Imagologia E Mitos Nacionais O Episódio Dos Doze De Inglaterra Na Literatura Portuguesa (C
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View metadata, citation and similar papers at core.ac.uk brought to you by CORE provided by Repositório da Universidade Nova de Lisboa ROGÉRIO MIGUEL PUGA IMAGOLOGIA E MITOS NACIONAIS O Episódio dos Doze de Inglaterra na Literatura Portuguesa (c. 1550-1902) e o Nacionalismo (Colonial) de Teófilo Braga UNIVERSIDADE DE GOA GOA UNIVERSITY TÍTULO Imagologia e Mitos Nacionais O Episódio dos Doze de Inglaterra na Literatura Portuguesa (c. 1550-1902) e o Nacionalismo (Colonial) de Teófilo Braga AUTOR Rogério Miguel Puga DESIGN E PAGINAÇÃO Nuno Pacheco Silva LOCAL DE EDIÇÃO Lisboa e Goa ISBN 978-989-658-270-8 DEPÓSITO LEGAL 383185/14 EDIÇÃO Caleidoscópio – Edição e Artes Gráficas, SA Rua de Estrasburgo, 26, R/c Dto. 2605‑756 Casal de Cambra – PortUGAL telef. (+351) 21 981 79 60 | fax (+351) 21 981 79 55 e‑mail: [email protected] | www.caleidoscopio.pt UNIVERSIDADE DE GOA GOA UNIVERSITY À minha mãe, Maria da Conceição Nunes do Deserto de Puga, por me ensinar a ser cavaleiro nos e dos meus sonhos... À Professora Doutora Maria Leonor Machado de Sousa, pela Amizade, pelo Saber e pelos Estudos Anglo-Portugueses. SUMÁRIO Agradecimentos ............................................................................ 7 Prefácio ...................................................................................... 9 Introdução .................................................................................. 11 Parte Primeira O mito nacional dos Doze de Inglaterra na literatura portuguesa até à publicação do poema narrativo de Teófilo Braga (1902). 29 1. Imagologia, identidade(s) e mitos nacionais literários ................................. 31 1.1. Os Doze de Inglaterra: nacionalismo e identidade nacional ..................... 37 2. O mito nacional dos Doze de Inglaterra como tema recorrente na literatura portuguesa ................................................................. 45 2.1. A função do mito nacional literário .............................................. 46 2.2. História e ficção: personagens referenciais de figuras históricas (Álvaro Gonçalves Coutinho, o Magriço, e Álvaro Vaz de Almada) ............. 53 2.3. Os principais textos anteriores ao poema narrativo de Teófilo Braga ............ 64 Parte Segunda A “Idealização do Tema Tradicional dos Doze de Inglaterra” por Teófilo Braga ............ 103 1. A recuperação de mitos e auto-estereótipos na Obra de Teófilo Braga ................ 105 2. O diálogo entre os elementos paratextuais da colecção «Alma Portuguesa» e os auto-estereótipos: a história e a ‘feição nacional’ .................................. 110 3. Os mundos possíveis da história e da literatura, ou Froissart e Chaucer no Palácio de Sabóia ..................................................................... 125 4. A viagem como símbolo de honra e de aprendizagem. 131 4.1. Machim e Ana d’Arfet: viagens e lendas de cariz anglo-português .............. 135 4.2. Em busca da ekphrasis: a peregrinação de Magriço e o ideal de cavalaria ....... 138 5. O género do código ético da cavalaria .................................................. 151 6. A recepção do poema narrativo em Portugal e no Brasil (1902-1906) ................ 158 Conclusão. 165 Bibliografia ................................................................................. 171 | 7 AGRADECIMENTOS O presente trabalho é uma versão revista e aumentada da dissertação de mestrado em Estudos Anglo-Portugueses que redigi, sob orientação da Professora Doutora Maria Leonor Machado de Sousa — a quem agradeço a amizade, o acompanhamento e o apoio nessa viagem, in- clusive em tempo de férias —, e defendi na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, no final de 2006. Agradeço às Professoras Doutoras Leonor Machado de Sousa e Helena Carvalhão Buescu a orientação do meu projecto de pós-doutora- mento, em 2007, no Centre for English, Translation and Anglo-Portuguese Studies (CETAPS), da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, no âmbito do qual estudei a evolução do tema dos Doze de Inglaterra na literatura portuguesa até ao presente século, dando origem a um trabalho que publicarei futuramente. Agradeço também à Profª. Doutora Zulmira Castanheira, coordenadora do pólo de Lisboa do CETAPS, e ao Mestre Delfim Correia da Silva, autor do prefácio e coordenador do Departamento de Estudos Portugueses da Universidade de Goa (Índia), instituições que pu- blicam a presente obra em parceria com a Caleidoscópio, à qual agradeço também na pessoa do seu director, o Dr. Jorge Ferreira. Recordo, em forma de homenagem, a Professora Doutora Maria Leonor Carvalhão Buescu, que, a partir da epopeia camoniana, me permitiu desvendar as múltiplas viagens do episódio que aqui estudo. | 9 PREFÁCIO A obra Imagologia e Mitos Nacionais: O Episódio dos Doze de Inglaterra na Literatura Portuguesa (c. 1550-1902) e o Nacionalismo (Colonial) de Teófilo Braga, de Rogério Miguel Puga, agora publicada pela Universidade de Goa, pelo Centre for English, Translation and Anglo-Portuguese Studies (CETAPS) e pela Caleidoscópio, é um contributo para o estudo das relações entre literatura e história, e sobretudo do referido episódio na literatura portuguesa, pois trata-se do primeiro estudo académico sobre a representação imagológica do referido episódio desde os século XVI até à publicação do poema narrativo Os Doze de Inglaterra (1902), de Teófilo Braga (1843-1924), intelectual que foi também, entre 24 de Maio e 4 de Agosto de 1915, Presidente da República. Trata-se do texto revisto e (deveras) aumenta- do da dissertação de mestrado em Estudos Anglo-Portugueses (Literatura Portuguesa) de Rogério Miguel Puga, defendida, com a classificação máxima de Muito Bom, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 2006, (então) com o título “A ‘Idealização do Tema Tradicional dos Doze de Inglaterra’ por Teófilo Braga: Rupturas e Continuidades em torno de um Episódio Literário”. O autor é investigador e professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e é investigador colaborador do Centro de História de Aquém e de Além-Mar (CHAM) da Universidade Nova, do Centro de Estudos Comparatistas (CEC) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e do Centro de Estudos Interculturais (CEI) do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), desenvol- vendo a sua investigação nas áreas da literatura de viagens, dos estudos anglo-portugueses e (pós-)coloniais, nomeadamente das relações luso-inglesas na Europa e na Ásia. Foi no âmbito dessa sua investigação que visitou, em Março de 2012, a Universidade de Goa e a delegação da Fundação Oriente em Pangim, para apresentar três palestras sobre representações de Goa nas literaturas inglesa e portuguesa. Iniciou também investigação em torno de Goa como tema literário na escrita ficcional e memorialista em língua ingesa, temática que muito interessa à Universidade de Goa, que se associa à publicação do presente estudo do autor. Rogério Miguel Puga deixa claro que o episódio do Magriço e dos Doze de Inglaterra marca uma presença recorrente na literatura portuguesa desde o século XVI, sobretudo a partir da publicação de Os Lusíadas, e prova-o através do estudo imagológico de cada uma das mais importantes obras que abordaram o tema até à publicação, em 1902, do texto de Teófilo Braga, doze anos após o Ultimato britânico, poema que ecoa a epopeia camoniana e é o prin- cipal objecto de estudo da obra que temos entre mãos, cuja primeira parte analisa, através de uma abordagem comparatista, a reprodução do enredo e de auto- e hetero-estereótipos dos Doze de Inglaterra nas obras de Camões, Pedro Mariz, Manuel Correia, Manuel Faria e Sousa, Jacinto Cordeiro, Inácio Védouro, Jacinto Loureiro, Garrett, Gomes Leal e Camilo Castelo 10 | Rogério Miguel Puga Branco, entre outros (por exemplo William Beckford). A segunda parte aborda temáticas e estratégias literárias como: o espaço e o tempo históricos, o género, o ideal de cavalaria, as re- lações anglo-portuguesas, a “alma portuguesa”, as viagens marítimas e terrestres como apren- dizagem e glorificação (mitificada) dos feitos heróicos portugueses, nomeadamente a tomada de Ceuta (1415), ‘ficcionalizada’ enquanto corolário das façanhas dos Doze. O autor analisa ainda a recepção do poema no Brasil e na Europa através da leitura de textos de intelectuais portugueses e brasileiros como Carolina Michaëlis de Vasconcelos (1851-1925) e Fernandes Agudo (1877-1949), entre outros. Se a dimensão histórica do episódio já foi estudada, sobretudo no que diz respeito à versão original quinhentista, por Artur Magalhães Basto e Carlos Riley, a obra de Rogério Miguel Puga assume-se como o primeiro estudo académico sobre a representação do tema e do ima- gótipo literário dos Doze de Inglaterra. O trabalho de investigação do autor na área das rela- ções anglo-portuguesas é para nós extremamente valioso, pois, centrando-se em questões e temas tão profusamente referenciados na historiografia da ‘Índia Portuguesa’ e nos estudos literários indo-portugueses, enriquece os actuais estudos comparatistas, interculturais e in- terdisciplinares, e muito particularmente na perspectiva da inter-relação história-literatura. As pertinentes propostas de análise e interpretação do tema lendário e histórico dos Doze de Inglaterra, imortalizado também sob a forma de um “palimpsesto literário” que Teófilo Braga reutiliza, a exemplo de outros