Redalyc.Adoção E Mídia Televisiva: a Telenovela Amor À Vida Em Análise

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Redalyc.Adoção E Mídia Televisiva: a Telenovela Amor À Vida Em Análise Arquivos Brasileiros de Psicologia ISSN: 0100-8692 [email protected] Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasil Santa Maria Ayres, Lygia Adoção e mídia televisiva: a telenovela Amor à vida em análise Arquivos Brasileiros de Psicologia, vol. 3, núm. 68, diciembre, 2016, pp. 92-109 Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=229053337008 Como citar este artigo Número completo Sistema de Informação Científica Mais artigos Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Home da revista no Redalyc Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto ARTIGOS Adoção e mídia televisiva: a telenovela Amor à vida em análise Lygia Santa Maria AyresI Adoção e mídia televisiva: a telenovela Amor à vida em análise RESUMO Tomando a teledramaturgia brasileira como palco de análises, buscamos, neste artigo, problematizar discursos/práticas veiculados em telenovelas da Rede Globo, nos anos 2013/2014, ligados à adoção de crianças e adolescentes. Considerando que a mídia, dentre elas a televisiva, faz circular uma série de objetos e é responsável pelo compor- tamento de milhões de pessoas, já que diz e afirma modos de fazer, consumir e pensar, e observando que, nos últimos anos, a temática da adoção apareceu com regularidade nas telas, a discussão dessa questão se justifica e se faz presente. Nosso universo de análise foi a telenovela Amor à vida, transmitida no horário nobre no período de maio de 2013 a janeiro de 2014. Com base nas contribuições de Foucault, Guattari e Bour- dieu, deixamo-nos afetar pelas subjetividades produzidas na referida telenovela, no que tange a modos de parentalidade e adoção. Constatamos, inclusive, que a adoção pelo Cadastro Nacional foi a modalidade estimulada, em detrimento de outras práticas. Palavras-chave: Adoção; Práticas discursivas; Teledramaturgia. Adoption and television media: the soap operas Amor à Vida in analysis ABSTRACT Taking the Brazilian soap operas as a stage of analysis, we seek in this text to problematize the discourses/practices in the soap operas aired on Globo Television in the years 2013/2014 related to the adoption of children and adolescents. Considering that media, especially tele- vision, can make objects circulate, influencing the behavior of millions of people, dictating and affirming ways of doing things, thinking and consuming, and observing that in recent years the issue of adoption appeared regularly in screens, the discussion of this issue is jus- tified and present. Our universe of analysis was the soap opera Amor à vida (Love of life), broadcasted during prime time from May 2013 to January 2014. Anchored in the contribu- tions of Foucault, Guattari and Bourdieu we let the subjectivities produced by that institution regarding modes of parenting and adoption affect us. We found that the adoption through National Register was the modality stimulated at the expense of other practices. Keywords: Adoption; Discursive practices; Teledramaturgy. 92 Arquivos Brasileiros de Psicologia; Rio de Janeiro, 68 (3): 92-109 Ayres L. S. M. Adopción y medios televisivos: la telenovela Amor a la vida en análisis RESUMEN Tomando la teledramaturgia brasileña como escenario de análisis, buscamos, en este artículo, problematizar discursos/prácticas vehiculados en telenovelas de la Red Globo, en los años 2013/2014, ligados a la adopción de niños y adolescentes. Consi- derando que los medios, entre ellos la televisión, hacen circular una serie de objetos y son responsables por el comportamiento de millones de personas, ya que dicen y afirman modos de hacer, consumir y pensar, y observando que en los últimos años la temática de la adopción se ha presentado con regularidad en las pantallas, la dis- cusión de esta cuestión se justifica y se hace presente. Nuestro universo de análisis fue la telenovela Amor a la vida, transmitida en el horario noble en el período de mayo de 2013 a enero de 2014. Con base en las contribuciones de Foucault, Guat- tari y Bourdieu, nos dejamos afectar por las subjetividades producidas en la referida telenovela, en lo relacionado con los modos de paternidad y adopción. Constatamos, incluso, que la adopción a través del Registro Nacional fue la modalidad estimulada, en detrimento de otras prácticas. Palabras clave: Adopción; Prácticas discursivas; Teledramaturgia. Introdução “Plin, Plin...”! E mais uma novela entra no ar. Tomando o universo da teledramaturgia como palco de análises, este artigoi tem como objetivo problematizar discursos/prá- ticas ligados à adoção de crianças e adolescentes veiculados na novela Amor à vida. A questão é pertinente na medida em que constatamos que, ultimamente, a temá- tica da adoção apareceu com frequência na teledramaturgia brasileira. Numa pri- meira abordagem do circuito das telenovelas da Rede Globo, percebemos que, em sua maioria, apresentavam questões ligadas à adoção, fosse no horário das 18 horas, fosse no das 21 horas, considerado este último o ponto alto das novelas. A título de exemplo podemos citar Páginas da vida (2006/2007), Cheias de charme (2012), Salve Jorge (2012/2013), Amor à vida (2013/2014), Além do horizonte (2013/2014), Sangue Bom (2013), dentre outras. Em 2014, a telenovela Em Famí- lia (2014) escrita por Manoel Carlos e veiculada no horário nobre, já em seus capí- tulos iniciais trouxe o drama e a trama de uma mulher casada e aparentemente impossibilitada biologicamente de gestar uma criança. Retratou, ainda, preconcei- tos em relação à adoção inter-racial, quando um jovem branco, apesar de amar sua mãe adotiva, muitas vezes a rejeitava publicamente por ser negra. Também, em seus últimos capítulos, lançou em tom negativo a questão do abandono/entrega da mãe para a adoção. Já em 2015, a novela das 18 horas, Sete vidas, traz a questão da fertilização in vitro a partir de doadores anônimos, assim como a das 21 horas, Babilônia, coloca em cena a adoção pronta. Entende-se por adoção pronta aquela em que a família adotante recorre ao judiciário a fim de formalizar uma relação instituída. Ou seja, a criança ou adolescente já se encontra com a família adotante. Essa prática tem sido a de maior frequência nas adoções brasileiras. Estudos como os de Ayres (2008) e Mariano (2008) problematizam tal questão. Como se pode observar, desde o ano de 2012, grande parte das novelas da Rede Globo exibidas em diferentes horários bombardeia os lares brasileiros com cenas, discursos e histórias de adoção. Ou seja, no decorrer destes anos, quase todas as Arquivos Brasileiros de Psicologia; Rio de Janeiro, 68 (3): 92-109 93 Adoção e mídia televisiva: a telenovela Amor à vida em análise noites o dispositivo adoção entra em nossas casas produzindo emoções e reflexões, enfim subjetividades. Tomamos aqui subjetividades como postuladas por Guattari (1992), isto é, os dife- rentes modos de experimentação do mundo: a maneira como vemos, ouvimos, sen- timos, nos relacionamos conosco e com os outros. Para o autor as subjetividades não são uma essência inerente ao ser humano, não são transcendentes, mas sim ima- nentes e processuais. Elas são os efeitos de múltiplas vozes, de múltiplas produções. Ratificando a relevância do tema, Ribeiro (2008) afirma: Os meios de comunicação desde o século XX passaram a ocupar uma posição institucio- nal que lhes confere o direito de produzir enunciados em relação à realidade aceitos pelo consenso da sociedade como verdadeiros. A história passou a ser aquilo que aparece nos meios de comunicação de massa. São eles que detêm o poder de dar relevância aos acontecimentos e de elevá-los à condição de históricos. O que passa ao largo da mídia é considerado, pelo conjunto da sociedade como sem importância (p. 195). Dentro desse contexto, a narrativa, um dos modos pelo qual conhecemos e nos rela- cionamos com o mundo, é considerada por alguns estudiosos como um dos principais elos entre a mídia televisiva e a cultura popular. Para Ekstrom (2000), a narrativa constitui-se como uma das principais estratégias comunicativas na medida em que se propõe a contar uma história suficientemente excitante ou dramática para atrair telespectadores (p. 61). Segundo Bourdieu (1997), com a televisão estamos diante de um instrumento que, teoricamente, possibilita atingir todo mundo. Afirma o autor: [...] há uma proporção muito grande de pessoas que não lêem nenhum jornal; que estão devotadas de corpo e alma à televisão como fonte única de informações. A televisão é uma espécie de monopólio de faro sobre a formação das cabeças de uma parcela muito importante da população (p. 23). Assim sendo, na contemporaneidade, a televisão pode ser considerada como um forte meio de comunicação de massa em nosso país, apesar das diversidades cultu- rais, sociais e econômicas. Segundo Dominique Wolton (1996), a televisão brasileira se tornou a primeira fonte de massa interativa do mundo, e isso muito antes das novas tecnologias. Todos con- versam sobre as novelas, o que mostra à perfeição a tese do laço social que produz a televisão. Mas não é só a realidade que inspira as novelas. São também as novelas que influenciam a realidade por uma espécie de ida e volta entre ficção e a realidade, talvez única no mundo (p. 163). Podemos pensar também as telenovelas como dispositivos que contam histórias sempre com o caráter persuasivo. Adller e Rodman (2003) descrevem a persuasão como “processo de motivar alguém, através da comunicação a fim de modificar uma determinada crença, atitude ou comportamento” (p. 310). Nesse sentido, o discurso persuasivo percebido em formações discursivas das telenovelas adquire variações de acordo com a necessidade de convencimento. Em nossos estudos, a palavra discurso ocupa lugar privilegiado. Dentre as diversas abordagens possíveis caminharemos com as contribuições de Foucault (2000; 2006), que defende discurso/práticas discursivas como construções históricas, relações de poder, como atos. Isto é, no momento da fala, oral ou escrita, reeditam-se verda- des e produzem-se brechas e rupturas bem como se exercitam os enfrentamentos dos jogos de poder.
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