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Pentatomidae e Cyrtocoridae 223 Resumen PENTATOMIDAE Se presenta una revision del conocimiento de la CYRTOCORIDAE diversidad de Pentatomidae en la Argentina. Han sido registrados un total de 206 especies y 85 géneros de Pentatomidae y cinco especies y dos géneros de Cyrtocoridae. Se incluye información general sobre hábitat, comportamiento, régimen alimenticio y distribución geográfica de algunos taxones. Se presenta una lista de las especies argentinas de Pentatomidae y Cyrtocoridae. Abstract A review of the knowledge of the diversity of the family Pentatomidae in Argentina is here pre- sented. A total of 206 species and 85 genera of Pentatomidae and two genera and five species of Cyrtocoridae have been recorded for the country. General information about habitats, be- havior, food habits and geographical distribution of some taxa are included. A list of the Argentinean species of the families Pentatomidae and Cyrtocoridae is presented. Introdução Pentatomidae (do latim: penta = cinco; to- mos = partes / cinco artículos nas antenas), re- úne os insetos vulgarmente conhecidos como Jocelia GRAZIA fede-fede, percevejo-fedorento, percevejo-ver- Cristiano Feldens SCHWERTNER de, percevejo-do-mato, entre outros. É uma das 29 famílias incluídas na infra-ordem Pentatomomorpha (Schuh & Slater, 1995), e corresponde à quarta família mais numerosa e Departamento de Zoologia e Programa de diversa entre os heterópteros, estando bem Pós-Graduação em Biologia Animal, representada em todas as principais regiões Instituto de Biociências, Universidade faunísticas, perfazendo 760 gêneros e 4100 Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento espécies no mundo (Grazia et al., 1999b). São Gonçalves 9.500, Bloco IV, Prédio 43435, de tamanho médio a grande, com o corpo geral- Sala 223, 91501-970 Porto Alegre, Rio mente oval ou elíptico (Schuh & Slater, 1995). Grande do Sul, Brasil. Muitas espécies apresentam cores vivas ou de- [email protected] senhos conspícuos e são os mais comuns e abun- [email protected] dantes hemípteros que emitem odor desagra- dável. Com relação ao hábito alimentar, a maio- ria dos pentatomídeos é fitófaga, se alimentan- do da seiva das plantas diretamente de seu sis- tema vascular, também de sementes ou de fru- tos em desenvolvimento; espécies da subfamilia Asopinae são predadoras, hábito que teria sur- gido secundariamente e mais de uma vez entre os pentatomomorfos. Na região Neotropical, poucos países têm listagens de espécies de pen- tatomídeos publicadas: México (Brailovsky, Lucía E. CLAPS*, Guillermo DEBANDI** y 1988), Nicarágua (Maes, 1994, 1998-1999), Guia- Sergio ROIG-JUÑENT*** (dirs.). 2008. na Francesa (Becker & Grazia, 1977), Venezuela Biodiversidad de Artrópodos (Becker & Grazia-Vieira, 1971; Grazia, 1984), Co- Argentinos, vol. 2. lômbia (Grazia, em preparação), Chile (Reed, 1898-1901), Argentina (Pennington, 1920-1921; ** INSUE-UNT. [email protected] ** IADIZA, CRICYT - CONICET. Pirán, 1948), Equador (Froeschner, 1981) e Uru- [email protected] guai (Grazia-Vieira & Casini, 1973). Schuh (1986) apresentou uma excelente revisão histórica de como a cladística vem influ- 224 Biodiversidad de Artrópodos Argentinos enciando a sistemática de Heteroptera. Henry da por cristas anulares anterior e posterior, (1997), numa análise filogenética da infraordem espermateca invaginada com parede mediana Pentatomomorpha, demonstrou a existência de esclerosada; ovos em forma de barril, com seis superfamílias: Aradoidea, Coreoidea, Idiosto- opérculo. loidea, Lygaeoidea, Pentatomoidea e Pyrrhoco- Cyrtocoridae. Corpo com coloração es- roidea. A primeira foi hipotetizada como o grupo cura e críptica, imitando casca de árvore; irmão de todos os demais pentatomomorfos; pronoto e abdome expandidos lateralmente; Pentatomoidea surgiu muito cedo na linha evolu- escutelo amplo recobrindo a maior parte do tiva desta infraordem, com inúmeras sinapomor- abdome, com uma projeção espinhosa mediana fias que suportam a monofilia deste grupo: ovos fortemente desenvolvida; tarsos bisegmen- em barril com linha de ruptura circular, tricobótrios tados. Esta família é exclusivamente neotropical pares laterais, cápsula genital especializada e e foi, recentemente, revisada por Packauskas com abertura caudal. Schuh & Slater (1995) re- & Schaefer (1998); com quatro gêneros e 11 conhecem 14 famílias em Pentatomoidea. As re- espécies, dos quais dois gêneros e cinco es- lações dentro desta superfamília estão sendo pécies ocorrem na Argentina. estudadas por Grazia et al. (em preparação), que reconhecem 15 famílias das quais 10 têm ocor- Estágios imaturos rência na região neotropical: Acanthosomatidae, Canopidae, Cydnidae, Cyrtocoridae, Dinidoridae, Pentatomidae. Ainda poucas espécies de Megarididae, Pentatomidae, Phloeidae, Scutelle- pentatomídeos possuem os estágios imaturos ridae e Tessaratomidae. A família Pentatomidae descritos, estando este conhecimento geralmente constitui um grupo monofilético, incluindo sete restrito aquelas espécies de importância econômi- subfamílias (Grazia et al., em preparação). Estão ca. A maior parte das características utilizadas representadas na região Neotropical as subfamí- na literatura para o diagnóstico geral dos imatu- lias Asopinae, Discocephalinae, Edessinae, Pen- ros da família são válidas, de uma forma geral, tatominae e Stirotarsinae, esta última monotípica, para muitas das famílias de Pentatomoidea, Pen- proposta por Rider (2000). Discocephalinae, tatomomorpha ou mesmo Heteroptera (Yonke, Edessinae e Stirotarsinae têm distribuição exclu- 1991; Carver et al., 1991; Schuh & Slater, 1995). siva nos neotrópicos. Cyrtocoridae, anteriore- Trabalhos mais detalhados apontam para a pos- mente tratada como subfamilia de Pentatomidae, sibilidade de identificações a nível genérico ou adquiriu o status de familia em Packauskas & específico com base nos ovos e ninfas de pentato- Schaefer (1998) o que é corroborado por Grazia mídeos (p. ex. Saini, 1984, 1989, Bundy & Mc et al. (em preparação). Referências básicas para Pherson, 2000, Schwertner et al., 2002a). Para as famílias, no hemisfério ocidental, com chaves a Argentina, 22 espécies têm seus imaturos co- para identificação de subfamílias, tribos e gêne- nhecidos (Rizzo, 1968; 1971; 1976; Grazia et al., ros, são os trabalhos de Rolston & McDonald 1980; 1982a; 1982b; 1983; 1984; 1985; Martins (1979, 1981, 1984) e Rolston et al. (1980). As et al ., 1986; Vecchio et al., 1988; Rizzo & Saini, principais contribuições ao conhecimento das fa- 1987; Fortes & Grazia, 1990; Vecchio & Grazia, mílias Cyrtocoridae e Pentatomidae na Argenti- 1992; 1993; Saini, 1994; Grazia & Frey-da-Silva, na, desde o final do século 19 até a década de 2001; Greve et al., 2003). Características diag- 70, são os trabalhos de Berg (1879, 1884, 1891, nósticas: ovos em forma de barril, por vezes for- 1892, 1894), Pennington (1920-1921), Bosq temente esculturados; presença do ruptor ovis; (1937, 1940), Pirán (p. ex. 1948, 1961, 1962, ninfas com corpo de forma oval a oval-alongado; 1963, 1967, 1970) e Kormilev (p. ex. 1955, 1956, cabeça tão ou mais longa que larga; antenas com 1958). Mais recentemente, Grazia e colaborado- quatro segmentos; ocelos ausentes; pterotecas res vem contribuindo com a descrição de novos no quinto ínstar atingindo o terceiro tergito ab- taxons de pentatomídeos e revisões de gêne- dominal; tergitos abdominais não divididos pelo ros neotropicais, incluindo a fauna argentina. mesonoto (pré-escutelo); aberturas pares das glândulas odoríferas abdominais situadas, em Características gerais posição similar, na margem posterior dos tergitos 3, 4 e 5. É possível o reconhecimento de machos Pentatomidae. Corpo geralmente ovóide; e fêmeas a partir do quinto instar. antenas com 5 segmentos (algumas espécies Cyrtocoridae. Poucas informações são com 4); escutelo amplo, triangular, freno presen- conhecidas sobre os imaturos desta família. Brai- te; comissura claval reduzida ou ausente; lovsky et al. (1988) e Schaefer et al. (1998) des- mesosterno freqüentemente destituído de creveram os imaturos de Cyrtocoris egeris Pak- carena; tarsos trisegmentados (algumas espé- causkas & Schaefer. Ovos típicos de Pentatomoi- cies bisegmentados); espiráculos do segundo dea (por ex. Pentatomidae), processos micropila- urosternito geralmente encobertos pela res fungiformes, cório liso. A morfologia das ninfas metapleura; tricobótrios abdominais transver- é muito semelhante a dos adultos, chamando a sais, atrás dos espiráculos; nos machos, atenção a forte esclerotização das placas medi- ejaculatory reservoir fixo na phallotheca; fêmeas anas e laterais do abdome, amplas e cobrindo com placas genitais, pars intermedialis delimita- quase todo o abdome dorsalmente. Packauskas Pentatomidae e Cyrtocoridae 225 & Schaefer (1998) destacaram o polimorfismo en- fêmea para a cópula. O processo de cópula contrado nas ninfas de C. egeris. Características pode durar de poucas horas a mais de um dia; diagnósticas: coloração escura, cabeça tão lar- pode ocorrer alimentação ou deslocamento do ga quanto longa, placas medianas e laterais for- casal durante o processo; neste último caso, a temente esclerotizadas, cobrindo quase todo o fêmea arrasta o macho. Os ovos, sempre em abdome dorsalmente. É possível reconhecer ma- conjuntos, podem ser ovipositados em diferen- chos e fêmeas a partir do quarto instar. tes partes das planta-hospedeiras ou em es- truturas localizadas próximas delas; o número Biologia de ovos por postura pode variar entre espéci- es, entre indivíduos ou mesmo entre diferen- Pentatomidae. A maior parte