ENTRE DOIS REINOS. a Inserção Luterana Entre Os Pequenos
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TARCÍSIO VANDERLINDE ENTRE DOIS REINOS A inserção luterana entre os pequenos agricultores Tese apresentada ao Curso de Pós- Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Doutor. Área de Concentração: História Social Orientadora: Profª Drª Márcia Maria Menendes Motta NITERÓI 2004 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) (Biblioteca da UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido Rondon – PR., Brasil) Vanderlinde, Tarcísio V235e Entre dois reinos: a inserção luterana entre os pequenos agricultores / Tarcísio Vanderlinde –- Niterói, 2004. 353 p. Orientadora: Profª.Drª. Márcia Maria Menendes Motta Tese (Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, 2004. 1. Pequenos agricultores. 2. Capa. 3. Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. 4. Igreja e pequeno agricultor. 5. Luteranos – Brasil - História. I. Universidade Federal Fluminense. II. Título. CDD 21.ed. 338.7 981.62 284.181 CIP-NBR 12899 Ficha catalográfica elaborado por Marcia Elisa Sbaraini Leitzke CRB-9/539 TARCÍSIO VANDERLINDE ENTRE DOIS REINOS A inserção luterana entre os pequenos agricultores Tese apresentada ao Curso de Pós- Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Doutor. Área de Concentração: História Social Aprovado em ____/____/______ BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Profª. Drª. Márcia Maria Menendes Motta – Orientadora Universidade Federal Fluminense _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ NITERÓI 2004 À GABRIELA AGRADECIMENTOS E UM PRINCÍPIO A MAIS É o fim de uma etapa. Quando se conclui um trabalho destes, espera-se poder fazer alguma coisa ainda. Pensando academicamente, este trabalho poderia ter sido feito antes. Mas quem pode prever o futuro com segurança? De qualquer forma, apesar dos obstáculos, cheguei aqui. Em algum momento dessa trajetória, alguém me disse que eu ainda teria tempo: “Você não é mais jovem, mas também ainda não é um velho”. Não foi isso, Ismênia? Tenho a convicção de que Deus me ajudou e sou grato a Ele em primeiro lugar. Mas existem outros agradecimentos por fazer e que precisam ser registrados neste espaço. Um trabalho destes, resulta de um processo que envolve pesquisa, reflexão, dúvidas, múltiplos diálogos e longas e solitárias horas procurando dar sentido ao texto em forma de palavras. Todos são momentos importantes, mas são os diálogos que possibilitam a construção de um caminho. Agradeço à minha família, Helena (esposa), Viviane, Juliane e Gabriela (filhas) pelos diálogos, pela ajuda, compreensão e tolerância. Aos meus pais (Salvino e Ângela), pelo privilégio de tê-los na companhia até este momento. Sempre tiveram alguma pergunta a fazer sobre o trabalho e torceram para que eu pudesse concluir o curso. À Márcia, minha orientadora, pela competência, disponibilidade em todo o tempo e pela clareza nas indagações que acabaram influindo e permitindo a construção desta história. À Ismênia, que me auxiliou numa história anterior e me mostrou que, a partir dela, eu poderia fazer uma ponte para prosseguir. Ao Valdir, pela disponibilidade permanente em dialogar sobre as minhas dúvidas e preocupações. Ao Célio, por incansavelmente e com muito bom humor, acertar estas coisas do português e contribuir com tantas observações preciosas. Ao Alvori, pela interlocução privilegiada e pelo auxílio estratégico no acesso às fontes. À Rachel, Suely e Martha, pelos qualificados seminários na UFF. À Vânia, pela pronta atenção em questões acadêmicas nos momentos em que foi procurada. Ao Guilherme, Estela e Juceli pela atenção nos assuntos burocráticos. Ao Alexandre Pierezan, precioso interlocutor e meu procurador em Niterói, por tantos favores. Ao Antônio, pela disponibilidade em revisar técnica e qualitativamente o texto. À Lia, pelo ombro amigo sempre perto e os constantes incentivos. Ao João Fabrini, por tantos e qualificados diálogos e pelo empréstimo de bibliografia específica. À Elise, Valdete, Martinha, Vivian e Oscar, pelo auxílio técnico nas traduções necessárias. Vilmar, Luzaoir, Germano, Marcia Leitzke, Davi, Ciro, Sérgio, Günter Wolf, Walter, Oneide, Peninha, Ricardo, colegas e amigos da UFF e da Unioeste, meus sinceros agradecimentos. Um trabalho como este, além de ensinar ajuda a gente a se tornar um pouco mais tolerante. Mas é bom que se diga que o que escrevi não é a única nem a última palavra sobre o assunto, fato que me leva a compartilhar com Lucien Febvre a idéia de que “o historiador não é o que sabe, mas o que procura”. Neste sentido, posso dizer que realmente aprendi alguma coisa. Existem diálogos, com personagens da história que escrevi, que muito me impressionaram. Na minha opinião Lutero poderia ter dialogado em outros termos com Müntzer e vice-versa. As conseqüências teriam sido menos trágicas. Ernst Bloch, desde jovem, imaginou um socialismo que não excluísse a mística. Ele e seus discípulos acabaram sendo perseguidos pela ortodoxia stalinista. A história revelaria o resultado da “pureza ideológica stalinista”: produção em massa de seres humanos radicalmente simplificados, convertidos em cinzas e ossadas. O pastor luterano Dietrich Bonhoeffer e seus amigos sonharam com concepções pluralistas, mas foram esmagados pela simplificação nazista. Mas os simplificadores, com motivações diversas permanecem no tempo presente. Algumas lições parecem ser de difícil assimilação. Por causa das intransigências e das intolerâncias, seres humanos continuam sendo descartados e muitas vezes acabam pagando com a própria vida. Esta tese abordou idéias e ações relacionadas a “Dois Reinos”. Constatou- se que existem divergências na concepção destes reinos. São concepções que ultrapassam as fronteiras da teologia luterana e, com a emergência dos fundamentalismos do tempo presente, tornam-se um problema universal. O “fervor” ideológico-religioso do tempo presente é de certa forma inesperado para a história. Não foram poucos os pensadores que imaginaram que as sociedades caminhavam cada vez mais em direção a um mundo laicizado. Parece que Deus não morreu. Mas como será este Deus? Está aí uma questão que não pode ser simplificada. É preciso sensibilidade e um pensamento complexo para minimamente dar conta do assunto. É preciso, enfim, ser tolerante. Na óptica deste autor, esta tarefa teve objetivos que foram perseguidos. Mas existem outras leituras que emergem depois da construção do texto. Consta- se uma rebeldia nos processos de leitura que ninguém consegue controlar. Deve ser o “Menochio” de Carlo Ginsburg que há em cada um de nós. Acredito que isso faz bem para a humanidade. E, neste caso, não vejo por que não acrescentar o princípio da tolerância neste escrito. Intolerância é sinônimo de morte. Pode-se ser tolerante sem abdicar das convicções pessoais. Apesar das nossas falhas, a tolerância aponta para a vida e ajuda-nos a sermos melhores. Numa opção não simplificadora que emerge da multiplicidade de idéias que envolvem a discussão dos “Dois Reinos”, a complexa integridade do ser humano poderia sempre ser preservada. Neste caso compartilho com o historiador Eric Hobsbawm a idéia de que vale a pena imaginar um futuro desejável para a humanidade. “O historiador não é o que sabe, mas o que procura”. (Lucien Febvre) “Deploramos e denunciamos os múltiplos mecanismos que promovem injustiças e exclusões.(...) O evangelho não nos deixa conformados quando há, de um lado, acúmulo de bens e, de outro, a falta do mais elementar. Anunciamos a vinda do reino de paz e justiça, o qual nos desafia para sermos seus arautos e instrumentos”. (Manifesto Chapada dos Guimarães, 22 de outubro de 2000). SUMÁRIO LISTA DE ANEXOS .................................................................................12 LISTA DE SIGLAS ....................................................................................13 RESUMO ...................................................................................................15 ZUSAMMENFASSUNG ...........................................................................17 RESUMEN ................................................................................................19 ABSTRACT................................................................................................21 A TÍTULO DE APRESENTAÇÃO ......................................................... 23 1 NOS PRIMÓRDIOS .............................................................................. 27 INTRODUÇÃO............................................................................................................27 1.1 HISTÓRIA E POSSIBILIDADES .....................................................................28 1.2 UM PERSONAGEM, SUAS IDÉIAS, SEU TEMPO. ...................................41 1.3 UMA INSERÇÃO TRÁGICA.............................................................................51 1.4 AS VISÕES SOBRE O PROFETA ....................................................................55 1.4.1 A visão libertadora de Hugo Echegaray ...........................................................57 1.4.2 A visão luterana de Martin Dreher ....................................................................62 1.4.3 A visão revolucionária de Ernst Bloch..............................................................67 1.4.4 Algumas considerações........................................................................................73 CONCLUSÃO...............................................................................................................76