CADERNO DE ENSAIOS Segundo

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CADERNO DE ENSAIOS Segundo CADERNO DE ENSAIOS Segundo V. 2, 2017 EMENTA O "Caderno de Ensaios" é uma publicação anual, editada pelo Instituto Rio Branco (IRBr). Reúne trabalhos apresentados pelos alunos do Curso de Formação de Diplomatas dentro da disciplina “Pensamento Diplomático Brasileiro”. Publicado desde 2015, o Caderno de Ensaios tem divulgado artigos acadêmicos originais, elaborados na forma de ensaios, que contribuem para a reflexão sobre os grandes temas das relações internacionais e o lugar do Brasil do mundo. MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES INSTITUTO RIO BRANCO Diretor-Geral Embaixador José Estanislau do Amaral Souza Neto Diretor-Geral Adjunto Coordenador-Geral de Ensino Ministro Sérgio Barreiros Conselheiro Marco Cesar Moura Daniel de Santana Azevedo Assistente Assessor Técnico Conselheiro João Mauricio Secretário Bruno de Lacerda Carrilho Cabral de Mello Gabinete do Diretor-Geral OC Henrique Madeira Garcia Alves OC Carlos Alexandre Fernandes Considera ADM Aida Maria Cueva TAE Éveri Sirac Nogueira Sra.Vanessa Souza Caldeira Secretaria Acadêmica Secretaria Administrativa OC Saide Maria Vianna Saboia OC Carlos Alexandre Fernandes AC Tânia Marques Silva Considera AA Fernando Sérgio Rodrigues ATA Adriano César Santos Ribeiro AA Diego Batista Silva Biblioteca “Emb. João Guimarães Rosa” Sr. Osmar Jorge Pires BIB Marco Aurelio Borges de Paola Sra. Thais Regina da Costa AC Maria de Fátima Wanderley de Melo Setor de Administração Federal Sul, Quadra 5, Lotes 2/3, CEP 70070-600, Brasília-DF, Brasil +55 61 2030-9852 /9851 [email protected] / www.institutoriobranco.mre.gov.br facebook.com/InstitutoRioBrancoOficial/ CADERNO DE ENSAIOS Segundo Instituto Rio Branco Impresso no Brasil - 2017 Caderno de Ensaios / Instituto Rio Branco. – V. 2 (2017). – Brasília : Instituto Rio Branco, 2017 193 pp. Anual. ISSN 2526-5601 1. Relações Internacionais – Periódicos. 2. Brasil – Relações Exteriores – Periódicos. I. Brasil. Ministério das Relações Exteriores. II. Instituto Rio Branco. CDU 327 (05) ÍNDICE APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 6 PREFÁCIO .......................................................................................................................... 7 Isadora Loreto da Silveira Quintino Bocaiúva entre a solidariedade americana e o interesse nacional: A Questão de Palmas/Missões.........................................................................................18 Mariana Marshall Parra Do idealismo ao desencanto: Os discursos e a atuação diplomática de Salvador de Mendonça....................................39 Ana Flávia Jacintho Bonzanini O Barão do Rio Branco e a Imprensa: Instituto de Publicidade e Formação de Ideal de Política Externa .................................67 Micaela Finkielsztoyn Relaciones bilaterales Argentina-Brasil en el primer centenario de independencia: la Embajada de Rui Barbosa en Buenos Aires................................................................93 Lucas Cortez Rufino Magalhães Araújo Castro: Práticas Discursivas em prol do desenvolvimento........................................................116 Alexandre de Paula Oliveira Ítalo Zappa - 90 anos...........................................................................................................................140 Arthur Cesar Lima Naylor José Guilherme Merquior: O pensamento diplomático e a diplomacia do pensamento do esgrimista liberal.........165 5 APRESENTAÇÃO É com satisfação que o Instituto Rio Branco publica o segundo número dos Cadernos de Ensaios. Essa publicação volta a reunir trabalhos apresentados pelos alunos do Curso de Formação de Diplomatas dentro da disciplina “Pensamento Diplomático Brasileiro”, cujo professor é o embaixador Tarcísio de Lima Ferreira Fernandes Costa. É dele a seleção dos ensaios incluídos aqui, bem como o prefácio em que comenta breve e individualmente os textos. É duplo o objetivo perseguido pelo Caderno de Ensaios. Em primeiro lugar, dar reconhecimento público e acadêmico aos alunos que se destacaram no âmbito de uma matéria que se presta, como poucas, à elaboração de textos sob a forma clássica do ensaio. Em segundo, oferecer ao público interessado nas relações internacionais, e mais especificamente na reflexão sobre o lugar do Brasil no mundo, uma coletânea de alto valor, frequentemente sobre temas pouco explorados. Esse segundo volume terá, como o primeiro, tiragem limitada em papel, mas estará disponível ao público na página do Instituto Rio Branco na internet (www.institutoriobranco.mre.gov.br). JEASN 6 PREFÁCIO O segundo número do Caderno de Ensaios reúne alguns dos melhores textos produzidos pela Turma de 2015-2016 do Instituto Rio Branco na disciplina "Pensamento Diplomático Brasileiro". Além da qualidade da pesquisa, os ensaios distinguem-se pela originalidade. Nos trabalhos de Isadora Loreto da Silveira e de Mariana Marshall Parra, a inovação passa pela escolha das personalidades analisadas: Quintino Bocaiúva e Salvador de Mendonça, personalidades importantes do início da Primeira República que não têm sido devidamente valorizadas pela historiografia. Já Ana Flávia Bonzanini, Micaela Finkielsztoyn e Lucas Magalhães enfrentam bem o desafio de analisar aspectos até os momentos pouco explorados do pensamento do Barão do Rio Branco, de Rui Barbosa e de Araújo Castro. Ana Flávia atém-se aos escritos do Barão na imprensa, enquanto Micaela faz uma exegese metodologicamente criativa do tratamento por Rui do conceito de neutralidade e Lucas contextualiza com propriedade o tratamento por Castro dos temas de comércio e meio-ambiente. Os nomes discutidos por Alexandre Oliveira e por Arthur Naylor são icônicos e devidamente estudados: Ítalo Zappa e José Guilherme Merquior. Mas merecem dos ensaístas perfis muito bem delineados com uma abrangência sem par. Em “Quintino Bocaiúva entre a solidariedade americana e o interesse nacional: a questão de Palmas/Missões” e “Do idealismo ao desencanto: os discursos e a atuação diplomática de Salvador de Mendonça”, Isadora e Mariana demonstram que Bocaiúva e Mendonça, longe de serem idealistas ingênuos que sacrificaram o interesse nacional ao republicanismo romântico do final do século XIX, foram os efetivos precursores do pan-americanismo que se consolidou como principal eixo da política externa brasileira durante a gestão de Rio Branco. Isadora inicia seu artigo sobre Quintino Bocaiúva com um panorama da geração de 1870 e do “bando de ideias novas” por ela engendrado, com especial ênfase no trabalho de Ângela Alonso sobre o tema. Lá identifica o liberalismo, o republicanismo e o abolicionismo como os principais ideais que nortearam a trajetória pública de Quintino, desde sua atuação jornalística e literária até a militância política como um dos próceres do movimento republicano em sua vertente evolucionista, que pregava o advento gradual da República por meio de uma campanha doutrinária na imprensa em lugar do levante armado. No pensamento de Bocaiúva e de muitos de seus colegas republicanos, os Estados Unidos e a Argentina, como principais modelos para o 7 republicanismo liberal que defendiam, inspiravam uma nova linha de política externa, fundada na solidariedade continental, em contraposição ao europeísmo e ao intervencionismo platino que teriam predominado no período imperial. Antes de discutir a participação de Quintino na questão de Palmas/Missões, pela qual é mais lembrada (e criticado), a autora discorre sobre outros marcos importantes da sua curta atuação como primeiro Ministro das Relações Exteriores do Brasil republicano, no período de 1889 a 1891: o amplo reconhecimento das potências estrangeiras ao novo regime (com apenas algumas exceções); a defesa de ideais pan- americanos como a solidariedade continental, a arbitragem obrigatória como mecanismo de resolução de controvérsias e a abolição da conquista, na I Conferência Internacional Americana; e a celebração do Acordo Aduaneiro de 1891 com os Estados Unidos – tendo sempre como seu principal colaborador em todas essas iniciativas o então enviado extraordinário brasileiro em Washington, Salvador de Mendonça. Isadora passa, em seguida, ao tema central de seu artigo: o Tratado de Montevidéu, por meio do qual Quintino Bocaiúva pretendeu solucionar a disputa com a Argentina em torno do território de Missões/Palmas, por meio de uma divisão salomônica. O acordo, que pretendia assinalar o início de uma nova fase de amizade e cooperação nas relações com o vizinho platino, foi recebido como uma vitória em Buenos Aires, mas terminou rejeitado pela Câmara dos Deputados no Brasil, onde foi visto como uma ignominiosa entrega de território brasileiro à Argentina. A autora argumenta, todavia, que a percepção posterior do “fracasso” de Quintino à luz do triunfo de Rio Branco no posterior laudo arbitral do Presidente Cleveland é equivocada, pois o recurso ao uti possidetis na ocasião não era seguro e poderia levar até mesmo a um casus belli com a Argentina. Além disso, a aprovação do acordo tampouco foi uma decisão isolada de Quintino, mas contou com a adesão consensual de todo o Ministério – inclusive de Rui Barbosa, que permaneceu até o final um de seus principais defensores. O artigo de Mariana complementa a visão do período ao abordar o papel de Salvador de Mendonça na legação brasileira em Washington durante a transição para a República. Como Quintino, Mendonça também foi um dos luminares da geração de 1870 e, como ele, militou nas fileiras do republicanismo liberal de linha evolucionista, com admiração pelos Estados Unidos.
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