O Homem E a Conquista Dos Espaços O Homem E a Conquista Dos Espaços
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O Homem e a conquista dos espaços O Homem e a conquista dos espaços Paulo Meireles Barguil E d i t o r a @ 2006 by Paulo Meireles Barguil Direitos reservados em língua portuguesa www.paulobarguil.pro.br [email protected] [email protected] Caixa Postal 4210 – Fortaleza-Ce – 60121-970 Capa J. Domingues Fotos da capa Samuel e Ana Beatriz brincando e escolas pesquisadas Designer Gráfico Roberto Santos Editoração Eletrônica Angela Barros Revisão gramatical Vianney Mesquita Ficha catalográfica Carmem Araújo B231h Barguil, Paulo Meireles, 1968- O Homem e a conquista dos espaços – o que os alunos e os professores fazem, sentem e aprendem na escola/Paulo Meireles Barguil. – Fortaleza: Gráfica e Editora LCR, 2006. 360 p. : il. ; 23 cm + 1 CD-ROM Bibliografia ISBN 85-86627-51-8 1. Educação 2. Currículos 3. Espaço – Percepção 4. Psicologia Ambiental 5. Escola – Arquitetura 6. Construções Escolares 7. Escola pública 8. Educação Ambiental I. Título. CDD(21) – 370 Índices para catálogo sistemático: 1. Educação 370 2. Currículos : Educação 375 3. Espaço : Percepção humana : Psicologia 153.752 4. Psicologia Ambiental 155.9 5. Escola : Arquitetura 727 6. Construções Escolares : Educação 371.62 7. Escola pública : Educação 371.01 8. Educação Ambiental : Ecologia Humana 304.2 s crianças, pequenas e grandes, Àcentelhas divinas, que necessitam, além de muito cuidado, de espaço para, brincando, florescer e frutificar. De modo especial, aos mui amados filhos Samuel e Ana Beatriz, que tanto alegram o menino Paulo. SUMÁRIO UM LINDO BALÃO AZUL NO INFINITO 1. VISÃO DO TRABALHO 1.1 O começo 1.2 Breve descrição dos capítulos 1.3 A rosa-dos-ventos 1.4 Convite 2.A EDUCAÇÃO ESTÁ EM CRISE? 2.1 A busca do Homem para conhecer o mundo 2.2 O DNA dessa pesquisa 2.3 A Educação: conquistas, problemas e desafios 2.4 A Ciência moderna de Galileu e Descartes 2.5 A mudança de paradigmas 2.6 Concepções de aprendizagem 3. O LUGAR DO ESPAÇO NA HISTÓRIA DO HOMEM 3.1 A Terra está em perigo! 3.2 A “evolução” da relação do Homem com a natureza 3.3 Lugar ou espaço? 3.4 Visão da Geografia: o poder no espaço 3.5 O sentido do espaço na Arquitetura 4. A CONSTRUÇÃO DA ESCOLA E DO CURRÍCULO 4.1 Os primórdios do processo de escolarização 4.2 O que é um currículo? 4.3 Onde está o sujeito? 4.4 A violência na (e da) escola 5. EDUCAÇÃO E ARQUITETURA: É POSSÍVEL UNI-LAS? 5.1 O currículo “oculto” do prédio escolar 5.2 A contribuição de Pestalozzi 5.3 O Jardim de Infância de Fröbel 5.4 A Casa das Crianças de Montessori 5.5 A Escola-Parque de Anísio Teixeira 5.6 Os CIEPs de Darcy Ribeiro 5.7 Os CIACs/CAICs 5.8 Os CEUs 5.9 A Villetta na Itália 5.10 A Escola da Ponte em Portugal 6. A EDUCAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL E EM FORTALEZA 6.1 Breve passeio na história da Educação nacional 6.2 Alguns aspectos da atual legislação educacional brasileira 6.3 As pesquisas do SAEB 6.4 O FUNDESCOLA 6.5 O PISA em 2000 e 2003 6.6 A Educação pública em Fortaleza na última década (1995-2004) 6.7 O prédio escolar público em Fortaleza 7. A PESQUISA DE CAMPO 7.1 Colheita de fragmentos 7.2 Descrição do roteiro 7.3 A pesquisa 7.4 As respostas 7.5 Análise dos dados 8. O QUE APRENDI E O QUE PRETENDO APRENDER 8.1 Alguns (já) achados 8.2 Outros (ainda) perdidos O ESPAÇO-TEMPO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - ARTIGOS, LEIS, LIVROS E SITES CATÁLOGO – LETRAS DE MÚSICAS E PENSAMENTOS BIBLIOGRAFIA - ARTIGOS, JORNAIS, LEIS, LIVROS E SITES INFORMAÇÕES ADICIONAIS - QUADROS E RESPOSTAS DOS SUJEITOS 1. Quadros com informações estatísticas 2. Respostas dos sujeitos ao questionário ESCOLA: ESPAÇO INDISSOCIÁVEL DE SENTIMENTOS E APRENDIZAGENS Escola, em grego, significa o lugar do ócio. Isso porque a escola, como instituição e espaço especialmente constituído, surgiu na Idade Média, para atender a demanda de uma classe social que não necessitava trabalhar, e que poderia ocupar o seu tempo ocioso, de forma socialmente aceitável. De espaço para o lazer e o prazer, com o passar do tempo, a escola passa a ser vista também como um lugar no qual se poderia adquirir novas informações, novos conhecimentos. Hoje, entretanto, esse espaço não consegue cumprir sua função inicial – de lazer e de prazer – nem sua função posteriormente adquirida – de conhecimento. A primeira, podemos dizer, quase não ocorre – raras exceções! A segunda, quando acontece, na maioria das vezes é feita de forma descontextualizada, sem articulações – tão necessárias – com a realidade no entorno de aprendizes e ensinantes. A pesquisa desenvolvida por Paulo Barguil, O Homem e a conquista dos espaços – o que os alunos e os professores fazem, sentem e aprendem na escola, revela, a partir de observações/retratos feitos pelo pesquisador e seus assistentes – alunos, professores, dirigentes – e nos discursos desses agentes, que a escola precisa re-significar o seu papel, reestabelecendo uma relação prazerosa entre o lazer e o saber, o prazer e o conhecimento. Para que se possa, de fato, implementar uma nova proposta educacional, será preciso rever o saber escolar, investir na formação do educador, possibilitando-lhe uma formação teórica diferenciada, reorganizar o currículo, de forma a problematizar a realidade e a contemplar a diversidade cultural. Essencialmente, porém, é preciso repensar a escola como um todo, da arquitetura ao currículo, inserindo outra concepção de ensinar e de aprender, na qual prazer e conhecer se imbriquem de tal maneira que não seja possível distingui-los. Pergunto-me se é possível uma escola assim. E o trabalho do Paulo Barguil acena com respostas reveladoras, registradas nas análises das observações por ele realizadas, nas falas- desejos dos estudantes e professores, nas fotos-relatos, no jogo simbólico expresso pela disposição de registros, constantes na capa deste livro ... A reconstrução dessa escola possibilitará uma nova forma de lidar com seres humanos, com cultura, com espaços e tempos pedagogicamente refletidos em um projeto de humanização, rumo à omnização, com uma nova pedagogia de transformação de experiência em aprendizagem. É impossível pensar a construção de um novo projeto pedagógico, um novo projeto de educação, sem levar em conta a construção de um outro espaço escolar, mais adequado, para reinserir a escola no mundo, na transformação da linguagem, de comportamentos, costumes, de projetos e perspectivas pessoais e da sociedade e de políticas públicas consistentes. É preciso, também, que nos apropriemos desse espaço escolar, com firmeza e sabedoria, com práticas pedagógicas que dêem visibilidade a essa nova concepção de educação, materializada num currículo polifônico, moderno, tecnológico, mas também transformador e socialmente comprometido, no qual a arquitetura, num todo coerente, possa produzir múltiplos significados, possibilidades, limites e apropriações diversas de uma nova cultura escolar, que associem bem-estar, docente e discente, ao ensinar e aprender. Destaque-se, também, a sensibilidade do pesquisador-autor, com seu modo manso de se inserir nos espaços pesquisados, conclamando alunos e docentes a participarem desse projeto em defesa da criação de um ambiente escolar motivador, que potencialize a aceitação das diferenças individuais, que possibilite o acesso e a autonomia dos sujeitos que nele se envolvem, que maximize a afetividade e a aprendizagem significativa – sabendo que, dessa forma, com autoconfiança e respeito, esses sujeitos, partícipes do processo desencadeado certamente, ensinarão e aprenderão mais e melhor. Este trabalho é, pois, um início, um excelente ponto de partida para novas pesquisas. Fica, aqui, a indicação para que o autor-pesquisador possa criar uma linha de pesquisa nessa área, com desdobramentos relevantes para a nossa prática pedagógica em prol de uma educação de qualidade. Novas construções certamente surgirão ... Ana Maria Iorio Dias Professora da UFC/Faculdade de Educação Doutora em Educação Brasileira UM LINDO BALÃO AZUL NO INFINITO Setembro de 2005: defesa da minha tese de doutorado em Educação, junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Educação (FACED), da Universidade Federal do Ceará (UFC), sob a orientação do Prof. Dr. Luiz Botelho Albuquerque, e co-orientação da Prof.ª Dr.ª Ana Maria Iorio Dias. Embora essa produção seja somente por mim assinada, acredito que o Homem é produto dos vínculos que estabelece, motivo pelo qual descortino esta obra com alguns agradecimentos, reconhecendo, assim, que, sem a participação dos (poucos) citados e dos (muitos) omitidos, eu não teria conquistado esta vitória de insondável significado ontológico. Meu carinho e admiração à mestra Ana Iorio, educadora de primeira grandeza, cujo sangue italiano, rubro de paixão e dedicação, tonifica-se com os inúmeros desafios enfrentados, os quais costumam ser magistralmente vencidos com ações e palavras permeados de lucidez, determinação e doçura. Sou privilegiado por desfrutar, há anos, do seu apoio e confiança, fonte perene de inspiração! Consigno a minha profunda gratidão – pelo crédito e apoio inabaláveis durante o curso, sem os quais eu não teria persistido em virtude das inúmeras intempéries – ao catedrático Luiz Botelho, com quem estabeleci um fecundo diálogo, enriquecido pela sua vasta pesquisa dos espaços escolares no sertão nordestino e caracterizado pelo respeito da autonomia do aluno, indispensável para a materialização do presente trabalho. Muito me alegra o aceite deles para escreverem, respectivamente, o Prefácio e o Posfácio. Sinto-me, assim, mais uma vez, por eles abraçado. Sou grato, ainda, às Prof.as Dr.as Maria de Lourdes Peixoto Brandão e Zulmira Áurea Cruz Bomfim, ambas da UFC, que, com valorosas sugestões e críticas, me ajudaram a aprofundar a reflexão da temática abordada, permitindo, continuamente, o incremento da forma e do conteúdo da pesquisa. Reconheço, da mesma forma, a importância dos comentários e indagações dos Prof.s Dr.s Luciano Mendes de Faria Filho (UFMG) e Luis Carlos Sales (UFPI), que compuseram a Banca Avaliadora, evidenciado o caráter sempre parcial de qualquer investigação, o que não deve ser motivo de desalento, mas de estímulo para continuar a caminhada.