem 13 membros, que representam vários ministérios, e é liderada por um dirigente do Ministério da Defesa.

Governo não quer Lóbi pressiona compra gastar mais do que 830 milhões 13 O ministro cia Defesa, João Gomes Cravinho, já disse que o Governo não irá de aviões mais caros "para além do que está es- tabelecido em termos de MUDAR O Diplomatas e militares estão a tentar influenciar o Ministério da Defesa a adquirir o norte- custos", no valor de quase -americano C — 130J em vez do brasileiro KC — 390 PREÇO O O C-1307 custa mais 50 milhões de euros 830 milhões de euros, para a substituição dos velhos C ANTÓNIO SÉRGIO AZENHA nistério da Defesa entre diri- Defesa não deu qualquer escla- - 130 da Força Aérea. O m lóbi, do qual farão parte gentes deste ministério e repre- Estado já investiu recimento. O ministério não es- Executivo está a negociar pessoas ligadas aos meios sentantes da Lockheed Martin. clareceu também quem foram com a Embraer a compra diplomático e militar, es- O avião C - 130J terá sido o tema no projeto mais de Os dirigentes ministeriais que de cinco KC - 390, com tará a tentar influenciar o Minis - central dos encontros. A dife- participaram nas reuniões com equipamentos sobresse- tério cia Defesa na compra do rença de preços entre os dois 60 milhões a Lockheed Martin. Às pergun - lentes e um simulador, pe- avião que irá substituir o C 130 aviões é apreciável: segundo G Portugal já investiu mais tas cio CM, fonte cio Ministério da los quais a empresa pedia da Força Aérea: em alternativa fontes do setor militar, um KC - de 60 milhões de euros no Defesa limitou-se a dizer que "as 930 milhões de euros. A ao brasileiro KC - 390, cujo fa- 390 custa 110 milhões de euros, projeto de desenvolvimen- negociações [com a Embraer] empresa tem resistido à re- bricante tem resistido à redução to do KC - 390. A partici- mantém -se em curso e em fase dução do preço.. do preço solicitado pela Defesa, DIRIGENTES DA DEFESA pação de Portugal neste avançada". terá surgido agora o norte - ame- REUNIRAM COM LOCKHEED projeto, que conta com a O ex -Chefe do Estado-Maior ricano C - 130J, aeronave pro- Argentina e a República General cia Força Aérea MARTIN HÁ UMA SEMANA duzida pela Lockheed Martin. Checa, foi aprovada, em (CEMGFA), Manuel Rolo, ad- Cada C - 130J custa, segundo enquanto um C - 130J tem o 2010. Alguns dos compo- mitiu na comissão parlamentar apurou o CM, mais 50 milhões preço de 160 milhões de euros. nentes do KC - 390, como a de Defesa, em janeiro deste ano, de euros do que um KC 390. Questionado sobre as reuniões asa e a fuselagem, serão que o Estado podia desistir da O trabalho dos lobistas terá com os representantes da produzidos na fábrica da compra cio KC - 390, por a Em- sido decisivo para os contactos Lockheed Martin e se estava a Embraer em Évora. braer não querer baixar o preço. entre o Ministério da Defesa e a ser ponderada a aquisição cio C - O Ministério da Economia Contactado, o general escusou Lockheed Martin. Na segunda e 130J em alternativa ao KC - 390, não respondeu às questões fazer comentários. terça-feira da semana passada, devido às negociações difíceis enviadas pelo CM. NOTICIA EXCLUSIVA campo João Gomes Cravinho realizaram -se reuniões no Mi - com a Embraer, o Ministério da DA EDIÇÃO EM PAPEL

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ID: 79685085 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 2

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SEGUNDA-FEIRA 25/03/2019 1 DIÁRIO I £1,10 (C/IVA) HOJE NÃO PERCA www.cmjornal.pt MAIOR PARTE É IDOSA P.12 GÉMEOS ASSALTANTES GRATIS ATACAM TERCEIRO LIVRO 011111E10 DA COLEÇÃO II,1P()SSI1!ILIS DIRETOR-GERAL EDITORIAL OCTAVIO RIBEIRO MAIS DE GIR:GERALEDITORIALAW.:ARMANOOESTEVESPEREIRA amanhã 'DO ASSALTO DO DIRETOR-EXECUTIVO: CARLOS ROORIGUES DIR.-ADJUNTOS: JOSE CARLOS CASTRO E PAULO .10A0 SANTOS CORSÁRIO MORGAN 100 VÍTIMAS AO ROUBO DAS JOIAS DA COROA' AMANHÁllA BATALHA DE ÁLAMO A CARTOGRAFIA VESTIDOS DE NOIVA E ANÉIS PAGAM DÍVIDAS AO FISCO DOS HIMALAIAS' P.35 Autoridade Tributária vende em leilão no Portal das Finanças 368 bens penhorados P.8 E 9 MÃE FM MORTE CEREBRAL DA A Luz BEBE SALVADOR O PARTO está previsto para esta "VOU AMAR o meu neto. Já aceitei que a minha semana no Hospital São João filha morreu", diz Maria de Fátima

VIDAS P.42 A 45 SELEÇÃO NACIONAL SPORTING P.34 BARBARA. PORTUGAL DEFRONTA MAN. uNrrED ASSUME HOJE A SÉRVIA NA LUZ DÁ 100 AMOR MILHÕES PROIBIDO POR BRUNO FERNANDES Cantora em festa com FC PORTO P.32 o namorado ATLÉTICO Kasha DE MADRID Pais estão QUER contra DEFESA a relação ALEX TELLES

• NATIONAL GEOCRAPHIC RÚBEN DIAS E JOÃO FÉLIX NA MIRA DE 'TUBARÕES' EUROPEUS P.4, 5 E 31

ESPECIAL ~1~1- A FIM DE SEMANA TRAGIC° SEXO DEFESA P.22 P.6,7E48 7,95€ POSIÇOES Lóbi pressiona JORNAL - •• SEXUAIS compra de aviões DOMÍNIO É de 160 milhões C DISPUTADO PELOS SONDAGEM - EUROPEIAS P.10 TODAS AS SEMANAS: CASAIS Maioria ignora C `1SÃO BRUTAL AL FICE ARENA 6 ABRIL FASOCULO + OFERTA DE PEÇAS, P.24E25 data das eleições MATA DUAS AMIGAS LISBOA

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ID: 79685165 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1

CATARINA MARTINS NOMEAÇÃO DE FAMILIARES

13 A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu on- tem, em Almada, que o Go- verno e o Partido Socialista devem refletir sobre a práti- ca de ocupação de cargos públicos por "pessoas com muitas afinidades".

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ID: 79685150 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1

MIGUEL ALEXANDRE GANHÃO iguelganhão@cmjornalpt

PRIMEIRO-MINISTRO CHAMA A ATENÇÃO PURO VENENO O CONCURSO PARA CHANCELER 0 Ministério dos Negócios Estrangeiros abriu concurso para as vagas de Chanceler. Mas a ad- O CM teve honras de discussão missão dos concorrentes está a levantar algu- ma controvérsia e a afetar as nomeações para em pleno Conselho de Ministros consulados importantes. INÊS E O RMAMA E GAMA Almada foi infe- liz no batismo de dois instnimen- tos municipais: o RMAMA e o GAMA mereceram de Inês de Medeiros um apelo para a alteração da denominação.

• NOVO BANCO LUTA CONTRA O FISCO A tarefa de António Ramalho não é fácil. Tem tudo contra si. Até o Fisco. Por isso mesmo, o Novo Banco deu entrada no passado dia 18 a um processo de impugnação da cobrança de dois milhões de euros em impostos.

IMPRESA ADIA PRÉMIOS DE GESTÃO O Grupo Impresa definiu que a remuneração variável (prêmios) dos seus gestores terá em conta o triénio 2017-2019 e o seu pagamento ão sabemos se foi por O RISO DOS Este episódio é muito significati- será diferido a três anos. Em 2018 não houve ocasião dos 40 anos do vo. É tanto mais significativo por- pagamento de prémios. Correio da Manhã (CM), GOVERNANTES que os jornalistas do CM são cobi- se foi por causa da pre- FOI TRAVADO PELO AVISO çados pelos próprios membros do sença do Presidente cia República, DE ANTÓNIO COSTA Governo para integrarem as suas TODO O PODER A Da MARIA FERNANDA Marcelo Rebelo de Sousa, na festa equipas cie comunicação. Após a morte de `Viva a Vida, mas numa das últi cacto risos em alguns ministros, A ministra que se lamentou ten- Américo Amo- mas reuniões cio Conselho de Mi que pensavam que o chefe do Go- tou recentemente contratar para rim, as três filhas nistros o CM foi tema de conversa. verno iria desenvolver unia narra- a sua equipa um jornalista do CM, (Paula, Luisa e Perante as queixas e lamentações tiva baseada no sarcasmo e na iro- acenando-lhe, inclusive, com a Sandra) decidi- de uma ministra, António Costa nia. Mas Costa pôs logo os pontos figura da requisição. O convite ram, num acordo terá dito (e uso as aspas de unia nos is: "Estou a falar a sério!", terá acabou por ser educadamente re- de partilha cele- forma absolutamente livre) que dito O primeiro--ministro, o que cusado. brado em abril de o CM "é o projeto jornalístico mais provocou uma mudança imediata Fica o orgulho de pertencer a um 2018, atribuir todas as ações que lhes cabiam profissional que existe em Portu- no rosto de alguns dos nossos go- projeto dinâmico, profissional em herança nas sociedades e holding do Grupo gal". Esta declaração terá provo- vernantes. e independente.. Amorim à sua mãe, Maria Fernanda Amorim.

SEGURANÇA SOCIAL O CROMO DA SEMANA SE! PASSAR DIRIGENTES DA FUNÇÃO PÚBLICA DE LUCROS TÊM LIMITE NO VALOR DAS PRENDAS? PARA MAIS E oi logo no primeiro ano de go- com as prendas que os familiares DE100 r verno, após o escândalo das ou amigos dão. Mas quando fun- MILHÕES viagens pagas pela Galp, que o cionários públicos decidem pre- DE PREJUÍZOS Executivo aprovou um código de sentear uma diretora com uma DEIXA conduta que impunha um limite de carteira de 700 euros, a questão QUALQUER UM 150 euros ao valor das prendas volta a ter relevância. Foi o que DERREADO. recebidas. Mas nunca se falou nos terá acontecido no Centro Distrital INCLUINDO quadros superiores da Função Pú- da Segurança Social de Viseu. Um DAVID blica. Ninguém tem nada que ver caso a acompanhar. A carteira da discórdia NEELFJVIAN, e '11

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ID: 79684767 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1

MAL POR MAL

Luciano Amarai Passe-vite Professor Universitario

medida do Governo redu- ciência. Daqui vindo outra conse- zindo os preços dos passes quência: se as empresas de trans- dos transportes tem sido portes decidirem fazer investi- tão bem recebida que as críticas a mentos para o resolver, este subsí- ela dirigidas por Rui Rio foram vis- dio do Estado ficará cada vez mais tas como mais uma inépcia do fa- caro, pondo em causa aSua susten- mosamente inepto presidente do tabilidade. PSD. Mas desta vez Rio tem razão e, E depois há o problema principal, se alguma coisa, as suas críticas pe- em que Rio e PSD não tocaram: tra- cam por incompletas. De facto, é ta-se de um subsídio a duas áreas "injusto", como Rio disse, que a que montam a cerca de metade da medida na prática signifique uma população do país (mais ou menos 3 redistribuição de milhões em Lisboa rendimento do in- e 2 milhões no Por- terior para as áreas É INJUSTO QUE A to); será que aquilo metropolitanas de MEDIDA SIGNIFIQUE de que precisamos Lisboa e Porto. UMA REDISTIUBUIÇÃO é inflacioná-las Ninguém nega ainda mais? Não que os transportes DE RENDIMENTO será isso também públicos nessas • DO INTERIOR ineficiente, no- áreas são caros e meadamente no ineficientes. A medida ajuda are - tempo das deslocações e na polui- solver o primeiro problema, mas ção? E nã9 pregam todos a necessi- havia outras formas de a financiar. dade de eficoRtrar soluções para a Sá dois exemplos: uma taxa especí- desertificação do interior? Em 2017, fica para os utilizadores de carros houve um exemplo dramático dessa nessas áreas ou uma taxa à entrada necessidade, com incêndios que de partes das cidades. Mas, lá está, mataram cerca de 100 pessoas e re- isto colidiria com a popularidade velaram formas de miséria inconce- da medida e o seu fim "eleitoralis- bíveis para a maioria dos habitantes ta" , que Rio também detetou. urbanos. Parece que ainda não foi Acresce que ela não contribui para desta que se cumpriu aquele "gran- solucionar o problema da inefi- de desígnio nacional". •

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ID: 79684932 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1

Mendes acusa Costa de "overdose" de laços de família

LISBOA O comentador da S/C Luís Marques Mendes afirmou ontem que a polémica sobre a nomeação da mulher do ministro das Infraestruturas e da Habitação para o gabinete do secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares é o resulta- do "de uma overdose de relações familiares no Governo". Mendes apontou que o défi- ce de 2018 ficará entre os 0,5 e os 0.6%. valor a divulgar pelo INE amanhã.

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ID: 79684764 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 2

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Manuel Monteiro acusa primeiro-ministro de uma "espécie de apagão" do que se passou há 20 anos PÃO BISCAIA

bónus à competitividade da eco- eleições, já mereceu, pelo menos nomia alemã que a Europa lhe o comentário de um deputado Euro. Manuel Monteiro poderia ter oferecido". socialista no twitter "Pois foi. E Ora, Manuel Monteiro acres- um fardo para a competitivida- centa que se houve "ilusão, o de dos países do Sul que até hoje acusa António Costa de Partido Socialista pactuou com nunca foi compensado nos meca- a ilusão", dos franceses. nismos de coesão", escreveu Tia- Atualmente a questão do refe- go Barbosa Ribeiro a propósito querer apagar a História rendo já não se coloca para da mesma frase que indignou Manuel Monteiro, mas o anti- Manuel Monteiro. go militante centrista lembra Ontem, em Leiria, o primeiro- Antigo militante e líder do CDS lembra que o primeiro-ministro participou que a Europa vive momentos ministro defendeu que "há quem no governo do PS que teve responsabilidades na adesão à moeda única de incerteza. Para já, está dis- sonhe com uma má votação do posto a contribuir para a cam- PS nestas eleições europeias para panha das europeias do cabe- enfraquecer o governo do PS e CRISTINA RITA António Guterres, do qual Antó- tugal, com a conivência e o dese- ça de lista do CDS, Nuno Melo, enfraquecer as políticas" que tem [email protected] nio Costa fazia parte, de ter pac- jo do governo socialista onde em quem se revê, e não faz desenvolvido, como a do passe tuado com o erro de que agora estava António Costa", recorda depender a sua participação de único. Costa acabou por admitir O antigo presidente do CDS o primeiro-ministro fala na refe- ao i Manuel Monteiro. uma refiliação no CDS. uma leitura nacional dos resul- Manuel Monteiro ficou indig- rida entrevista A culpa não é só Para o antigo dirigente cen- A entrevista de Costa ao Públi- tados das europeias para as legis- nado com a entrevista ao Públi- dos alemães. trista, "o que é espantoso, pas- co, que pode servir de guião sobre lativas, deixando para o cabeça co do primeiro-ministro, Antó- O antigo líder do CDS, que sados estes anos, é que alguém o discurso europeu do PS nas de lista do PS, Pedro Marques, o nio Costa, sobre a ideia de que chegou a propor um referen- que teve responsabilidades nes- apelo ao voto dos jovens que, pela b euro foi "o maior bónus que a do à adesão ao euro - a moe- ta matéria procure apagar a his- primeira vez, irão usar o seu direi- Europa ofereceu à Alemanha". da única europeia -, recorda tória, rescrever a História, pas- to. "Não votar pode fazer a dife- Para o antigo dirigente centris- que a Alemanha não acredita- sando a bola só para o lado ale- Primeiro-ministro rença para pior, como aconteceu ta, "esta declaração do primei- va que Portugal (e também a mão". Tudo em nome, diz, de diz que há quem aos jovens britânicos", afirmou ro-ministro é um branqueamen- Grécia) cumprisse os requisi- ficar no pelotão da frente da "sonhe com urna Pedro Marques, citado pela RTP. to daquilo que efetivamente suce- tos de convergência real para Europa e na "fotografia". Por sua vez, o eurodeputado e deu" há 20 anos. entrar na moeda única. Pro- Na entrevista, António Costa má votação do PS cabeça de lista às europeias da Em declarações ao i, Manuel pôs, então, uma taxa de câm- recorda que "houve um excesso nas europeias" CDU, João Ferreira, lembrou a Monteiro acrescenta mesmo bio em que um euro corres- de voluntarismo político no Costa que é bom ter descober- que a frase do primeiro-minis- pondia a 200 escudos. momento da criação do euro e to que o euro foi um "bónus" tro "é uma espécie de apagão de "Mas França queria que Por- uma ilusão de François Mitter- CDU lembra que para a Alemanha, mas é preci- memória, que provavelmente tugal entrasse, por uma ques- rand [então Presidente francês] "bónus" do euro so dizer também que custou salá- já está muito esquecida, por par- tão de equilíbrio de forças, por- no sentido de que a criação do à Alemanha custou rios e investimento em Portu- te de muitos dos intervenientes que Portugal seria um aliado, euro era a contrapartida da Ale- gal. O PCP, recorde-se, sempre no processo". E responsabiliza se necessário, contra a Alema- manha para a sua unificação, não salários e foi contra a entrada de Portu- o então governo socialista de nha. E impôs a entrada de Por- percebendo que o euro foi o maior investimento gal na moeda única.

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ID: 79684764 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 2

ta') t'r. unda-feira, 25 março 2019 // Ano 9 // Diário // Núi o 2917 // Diretor. Mário Rarnires // Dir. exec.: Vítor Rainr>o // Dir. exec. a*.irrto. Insg, Cabrita Saraiva // Subdir. exec.: Marta F. Reis // Dir. de arte: Francisco Alves

Júlio Mondlane, "As pessoas estão coordenador da Cruz Vermelha de Moçambique ansiosas por sair em Sofala, faz o ponto de situação. E diz ao i: dos centros e iniciar "Graças a Deus já temos a reconstrução" a estrada aberta" // PÁGS. 2-3

GALP. SAIBA QUEM SÃO OS ANTIGOS GOVERNANTES QUE PASSARAM PELA PETROLÍFERA • // PÁGS. 16-19 Do "Homem-Aranha de Paris" ao estudante sequestrado em Itália. Oito heróis improváveis que salvaram vidas em situações desesperadas // PÁGS. 22-25 "COSTA ESTA A TENTAR APAGAR E REESCREVER A HISTORIA" Manuel Monteiro, antigo líder do CDS, indignado com entrevista do primeiro-ministro ao Público. E aponta-lhe responsabilidades na adesão ao curo u PÁG. 4

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ID: 79684772 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1

Marcelo em braço de ferro com o Governo

PORTO O Presidente da Repúbli- ca, Marcelo Rebelo de Sousa, aler- tou este fim de semana, no Por- to, o Parlamento ( e também o Governo) para não se mexer na lei de Bases da Saúde no final da legislatura. Para Marcelo o tema só deve ser discutido após as elei- ções legislativas. Porém, o Gover- no quer fechar o ano político com uma nova lei, num sinal de bra- ço de ferro com Belém.

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ID: 79684903 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 PCP defende passe regional nos 40 euros

Plano comunista para transportes públicos passa pelo regresso da Rodoviária Nacional

Nuno Miguel Ropio gente e estratégica, que não [email protected] fique à espera de ver o resul- tado da redução tarifária", TRANSPORTES O PCP entre- disse, ao JN, Bruno Dias, um ga hoje no Parlamento uma dos autores da iniciativa iniciativa onde defende que onde se diz que há duas dé- nenhum passe regional ul- cadas que o PCP propunha o trapasse os 40 euros, como que entra agora em vigor. vai passar a suceder nas áreas do Porto e de Lisboa com os FALTAM FUNCIONÁRIOS títulos de transporte metro- A par dos 40 euros para os politanos. Os comunistas passes regionais, para res- querem que a redução tarifá- ponder às dinâmicas entre ria, em vigor a partir de abril, as comunidades intermuni- se alargue nos mesmos mol- cipais, e de 30 euros dos tí- des ao resto do país. A medi- tulos municipais, o PCP da consta de um plano estra- quer replicar os mesmos be- tégico para os transportes nefícios do Porto e de Lis- públicos, onde se destaca a boa: a gratuitidade para as intenção do regresso da Ro- crianças, os passes +65, o doviária Nacional, privatiza- Sub23 e o 4_18. da há 27 anos. "A par das populações do O projeto de resolução do Interior e mesmo as do Lito- PCP, a que o JN teve acesso, ral, como as de Sines ou propõe dez medidas, que vi- Grândola, onde as respostas sam reduzir os preços, au- dos transportes públicos são mentar a quantidade de muito fracas, há milhares de transportes a par da qualida- pessoas que vivem nas re- de e reformular os investi- giões limítrofes que também mentos previstos, com mais têm de beneficiar desta re- verbas para o setor (ver deta- dução", aponta Dias. lhes em baixo). Mas tudo de Para os comunistas é ainda uma forma faseada, frisa o importante o "levantamen- documento. to dos bloqueios e constran- "É indispensável respon- gimentos" à contratação de der às muitas falhas nos trabalhadores, quer para as transportes, apesar do que necessidades operacionais avança agora - e trata-se de do setor, quer para a manu- um avanço indesmentível. tenção - caso da EMEF que, Mas quem disser que fica diz o PCP, baixou pela pri- tudo feito está enganado. É meira vez dos mil trabalha- precisa uma política abran- dores em 2018.*

Estudar reposição de Operadores públicos rodoviária do Estado apoiados por passes Partiu do Governo de Ao contrário do que Cavaco Silva, em 1990, acontece com a Ferta- a divisão da Rodoviária gus, a única ferroviária Nacional em várias em- nacional privada, que presas regionais e a pri- liga Setúbal a Lisboa, a vatização, concluída há CP não recebe as com- 24 anos. O PCP aponta pensações pela integra- os efeitos que essa ven- ção no passe social. O da teve na oferta rodo- PCP quer isso corrigido viária - principalmente com a contratualização no interior - e quer do serviço público com agora que se estude o a ferroviária estatal e regresso de uma empre- com a Soflusa, Transte- sa estatal no setor. jo e Metro de Lisboa. Página 10 Meio: Imprensa Pág: 2

País: Portugal Cores: Cor A11 Period.: Diária Área: 18,67 x 15,56 cm²

ID: 79684804 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 PORTUGAL EM TRANSE A RTP ainda vai precisar de um major Eanes

No último debate quinzenal pas- depois, todos tirariam daí as de- postas de lei prontas que visam o sou relativamente despercebido vidas consequências. Ainda a controlo político-partidário da um momento arlequinesco, a "perplexidade" de Costa pairava televisão pública sem reticên- fingir de teatro sério, entre Cos- no ar, e já a FPF punha publica- cias. O gesto de Martins, e aquies- ta e Catarina Martins. A Martins, mente fim ao protocolo. A seguir, cência de Costa, releva desse ob- atriz de profissão (péssima, por o Conselho de Administração da jectivo. A ministra da tutela só sinal), mostrou-se "indignada" RTP fez um comunicado. E o fez de ponto. Alegadamente não João Gonçalves com um protocolo celebrado em Conselho Geral Independente - conhecia o protocolo, segundo Jurista e membro Janeiro entre a RTP e a Federação que, nos termos da legislação em Costa. Todavia, foi ela que o fez do partido Aliança Portuguesa de Futebol. Quando vigor, é quem fiscaliza e supervi- chegar à Comissão de Trabalha- chegou a vez de Costa falar, a "in- siona a actividade da Administra- dores da RTP e não o contrário. dignação" aumentou e passou, ção da casa desde 2014 - esclare- Volta, assim, a discutir-se o mo- na inconfundível língua de pau ceu duas ou três coisas. A primei- delo de gestão da empresa con- do chefe do Governo, a "perple- ra, que o CA da RTP tinha sido in- cessionária do serviço público de xidade". Com um papel na mão, timado a explicar-se por aquelas audiovisual, agora sob o signo do Costa informou Martins, e a câ- duas personagens do Governo. A sistema cultural totalitário lide- mara em geral, que a senhora mi- segunda, que tinha tido conheci- rado pelo Bloco. Porquê? Porque nistra da tutela técnica da RTP, a mento oportuno do protocolo, o regime todo, em 2012, do Bloco Fonseca da Cultura, e o Centeno, através do CA, "numa das reu- ao CDS, se opôs à concessão da da financeira, não tinham sabido niões regulares dos dois órgãos da gestão da RTP a privados, e à pri- de nada. Mas que ele ia saber e, empresa". Finalmente, o proto- vatização de alguns dos seus acti- colo, à altura já inexistente por vos. A RTP está, assim, mais pró- causa da "perplexidade" teatral xima de voltar a ser controlada do binómio Costa-Catarina, fora pelos politburos partidários, por O radicalismo parlamentar tem um mero acto de gestão do CA, mais que os bonzos do "conselho propostas de leí prontas que desnecessitando ser comunicado independente" se espremam, a quem quer que fosse. Importa, eventualmente até com razão. visam o controlo politico-partidário então, ir ao que interessa, fecha- Deus não dorme. da televisão pública sem reticências da a peripécia zombeteira. O ra- O AlIFOR EE-CREVE dicalismo parlamentar tem pro- SEGUNDO A ANTIGA ORTOGRAFIA

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ID: 79685030 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1

Cristiano Figueiredo, médico e coordenador da consulta de Prescrição Social da Unidade de Saúde Familiar da Baixa

Andreia Coelho assistente social "Não vamos inventar a roda, vamos é além das respostas convencionais. Prescrevo muita Prescrição Social: atividade física" "O que pretendemos é alargar o leque de respostas. Ao fim de seis uma consulta muito meses, percebemos que muito além da isenção de taxas moderadoras, os principais motivos da além do comprimido referenciação são o isolamento social e a falta de integração social por parte dos • 1 Unidade de Saúde Familiar da Baixa tem projeto-piloto que junta médicos e assistentes sociais nas respostas a dar aos utentes. imigrantes" 7,7T /0 Já tem 143 referenciados, a maioria por isolamento dos problemas de saúde têm origem em fatores sociais. Uma Leonor Paiva Watson saúde", avança o clínico Cristia- coordenador do projeto-piloto. trata esta técnica "apaixonada" pessoa que vive em iso- [email protected] no Figueiredo . Gassimo Djalo, natural da Guiné, pelo que faz. lamento social "tem "Quando tenho um paciente que é disto exemplo. Há meses, ma- A USF da Baixa tem milhares de mais probabilidade de LISBOA Maria tem esquizofrenia, em conversa me diz que está de- goou uma perna de tal forma que utentes e 30% são estrangeiros, vir a ter urna depres- está medicada, mas a mãe mor- sempregado, não deixo passar, per- teve de deixar de trabalhar nas pessoas vindas do Bangladesh, Pa- são", aponta Cristíano reu, deixando-a só, e seria uma cebo que dali a pouco pode estar obras e aguarda, atualmente, por quistão, Brasil, Itália ou Guiné. O Figueiredo. Uma respos- questão de tempo até começar a com uma depressão e dependente uma cirurgia. Mas o que realmen- esforço é contínuo. "Certa vez ta social pode evitar que descompensar. O seu médico en- de comprimidos. Encaminho-o te o preocupava "era como iria pa- apareceu uma senhora chinesa chegue a esse estado. tendeu que, além dos comprimi- para a Prescrição Social e a assisten- gar as contas", partilha. Através da que não falava uma palavra de por- dos, a deveria referenciar para a te social, em conjunto com as asso- consulta de Prescrição Social, foi tuguês ou inglês e era um caso de consulta de Prescrição Social ciações locais, vai tentar dar respos- encaminhado para os serviços que violência doméstica. Tive de pedir com a assistente social, que a en- ta. Talvez encontrar onde possa fa- o poderiam informar e ajudar. Dja- tradutor para encaminhá-la para caminhou depois para aulas de zer voluntariado, para que mante- lo foi depois "muito contente" todo o apoio posterior", conta. dos utentes Tai Chi, na Universidade Sénior. nha a auto-estima, não se isole, não agradecer à assistente Social, An- A proposta é ver a saúde "numa da USF da Baixa são es- Maria tem agora uma vida social vá abaixo", exemplifica. dreia Coelho. perspetiva holística", resume trangeiros, muitas ve- e está bem. Este modelo de con- "O que pretendemos é alargar o Cristiano Figueiredo. E tratar o zes chegam sem gran- sulta na Unidade de Saúde Fami- A SUSTENTABILIDADE DO SNS leque de respostas. Ao fim de seis problema, dando "uma solução des apoios ou qualquer liar (USF) da Baixa - que conta No fundo, o objetivo "é atuar mui- meses, percebemos que muito para a vida", acrescenta Andreia retaguarda familiar. seis meses e será replicado na to antes do fim da linha, é fazer além da isenção de taxas modera- Coelho. Como afirma Djalo, "só o Muitos dos problemas USF da Almirante Reis - já acom- medicina preventiva". A longo doras, os principais motivos da re- médico não é suficiente". de saúde prendem-se panhou 143 utentes. A ideia é prazo esta "é uma consulta deter- ferenciação são o isolamento so- O médico concorda: "Somos um com questões de ordem trabalhar na evidência que "o minante para a sustentabilidade cial (48 casos em 143 utentes) e a todo e queremos atuar de forma social. nosso bem estar depende em do Serviço Nacional de Saúde falta de integração social por par- concertada na origem dos proble- 70% de determinantes sociais de (SNS)", defende este médico, te dos imigrantes (42 casos)", re- mas de saúde". e

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ID: 79684929 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1

BE pede ao Governo e PS reflexão sobre nomeações de familiares

POLÍTICA A coordenadora do Bloco de Esquerda defende que o Governo e o PS devem refletir sobre a prática de ocupação de cargos públicos por "pessoas com muitas afinidades". "Eu bem sei que Portugal é um país peque- no, mas todos nós percebemos a necessidade de pensar sobre estas matérias para que os cargos públicos não se- jam ocupados tendencialmente por um grupo de pes- soas com muitas afinidades", afirmou Catarina Martins.

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ID: 79684889 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Costa aponta riscos de PS ter má votação

Secretário-geral alerta que mau resultado nas europeias será usado para fragilizar as políticas do Governo

António Costa esteve com Pedro Marques numa iniciativa da JS em Leiria

Alexandra Barata Melo], sendo candidatos do defendemos na Europa. [email protected] passado, só são capazes de Não é indiferente estarmos falar sobre o passado, e não na Europa a defender a neu- ELEIÇÕES O secretário-geral têm a menor ideia do que tralidade carbónica em do PS disse que quem votar querem fazer no futuro." 2050 ou estar na direita na nos partidos de Direita nas "Mas estas eleições são Europa simplesmente a eleições europeias estará a para o futuro e têm uma propor a redução dos impos- pôr em cheque as medidas marca simbólica da maior tos sobre os combustíveis", económicas, sociais, am- importância, pois são as pri- afirmou o também primei- bientais e educativas adota- meiras em que vão votar os ro-ministro. das pelo Governo socialista. cidadãos que já nasceram no As declarações de António século XXI", disse o secretá- ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS Costa foram proferidas no rio-geral, perante uma pla- O ambiente foi um tema encerramento da iniciativa teia de jovens, aos quais que ocupou grande parte da "A tua geração na Europa", apelou para passarem a sua intervenção, tal como a da Juventude Socialista, em mensagem de que é "muito do cabeça de lista do PS às Leiria. importante" votar no PS europeias Pedro Marques. "Não sejamos ingénuos. nas eleições europeias. "O desafio das alterações Há quem sonhe com um "Não é indiferente o que climáticas é o maior desafio mau resultado do PS, nestas que a humanidade enfren- eleições europeias, para en- PHOXEMMADE ta", alertou. "Estamos aqui fraquecer o Governo do PS e para salvar a espécie huma- as políticas que temos vin- Jornadas de menos na neste planeta e salvar a do a seguir e que têm per- de 24 horas humanidade depende da- mitido ter mais emprego, em Portalegre quilo que fazemos hoje." menos desigualdades so- A aposta nos transportes ciais e mais crescimento Começaram ontem à públicos e no fabrico de via- económico", afirmou. "São noite e terminam hoje turas com materiais reutili- essas políticas que o PSD as jornadas de proximi- záveis são dois exemplos quer combater." dade do PS no distrito de deixados por Costa. "Dese- António Costa deixou Portalegre, sem o secre- jo que a vossa geração saia à exemplos concretos. "Não é tário-geral, António rua e que ponha a mobilida- a mesma coisa estarmos na Costa, mas com o cabeça de sustentável como para- Europa a promover urna po- de lista às europeias, Pe- digma. É essa a mudança lítica europeia de habitação dro Marques. São uma que temos de fazer", subli- ou estarmos em silêncio", espécie de jornadas par- nhou. Costa recordou ainda afirmou, em alusão ao PSD lamentares que levam que "a liberdade e a demo- e ao CDS-PP, que acusou de os deputados a um de- cracia não são dados adqui- estarem a combater o pilar terminado ponto do ridos", pelo que exortou os social. "Os candidatos de di- país e, neste caso, du- jovens a combaterem o po- reita [Paulo Rangel e Nuno ram menos de 24 horas. pulismo e a xenofobia.• Página 14 Meio: Imprensa Pág: 56

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ID: 79684977 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Barragem de Fridão não avança AmARANTE A barragem de Fridão, no rio Tãmega, em Amarante, não irá sair do papel. O Governo tinha de decidir até dia 18 de abril se o complexo hidroelétri- co da EDP avançaria ou não. Marques Mendes anun- ciou ontem, na SIC, que a decisão é negativa e que só falta saber como vai ser indemnizada a elétrica na- cional. Anunciada no âmbito no âmbito do Plano Na- cional de Barragens, em 2009, a infraestrutura era para ter arrancado em 2012, tendo a EDP pago, há 10 anos, 218 milhões de euros ao Governo de Sócrates.

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ID: 79685201 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 O concelho onde todos têm médico de familia

Até os imigrantes que chegam a S. João da Madeira em grande número têm clínico atribuído

Salomão Rodrigues tudo de Brasil e Venezuela. [email protected] "Tem existido um aumen- to de pedidos de médico s. JOÃO DA MADEIRA Não há para residentes em S. João utentes sem médico de fa- da Madeira, mas também mília em S. João da Madeira. nos concelhos limítrofes", Mesmo os imigrantes pro- referiu o responsável. venientes em grande nú- mero do Brasil e da Vene- COLABORAÇÃO DA ARS zuela que têm recorrido aos "Com a colocação da nova serviços viram ser-lhes atri- médica conseguimos absor- buído um clínico. ver todos os utentes que es- "Toda a gente que preten- tavam a precisar", diz Mi- da tem, neste momento, guel Portela, lembrando acesso a médico de família que a clínica "chegou em se- em S. João da Madeira", ga- tembro e, em meio ano, tem rantiu ao JN Miguel Portela, já 976 utentes". "A Admi- diretor do Agrupamento de nistração Regional de Saúde Centros de Saúde (ACeS) (ARS) do Norte deu uma Entre Douro e Vouga II- grande colaboração e de for- -Aveiro Norte. Uma situa- ma rápida para conseguir- ção que contrasta com o pa- mos criar esta nova vaga", norama nacional, em que fez questão de ressalvar. há mais de 710 mil utentes Estão inscritos no Centro sem médico de família. Só de Saúde de S. João da Ma- em Lisboa e Vale do Tejo há deira cerca de 29 mil uten- mais de meio milhões de tes, repartidos pelas duas pessoas nessa situação. unidades: USF S. João e USF "Existiam bastantes uten- Vale do Vouga. A equipa clí- tes à espera da possibilidade nica é composta por 16 mé- de integrar a nossa unidade dicos, 15 enfermeiros,13 as- de saúde de S. João da Ma- sistentes técnicos e 4 assis- deira e essa era uma situa- tentes operacionais.* ção que podia causar algu- mas dificuldades numa res- CARÊNCIA posta eficaz. Por isso, opta- mos iniciar os procedimen- tos para a atribuição de mais um médico", explicou. 990 O Centro de Saúde de S. utentes sem médico de fa- João da Madeira contratou mília nas regiões Norte e um clínico especialista em Centro. No Algarve, há Medicina Geral que veio dar 55 643 e no Alentejo resposta aos são-joanenses, 20 670. A situação mais e à procura crescente por grave é em Lisboa e Vale do parte de imigrantes, sobre- Tejo: 563 298 utentes. OVVIOIVS 4 1 10. 1, ', 5 , W

Miguel Portela, diretor do ACeS Entre Douro e Vouga Página 16

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ID: 79685056 25-03-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 6 CONVERSA CAPITAL

MIGUEL POIARES MADURO

negado " O nosso crescimento s económico é medíocre" 11111 ANTENA 1

Miguel Poiares Maduro critica o modelo de crescimento seguido pelo Governo. negoclos "As pessoas vão comerçar a perceber que se calhar o país se esteve atrasar em vez de ter estado nesta fantástica recuperação económica artificial." )5 01 ANTENA 1

a assistir recentemente é a um re- nós estamos a crescer muito pou- bém foi em parte compensada por CELSO FILIPE gresso a desequilíbrios externos e co. E mais. Fomos ultrapassados impostos indiretos. Mas era melhor [email protected] isso para mim é preocupante. E por outros países que estavam ter dado uma prioridade, ter feito Of ROSÁRIO LIRA, ANTENA 1 acho que as condições que levaram atrás de nós, não apenas ao nível da um equilíbrio diferente, tendo mais MIGUEL BALTAZAR a esse regresso para desequilíbrios capacidade económica, mas tam- investimento público. Porquê? Por- Fotografia externos são termos parado o pro- bém do poder de compra. que esse investimento iria dar con- cesso de reformas estruturais e ter dições de maior crescimento e de antigo ministro havido uma diminuição muito si- Esse diagnóstico deve-se a maior sustentabilidade desse cres- Adjunto e do Des- gnificativa do investimento, em quê, à falta de reformas estru- cimento económico, que depois envolvimento Re- particular do público, são questões turais que referiu? iriam permitir uma recuperação de gional do PSD que também explicam ao mesmo Deve-se a isso mas deve-se a ou- rendimentos não apenas mais sus- considera que se tempo porque tendo crescido, es- tra coisa. Uma opção clara do ponto tentável mas mais forte no futuro. estáO a assistir a um regresso dos tamos a crescer tão pouco. O nosso de vista deste Governo de conseguir Acho que as pessoas vão começar a desequilíbrios externos e defende crescimento é medíocre se o com- o equilíbrio orçamental, que è im- reparar que a economiaj á começou que o Governo devia ter dado prio- pararmos com o que deveria ser portante e não deixa de ser positivo a desacelerar, que o país já está a re- ridade ao investimento público em normal depois da saída de um pro- que isso tenha sido pelo menos man- gressar a desequilíbrios externos e vez de apostar na devolução de cesso de ajustamento. Existiram tido, mas esse equilíbrio orçamen- isso vai dificultar muito a narrativa rendimentos. sempre crescimentos muito supe- tal foi conseguido, aumentando a política que o doutor António Cos- riores àquele que tivemos depois despesa corrente mas diminuindo ta desenvolveu. As pessoas vão co- O modelo de crescimento eco- deste processo de ajustamento. de forma significativa o investimen- meçar a perceber que se calhar o nómico que está a ser seguido to público, que está a níveis mais bai- país se esteve a atrasar em vez deter por este Governo pode não ser Mas as circunstâncias exter- xos do que no período de ajustamen- estado nesta fantástica recuperação sustentável? nas também eram diferentes. to, que é uma coisa quase inconce- económica artificial. ■ Infelizmente é a isso que esta- Eram diferentes, mas depois de bível e nos níveis mais baixos do nos- mos a assistir. Tão ou mais preocu- um processo de ajustamento, com so regime democrático. pante para o país do que os desequi- a consolidação orçamental enor- líbrios orçamentais são os desequi- me que foi feita, passar de mais de Uma má gestão dos recursos líbrios externos, é a nossa econo- 10% de défice para 3%, é natural públicos? "Há um conflito mia não ser competitiva internacio- que a retoma associada seja muito Não, é uma opção que segura- nalmente. E para não ser assim te- mais forte do que aquela que temos mente traz ganhos eleitorais e polí- mos de subir a produtividade, te- tido. Se compararmos também ticos no curto prazo mas que do de interesses mos de aumentar a competitivida- com outros países que fizeram pro- ponto de vista do país não assegu- de internacional, temos de conti- cessos de ajustamento como nós, ram um crescimento sustentável no em ter ministros nuar a reforçar a nossa capacidade não digo a Irlanda que é um caso médio e longo prazo. Quando se tro- exportadora. Aquilo a que estamos quase excecional, digo a Espanha, ca despesa de investimento por des- que são familiares" pesa corrente está-se a abdicar do futuro em troca do presente.

Mas também forçado pelas Miguel Poiares Maduro consi- namento de familiares "Quando se troca despesa metas que são estabelecidas dera que não é aceitável ter dentro do próprio Gover- de investimento por por Bruxelas. membros do Governo que estão no. Que análise faz desta Mas o Governo podia ter cum- a avaliar as propostas do mari- situação? despesa corrente está-se prido essas metas com um equilí- do ou da filha. Na Conversa Ca- Acho que se tem confundi- a abdicar do futuro." brio diferente entre a recuperação pital, espaço de entrevista con- do casos diferentes. Nós só con- do investimento e a recuperação dos junto do Negócios e Antena 1, seguimos responsabilizar se ti- rendimentos. Eu assumo isto: isso defende que se devia introduzir vermos critério na responsabi- significaria dizer às pessoas que a mais transparência nas relações lização. Se começamos a tratar "As pessoas vão começar recuperação do rendimento não de- que os governos têm. tudo da mesma forma normal- a reparar que a economia veria ter sido, na minha opinião, tão mente acaba por desresponsa- rápida como aconteceu com este Ultimamente tem-se dis- bilizar: Todos são culpados, nin- já desacelerou." Governo sendo que depois ela tam- cutido também o relacio- guém é culpado. Agora, parece-

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ID: 79685056 25-03-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 2 de 6

PERFIL O Direito, os media e o Sporting

Miguel Poiares Maduro é atual- mente diretor da Escola de Gover- nança Transnacional do Instituto Universitário Europeu de Floren- ça, tendo aceite o convite de Rui Rio para integrar as listas do PSD à eleições europeias de Maio, em- bora ocupando um lugar simbóli- co, ode último entre os candida- tos. Nascido a 3 de janeiro de 1967, é licenciado em Direito pela Facul- dade de Direito de Universidade de Lisboa e especialista em Direi- to Constitucional e Direito da União Europeia. Ganhou notorie- dade mediática ao ocupar o cargo de Ministro Adjunto e do Desen- volvimento Regional, com a tute- la da Comunicação Social, do Des- envolvimento Regional e das Au- tarquias Locais, entre 2011 e 2015. Integrou um grupo de alto nível europeu para a Liberdade e plura- lismo na Comunicação Social cujo relatório foi divulgado em janeiro de 2013. Gosta de cozinhar e é adepto do Sporting. Foi presiden- te do comité de governação da FIFA entre 2016 e 2017.

me claro que esta generalização re- no atual governo. Temos membros universidades portuguesas, que se que um membro do governo ou um nas a representantes de interesses sulta do caráter tão alargado e dis- do Governo que vão estar a avaliar chama a endogamia, escolher aque- deputado reunisse com alguém que que se registem como tal. Acho que seminado dessas relações familia- propostas do marido ou da filha, e les que nos são próximos. A única represente um interesse, essa reu- deveria ser generalizado. Se criar- res neste governo que parece que isso não me parece aceitável. forma que temos de evitar isso é co- nião e a agenda serem públicas. Está mos transparência relativamente a nos chocam a todos. Não quer di- locar estas decisões, não nas nossas a discutir-se neste momento a pos- isso estamos a limitar o risco que zer que todos os casos tenham do Está a falar em concreto de mãos mas nas de outros, portanto sibilidade da chamada regulação do essa proximidade que é muito co- meu ponto de vista a mesma gravi- e Ana Paula criar processos de decisão que pro- lóbi mas pelo que sei mesmo isso é mum na nossa sociedade traz e que dade ou mereçam censura. Mas há Vitorino, marido e mulher, e tejam do risco que a proximidade pouco provável que venha a ser explica boa parte dos problemas duas circunstâncias que me pare- de José Vieira da Silva e da fi- traz de contaminação desse proces- aprovado e parece que se limita ape- que tivemos no passado. ■ cem preocupantes. Acho que den- lha Mariana? so de decisão e parece-me que no tro de um governo é muito compli- Sim. Parece-me que aí existe Governo não tem existido essa cado ter ministros que são familia- um conflito de interesses inerente. preocupação. res. Porque há um conflito de inte- Depois a segunda questão que nos resses. Um governo não é um con- devia levar a urna discussão mais E devia caber ao primeiro-mi- "Ter no Governo ministros junto de ministros, é um órgão co- ampla, é que o Governo é reflexo, nistro, António Costa, fazer que são familiares não me legial que tem de tomar decisões neste caso muito extremado, de um isso? colegiais, as propostas de lei são problema mais geral da sociedade Acho que lhe caberia, pelo me- parece aceitável." aprovadas colegialmente, ora um portuguesa que é o favorecimento nos, ter preocupação com isso. Mas membro familiar está sempre que às vezes a proximidade pode ter há outro tipo de iniciativa que pode- numa situação difícil numa avalia- relativamente à seleção para deter- ríamos tomar, que era muito mais "As reuniões e as agendas ção de uma proposta apresentada minadas posições. Não acho que transparência relativamente às re- por outro. Isso é por definição um existam casos de nepotismo, o ne- lações que os governos têm. Um dos dos membros do Governo conflito de interesses. E esta ques- potismo é escolher um familiar, aspetos fundamentais que devía- e dos deputados deviam tão que ninguém parece ter susci- mas há outra circunstância que mos introduzir para promover isso tado, no meu ponto de vista, existe acontece por vezes também nas era a obrigatoriedade de, cada vez ser públicas."

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ID: 79685056 25-03-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 3 de 6 CONVERSA CAPITAL

MIGUEL POIARES MADURO "Não acho aceitável que a IGF fiscalize o Banco de Portugal"

Miguel Poiares Maduro afirma que a pressão que o atual Executivo exerceu sobre o Conselho de Finanças Públicas foi muito negativa e avisa que os reguladores não podem estar dependentes do sistema político.

CELSO FILIPE [email protected] ROSÁRIO LIRA, ANTENA 1 MIGUEL BALTAZAR Fotografia

iguel Poiares Ma- duro sustenta que Portugal, para ter Ni uma economia competitiva, precisa de reguladores independentes. O diretor da Esco- la de Governança Transnacional do Instituto Universitário Europeu de Florença lamenta que a classe polí- tica se tenha recusado a debater, do ponto de vista ético, os efeitos da Operação Marquês, que envolve o antigo primeiro-ministro, José Só- crates.

O que é para si capital, neste momento, em Portugal? Crescer mais e com sustenta- bilidade, ou seja, um crescimento que não nos faça regressar a des- equilíbrios externos que é aquilo que expõe a nossa economia a fra- gilidades e riscos muito grandes depois também do ponto de vista financeiro. E, para crescermos com sustentabilidade, necessita- mos de aumentar a nossa produ- tividade e o que isso determina últimas décadas mais determinou blico e no privado. Vimos isso por conseguimos evitar isso se tiver- ponsabilidade do ponto de vista em termos de competitividade da o atraso do nosso país, que é uma exemplo nas consequências para mos autoridades independentes, jurídico criminal, compete aos tri- nossa economia. Necessitamos de promiscuidade de interesses en- o nosso sistema financeiro, para o os reguladores do mercado, os ár- bunais. Mas daquilo que já conhe- mais investimento e necessitamos tre aqueles que estão no setor pú- nosso sistema bancário. E nós só bitros da nossa economia e da re- cemos podemos ver uma teia de de, a montante, continuar a fazer lação entre o nosso sistema polí- interesses que, do ponto de vista reformas num conjunto de maté- tico e o nosso sistema económico, ético, nos deve levar a um juízo rias que me parecem fundamen- que sejam verdadeiramente inde- muito negativo do comportamen- tais. Uma das quais tem sido pou- "Para termos uma economia pendentes, que tenham cred ibi l i- to do primeiro-ministro e de ou- co falada. dade e autoridade. tras pessoas que lhe eram próxi- competitiva precisamos de mas. Tenho pena que a nossa clas- Quer concretizar? Está a pensar em algum caso se política ainda não tenha assu- Para termos uma economia ter reguladores fortes." concreto quando faz referên- mido isso claramente e se recuse competitiva precisamos de ter au- cias à promiscuidade? praticamente a discutir o tema. toridades reguladoras indepen- O mais notável de todos, do Não quero que a classe política dentes, fortes, que sejam capazes "Foi feita uma pressão muito meu ponto de vista, é aquele que discuta a dimensão criminal do de regular essa economia e tam- negativa sobre o Conselho diz respeito ao anterior primeiro- processo da Operação Marquês, bém de evitar um aspeto que, do ministro, José Sócrates. A deter- quero que discuta a dimensão po- meu ponto de vista, ao longo das de Finanças Públicas." minação se há ou não uma res- lítica e a dimensão ética. E acho

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ID: 79685056 25-03-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 4 de 6

Respostas "A proposta de criação de "A economia rápidas impostos europeus já'. vinha do doutor Passos Coelho." digital não tem contribuído para A cidade onde nasci e o centro da "Em Portugal devíamos região com que eu me identifico. diminuir a tributação a sociedade" ÉTICA Fundamental na política, mas sobre as empresas." fundamental na vida também.

LUÍS MONTENEGRO Um ótimo quadro do PSD e uma pessoa que terá seguramente muito futuro na política. que ela é muito importante para ta, tem uma consequência sisté- O antigo ministro Adjunto e do Tributando mais os cidadãos. percebermos aquilo que tem mica. Temos de perceber que, Desenvolvimento Regional diz MARCELO REBELO DE SOUSA corrido mal em muitos aspetos ao abrir a porta para isso, o que que a tributação da economia Existe disponibilidade Nem sempre concordo com tudo do funcionamento do nosso sis- estamos a fazer é fragilizar a au- digital devia ser feita à escala eu- dos cidadãos para tal? o que tem feito mas na generali- tema político e da relação entre toridade, a independência e a ropeia. Fizemos um estudo na dade tem sido um bom Presiden- o nosso sistema político e a eco- autonomia dessas entidades in- União Europeia, uma sonda- te da República. nomia. Por outro lado, temos dependentes para o futuro. E O primeiro-ministro veio de- gem em dez Estados-membros assistido ao longo desta legisla- isso é muito mais prejudicial do fender que é preciso cora- e quando perguntávamos às TRIBUNAL DE JUSTIÇA tura, infelizmente, a uma dimi- que a avaliação de um caso con- gem para aumentar os re- pessoas de forma diferente, "são DA UNIÃO EUROPEIA nuição do papel e da indepen- creto que possamos fazer. O cursos da UE e, nesse senti- favoráveis a um imposto euro- Uma fantástica experiência que dência das entidades regulado- custo a pagar em termos de, por do, é preciso avançar para peu, uma tributação europeia tive e devo dizer que continua a ras, dos órgãos independentes. vezes, manter em determinadas a criação de impostos euro- sobre a economia digital, sobre ser o pilar mais sólido do proces- posições pessoas com as quais peus. Isto faz sentido? o sistema financeiro ou sobre as so de integração europeia. Podemos deduzir que é crí- podemos não estar de acordo Impostos europeus são uma emissões de CO2", mais de 70% tico da reforma da supervi- quanto às decisões que toma- coisa que não existe. Tratam-se e em todos os Estados-mem- COZINHAR são que está a ser proposta ram, é menor do que o custo que de recursos próprios da União bros da União Europeia eram a Uma paixão que tenho e que é por este governo? pagaremos corpo sociedade se Europeia, mas no fundo, para favor dessa tributação. Porque também uma metáfora da vida, Não conheço os detalhes para substituir essas pessoas sermos honestos, não estamos as pessoas veem isso como re- porque na cozinha temos de jun- dessa reforma de supervisão. abrirmos a porta a colocar todos muito longe de impostos, ou seja, pondo uma justiça fiscal. tar diferentes ingredientes e é a Mas, noutras matérias, temos os responsáveis dos organismos estamos a falar de tributar deter- combinação desses diferentes assistido a retrocessos em ma- reguladores na dependência do minadas atividades económicas Mas há países que usam re- ingredientes que nos trazem téria de independência de várias sistema político. que possam sustentar uni au- gimes fiscais agressivos prazer. dessas entidades. mento do orçamento europeu. para atrair as empresas, ca- A proposta de supervisão Devo dizer que fico satisfeito por sos da Irlanda ou Holanda. FÉRIAS Tais como? bancária, que está em dis- uma vez estar de acordo com o Para um Estado como Por- Nunca tenho verdadeiramente fé- No Conselho de Finanças cussão no Parlamento, pre- primeiro-ministro. Sendo que tugal, o que faz sentido é dimi- rias. Neste momento tenho uma Públicas, a pressão que foi feita vê que seja a Inspeção-Ge- essa proposta, curiosamente, já nuirmos a nossa tributação so- vida que muitas vezes trabalho, por parte do Governo nesse sen- ral de Finanças (IGF) a fisca- vinha do Governo anterior. O bre as empresas para tornarmos viajo, por exemplo vou agora vá- tido parece-me muito negativa. lizar o Banco de Portugal, doutor , na o nosso Estado mais atrativo. rios dias para fora em trabalho e que já veio dizer que consi- contribuição que fez para o rela- Isto cria depois um problema, aproveito para passar alguns dias E a relação do Governo com dera este possibilidade in- tório dos quatro presidentes da chamado de ação coletiva, entre de férias, mas isso para mim é o atual governador do Banco constitucional. UE - e para a qual eu contribui todos os Estados-membros. bom. de Portugal, Carlos Costa? Provavelmente isso até será -, uma das coisas que estava pre- Que é o de, muitas vezes, gerar Acho que a ambiguidade contrário ao direito da União vista era o reforço da capacida- uma diminuição da capacidade FIFA não é positiva, ou seja, nós po- Europeia. Não acredito que o de orçamental para a Zona Euro, do Estado encaixar receita fis- Irreformável exceto se houver demos ter uma avaliação como BCE permaneça calado e inati- precisamente aquilo que agora cal com base nessa atividade pressão externa nesse sentido. cidadãos e até como agentes po- vo perante urna circunstância se discute. Acho que as pessoas económica, que tem de com- líticos mais ou menos positiva como essa. O BCE tem agido de estão disponíveis para isso. pensar, sobretudo tributando as SPORTING do papel do governador do Ban- forma muito enérgica na prote- pessoas. Como é que nós corri- Uma paixão que tenho. Enorme. co de Portugal, mas temos que ção da independência dos ban- Para uma tributação gimos esse problema depois, da distinguir isso claramente de cos centrais, por vezes até com a nível europeu? ação coletiva?Ao nível da União SONHO colocar em causa a independên- dúvidas no meu ponto de vista Quando estamos a falar des- Europeia e sobretudo em áreas Que o Sporting venha a ser cam- cia do governador do Banco de se não estão a ir demasiado lon- sa tributação, não estamos a fa- da atividade económica que es- peão de novo em breve. E é mes- Portugal. Portanto, dar a enten- ge. Mas não acho que isto seja lar da tributação sobre os cida- tão a produzir imenso valor, mo um sonho, temo. der que, de alguma forma, o go- aceitável. dãos. Aquilo a que temos assis- como por exemplo a economia vernador poderia ser substituí- tido a nível internacional é a digital, mas que não têm contri- PORTUGAL do ou estaria na dependência do É uma intervenção do Go- uma perda da capacidade tribu- buído para a sociedade de for- É para mim a minha mais forte sistema político é muito negati- verno através da IGF. tária dos Estados sobre deter- ma correspondente aos lucros identidade e aquilo que nunca vo. Dar a entender que o siste- A IGF, apesar de ter uma minadas áreas da atividade eco- que têm. Mas isso só pode ser abdicarei e que me dá um ponto ma político deve poder substi- grande credibilidade histórica e nómica, da economia digital, do feito a nível da União Europeia, de referencia particularmente tuir o governador do Banco de uma grande competência, não é sistema financeiro... Os Estados não pode ser feito a nível indivi- tendo eu vivido tantos anos no Portugal, do meu ponto de vis- urna entidade independente. ■ têm compensado isso como? dual dos Estados. • estrangeiro.

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ID: 79685056 25-03-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 5 de 6 CONVERSA CAPITAL

MIGUEL POIARES MADURO "O Brexit serviu para aumentar a coesão da União Europeia"

Miguel Poiares Maduro avisa que o estabelecimento de um acordo para a data de saída do Reino Unido da União Europeia não significa o fim do Brexit. Depois disso ainda haverá muito para negociar.

a caminho, provavelmente, de uma Quanto é que o Reino Unido paga e so do Brexit e as dificuldades que os goso e é aquilo que está, em boa me- CELSO FILIPE extensão mais longa. É possível que tudo isso. Depois vai ter de negociar britânicos têm em decidir o que eles dida, a alimentar o crescimento do [email protected] se a senhora May conseguir fazer um novo acordo com a relação fu- próprios querem em relação à populismo na Europa Mas a União ROSÁRIO LIRA, ANTENA 1 aprovar, esta semana, no Parlamen- tura entre a União Europeia e o Rei- União Europeia aquilo que de- Europeia não é a causa desses pro- MIGUEL BALTAZAR to britânico o acordo que fez com a no Unido, que não será nada fácil monstram é que as acusações e as cessos de digitalização nem de glo- Fotografia União Europeia que seja uma ex- em questões como a livre circulação imputações que são feitas normal- balização. tensão curta, como já ficou defini- de pessoas e as outras dimensões do mente à União Europeia — e que in- diretor da Escola de do, e o Reino Unido sai da União mercado interno. clusivamente eram feitas pelo dou- Então o que é? Governança Transna- Europeia, mas sai de forma ordeira. torAntónio Costa e por este Gover- A União Europeia é, quanto cional do Instituto Sendo que, atenção, isso não signi- A saída do Reino Unido não é no, no fundo transformou-se de eu- muito, o instrumento, ainda que in- O Universitário Euro- fica o fim das dificuldades e dos de- uma amputação definitiva do rocético quando está na oposição completo e imperfeito, que melhor peu de Florença sustenta que a safios que o Brexit traz. Quer ao ní- projeto europeu? para euro otimista quando está no consegue responder a alguns desses União Europeia é o instrumento vel económico, em particular para Não acho que seja. É verdade Governo — , e que vemos -em maté- desafios e que melhor nos consegue, que melhor responde aos desafios o Reino Unido mas também para a que não é positivo para a União Eu- rias como as questões de economia, nalgumas matérias, retomar o con- da globalização, migrações e econo- União Europeia, que perde um Es- ropeia a saída de um seu Estado- das migrações, do controlo das al- trolo sobre esses processos. Por mia digital, entre outros. tado-membro muito importante. membro mas, ao contrário daquilo terações climáticas, não resultam exemplo, a questão da tributação Mas, sobretudo, porque durante que muitos temiam, isso não gerou da União Europeia, resultam do das grandes empresas digitais. Indi- A União Europeia está dois anos o Reino Unido continua- um efeito dominó, não aumentou mundo interdependente em que vi- vidualmente nós não vamos conse- preparada para a saída rá num regime transitório até nego- os incentivos e as tensões e as pul- vemos. São consequência da globa- guir tributar, nem sequer regular, do Reino Unido? ciar a relação alternativa que terá sões para sair da União Europeia lização e são consequência da digi- essas grandes empresas do mundo Nós nunca estaremos totalmen- coma União Europeia Ainda será noutros Estados. Pelo contrário. talização da sociedade e da econo- digital, como o Google, o Facebook. te preparados. Mas também acho muito dificil... Estamos a esquecer mia. E a questão é que essa digita- Só o vamos conseguir fazer através que essa saída não é iminente. E nós, que mesmo que o acordo que foi ne- Depois de se ver as dificulda- lização e essa globalização estão a da União Europeia Portanto, nes- no Brexit, já aprendemos que qual- gociado entre a senhora May e o des que o Reino Unido tem em fazer os Estados e as populações sas áreas, a União europeia é um ins- quer previsão pode falhar. Em qual- atual governo britânico e a União sair, ninguém se atreve... dentro dos Estados sentirem que trumento de recuperação da nossa quer caso, a menos provável de to- Europeia seja aprovado no Parla- Serviu para aumentar a coesão perdem controlo sobre as suas vi- soberania, e não de perda de sobe- das as hipóteses é um "hard Brexit". mento britânico esse acordo apenas dentro da União Europeia. Porque, das. E esse sentimento de insegu- rania. E eu acho que é isso que os Acho que neste momento estamos estabelece os mecanismos de saída. no fundo, as dificuldades do proces- rança e de incerteza é muito peri- britânicos estão a aprender. ■

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Period.: Diária Área: 20,75 x 11,03 cm² ID: 79685056 egoc25-03-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 6 de 6 negocios.pt Segunda-feira, 25 de março de 2019 Diário Ano XVI N.o 3960 € 2.50 OSDiretor André Veríssimo Diretor adjunto Celso Filipe

Sondagem Segundas casas PSD dispara no mesmo concelho em dois meses e arriscam mais IMI aperta PS Governo alargou critérios para um imóvel ser considerado devoluto. Paulo Rangel é o Valor do imposto a pagar pode ser multiplicado por três ou seis vezes. ECONOMIA 10 e 11 cabeça de lista com maior notoriedade. HOMEPAGE 2 CONVERSA CAPITAL MIGUEL POIARES MADURO fl Resultados "Não acho aceitável 1111/ 1 ANTENA Grupo EDP que a IGF fiscalize penalizou rentabilidade o Banco de Portugal" do PSI-20 ãlliëCADW., 22 e '2,3

Banca Caso de Tomás Antigo ministro do PSD alinha com Correia deixa a ideia de se criar um imposto único europeu sobre a economia digital. Santa Casa sem voz no Montepio PRIMEIRA LINHA 4 a 8

investidor TAP vê lucros Espanholas ganham privado a voar a partir As ações do próximo concursos para que o Brexit ano com os obras na ferrovia deixou com olhos na bolsa desconto Empresa liderada por com preços baixos Antonoaldo Neves não no mercado vai aumentar capital, Construtoras do pais viz Apostas para quem não apesar dos prejuízos. de três grandes concursos. Portuguesas estão preo teme uma saída brusca.

EMPRESAS 16 e 17 SUPLEMENTO

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ID: 79685105 25-03-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 1 ECONOMIA

DESCENTRALIZAÇÃO Governo "esquece" verbas para os auxiliares de saúde

Gaia, Vila Real, Aveiro e Porto já receberam os mapas do Governo com a previsão da transferência de verbas para a descentralização da Saúde. Autarcas denunciam subfinanciamento dos recursos humanos.

Mário Cruz/Lusa

SALOMÉ PINTO [email protected]

Se o Governo não transferir a verba necessária como s mapas que o Gover- vamos fazer? no está a enviar às câ- maras municipais Andamos a pôr as com a previsão das contas em dia e verbas a transferir no âmbito da des- depois vamos ficar centralização da Saúde "está muito com o mesmo aquém das necessidades dos muni- problema. cípios", revelou ao Negócios o pre- sidente da autarquia socialista de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues. Gaia já tinha rejeitado todas as competências para 2019, incluindo a Saúde, mesmo antes de conhecer os envelopes financeiros, "mas, ago- ra, estas estimativas do Governo só vêm reforçar a posição da câmara", VÍTOR RODRIGUES sublinha o também presidente da Presidente da Câmara Área Metropolitana do Porto. de Vila Nova de Gaia Em causa está a "eliminação de auxiliares de saúde imprescindíveis O que ficou para o bom funcionamento dos ser- definido para viços", explica Vítor Rodrigues. "Se Eduardo Cabrita é o responsável do Governo pelo dossiê da descentralização de competências. o Governo não nos transferir a ver- a área da Saúde ba necessária para pagar os salários Governo", esclarece o edil. O tam- tenciona transferir, em 2019, cerca é muito desses operacionais como vamos fa- bém presidente dos autarcas socia- de 90 milhões de euros para finan- poucochinho, zer? Andamos a pôr as contas em listas acredita que "nesta fase ainda ciar a descentralização na área saú- as câmaras pagam dia e depois vamos ficar com o mes- de diálogo com o Executivo vai ser de, segundo declarações do minis- as contas e pouco mo problema? É a completa dessin- possível limar arestas e corrigir estes tro das Finanças, Mário Centeno, mais. tonia.", atira. "Assim, não aceitamos pequenos erros". numa audição parlamentar em fe- absolutamente nada nem em 2019 O presidente Aveiro e Porto também já rece- vereiro. Mas se as contas já não es- nem em 2020, só quando for obri- beram as previsões do envelope fi- tão a bater certo em alguns municí- gatório em 2021", conclui. da Área nanceiro para a Saúde, mas nem se pios, corno Gaia que é o terceiro A Câmara de Vila Real já comu- deram ao trabalho de o analisar por- maior do país, o mais certo é que no nicou ao Governo a "discrepância de Metropolitana que decidiram, de antemão, rejeitar final a fatura seja muito superior. valores entre o contabilizado pelo do Porto diz que a assunção de qualquer competên- O diploma setorial da saúde en- Ministério das Finanças e a realida- cia nessa área em 2019. "O que ficou trou em vigor a 4 de fevereiro. As câ- de local", avançou ao Negócios o pre- as verbas a definido para a área da Saúde é mui- maras que decidam rejeitar estas sidente da autarquia socialista, Rui to poucochinho, as câmaras pagam competência terão de o comunicar RIBAU ESTEVES Santos. "O problema coloca-se so- transferir estão as contas e pouco mais, nem sequer a Direção Geral das Autarquias Lo- Presidente da Câmara Municipal bretudo cornos operacionais contra- podem definir os horários de aten- cais 60 dias após a publicação dos de Aveiro tados ao abrigo dos programas em- "muito aquém" dimento ao público", contesta o pre- mapas de financiamento, que neste prego inserção e emprego inserção das necessidades sidente da autarquia social-demo- momento ainda se encontram em mais do Centro de Emprego e que crata aveirense, Ribau Esteves. discussão entre municípios e Go- não foram acautelados nos mapas do das câmaras. O Executivo de António Costa verno. • 99

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ID: 79684803 25-03-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 3

FERROVIA Espanhóis puxam preços de grandes obras para baixo

Os agrupamentos espanhóis saíram vencedores em dois de três grandes concursos do Ferrovia 2020, mas fizeram o pleno nas propostas de preço, o que está a preocupar as construtoras nacionais.

rovial Agroman, a Somague Enge- mos de preços nestes concursos. nharia (empresa portuguesa detida No caso do troço Freixo-Alan- MARIA JOÃO BABO pela Sacyr) e a Acciona. droal, em que a Mota-Engil é exce- [email protected] O próximo concurso a ser adju- ção, os primeiros lugares da classi- dicado será o do troço Freixo/Alan- ficação são ocupados por agrupa- droal. Neste caso, o relatório do júri mentos ligados a grupos espanhóis. classifica a proposta da Mota-Engil A Somague Engenharia, detida pela á quase um ano o em primeiro lugar, mas em termos Sacyr, ficou na terceira posição, se- presidente da Mo- de preço o grupo português é ultra- guida pelo consórcio que a Aldesa ta-Engil vaticinava passado pelo agrupamento da Fer- integra e pelo da Comsa, Fergrupo uma invasão da rovial Agroman, que concorre alia- e Constructora San José. construção espa- da à Alberto Couto Alves. A Mota- Já a Teixeira Duarte, com urna Hnhola no mercado português com o - Engil propôs-se fazer a obra por proposta que supera os 90,6 mi- novo ciclo de investimento público. 74,7 milhões, a concorrente espa- lhões de euros, ocupa o último lugar E os receios de António Mota pare- n bola por menos 700 mil euros. da classificação, enquanto o agru- cem estar a confirmar-se pelos re- pamento das portuguesas Conduril sultados dos concursos para a gran- À frente nos preços e Ramalho Rosa Cobetar ficou na de obra do plano Ferrovia 2020, que O que está a preocupar as constru- sexta, de entre oito concorrentes, ao é a nova linha entre Évora e Elvas toras nacionais, que contavam ga- avançar com um preço de quase 80 no corredor internacional Sul. São nhar mais obra neste novo ciclo de milhões. O plano Ferrovia 2020 prevê um investimento de cerca de dois mil milhões de euros. várias as construtoras do país vizi- investimento em Portugal, é a força nho a apresentarem-se a concurso, com que as suas congéneres do país Diferença chega a 50 milhões ponderação, o terceiro classificado 11 Iões de euros. e com os mais baixos preços. vizinho se estão a apresentar em ter: Distância entre os preços verifica- foi o agrupamento da FerrovialAgro- Como António Mota, também Dos três troços desta linha para se igualmente no terceiro troço des- man (com aAlberto Couto Alves).A o presidente da Confederação Por- os quais já foram entregues propos- ta nova linha relativamente ao qual quarta posição é ocupada pelo con- tuguesa da Construção e do Imobi- tas, a espanhola Comsa - em con- o júri já ordenou as propostas. Nes- sórcio das portuguesas Tecnovia e liário, Manuel Reis Campos, aler- sórcio coma sua participada portu- te caso, nos primeiros cinco classi- Domingos Silva Teixeira (DST) com tou para a possibilidade de os gru- guesa Fergrupo e com a também es- ficados quatro são espanhóis. a espanhola AZVI, a que se segue o pos portugueses perderem a opor- panhola Constructora San José - Neste concurso, o maior dos grupo do país vizinho Acciona, alia- tunidade do momento. Em entre- ganhou já a adjudicação da ligação três com uma base de 195 milhões da à HCI e àAlves Ribeiro. vista ao Negócios em janeiro últi- Evora Norte/Freixo por 46,6 mi- de euros, o grupo Sacyr ocupa a pri- Pelo contrário, as propostas da mo, o responsável afirmava "Só fal- lhões de euros. Um valor inferior em meira posição, com uma proposta Mota- Engil, da Teixeira Duar- tava que as empresas portuguesas cerca de 12 milhões de euros às ofer- Acho que o nosso que, em termos de preço, é de 130,4 te/Afavias, da Casais (aliada com a tivessem vivido o período negro que tas das portuguesas Teixeira Duar- mercado vai ser milhões de euros, ou seja, menos 65 italiana Astaldi) e o agrupamento viveram e agora viessem as espa- te e Mota-Engil e em 16 milhões à milhões do que o valor base. E nem da Conduril e Ramalho Rosa Cobe- nholas." do agrupamento da Conduril e Ra- invadido pela é, mais uma vez, a oferta mais baixa tar estão no fundo da tabela. A Depois de 16 anos de atividade malho Rosa Cobetar. construção O agrupamento da Comsa, Fergru- Mota-Engil propunha-se fazer a a decrescer, que resultaram em fa- Todos os cinco primeiros clas- espanhola. po e San José propunha-se fazer a obra por quase 149 milhões, a Tei- lências e na perda de postos de tra- sificados no concurso - em que o ANTÓNIO MOTA obra por apenas 129,4 milhões. xeira Duarte por quase 152 milhões balho, Reis Campos avisava que as preço pesa 60% e a valia técnica "Chairman" da Mota-Engil De acordo com a ordenação dos e a Conduril por mais de 179 mi- construtoras nacionais "têm de se 40% — são consórcios ligados a gru- em entrevista ao Público concorrentes, num concurso em que, lhões. Ou seja, face à proposta mais redimensionar para estarem prepa- pos espanhóis, como aAldesa, a Fer- em maio de 2018 mais uma vez, o preço vale 60% da baixa, a diferença chega a 50 mi- radas porque não faz sentido guete-

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ID: 79684803 25-03-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 2 de 3 Mota-Engil ganha um concurso mas não foi pelo valor

Dos grupos portugueses lugar para a ligação Freixo- anos, saíram já vencedo- droal/Linha do Leste. ()plano Ferrovia 2020 que concorreram aos con- -Alando )al. E nem f()i sua a res dois grupos do país vi- No total, os preços prevê um investimento de cursos para os troços da proposta mais barata. zinho, a Comsa, que ga- base dos três concursos 2 mil milhões de euros, mwa linha ferroviária entre Nos concursos para rantiu a adjudicação do lançados somavam 365 executar até 2022. No pri- Évora e Elvas apenas a esta nova linha, que o Go- troço Évora Norte Frei- milhões de euros, sendo meiro semestre deste ano, Nlota-Engil irá ganhar verno tem salientado tra- xo, e o grupo Sacyr, que o que c( mi as propostas me- o Governo quer 46% de obra, depois de ter sido tar-se da maior obra fenD- júri classificou em primei- lhor classificadas exigirão obras concluídas, em con- classificada em primeiro viária dos últimos 100 n) lugar para a obra Alan- 251,7 milhões de euros. tratação ou em execução. ■

VENCEDOR PREÇOS PORTUGUESAS

Troço A construção do novo troço Em termos de preço, a pro- Neste concurso, a Teixeira Évora Évora Norte/Freixo já foi ad- posta mais barata foi apre- Duarte e a Mota-Engil partici- 46,6 Norte/ judicada ao consórcio com- sentada pelo agrupamento param sozinhas, mas ficaram COMSA Freixo posto pela Comsa, a partici- da também espanhola Alde- classificadas nas 6.a e 7.a po- A obra já foi pada Fergrupo e a Construc- sa, que concorreu aliada com sições, com propostas supe- adjudicada ao tora San José, por 46,6 mi- as portuguesas Gabriel AS riores a 58,4 milhões de eu- lhões de euros. O preço base Couto e M Couto Alves, que ros. Ou seja, mais caras 12 mi- consórcio da do concurso era de 65 mi- era inferior a 45,5 milhões lhões face à vencedora. A pro- Comsa e custará lhões, sendo a proposta ven- de euros. Em terceiro lugar posta mais elevada coube ao 46,6 milhões, cedora 28% abaixo. Foram ficou o consórcio da Ferrovia! agrupamento português o que é 18,4 nove os consórcios a concur- Agroman e Alberto Couto Conduril/Ramalho Rosa Cobe- milhões abaixo so, cinco deles com ligações a Alves, cuja proposta foi abai- tar. A Casais concorreu com a do preço base. grupos do país vizinho. xo dos 47 milhões. italiana Astaldi.

Troço A obra ainda não foi adjudica- Apesar de a proposta da De entre as empresas portu- Freixo/ da mas o relatório do júri clas- Mota-Engil ter sido a melhor guesas, a Teixeira Duarte 7 4 7 Alandroal sificou a proposta da classificada no concurso - em foi a pior classificada, tendo MOTA-ENGIL Mota-Engil em primeiro lugar, que o fator preço pesa 60% apresentado uma proposta sendo o preço avançado pela e a valia técnica 40% - no valor de 90,6 milhões de A Mota-Engil construtora portuguesa de não era esta a proposta euros, 16,6 milhões acima da ficou em 74,7 milhões de euros. O pre- mais barata. O consórcio mais barata. O agrupamento primeiro lugar ço base do concurso era da espanhola Ferrovial das portuguesas Conduril com um preço de 105 milhões. Foram oito as Agroman, aliada com a e Ramalho Rosa Cobetar foi de 74,7 milhões, nham sido sacrificadas durante propostas avaliadas, sendo as Alberto Couto Alves, era classificado em sexto lugar, que não foi anos e agora não tenham o verda- mais baixas de consórcios 700 mil euros mais barata, sendo o preço oferecido deiro papel que lhes compete". com empresas espanholas. rondando os 74 milhões. de 79,8 milhões. o mais baixo. Já em outubro de 2018, tam- bém o CE() da portuguesa Zagope salientava que as empresas espa- nholas "são normalmente muito agressivas e também estão a preci- Troço O concurso tinha um preço A proposta melhor classifica- Os concorrentes portugueses sar de trabalho". Alandroal/ base de 195 milhões de da não foi a mais barata. Nes- voltaram a apresentar propos- 130,4 Os co ncu rsos para estes três tro- Linha euros, tendo o agrupamento te concurso, o valor mais bai- tas mais elevadas do que as SACYR ços da futura ligação fen-oviária en- do Leste da Sacyr Somague e Sacyr xo coube ao agrupamento da dos espanhóis. O consórcio da O consórcio tre Si nes e Elvas, um dos projetos Infraestruturas ficado classi- espanhola Comsa, da sua par- Conduril e Ramalho Rosa Cobe- do grupo Sacyr inscritos no programa Ferrovia ficado em primeiro lugar ticipada portuguesa Fergrupo tar ficou classificado no último foi o melhor 2020, que totaliza 2 mil milhões de pelo júri, com uma proposta e da San José, outra constru- lugar, sendo a sua proposta de euros, são apenas, para as constru- de 130,4 milhões de euros, tora do país vizinho, no valor 179 milhões de euros. O agru- classificado para toras nack mais, um sinal dogue po- ou seja, cerca de 33% abaixo. de 129,4 milhões de euros. pamento da Teixeira Duarte e a obra com uma dem esperar da concorrência nos Foram 10 os consórcios A terceira proposta mais bai- Afavias propôs-se fazer a obra proposta de vários outros projetos que estão pre- que concorreram a esta obra xa foi feita pelo consórcio que por 151,9 milhões e a Mota-En- 130,4 milhões vistos ser lançados, desde a expan- do Ferrovia 2020. integra a Aldesa. gil por quase 149 milhões. de euros. são dos metros de Lisboa e Porto ao futuro aeroporto do Montijo. ■

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ID: 79684803 25-03-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 3 de 3

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ID: 79684875 25-03-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 2

MLITUALISTAS Caso de Tomás Correia deixa Santa Casa sem voz no Montepio

Quando foi assinado o acordo para que a Santa Casa entrasse no capital do Montepio, Tomás Correia explicou que os novos acionistas iriam participar nas decisões através de uma assembleia de representantes. Mas a entidade ainda não foi criada.

Miguel Baltazar

RITA ATALAIA ritaatalaia©negocios.pt

assaram oito meses desde que António Tomás Cor- p reia, presidente da Asso- ciação Mutualista Montepio Geral, assinou um acordo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) para que esta e outras en- tidades da economia social pudes- sem entrar no capital do Banco Montepio. O objetivo era alienar até 2% da instituição financeira e criar uma comissão de representantes para que os novos acionistas parti- cipassem nas decisões estratégicas do banco. Mas esta participação não passou dos 0,00657% e a comissão ainda não foi criada pela mutualis- ta, um plano que deve ser adiado de- Tomás Correia anunciou com Edmundo Martinho a entrada da Santa Casa no Banco Montepio em junho de 2018. pois da condenação de Tomás Cor- reia pelo Banco de Portugal. "Está prevista a criação de uma junto de fonte próxima do proces- no banco - está dependente da "Toma-se pública a assinatura instância de representação que so, este plano, assim como qual- criação de um quadro que vai re- de um memorando de entendi- permita que as entidades da eco- quer investimento adicional, deve gular todos os investimentos fi- mento para uma parceria estraté- nomia social detentoras de capital agora ser adiado depois de o Ban- nanceiros da entidade. gica entre o Montepio Geral - As- do Montepio acompanhem e par- co de Portugal ter condenado To- Este quadro para determinar, sociação Mutualista e a Santa Casa ticipem no processo de decisão es- más Correia e de se terem levanta- por exemplo, os investimentos por da Misericórdia de Lisboa", indi- tratégica", afirma fonte oficial da do questões quanto à sua idoneida- classes de ativos, foi proposto pelo cava um comunicado da mutualis- SCML ao Negócios, acrescentan- de, que está a ser avaliada pelaAu- Bloco de Esquerda no Parlamen- ta divulgado a 30 de junho de 2018. do que esta ainda não foi criada. toridade de Supervisão de Seguros to. De onde saiu um projeto de re- Na conferência de imprensa Conforme apurou o Negócios e Fundos de Pensões (ASF). solução pedindo que o Governo que se seguiu, o presidente da mu- O presidente da associação restringisse a política de investi- tualista garantiu que no seguimen- mutualista foi condenado pelo mentos a participações não quali- to do acordo com a Santa Casa, 1 i Banco de Portugal ao pagamento ficadas no capital de instituições derada por Edmundo Martinho. O presidente de 1,25 milhões de euros por atos de caráter privado, quando o seu outras misericórdias e IPSS mos- de gestão realizados enquanto pre- objeto não se encontre em linha trariam interesse em participar no da mutualista sidente da Caixa Económica (ago- com o caráter "puramente social e projeto. O que iria motivar a entra- foi condenado ra Banco Montepio), entre 2008 e não especulativo" da SCML. da de outros investidores seria a li- 2015. Também ao banco foi impos- Estes limites ainda não foram gação "emocional" entre as entida- a multa de ta uma multa de 2,5 milhões de eu- definidos. De acordo com fonte des. Um espírito que se alimenta- ros. Ambos já afirmaram que vão oficial da Santa Casa, a entidade ria através de um modelo de gover- 1,25 milhões pelo recorrer desta decisão. "está a trabalhar numa proposta no que passasse pelo reforço da Banco de Portu- de trabalho no sentido de se criar cooperação, quer através da parti- Santa Casa "a trabalhar" um modelo que enquadre a natu- cipação num conselho estratégico gal por atos de nos limites de investimento reza e os moldes de eventuais in- quer numa assembleia de repre- Qualquer reforço adicional da vestimentos financeiros que a ins- sentantes. gestão no banco. SCML - que colocou 75 mil euros tituição possa vir a fazer". ■

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ID: 79684875 25-03-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 2 de 2

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ID: 79684924 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Qual é a pressa com a Lei de Bases da Saúde?

para obter “consensos alargados” um bloco político que o hostiliza Parlamento, o Presidente deve em políticas com a sensibilidade caso vença as próximas legislativas. insistir e alertar para esta da Saúde, mas vai longe de mais Não se questiona a iniciativa do potencial distorção das regras da quando admite vetar o diploma Governo ao criar uma comissão alternância democrática. O apenas porque exprime a vontade para propor uma nova lei, não se Governo governa até ao Æm, mas Manuel Carvalho de uma maioria. O Presidente deve, discute que a primeira versão dessa nos últimos meses deve ser Editorial por isso, centrar os seus esforços comissão tenha sido metida na prudente na determinação de não nos consensos impossíveis, gaveta por não ser suÆcientemente políticas de longo prazo. Se, como Governo tem toda a mas na oportunidade. Faz sentido defensora da hegemonia pública indicam as sondagens, o PS ganhar legitimidade para avançar discutir e aprovar uma lei com esta sobre o Sistema Nacional de Saúde as eleições, terá toda a legitimidade com a aprovação de uma sensibilidade a poucos meses do nem se contesta que todo o de, com ou sem apoio do Bloco e do Onova Lei de Bases da Saúde à Ænal do mandato do Governo? processo se discuta em sede da PCP, aprovar a lei que no seu juízo revelia do PSD e do CDS. Em Aí, o Presidente tem toda a razão: comissão parlamentar da área. melhor serve os interesses do país. democracia, é bom que haja não faz. Discute-se, sim, o princípio que Para o fazer, basta-lhe apenas compromissos e consensos, mas os Uma lei de bases é um programa leva o Governo a acreditar que as esperar sete meses. Se a lei for parlamentos existem para superar destinado a vigorar e a ser próximas eleições são favas aprovada e este cenário eleitoral os casos em que as forças políticas executado ao longo de muitos anos. contadas, que não há possibilidade estiver errado, o Parlamento lá representadas não conseguem sair Por uma questão de respeito de haver uma nova maioria com voltará a gastar tempo a demolir a das suas barricadas programáticas democrático, faz pouco sentido que novas visões da Saúde no herança vista como veneno do seu ou ideológicas. Fica bem ao a maioria de esquerda o queira Parlamento que aí vem. antecessor. Presidente da República o exercício aprovar agora para, numa hipótese Em vez de procurar impor da sua magistratura de inÇuência teórica, poder ser executado por a necessidade de consenso ao [email protected]

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ID: 79685142 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 3 “Lone Star está a gerir o dinheiro do Estado. Nunca vi nada assim...”

José Maria Ricciardi Ex-administrador do BES considera que a resolução do banco foi “um erro colossal” e está convicto do desfecho das investigações à gestão do seu primo Ricardo Salgado. Sobre o Novo Banco, acusa: “Fundo de Resolução está a transferir dinheiro para as empresas de recuperação de crédito” fraudulentas, ou ilícitas; também — outra narrativa dada na altura era a Entrevista e desculpe o pretensiosismo — fui o de que eu queria o lugar do dr. Cristina Ferreira único a exercer os meus deveres Salgado. O que é completamente de diligência. Entrei para a incorrecto. Acho que o BdP Na primeira entrevista que dá desde administração do GES em reconheceu e daí nunca me ter a resolução do banco em que foi Novembro de 2011 e, em termos retirado a idoneidade. Mas como a administrador, José Maria Ricciardi práticos, ao Æm de ano e meio já memória é curta, e tudo se passa a contraria António Ramalho e diz estava a actuar. E quando percebi correr, ouvi, recentemente, alguém que o problema do Novo Banco é a o que se passava fui várias vezes ao questionar: “Então, mas ele estava sua falta de rentabilidade e o BdP falar. Se me pergunta se eu fui lá e não sabia de nada?”. Respondo: próprio modelo de negócio da absolutamente perfeito, respondo “Estava lá e, quando soube, actuei, instituição. que a perfeição não existe. Mas e fui o único”. E houve outros que Na qualidade de gestor do GES quando me apercebi de que a souberam dos factos e nada (Ænal de 2011 a 2014), e de situação no grupo não era correcta, Æzeram. E note que a organização administrador do BES, foi visado fui o único a agir. E agi sozinho. [o GES] era muito grande. em processos do Banco de O que é que o levou a “puxar o Aonde quer chegar? Portugal (BdP). Já este ano, o gatilho”? Que não era só a família que sabia supervisor ilibou-o... Em 2012, fui constituído arguido do que se lá estava a passar. Se não Embora tenha sido absolvido pelo pelo MP por causa de um assunto me apercebi mais cedo, não foi por BdP, o BdP aplicou-me uma da EDP, e foi quando comecei a não ter querido, foi por não pequena coima [contra-ordenação perceber que se passavam coisas, conseguir lá chegar. E os problemas mínima de 60.000 euros, suspensa que não tinham a ver comigo, que não são assim tão simples de se em três quartos por cinco anos], considerei inaceitáveis. A partir saberem, pois, caso contrário, as nada comparável com a que foi dali comecei a actuar e Æ-lo a duras autoridades não estavam ainda hoje aplicada a outros. Mas não fui penas, pois estava num grupo com a investigar. inibido de exercer a actividade na uma componente familiar. E a O tempo que as autoridades banca, pelo que me mantive como minha família acusou-me de não a estão a levar a fechar os presidente do ex-BESI, agora Banco defender, de não ser solidário. processos do BES/GES não o Haitong, por mais três anos após a Dizia-se que estava sem controlo, incomoda? resolução. Fui acusado pelo BdP no desequilibrado, descontrolado... Os processos são muito complexos, processo BESA e acabei por ser Sim, que eu estava descontrolado. E com movimentos Ænanceiros que se absolvido. E nos restantes, a base passam no exterior, difíceis. E, MP ao BES, GES, PT estão a levar transversal aos créditos dos para as investigações do Ministério mesmo assim, o BdP foi o mais e duvidam que resultem em bancos], quando foi olhar para a Público (MP), ao BES/GES/PT, ou da rápido. condenações... situação do GES e viu que as contas CMVM, nem fui constituído Mas a complexidade e as Quando ouço dizer que aÆnal não não estavam certas [tinha um arguido. diÆculdades das investigações do se passa nada, faz-se uma grande buraco de 1,3 mil milhões]. O BES Pode dizer-se que ao Æm de cinco MP são superiores às do BdP... injustiça, porque toda a gente que era um banco sistémico, que, se anos de investigação do BdP se Se me pergunta se É verdade. Devido à dimensão do tem prevaricado e tem cometido entrasse em convulsão, como viria sentiu aliviado? eu fui problema e às várias geograÆas crimes tem sido acusada e há a acontecer em 2014, poderia ter Apesar do caminho ter sido longo, envolvidas, Venezuela, Dubai, e por condenações. É verdade que a repercussões muito graves sobre Æquei contente, mas não acho que o absolutamente aí fora, abriram-se vários processos Justiça demora tempo, mas acaba todo o sistema Ænanceiro. E o BdP BdP me tenha feito um favor. Fez-se perfeito, respondo e cheguei a pensar que o MP os ia por funcionar. Não tenho dúvidas foi, por um lado, Ærme e foi a única justiça. partir, para ser mais célere. que levarão a condenações. Mas há instituição a enfrentar o dr. Ricardo O facto de a meio de 2013 ter que a perfeição Explicaram-me que não foi possível sempre o direito à defesa e à Salgado, mas, por outro lado, teve surgido publicamente como não existe. Mas fazê-lo, pois as matérias estão muito presunção de inocência. que ter um certo cuidado, rosto da contestação à gestão do interligadas e, se o Æzessem, os Com todos os sinais que já compreensível pela dimensão e seu primo Ricardo Salgado quando me processos podiam Æcar mal existiam em 2013 de falta de sensibilidade do tema. contribuiu para o BdP não o apercebi de que a instruídos. Os processos são muito capital no BES e GES, o BdP e o Qualquer supervisor bancário condenar? grandes e acabam por levar mais anterior executivo, não deveriam tem por missão evitar que os Há um facto que gostava de frisar, situação no grupo tempo a fechar. E os meios do MP ter intervindo mais cedo? bancos declarem falência, e o e que na época me custou muito e não era correcta, para investigar também são Hoje é fácil criticar. Não venho para BES faliu na praça pública. E foi mal interpretado: é que não me escassos, apesar do esforço. aqui defender o BdP, mas o BdP só teve de ser resolvido com limitei a não participar nas fui o único a agir. E Muitos questionam o tempo que se apercebeu no Ænal de 2013, no dinheiros públicos... actividades alegadamente agi sozinho as investigações policiais e do exercício do ETRIC 2 [exame Sim, é verdade. Mas aqui critico

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ID: 79685142 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 3

Leia a entrevista na íntegra em www.publico.pt

MIGUEL MANSO sua atitude face às autoridades disseram qual era o nível de para a dimensão que tem e isso já europeias. provisionamento que os créditos não tem a ver com imparidades, Passos Coelho e a então ministra tinham que ter. Pode-se sempre mas sim com não conseguir das Finanças, Maria Luís dizer que os créditos não são desenvolver novo negócio. E daí ter Albuquerque (agora a trabalhar estáticos, mas a economia tido um resultado operacional de no fundo Arrow, de recuperação portuguesa até melhorou. Muitos apenas dois milhões de euros, que de créditos) foram desleixados desses créditos têm como garantia se fosse muito superior teria servido ou não perceberam o impacto do activos imobiliários e os preços não para fazer face às imparidades. No desfecho do BES? desceram, até subiram. Novo Banco há um problema de Não avaliaram bem as consequênci- Fica surpreendido? rentabilidade e de actividade as da resolução que ainda hoje Confesso que Æco surpreendido, económica por resolver. estamos a viver. Se o BES tivesse sobretudo porque os créditos estão O Governo e o NB justiÆcam o sido capitalizado com o que ainda lá há cinco anos e tiveram de ser agravamento das imparidades havia de CoCos [obrigações renovados várias vezes no Novo alegando que os problemas vêm convertíveis, a partir da linha de Banco. E começaram do zero. Agora do tempo do BES. Aceita a tese? 12 mil milhões], e nem sei se era vêm dizer que o crédito é mau e têm Não pertencia ao conselho de preciso esgotá-la, o país estaria que fazer mais imparidades? Não crédito do BES [antes da resolução], agora numa situação mais folgada. percebo. mas não a aceito. O NB existe há E a ida do BES aos 12 mil milhões Faz sentido realizar uma nova cinco anos e só ao Æm de cinco anos não evitava que se apurassem auditoria às contas do NB até é que se descobre o que se passou lá responsabilidades e se 2014, como defende o Governo? atrás? A terem sido quantiÆcadas as averiguassem as fraudes. Agora Também não consigo entender. imparidades deveriam ter sido no tenta-se confundir tudo, como se a Mas já ouvi o sr. Presidente da início. E por isso é que este tema ida do BES ao mecanismo público República dizer que a auditoria deve ser bem apurado, até porque a de capitalização tivesse impedido o deve ser feita até este momento. situação económica melhorou [e as apuramento das responsabilidades. E é o que está correcto. Na banca garantias foram reforçadas]. Sou Foi um erro colossal! comercial a maioria dos créditos insuspeito, mas se a culpa é da Bruxelas obrigou a que o Banif são a três, a seis, a nove meses e a gestão do dr. Salgado, por que razão fosse entregue ao Santander com um ano. O BCP é hoje muito bem as imparidades não foram apuradas mais 3,5 mil milhões de verbas gerido e conseguiu sanear-se, quando o NB foi criado? dos contribuintes, mas em reduzindo centenas e centenas de As empresas de recuperação de contrapartida o Deutsche Bank milhões de euros de imparidades crédito compraram os activos (DB) vai ser salvo pelo Estado e apresentando bons resultados imobiliários do NB com forte alemão com uma fusão interna... operacionais. Com a economia a desconto e agora estão a ganhar Agora as autoridades europeias melhorar, o NB registou dois mil muito dinheiro... fecham os olhos e o DB nunca será milhões de imparidades. O que Essas empresas estão a ter resolvido. signiÆca que o seu problema não é rentabilidades muito altas. Se se Como é que avalia a venda do apenas de imparidades. conÆrmar que são muito altas, Novo Banco (NB) ao fundo O que é que os números que o NB então estamos a transferir dinheiro norte-americano Lone Star, com apresenta estão a esconder? do Fundo de Resolução para os uma almofada de segurança de Que não consegue gerar cash-Çow lucros dessas entidades. Há aqui um mais o dr. Pedro Passos Coelho e do grupo [problemáticas] aos seus 3,9 mil milhões de euros? tema: por imposição do BCE, os sou insuspeito, pela relação muito clientes. O tema não era patrimoni- Acertar no Totobola à segunda-feira bancos portugueses aceleraram a forte que tenho com ele. O al, mas reputacional. E em Junho de é fácil. Mas hoje eu iria mais pela descida dos níveis de imparidades, problema é mesmo a resolução, que 2014 o BES até constituiu uma solução do dr. Vítor Bento [o que devia ser mais lenta. E isto nunca deveria ter sido feita. E não provisão para pagar a integralidade primeiro presidente do Novo obriga à venda forçada dos ditos foi o BdP que a quis, foi a UE que a da dívida aos ditos hoje “lesados do Banco] de manter o NB mais tempo NPL (crédito malparado), em impôs, para fazer aqui uma nova BES”, e que acabou estornada para na esfera do Estado. Se é para usar o O problema é proveito das recuperadoras de experiência que praticamente não outras coisas. Ao saber-se de tudo dinheiro do Estado para ir saneando mesmo a crédito. O BCP e o BPI têm tentado repetiu em mais lado nenhum. E isto, gerou-se um levantamento de o banco, faria mais sentido mantê-lo recuperar o crédito internamente, isto revela um problema endémico liquidez e o BCE, como queria fazer na esfera pública, escolhendo resolução, que em vez de recorrerem a entidades dos governos portugueses. uma resolução, bloqueou a linha gestores proÆssionais, vendendo-o nunca deveria ter externas, o que prova que essa O que é quer dizer com isso? emergencial [de liquidez] cujo quando o banco estivesse em recuperação tem melhores Nunca enfrentam a União Europeia. acesso teria evitado o que melhores condições. Agora ser um sido feita. E não foi resultados feita in house. É um E o dr. Passos Coelho vai-me aconteceu [o colapso]. privado a gerir os dinheiros do o BdP que a quis, aspecto que também deve se desculpar, mas acho que o Governo Quanto é que era preciso para Estado, é uma solução que eu nunca esclarecido. dele não teve coragem, não bateu o evitar o colapso do BES? vi em lado nenhum. foi a UE que a Saiu a sorte grande ao NB pé a esta solução. O buraco estava Seis ou sete mil milhões. E na Grécia Compreende a sequencial impôs, para fazer quando, em 2015, o BESI, o no GES e o BES nem tinha uma foram facultados pelo BCE 100 mil correcção de imparidades no banco de investimento do BES, grande exposição ao GES, por, na milhões de euros de liquidez e [o NB, quando todo o sector aqui uma nova foi vendido por 400 milhões de altura, até estar a cumprir as regras BCE] nunca resolveu os bancos. bancário as está a reduzir? experiência que euros ao grupo chinês Haitong? do BdP. O que o BES tinha era um Houve em Portugal um tratamento Não. Quando se deu a resolução, Sim e foi considerado um milagre. problema reputacional, andara a completamente diferente. Culpo houve análises profundas de casas não repetiu em vender papel comercial das holdings mais o governo de Passos Coelho e a de auditoria internacionais que mais lado nenhum [email protected]

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ID: 79685142 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 3 de 3

Edição Lisboa • Ano XXX • n.º 10.563 • 1,30€ • Segunda-feira, 25 de Março de 2019 • Director: Manuel Carvalho Adjuntos: Amílcar Correia, Ana Sá Lopes, David Pontes, Tiago Luz Pedro Directora de Arte: Sónia Matos Moçambique Há 12 portugueses incontactáveis na Beira Mundo, 26/27

“Não tenho dúvidas de que haverá condenações no caso BES” Entrevista José Maria Ricciardi, ex-administrador do BES, considera que a resolução do banco foi “um erro colossal”. “O Lone Star está a gerir o dinheiro do Estado. Nunca vi nada assim”, diz Economia, 22/23 MIGUEL MANSO

Costa quer que Pedófilo liderou Os ricos devem Ligações de novo comissário rede a partir de pagar mais família no europeu seja uma sucata impostos ao Governo já estão Pedro Marques em Águeda Estado? na campanha O Governo aposta em Autor confesso de abusos a É nos Estados Unidos que Depois de Paulo Rangel, conquistar a pasta dos bebés já tinha sido este debate está mais aceso, Catarina Martins pediu Fundos Estruturais na condenado por pornograÄa mas a maioria dos ontem “reÅexão” ao próxima Comissão p8 de menores p12/13 portugueses é favorável. p2/3 Governo e PS p10 ISNN-0872-1548

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ID: 79685036 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 PSD quer reforçar direitos de cidadãos britânicos no pós-“Brexit”

Partidos Sofia Rodrigues A proposta de lei do Governo insuficiente para garantir direitos dos britânicos, afirma a deputada Rubina Berardo

Um cidadão britânico que pertença a uma assembleia de freguesia em Portugal poderá exercer o mandato até ao Æm, mesmo após um “Brexit” sem acordo — esta é uma das garan- tias que o PSD quer ver na lei e é uma das alterações que vai apresentar à proposta de lei do Governo sobre medidas de contingência. A proposta, Rubina Berardo explica que é discutida nesta quarta-feira em a proposta do PSD plenário da Assembleia da República, prevê a aplicação recíproca de um dar. A proposta de lei do Governo conjunto de direitos (acesso à saúde, será debatida logo no dia seguinte em ensino superior), mas os sociais-de- plenário, a pedido do executivo, mocratas defendem que é preciso ser numa sessão que tinha sido marcada reforçada. pelo PSD. Excepcionalmente, os par- Uma das alterações que o PSD vai tidos aceitaram incorporar um propor está relacionada com os direi- segundo tema de discussão (o primei- tos políticos dos cidadãos britânicos ro é sobre ensino superior), para em Portugal. “Se houver uma saída permitir que o processo legislativo do Reino Unido da União Europeia seja concluído o mais rapidamente sem acordo, queremos que o cidadão possível, já que há alguns dias a data britânico possa exercer o seu manda- prevista de saída era a 29 de Março e to até ao Æm”, adiantou ao PÚBLICO só nesta sexta-feira houve adiamento a vice-presidente da bancada Rubina até 12 de Abril. Berardo. Aliás, a deputada defende O PSD critica a forma apressada que é preciso ter um mecanismo legal como diz que o Governo está a legislar adicional ao que está estabelecido na no cenário do “hard Brexit” (saída proposta de lei do Governo para o sem acordo), ao contrário de outros caso do princípio da reciprocidade Estados-membros que começaram a falhar no Reino Unido. “Queremos produzir legislação especíÆca “há assegurar os direitos da comunidade muito tempo”, segundo Rubina britânica em Portugal a quem quere- Berardo. mos dar estabilidade”, defende, A proposta de lei prevê um regime acrescentando que é preciso também especial que atribui aos cidadãos o assegurar os direitos dos portugueses direito de residência e o reconheci- no Reino Unido: “Se a lei não estiver mento da totalidade da sua duração, bem cá, está a colocar-se em causa permitindo a “transição do certiÆca- direitos dos portugueses lá”. do de registo para a autorização de Outra das propostas que o PSD residência”, seja temporária ou per- quer introduzir está relacionada manente. No ensino superior está com os cadernos eleitorais, dos previsto que os britânicos que já quais é preciso expurgar os nomes estudam numa instituição portugue- dos cidadãos britânicos a tempo das sa ou se inscrevam até 31 de Dezem- eleições europeias, já que “não faz bro de 2020 Æquem excluídos do sentido” votarem para o Parlamento estatuto de estudante internacional Europeu depois de já se ter concre- até concluírem o ciclo de estudos em tizado uma saída do Reino Unido da que se encontram. Relativamente à União Europeia. carta de condução, os britânicos O PSD vai avançar com as altera- terão de trocar o título até Dezembro ções nesta terça-feira, na Comissão do próximo ano. de Assuntos Europeus, e espera que o PS tenha abertura para as acomo- [email protected] Página 33 Meio: Imprensa Pág: 10

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ID: 79685053 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 2

MIGUEL MANSO

Catarina Martins: “A democracia precisa de mais espaço para respirar” PSD e BE puxam ligações familiares do Governo para a pré-campanha eleitoral

Advogando que é uma questão de para a democracia.” Lembrando que Partidos “prática política”, Catarina Martins os ministros são nomeados pelo Pre- São José Almeida disse: “A democracia precisa de mais sidente da República, Rangel aÆrmou espaço para respirar.” E não perdeu que Marcelo “deveria ter advertido o Primeiro foi Rangel, depois a oportunidade que lhe foi colocada primeiro-ministro de que não deveria Catarina Martins — ligações pelos jornalistas para criticar o fazer isso”. Governo que o seu partido suporta O cabeça de lista do PSD às euro- familiares no Governo e PS no Parlamento: “Julgo que toda a peias defendeu que a existência de entram na ordem do dia no gente percebe. Eu bem sei que Por- vários casos de ligações familiares em discurso político tugal é um país pequeno, mas todos gabinetes de governantes de António nós percebemos a necessidade de Costa “não é normal e constitui um As ligações familiares entre membros pensar sobre estas matérias, para que atentado gravíssimo ao princípio do Governo, de gabinetes governa- os cargos públicos não sejam ocupa- republicano”. E referindo-se aos mentais e dirigentes máximos do PS dos tendencialmente por um grupo casos dos ministros Eduardo Cabrita entraram este Æm-de-semana no dis- de pessoas com muitas aÆnidades.” e Ana Paula Vitorino, José Vieira da curso político pré-eleitoral. Este Silva e , Pedro domingo, a líder do BE, Catarina Mar- Rangel apela a Marcelo Nuno Santos e ao secretário de Esta- tins, pronunciou-se sobre o assunto. Por seu lado, em entrevista à Lusa, do Duarte Cordeiro, ironizou: “No No sábado, foi a vez do cabeça de lis- divulgada no sábado, Paulo Rangel Conselho de Ministros, tem um mari- ta do PSD, Paulo Rangel, apelar ao defendeu que o Presidente da Repú- do e mulher, um pai e Ælha. Tem ago- Presidente da República para agir blica já deveria ter avisado o primei- ra uma chefe de gabinete do sucessor sobre a situação. ro-ministro para não repetir o que do marido, cuja mulher também gere Catarina Martins declarou aos jor- chama “promiscuidades familiares” um fundo.” Rangel lembrou o caso nalistas em Almada que “deve haver no Governo. Paulo Rangel conside- da eleição de Francisco César para uma reÇexão dentro do Governo e no rou que o facto de em Portugal as liderar o grupo parlamentar do PS na PS” sobre a existência de ligações pessoas “não rasgarem as vestes e Assembleia Regional dos Açores, que familiares dentro do executivo e não se escandalizarem com isto é é Ælho de Carlos César. E recordou o entre este e a cúpula do partido, sinal de uma certa doença e de um caso de António Mendonça Mendes, embora desvalorizasse as críticas que adormecimento da democracia” e, que é secretário de Estado dos Assun- sobre este assunto têm sido feitas por referindo directamente Marcelo tos Fiscais e irmão da secretária-geral Æguras do PSD e em particular Paulo Rebelo de Sousa, disparou: “Eu acho adjunta do PS, Ana Catarina Mendon- Rangel, considerando que “como a que aqui o próprio Presidente da ça Mendes. com Lusa direita está sem projecto, liga sobre- República, que desvalorizou o caso, tudo a casos”. não devia desvalorizar, não é salutar [email protected] Página 34 Meio: Imprensa Pág: 1

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ID: 79685053 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 2

Edição Lisboa • Ano XXX • n.º 10.563 • 1,30€ • Segunda-feira, 25 de Março de 2019 • Director: Manuel Carvalho Adjuntos: Amílcar Correia, Ana Sá Lopes, David Pontes, Tiago Luz Pedro Directora de Arte: Sónia Matos Moçambique Há 12 portugueses incontactáveis na Beira Mundo, 26/27

“Não tenho dúvidas de que haverá condenações no caso BES” Entrevista José Maria Ricciardi, ex-administrador do BES, considera que a resolução do banco foi “um erro colossal”. “O Lone Star está a gerir o dinheiro do Estado. Nunca vi nada assim”, diz Economia, 22/23 MIGUEL MANSO

Costa quer que Pedófilo liderou Os ricos devem Ligações de novo comissário rede a partir de pagar mais família no europeu seja uma sucata impostos ao Governo já estão Pedro Marques em Águeda Estado? na campanha O Governo aposta em Autor confesso de abusos a É nos Estados Unidos que Depois de Paulo Rangel, conquistar a pasta dos bebés já tinha sido este debate está mais aceso, Catarina Martins pediu Fundos Estruturais na condenado por pornograÄa mas a maioria dos ontem “reÅexão” ao próxima Comissão p8 de menores p12/13 portugueses é favorável. p2/3 Governo e PS p10 ISNN-0872-1548

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ID: 79685092 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1

CLÁUDIA ANDRADE

Polícia portuguesa não deve agir quando mandado incide sobre crime que não tem pena em Portugal Há um mandado de detenção europeu por uma infracção que não é punível em Portugal?

de decisão europeia de investigação, “A contradição entre as duas nor- Justiça harmonizando-se a execução do man- mas é inegável”, aÆrma-se no texto Patrícia Carvalho dado de detenção europeu com a que acompanha a proposta de lei, execução de uma decisão europeia especiÆcando-se que, com o novo O Governo apresentou de investigação que inclua a audição documento, “passa a dispor-se ine- da pessoa procurada ou a sua trans- quivocamente que a não-veriÆca- proposta para clarificar ferência temporária.” ção da dupla incriminação, nos que não se cumpre Ao mesmo tempo, acrescenta-se, casos em que a mesma seja condi- mandato se o crime não “aproveita-se para corrigir uma deÆ# ção de admissibilidade da entrega existir na lei nacional ciência há muito reconhecida na lei”, da pessoa procurada, constitui um a incongruência entre dois dos seus motivo de não-execução obrigató- O Governo apresentou à Assembleia artigos. ria do mandado de detenção euro- da República uma proposta de lei É que a lei em vigor, de 2003, refe- peu em causa.” “com pedido de prioridade e urgên- re, num dos artigos, que “só é admis- A clariÆcação é conseguida com cia” que vai acabar com uma ambi- sível a entrega da pessoa reclamada uma nova redacção que especiÆca: guidade na actual legislação nacional se os factos que justiÆcam a emissão “A execução do mandado de deten- sobre os mandados de detenção euro- do mandado de detenção europeu ção europeu é recusado quando o peus. O regime em vigor não é taxati- constituírem infracção punível pela facto que [o] motiva […] não consti- vo quanto à obrigatoriedade de não lei portuguesa”; enquanto num outro tuir infracção punível de acordo com cumprir o mandado de detenção, artigo se aÆrma que o mandado a lei portuguesa (…)”. caso este incida sobre uma infracção “pode ser recusado”, e apenas isso, O documento é acompanhado por que não é punível em Portugal. Com se “o facto que motiva a emissão do pareceres favoráveis do Conselho a actual proposta de lei, essa situação mandado de detenção europeu não Superior da Magistratura e da Procu- passa a constar claramente nos moti- constituir infracção punível de acor- radoria-Geral da República. No pri- vos para a recusa do mandado. do com a lei portuguesa”. meiro caso, refere-se que a nova Na exposição dos motivos para a Ou seja, na versão actual, “a não- redacção deste ponto clariÆca “o que apresentação da proposta de lei, o -execução do mandado é meramente já resultava do controlo da dupla Governo explica que se pretende facultativa e não obrigatória”, refere- incriminação”. “adequar o regime jurídico do man- se nas motivações para a apresenta- dado de detenção europeu ao regime ção da proposta de lei. [email protected] Página 36 Correio da Manhã Algarve Meio: Imprensa Pág: 12 País: Portugal Cores: Cor A37 Period.: Diária Área: 5,25 x 6,22 cm²

ID: 79685893 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 OLHÃO Segurança para marinheiros 121 A Polícia Marítima de Olhão realizou uma ação de sensibili- zação no âmbito do Programa `Cidadania Marítima' para 35 alunos dos cursos de marinhei- ro pescador, com idades entre os 18 e os 50 anos, no Centro de Formação Profissional das Pes- cas e do Mar, em Olhão. eA.P.

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ID: 79684780 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1

Professores ameaçam com greve às avaliações v. • 'fr''''' f-`t-*""k w • • \ • 1 ,41b." •••

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Os professores voltaram à rua no sábado para reivindicar a contabilização e recupera- ção total do tempo de serviço congelado, numa marcha que partiu do Marquês de Pom- bal, em Lisboa. O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, ameaçou com uma greve às avaliações a partir de 6 de junho se o Parlamento não corrigir o diploma que só deter- mina a recuperação de dois anos, nove meses e 18 dias de serviço. Bruno Gonçalves

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ID: 79685327 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Pré-aviso de greve ameaça estreia da opereta "L'Étoile"

SÃO CARLOS O Sindicato dos Trabalhadores do Es- petáculo, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE) e os trabalhadores técni- cos do Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, apresentaram um pré-avi- so de greve ao ensaio geral e às apresentações da ope- reta "L'Etoile", de Emma- nuel Chabrier, que estreia a 1 de abril. Em causa, es- tão as condições de traba- lho há muito reclamadas. O CENA-STE reúne hoje com a ministra da Cultura, Graça Fonseca.

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ID: 79684990 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Funcionáros das conservatórias contra mudança de instalações ~mil o O Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e Notariado promove, hoje, em Lisboa, uma manifesta- ção dos trabalhadores das conservatórias do registo civil e criminal. Em comu- nicado, dizem que o "pro- testo resulta da intransi- gência da tutela em querer deslocalizar os serviços para a zona do Parque das Nações e entregar o edificio à Autoridade Tributária".

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ID: 79685013 25-03-2019 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1

"O sindicato vai continuar a desenvolver ações de protesto até que o Governo responda ao caderno reivindicativo"

Paulo Rodrigues presidente da Associação Sindical dos Profissionais da PSP, em declarações &Agência Lusa

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ID: 79685022 25-03-2019 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 1

EDITORIAL

MANUEL ESTEVES Ed itor executivo mesteves®negocios.pt

Precários no salário e na pensão

ãoé só por causa do aumento da idade de reforma que os jovens terão de trabalhar até mais tarde do que os Nseus pais. Muitos serão obrigados a adiar a passagem à reforma por causa dos buracos no seu percurso profissional e na folha de descontos que fizeram para a Segurança Social. Estamos a falar de desemprego, sim, mas também de empre- go precário, sem vínculo permanente, sem descontos garanti- dos ou com dinheiro pago por fora. De acordo com o relatório da OCDE sobre o sistema de pen- sões português, divulgado na semana passada, os trabalhadores entre os 20 e os 34 anos têm menos anos de contribuições sociais do que os jovens com a mesma idade hál0 anos. Se é verdade que o aumento da escolaridade contribui para esta evolução, a OCDE atribui evidentes responsabilidades aos efeitos da crise financei- ra em Portugal, designadamente no mercado de trabalho. Com efeito, nos anos de chumbo da troika, a taxa de desem- prego jovem chegou a ultrapassar os 40%. Essa percentagem desceu entretanto para metade, mas este número conta mal a história. De acordo com dados do INE já trabalhados pelo Ne- gócios, só 10% dos 200 mil empregos jovens destruídos tinham sido recuperados até ao verão passado. Sem futuro em Portu- gal, grande parte dos jovens desempregados de então transfor- maram-se em jovens empregados no estrangeiro. Os que cá ficaram continuam com empregos tão precários como antes. A percentagem de empregos a prazo ou a termo continua a rondar os 22% (sendo muito mais alta entre os jo- vens, claro). Quando as empresas decidem manter os seus trabalhado- res mal pagos e em situação precária não estão apenas a preju- dicá-los, afetam a sustentabilidade da Segurança Social, agra- vam os gastos sociais do Estado que terá de assumir despesas adicionais no futuro (com os complementos das pensões mí- nimas, por exemplo) e empobrecem a sociedade no seu con- junto. E também por isso, e não apenas por razões morais, que o Estado tem obrigação de combater a precariedade laborai no setor privado. E se este governo está de parabéns pelo programa de inte- gração de trabalhadores precários na Administração Pública, o mesmo já não se pode dizer do que fez no setor privado. Ou do que não fez. O pacote laboral - que mereceu a aprovação da UGT e de todas as confederações patronais e que deverá ser su- jeito a algumas alterações no Parlamento em breve - é pouco ambicioso no combate a um dos maios flagelos que afeta as ge- rações mais novas: a insegurança laboral. O Governo ainda vai a tempo - e as empresas também. Numa altura em que tantas empresas mostram preocupação com a responsabilidade social, era importante que vissem os contratos e salários dos seus trabalhadores não apenas como um custo, mas também como um investimento na sua empre- sa e na sociedade em geral.■ Página 42