Transmidialidade E Humor: Um Estudo Semiótico Do Porta Dos Fundos
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DE LINGUAGEM INSTITUTO DE LETRAS ALEXANDRA ROBAINA DOS SANTOS Transmidialidade e humor: um estudo semiótico do Porta dos Fundos Niterói 2019 1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DE LINGUAGEM INSTITUTO DE LETRAS Transmidialidade e humor: um estudo semiótico do Porta dos Fundos Tese apresentada ao Programa de Pós- graduação em Estudos de Linguagem do Instituto de Letras da Universidade Federal Fluminense para obtenção do título de doutora em Estudos de Linguagem. Orientadora: Profª Drª Silvia Maria de Sousa Niterói 2019 2 3 BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________ Silvia Maria de Sousa Universidade Federal Fluminense _______________________________________________________ Renata Ciampone Mancini Universidade Federal Fluminense _______________________________________________________ Thaiane Moreira de Oliveira Universidade Federal Fluminense _______________________________________________________ Regina Souza Gomes Universidade Federal do Rio de Janeiro _______________________________________________________ Sandro Tôrres de Azevedo Universidade Federal do Rio de Janeiro Suplentes: ______________________________________________________ Lucia Teixeira Universidade Federal Fluminense __________________________________________ Luís Alexandre Grubits de Paula Pessôa Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro 4 à educação pública que, do ensino fundamental à pós-graduação, me trouxe até aqui 5 Agradecimentos Toda a minha formação, do antigo jardim de infância à pós-graduação, se deu na rede pública de ensino. Por ser aluna antiga e hoje professora de uma escola municipal, posso dizer que conheço bem os percalços e os encantos da luta diária por uma educação gratuita e de qualidade. Por isso, começo agradecendo a cada uma das instituições e a cada educador que, apesar das adversidades, despertou em mim o gosto por aprender, exercitar o pensamento crítico, analisar informações, por estimular minha curiosidade e a vontade de saber mais sobre as coisas. Existe, nessa tese, muito do valor inestimável desses bons professores. Cada lugar por onde passei cumpriu seu papel de adjuvante – e, por vezes, até de antissujeito - no meu percurso de sujeito semiótico em busca de conhecimento. E quando cheguei à Universidade Federal Fluminense, descobri que era onde sempre quis estar e entendi o real sentido da palavra pertencimento. Aqui, me senti realizando, em toda plenitude, o sonho de uma educação transformadora não como possibilidade, mas como realidade. A Federal Fluminense me acolheu e me deu tudo que uma universidade pode dar a seus alunos: oportunidades únicas, amigos para vida inteira, professores inspiradores, empoderamento sem fim. A essa universidade e a todos que fazem parte dela, a minha eterna e mais profunda gratidão. A universidade pública é um ajustamento infinito de realidades variadas, personalidades diversas, encontros e desencontros de mundos que se contrastam e se complementam. Nesse espaço democrático, minha vida se entrelaçou com muitas outras vidas que talvez nem se esbarrariam, se não fosse essa vocação das federais para reunir pessoas, interesses e projetos dos mais diversos cantos da cidade, do estado e até do país. É nessa espacialidade de interseções que caminhos antes paralelos sofrem uma inflexão singular e, finalmente, se cruzam. Sinto ser esse o caso do meu encontro com Silvia Maria de Sousa, minha orientadora de mestrado e doutorado. Penso que Silvia e eu, se tivéssemos nos encontrado antes, poderíamos ter sido boas amigas na escola, ou teríamos construído uma sólida amizade na graduação. Talvez tenha sido por pouco que não nos tenhamos conhecido em uma roda de samba, ou em um animado bloco de carnaval. Nenhuma dessas afinidades, que hoje estreitam os laços, juntaram os cursos de nossas vidas. Quis o 6 destino que nosso encontro se desse nos papéis de aluna e professora no início de sua carreira na UFF. Eu a escolhi e ela me aceitou, sem sabermos que nosso objeto de pesquisa era apenas um dos muitos interesses que nos aproximaria. Depois de sete anos juntas, fica ainda mais claro a coragem daquele gesto. Poucos são os professores que encaram o desafio de orientar alunos desconhecidos, recém ingressados na universidade e pouco familiarizados com a teoria. Por isso, mais do que te agradecer por sua orientação impecável, suas leituras dedicadas, sua compreensão, sua cobrança precisa e sua incrível capacidade de trabalho, quero te agradecer, Silvinha, por sua disponibilidade para o novo. Você abriu as portas da UFF para mim e me recebeu da maneira mais generosa possível. A você, minha eterna orientadora e agora também amiga, um agradecimento cheio de carinho e admiração. Ainda no esforço de colocar em palavras a minha gratidão por tudo que a universidade pública me deu, agradeço à banca, às professoras Renata Mancini, Thaiane Oliveira, Regina Gomes e ao professor Sandro Torres, por aceitarem o convite de integrarem esta comissão examinadora. A leitura atenta e as sugestões de vocês, certamente, irão contribuir para o aprimoramento e para futuros desdobramentos desse trabalho. À professora Renata Mancini agradeço ainda por cada curso dado com maestria, todos importantes para a minha formação como semioticista. Nesse mesmo sentido, agradeço à professora Lucia Teixeira por cada texto e por, a cada aula, revelar a beleza de uma teoria que, apesar de seu rigor, consegue ser também poética. Como se não bastasse tudo isso, a UFF ainda me deu companheiros de estudo, conquistas, festas e luta, os meus queridos do “Risas”. A Lucas, Luiza, Marcos, Mariana, Paula, Paulo, Raiane e Vinícius, ofereço o meu agradecimento e a minha mais sincera e duradoura amizade. Sem vocês a caminhada até aqui teria sido, no mínimo, menos feliz. Especialmente à Mari, gradeço também pela revisão atenta e carinhosa. Continuando a falar dos amigos, eles foram incansáveis nesse doutorado. A começar por Bia e Leo, irmãos da vida que conheci na UFRJ, agradeço pelas indicações, pelos conselhos, pelo suporte e pela inspiração. A Federal do Rio me deu ainda mais dois tesouros, minhas “folhinhas” Joana e Jeovana, amigas queridas de gargalhadas e de choro, de derrotas e conquistas. Elas integram o grupo das mulheres da minha vida, ao lado das queridas Pati Pizzolato e Pati Rangel, Aline, Erika, Dany, Denise, Julia, Ana, Mariana, Cleci, Ruth, Fê, Sarah, minha afilhada Raquel, minha prima Aloa e 7 tantas outras mulheres aguerridas que me cercam. À Aline agradeço também pelas leituras e à Erika, pela ajuda com o abstract, pelas conversas infindáveis e pela disponibilidade de sempre. Agradeço ainda às amigas e parceiras que há muito ultrapassaram os muros da Escola Municipal Jorge Amado, minhas queridas Roseleana, Andressa e Monique, que me ajudaram a tornar essa dupla jornada mais leve e prazerosa. Meus queridos Carlos, Felipe e Batata agradeço pela amizade e pelo apoio de sempre. A todos vocês, um muito obrigada transbordando de amor. Agradeço também à minha diretora, Dona Leila, pela compreensão e flexibilidade que me permitiram cumprir os compromissos como aluna do programa de pós-graduação em Estudos de Linguagem. Como comecei de trás para frente, chego agora a eles, que são o começo e a base de tudo. A meus pais, que sempre acreditaram em mim e me deixaram ser livre para ser o que eu quisesse, a minha gratidão e o mais profundo reconhecimento. Ao meu pai agradeço por sua coragem e determinação, por me ensinar a sonhar e a ter capacidade de realizar projetos, e à minha mãe por sua sensibilidade e crítica, perfeccionismo e determinação. Com a criação que me deram, vocês formaram, quase por acaso, uma pesquisadora. Ao meu amado pai agradeço ainda pelas cadeiras que me ajudaram a suportar as dores de horas de estudo, e à minha mãe e musa, agradeço também por cada marmita deixada na geladeira - saiba que alimentar uma doutoranda é dizer “eu te amo” da forma mais acertada e esperada nesses momentos. A tarefa de me nutrir com comida e com amor foi dividida com minha irmã Beatriz, a quem agradeço por me ensinar o valor do amor do dia a dia, aquele que se traduz em colo, conversas, momentos de Netflix e guloseimas. Esses momentos em família, que inclui também meus amores Amanda e Giovanna, meu querido irmão Washington e o meu cunhado Léo, foram combustíveis essenciais nessa jornada. Termino agradecendo à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela concessão da bolsa de estudos que possibilitou a realização deste trabalho. Sabemos que a educação transforma pessoas e suas realidades. Eu me sinto transformada por esse programa em todas as esferas da minha vida. E hoje, como professora da rede pública de ensino, no encerramento de mais uma etapa de aprimoramento profissional, renovo a minha esperança e participação na construção de uma educação pública emancipadora. 8 Resumo O trabalho investiga, com base no aparato metodológico fornecido pela Semiótica do Discurso e seus desdobramentos recentes na denominada Semiótica das Práticas, a relação entre textos, objetos e práticas no projeto transmídia do coletivo de humor Porta dos Fundos. Compreende-se a transmidialidade como estratégia capaz de organizar mídias e textos, de modo a orientar o deslocamento do enunciatário, fazendo uma espécie de gestão do interesse e da adesão a diversos produtos de um mesmo universo narrativo. O argumento central desta tese é que a transmidialidade constitui um fazer tático do enunciador, que ao articular textos,