198 TEORIA E CULTURA Keywords: ; ; cosmopolitanism; urban; Northeast cosmopolitan Northeast. values of popular the Catholicism, consecrated work in the of , to become an urban and work. This region leaves, andevenwithpartially if tensions,be a rural place to and heir mythical, of have connections with another representation of of idea the Northeast that to seems emerge inhis anddisc of tour the of “India” disc the Such (1973)of changes Costa. socio-aesthetic-musical Gal out by musician the himself nad contact the with tropicalistas, the mainly participating when inthe are musical and biographical data that an signal transformation. aesthetic This carried be would Throughthe biography the accordionistof Dominguinhos, from beginning the therethe 1970s, of Abstract Palavras-chave: Dominguinhos; acordeon; cosmopolitismo; urbano; Nordeste urbano ecosmopolita. valores docatolicismo popular, consagrada na obra deLuiz Gonzaga, para tornar-se umNordeste regiãoEssa deixa,ainda que parcialmente mítico, ecom umlocal eherdeiro deser tensões, rural de mudanças apontam para outra representação deNordeste ideia da que parece emergir emsua obra. ao participar gravação da “India” dodisco assim como Costa, (1973),deGal desua turnê. Tais por interesses acabo levada musicais doacordeonista contato epelo com ostropicalistas, sobretudo musicais ebiográficos que sinalizamtransformação uma estético-musicaltrajetória. em sua seria Esta Através biografia da doacordeonistaDominguinhos, doiníciodos partir anos a 1970,dados há Resumo ²Doutor emMúsica, professor doDepartamento deMúsica UFPE/. da Professor doPPGM-UFPE. -graduação em Música UFPE da (PPGM-UFPE). ¹ Doutor emHistória, professor doDepartamento deComunicação Professor UFPE/Caruaru. da doPrograma dePós- Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) The accordion Dominguinhos“invention”of and an cosmopolitanof the Dominguinhos ea“invenção”do Nordeste cosmopolita Brazilian Northeast

Eduardo Visconti Gustavo Alonso 2 1

Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) TEORIA E CULTURA 199 , Gal radicalizava sua sua , Gal radicalizava , aparecia um close das , aparecia não se interessou e Dominguinhos e Dominguinhos se não interessou . A partir do disco de 1996 (“Pé de poeira”) de poeira”) A partir. discodo (“Pé de 1996 . Segundo Marcos Farias, amigo amigo Farias, . Segundo Marcos 7 Giulietti Em quase tudo que cercava os tropicalistas os tropicalistas cercava que tudo Em quase 1973, quando era sanfoneiro na turnê do LP LP do turnê na sanfoneiro era quando 1973, da carreira emblemáticos um dos mais “”, da baiana postura rebelde e contestatória e sentava-se num num e sentava-se e contestatória rebelde postura pernas as bem com violão e tocava banquinho família a tradicional a afrontar abertas, de forma Ela a ditadura. apoiava que moralista brasileira indianos em trajes bronzeada, apresentava-se e saia tricotada bustier um “esquálido e com Veja, pena”, (“Que de pescador” rede como seguindo matrizes as 24/04/1974). Seu repertório, e influências diversas misturava tropicalistas, à Dominguinhos de da sanfona instrumentos, pela marcada e bateria distorção com guitarra 1960 anos criticado nos gênero do rock, matriz da folclorista pela esquerda “imperialista” como era 1970, o rock anos nos incorporado época. Já palco No pelostropicalistas. antropofagizado com espaço dividia Dominguinhos disco, e no Horta Toninho modernos como instrumentistas do sanfoneiro e filho da forrozeira Marinês, Marinês, forrozeira e filho da do sanfoneiro em Londres a comprou Dominguinhos sanfonas as com testes de fazer alguns depois as com Ele se pelo lojista. encantou oferecidas instrumento aquele modernaspossibilidades que poderia que permitiriavir e sentiu calhar a que experimentações timbrísticas futuras nas dessaparte vontade Grande vinhaformulando. artista vinha dos novos como de se reconstruir disco de e o trabalho ao lado do novo contatos, laços. estes Gal selava algo modernidadea contracultural, havia de Dominguinhos, das origens tão diferente de . interior de , natural do disco Índia capa Na coberto de Gal, um pequeno por partes íntimas India show No tapa-sexo. . . Poucos . Poucos 5 da Europa, da Europa, . No Brasil, desde Brasil, . No 4 do case e começou do case e começou . ou alemães como Hohner alemães como ou , mas quase ninguém conhecia conhecia ninguém quase , mas . 3 Giulietti Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa Super Modell modelo Super e tornar-se o que se chama entre os músicos de “sponsor”, alguém que recebe benesses e produtos e divulga uma uma e divulga benesses recebe alguém e produtos que de “sponsor”, os músicos entre se chama o que e tornar-se . Dominguinhos praticamente introduziu introduziu praticamente . Dominguinhos 6 Tratava-se de um instrumento importado. importado. instrumento de um Tratava-se Quando Dominguinhos tirou o acordeon o acordeon tirou Dominguinhos Quando Em um dia de gravações de 1973, de 1973, um diaEm gravações de Mas o que tinha aquele instrumento de instrumento tinha aquele o que Mas a Giulietti trouxe Dominguinhos 3 Parte considerável deste relato foi feito por Marcos Farias, sanfoneiro, músico de estúdio, que trabalhava nos estúdios estúdios nos trabalhava que estúdio, de músico sanfoneiro, Farias, Marcos por feito foi relato deste considerável 3 Parte de 2018; em setembro ao autor entrevista concedeu Farias Dominguinhos. eles, entre forrozeiros, vários com de gravação 2012. JACOBSON, ver americana, música na do acordeon a importância sobre um debate 4 Para 2015. IN: ALONSO, pelo Brasil”, disputa “A cap. ver Brasil, no interiorana da música um mapeamento 5 Para a sanfona com capas nas interregno um breve houve verdade 6 Em até 2002 (“Chega de mansinho”), Dominguinhos passou a ostentar outras marcas. Segundo várias entrevistas feitas com com feitas Segundo entrevistas várias marcas. outras a ostentar passou Dominguinhos de mansinho”), 2002 (“Chega até à fábrica de pedir vantagens direito no sentiu-se 90 Dominguinhos em meados dos anos e sanfoneiros, parentes amigos, Giulietti de seu da sanfona a marca E retirou em seus shows. sempre o utilizasse embora o instrumento, ostentar a não passou escrito. nome seu próprio e colocou instrumento 22-05-2008: http:// ver: de Cuiabá, Diário Gal Dominguinhos, Costa entrevista ao exterior, da viagem a menção 7 Para www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=317509 marca, papel que ele já vinha realizando na prática. No entanto, a fábrica Giulietti a fábrica entanto, No prática. na já vinha ele realizando que papel marca, esta marca no Brasil. Durante muito tempo, foi foi tempo, muito Durante Brasil. no esta marca pelo acordeonistas preferidas das marcas uma seu se tornou os EUA e americanos, jazzistas mundo no mercado principal Isso não era novo no meio dos acordeonistas, dos acordeonistas, meio no era novo não Isso como italianas marcas com a tocar acostumados Scadalli, Dallapé O acordeon trazido do exterior era de marca era de marca trazido do exterior O acordeon italiana, a tocar, nem todos perceberam de imediato o de imediato todos perceberam nem a tocar, artista do obra na mudança significado daquela seu se tornou este Desde a partir daí. então, a partiranos e, dos do fim instrumento principal de seus capas nas constantemente 1970 apareceu LPs Giulietti sanfoneiros no Brasil tinham contato com o com contato tinham Brasil no sanfoneiros americano. Dominguinhos entrou no estúdio da RCA no Rio no da RCA estúdio no entrou Dominguinhos Muitos diferente. acordeon um com Janeiro de que o casedo instrumento, esquisito acharam tinhamala, uma mas o como era quadrado, não incomum algo do instrumento, formato mesmo épocana esta marca no Brasil, que hoje é talvez a preferida é talvezpreferida a hoje que Brasil, no estamarca ao nacionais, parte dos acordeonistas de grande lado Scandalli da tradicional em lado ao da cantora estivera onde diferente? diferente? os anos 1940/50 o acordeon ficou relegado a relegado ficou 1940/50 o acordeon os anos música nordestinos, sejarurais, forrós gêneros e vanerões e sertaneja Centro-Sul no caipira do país Sul no gaúchas e canções 200 TEORIA E CULTURA como odalisca” pintada (...) de brincos, boca e vestido espetáculo amigo dosbaianos, “compareceu àestreia do de demarcar que Wally e Saillormoon, poeta públicoem seu eamigos. Arevista fez questão comportamental encontrava eestética deGal eco baianos emfinsanteriorda década transformaçãoda na operada MPB pelos musicalmodernidade dosanos 70,admiradores “hippiespelos de sempre”, jovens afinados à arevista Veja,Segundo opúblico eracomposto e menos folclorizado. jazzísticas para revelar umregional mais urbano para amúsica regional, que utiliza as conquistas trajetória deDominguinhos umoutro sentido com estrangeirosarticulados parece assumir na disco deGal disco DupratRogério departedosarranjos cuidara do Tiso no órgão, dentre outros. Oinventivo maestro na Menescal guitarra, Roberto aoviolão, Wagner de comunicação na época “sanfoneiro-pop”, como definiram vários meios transformando o interiorano de Garanhuns no um dosgrandes sucessos comerciais daquele ano, de Dominguinhos (emparceria com Anastácia), Gil Veloso eCaetano Gilberto entre 1969e1972. voza porta preferencial das canções dos exilados trajetória cantora da baiana, que havia tornado se que agora ganhava ares reciclados eganhos música brasileira, comum antes, desde mas interseção entre etradicionais modernos na Dominguinhos representava uma na época as novas linguagens Atrajetória dojazz. de “moderna”, cortejado sendo e aprendendo misturando com hippie uma artista de Luiz Gonzaga, excursionava Europa, pela se Dominguinhos. forrozeirada Marinês e amigo próximo também confirma essa mudançapostura na aocobrirda mídia carreira a de 12 Tarik “O deSouza, herdeiro dorei, Veja 1976-07-21,pp. 69-70. Ementrevista, oacordeonista Marcos Farias, filho 11 Veja, 18/04/1973,p. 81. 10 Para uma análise dopúblico quando volta ALONSO, da eGil deCaetano em 1972,ver: doexílio 2013. Verde”. violão em“Desafinado”; Wagner Tiso: órgão em “Ponto de Luz” e “PresenteCotidiano”; percussão em Chacal: “Milho “Presente Cotidiano”; Mario Tavares: regência dascordas em “Índia”; Tenório Jr.: órgão em “Volta”; Menescal: Roberto eefeitos;percussão Duprat: Rogério deÍndia; recriação Arthur Verocai: arranjos eregências em“Pontos deLuz” e 9 Dominguinhos: acordeon; : guitarra; Luiz Alves: contra-baixo; Silva: bateria; Roberto Batera: Chico 8 “Que pena”, Veja, 24/04/1974. O show teve grande repercussão naquele ano. Em 1973,Gil gravou “Eu quero só um xodó”, Um sanfoneiro tradicional, oriundo doforró Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) 9 . Ageleia geral degêneros nacionais 11 . Índia tornou-se um marco da 12 . tropicalista, 10 . A crítica . Acrítica Morais puxava ofole de8baixos, Neném Hotel Tavares Correia, o principal cidade. da Valdomiro, na de5–para tocar na escadaria (como Dominguinhos era chamado), de 7, e a mãe oscolocou –Morais, de10anos, Neném à filhos música. de Num dia mais necessidade, sanfonas eagricultor, logo aproximou três deseus Pobres, como tantos outros. pai, afinador Seu de fevereiro de1941emGaranhuns, Pernambuco. Josénasceu Domingos deMorais em12de a trajetória dosanfoneiro Dominguinhos. sobreartigo ainda éfruto deuma pesquisa inicial grande complexidade etambém porque este questões. Parcialmente, poisquestão são de Este responder artigo visa parcialmente estas parasearas que conjunção esta pudesse ocorrer? Quais osganhos edisputas uma dessas emcada avesso ainovações, como éoforró tradicional? sanfona incorporada num ser jazzística meio 1970 enão antes? deuma osignificado Qual foi possível aí, só na primeira dosanos metade a repensar oarcaico? Por que conjunção esta e vanguardistas, que paradoxalmente voltaram tropicalistas, artistas esses são Quem modernos encantou sonoridade pela etimbres jazzísticos? que interessou se hippie modernidade pela cenário. éeste Quem sanfoneiro interiorano tematizado bibliografia? pela que oNordeste urbano ecosmopolita émenos considerável bibliografia da cultural nacional:por mas que frequentemente ésubestimado por parte anos 1970nos permite repensar umtema batido, leitura doNordeste por realizada músicos nos diferenciados para ambos nova Esta oslados. Filho de família de 16 filhos, Dominguinhos defamília de16filhos, Filho entãoResta como saber chegamos até este * e se ese Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) TEORIA E CULTURA 201 . Ao chegar na capital capital na chegar . Ao 15 . 16 . Anos mais tarde, em 1954, munidos munidos em 1954, tarde, mais . Anos 14 [Gonzaga] tinha uma fragilidade nos rompantes. tinha fragilidade uma [Gonzaga] rompantes. nos ele Porque coisa. muita atrapalhava vezes, às Isso, apertadas, e muito medidas, assim, umas tomava ele pra dias levava sedepois, a pessoa longe, morasse não perto, se morasse pedir desculpas, Agora, etc. pedia ele que desculpas. Isso dez minutos demorava fragilidade era uma mas de nordestino, coisa é uma dele, grito levei muito mesmo tinha. ele Eu que A escola não era uma constante e constante escolaA uma era não Mais tarde, Dominguinhos também ganharia ganharia também Dominguinhos tarde, Mais Dominguinhos não foi além do segundo ano além do segundo ano foi não Dominguinhos primário uma sanfona de Gonzaga e se tornaria o filho e se tornaria de Gonzaga sanfona uma com tinha. relações não as Como Gonzaga que em tensas, parte eram o filho e em parte biológico era pai não Gonzaga porque foi Dominguinhos políticas, devido diferenças às do “rei preferido o acompanhante se tornando fazia do mestre, a sanfona Carregava do baião”. sempre estava trabalhospequenos turnês, nas calado, ficar a também e a aprender disposto relação daquela dinâmica a reconhecendo forte, temperamento de homem um de patriarcal anos Dominguinhos o próprio se recordou como tarde: mais carioca, foram morar em Nilópolis, subúrbio subúrbio em Nilópolis, morar carioca, foram porta na do “rei E bateram capital. da então pobre logo este Gonzaga, Reconhecidos por do baião”. de oitenta sanfona uma com Morais presenteou a seguir passou mestre o Dominguinhos baixos. comecei de idade, 13 anos “com em todo canto: o fim da vida. até e foi Gonzaga com essa amizade levava me (RCA), gravadora pra Ele levava me e tinha ele amigos que era canto quanto tudo por apresentava” me do endereço de Gonzaga, a família toda se mudou toda a família se Gonzaga, de mudou do endereço de pau- de 11 dias depois o , para em o transporte era conhecido como de-arara, época na os migrantes para comum caminhão pobres mais nordestinos . 13 Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa Nós não podíamos ultrapassar o portão, aquela aquela o portão, podíamos não ultrapassar Nós dia, naquele bem: aí, de hospedes... Pois coisa para salão, no lá dentro, tocar para puseram nos pessoas, essas estava pessoas algumas entre e, tocamos nós Aí, (...) essafigura. Gonzaga, Luiz dez pessoas, umas que mais cidadão, aquele para no a mão meteu ele Aí mesa grande. numa estavam meu a entregou e um bolode dinheiro bolsotirou e importante o mais e, velhinho era o mais que irmão, dele o endereço alguém escrever mandou de tudo: pendesse se um dia, a gente que, do Rio de Janeiro conheci eu que assim Foi ajudar. ia lá,nos ele pra sem era ele saber Gonzaga quem Luiz Neste primeiro encontro, definidor de sua de definidor encontro, primeiro Neste 13 Entrevista acessada em 15/10/2018: http://www.defato.com/noticias/13165/o-herdeiro-do-rei 13 Entrevista 69-70. , 21/07/1976, pp. Veja do rei”, herdeiro 14 “O Nos segundo a região. do tempo ao longo mudou nordestino dos migrantes massa de transporte o 15 SegundoVilla, (especialmente o trem destacou-se parte, fez Dominguinhos do qual de nordestino, do êxodo em massa anos primeiros (VILLA, o ônibus comum a ser mais 60 começou A partir dos anos “pau-de-arara”. e o caminhão baiano) o interior para 2013). 16 http://www.defato.com/noticias/13165/o-herdeiro-do-rei biografia, aconteceram dois fenômenos muito muito fenômenos dois aconteceram biografia, Gonzaga: a Luiz se refere quando mencionados camadas as com a caridadee a interlocução de toda trajetória, sua longo Ao populares. para a doação de dinheiro estimulou Gonzaga pessoas variados e pelos diversas mais mais as doações de inúmeras fez como assim motivos, das de uma Trata-se pobres. a tocadores sanfonas tão bem nordestino, do tradicionalismo marcas Durval por de Albuquerque apontados Muniz do Nordeste”. invenção “A (2009) em seu clássico uma ilustra gonzaguiano O paternalismo é a a dádiva onde tradicional, de política forma que moeda simbólica de troca relação de uma e visa configurar musical além do campo vai social ordem baseadauma de relações nas o padrinho se tornaria Gonzaga apadrinhamento. de Dominguinhos. tocava pandeiro e Valdomiro tocava melê, um melê, tocava e Valdomiro pandeiro tocava fabricava. o pai de percussão que instrumento carregava que de madeira um aro de Tratava-se que o esticada, simulando pneu de câmara uma O próprio seria da zabumba. tarde o papel mais desse dia especial: se recordou Dominguinhos 202 TEORIA E CULTURA como umproduto cultural massivo. mundo música da eproduzido pensado sendo já Gonzaguiana, osanfoneiro foi introduzido ao canção.desta forma De que, na articulação repertório.seu Dominguinhos gravou oacordeon escuro Radiolândia musical em 1957, quando jornalistas Revista da apresentou Dominguinhos como herdeiro seu indústria tempo, cultural de seu Gonzaga o “príncipe dobaião”. Grande da articulador rei”, tornando-se nos dizeres deTárik deSouza, apresentado àimprensa como “herdeiro do Dominguinhos foi batizado no emque dia foi em sua própria formação deacordeonista, professor (Domingos Ambrósio) importante sobrenome domenino etambém emumantigo como Neném doAcordeon. Inspirado no Dominguinhos, que até então eraconhecido patriarcal bastante nordestina, batizou 18 ORTIZ, 1989;RIDENTI, 2000; MORELLI, 2009.Para uma ver crítica, NAPOLITANO, 2001. 17 http://www.defato.com/noticias/13165/o-herdeiro-do-rei, em10/10/2018. acessado Pois foi Gonzaga que, diante relação dessa ele tinha essa fragilidade essa ele tinha Pereira, interior deJaneiro]. doRio doestado Então a lua de mel [em Miguelna lá fazenda dele (risos) eu quero opadrinho” ser (gargalhada). Eu passar fui procurou e disse “Quando vai o casamento ser que embora.Aí eufui Veja dias depois, ele bem, me mais ver lhe aqui, desapareça!”. Olhe aí orompante. fazer uma coisa dessas. Vá simbora que não quero é doido? Você rapaz! é um artista, Você não pode não caso, como éque vai você casar com 17,você éummenino.você Eu com casei 34anos equase “Mas émotivo issolá casar? devocê Você espere, Domingos?” Eu digo, “Seu Luiz, Janete grávida”. está conheço! eulhe históriasei, Que decasar éessa rapaz! Você édoido, é?Você não édoido que eu me deuumgrito “O que que me contando tá você rapaz,Ah, foi mesmo que ter um tapa dado nele. Ele Pode falar meu filho!”. “Seu Luiz eu vou casar”.ter de e disse“Seu Luiz euqueria falar com oSr”. “Que é? estava grávida comunicar e eu fui a ele. Aí eu cheguei 17anos. (1958)eutinha Quando Janete eucasei malandro, “bomcabrito não berra” (gargalhada). fui e fiqueivencendo,calado porque, como dizo , que viria a ser umdosgrandes aser sucessos, que de viria Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) foram cobrir agravação deForró no 17 . de grande porte sempre bancadas por empresas comerciais divulgar. parapolêmicas se Suas turnês eram figura costumaz em de revistas fofocas, inventava massivo-popular. Como nos lembra Jesus de Gonzaga. era oherdeiro Ele deumgênero quandoinserido foi anunciado como herdeiro entre ajuventude, oque muito obeneficiou. Nos anos 1950 oacordeon erauma grande moda gravadoras sobretudo época, da aRCA Victor. que daí advinham sonoras dorádioedasapresentações aovivo foram formuladas dasnecessidades apartir sanfonana da escolha quanto deforró, dotrio Suas transformações estéticas tanto e estilísticas, através deconcursos radiofônicos decalouros. novas dinâmicas opressoras. potenciaisrealidades para músicos enão apenas indústriada cultural novastambém traz como enfatiza Tim Blanning (2011),aformação patrimoniais ecoronelísticas. forma De que, com autonomia pouca daslógicas para além antes relegados às esferas regionais eou locais autonomização departeconsiderável deartistas indústria cultural, trouxe profissionalização e 1940 e1950.Aentrada degêneros musicais, na dosanos consolidoua partir 1930ese nos anos começou surgir ase na música popular doBrasil longas turnês, erevistas cadernos culturais. Tudo Rádio, patrocínios,época. indústria dodisco, produção, disseminação e distribuição de sua conjunta com omundo empresarial-cultural de compor deforma edivulgar eram já articulados verá depensar, que modo oseu agir, produzir, atenção, comGonzaga adevida for observada se anos 1970 consolidadoque se teria no Brasil apenas nos dos meios culturais deprodução econsumo um determinado superior estágio earticulado que apenas entende aindústria cultural como história doBrasil. Há uma vasta bibliografia indústriada deutardiamente cultural se na Pois foi nesse mundo que Dominguinhos foi A trajetória de Luiz Gonzaga começou É comum pensar que aconsolidação 18 . No entanto, a carreira se de Luiz 20 19 . Sua vida se fez. Sua através se vida das . Gonzaga lançou foi modas, Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) TEORIA E CULTURA 203 : Capinam : Capinam Para os estudiosos e amantes de sanfona, sanfona, de e amantes estudiosos os Para quando realizou sua primeira gravação com com gravação primeira sua realizou quando encontrava-se 1957, Dominguinhos em Gonzaga e do baião” “rei do hegemonia fim início do da no do acordeon. dao declínio popularidade para críticas décadasas foram 1950 a 1990 A autora Brasil. no apenas Não o acordeon. (2012) mostrou Jacobson Marion americana this: a social “Squeeze em seu history livro of destronado foi o acordeon como the accordion”, a partir do advento americana da cultura como visto sendo crescentemente do rock, de textura “brega”, “menor”, um instrumento vivemos Brasil No e “velho”. “exagerado” “bruta”, do violão A hegemonia semelhante. fenômeno formação da e a nova Bossa e da MPB nova deslocaram bateria) guitarra, (baixo, do rock que processo rurais, os gêneros para a sanfona 1940, desde os anos jáela vinha percorrendo e estilizou Gonzaga artistas como quando e & Tinoco e Tonico um Nordeste “inventou” paulista o caipira e inventaram estilizaram outros de seu comerciais gravadoras das grandes através que, custa lembrar 2015). Não (ALONSO, tempo era o acordeon e do rock, da antes vidaa chegar Por valorizado. muito instrumento do o ostracismo começou quando profissional Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa de sua época, que já estava bastante consolidada, forjando uma linguagem massiva e popular, que só pode que ser e popular, massiva linguagem uma forjando consolidada, bastante época,de sua já estava que da época. Embora o baião já existisse em alguns dos interiores do Nordeste da infância de Gonzaga, indústria de Gonzaga, da infância do Nordeste cultural da época. dos interiores já em alguns o baião existisse Embora A carreira de Dominguinhos será confrontada será confrontada de Dominguinhos carreira A 19 A invenção do baião radiofônico ilustra bem essa comunhão entre a cultura popular e os novos formatos propostos propostos formatos e os novos popular a cultura entre bem essa comunhão ilustra radiofônico do baião 19 A invenção pela não que o trio de forró, instaurou Gonzaga exemplo. por instrumental, formação de sua acerca convenção havia não do rádio ao mundo conveniente fosse sonoramente que da de se necessidade um produto ter antes nem dele antes havia dependendo instrumentais, convenções diversas comum era Gonzaga, de Antes 1940. anos nos Brasil no se formava que e melê de pandeiro, era composto seus irmãos, exemplo, por com teve O grupo Dominguinhos que de cada região. muito de pífanos, das apresentações a partir dos acompanhamentos a zabumba ideia de introduzir teve Gonzaga sanfona. em plena popular, espécie de biscoito chinês, de cavaco um vendedor ao ver O triângulo veio região. em sua comuns teclados, do lado dos e a zabumba se da o triângulo percebeu ficasse que do safona lado dos baixos então Gonzaga Recife. sanfona sido tocados numa haviam Aliás, nunca os baiões tocados infância em sua dapoderia sanfona. o som equilibrar instrumento de 8 baixos, sanfona diminuta numa mas da carreira, auge no tocava Gonzaga a que como de 120 baixos, do rei serde “o antes Gonzaga, possibilidades. limitadas lados), com e botõesdois dos sem(apenas teclas bemmenor, que teve pela conjuntura, Forçado sanfona. em sua e rancheiras , valsas, polcas, tangos, tocou baião”, infância. sua de musicais lembranças aquelas caro) (e complexo instrumento um para transportar de forma uma inventar a indústriamediada com um flerte popular da cultura como deve ser entendida de Gonzaga a produção De forma cultural pensada de forma conjugada às realidades complexas de um país crescentemente industrializado e em modernização e em industrializado crescentemente de um país realidades complexas às conjugada pensada de forma relativa autonomia uma Brasil no se do século o Brasil constituiu que como acelerada do mercado XX. Ou seja, é através de seu estágio quanto de seu povo tanto um dos reflexos popular a música e seus artistas, tornando musical do campo ao Museu de Gonzaga ver: a estilização de Gonzaga, estética entrevista Para e industrial. econômico de desenvolvimento Revista Rolling Stone Gonzaga”, Luiz entrevista – Capinam do baião rei e do Som, 06.09.1968. “O da Imagem 2013. SANTOS, também 06-10. Ver pp. 04/04/1972, Gonzaga, entrevista patrocinadores maiores de 1971: “Os em entrevista fez como empresarial, desse apoio se gabava Gonzaga 20 O próprio Aguardente o norte, Para Sul. no Isso Caboclo. Café Cinzano, Roda, Martini, Alpargatas Brasil, o Moura foram: eu tive que 17/08/1971 Gonzaga, de Luiz entrevista O Pasquim, Paulistas.” Lojas Casas Pernambucanas, Chica Boa, Pitú, Serra Grande, com dilemas parecidos, mas de sentidos e sentidos de mas parecidos, dilemas com sobretudo dos de Gonzaga, distintos resultados do simbólico ao imaginário se refere que no viveu Gonzaga nacional, o sucesso Até Nordeste. gonzaguiano O auge ascendente. carreira uma podepartirA 1955. a 1945 de ser fim do datado verdade na que da “modas”, década de 1950 duas A apareceram. “modas”, do que mais muito eram grande a partir de 1958/9, seduziu Bossa Nova, Logo jovem. parte da média classe universitária hegemonia sua em seguida, e aprofundando que o rock, veio década na seguinte, popular que, De forma populares. camadas as embalou Martin-Barbero (2004), os gêneros massivo- os gêneros (2004), Martin-Barbero de mediações através são construídos populares, de industriais e dos meios popular da cultura Diferentemente divulgação e consumo. produção, não distintamente, que, Adorno, Theodor de reproduzida música na valor qualquer reconhecia percebeu o tanto Barbero cultural, pela indústria e cerzido incorporado foi que popular da cultura legitimações se massivas. construísse que para do popular, é independente não O massivo já estavam que articula e sentidos ele valores contexto em novo traduzindo-os presentes, 2004). (BARBERO, 204 TEORIA E CULTURA noite: tocar outros gêneros quando começou atocar na acordeon, Dominguinhos teve que virar para se matriz gonzaguiana. Epara continuar aquela aquelestodos que identificavam se com a Anastácia, Trio Nordestino, Marinês, enfim, apresentaramse Gonzaga, Dominguinhos, “sombrio” dosanos 1960/70emSãoPaulo. Lá a sobrevivência dogênero durante operíodo lettrela migrantes. Misto deshow decasa eONG avant juntavam pequenas multidões de nordestinos deshowuma casa que levava nome, seu onde fundou na São PauloSertanejo dos anos 1960 Sertanejo. Baiano, migrante, sanfoneiro, Pedro Cantagalo,do selo aPedro que pertencia conseguisse suas primeiras gravações através gonzaguianas permitiu que Dominguinhos 22 Entrevista deAnastácia aosautores, SãoPaulo, 03-02-2018. 21 http://www.defato.com/noticias/13165/o-herdeiro-do-rei, em10/10/2018. acessado A decisão denão abandonarA decisão as matrizes nunca cair deixei apeteca música. Fui participando de tudo e, a Deus, graças uma miscelânea danada eissofoi fazendo aminha de Arlindo. (...)Aí eutocava com eles era todos, Guimarães.de Rogério também oregional Etinha era oregional Santana, deDécio Tupy na Rádio era deme Aí virar. eutinha (risos). Na Nacional Rádio quanto dois eutinha eralado: “bacurinzinho”, né? porque eutocava também. lá Eu me virava detudo do Acordeom que tocava comigo Nacional, na Rádio mundo. Aíconheci já , conheci já Chiquinho eu tocava moderno, tocava acompanhando todo tocar com Luiz Gonzaga, que eununca abandonei, os idiomas. músicos desses Eeufui que, de além noiteda aprende muita coisa eatocar emtodos coisas Fui todas. músico noite, da então, músico doGil, Gal, dosNovos da a época Baianos, essas porque bossa-nova, peguei várias épocas: eupeguei (primeiro nome Então, artístico). issome ajudou, conjunto debaile, tudo como Neném doAcordeom procurando. Toquei emboate, toquei emdance, tive davam otom entravam já cantando eagente saia o meu ouvido: acompanhando calouros que nem Gonzaga, eutocava na rádioeissoaguçava muito Eu deimuita sorte porque, detocar com além , oForró do Pedro permitiu Sertanejo Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) 21 . Rio deJaneiro,Rio emabril de1972.Produzido por curtir”, realizado no Teatro Teresa Rachel, no Caetano, eGil no Gal show “Gonzaga volta para nacional quando regravada Gil. por Gilberto como umarrasta-pé, teve mas repercussão só quero um sidogravada xodótinha já por Marinês a trajetória deDominguinhos eGonzaga. Eu só traduzidas por mediadores fundamentais para MPB, da e artistas foi necessário que fossem chegasse aosouvidos dasgravadoras, rádios produçãoessa aomercado adequada decanção sede musicais como Eu quero só um xodó eTenho mercadológicas motivos, antenada às demandas das canções tocava, começou afazerrecortes eescolher as inúmeras que variações o instrumentista forrozeira Anastácia. Foi ela quem, vendo de 1967ele relacionou conheceu ese com a que cantor. como era,osanfoneiro eramais instrumentista tornar também cantor. No entanto, virtuose Gonzaga sempre sugerir a Dominguinhos a se de extrato popular. Aponto de, nesse período, crescentementevinha dasrádios esvaziada sendo instrumentais, quando aprodução tipo desse Ainda havia o“agravante” deserem discos de inovação aobras deoutros época. da artistas disso,além que já estes pouco traziam discos era o“príncipe dobaião”, mas nãomuito ia criativovirtuose, e profícuo, Dominguinhos público do guetificado forró deentão. Visto como (1965) e“13dedezembro” (1966). de 1964. Depois vieram “Cheinho de molho” LP sintomaticamente chamado de “Fim de festa”, lançou primeiros seus o primeiro sendo discos, ediminutaespecializada que Dominguinhos Cantagalo. Foi por gravadora esta extremamente grandes gravadoras, Pedro fundou a Sertanejo história que não mais interessava tanto às Dominguinhos foi visto baianos pelos A virada só aconteceu só A virada quando, apartir, Estes trouxeram discos reconhecimento no começaram produzidas. aser Mas para que 22 . Foi daí que apartir safras * Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) TEORIA E CULTURA 205 , . 26 indústria na cidade. cidade. na . Já havia modelos com duplo duplo modelos com havia . Já 27 Giulietti Super Model era Model Super da Giulietti diferencial Outro Foi com Gal em Londres que Dominguinhos Dominguinhos que Gal em Londres com Foi seu som com duplo cassoto. Nas sanfonas sem sanfonas Nas cassoto. duplo seu com som são chamada (como castelos quatro há cassoto alinhados ao de um acordeon) internas gaitas as duplo com sanfona Na de todo o teclado. longo estão desalinhados, castelos destes dois cassoto, um “aveludado”, mais um som proporcionando macio mais timbre canção originalmente instrumental da fase inicial instrumental originalmente canção do sanfoneiro. da carreira Giulietti sanfona sua Super Model comprou que instrumento um de Tratava-se vimos. como não que algo de fábrica, já vinha microfonado teclados nos tinhae registros 24 Brasil, no havia disse- chegou”, quando coqueluche uma “Foi era linda, “Era em entrevista. Farias Marcos me fora. pra macio, absurdo, som Um compacta! A natural! eletrificação épocamuito para Uma dinâmico microfone com só tinha captação gente meio embolado som aquele e ficava do fole dentro captação com tinha E ela bonito, um som médio... maravilhosa!” Era (dos teclados). tampa na cassoto usados por sanfoneiros como Orlando Orlando como usados sanfoneiros por cassoto do Acordeon (1922-1993) e Chiquinho Silveira Scandalli, da marca gostavam (1928-1993), que Dominguinhos, além do próprio italiana, também o entanto, No possuía uma. também quem a ser conhecido começou da Giulietti som mais e seus graves aveludado mais ainda como ideal um instrumento realçados. Tornou-se seus incrementar queriam que os músicos para permitia pois harmônicos, acompanhamentos , que sempre lhe providenciou sanfonas a seu gosto e, a partir e, a seu gosto sanfonas lhe providenciou sempre , que Eu , uma , uma 25 . Gil gravou gravou Gil . Índia . Em 1971 Gonzaga . Em 1971 Gonzaga 24 . 23 Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa , fez contrato com a fábrica nacional Todeschini nacional a fábrica com contrato , fez O próprio Gonzaga, que durante os anos 1960 os anos durante que Gonzaga, O próprio O espaço mítico do sofrimento, compartilhado no sertão, cede espaço à individualidade e anonimato da cidade, da cidade, e anonimato cede à individualidade sertão, espaço no compartilhado do sofrimento, O espaço mítico há Não Se a cidade(modernização) é constatada. ela do sertanejo. em Gonzaga aqui é negada, a angústia aprofundando de saudade. idílico a um espaço imaginado de um retorno viabilidade de 2018. via por digital em setembro aos autores Farias de Marcos 26 Entrevista em os shows eram prática sua pois cassoto, duplo com tipo de sanfona este usou nunca exemplo, por Gonzaga, 27 Luiz um timbre era necessário radiofônica carreira início de sua E no fazer. adorou sempre ele que pública, caminhões e praça até semelhante, forma 1930 e 1940. anos De médio dos gosto ao afinado e mais dissonâncias poucas com aberto, mais além de pois sem cassoto, aberto”, “mais o som a preferir tendem gaúchos fazem baile populares que sanfoneiros hoje, De forma esse tipo adequada para de evento. mais como sentida textura uma tem baratos, mais serem os instrumentos da dentro da carreira partira momento e, determinado de sem cassoto sanfonas preferiu sempre Gonzaga que cultural 23 O cineasta Leon Hirszman escreveu: “Não perca. É uma maravilha. Vá aprender com Luiz Gonzaga.” Textos de Caetano Textos Gonzaga.” Luiz com aprender Vá maravilha. É uma perca. “Não escreveu: 23 O cineasta Leon Hirszman 23/03/1972. Hora, Última Jornal no originalmente publicados e de Hirszman e Caetano. de Gil composições as elogia muito e do Som (06/09/1968), Gonzaga da Imagem ao Museu 24 Entrevista como do sertão típicos nordestino os elementos onde do Nordeste, representação outra para já aponta 25 A canção contrariado de um sertanejo vivendo melancólica servem à lembrança outros entre torresmo, a caatinga, de determinado momento, brancas, cor de sua preferência. Dominguinhos já vivia outra época, na qual os gostos e os época, já os gostos vivia qual outra na Dominguinhos preferência. de sua cor brancas, momento, de determinado e de desejar misturas. o som com de lidar forma permitiam outra mecanismos tinha tido um comportamento entre irônico e irônico entre tinha tido um comportamento da MPB, geração a jovem conservador com para a, partirpassou da virada da década, incorporar artistas aqueles e elogiar gravou o disco “O canto jovem de Luiz Gonzaga”, Gonzaga”, de Luiz jovem canto o disco “O gravou artistas como de jovens canções regravou qual no e Dori Vandré Capinam, Lobo, Edu Gil, Caetano, interesse o crescente vendo Em 1972, Caymmi. idealizou ele obra, a sua em relação da juventude curtir”. para volta Gonzaga “Luiz o show de apoio. seu era sanfoneiro Dominguinhos para Dominguinhos Gal chamou Impressionada, discoe seuem tocar show em 1973. Em em compacto xodó um só quero , de Dominguinhos sede Tenho gravou 1975 Gil sertanejo Lamento e letrou e Anastácia, Jorge Salomão e Capinam, o show teve muita muita teve o show Capinam, e Salomão Jorge do voltado haviam CaetanoGil e repercussão. início daquele no o Brasil para exílio londrino pela crítica, e louvados Entusiasmados ano. não que atenção a com a ouvi-los passou que entre do tropicalismo, do auge quando tiveram entrevistas em várias falaram 1967 e 1968, eles era composta brasileira a trindadeque musical GilbertoLuiz e João Caymmi, Dorival por regravado Caetano havia exílio, No Gonzaga. LP de 1971 e era um entusiasta no branca Asa de o show vezes três “Vi do pernambucano: que (...) É o espetáculo bonito Gonzaga. mais velho é um Gonzaga Luiz se possa imaginar. 10!”, (...) Nota é genial Dominguinhos ‘retado’. disse o baiano 206 TEORIA E CULTURA década de1950(SARAIVA,década 2007). do processosambada ao final de modernização qual Joanade status tal Saraiva social verificou no sonoridade mais urbana ecosmopolita, umsigno na concepção do sanfoneiro, parece carregar uma regional. Nesse processo, que percebe-se ojazz, domínio ao seu linguagem da eram articuladas outras com maior escalas tensão melódica, (dissonâncias)extensões eimprovisações sobre técnicas frequentes no como jazz acordes com que a incorporação de Assim,algumas observa-se Dominguinhosgerações. também oouviu muito. Damme (1920-2010), americano que inspirou muito conhecido entre osjazzistas foi Van Art como Dominguinhos tocava. Outro acordeonista de Gonzaga, foram ospais estéticos forma da Chiquinho doAcordeon eSivuca. Os três, além dos anos 1960,apresentado por Orlando Silveira, Dominguinhos meados escutando desde vinha já americano Frank Marocco (1931-2012), que entusiastas Giulietti da apreendidos Um época. da dojazz dos NovaBossa emisturá-las aosacompanhamentos harmônicasexperimentações na cristalizadas dissonantes (acordes modernos). uma melhor projeção desons simultâneos aos poucos. Não obstante, em 1973 foi já sentida acordeon foi entrando na obra deDominguinhos “estranhas” à linguagem mais regionalizada do 21, pp. 69-70. ‘Dominguinhos dodisco 30 Crítica menino Dominguinhos’, por Tárik “Um deSouza: apelo ralo sonoro”, Veja 1976-07- 29 Entrevista doacordeon deCicinho aosautores, Olinda, 30/01/2018. 28 http://immub.org/album/festa-no-sertao, em18/10/2018. acessado LP Festa no Sertão aí que fazer Dominguinhos podia Observa-se As conquistas denovas harmonias e melodias Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) 28 eraoacordeonista “Domingos, menino Dominguinhos”, de1976: demarcou Tárik na aoLP deSouza crítica Alguns não gostaram dasmudanças, como foi desenvolvendo se eprofissionalmente. técnica gradualmente aolongo Dominguinhos década, da MPB.da cabelos longos, docontato fruto com oshippies foi decenário. usado Dominguinhos aparece com onde tirar a fotosertão capa da e um descampado do anos 70.Morando emSãoPaulo, não havia eusava típica moda da umaScandalli camiseta Cantagalo, Dominguinhos aparecia ainda com a ao se compararao se as apresentações aovivo eos Música “àsfugir doforró”. limitações Em1979aRevista referências dosanfoneiro como uma forma de Sudeste, que interpretou abusca deoutras a Dominguinhos ganhar espaço na do mídia aaproximaçãoSouza, MPB da tornou possível dono festa da colocou daquele odisco em umcasamento na roça. Na pausa dotrio, o morava no interior dePernambuco etocava espanto que teve ao ouvir aquele novo som: “Eu de Dominguinhos, relatou ementrevista o do Acordeon, que mais tarde tornaria se afinador por alguns sanfoneiros. O acordeonista Cicinho som que eradiferente detudo que eutocava” (...) Fiquei dias,semanas tentando tirar aquele Sertão eu nunca ouvido tinha falar. EraoLPFesta no A partir desse momento, desse A partir vez mais ecada Na capa deste LP, ainda gravadora pela Mesmo com a má vontade deTárik de de Luiz Gonzaga sanfona/até raiar’,o sol como ensinou o sábio baião harmonizações virtuosísticas, ‘no resfolego da uma faixa única detoque solto, excessivas sem discípulo nos shows aovivo. No disco, não há mestre, que, no entanto, sempre acompanha o Dominguinhos prescinde do lição a essencial demaisexigido nas duas últimas inabilidades, Mais instrumentista que compositor ou cantor, garantiu que havia “dois Dominguinhos” (1973) eamúsica título foi umchoque! 30 . cabra que 29 . Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) TEORIA E CULTURA 207 . 34 . Ao apontar apontar . Ao 33 . No entanto, a imprensa a imprensa entanto, . No 36 lançou a lançou O Cruzeiro . A revista 35 : como você acha que o público nordestino nordestino público o que você acha como : Pergunta incrementado? o seuvê forró bons com vê não ele que acho : Eu Dominguinhos pode observar discos são meus que Você olhos. eles encontram assim mesmo e bem simplificados nordestino público O dificuldadeassimilação. de é forró meu que acha de mim, mas muito gosta esse olhar por formos Se sofisticado. um pouco dos mais músico é um Paschoal o Hermeto lado, forró tocador de é um no entanto e sofisticados em discos, sou penso que, realidade eu até Na nato. poda um pouco inclusive, Isso demais. comedido no tocando estou vezes Às minha criatividade. de desenvolver dá vontade me de repente, e, estúdio A imprensa insistia nesse balanço entre balanço entre nesse insistia A imprensa era a “urbanização” do forró, como fez na faixa faixa na fez como do forró, “urbanização” era a ano do disco daquele O Verão Chega Quando os você abra “Dominguinhos, do sanfoneiro: é o Nordeste com seu compromisso que olhos pra Daqui o forró. urbanizou Você sério. muito melhor!” ser tudo que tem frente folclore e modernização. Os títulos de matérias matérias de títulos Os e modernização. folclore “O escreveu: revista A SomTrês isso. refletem tempo em um sanfoneiro de ser’ não ou ‘ser de Hamlet” notava, este “estilo próprio” aparecia mais nos nos mais aparecia próprio” “estilo este notava, isso, sobre discos. nos Perguntado palcosque do 1979: em afirmou Dominguinhos Dominguinhos como um “urbanizador”, Gonzaga Gonzaga um “urbanizador”, como Dominguinhos folclórica de matriz o seu papel reforçava manchete: “Dominguinhos sai dos forrós para para dos forrós sai “Dominguinhos manchete: período Nesse de afirmação pessoal, a MPB”. da década 70 e fins anos o fim seguinte, entre o seu em entrevista enfatizava Dominguinhos de modernizador lugar . O crítico Silvio Silvio . O crítico 31 . 32 Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa “Um acordeonista capaz de mesclar brilhantemente brilhantemente de mesclar capaz acordeonista “Um do jazz dos arrasta-pés harmonias às o primitivismo erudita. Seu é brando, da toque música mesmo e até arpejos e não que floreios de repleto delicado, sutil, especializado um pianista envergonhado teriam se pode dizer que Não (...) e Debussy. em Chopin só de um público seja intérprete Dominguinhos a nordestinos, se não somente destina arte sua (...), o ou o baião com aos deslumbrados ou ele, como suave, além. Cantor mais vai Dominguinhos xaxado. o folclore, já transcendeu majestoso, instrumentista de em personagem terra e transformou-se a sua E de todo o país”. toda a MPB. Gonzaga optou por não brigar com essa com brigar não por optou Gonzaga O forró, de produto nacional massivo nos nos massivo nacional de produto O forró, 31 “Dominguinhos, uma mistura de forró e Jazz”, Revista Música, 02/10/1979. Revista Música, e Jazz”, de forró mistura uma 31 “Dominguinhos, 2001. NAPOLITANO, ver da crítico MPB, esse reposicionamento 32 Para ME QUEM Gonzaga Luiz Participação: Silva) / Abel do disco de 1980. (Dominguinhos Faixa o verão”. chega 33 “Quando 103.0350 Victor EU (1980) RCA SOU LEVARÁ com de Gonzaga essa urbanização de apontar fazia questão famosos, mais um de seus parceiros Teixeira, 34 Humberto 1972: https://www.youtube.com/ Proposta, Programa MIS; TV no de Gonzaga Tupi, Depoimento frequência. muita watch?v=VU3q6oFGfS0 1980. Maio, Revista Soares, Somtrês, Dirceu por de Hamlet”, em tempo de um sanfoneiro n_o ser’ ou ‘ser 35 “O padrinho Luiz o velho como “Tendo de Gonzagão. o cetro a rejeitar até chegou 80 ele dos anos momentos 36 Em alguns estilo’, próprio meu o tenho ‘Eu do baião. pertence ao rei que pensa não o cetro em segurar o instrumentista Gonzaga, “Dominguinhos de avião’”. ‘medo por EUA nos tocar para um convite rejeitou que em seguida logo declarar para confessa, foto) (dafim ao pois 1989/1990, de volta por feita Entrevista estilo”. próprio meu o ‘Tenho Gonzagão: de cetro o quer não de Dominguinhos dos afinadores um do Acordeon, Lula o sanfoneiro com encontrada fala da moda Fonte da lambada. de 2018. em janeiro em entrevista reconstrução estética. A partir dos anos 1970, A partir estética. dos anos reconstrução fazia Dominguinhos o que que a falar passou Lancelotti demarcou: demarcou: Lancelotti anos 1950, passou a simbolizar um gueto, para para um gueto, a simbolizar 1950, passou anos 1970. Trata- dos anos parte da imprensa grande da eficaz do campo muito se construção de uma a forjar ao que, 1960, anos dos popular música se que estético um guarda-chuva criou MPB, e se do tempo das vicissitudes ao longo molda valorativo, hegemônico campo como constituiu a o passado e os regionalismos relegando subcampos discos. “Chega-se à conclusão que tem pouco pouco tem que conclusão à discos. “Chega-se pode- vivo(...) (...). Ao a outra com uma a ver jazzística a influência claramente senotar algumas apresenta quando existente, nele soladas em brasileiras melodias tradicionais por entremeadas dissonantes, bloco acordes de improvisadas” frases atonais 208 TEORIA E CULTURA que próprio, pelo atento às fissuras. DELEUZE, 1992, p. 191. com opensamento foucaultiano, por construiria vezes por ele demais se fechado, muitas vezes mais por foucaultianos do aFoucault,38 Emcrítica ofilósofoDeleuze Gilles pensador matrizapontou dasideias deDurval, que embora concorde 37 “Dominguinhos, uma mistura deforró eJazz”, Música, Revista 02/10/1979. e orótulo de“folclore”. custo Esse eratanto maior O custo eraperder uma suposta “autenticidade” amplificarseu público ecomplexificar matrizes. custos tinha eganhos. Oganhosertaneja era emsuacomo clássica obra. demarca Durval externamente,seja atrelados estão estética, aesta ganharam de“nordestinas”, oselo interna seja literaturada que XX eartes plásticas doséculo não apenas amúsica, mas também grande parte costumes tradicionais. Éimportante lembrar que romantizada, ohomem bruto dosinteriores, os cantados valores arcaicos, temáticas natureza da Nãoreação modernidade. aesta àtoa são de Nordeste surge no imaginário musical como discursivamente XX, aideia doséculo meados que atinge global modernidade oBrasil em a indústria também dessa fruto cultural seja Embora Gonzaga, emsua íntima relação com eaosfluxosreaçãoglobais. àmodernidade Nordeste tradicional é, emgrande parte, uma clássicoem seu “A invenção doNordeste”, o para oNordeste.do sertão tem avertradição com simbólico osignificado da peso do se libertar de dificuldade Essa searas. esmerardeixasse dese tecnicamente emoutras vez mais opapel desúdito musical, embora nunca Gonzaga, discípulo em 1989, seu assumiu cada Fugir autenticidade dessa marcadamente Muniz AlbuquerqueComo dizDurval Apesar do “desconforto”, depois morte da de muito nordestina éisso mesmo. Contudo issome poda maisdiscos comedidos, mas chão, que já amúsica no assunto eacabaentrando efazendo na jogada, várias coisas meio que pelo agente começa a pensar faço música, como dizHermeto, mas aí aparecem outro gênero, por que não criar dentro dobaião? Eu lindas dentrocriar frases deumblues ou deum parte porque música émúsica. ummúsico Se pode solto mais. Isso também éuma besteira deminha ficar inventando.ser em shows, A não onde me dentro deumcontexto musical que apena não vale coisa,alguma mas então me lembro que estou Programa dePós-Graduação - UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) 37 . como Muniz mostrou Albuquerque. Durval presentes entre as classes populares eas elites, comumtão entre os folcloristas românticos, existir, terá que suplantar aretórica do passado Nordeste urbano e cosmopolita, para que venha ter sidoconvenientemente silenciadas regional de Dominguinhos também parecem conquistas jazzísticas reprocessadas ao domínio fossem como focados caso pontos de escape. As demonstrarpara se ponto, deseu alegitimidade Muniz com critica razão. possíveis Seriam aliados de umNordeste alegoria doarcaico, que Durval Todos eles friccionam eabrem brechas na ideia voluntariamente Muniz. por esquecidos Durval Livre, Mestre Ambrósio, Eddie, entre outros, são 1990 como Nação Science, Chico Zumbi, Mundo Soriano, domanguebeat deartistas além dosanos nordestinos como Rossi, Waldick Reginaldo bandas como Ave Sangria, Pau eCorda, dosbregas Valença,Alceu Ramalho, Azevedo, Zé Geraldo modernizador ésubestimado. como Artistas tropicalista, urbano, cosmopolita e/ou problematização. vai dessasesporádicas citações além e sem arcaizante, vitimista edependente. Mas não das implicações discursivas doregionalismo o Nordeste, assumindo uma postura livre como uma outra possibilidade deinterpretar Muniz citaDurval a Tropicália e Gilde Caetano passagens dolivro “A invenção doNordeste”, é mera alegoria doatraso. Emalgumas rápidas propositalmenteesquecer este Nordeste que não inventário Nordeste, crítico desse parece querer (SANTOS, 2013,p. 27). o irradiador deuma brasilidade autêntica” originária do Brasil, consideradopassou a ser delimitada, possuindo ainsígnia delocalidade Muniz, “o de Durval linha Nordeste, área recém lembrou omusicólogo Santos, Climério na autênticopassado nacionalidade. da Como associaram, historicamente, oNordeste aesse pois grande partedosintelectuais brasileiros Por consequência, aquele todo Nordeste Curiosamente, oautor, aquele que fez o 38 .O Programa dePós-Graduação -UFJF v. emCiências Sociais 13n.2Dezembro. 2018ISSN 2318-101x(on-line) ISSN 1809-5968 (print) TEORIA E CULTURA 209 A moderna tradição brasileira. brasileira. tradição A moderna . São Paulo: Leya, 2017. . São Paulo: 2001. Renato. ORTIZ, 1989. Brasiliense, São Paulo: brasileiro: povo do busca Em Marcelo. RIDENTI, TV da , Rio de CPC à era do revolução, da artistas 2000. Record, Janeiro: do A invenção Martins. Joana SARAIVA, de musical a cena sobre discursos sambajazz: início de 1950 e anos dos final no Copacabana Rio de 1960. Dissertação de Mestrado. anos dos 2007. PUC, Janeiro: a Forró: Climério de Oliveira. SANTOS, 2013. CEPE, . Recife: Gonzaga Luiz de codificação eu vim-me Quando Antonio. VILLA, Marco embora – a

. São . Rio de Janeiro: Rio. Janeiro: de A vida do viajante O píer da resistência: resistência: da O píer . São Paulo: Cortez, 2009. . São Paulo: Campinas: Unicamp, 2009. Unicamp, Campinas: Conversações Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFJF v. 13 n. 2 Dezembro. 2018 ISSN 2318-101x (on-line) ISSN 1809-5968 (print) ISSN 2318-101x (on-line) 2018 ISSN 13 n. 2 Dezembro. Sociais Ciências em - UFJF v. de Pós-Graduação Programa Achegas.net, n. 46, v. 1, p. 44-71, 2013. 1, p. n. 46, v. Achegas.net, Bibliografia: NAPOLITANO, Marcos. Seguindo a canção: Marcos. NAPOLITANO, MPB na cultural e indústria político engajamento Annablume/Fapesp, (1959-1969). São Paulo: Indústria Fonográfica: um Fonográfica: Indústria Rita. MORELLI, EstudoAntropológico. Squeeze This!: A Cultural Cultural A This!: Squeeze Marion. JACOBSON, Chicago: . America in Accordion the of History 2012. Press, Illinois of University Gonzaguinha e Regina. Gonzaguinha ECHEVERRIA, . Rio de Janeiro: brasileira história uma Gonzagão: 2006. Ediouro, . São Paulo: Ed. 34, 1996. Ed. . São Paulo: Gonzaga Luiz de saga BLANNING, Tim. O triunfo Tim. BLANNING, da música ALONSO, Gustavo. Gustavo. ALONSO, Rio de as mediações. M. Dos meios J. BARBERO, 2004. UFRJ, Janeiro: Gilles. DELEUZE, Dominique. DREIFUSS, A invenção do do Durval A invenção Muniz. ALBUQUERQUE, e outrasNordeste artes música asfalto: do Cowboys Gustavo. ALONSO, . Rio de brasileira e modernização sertaneja 2015. Civilização Brasileira, Janeiro: de Rio no e memória tropicália contracultura, Janeiro. das letras, 2011. Companhia Paulo: 34, 1992. Ed. Mas também terá que suplantar dois tipos dois suplantar que terá também Mas desses Um frequentes. de silenciamentos atores pelos é o realizado próprios silenciamentos casoo por dilema do vivido foi sociais,como Outras carreira. sua de ao longo Dominguinhos pelos são produzidos os silenciamentos vezes nordestino, desse críticos folclorismo próprios um denunciar querer ao paradoxalmente que dissonantes. vozes obliteram arcaico, Nordeste