Ufrrj Instituto De Ciências Humanas E Sociais Programa De Pós-Graduação Em História - Pphr
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0 UFRRJ INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA - PPHR TESE “AFRODITE SE QUISER” O PROTAGONISMO DAS MULHERES NO ROCK BRASILEIRO NOS ANOS 1980 ALINE DO CARMO ROCHEDO 2018 1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA - PPHR “AFRODITE SE QUISER” O PROTAGONISMO DAS MULHERES NO ROCK BRASILEIRO NOS ANOS 1980 ALINE DO CARMO ROCHEDO Sob a orientação da Professora Doutora Surama Conde Sá Pinto Tese submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Doutora em História, no Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Área de Concentração: Relações de Poder e Cultura, Linha de pesquisa: Relações de Poder, Linguagens e História Intelectual. Rio de Janeiro, RJ Agosto de 2018. 2 3 – UFRRJ 4 Dedico a todas as mulheres. Indígenas. Negras. Brancas. Coloridas. Trabalhadoras. À Marielle. Às mulheres artistas, protagonistas de si, Alice Pink Punk, Fátima Setubal, Flávia Cavaca, Karla Sabah, Márcia Bulcão, Renata Prieto, Sandra Coutinho e Virginie Boutaud. Às mulheres, mãe-irmãs e amigas, Jê Jecy (que traz melodia para minha vida), Eliene Rochedo (a primeira musicista que conheci e que muito me inspira), Luciane Simões e Tatiana Fagundes. Às mulheres que não se deixam silenciar, que persistem sonham e realizam. E protagonizam, no Presente, dias melhores. 5 As mulheres são quantitativamente menos presentes em muitas áreas. Começamos a botar nossas asinhas de fora recentemente, enquanto o patriarcado existe há séculos [...] Chiquinha Gonzaga era do tempo em que os varões diziam: “Música é coisa para homem”. Dolores Duran era do tempo em que os caras falavam: “Mulher compositora é puta”. Eu sou do tempo em que o clube do Bolinha dizia: “Para fazer rock tem que ter culhão”. Cássia Eller é do tempo em que dizem: “Precisa ser mulher-macho para fazer música igual a homem”. Minha neta será do tempo em que vão dizer: “Só mesmo uma mulher para fazer música tão boa”. Rita Lee1 1 Rita Lee. Apud. SANCHES, Pedro Alexandre. 2001. "Mulheres ficam marginalizadas". In: Caderno Ilustrado da Folha de São Paulo, sexta-feira, 18 de maio de 2001. 6 AGRADECIMENTOS Gratidão é verbo que pulsa. Eu sou agradecida. Minha alma é agradecida. Um afeto de sempre é ser agradecida. Algumas pessoas estão nas entrelinhas desta tese, acompanhando toda minha trajetória. São pessoas que eu amo, sem variação de tempo. Que me estimulam a continuar, além da minha própria perspectiva. Acreditam em mim para além das minhas possibilidades. Esperançam meus sonhos realizáveis, pois, quando eu chorei, choraram comigo - ergueram-me. Quando eu me alegrei, felicitaram-se junto a mim. Enquanto vivo, vivem comigo. Enquanto Ser... São parte de mim. Estão impregnadas na minha alma. Latente e forte. Agradecida por fazerem parte da matéria que sou. E, ao completar esta tese, eu me sinto de mãos dadas com todas essas pessoas. Em especial, eu agradeço à minha mãe, Jecy, à minha irmã, Eliene. Vocês são meu tudo. Minhas amigas, irmãs e companheiras de sempre, Luciane Simões e Tatiana Fagundes, por tudo o que somos. Somos irmãs, para além do tempo e da matéria. Gratidão. Abraços de afeto às artistas que fazem parte desta obra, às mulheres que dialoguem nesse processo. À Fátima Branquinho, pela paz com a qual me presenteia. À Sil, pelo zelo em me ler na alma. À Vó Marisa, por não me deixar abandonar a causa. À minha orientadora, Surama Conde, por acreditar em mim Agradeço ao meu amigo, Rafael França. Por tudo. Não há palavras suficientes para expressar minha gratidão a você. A todas as mulheres, agradeço a coragem e luta diária. São tantas as formas de nos oprimir e violentar, mas nós sabemos voar. E isso nos liberta. Agradeço às mulheres que fazem parte da minha história. Agradeço a você, que me acompanha nessas palavras; seu nome talvez não tenha sido escrito, mas sinta-se Presente. E sou grata por me ler. Agradeço ao Sagrado Feminino que em mim habita. À força da mulher Pachamama! À Lua, À Terra e à Vida. 7 RESUMO ROCHEDO, Aline do Carmo. “Afrodite se quiser”: o protagonismo das mulheres no rock brasileiro nos anos 1980. 2018. 299 p Tese de Doutorado. (Doutorado em História, Relações de Poder, Linguagens e História Intelectual). Instituto de Ciências Humanas e Sociais - Instituto Multidisciplinar, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2018. O rock, como objeto de pesquisa, vem sendo tema em estudos na área das ciências humanas, mais precisamente, a partir dos anos da década de 1980. Em tais pesquisas e publicações, a liderança é atribuída predominantemente ao homem. As mulheres estão pouco presentes em lugar de destaque e raramente apresentam papéis protagonistas. No processo de consolidação do “rock and roll”, ainda que o talento das mulheres tivesse as mesmas qualidades atribuídas apenas aos homens, dificilmente, elas alcançaram o mesmo status que seus companheiros de profissão. Predominava a atuação de cantores e compositores que acentuavam o domínio da figura do homem na esfera artística. A pesquisa de doutorado, aqui apresentada, intitulada “Afrodite se quiser” O protagonismo das mulheres no rock brasileiro na década de 1980 propõe situar, com respaldos históricos, a incursão da mulher no cenário do rock como trabalho na esfera artística, que ainda parece, predominantemente, um espaço realizado por homens. Discutimos o protagonismo das mulheres no rock brasileiro, evidenciando suas experiências e problematizando como as suas “falas” alteraram a hierarquia, moldada pela ótica do homem na construção da história do rock. Mesmo com a invisibilidade, elas constroem seu papel de protagonistas, a partir de uma ação insistente de adentrar e permanecer na esfera do rock, apesar de todas as dificuldades impostas a essa escolha. Abordamos o protagonismo como um processo de conquista, de espaço e lugar de fala, que, por meio da arte musical, registrou uma forma de se comunicar com o mundo, atuando numa esfera restrita aos homens. Por meio delas, percebe-se que o papel de protagonismo, desempenhado pelas mulheres no espaço do rock, refere-se, em certos episódios, simplesmente à presença da mulher nesse cenário, o qual, aqui, ficou legitimado por estarem ligadas à história e consolidação do gênero, mesmo sem o reconhecimento devido. Os depoimentos de artistas brasileiras são fundamentais para a compreensão da atuação das mulheres roqueiras, suas experiências na sociedade e na política. Também, são importantes as temáticas abordadas nas letras das músicas compostas. Como elemento de análise, ainda foram realizadas entrevistas com mulheres envolvidas ao movimento rock e produção artística. No rock, esse aspecto é claramente perceptível, tendo a memória de sua história predominantemente masculina. Trata-se de um gênero musical, no qual os papéis principais, que exigem bom desempenho musicista, em especial aos que tocam guitarra, estão reservados ao homem, na história que eles escreveram. Mas, aqui, são várias mulheres que escreveram essa história. Palavras-chave: História de Mulheres no Brasil; História Oral; Rock dos anos 1980; Bandas de rock formadas por Mulheres; História do Brasil. 8 ABSTRACT ROCHEDO, Aline do Carmo. “Aphrodite if you want”: the role women in Brazilian rock in the 1980s. 2018. 299 p Tese de Doutorado. (Doutorado em História, Relações de Poder, Linguagens e História Intelectual). Instituto de Ciências Humanas e Sociais - Instituto Multidisciplinar, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2018. Rock, as an object of study has been the subject of research in human sciences’ area precisely, since the 1980s. In those researches and publications, the leadership role are predominantly attributed to male. Whereas females are poorly represented and rarely appears as prominent player or leaders. In the process of consolidating "Rock and Roll," although women's talents had the same qualities as men, they hardly achieved the same status. The mainly protagonist and leadership are placed on male singers and composers. They usually, accentuated their dominant male figure on the artistic circle. This doctoral thesis entitled Aphrodite if you Want: The protagonist role of women in Brazilian rock in the 1980s propose to situate the reader through historical epistemological support, the incursion of women’s work in the artistic scenery of Rock Holl, which still are a space created and hold by men. It discusses the protagonist role of women in Brazilian rock, highlighting their experiences and problematizing how their "voice" alter the hierarchy shaped by male’s perspective over how rock history had been constructed. Under invisibility, females had created their character role, insistently through action of belonging to sphere of rock, spite difficulties imposed by their males counterpart. These character can be understood as overthrow the male figure, conquest of space and speak their voice. Therefore, making their mark in musical art to communicate with the world, sphere once restricted to male. Throughout their voice, one can see that the role played by women in the space of rock, usually refers, simply to their physical presence in this setting. This study attempt to legitimized those voices as they are linked to Rock and Holl history, consolidating and recognizing these environment as having a space for all. The statements given by Brazilian artists are essential to understand women as rocker, as well as their political role in the society. It also, addresses the topic of the importance of composing the lyrics of songs. As an element of analysis, women were interviewed about their involvement in Rock and Holl’s movement and the artistic production of rock songs. Their remarks clearly notice their contribution, even though rock memory are view as male history. these musical genre demand good musician performance, especially guitar players, which in general are reserved for men in the history they wrote themselves. Inversely, in this thesis several women wrote the story.