Direitos Para TODOS Os Humanos

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Direitos Para TODOS Os Humanos Radis187_felipe.indd 1 03/04/2018 11:40:57 EXPRESSÕES E EXPERIÊNCIAS Direitos para TODOS os humanos e compromisso de comunicadores com a veiculação de conteúdos, no Guia editado pelo coletivo sentido de evitar “a omissão, o desrespeito, a construção de estereó- tipos, o machismo, o sexismo, o racismo, a homofobia, a exposição, Intervozes orienta cobertura a mercantilização e a crimininalização de mulheres, negras e negros, LGBTs, indígenas, crianças e adolescentes, idosas e idosos e pessoas jornalística responsável sobre com deficiência”, ações que caminham na contramão da construção de uma cultura de respeito à diversidade humana. direitos humanos Dividido em oito eixos, o guia parte de um breve histórico das lutas e acúmulos políticos sobre o tema, para situar os marcos legais e tirar dúvidas frequentes sobre questões que podem surgir no mo- Adriano De Lavor mento da produção das notícias, além de promover a reflexão sobre o enquadramento midiático dos temas e propor “boas práticas em uantos mais vão precisar morrer para que essa guerra comunicação”, com exemplos de experiências de respeito aos direitos acabe?” A frase premonitória, postada em uma rede humanos na mídia. Também estão no material datas comemorativas social pela vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ), um ou alusivas à organização dos movimentos sociais em defesa do dia antes de ser assassinada, ao lado do motorista tema, assim como um glossário e um guia de fontes — que podem “QAnderson Pedro Gomes, dia 14 de março, no Centro do Rio de ser usadas por profissionais de comunicação e pelo público em geral. Janeiro, denunciava um episódio de violência e a truculência policial na comunidade de Acari, zona norte carioca — e aponta como pode SAIBA MAIS ser perigosa a vida de ativistas que atuam na defesa dos direitos humanos no Brasil. Guia Mídia e Direitos Humanos (baixar) Mesmo que a investigação em curso não tenha concluído https://goo.gl/oYXHei ligação efetiva entre a morte de Marielle e a sua atuação nesta área, está comprovado que o país é um dos quatro líderes globais em homi- cídios de ativistas, ao lado de Colômbia, Filipinas e México, de acordo com relatórios publicados em 2017 por Anistia Internacional, pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos e pela ONG Front Line. Somente em 2017, foram registrados no Brasil 49 casos de ataques contra ativistas — 43 mortes, quase todas relacionadas a disputas ambientais, por terras indígenas ou mineração, além de três casos de intimidação e outras três de espancamento, segundo números divulgados pela organização inglesa Business & Human Rights Resource Center, também em março. Somam-se ao número de ameaças e ataques o desconheci- mento de muitas pessoas sobre o assunto e o uso irrefletido das redes sociais, que têm sido frequentemente usadas como veículos para a disseminação de teorias infundadas — como a que sustenta que direitos humanos existem para defender bandidos, por exemplo — e de acusações levianas que colocam em risco a reputação (e, muitas vezes até a vida) de ativistas, fatores que contribuem para a formação de um cenário favorável ao crescimento de ações violentas e de intolerância. Neste contexto, recobra sua atualidade o “Guia Mídia e Direitos Humanos”, produzido em 2014 pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, em convênio com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que reúne informações sobre os direitos humanos de mulheres, população de lésbicas, gays, bis- sexuais, travestis e transgêneros (LGBT), negras e negros, crianças e adolescentes, população idosa e pessoas com deficiência, e adverte para o papel central dos meios de comunicação na valorização dos direitos destes segmentos, além de orientar a produção para a cober- tura ética e responsável sobre temas relativos aos direitos humanos. O guia foi formulado a partir da compreensão da mídia como espaço público fundamental de formação de imaginários, representa- ções, hierarquias e identidades, e nas consequentes responsabilidade [2] RADIS 187 • ABR/2018 Radis187_felipe.indd 2 03/04/2018 11:40:58 EXPRESSÕES E EXPERIÊNCIAS Nº 187 EDITORIAL ABR | 2018 Vidas e direitos importam Expressões e Experiências no de 2018. Aqui na terra estão em segurança pública e pesquisadores da • Direitos para todos os humanos 2 Ajogando o futebol da Fifa na Rússia saúde e de outros campos sociais como ine- e a apatia nacional será esquentada com ficaz e geradora de mais violência, as favelas Editorial jingle em ritmo de festa junina pelo mono- cariocas seguem sob as regras de exceção • Vidas e direitos importam 3 pólio de transmissão na TV. Ainda há sam- das botas militares estaduais e federais, ao ba, mas num minúsculo bar em que ele lado do controle territorial e códigos bárba- Voz do leitor 4 soa desde 1968, em Copacabana, houve ros do crime organizado do tráfico ou das quem se sentisse autorizado a interrompê- milícias. Em meio à violência, desaparecem Súmula 5 -lo de arma na mão. Parte do rock and roll os direitos na favela, segue o genocídio dos “encaretou de vez”. Chico Buarque (autor, jovens negros e pobres, perdem-se vidas de Toques da Redação 9 com Francis Hime, da canção “Meu caro todos os lados. amigo”, de 1976, aludida neste parágrafo) Uma das mais autênticas vozes con- Personagem já não é unanimidade no país e o que ele tra essa violência, preocupada com a vida • A história se repete 10 representa é alvo de ataques obscuros em da população e dos agentes do Estado e redes sociais digitais. Nas universidades, crítica à intervenção militar, a socióloga Aborto professores são perseguidos e calados. Marielle Franco, criada na favela da Maré • A letra da lei e a vida das mulheres 12 Nas instituições de pesquisa, projetos rele- e eleita vereadora do Rio de Janeiro com vantes são interrompidos e pesquisadores a bandeira do respeito a todos os direitos dispensados. Movimentos sociais são cri- humanos, foi brutalmente executada na minalizados e lideranças são assassinadas noite de 14 de março, dias após denunciar no campo e nas cidades. Por todo lado, casos de violência policial. A esta guerreira irrompem dos ovos as serpentes, entre dedicamos nossa matéria de capa, que Capa | Favela farsas e tragédias. estava sendo apurada naquele momento, • Nossas vidas importam 14 Não por acaso, os fóruns da saúde nas favelas do Rio. coletiva retomam de 1965 o brado “faz Nesta reportagem, Luiz Felipe • Entrevista | Jaílson de Souza e Silva: "Sou favelado com orgulho" 22 escuro, mas eu canto, porque a manhã Stevanim nos mostra uma pulsante vida vai chegar”, do poeta Thiago de Mello. cultural nas favelas, que a violência diária • Vidas que não importam? 24 No estado da Paraíba, após o banimento insiste mas não consegue apagar. Jovens seguido de reclusão por 50 anos, ressurge nascidos e criados nesses territórios dedi- na voz do compositor Geraldo Vandré o cam seu talento na poesia, publicidade, hino “Para não dizer que não falei das arte de colorir paredes e nas mais diversas flores”. Parece coisa do passado. Mas formas de criação musical para descons- não. É uma realidade nova, complexa e em truir a ideia de favela apenas como “área transformação, a ser compreendida à luz de risco” e “espaço do crime” e lutar Tuberculose da história e enfrentada, sob a inspiração para que as comunidades tenham acesso • Atenção total 28 da defesa dos direitos humanos, princípios a educação, saúde, cultura, moradia, igualitários e utopias libertárias. transporte, ao direito de viver, relata Luiz. Febre amarela Mantendo o compromisso de 36 Muitos desses jovens dedicam também • O que há de novo no front 32 anos ao lado da saúde e da democracia, a a sua formação profissional e acadêmica redação de Radis coloca mais esta revista para lutar contra estigmas e preconceitos Serviço 34 na internet, nas ruas, escolas, unidades e abrir caminho nas universidades para os de saúde... mais de 110 mil exemplares mais novos. A favela simbólica ou concreta Pós-Tudo enviados para pessoas e instituições que resiste criativa e vive rica em transforma- • Marielle presente 35 constroem o SUS no campo e em todas ções, humanidade e solidariedade. as cidades do país. Sob o signo da “guerra às drogas”, cri- Rogério Lannes Rocha Capa: grafite de Thiago Taif e Diego ticada e apontada por inúmeros especialistas Editor chefe e coordenador do Programa Radis Azeredo, em foto de Eduardo de Oliveira CARTUM RADIS . Jornalismo premiado pela Opas e pela Asfoc-SN ALEXANDRE BECK RADIS 187 • ABR /2018 [3] Radis-carol-187.indd 3 02/04/2018 17:08:35 VOZ DO LEITOR Sociedade que adoece para aguentar a própria falta do olhar humanizado nas relações de trabalho, em ambientes inadequados que adoecem; pessoas adoe- obre a notícia “Rivotril e seus semelhantes matam mais do que cendo durante suas teses de mestrado/doutorado, trabalhando em Scocaína e heroína (Folha 1, 14/3), eu acredito que o olhar para bancos ou como advogados, enquanto estudam para o vestibular, ou os usuários de drogas legais ou ilegais deve ser sempre ampliado. mesmo dentro de casa, porque as relações familiares são difíceis. A Acho que o contexto que leva alguém a usar drogas como essas o carga está alta para todo mundo e isso está nos levando a recorrer a adoece e mata a longo prazo talvez tanto quanto essas drogas. Que drogas ou adoecer, seja pela má alimentação, sedentarismo, doenças sociedade é essa que vivemos que cada vez mais pessoas necessitam cardiovasculares... Estamos tentando nos adaptar a realidades cada usar drogas para se adaptar? Competição, disputas de todo tipo, vez mais desumanas. Precisamos olhar para a sociedade que estamos desigualdades imensas, corrupção, preconceito, violência física e psi- construindo e achar o que nos leva a fugir cada vez mais. As drogas cológica, um distanciamento cada vez maior entre os seres humanos matam, mas eu acho que a sociedade que estamos construindo e busca e cobrança por status, carreira, dinheiro — ou até mesmo também está nos matando.
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